descrição de singularidades na escrita de surdos - DSpace/UFPB ...
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E ainda, “o próprio conceito <strong>de</strong> texto <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> das concepções que se tenha <strong>de</strong><br />
língua e <strong>de</strong> sujeito” e “<strong>na</strong> concepção <strong>de</strong> língua como representação do pensamento e <strong>de</strong><br />
sujeito como senhor absoluto <strong>de</strong> suas ações e <strong>de</strong> seu dizer, o texto é visto como um<br />
produto – lógico – do pensamento (representação mental do autor) [...]” (KOCH, 2002,<br />
p.16).<br />
Em Antunes (2005, p. 125) “todo o texto é marcado pela unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tema – essa<br />
é uma das condições <strong>de</strong> sua coerência –, é <strong>na</strong>tural esperar que haja também uma<br />
convergência das palavras quanto ao sentido que expressão e se crie, assim, uma<br />
verda<strong>de</strong>ira re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações”.<br />
Por conhecimento <strong>de</strong> mundo ou prévio, Kock e Travaglia (1997, p. 60)<br />
afirmam que é o conhecimento que armaze<strong>na</strong>mos <strong>na</strong> memória a partir das<br />
experiências pessoais, é impossível que duas pessoas partilhem exatamente o<br />
mesmo conhecimento <strong>de</strong> mundo.<br />
Antunes (2005, p. 137) afirma que “o chamado conhecimento <strong>de</strong> mundo, é um<br />
princípio organizador dos conceitos e constitui uma base bastante significativa para<br />
muitas das associações que se fazem relevantes em um texto”.<br />
<br />
Cagliari (2002) comenta sobre a modificação da estrutura segmental das<br />
palavras<br />
Alguns erros ortográficos não refletem uma transcrição fonética, nem <strong>de</strong> fato<br />
se relacio<strong>na</strong>m diretamente com a fala. São erros <strong>de</strong> troca, supressão,<br />
acréscimo e inversão <strong>de</strong> letras. Não têm apoio <strong>na</strong>s possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> uso das<br />
letras no sistema <strong>de</strong> <strong>escrita</strong> e representam, às vezes, maneiras <strong>de</strong> escrever <strong>de</strong><br />
que o aluno lança mão porque ainda não domi<strong>na</strong> bem o uso <strong>de</strong> certas letras,<br />
como a distribuição <strong>de</strong> m e n, v e f <strong>na</strong>s palavras. (CAGLIARI, 2002, p. 142).<br />
Quanto à estrutura sintática, segundo Quadros e Karnopp (2004, p. 135), “a<br />
língua <strong>de</strong> si<strong>na</strong>is brasileira apresenta certa flexibilida<strong>de</strong> <strong>na</strong> or<strong>de</strong>m das palavras<br />
[...]; as pesquisas concluem que a sua or<strong>de</strong>m básica é SVO”.<br />
São estes os critérios que nos levaram a i<strong>de</strong>ntificar as singularida<strong>de</strong>s pretendidas<br />
<strong>na</strong> <strong>escrita</strong> <strong>de</strong> <strong>surdos</strong>.<br />
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