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Petróleo<br />

Negócio de<br />

alto risco:<br />

plataforma<br />

da HRT em<br />

Porto da<br />

Namíbia<br />

Pré-sal à<br />

moda africana<br />

A Petrobras e a novata HRT apostam<br />

na exploração de óleo em águas profundas<br />

do outro lado do Atlântico<br />

Cezar Faccioli, Rio de janeiro<br />

O<br />

geógrafo e meteorologista<br />

alemão<br />

Alfred Lothar Wegener<br />

(1880-1930)<br />

passou a colecionar<br />

ironias, críticas e até desaforos assim<br />

que lançou, em 1915, A Origem<br />

dos Continentes e Oceanos. A obra<br />

defendia uma tese revolucionária: a<br />

existência, há cerca de 300 milhões<br />

de anos, de uma única e compacta<br />

massa de terra sobre o globo, a<br />

qual, com o passar dos séculos, foi<br />

se deslocando até assumir os contornos<br />

atuais do mapa-múndi (veja<br />

quadro na pág. 32). Essa teoria, que<br />

só ganhou adeptos nos meios acadêmico<br />

e científico a partir da segunda<br />

metade do século passado, acabou<br />

atraindo o interesse da indústria<br />

petrolífera brasileira, reforçado, na<br />

última década, com a descoberta de<br />

enormes jazidas de pré-sal na costa<br />

do país. Como, segundo Wegener,<br />

América do Sul e África já foram<br />

um só território, empresários e altos<br />

executivos do setor começaram a indagar<br />

de seus botões: “Por que não<br />

tentar encontrar petróleo em águas<br />

Foco da Petrobras na<br />

África é a costa oeste<br />

do continente<br />

igualmente profundas do outro lado<br />

do Atlântico?” É a este desafio, sinônimo<br />

de grandes investimentos e de<br />

taxas de retorno e de riscos em igual<br />

proporção, que se lançam a gigante<br />

Petrobras e a novata HRT, do Rio de<br />

Janeiro.<br />

“O pré-sal também está presente<br />

na África”, afirma Armando Guedes<br />

Coelho, ex-presidente da Petrobras<br />

num período de forte expansão da<br />

produção (1988-1989). Hoje à frente<br />

do Conselho Empresarial de Energia<br />

da Federação das Indústrias do<br />

Estado do Rio de Janeiro (Firjan),<br />

ele assinala que os <strong>para</strong>lelos geológicos<br />

entre a América do Sul e a<br />

África são recorrentes na definição<br />

de estratégias de exploração petrolífera.<br />

“A produção crescente na<br />

Divulgação Petrobrás<br />

malha equatorial africana também<br />

está estimulando a exploração na<br />

Amazônia.”<br />

A estatal marca presença<br />

há tempos em<br />

território africano. Suas<br />

operações no continente<br />

tiveram início na ex-<br />

-colônia portuguesa<br />

de Angola, em 1979, e<br />

ganharam um segundo<br />

capítulo em 1998, com<br />

o desembarque na Nigéria. Desde a<br />

virada do milênio, as apostas nesse<br />

mercado transoceânico ganharam<br />

peso: de 2004 a 2011, a empresa<br />

desembarcou, pela ordem, na Tanzânia,<br />

Líbia, Namíbia, no Benin e<br />

Gabão. Investiu 2,4 bilhões de dólares<br />

nos sete países entre 2008 e<br />

o ano passado, e reservou outros<br />

2,89 bilhões ao hepteto até 2017 em<br />

seu novo Plano de Negócios e Gestão<br />

(PNG). “O foco são os projetos<br />

da costa oeste (a região do pré-sal<br />

africano)”, informa uma nota da Petrobras<br />

à <strong>PIB</strong>. “A região apresenta<br />

similaridade geológica com a costa<br />

leste do Brasil, dando à Petrobras a<br />

oportunidade de aplicar todo o conhecimento<br />

adquirido em décadas<br />

de atuação no país.”<br />

Decidida a se concentrar na exploração<br />

e produção de pré-sal no<br />

Brasil, a companhia colocou em<br />

“Para se concentrar no<br />

pré-sal, estatal abriu mão<br />

de bons investimentos”<br />

prática, em 2012, um programa de<br />

venda de ativos no exterior. O pacote,<br />

que deve alcançar a cifra de 14,8<br />

bilhões de dólares até 2016, inclui<br />

o fechamento de diversas controladas.<br />

Até agora, 15 já encerraram<br />

as atividades e outras 38 deverão<br />

seguir pelo mesmo caminho<br />

até 2015, como<br />

informou a presidente<br />

Maria das Graças Foster<br />

em carta anexada<br />

a relatórios enviados<br />

aos acionistas no início<br />

deste mês. O aperto no<br />

cinto já resultou na saída<br />

da Petrobras de seis dos 23 países<br />

onde atuava. Os projetos africanos,<br />

contudo, continuam inalterados.<br />

Para priorizar as atividades em solo<br />

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