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Etanol<br />
1 Estação<br />
experimental<br />
da GranBio,<br />
em Alagoas:<br />
“orgias”<br />
vegetais<br />
2 Lição de<br />
casa: canas<br />
mais fibrosas<br />
e menos<br />
doces<br />
3 Plantação<br />
de sorgo<br />
em Minas:<br />
calouro<br />
atrevido<br />
FoToS: DiVUlgAção gRAN Bio<br />
1 2<br />
aumento da carteira conjunta <strong>para</strong> o<br />
financiamento de projetos de álcool<br />
de segunda geração da ordem de<br />
2.042% – de 70 milhões de reais <strong>para</strong><br />
mais de 1,5 bilhão. “Não por acaso,<br />
portanto, a estimativa de produção<br />
local de etanol 2G <strong>para</strong> 2014 avançou<br />
de zero <strong>para</strong> 170 milhões de litros,<br />
ultrapassando a europeia e ficando<br />
atrás apenas da estimativa norte-<br />
-americana”, destaca Mauro Borges<br />
Lemos, presidente da ABDI.<br />
Até o momento, o Paiss selecionou,<br />
via edital, 42 planos de negócios,<br />
avaliados em 3,1 bilhões de reais<br />
– já incluída a contrapartida das<br />
OpÇÕES À CANA<br />
BaGaÇo e palha de cana-de-açúcar<br />
estão em alta com o advento do<br />
etanol celulósico no país. A pioneira<br />
GranBio, no entanto, não descarta<br />
a utilização de outras espécies<br />
vegetais <strong>para</strong> a produção de 2G a<br />
médio e longo prazo. A flexibilidade<br />
é garantida pela parceria com a<br />
italiana Chemtex e a Beta Renewables,<br />
ambas controladas do grupo<br />
Mossi & Ghisolfi. A dupla cedeu à<br />
brasileira a tecnologia Proesa, que<br />
permite o processamento de qualquer<br />
biomassa. “Nossa tecnologia é<br />
agnóstica: serve <strong>para</strong> palha de arroz,<br />
feno, bagaço de cana, eucalipto etc.<br />
Fizemos testes e constatamos que,<br />
no momento, a mais viável é a cana,<br />
mas o cenário poderá se alterar com<br />
o passar dos anos”, explica Alan<br />
Hiltner, vice-presidente executivo e<br />
de novos negócios.<br />
Se e quando os ventos mudarem<br />
de direção, os demais fabricantes<br />
não correm o risco de ficar de mãos<br />
abanando. A Embrapa Agroenergia<br />
desenvolve, desde o ano passado,<br />
um amplo programa de aperfeiçoamento<br />
do processo de produção do<br />
2G. A maior parte de sua equipe está<br />
às voltas com pesquisas, por exemplo,<br />
de métodos de pré-tratamento<br />
de biomassa e hidrólise enzimática,<br />
fermentação, destinação de resíduos,<br />
opções à cana-de-açúcar como<br />
matéria-prima. O cardápio inclui<br />
gramíneas como panicum, br<strong>aqui</strong>ara<br />
e capim-elefante, além de bagaço<br />
de sorgo sacarino, sorgo biomassa e<br />
sobras de eucalipto.<br />
“Todas essas espécies têm grande<br />
potencial energético. A viabilidade<br />
comercial de sua transformação<br />
em álcool envolve, no entanto,<br />
outros fatores, como produtividade,<br />
período de safra, oferta e, sobretudo,<br />
preços”, comenta a engenheira<br />
química Cristina Machado, pesquisadora<br />
líder do projeto, que revela<br />
surpreendentes constatações nos<br />
laboratórios da empresa, em Brasília.<br />
“As biomassas de sorgo e de<br />
capins apresentaram desempenho<br />
superior ao de madeira e bagaço<br />
da cana. Só que a cana-de-açúcar<br />
leva uma tremenda vantagem, pois<br />
já conta com um parque industrial<br />
<strong>para</strong> o seu processamento.”<br />
Parente do milho, o sorgo (à dir.)<br />
ganha espaço, com sua versão sacarina,<br />
como cultura complementar<br />
nos canaviais. De rápido crescimento,<br />
a planta entra em campo, literalmente,<br />
no período de entressafra da<br />
cana, que se estende de dezembro a<br />
março. Seu uso <strong>para</strong> a produção de<br />
etanol cresce e aparece desde abril<br />
de 2011, quando a Usina Cerradinho,<br />
de Catanduva (SP), alcançou<br />
uma façanha inédita no planeta: a<br />
destilação de 1,4 milhão de litros<br />
de combustível de uma cultura de<br />
cerca de 1,2 mil hectares.<br />
De olho nesse filão, a Monsanto<br />
lançou no início do ano – em parceria<br />
com a Novozymes e a Case IH,<br />
fabricante de equipamentos agrícolas<br />
– uma grande campanha de<br />
divulgação de um híbrido específico<br />
<strong>para</strong> a cultura. O projeto contemplou<br />
a instalação de cinco áreas demonstrativas,<br />
de 20 hectares cada,<br />
em São Paulo e Goiás. A ação tem<br />
como objetivo mostrar a interessados<br />
e curiosos que é possível elevar<br />
a produtividade média do álcool<br />
do cereal da faixa de 1,2 a 1,5 mil<br />
litros por hectare <strong>para</strong> 2,5 mil litros.<br />
“Várias usinas estão seguindo por<br />
essa trilha”, constata Alfred Szwarc,<br />
gerente de emissões e tecnologia da<br />
Unica. “Ainda em caráter experimental,<br />
os cultivos apresentam<br />
resultados interessantes: além de 7<br />
mil litros de etanol de cana extraídos<br />
por hectare, alguns produtores<br />
estão obtendo de 2 a 3 mil litros<br />
extras com o sorgo sacarino.”<br />
Não por acaso, o Centro de Tecnologia<br />
Canavieira (CTC) se pre<strong>para</strong><br />
<strong>para</strong> dar a partida, até o início de<br />
2014, em um programa de pesquisa<br />
e desenvolvimento da espécie. A<br />
3<br />
amdrÉ caiXeta<br />
meta, assim como a campanha da<br />
Monsanto, é apresentar aos produtores<br />
o atrevido “calouro”, que<br />
já vê no horizonte perspectivas de<br />
uma rápida “promoção” à segunda<br />
geração do álcool. “A biomassa de<br />
sorgo tem, de fato, muitas chances<br />
de ser usada na fabricação de<br />
etanol celulósico”, afirma Robson<br />
Freitas, diretor de novos negócios<br />
do CTC.<br />
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