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Capa<br />

Camp Nou: nova<br />

casa do astro<br />

brasileiro<br />

ao máximo, até onde deu; era <strong>para</strong><br />

ele ter saído há dois anos”, opina<br />

Barros. “O que o Santos colheu em<br />

termos de resultados e projeção tem<br />

um valor meio intangível. Renovou<br />

muito sua torcida, ganhou títulos,<br />

muito retorno de imagem e vai colher<br />

frutos no futuro.” O jornalista<br />

lembra que Kaká, Robinho e Ronaldinho<br />

foram embora rapidamente,<br />

enquanto Neymar, que tem 21 anos,<br />

jogou bastante tempo e atrelou sua<br />

imagem ao Santos. “Segurá-lo foi<br />

uma decisão que se revelou muito<br />

acertada”, conclui o jornalista.<br />

Diretor de marketing do clube<br />

entre 2002 e 2007 e fundador da<br />

Prime Sports, agência de marketing<br />

esportivo que trabalha com barcelonistas<br />

como Cesc Fàbregas e o próprio<br />

Lionel Messi, o catalão Esteve<br />

Calzada considera Neymar o melhor<br />

do mundo em termos de imagem e<br />

potencial comercial. “Ele tem tudo:<br />

um perfil rebelde, relevante <strong>para</strong><br />

atrair os adolescentes, é solidário ao<br />

colaborar em campanhas do Unicef<br />

e jogos beneficentes e é simples e natural,<br />

o que lhe confere um ar simpático”,<br />

escreveu Calzada no jornal<br />

madrileno Marca, em 5 de junho. A<br />

conclusão do executivo vem de levantamento<br />

que publicou em seu<br />

livro Show me the money! Cómo<br />

conseguir dinero a través del marke-<br />

divulgaçnao/FutBol cluB Barcelona<br />

ting deportivo, no qual o brasileiro<br />

supera Messi, Cristiano Ronaldo e<br />

o inglês Wayne Rooney (do Manchester<br />

United) segundo uma série<br />

de critérios, entre os quais qualidade<br />

futebolística, atrativos físicos e “simplicidade”.<br />

Este carisma pessoal é também o<br />

responsável pelo sucesso das ações<br />

de marketing iniciais pre<strong>para</strong>das<br />

<strong>para</strong> Neymar na Catalunha mesmo<br />

antes de sua estreia. No dia 3 de junho,<br />

uma multidão de 56.500 pessoas<br />

compareceu ao estádio Camp<br />

Nou <strong>para</strong> sua apresentação oficial,<br />

o que correspondeu ao segundo<br />

evento do gênero mais massivo da<br />

história barcelonista. Uma façanha,<br />

se considerarmos que o detentor do<br />

recorde, o sueco Zlatan Ibrahimovic,<br />

que atraiu 60 mil, já vinha de longa<br />

carreira com passagens por outros<br />

pesos-pesados do futebol europeu.<br />

Do lado do Barcelona, o badalado<br />

reforço é uma das bandeiras de uma<br />

necessária reciclagem <strong>para</strong> a temporada<br />

2013-2014. “Nêymar”, como a<br />

imprensa espanhola se acostumou<br />

a chamá-lo, precisa funcionar, sim,<br />

como um vistoso cartão de visitas de<br />

um “Novo Barça”. Após quatro anos<br />

de reinado absoluto no futebol mundial<br />

(2008-2012) – período no qual<br />

foi comandado pelo revolucionário<br />

técnico catalão Pep Guardiola – o<br />

bOlEIROS MIGRANTES<br />

o BrasIl tornou-se um lugar de formação<br />

e “distribuição” de jogadores<br />

de futebol não só <strong>para</strong> as ricas e<br />

prestigiosas equipes da Europa Ocidental,<br />

como o FC Barcelona, mas<br />

também <strong>para</strong> ligas não tão ilustres<br />

– ainda que muito ricas – de países<br />

como Rússia, China, Japão e nações<br />

árabes. Nos últimos anos, cada vez<br />

mais futebolistas brasileiros em<br />

busca de fortuna no exterior fazem<br />

a primeira escala nesses países<br />

mais distantes, passando por cima<br />

de Portugal e Espanha – as portas<br />

de entrada mais tradicionais, que<br />

oferecem as facilidades da língua e<br />

da cultura próximas.<br />

Ao mesmo tempo, um estágio<br />

em times profissionais do Brasil passou<br />

a ser valorizado pelos jogadores<br />

dos países vizinhos da América do<br />

Sul. Essas mudanças no perfil dos<br />

fluxos migratórios ligados à globalização<br />

do futebol foram percebidas<br />

em estudos feitos no Brasil e na<br />

Europa pela pesquisadora brasileira<br />

Vera Botelho. Com um Ph.D. em<br />

Antropologia Social, a mineira Vera<br />

vive na Dinamarca e trabalha com<br />

grupos e redes de pesquisa sobre o<br />

tema nas Universidades de Copenhague<br />

e Lisboa. Ela notou que, de<br />

algum tempo <strong>para</strong> cá, por exemplo,<br />

há mais transferências de jogadores<br />

da Argentina, do Peru, da Colômbia,<br />

do Paraguai e do Chile <strong>para</strong> o Brasil<br />

do que <strong>para</strong> a Espanha – o país que<br />

mais costumava atrair os sul-americanos<br />

de língua espanhola.<br />

O Brasil tem mais de 4 mil “boleiros”<br />

tentando a sorte no exterior<br />

e continua a ser o maior exportador<br />

de futebolistas do mundo. Mas<br />

é também, nota Vera, o país que<br />

teve o maior aumento no número<br />

de jogadores importados de outros<br />

países. Em outras palavras, está<br />

deixando de ser um país da periferia<br />

do futebol globalizado <strong>para</strong> se<br />

tornar também um centro de atração.<br />

Nos dois casos, entretanto –<br />

tanto dos brasileiros que vão <strong>para</strong> o<br />

Oriente ou a Europa do Leste como<br />

dos sul-americanos que vêm <strong>para</strong> o<br />

Brasil – esse movimento é apenas<br />

um estágio inicial na carreira pretendida.<br />

O grande prêmio continua a ser<br />

uma vaga nos grandes e ricos clubes<br />

da Europa Ocidental, em particular<br />

os da Alemanha e da Inglaterra.<br />

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