19.03.2015 Views

Outubro - 2012 - Cremers

Outubro - 2012 - Cremers

Outubro - 2012 - Cremers

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

IPE-SAÚDE Suspensas portarias e ordens de serviço (pág. 8)<br />

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul | ano X | nº 77 | <strong>Outubro</strong> <strong>2012</strong><br />

Atualização e<br />

Comprometimento<br />

<strong>Cremers</strong> abre frentes de<br />

debate de temas relevantes<br />

à prática médica<br />

PROTESTO<br />

Paralisação no Estado resulta em retomada de negociação com planos de saúde (págs. 4-6)


notas<br />

Portal na internet reforça a luta<br />

da Comissão de Honorários<br />

____________________________________________________________<br />

Publicação do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul<br />

Avenida Princesa Isabel, 921 • CEP 90620-001 • Porto Alegre/RS<br />

Fone: (51) 3219.7544 • Fax: (51) 3217.1968<br />

cremers@cremers.org.br • www.cremers.org.br<br />

____________________________________________________________<br />

Composição da Diretoria<br />

Presidente: Rogério Wolf de Aguiar<br />

Vice-presidente: Fernando Weber Matos<br />

1º Secretário: Ismael Maguilnik<br />

2º Secretário: Isaias Levy<br />

Tesoureiro: Cláudio Balduíno Souto Franzen<br />

Corregedores: Régis de Freitas Porto e Joaquim José Xavier<br />

Coordenador da Fiscalização: Antônio Celso Koehler Ayub<br />

Coordenador da Ouvidoria: Ércio Amaro de Oliveira Filho<br />

Coordenador das Câmaras Técnicas: Jefferson Pedro Piva<br />

Coordenador de Patrimônio: Iseu Milman<br />

____________________________________________________________<br />

Conselheiros<br />

Alberi Nascimento Grando • Antônio Celso Koehler Ayub • Céo Paranhos<br />

de Lima • Cláudio Balduíno Souto Franzen • Dirceu Francisco de Araújo<br />

Rodrigues • Enio Rotta • Ércio Amaro de Oliveira Filho • Euclides Viríssimo<br />

Santos Pires • Fernando Weber da Silva Matos • Isaias Levy • Iseu Milman<br />

• Ismael Maguilnik • Jefferson Pedro Piva • Joaquim José Xavier • Mário<br />

Antônio Fedrizzi • Mauro Antônio Czepielewski • Newton Monteiro de<br />

Barros • Régis de Freitas Porto • Rogério Wolf de Aguiar • Sílvio Pereira<br />

Coelho • Tomaz Barbosa Isolan • Arthur da Motta Lima Netto • Cláudio<br />

André Klein • Clotilde Druck Garcia • Douglas Pedroso • Isabel Helena<br />

F. Halmenschlager • Izaias Ortiz Pinto • João Alberto Larangeira • Jorge Luiz<br />

Fregapani • Léris Salete Bonfanti Haeffner • Luciano Bauer Gröhs •<br />

Luiz Carlos Bodanese • Luiz Carlos Corrêa da Silva • Luiz Alexandre<br />

Alegretti Borges • Maria Lúcia da Rocha Oppermann • Paulo Amaral •<br />

Paulo Henrique Poti Homrich • Philadelpho M. Gouveia Filho •<br />

Raul Pruinelli • Ricardo Oliva Willhelm<br />

____________________________________________________________<br />

Conselho Editorial<br />

Rogério Wolf de Aguiar • Fernando Weber Matos • Ismael Maguilnik •<br />

Isaias Levy • Cláudio Balduíno Souto Franzen<br />

____________________________________________________________<br />

Redação: W/COMM Comunicação (www.wcomm.jor.br), Viviane Schwäger<br />

Jornalista Responsável: Ilgo Wink • Mat. 2556<br />

Revisão: Raul Rubenich<br />

Fotografias: W/COMM Comunicação, Rose Boninsegna e Simers<br />

Projeto e Design Gráfico: Stampa Design • Fone: (51) 3023.4866<br />

www.stampadesign.com.br • stampa@stampadesign.com.br<br />

Tiragem: 26.300 exemplares<br />

____________________________________________________________<br />

<strong>Cremers</strong>, Revista do Conselho Regional de Medicina do RS, está aberta<br />

à participação de toda a classe médica gaúcha, para críticas, sugestões de<br />

pauta, artigos, divulgação de eventos e notícias de interesse da categoria.<br />

As correspondências serão encaminhadas ao Conselho Editorial.<br />

Contatos com Assessoria de Imprensa pelo e-mail: ai@cremers.org.br<br />

Já está no ar o portal da Comissão Estadual de<br />

Honorários Médicos. O novo canal de comunicação<br />

da CEHM com os médicos contém notícias sobre<br />

as atividades do grupo, depoimentos de membros<br />

da comissão e informações sobre as entidades<br />

médicas e a CBHPM. Um dos atrativos é o grupo<br />

de discussão, formado por uma lista de pessoas<br />

que, interligadas via e-mail, trocam informações a<br />

respeito de assuntos de interesse comum. Toda vez<br />

que um integrante do grupo participa com algum<br />

comentário, seu e-mail é enviado para a caixa de<br />

correio de todos os participantes.<br />

Confira: www.cehm-rs.org.br<br />

Lançamento de livro<br />

O médico Telmo Pedro Bonamigo lançou o livro<br />

Momentos significativos de minha vida.<br />

Ex-presidente da Academia<br />

Sul-Rio-Grandense de Medicina,<br />

Bonamigo destaca aspectos da sua<br />

vida familiar, sua trajetória como<br />

estudante, sua atividade médica<br />

e sua atuação na Sociedade<br />

Brasileira de Angiologia e Cirurgia<br />

Vascular. Há, também, espaço<br />

para a Academia, com<br />

breves biografias de seus<br />

fundadores e de alguns de<br />

seus membros.<br />

2 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


EDITORIAL<br />

Compromisso<br />

com a sociedade<br />

Ao promover eventos como os fóruns ‘Aspectos Atuais,<br />

Éticos e Legais na Prática Médica’ e ‘Auditoria em<br />

Saúde’, e trazer para o Estado, em parceria com o CFM,<br />

o Fórum Nacional de Urgência e Emergência, o <strong>Cremers</strong><br />

busca estimular o debate e a reflexão sobre temas que<br />

fazem parte do cotidiano da atividade médica.<br />

Eventos como esses têm sido rotineiros na atual gestão.<br />

Entendemos que uma das atribuições dos Conselhos<br />

de Medicina é manter o médico informado e atualizado<br />

sobre temas que envolvem não apenas a ética, mas também<br />

questões que muitas vezes ficam em segundo plano,<br />

como a importância de um prontuário médico preenchido<br />

corretamente, com informações precisas de todos os<br />

procedimentos.<br />

Nesse sentido, se destaca o fórum ‘Aspectos Atuais,<br />

Éticos e Legais na Prática Médica’, que o <strong>Cremers</strong>, com<br />

toda a sua diretoria e integrantes das delegacias seccionais,<br />

está levando aos municípios do Interior, sempre<br />

com ótima receptividade. É com satisfação que constatamos<br />

nos eventos a presença maciça de estudantes de<br />

Medicina e de jovens médicos ao lado de profissionais<br />

mais experientes. É importante essa integração.<br />

Outra ação foi a forte posição do <strong>Cremers</strong> na abertura<br />

do debate com o Ministério da Saúde sobre a estratégia<br />

de enfrentamento da gripe A, principalmente no Sul do<br />

Brasil. O debate ganhou a mídia, repercutiu nacionalmente,<br />

e a anunciada intransigência do Ministério, cujo<br />

representante foi categórico ao negar qualquer mudança<br />

para o ano que vem, começou a ceder e as sociedades de<br />

especialidades médicas foram convidadas a participar de<br />

uma reunião, em Brasília no dia 23 de outubro, já anunciando<br />

algumas mudanças. A decidida ação do <strong>Cremers</strong>,<br />

aliado à Amrigs, ao Conselho Regional de Medicina do<br />

Paraná e às entidades médicas daquele Estado, foi decisiva<br />

para contrabalançar a tentativa esboçada de responsabilizar<br />

genericamente os médicos pelas mortes ocorridas.<br />

Na essência das ações do <strong>Cremers</strong> está a busca da<br />

qualidade do trabalho médico, de melhores condições<br />

estruturais para o exercício da Medicina e uma remuneração<br />

condizente com a sua responsabilidade – tudo isso<br />

trazendo como consequência uma assistência de saúde<br />

digna e eficaz. Assim, nada mais natural do que respaldar<br />

um evento do porte do Fórum Nacional de Urgência e<br />

Emergência, realizado pela primeira vez fora do Distrito<br />

Federal. Durante dois dias, gestores e especialistas se<br />

debruçaram sobre esse tema recorrente nas páginas de<br />

jornais, discutindo seus problemas e apontando soluções.<br />

É o <strong>Cremers</strong> se fazendo presente e reafirmando o comprometimento<br />

com todas as questões que envolvem a saúde.<br />

Durante o evento, notícias sobre superlotação de<br />

emergências foram mais uma vez destaque na mídia<br />

gaúcha. No Hospital de Clínicas de Porto Alegre, estavam<br />

internadas 160 pessoas em um espaço destinado a 49<br />

leitos. Uma situação dramática para médicos e pacientes.<br />

A realidade é que, lamentavelmente, o sistema público<br />

de saúde vive um estado crítico, escancarado pela<br />

superlotação das emergências. Esse fenômeno ocorre<br />

basicamente porque muitos pacientes não recebem atendimento<br />

suficiente nos postos de saúde, e também porque<br />

faltam leitos de internação, conforme comprova recente<br />

levantamento feito pelo CFM com base em dados do próprio<br />

Ministério da Saúde.<br />

Dr. Rogério Wolf de Aguiar<br />

Presidente do <strong>Cremers</strong><br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 3


planos de saúde<br />

Paralisação atinge objetivos<br />

formulada pelo setor); consulta no valor<br />

de R$ 80,00; a não intervenção das operadoras<br />

no trabalho médico, preservando<br />

sua autonomia; e a contratualização com<br />

reajustes anuais.<br />

Assembleia médica decidiu pela paralisação de três dias<br />

Aproximadamente 80% dos médicos credenciados<br />

aos planos de saúde que<br />

vinham evitando negociar reajustes aderiram<br />

à paralisação proposta pela Comissão<br />

Estadual de Honorários Médicos (CEHM-RS)<br />

e homologada em assembleia pelos médicos.<br />

O balanço do movimento, que integra<br />

a mobilização nacional contra os planos<br />

de saúde que não valorizam o trabalho<br />

médico, foi divulgado no dia 17 pela<br />

Comissão, formada por <strong>Cremers</strong>, Simers e<br />

Amrigs. O diretor Iseu Milman representou<br />

o <strong>Cremers</strong> na reunião.<br />

O resultado é uma estimativa dos levantamentos<br />

feitos pelas três entidades com<br />

médicos consultados no Estado entre os dias<br />

15 e 17. A suspensão de consultas e procedimentos<br />

eletivos atingiu as operadoras<br />

SulAmérica, Geap, Saúde Caixa, Cabergs,<br />

DoctorClin e Centro Clínico Gaúcho.<br />

Três operadoras que foram alvo da<br />

mobilização já se mostram mais dispostas<br />

a negociar. São elas: Doctor Clin,<br />

SulAmérica e Centro Clínico Gaúcho.<br />

O presidente da Associação Brasileira<br />

de Medicina de Grupo (Abramge-RS),<br />

Francisco Antônio Santa Helena, também<br />

se reuniu com a comissão. No dia 17, último<br />

dia do movimento no Estado, a CEHM-<br />

RS se reuniu com a representação da Geap.<br />

As principais reivindicações da classe<br />

médica: adoção pelas operadoras da<br />

última edição da Classificação Brasileira<br />

Hierarquizada de Procedimentos Médicos<br />

(CBHPM) plena para consultas e procedimentos<br />

(que é a referência da categoria e<br />

Assembleia médica<br />

A decisão pela paralisação de 15 a<br />

17 de outubro foi tomada em assembleia<br />

realizada no dia 1º de outubro, no Simers.<br />

Na ocasião, os médicos deram "cartão<br />

vermelho" às empresas que não valorizam<br />

minimamente os profissionais. Pesquisa<br />

com mais de mil médicos apontou que<br />

quase 50% defendem descredenciamento<br />

das empresas que pagam mal e não se<br />

mostram interessadas em estabelecer um<br />

novo patamar de remuneração.<br />

4 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


no Estado<br />

Dados da Agência Nacional de Saúde<br />

Suplementar (ANS), que regula o setor<br />

e não tem regulamentado a política de<br />

remuneração das operadoras, apontam<br />

que a receita das empresas cresceu 191%<br />

desde 2003. A população de usuários é de<br />

quase 48 milhões de pessoas. No RS, são<br />

cerca de 5 milhões. E cerca de 16 mil dos<br />

25 mil médicos em atividade estão ligados<br />

às operadoras.<br />

O <strong>Cremers</strong> esteve representado na<br />

assembleia pelo presidente Rogério Wolf de<br />

Aguiar e pelos diretores Isaias Levy e Iseu<br />

Milman. Representando o Simers, estiveram<br />

presentes o presidente Paulo de Argollo<br />

Mendes e o diretor Jorge Eltz, e a Amrigs<br />

foi representada pelo presidente Dirceu<br />

Rodrigues e pelo diretor Jorge Utaliz.<br />

119,8%<br />

Inflação acumulada de 2000 a<br />

2011, segundo o IPCA.<br />

150,89%<br />

É o percentual de reajuste nas<br />

mensalidades dos planos (cobradas<br />

dos clientes) no mesmo período.<br />

60%<br />

Reajuste dos valores de consultas<br />

e procedimentos em igual período<br />

foi inferior ao percentual acima.<br />

Números<br />

fundamentam<br />

o protesto<br />

É inegável o desequilíbrio da relação financeira<br />

das operadoras de saúde, com comprovada<br />

defasagem dos honorários pagos aos médicos.<br />

De acordo com o Índice Nacional de Preços<br />

ao Consumidor Amplo (IPCA), de 2000 a<br />

2011 houve inflação acumulada de 119,8%. No<br />

entanto, no mesmo período as mensalidades<br />

dos planos (cobradas dos seus clientes)<br />

sofreram aumento de 150,89% e os valores de<br />

consultas e procedimentos tiveram reajuste<br />

inferior a 60%.<br />

Para combater essa distorção, os médicos,<br />

além da negociação direta com as empresas,<br />

cobram da Agência Nacional de Saúde<br />

Suplementar (ANS) uma nova contratualização,<br />

que inclua índices de reajuste dos honorários<br />

e periodicidade de sua aplicação através<br />

de data base e negociação coletiva com as<br />

entidades médicas. Essa proposta foi entregue<br />

à ANS em abril passado, mas até o momento<br />

não houve resposta.<br />

Síntese das reivindicações<br />

(1) Reajuste dos honorários de<br />

consultas e outros procedimentos,<br />

tendo como referência a CBHPM.<br />

(2) Inserção nos contratos de critério<br />

de reajuste, com índices definidos<br />

e periodicidade, por meio de<br />

negociação coletiva.<br />

(3) Inserção nos contratos de critérios<br />

de descredenciamento.<br />

(4) Resposta da ANS, por meio<br />

de normativa, à proposta de<br />

contratualização, encaminhada<br />

pelas entidades médicas.<br />

(5) Fim da intervenção antiética na<br />

autonomia da relação médicopaciente.<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 5


planos de saúde<br />

Pesquisa revela insatisfação<br />

com planos de saúde<br />

Pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha sobre o atendimento<br />

dos planos de saúde aos pacientes no estado de São Paulo<br />

pode refletir uma realidade existente em todo o país. A pesquisa,<br />

encomendada pela Associação Paulista de Medicina, aponta quais<br />

são os principais problemas relatados pelos usuários de planos:<br />

• dificuldade no agendamento de consultas;<br />

• falhas importantes no atendimento em pronto-socorro;<br />

• dificuldades para realização de exames e procedimentos<br />

de maior custo;<br />

• consequências do descredenciamento de médicos, hospitais<br />

e laboratórios.<br />

A pesquisa retrata um universo de 10 milhões de pacientes da<br />

saúde suplementar. Entre os usuários que utilizaram os serviços<br />

de planos de saúde nos últimos dois anos, 77% tiveram algum<br />

problema (praticamente oito em cada 10). A média foi de 4,2<br />

problemas.<br />

O índice de usuários com problemas foi de 64% para consultas;<br />

40% em exames diagnósticos, e, o que é gravíssimo, 72%<br />

em pronto-socorro, quando a pessoa mais necessita de agilidade<br />

e resolubilidade.<br />

No caso das consultas, as principais queixas são de demora<br />

para marcação, de médico que saiu do plano e demora para autorização.<br />

Em exames diagnósticos, as reclamações recorrentes são<br />

de demora para marcação de exames e procedimentos, poucas<br />

opções de laboratórios, entre outros.<br />

No pronto-socorro, os principais problemas relatados são<br />

recepção lotada e demora para o atendimento.<br />

77% 72% 64% 40%<br />

Usuários que utilizaram os serviços<br />

Usuários com problemas<br />

Usuários com problemas<br />

Usuários com problemas<br />

de planos de saúde nos últimos dois em pronto-socorro.<br />

para consultas.<br />

em exames diagnósticos.<br />

anos e tiveram algum problema.<br />

ANS suspende comercialização de planos<br />

Desde o início de outubro, 301 planos de saúde<br />

administrados por 38 operadoras estão com<br />

venda suspensa em todo o Brasil. De acordo<br />

com a Agência Nacional de Saúde Suplementar<br />

(ANS), a venda dos planos fica interrompida até<br />

que as empresas se adaptem à Resolução 259,<br />

que determina prazos máximos para a marcação<br />

de consultas, exames e cirurgias.<br />

Levantamento do órgão indica que,<br />

entre julho e setembro deste ano,<br />

foram registradas mais de 10 mil<br />

reclamações por parte de usuários<br />

de planos de saúde referentes<br />

ao não cumprimento dos prazos<br />

estabelecidos. Das 1.006 operadoras<br />

médico-hospitalares existentes no<br />

país, 241 receberam pelo menos uma<br />

queixa. Destas, 38 se encaixam na<br />

maior faixa de reprovação (nota 4),<br />

com indicador de reclamação 75%<br />

acima da média estipulada pela ANS.<br />

Para ver a lista completa<br />

dos planos de saúde<br />

suspensos acesse:<br />

www.ans.gov.br<br />

6 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


saúde pública<br />

Punição<br />

maior<br />

para desvios<br />

de verba<br />

na Saúde<br />

Os desvios de recursos nas áreas de educação<br />

e saúde poderão tornar-se crimes<br />

hediondos. É o que estabelece o projeto de<br />

lei do deputado Lobão Filho, já aprovado na<br />

Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE).<br />

O texto é, agora, analisado pela Comissão de<br />

Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).<br />

A proposta (PLS 676/11) altera a Lei<br />

8.072/90, que define os crimes hediondos.<br />

Caso a proposição vire lei, passarão a ser considerados<br />

hediondos crimes de corrupção já<br />

previstos na Lei de Licitações (Lei 8.666/93),<br />

“quando a prática estiver relacionada a licitações,<br />

contratos, programas e ações nas áreas<br />

da saúde pública ou educação pública”. Os<br />

crimes hediondos não são suscetíveis de anistia,<br />

graça, indulto ou fiança.<br />

Na exposição de motivos do projeto,<br />

Lobão Filho lembrou que recentemente<br />

o Departamento de Patrimônio<br />

e Probidade da Advocacia-Geral da<br />

União (AGU) divulgou que cerca de<br />

70% dos recursos públicos desviados<br />

no país são das áreas de educação e<br />

saúde.<br />

A Controladoria-Geral da União<br />

(CGU) informou ainda que, entre<br />

2007 e 2010, foram desviados por<br />

prefeitos ou ex-prefeitos R$ 662,2<br />

milhões nesses dois setores. O dinheiro<br />

seria destinado para a reforma de<br />

escolas e hospitais, compra de merenda<br />

escolar e remédios e procedimentos<br />

do Sistema Único de Saúde (SUS).<br />

<strong>Cremers</strong> segue atuante para melhorar condições<br />

do Hospital Centenário<br />

Atendendo solicitação do Ministério Público, o <strong>Cremers</strong> fez<br />

nova vistoria no Hospital Centenário. No dia 28 de agosto, o<br />

relatório da Comissão de Fiscalização foi encaminhado à promotora<br />

Débora Rezende Cardoso, que solicitou a visita. No documento,<br />

o <strong>Cremers</strong> relata que parte do Termo de Ajustamento de Conduta<br />

(TAC) firmado entre o hospital e o MP não está sendo cumprida.<br />

De acordo com o vice-presidente do <strong>Cremers</strong>, Fernando<br />

Weber Matos, que participou de todas as reuniões que resultaram<br />

no TAC, as escalas continuam incompletas na emergência, faltam<br />

médicos (traumatologista, neurocirurgião e psiquiatra), empresas<br />

terceirizadas sem inscrição no <strong>Cremers</strong> e, portanto, em situação<br />

irregular, além de outros problemas.<br />

Matos relata que a fiscalização do <strong>Cremers</strong> verificou e fotografou<br />

inúmeros equipamentos (desfibriladores, respiradores<br />

artificiais, entre outros) sem número de inscrição patrimonial<br />

e sem origem definida. “O curioso é que os aparelhos foram<br />

colocados no hospital um dia antes da nossa vistoria”, comenta<br />

o vice-presidente, acrescentando que o <strong>Cremers</strong> fez a sua parte,<br />

inclusive promovendo a interdição ética do trabalho médico no<br />

local, e se mantém atuante na busca de soluções para o hospital<br />

de São Leopoldo.<br />

<strong>Cremers</strong><br />

encaminhou<br />

relatório ao<br />

MP sobre<br />

problemas<br />

do hospital<br />

de São<br />

Leopoldo<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 7


ipe-saúde<br />

Suspensas portarias<br />

e ordens de serviço<br />

Depois de uma reunião que durou quatro horas, o diretor<br />

médico do Instituto de Previdência do Estado (IPE), Antônio<br />

de Pádua Vargas Alves, anunciou a suspensão das portarias que<br />

influenciam na autonomia do trabalho médico. A decisão foi<br />

tomada no dia 8 de outubro durante reunião do Grupo Paritário do<br />

IPE-Saúde (<strong>Cremers</strong>, Simers, Amrigs, Fehosul, Arghs e Federação<br />

das Santas Casas). O diretor Iseu Milman representou o <strong>Cremers</strong>.<br />

A medida contempla reivindicação das entidades médicas,<br />

que sugeriram ainda uma nova redação para as portarias, que<br />

serão reeditadas. A reunião contou com as presenças de representantes<br />

da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e do Conselho<br />

Deliberativo do IPE.<br />

As entidades médicas entregaram as considerações técnicas<br />

das sociedades especializadas para somar ao processo de adoção<br />

da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos<br />

Médicos (CBHPM) nas tabelas do IPE. O processo vem se arrastando<br />

há quase dois anos, e recentemente foi composta uma<br />

comissão para analisar e implantar a CBHPM no Instituto.<br />

Portarias que interferiam no trabalho médico foram<br />

suspensas após reunião no IPE<br />

O IPE solicitou mais 15 dias aos hospitais para analisar a possibilidade<br />

de aplicação do Preço Máximo ao Consumidor (PMC)<br />

em medicamentos. As entidades hospitalares cobraram também<br />

resposta do Instituto para a quitação das Solicitações Eletrônicas<br />

de Recálculo de Notas (SRNs) de 2005 a 2009, somando cerca de<br />

R$ 27 milhões. Os prestadores de serviços solicitaram ainda informações<br />

oficiais sobre o balanço financeiro do plano de saúde.<br />

IPE-Saúde: impasse une entidades<br />

Entidades médicas seguem mobilizadas<br />

também em relação ao Instituto<br />

Representantes do <strong>Cremers</strong>, Simers, Amrigs e<br />

entidades hospitalares, que fazem parte do Grupo<br />

Paritário juntamente com o IPE, estiveram reunidos<br />

no dia 2 de outubro, na sede do Simers, para discutir<br />

a difícil relação dos prestadores de serviços com o<br />

Instituto e também para buscar soluções que evitem<br />

a desassistência médica aos beneficiários.<br />

A reivindicação é no sentido de que o IPE respeite o<br />

compromisso assumido em agosto do ano passado<br />

e aplique a Classificação Brasileira Hierarquizada de<br />

Procedimentos Médicos (CBHPM), remunerando<br />

de forma mais adequada consultas e demais<br />

procedimentos médico-hospitalares.<br />

O presidente do <strong>Cremers</strong>, Rogério Wolf<br />

de Aguiar, entende que o IPE-Saúde hoje<br />

não agrada nem os médicos, que não se<br />

sentem recompensados sob o ponto de<br />

vista financeiro, nem os beneficiários, que<br />

encontram dificuldades de atendimento.<br />

O diretor Isaias Levy, que tem participado<br />

de inúmeras reuniões no IPE como<br />

representante do <strong>Cremers</strong> no Grupo<br />

Paritário, diz que o problema vem se<br />

arrastando há dois anos, prejudicando<br />

beneficiários, médicos e demais<br />

prestadores de serviços do IPE-Saúde.<br />

8 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


orientação<br />

Nota do <strong>Cremers</strong> sobre<br />

cobrança de ‘direito de imagem’<br />

Assessoria Jurídica do <strong>Cremers</strong> emitiu a Nota Técnica<br />

A nº 20/<strong>2012</strong> a respeito de o médico pretender cobrar direito<br />

de imagem em eventuais filmagens de algum procedimento médico.<br />

O documento, aprovado em Sessão Plenária de 2 de outubro,<br />

traduz a posição do <strong>Cremers</strong> – seguida também pelo CFM - sobre<br />

o tema e conclui que o médico pode recusar a filmagem do ato<br />

médico ou exigir que esta se faça com restrições, de modo a<br />

proteger a sua imagem, pouco importando o uso que se dará ao<br />

material posteriormente.<br />

Entretanto, em relação à cobrança decorrente do direito de<br />

imagem, a referida Nota Técnica concluiu ser esta prática não<br />

recomendável do ponto de vista ético, conforme destaca o advogado<br />

Guilherme Brust Brun em sua conclusão: “... autorizando<br />

o médico a filmagem do parto, é prática não recomendável do<br />

ponto de vista ético cobrar pelo “direito à imagem”, eis que<br />

potencialmente se enfraquece a relação médico-paciente, na<br />

medida em que o trato com o paciente passa a contemplar outras<br />

questões que não puramente a execução do ato médico e sua<br />

remuneração estrita”.<br />

Em resumo, o entendimento do <strong>Cremers</strong> é no sentido de que:<br />

ou não se permite a filmagem, de forma a proteger o direito de<br />

imagem do médico, ou se permite, com ou sem restrições, não a<br />

condicionando a qualquer pagamento.<br />

Confira a Nota Técnica na íntegra:<br />

www.cremers.org.br<br />

Saúde do Estado<br />

em discussão<br />

O <strong>Cremers</strong> recebeu a visita do secretário estadual da Saúde Ciro Simoni<br />

no dia 17 de agosto. Em reunião com o presidente Rogério Aguiar, o<br />

vice-presidente Fernando Matos e o segundo-secretário Isaias Levy, foram<br />

debatidos problemas da saúde no Estado. Entre os assuntos abordados<br />

figuraram a questão das UTIs neonatais, principalmente a de Canguçu, e o<br />

programa de vacina contra a gripe A.<br />

Os dirigentes do Conselho forneceram uma série de informações<br />

resultantes da fiscalização na UTI neonatal de Canguçu, e o secretário<br />

afirmou que, apesar das dificuldades para se conseguir esse tipo de leito<br />

no sul do RS, medidas estão sendo tomadas para melhorar a situação.<br />

Simoni também ressaltou os esforços da Secretaria junto ao Ministério<br />

da Saúde para antecipar a vacinação contra a gripe A em 2013, em<br />

consonância com estudo feito pelas Câmaras Técnicas do Conselho.<br />

O presidente Rogério Aguiar repassou ao secretário informações<br />

Secretário Ciro Simoni debateu questões da saúde, como a campanha<br />

de combate a gripe A, em reunião realizada no <strong>Cremers</strong>.<br />

do Ministério da Saúde da Argentina, que neste ano começou a<br />

vacinação em 1º de março, fazendo um reforço no meio do ano<br />

nas cidades fronteiriças ao Brasil. Foram transmitidas também<br />

informações a respeito do trabalho da Food and Drug Administration<br />

(FDA) e do Centers for Disease Control (CDC) norte-americanos.<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 9


crise na saúde<br />

Perda de leitos no SUS<br />

no brasil,<br />

redução de<br />

41.713<br />

leitos<br />

entre 2005 e <strong>2012</strong>.<br />

número de leitos hospitalares no Brasil sofreu uma redução<br />

de 10,5% entre 2005 e <strong>2012</strong>, de acordo com levan-<br />

O<br />

tamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) com<br />

base nos dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de<br />

Saúde (CNES), do Ministério da Saúde.<br />

O estudo, divulgado dia 12 de setembro pelo CFM, aponta<br />

que, em sete anos, houve uma redução de 41.713 leitos<br />

hospitalares no Sistema Único de Saúde (SUS). O estado mais<br />

prejudicado pela queda é Mato Grosso do Sul, com uma perda<br />

de 26,6% dos leitos.<br />

No Rio Grande do Sul, a queda foi de 10%, passando de<br />

25.249 para 22.715 leitos nesse período. No estado de São<br />

Paulo, foram desativados mais de 10.000 leitos. Dentre as<br />

especialidades mais afetadas estão psiquiatria, clínica geral,<br />

pediatria e obstetrícia.<br />

Em nota, o CFM afirma que os problemas do SUS se devem<br />

ao subfinanciamento e à falta de uma política de saúde pública<br />

eficaz. "Os gestores simplificaram a complexidade da assistência<br />

à máxima de que 'faltam médicos no país’. Porém, não<br />

levam em consideração aspectos como a falta de infraestrutura<br />

física, de políticas de trabalho eficientes para profissionais da<br />

saúde, e, principalmente, de um financiamento comprometido<br />

com o futuro do Sistema Único de Saúde", diz Roberto Luiz<br />

d'Ávila, presidente do CFM.<br />

<strong>Cremers</strong> cobra mais<br />

investimento em Saúde<br />

O presidente do <strong>Cremers</strong>, Rogério<br />

Wolf Aguiar, avalia que a crise da falta<br />

de leitos se deve ao investimento<br />

insuficiente. “O <strong>Cremers</strong> e outras<br />

entidades da saúde estão há muito<br />

tempo fazendo pressão política<br />

por todos os lados para que seja<br />

cumprido o que está na lei. Não é<br />

uma responsabilidade apenas dos<br />

governos atuais, mas dos governantes<br />

que passaram pelo poder nos últimos<br />

10 anos.<br />

Aguiar observa que a carência de<br />

leitos hospitalares é uma das causas<br />

da superlotação de emergências. “Se<br />

houvesse mais leitos disponíveis nos<br />

hospitais e vagas na atenção primária,<br />

muitos dos problemas que chegam<br />

aos hospitais poderiam ser evitados.<br />

A população acaba recorrendo às<br />

emergências, onde, apesar do longo<br />

tempo de espera, ainda é possível<br />

consultar pelo SUS”.<br />

no RS,<br />

foram<br />

fechados<br />

2.534<br />

leitos<br />

no mesmo<br />

período.<br />

10 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


participação<br />

Hospital Unimed de Guaíba:<br />

posse de novos dirigentes<br />

Presidente do Conselho de Administração da Unimed Porto Alegre,<br />

Márcio Pizzato, também participou do ato<br />

No dia 05 de setembro, a diretoria do <strong>Cremers</strong> empossou a<br />

nova diretoria clínica e a comissão de ética do Hospital de<br />

Guaíba da Unimed, ambas eleitas no dia 28 de junho. A cerimônia<br />

ocorreu no auditório do hospital. A gestão é de dois anos.<br />

O diretor técnico Mário Rossi comentou que não é nada fácil<br />

ocupar esse cargo e desenvolver suas atribuições sem a ajuda dos<br />

colegas. Adriana Uranga, ao assumir a diretoria clínica, afirmou<br />

ter a certeza de que o hospital vai crescer ainda mais com a participação<br />

de todos. Seu vice é José Renato Sbardellotto.<br />

O presidente do Conselho de Admi nistração da Unimed Porto<br />

Alegre, Márcio Pizzato, lembrou que a instituição trabalha constantemente<br />

pela valorização do trabalho médico, e parabenizou<br />

os novos diretores e membros da comissão de ética.<br />

O presidente do <strong>Cremers</strong>, Rogério Aguiar, revelou satisfação<br />

ao dar posse aos médicos: “A Unimed merece todo o carinho,<br />

cuidado e empenho de nós, médicos”.<br />

Participaram também do evento: o vice-presidente Fernando<br />

Matos, o primeiro-secretário Ismael Maguilnik, o segundo-secretário<br />

Isaias Levy, o tesoureiro Cláudio Franzen, o corregedor Régis<br />

Porto, o coordenador da Comissão de Fiscalização, Antônio Celso<br />

Ayub, o coordenador da Ouvidoria, Ércio Amaro de Oliveira<br />

Filho, o coordenador de Patrimônio, Iseu Milman, e o coordenador<br />

das Câmaras Técnicas, Jefferson Piva.<br />

Os membros efetivos da comissão de ética, cujo mandato<br />

dura 30 meses, são: José Carlos de Moura Jardim Neto, Diogo<br />

Gonçalves Bardini, Magali Ruas Urtassum e Renan Marcelo dos<br />

Santos Aprato. Os suplentes são: Vera Regina Rodrigues Camacho,<br />

Marcelo Azevedo Fauri, Ubirajara de Lima e Silva e Eduardo<br />

André Kupper Terner.<br />

Hospital Regina: proposta de honorários para pediatras<br />

Representantes da Sociedade Médica do Hospital Regina<br />

(Somehr), de Novo Hamburgo, participaram de reunião com os<br />

representantes da Comissão Estadual de Honorários Médicos<br />

(CEHM) dia 19 de setembro, no <strong>Cremers</strong>. As médicas Clarissa<br />

Nöer, Juliana Oliveira e Aline Souza apresentaram ao grupo as<br />

reivindicações dos pediatras do hospital referentes a consultas e<br />

procedimentos. A proposta foi enviada à Sociedade de Pediatria do<br />

RS (SPRS) para avaliação. Participaram da reunião os dirigentes do<br />

<strong>Cremers</strong>, Isaias Levy; da Amrigs, Jorge Utaliz; e do Simers, Jorge Eltz.<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 11


evento<br />

II Fórum<br />

Presidente Rogério Wolf de Aguiar abriu evento das Câmaras Técnicas do <strong>Cremers</strong>,<br />

coordenadas pelo conselheiro Jeferson Piva<br />

segunda edição do II Fórum de O evento foi aberto pelo presidente<br />

A Auditoria em Saúde do <strong>Cremers</strong>, realizada<br />

nos dias 30 e 31 de agosto, deba-<br />

destacar a importância dos temas progra-<br />

Rogério Wolf de Aguiar, que, depois de<br />

teu temas relevantes como a codificação mados e o trabalho das Câmaras Técnicas<br />

de procedimentos médicos, as tabelas de do <strong>Cremers</strong>, apresentou o conferencista<br />

honorários e a CBHPM, o prontuário médico<br />

e as controvérsias em torno do uso de Médica Brasileira, Florentino de Araújo<br />

da noite, o presidente da Associação<br />

imunobiológicos em reumatologia. Cardoso Filho.<br />

Em sua conferência, o presidente da<br />

AMB abordou aspectos históricos e técnicos<br />

das tabelas de honorários médicos,<br />

destacando a Classificação Brasileira<br />

de Honorários e Procedimentos Médicos<br />

(CBHPM), introduzida em 2003 e ainda<br />

não implantada plenamente em alguns<br />

Estados. “Em alguns lugares ainda há médicos<br />

recebendo pela tabela AMB de 1990”,<br />

lamentou, ressalvando que a CBHPM hoje<br />

é uma realidade, fruto de um grande esforço<br />

das entidades médicas.<br />

- Antes de 2003, a remuneração ocorria<br />

através de inúmeras tabelas, e todas<br />

desconsiderando o médico -, afirmou,<br />

enfatizando que a Classificação está con-<br />

Coordenação:<br />

Dr. Alberi Nascimento Grando<br />

Pres/Sec CT:<br />

Dr. César Augusto Trinta Weber<br />

Componentes:<br />

Dr. Alberi Nascimento Grando<br />

Dr. Antônio Gilberto Cardoso<br />

Dr. César Augusto Trinta Weber<br />

Dr. Eduardo Dias Lopes<br />

Dr. Gerson Lopes Giugno<br />

Dr. Israel Berger<br />

Dr. Paulo Eruí Möller Machado<br />

Vice-presidente Fernando<br />

Matos enfatizou a<br />

importância do prontuário<br />

Registros na prática<br />

médica: aspectos<br />

éticos e legais<br />

Com a miniconferência intitulada ‘Registros na<br />

prática médica: aspectos éticos e legais’, o vicepresidente<br />

Fernando Weber Matos destacou a<br />

importância do prontuário médico, definindo-o<br />

como ‘documento único, com caráter legal e<br />

científico, e sigiloso’. Frisou que o prontuário<br />

médico é tão importante que deve ser preservado<br />

até por mais de 20 anos, prazo definido pela<br />

Resolução 1.639 do CFM. Matos lamentou que não<br />

raro o prontuário é desdenhado pelos médicos,<br />

diferente do que acontece, normalmente, com<br />

outros integrantes da equipe de saúde, que buscam<br />

registrar os eventos com mais atenção. “Hoje, a<br />

palavra do médico já não vale tanto quanto em<br />

outros tempos, hoje é preciso escrever, relatar tudo<br />

com cuidado no prontuário”, afirmou, observando<br />

que o prontuário é o principal documento<br />

solicitado pelos tribunais.<br />

12 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


de Auditoria em Saúde<br />

Avaliação do encontro<br />

O tema ‘Codificação em cirurgias da coluna’<br />

foi abordado pelo vice-presidente da Unimed/<br />

Santa Maria, Mário do Canto. O ortopedista<br />

afirmou que há poucos médicos auditores,<br />

e a atividade preventiva ainda é incipiente.<br />

Ele citou a evolução das normas em cirurgia<br />

da coluna e relatou casos de procedimentos<br />

cobrados erroneamente, orçamentos mal<br />

Dr. Florentino de Araújo Cardoso Filho<br />

solidada, é reconhecida pela ANS e tem<br />

sido ajustada com frequência, sempre<br />

de forma criteriosa. “A cada dois anos é<br />

lançada uma nova edição da CBHPM e<br />

nosso esforço agora é no sentido da adoção<br />

plena da CBHPM direcionando para a<br />

última edição”.<br />

Por fim, entusiasmado, Florentino destacou<br />

que a união das entidades e das<br />

sociedades médicas foi decisiva para a<br />

criação da CBHPM, mostrando que a ação<br />

em conjunto pode resultar em avanços:<br />

“Se estivermos juntos ninguém segura a<br />

classe médica”.<br />

A mesa de abertura foi composta<br />

também pelo presidente e pelo coordenador<br />

da CT de Auditoria Médica, respectivamente<br />

César Trinta Weber e Alberí<br />

Nascimento Grando; pelo presidente da<br />

Amrigs, Dirceu Rodrigues, e pela diretora<br />

do Simers Ana Maria Martins.<br />

Palestrante destacou<br />

que há carência<br />

de auditores<br />

Codificação<br />

em cirurgias<br />

da coluna<br />

feitos e excesso de gastos, que implicam em<br />

glosas por parte dos auditores.<br />

O painel foi coordenado por Israel Berger e<br />

Alberí Nascimento Grando, ambos da CT de<br />

Auditoria em Saúde. Os comentários ficaram<br />

a cargo de Alexandre Guedes Marcolla, da CT<br />

de Ortopedia.<br />

O presidente da CT de Auditoria do<br />

<strong>Cremers</strong>, César Trinta Weber, depois<br />

de reunido com seus companheiros de<br />

câmara, teve consolidada sua avaliação<br />

de que o evento atingiu seus objetivos,<br />

principalmente ao aprofundar o debate<br />

em torno de uma das “bandeiras de<br />

maior relevância para a classe médica,<br />

que é a remuneração”:<br />

- A importância do evento, em sua<br />

segunda edição, pode ser comprovada<br />

pela presença do presidente da<br />

Associação Médica Brasileira, Dr.<br />

Florentino de Araújo Cardoso Filho,<br />

que proferiu a conferência de abertura,<br />

e de lideranças médicas do Estado.<br />

Além disso, foi gratificante perceber o<br />

interesse de todos em discutir a questão<br />

da remuneração médica, em especial a<br />

CBHPM, que estabelece patamares éticos<br />

mínimos para consultas e procedimentos<br />

médicos. Tivemos manifestações<br />

oportunas e esclarecedoras, objetivas,<br />

de reconhecimento do trabalho dos<br />

auditores, e não faltou também quem<br />

apontasse condutas indesejáveis sob o<br />

ponto de vista ético. Enfim, o <strong>Cremers</strong><br />

está de parabéns pela coragem de<br />

enfrentar questões áridas ao realizar esse<br />

fórum, que se encaminha agora para a<br />

terceira edição.<br />

A CT de Auditoria em Saúde do<br />

<strong>Cremers</strong> é constituída também de Alberi<br />

Nascimento Grando (coordenador),<br />

Antônio Gilberto Cardoso, Eduardo<br />

Dias Lopes, Gerson Lopes Giugno, Israel<br />

Berger e Paulo Eruí Möller Machado.<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 13


evento<br />

A programação do dia 31 começou<br />

com um debate sobre a codificação de<br />

procedimentos médicos. O presidente da<br />

AMB, Florentino de Araújo Cardoso Filho,<br />

explanou sobre a forma como a CBHPM<br />

foi elaborada, citando os critérios levados<br />

em conta para a hierarquização, valoração<br />

e pontuação dos procedimentos. “O ato<br />

médico mais importante é a consulta, e deve<br />

ser o carro-chefe na luta pela valorização<br />

profissional. A boa consulta otimiza<br />

recursos, satisfaz o paciente e economiza<br />

em exames”, ponderou, lembrando que as<br />

atualizações de valores devem ser feitas em<br />

parceria com as operadoras.<br />

O dirigente falou, ainda, sobre a<br />

importância das sociedades de<br />

especialidades na atualização dos<br />

procedimentos, e lembrou a luta pela<br />

implantação da CBHPM no SUS. “Onde<br />

há organização e unidade, chegamos a<br />

algo mais”, refletiu.<br />

A atividade foi coordenada por Eduardo<br />

D. Lopes, da Câmara Técnica (CT) de<br />

Auditoria em Saúde do <strong>Cremers</strong>, e pelo<br />

Corregedor adjunto Joaquim José Xavier,<br />

e contou com os comentários de Paulo<br />

Eruí e Alberi Nascimento Grando, ambos<br />

da CT de Auditoria em Saúde.<br />

Codificação de<br />

procedimentos médicos<br />

CBHPM foi tema da palestra do presidente da AMB<br />

Histórico da terapia com anticorpos foi destacado<br />

Imunobiológicos em reumatologia<br />

Mesa-redonda sobre o<br />

uso de imunobiológicos<br />

em reumatologia abriu a<br />

programação da tarde. O<br />

reumatologista Ubirajara Pirilo,<br />

do Hospital Moinhos de Vento,<br />

relembrou o histórico da terapia<br />

com anticorpos, demonstrando<br />

estudos que avaliam os<br />

diferentes resultados de<br />

combinações de medicamentos<br />

e suas utilizações atuais.<br />

O chefe do serviço de reumatologia<br />

do Hospital de Clínicas, Ricardo Xavier,<br />

discorreu sobre o impacto da imunobiologia<br />

na especialidade. O médico tocou em<br />

pontos como desfechos terapêuticos, custos<br />

e reflexos na prática médica e na qualidade<br />

de vida dos pacientes.<br />

A mesa foi coordenada pelo<br />

primeiro-secretário do <strong>Cremers</strong>, Ismael<br />

Maguilnik, e Antônio Cardoso, da CT de<br />

Auditoria em Saúde.<br />

A dimensão externa do Prontuário Médico<br />

O evento foi encerrado com a<br />

miniconferência ‘A dimensão externa do<br />

prontuário médico’, do presidente da<br />

Câmara Técnica de Auditoria do <strong>Cremers</strong>,<br />

César Trinta Weber, seguida de comentários<br />

do coordenador jurídico do Conselho,<br />

Jorge Perrone. Weber também enfatizou<br />

a importância de um prontuário médico<br />

bem preenchido. “Quanto mais completas<br />

as informações descritas no prontuário,<br />

melhor. O médico necessita compreender<br />

a importância do preenchimento adequado<br />

do prontuário médico, não só por se tratar<br />

14 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong><br />

de um dever ético profissional, mas pelas<br />

implicações que a ausência ou mesmo o<br />

preenchimento incompleto das informações<br />

relativas à assistência prestada pode<br />

ocasionar em outras instâncias”, concluiu.<br />

Aspectos jurídicos<br />

O coordenador jurídico Jorge Perrone<br />

esclareceu os presentes sobre detalhes<br />

jurídicos que envolvem o preenchimento<br />

adequado do prontuário médico e também<br />

fez questão de reafirmar o cuidado que o<br />

médico deve ter. “A cada dia se torna mais<br />

Dr. César Trinta Weber<br />

importante o correto preenchimento do<br />

prontuário. Além de uma obrigação, segundo<br />

o Código de Ética Médica, o preenchimento<br />

do prontuário de forma adequada é um<br />

dever do médico para com ele mesmo e a<br />

instituição”, afirmou.


questionamento<br />

‘Vaga Sempre’: omissão em casos de<br />

superlotação de emergências<br />

<strong>Cremers</strong> questiona portaria da Secretaria da Saúde e cobra aplicação<br />

da Resolução 05/2011, que dispõe sobre ‘Vaga Zero’.<br />

Assessoria Jurídica do <strong>Cremers</strong> emitiu nota técnica em<br />

A que analisa o conceito de ‘Vaga Sempre’, da Portaria<br />

263/<strong>2012</strong> da Secretaria Estadual da Saúde. No documento,<br />

aprovado pela diretoria do Conselho, a advogada Michele<br />

Souza Milanesi, que integra a equipe do coordenador<br />

jurídico Jorge Perrone, conclui que a medida contraria a<br />

Resolução <strong>Cremers</strong> nº 004/2011, alterada pela Resolução<br />

nº 05/2011, que dispõe sobre Vaga Zero.<br />

O documento avalia que “tão logo a instituição hospitalar<br />

tenha aderido ao programa governamental deverá<br />

deixar a gerência de todos os seus leitos a cargo da Central<br />

de Regulação, a qual não obedecerá, necessariamente, às<br />

referências territoriais”.<br />

E lembra que a Resolução do CFM nº 1.671/03 estabelece<br />

que a regulação médica das emergências é o elemento<br />

ordenador e orientador da atenção pré-hospitalar e que<br />

a competência técnica do profissional médico regulador é<br />

a de “julgar e decidir sobre a gravidade de um caso que<br />

lhe está sendo comunicado por rádio ou telefone, enviar<br />

os recursos necessários ao atendimento (com ou sem a<br />

presença do médico na ocorrência), monitorar e orientar<br />

o atendimento feito por outro profissional de saúde habilitado<br />

ou por médico intervencionista e definir e acionar<br />

o hospital de referência ou outro meio necessário ao<br />

atendimento”.<br />

O parecer observa que a “referida Resolução veio,<br />

portanto, aclarar os termos da Portaria nº 2.048/2002<br />

do Ministério da Saúde que estabeleceu o Regulamento<br />

Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência;<br />

tendo, igualmente, previsto a possibilidade de cada<br />

Conselho Regional de Medicina, considerando as particularidades<br />

regionais, normatizar sobre outro modo de regulação<br />

médica. Tendo em vista esta competência, no âmbito<br />

deste regional, publicou-se a Resolução nº 04/2011,<br />

após modificada pela Resolução nº 05/2011”.<br />

Em sua análise, a assessora destaca: As referidas resoluções<br />

regionais foram publicadas com o intuito de restringir<br />

o alcance de aplicação da normativa ministerial, a qual<br />

previa que competiria ao médico regulador “decidir os<br />

destinos hospitalares não aceitando a inexistência de leitos<br />

vagos como argumento para não direcionar os pacientes<br />

para a melhor hierarquia disponível em termos de serviços<br />

de atenção de urgência, ou seja, garantir o atendimento nas<br />

urgências, mesmo nas situações em que inexistam leitos<br />

vagos para a internação de pacientes (a chamada ‘vaga<br />

zero’) para internação)”. Dessa forma, a Resolução nº<br />

05/2011 do CREMERS veio limitar a interpretação ampla e<br />

irrestrita que se estava utilizando para o instituto do ‘Vaga<br />

Zero’, restringindo-a aos casos de iminente risco de morte,<br />

sempre observando o princípio constitucional da dignidade<br />

da pessoa humana.<br />

O conceito de ‘Vaga Sempre’ pretende que a gerência<br />

dos leitos de uma determinada instituição hospitalar que<br />

tenha aderido ao programa governamental seja realizada<br />

somente pela Central de Regulação. As referidas normativas<br />

não fazem qualquer referência a respeito de situações de<br />

superlotações e das providências a serem tomadas pelos<br />

médicos reguladores nestes casos. O silêncio, todavia, leva a<br />

uma projeção pessimista a respeito do instituto ‘Vaga Zero’.<br />

Conclusão<br />

“Assim sendo, as disposições da Resolução nº 05/2011<br />

do CREMERS aplicam-se, também, para o instituto do<br />

“VAGA SEMPRE” quando aplicado de maneira ampla e irrestrita,<br />

dando ensejo à interpretação no sentido de que tendo<br />

determinada instituição hospitalar “acordado com o conceito<br />

de VAGA SEMPRE”, conforme dispõe a portaria estadual,<br />

teria a obrigação de receber pacientes encaminhados pela<br />

Central de Regulação, ainda que sua capacidade de atendimento<br />

esteja esgotada”.<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 15


atualização<br />

Urgência e Emergência<br />

Nos dias 15 e 16 de<br />

outubro, o <strong>Cremers</strong><br />

centralizou os debates<br />

em torno de um dos<br />

temas mais importantes<br />

da assistência de saúde<br />

no Brasil ao promover,<br />

com apoio do CFM, o<br />

III Fórum Nacional de<br />

Urgência e Emergência,<br />

realizado pela primeira<br />

vez fora de Brasília.<br />

Fórum realizado no <strong>Cremers</strong> reuniu especialistas e gestores de todo o País<br />

Durante os dois dias, gestores e especialistas<br />

do Estado e do País debateram<br />

questões como: a superlotação das<br />

emergências, a escassez de leitos hospitalares,<br />

a escassa valorização do médico<br />

emergencista, a proposta de criar a especialidade<br />

médica em urgência e emergência,<br />

a ‘vaga zero’ e a limitação do número de<br />

pacientes por médico, a partir de resolução<br />

editada pelo <strong>Cremers</strong> no ano passado.<br />

O presidente do <strong>Cremers</strong>, Rogério Wolf<br />

de Aguiar, abriu o evento saudando os seus<br />

organizadores, o coordenador das Câmaras<br />

Técnicas do Conselho, Jeferson Piva, o coordenador<br />

da CT de Urgência e Emergência,<br />

Luiz Alexandre Alegretti Borges, e o coordenador<br />

da CT de Urgência e Emergência<br />

do CFM, Mauro Ribeiro.<br />

- O <strong>Cremers</strong> tem como dever de ofício<br />

enfrentar não apenas questões pontuais<br />

envolvendo médicos, mas também respaldar<br />

e estimular encontros como este sobre<br />

urgência e emergência para que possamos<br />

trabalhar juntos na busca de soluções que<br />

levem a um atendimento melhor à população<br />

e à valorização dos profissionais<br />

médicos.<br />

O secretário da Saúde de Porto Alegre,<br />

Carlos Henrique Casartelli, também destacou<br />

a relevância do encontro e aproveitou<br />

para manifestar sua solidariedade à luta<br />

para que a emergência seja também uma<br />

especialidade médica, prevendo que se isso<br />

acontecer será uma conquista para a saúde.<br />

O vice-presidente da Associação<br />

Médica Brasileira, Newton Barros, comen-<br />

Coordenador destaca<br />

Dr. Luiz Alexandre Alegretti Borges<br />

16 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


em debate no <strong>Cremers</strong><br />

tou que é sempre importante debater as<br />

questões que envolvem a emergência<br />

e também a proposta de especialidade<br />

médica para os emergencistas. O diretor<br />

da Amrigs, Alfredo Cantalice Neto, disse<br />

que o ‘evento empolga por sua programação<br />

abrangente‘ e avaliou que hoje<br />

as emergências superlotam também em<br />

função de equipes básicas de saúde em<br />

número insuficiente.<br />

O coordenador da CT de Urgência<br />

e Emergência, Luiz Alexandre Alegretti<br />

Borges, agradeceu pelo fato de <strong>Cremers</strong><br />

e CFM colocarem como prioridade essa<br />

área de atuação e anunciou a proposta<br />

os principais pontos do evento<br />

“Estamos muito satisfeitos porque contamos<br />

com a participação de convidados com<br />

grande experiência na área, inclusive de<br />

outros estados, e conselheiros de outros<br />

CRMs. Dois pontos merecem destaque: a<br />

apresentação do perfil das emergências no<br />

estado, elaborado através das relevantes<br />

respostas de um questionário enviado aos<br />

hospitais, e a apresentação de um curso de<br />

capacitação para os médicos que já trabalham<br />

em emergência, que será modelo para o<br />

Brasil e terá a colaboração da Secretaria<br />

Estadual da Saúde e do Ministério da Saúde.<br />

Ficamos motivados com as manifestações<br />

dos participantes, que também elogiaram a<br />

qualidade do conteúdo dos debates”.<br />

de criar, com apoio de gestores públicos<br />

e privados, cursos de atualização e capacitação<br />

de emergencistas, além de manter<br />

firme a luta para transformar emergência<br />

em especialidade médica.<br />

Prioridades para melhorar<br />

as emergências<br />

Também integrante da mesa de abertura,<br />

o coordenador da CT de Urgência e<br />

Emergência do CFM, Mauro Ribeiro, afirmou<br />

que as emergências são consideradas<br />

o ‘patinho feio’ do sistema e que isso<br />

precisa mudar. Entre as lutas prioritárias<br />

para que o serviço melhore, ele listou uma<br />

série de medidas, como:<br />

Abertura de mais leitos, em especial<br />

leitos de UTI para os pacientes das<br />

áreas vermelha e laranja das emergências;<br />

melhoria da capacitação das equipes;<br />

criação da especialidade médica em<br />

Dr. Mauro Ribeiro<br />

emergência; acolhimento com classificação<br />

de risco em todos os hospitais de<br />

pronto-socorro; condições dignas de trabalho<br />

aos médicos das emergências, que<br />

trabalham sobrecarregados; regulação do<br />

sistema desde os programas de prevenção<br />

até os hospitais; a ‘vaga zero’ e a limitação<br />

do número de pacientes por médico,<br />

segundo resolução 07/2011 do <strong>Cremers</strong>.<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 17


atualização<br />

Fluxos dos serviços de urgência e emergência<br />

Depois da abertura, foi realizado<br />

o primeiro módulo do evento,<br />

com o título Dimensionamento<br />

e gerenciamento de fluxo dos<br />

serviços de urgência e emergência,<br />

coordenado por Luiz Alexandre<br />

Alegretti Borges.<br />

Integrante da Rede Brasileira de<br />

Cooperação em Emergência, Zilda<br />

Barbosa falou sobre o tema Estrutura<br />

da Emergência, recursos humanos<br />

correspondem à estrutura hospitalar e<br />

obedecem a Legislação Portaria 2048?<br />

Na sequência, o chefe da emergência<br />

do Hospital Moinhos de Vento, Sérgio<br />

Frederes, abordou ‘Gerenciamento<br />

do fluxo: impacto na qualidade dos<br />

Serviços’.<br />

Formação para<br />

a emergência<br />

Emergências: médico exposto<br />

e população insatisfeita<br />

Coordenado pelo primeiro-secretário do <strong>Cremers</strong>,<br />

Ismael Maguilnik, o módulo II tratou da Formação para o<br />

trabalho médico em Urgência e Emergência.<br />

A coordenadora da Residência de emergência do HPS,<br />

Ana Paula Freitas, discorreu sobre o tema ‘Residência<br />

médica em emergência – faz a diferença?’.<br />

Depois, o assunto foi Capacitação e Qualificação mínima<br />

exigida dos médicos que hoje atuam nas Emergências,<br />

abordado por Fernando Fernandes, chefe da Emergência<br />

do Hospital Divina Providência.<br />

O coordenador da CT de Urgência e Emergência do<br />

<strong>Cremers</strong>, Luiz Alexandre Borges, voltou a defender o<br />

projeto de tornar a emergência uma especialidade médica<br />

ao falar sobre o tema ‘Emergência como Especialidade –<br />

Impacto na Organização das Emergências’, apontando as<br />

vantagens que o sistema terá se a proposta for aprovada.<br />

O presidente do Conselho Federal de<br />

Medicina, Roberto D’Avila, proferiu a<br />

conferência ‘Atendimento médico de<br />

emergência no Brasil, um caos: médico<br />

exposto e população insatisfeita’, na<br />

abertura do evento.<br />

Depois de relatar experiências<br />

que teve em suas viagens pelo país,<br />

constatando as dificuldades de trabalho<br />

dos médicos e de assistência nessa<br />

área, D’Avila comentou que há uma<br />

demanda crescente nas urgências e<br />

emergências, que ‘estão assumindo<br />

a condição de porta de entrada do<br />

sistema, o que não pode ocorrer’.<br />

Algumas das causas para a<br />

atual situação do setor foram<br />

enumeradas pelo presidente do CFM:<br />

subfinanciamento, mau gerenciamento,<br />

subdimensionamento, concentração<br />

de especialidades em grandes centros,<br />

insuficiência da rede de média<br />

complexidade e escassez de leitos.<br />

“Acima de tudo falta vontade política<br />

para melhorar essa situação”, salientou.<br />

- A área das emergências, com raras<br />

exceções, é a mais negligenciada<br />

nos hospitais, e deveria ser a mais<br />

Dr. Roberto D'Avila, presidente do CFM<br />

privilegiada -, frisou, comentando<br />

que não há estímulo financeiro,<br />

trabalhista e intelectual para os<br />

médicos que ali atuam.<br />

Entre as dificuldades a que estão<br />

sujeitos os médicos das emergências,<br />

citou: maior exposição ao erro<br />

profissional, dificuldade na preservação<br />

do sigilo, ausência de vínculo com<br />

pacientes, sobrecarga e desvalorização<br />

profissional.<br />

D’Avila abordou também aspectos<br />

dos processos éticos e das demandas<br />

judiciais envolvendo médicos.<br />

18 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


Regulação médica na urgência e emergência<br />

O fórum prosseguiu à tarde com<br />

um painel sobre ‘Regulação Médica<br />

na Urgência e Emergência’, realizado<br />

sob coordenação de Jader Gus<br />

(Coordenador Médico do SAMU POA).<br />

A primeira exposição foi de Luciano<br />

Eifler, coordenador do Núcleo de Ensino<br />

e Pesquisa do SAMU de POA, que falou<br />

sobre ‘Regulação no Pré-hospitalar’.<br />

Depois, o tema foi Regulação Hospitalar<br />

– interação hospital/emergência,<br />

palestra de Roberta Dalcin – Chefe da<br />

Emergência do Hospital HPS Canoas.<br />

‘Responsabilidade na Transferência do<br />

Paciente Inter-hospitalar Municipal e<br />

Estadual’ foi a palestra do conselheiro<br />

do <strong>Cremers</strong> Paulo Amaral, encerrando<br />

a mesa.<br />

Dimensionamento do trabalho médico nas emergências<br />

Em continuidade, ocorreu o quarto<br />

módulo, intitulado ‘Dimensionamento do<br />

trabalho médico no setor de urgência<br />

e emergência segundo o critério de<br />

necessidades populacionais’, com o<br />

coordenador da CT de Urgência e<br />

Emergências do CFM, Mauro Ribeiro.<br />

‘Classificação de risco: suas implicações<br />

na organização do sistema’, abriu o painel.<br />

Palestra de Welfane Cordeiro Junior,<br />

coordenador do Comitê de Urgência e<br />

Emergência de Minas Gerais.<br />

Depois, o vice-presidente do <strong>Cremers</strong>,<br />

Fernando Matos, abordou o tema ‘Efeitos<br />

das Resoluções CREMERS 07/2011<br />

(relação médico/paciente) e 09/2011<br />

(médico regulador), que servirão de base<br />

para resoluções do CFM nesse sentido.<br />

Por fim, Jorge Osório, coordenador do<br />

Comitê de Urgência e Emergência de<br />

Porto Alegre, falou sobre ‘Avaliação da<br />

Rede de Emergência no RS’.<br />

Resoluções sobre 'vaga zero'<br />

e médico regulador<br />

O vice-presidente Fernando Matos<br />

falou das resoluções do <strong>Cremers</strong><br />

que versam sobre atividades das<br />

emergências, destacando aspectos<br />

das decisões sobre a chamada<br />

“vaga zero” e a presença do<br />

médico regulador – ou gerente<br />

de fluxos – nos serviços. “Essas<br />

resoluções são fruto de estudos,<br />

apelos e denúncias que recebemos<br />

sobre a situação das emergências.<br />

A resolução da Vaga Zero, em<br />

especial, resguarda o direito dos<br />

médicos de recusar mais pacientes<br />

em emergências já lotadas”,<br />

explicou.<br />

Coordenação:<br />

Dr. Luiz Alexandre Alegretti Borges<br />

Pres/Sec CT:<br />

Dr. João Albino Potrich<br />

Componentes:<br />

Dr. Antônio Rogério Proença Tavares Crespo<br />

Dra. Helena Barreto dos Santos<br />

Dra. Maria Rita de Assis Brasil<br />

Dr. Sérgio Luís Amantéa<br />

Dr. Sérgio Noll Louzada<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 19


atualização<br />

Direitos humanos e urgência e emergência<br />

O tesoureiro do <strong>Cremers</strong> e<br />

delegado do CFM, Cláudio Franzen,<br />

coordenou o painel sobre o tema<br />

Direitos Humanos e Urgência<br />

e Emergência, que teve como<br />

palestra de abertura a participação<br />

do Promotor Público Mauro<br />

Luís Silva de Souza, abordando<br />

o tema ‘Direitos da população e<br />

responsabilização dos Gestores’.<br />

Em seguida, o Juiz de Direito<br />

Martin Schulze palestrou sobre<br />

a judicialização da saúde, outro<br />

assunto muito polêmico. Para<br />

concluir o painel, a conselheira<br />

corregedora do Cremesc, Rachel<br />

Moritz, falou sobre aspectos<br />

éticos e legais do atendimento de<br />

emergência.<br />

Políticas de saúde do MS<br />

As atividades do segundo dia do evento<br />

começaram com o tema Políticas<br />

de Saúde do Ministério da Saúde e<br />

secretarias estaduais, sob coordenação de<br />

Aloísio Tibiriçá Miranda, 2º Vice-Presidente<br />

do CFM.<br />

Depois, o tema foi ‘O Ministério da<br />

Saúde como parceiro na logística e no<br />

financiamento dos Cursos em todos os<br />

Estados, com participações de Anderson<br />

Messias Silva Fagundes e Felipe Proença de<br />

Oliveira, ambos do Ministério da Saúde.<br />

‘Capacitação dos Médicos das<br />

Emergências: Modelo de Curso a ser<br />

implantado, palestra de Márcio Rodrigues,<br />

Emergencista do Hospital de Clínicas de<br />

POA, abriu a mesa.<br />

O secretário da Saúde do RS, Ciro<br />

Simoni, fechou o módulo VI abordando<br />

o tema ‘De que forma a Secretaria<br />

Estadual de Saúde pode contribuir para a<br />

capacitação dos médicos que atuam nas<br />

emergências do Estado’.<br />

Particularidades das diferentes emergências<br />

O diretor técnico do Hospital Cristo Redentor, João Albino Potrich, coordenou<br />

o módulo ‘Particularidades das diferentes emergências’, que começou com<br />

palestra da vice-presidente do Simers, Maria Rita de Assis Brasil, que discorreu<br />

sobre o tema ‘Perfil das emergências gaúchas, realidade atual’.<br />

Depois, foi a vez de Sérgio Noll Louzada, da CT de Urgência e Emergência do<br />

<strong>Cremers</strong>. O tema abordado foi ‘Psiquiatria – leitos de internação reduzidos.<br />

A terceira palestra foi ‘Trauma – protocolos específicos’, de Daniel Pedrolo,<br />

Emergencista do HPS/HCPA. O coordenador do Serviço de Emergência do<br />

Hospital Santo Antônio, Sérgio Amantea, proferiu a palestra ‘Pediátrica – maior<br />

vigilância’. Por fim, Juliana Sommer, chefe da Emergência do Hospital Conceição,<br />

falou sobre ‘Geral – superlotação’.<br />

20 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


“A proposta de oportunizar qualificação aos<br />

profissionais que atendem essa área é muito<br />

importante para nós, e a Secretaria da Saúde<br />

quer participar desse processo”.<br />

Dr. Ciro Simoni,<br />

Secretário Estadual da Saúde<br />

Fluxo de atendimento<br />

pós-classificação de risco<br />

Sob coordenação de Roberta Dalcin, Chefe da Emergência<br />

do Hospital HPS Canoas, foi realizado o módulo VIII, aberto<br />

com palestra de Dra. Helena Barreto dos Santos, Assessora de<br />

Planejamento e Avaliação no HCPA, que falou sobre ‘Reavaliação<br />

clínica dos pacientes’.<br />

‘Interação Hospital-UPA/Rede Básica’, palestra de Jorge Osório,<br />

coordenador do Comitê de Urgência e Emergência de POA,<br />

foi a segunda do painel, concluído por Adriana Mafra, assessora<br />

da Superintendência do Pronto Socorro do Hospital Odilon<br />

Behring, de Belo Horizonte/MG. A palestrante abordou o tema<br />

‘Como adequar a Classificação de risco para cada realidade?’.<br />

Ética nas emergências<br />

Coube ao Corregedor Adjunto<br />

do <strong>Cremers</strong>, Joaquim José Xavier,<br />

coordenar o último módulo do<br />

fórum, que tratou de ética nas<br />

emergências.<br />

Depois, Luís Antônio Nasi,<br />

coordenador da Unidade<br />

Vascular do HCPA, falou sobre ‘O<br />

atendimento inicial na Emergência<br />

muda o prognóstico, de que forma?’.<br />

‘É ético tratarmos pacientes críticos<br />

nas Emergências. De quem é a<br />

responsabilidade?’, foi o tema da<br />

instigante palestra de Jairo Othero,<br />

da CT de Cuidados Paliativos do<br />

<strong>Cremers</strong>.<br />

O painel foi encerrado com<br />

a palestra do Corregedor do<br />

<strong>Cremers</strong>, Régis de Freitas Porto,<br />

que abordou o tema ‘Trabalho de<br />

grande exposição – como o médico<br />

pode reduzir os riscos de Processo<br />

Ético-Profissional’.<br />

O presidente da Associação Brasileira<br />

de Medicina de Emergência, Frederico<br />

Arnaud, proferiu a conferência ‘Como<br />

valorizar o médico e o trabalho na<br />

urgência e emergência’, em módulo<br />

que teve como coordenadora<br />

Ana Paula Freitas, responsável pela<br />

Residência de Emergência do HPS de<br />

Porto Alegre.<br />

Arnaud defendeu a humanização das<br />

emergências e melhores condições<br />

de trabalho para os médicos. “Nada<br />

vai mudar no Brasil se não houver o<br />

reconhecimento dessa especialidade.<br />

A residência é o que trará a<br />

modificação que precisamos na<br />

captação dos profissionais”, salientou<br />

o dirigente.<br />

Valorização do<br />

médico na Urgência<br />

e Emergência<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 21


atualização<br />

Recomendações do Fórum<br />

Documento do III Fórum Nacional de Urgência e Emergência deverá ser debatido em sessão plenária do<br />

Conselho Federal de Medicina e também no próximo encontro dos Conselhos Regionais de Medicina<br />

Sistema de Urgência e Emergência em nosso país continua<br />

O em crise e, portanto, merecendo a maior atenção das entidades<br />

médicas, dos gestores públicos, dos gestores hospitalares e dos<br />

médicos que atuam nessa área.<br />

Apesar de avanços terem ocorrido nos últimos anos, muito se tem<br />

por fazer e fóruns de debate tem sido uma peça propulsora na identificação<br />

de problemas e apontamentos de soluções.<br />

Considerando que não há uma Sociedade de Especialidade reconhecida<br />

para assumir a interlocução e responsabilidade pela área;<br />

Considerando que a formação é deficiente ou quase nula na graduação<br />

e que a formação sistemática através de residência médica é o<br />

modelo ideal de formação e inexistente nessa área;<br />

Considerando que os médicos que hoje atuam nas emergências<br />

carecem de capacitação e qualificação continuada;<br />

Considerando que não há valorização do médico emergencista e<br />

estímulo na fixação do mesmo nas emergências, que as relações de<br />

trabalho são inseguras e com sobrecarga para os profissionais;<br />

Considerando que o SAMU dos Estados está desestruturado no<br />

seu quantitativo de médicos e nos fluxos de atendimentos com demora<br />

nos resgastes;<br />

Considerando a escassez de leitos hospitalares, a reduzida rede<br />

básica, a super lotação das emergências e o desconhecimento de<br />

portarias e resoluções, o III Fórum Nacional de Urgência e Emergência<br />

realizado pelo CFM e <strong>Cremers</strong>, em Porto Alegre, RECOMENDA:<br />

1) Que o reconhecimento da Medicina da Emergência como<br />

especialidade médica seja uma pauta prioritária do CFM e da<br />

AMB junto à Comissão Mista de Especialidades.<br />

2) Que a Comissão Mista de Especialidade se manifeste oficialmente<br />

a respeito da formação de um ano da Área de Atuação<br />

da Clínica Médica em Urgência e Emergência, uma vez que<br />

sucessivamente ano após ano as vagas são oferecidas e não são<br />

preenchidas, resultando no fato de que hoje, no Brasil, nenhum<br />

Serviço está formando médico nessa área. Por outro lado, a<br />

Área de Atuação em Urgência e Emergência não contempla a<br />

Pediatria, ou seja, ao residente de pediatria não é permitido a<br />

realização de terceiro ano opcional na área de emergência por<br />

ser uma área de atuação exclusiva da Clínica Médica.<br />

3) Que a emergência seja inserida de forma definitiva e efetiva na<br />

Graduação Médica.<br />

4) Que seja implantado um Curso de Capacitação para os<br />

médicos que hoje atuam nas Emergências em parceria com o<br />

Ministério da Saúde / Secretarias Estaduais.<br />

5) Constituir um Grupo de trabalho para orientar a Formação/<br />

capacitação em Urgência e Emergência, com membros dos<br />

Conselhos Regionais, Conselho Federal, Secretaria Estadual e<br />

Ministério da Saúde.<br />

6) Que a busca do “Perfil das Emergências”, através de questionários<br />

elaborados pelo CREMERS e aplicados no Estado do Rio<br />

Grande do Sul, seja expandida para todos os outros Estados<br />

(Conselhos Regionais de Medicina), através do CFM.<br />

7) Que as Resoluções que tratam da Vaga Zero, da relação médico<br />

X paciente, e do médico regulador interno (ou gerente de<br />

fluxo) sejam revisados e implantados pelo CFM.<br />

8) Que seja criada uma forma de pagamento diferenciada aos<br />

médicos que trabalham nos Serviços de Emergência, servindo<br />

como estímulo a se fixarem na área e compensatório pela<br />

característica do trabalho de elevado risco e stress.<br />

9) Que o SAMU Estadual do RS seja reestruturado nos seus fluxos,<br />

na recomposição do quantitativo de médicos, e que implante<br />

a regionalização da rede no Estado e que isso sirva de modelo<br />

para o SAMU dos demais Estados.<br />

10) Que toda Emergência deve trabalhar com uma classificação<br />

de Risco e que após a Classificação de Risco todo paciente<br />

deva ser adequadamente reavaliado devido às frequentes<br />

mudanças no quadro clínico.<br />

11) Que os Gestores Públicos garantam a contra-referência dos<br />

pacientes atendidos nas Emergências, e reestruturem a rede<br />

básica.<br />

12) Que a Portaria nº 2048/2002 MS seja assumida como o instrumento<br />

norteador da organização das Emergências e que<br />

ela seja amplamente divulgada para todos os profissionais<br />

médicos, para todas as Chefias das Emergências e Diretores<br />

Técnicos dos hospitais.<br />

13) Que a Portaria nº 2048/2002 MS seja revisada /atualizada e<br />

que a sua nova redação contenha como obrigatório a capacitação<br />

dos médicos que atuam nas Emergências através do<br />

Curso Nacional de Atualização em Urgência e Emergência.<br />

14) Que a ampliação de leitos hospitalares, que a implantação<br />

de novos postos de família e novas UPAS sejam monitoradas<br />

pelos Conselhos Regionais junto aos Gestores Municipais e<br />

Estaduais.<br />

15) Que os médicos promovam um Fórum específico com os<br />

magistrados para debaterem a judicialização da saúde, favorecendo<br />

o diálogo e a tomada de decisões consensuadas.<br />

22 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


painel<br />

Ato Médico<br />

A Justiça Federal proferiu sentença favorável ao CFM,<br />

anulando a Resolução CFBio nº 145/2007 que possibilitava<br />

ao profissional biomédico o exercício da Anatomia<br />

Patológica. O Juiz da 8ª. Vara Federal da Seção Judiciária do<br />

Distrito Federal entendeu que a “atividade de diagnóstico<br />

é privativa de médico (o diagnóstico é o ato médico<br />

por excelência)". A patologia ou anatomia patológica é<br />

especialidade médica que não se confunde com a patologia<br />

clínica ou com as análises clínicas. Transcrevo informação<br />

do Conselho Federal de Medicina quanto ao ponto”.<br />

Citando parecer juntado pelo CFM aos autos, o<br />

magistrado lembrou que “na formação do médico constam<br />

estudos da etiologia e a fisiopatologia das doenças, além<br />

da Anatomia Patológica, e da Clínica Médica e Cirúrgica,<br />

que fornecem os subsídios para formulação correta<br />

de diagnósticos, incluindo a análise dos diagnósticos<br />

diferenciais. É impossível a construção desse embasamento<br />

no curso de Biomedicina em relação aos diagnósticos<br />

diferenciais, pois se assim o fosse estariam os biomédicos<br />

sendo formados para serem médicos. Assim, o biomédico<br />

não tem conhecimentos para diferenciar um aspecto<br />

morfológico do outro já que o seu curso de graduação<br />

não é voltado para o ensino das numerosas doenças<br />

que podem acometer o seu humano. O biomédico não<br />

tem formação adequada para distinguir doenças com<br />

manifestações semelhantes e proceder ao diagnóstico<br />

diferencial. Sem essa habilidade (adquirida ao longo<br />

dos seis anos de curso médico) é impossível concluir<br />

corretamente cada caso, sem prejuízo para a conduta que<br />

advém deste diagnóstico”.<br />

Obesidade<br />

Ação cautelar inominada preparatória proposta por três médicos<br />

– trâmite na 10ª. Vara Federal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro –<br />

com objetivo de suspender os efeitos da Resolução CFM nº 1.477/97,<br />

que veda a prescrição simultânea de drogas tipo anfetamina com um<br />

ou mais fármacos no tratamento de obesidade.<br />

Os autores também se insurgiram contra a RDC-ANVISA nº<br />

58/2007, que veda a prescrição, a dispensação e o aviamento de<br />

fórmulas de dois ou mais medicamentos que contenham substâncias<br />

psicotrópicas anorexígenas com a finalidade exclusiva de tratamento<br />

de obesidade ou emagrecimento. Os autores alegam, em síntese, que<br />

as normas impugnadas estariam violando a liberdade do consumidor<br />

de escolher livremente os medicamentos de seu tratamento.<br />

A ação foi julgada improcedente, sob o argumento, em síntese, de que<br />

as normas impugnadas devem ser interpretadas “em conjunto e não<br />

como se estivessem a sobreporem-se umas às outras, em usurpação<br />

de competência”, conforme alegado na inicial.<br />

Continuando, consigna o Juiz que os autores não têm legitimidade<br />

para a defesa dos direitos coletivos dos consumidores. Além<br />

disso, asseverou que a liberdade dos consumidores na escolha do<br />

tratamento só pode ser concretizada no espaço limitado da lei e dos<br />

regulamentos, “já que nenhum direito é, por definição, completamente<br />

absoluto, especialmente os que têm por titular a coletividade.”<br />

Por fim, o Juiz asseverou que a ANVISA possui competência<br />

legal para normatizar, controlar e fiscalizar produtos e serviços<br />

de interesse para a saúde”. Assim, considerou razoável as<br />

determinações contidas na RDC 58/2007. Quanto à Resolução do<br />

CFM nº 1.477/97, o Juiz entendeu que teve o objetivo de controlar<br />

a conduta médica no exercício da profissão e não controlar as<br />

substâncias anorexígenas e/ou ansiolíticas.<br />

Dr. Cláudio Balduíno Souto Franzen<br />

(Conselheiro do CFM)<br />

Dr. Antônio Celso Ayub<br />

(Conselheiro Suplente do CFM)<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 23


integração<br />

Fórum em Passo Fundo<br />

Encontro sobre aspectos legais<br />

médicos e estudantes de<br />

Auditório ficou tomado por médicos e principalmente alunos de Medicina da UPF<br />

No dia 28 de setembro, o <strong>Cremers</strong><br />

promoveu o “Fórum Aspectos Atuais,<br />

Éticos e Legais na Prática Médica”. O evento<br />

aconteceu na faculdade de Medicina da<br />

UPF, em Passo Fundo, através de uma<br />

parceria entre as duas entidades. O vice-<br />

-presidente do <strong>Cremers</strong>, Fernando Matos,<br />

e Adroaldo Basêggio Mallmann, diretor<br />

da faculdade de Medicina, organizaram<br />

as atividades, auxiliados pelo conselheiro<br />

Douglas Pedroso. O secretário da Saúde<br />

de Passo Fundo, Jairo Caovilla, integrou a<br />

mesa de abertura.<br />

O presidente Rogério Wolf de Aguiar<br />

falou sobre a emoção de levar conhecimentos<br />

a respeito da ética aos estudantes:<br />

“A maioria dos que estão nesta plateia<br />

representa o futuro”. Aguiar lembrou o<br />

episódio da Gripe A de 2009, em que os<br />

médicos de Passo Fundo foram os primeiros<br />

a romper a prescrição do Ministério<br />

da Saúde para receitar oseltamivir e sofreram<br />

pressões, mas deram o exemplo para<br />

médicos de todo o país. “Isto é ética<br />

Dr. Ismael Maguilnik<br />

Dr. Ricardo Oliva<br />

Willhelm<br />

médica, é compromisso com a demanda<br />

da população. Estamos orgulhosos desta<br />

terra”, revelou.<br />

Jairo Caovilla ponderou que “fazer<br />

saúde não é simples nem fácil, mas médicos<br />

comprometidos com a população facilitam<br />

essa tarefa”.<br />

A seguir, teve início o ciclo de palestras<br />

e mesas-redondas. O presidente Rogério<br />

Aguiar apresentou conceitos atuais do<br />

Código de Ética Médica, e alertou, ao<br />

falar sobre cobranças duplicadas: “O meio<br />

correto de lutar por melhor remuneração<br />

nos planos de saúde e no SUS é através<br />

dos movimentos das entidades médicas, e<br />

não com comportamentos que expõem o<br />

médico e a classe”.<br />

O primeiro-secretário Ismael Maguilnik<br />

falou sobre prontuário médico, que pode<br />

ser o melhor meio de defesa caso o profissional<br />

seja questionado. “O prontuário<br />

demonstra a qualidade do atendimento<br />

Dr. Iseu Milman Dr. Rogério Aguiar<br />

24 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


e éticos mobiliza<br />

Mesa-redonda com participação do<br />

Judiciário e da Promotoria Pública<br />

Medicina da UPF<br />

prestado. Lá são apontados os acertos,<br />

erros e complicações. Depois da relação<br />

médico-paciente, o prontuário é a<br />

ferramenta mais importante da prática<br />

médica”, ponderou.<br />

O conselheiro Ricardo Oliva<br />

Willhelm apresentou princípios do<br />

consentimento informado, seus quesitos<br />

de validade e as mudanças que<br />

a evolução na tecnologia e o acesso<br />

à informação, por parte dos pacientes,<br />

vêm causando nesse processo. “O<br />

momento de fragilidade do paciente<br />

não é hora de assinar consentimento.<br />

O documento terá sua validade questionada”,<br />

informou.<br />

Jorge Perrone de Oliveira, coordenador<br />

do Departamento Jurídico<br />

“A exemplo do ocorrido em Santa Cruz, o evento<br />

foi coroado de êxito não só pela participação dos<br />

alunos da Medicina, mas também os do Direito. As<br />

palavras do diretor Adroaldo Basêggio Mallmann<br />

demonstraram que a universidade acolheu o<br />

Fórum com simpatia. Um ponto alto, além das<br />

palestras, foi a participação dos representantes do<br />

Judiciário ressaltando a importância do prontuário<br />

e do termo de consentimento informado”.<br />

Dr. Fernando Weber Matos<br />

do <strong>Cremers</strong>, falou sobre a obrigação<br />

legal do sigilo médico. Segundo ele, a<br />

violação do prontuário tem punições<br />

previstas no Código de Ética Médica<br />

e no Código Penal: “O prontuário é o<br />

receptáculo das informações de uma<br />

pessoa, com garantia constitucional da<br />

preservação de sua intimidade”.<br />

A publicidade médica foi abordada<br />

pelo diretor de Patrimônio do <strong>Cremers</strong>,<br />

Iseu Milman. Ele apresentou as resoluções<br />

que regulam as propagandas<br />

e explicou a finalidade e o funcionamento<br />

da Comissão de Divulgação de<br />

Assuntos Médicos (Codame). “É importante<br />

buscar o conhecimento além do<br />

Código de Ética Médica para evitar<br />

erros”, ressaltou.<br />

Fechando as atividades da<br />

manhã, a mesa-redonda sobre<br />

valor do prontuário e termo<br />

de consentimento informado<br />

nos processos de erro médico<br />

trouxe uma visão legal sobre a<br />

prática médica. O juiz de direito<br />

Dalmir Franklin de Oliveira Junior<br />

ressaltou que processos por<br />

suposto erro médico podem ser<br />

evitados quando o profissional<br />

é vocacionado. “A vocação gera<br />

o cuidado necessário para a<br />

relação médico-paciente. Informar<br />

o paciente sobre riscos é<br />

fundamental para sua autonomia”.<br />

O promotor de justiça de Passo<br />

Fundo Mário Luiz Guadagnin<br />

apresentou a visão do Ministério<br />

Público sobre o prontuário. “A<br />

comunicação entre médicos,<br />

hospitais e o Ministério Público,<br />

mesmo que informal, pode<br />

facilitar a proteção a pacientes<br />

vulneráveis”, revelou, ilustrando<br />

sua fala com exemplos de casos<br />

em que prontuários bem feitos<br />

resultaram em sentenças favoráveis<br />

a médicos. Jorge Perrone de<br />

Oliveira finalizou a mesa refletindo sobre a<br />

relação médico-paciente, que atualmente está<br />

deficiente, comprometendo a confiança e a<br />

comunicação, pois vem sendo tratada como<br />

relação de consumo. “Este é um fenômeno<br />

mundial, refletido pelo aumento do número<br />

de processos. Faculdades deficientes estão por<br />

trás disso”.<br />

Dr. Jorge Perrone<br />

Dr. Dalmir Franklin<br />

de Oliveira Junior<br />

Dr. Mário Luiz<br />

Guadagnin<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 25


integração<br />

Conceitos de<br />

terminalidade<br />

em debate<br />

tarde, o coordenador das Câmaras<br />

À Técnicas, Jefferson Piva, abriu as<br />

atividades falando sobre eutanásia, ortotanásia<br />

e conceitos de terminalidade. Piva<br />

apontou os artigos do Código de Ética<br />

Médica que respaldam a ortotanásia, e<br />

revelou que a morte não é discutida na<br />

faculdade. “A cura se tornou uma obsessão.<br />

Hoje, há grande expectativa de vida<br />

muito longa. A transição entre o momento<br />

de curar e o de cuidar não é bem feita”.<br />

Completando o tema, o coordenador<br />

da Comissão de Fiscalização, Antônio<br />

Ayub, estabeleceu o conceito de terminalidade,<br />

diferenciou morte encefálica<br />

de coma e estado vegetativo e refletiu:<br />

“Parece esquecido o ensinamento clássico<br />

que reconhece que a função do<br />

médico é curar às vezes, aliviar muito<br />

frequentemente e confortar sempre”.<br />

O segundo-secretário Isaias Levy<br />

falou sobre a obrigação de atendimento<br />

a convênios em hospitais. Levy esclareceu:<br />

“O corpo clínico como um todo, e<br />

cada médico individualmente, decidem<br />

se atendem ou não os convênios firmados<br />

Dr. Jeferson Piva<br />

Dr. Antônio Ayub<br />

pelo hospital”. No caso de médicos contratados,<br />

o atendimento aos pacientes de<br />

convênios do hospital é obrigatório, uma<br />

vez que integra o contrato de trabalho.<br />

O SUS deve ser tratado como mais um<br />

convênio que pode ser firmado pelo hospital<br />

quando não se tratar de instituição<br />

pública, onde o atendimento ao SUS é<br />

obrigatório.<br />

A superlotação foi abordada por<br />

Jefferson Piva, que falou sobre as resoluções<br />

do <strong>Cremers</strong> sobre o tema – em<br />

especial, a chamada “vaga zero” e a compra<br />

de leitos privados, além do papel do<br />

médico regulador. Piva também abordou<br />

a especialização em emergência, e ponderou:<br />

“Se não há especialidade, não há<br />

especialista para ser cobrado”.<br />

Antônio Ayub voltou ao pódio para<br />

falar sobre diretor técnico, diretor clínico<br />

e corpo clínico. O conselheiro explicou<br />

que o diretor técnico, necessariamente,<br />

deve ser médico, pois só assim o <strong>Cremers</strong><br />

pode fiscalizar sua atuação. Também<br />

esclareceu a atuação do corpo clínico e<br />

do diretor clínico.<br />

Comissões de ética são o<br />

<strong>Cremers</strong> dentro do hospital<br />

O coordenador da Ouvidoria, Ércio Amaro<br />

de Oliveira Filho, falou sobre as comissões<br />

de ética, lembrando que o diretor técnico<br />

deve proporcionar as condições para<br />

seu funcionamento. “Na hora de eleger<br />

os membros da comissão de ética, é<br />

importante lembrar de suas atribuições: ela<br />

é o <strong>Cremers</strong> dentro do hospital. Realizar<br />

esse trabalho é muito recompensador; se<br />

um dia forem convidados a participar da<br />

comissão de ética, aceitem”, aconselhou.<br />

Por fim, Isaias Levy retornou para falar<br />

sobre o movimento das entidades médicas<br />

em favor dos honorários, repassando<br />

as mais recentes ações da Comissão<br />

Estadual de Honorários Médicos (CEHM)<br />

e da Comissão Nacional de Saúde<br />

Suplementar (Comsu).“Mais de 90% dos<br />

planos não têm contrato com os médicos,<br />

ou têm contratos vencidos”, revelou.<br />

Levy considera que os problemas atuais<br />

nos planos de saúde se devem a um<br />

“inchamento”, um excesso de beneficiários<br />

causado pela facilidade de contratos.<br />

Participaram do evento o conselheiro<br />

Euclides Pires, coordenador das delegacias<br />

seccionais na região do Planalto Médio e<br />

Alto Uruguai, e os delegados da regional,<br />

Airton Fiebig (Carazinho), Paulo César<br />

Martins (Erechim), Joaquim Souza (Palmeira<br />

das Missões), Carlos Benedetti (Santa<br />

Rosa) e Lauro Borth (Três Passos).<br />

“Atingimos o sucesso ao fazer o pessoal pensar no que pode ser<br />

feito como prevenção do erro. É fundamental o relacionamento, a<br />

formação humana que vemos cada vez mais ausente das escolas”.<br />

Dr. Adroaldo Basêggio<br />

Mallmann<br />

Dr. Ércio de<br />

Oliveira Filho<br />

Dr. Isaias Levy<br />

26 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


Resolução<br />

Diretivas Antecipadas de Vontade<br />

A Resolução 1.995, do Conselho Federal de Medicina (CFM), estabelece os critérios para que<br />

qualquer pessoa – desde que maior de idade e plenamente consciente – possa definir junto<br />

ao seu médico quais os limites terapêuticos na fase terminal<br />

Pacientes e médicos já dispõem de regras<br />

que estabelecem os critérios sobre o<br />

uso de tratamentos considerados invasivos<br />

ou dolorosos em casos clínicos nos quais<br />

não exista qualquer possibilidade de recuperação.<br />

Sob o nome formal de diretiva<br />

antecipada de vontade, trata-se do registro<br />

do desejo expresso do paciente em documento,<br />

o que permitirá que a equipe que<br />

o atende tenha o suporte legal e ético para<br />

cumprir essa orientação.<br />

A norma consta da Resolução 1.995,<br />

aprovada pelo plenário do Conselho Federal<br />

de Medicina (CFM) e publicada no Diário<br />

Oficial da União de 31 de agosto. Assim,<br />

o paciente que optar pelo registro de sua<br />

diretiva antecipada de vontade poderá definir,<br />

com a ajuda de seu médico, os procedimentos<br />

considerados pertinentes e aqueles<br />

aos quais não quer ser submetido em caso<br />

de terminalidade da vida, por doença crônico-degenerativa.<br />

Deste modo, poderá, por exemplo,<br />

expressar se não quer procedimentos de<br />

ventilação mecânica (uso de respirador<br />

artificial), tratamentos (medicamentoso ou<br />

cirúrgico) dolorosos ou extenuantes ou<br />

mesmo a reanimação na ocorrência de<br />

parada cardiorrespiratória. Esses detalhes<br />

serão estabelecidos na relação médico-<br />

-paciente, com registro formal em prontuário.<br />

O testamento vital é facultativo, poderá<br />

ser feito em qualquer momento da vida<br />

(mesmo por aqueles que gozam de perfeita<br />

saúde) e pode ser modificado ou revogado<br />

a qualquer momento.<br />

“A ênfase é<br />

proporcionar que<br />

a vontade desse<br />

paciente, mesmo<br />

quando ele perder<br />

as condições<br />

de se expressar,<br />

seja ouvida e<br />

respeitada”.<br />

Dr. Rogério Wolf<br />

de Aguiar<br />

O presidente do <strong>Cremers</strong>, Rogério Wolf de Aguiar,<br />

pondera que essa é uma situação que mexe com<br />

aspectos de várias ordens, médicos, técnicos, mas<br />

também legais, culturais e religiosos. Mesmo assim,<br />

ele considera as diretrizes positivas. “A ênfase da resolução<br />

é no sentido de poder valorizar a autonomia e a<br />

vontade do paciente, frente a uma intervenção médica<br />

de resultado incerto. A ênfase é proporcionar que a<br />

vontade desse paciente, mesmo quando ele perder as<br />

condições de se expressar, seja ouvida e respeitada”,<br />

considera o presidente do <strong>Cremers</strong>.<br />

É apta a expressar sua diretiva antecipada de vontade,<br />

qualquer pessoa com idade igual ou maior a 18<br />

anos ou que esteja emancipada judicialmente. O interessado<br />

deve estar em pleno gozo de suas faculdades<br />

mentais, lúcido e responsável por seus atos perante<br />

a Justiça. Menores de idade, que estejam casados<br />

civilmente, podem fazer testamento vital, pois o casamento<br />

os emancipa automaticamente.<br />

Pela Resolução, o registro da diretiva antecipada<br />

de vontade pode ser feita pelo médico assistente em<br />

sua ficha médica ou no prontuário do paciente, desde<br />

que expressamente autorizado por ele. Não são exigidas<br />

testemunhas ou assinaturas, pois o médico – pela<br />

sua profissão – possui fé pública e seus atos têm efeito<br />

legal e jurídico.<br />

No texto, o objetivo deverá ser mencionado pelo<br />

médico de forma minuciosa que o paciente está<br />

lúcido, plenamente consciente de seus atos e compreende<br />

a decisão tomada. Também dará o limite da<br />

ação terapêutica estabelecido pelo paciente, Neste<br />

registro, se considerar necessário, o paciente poderá<br />

nomear um representante legal para garantir o cumprimento<br />

de seu desejo. Caso o paciente manifeste<br />

interesse, poderá registrar sua diretiva antecipada de<br />

vontade também em cartório.<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 27


Academia de Medicina<br />

Melanomas cutâneos<br />

A Academia Sul-Rio-<br />

Grandense de Medicina<br />

promoveu no dia 25 de<br />

agosto, dentro de sua<br />

reunião mensal, a palestra<br />

“Melanomas Cutâneos:<br />

De Hutchinson ao Peixe-<br />

Zebra”, proferida pelo<br />

acadêmico Lúcio Bakos.<br />

Dr. Lúcio Bakos<br />

O Prof. Bakos destacou que<br />

o diagnóstico de melanoma<br />

está ocorrendo mais precocemente, numa fase com a espessura<br />

média de 0,53 mm, enquanto na década de 80 era de 1,81 mm.<br />

“Isto já significa uma melhora significativa do prognóstico”,<br />

afirmou. No Brasil, calcula-se que 6.230 casos surgirão em <strong>2012</strong><br />

e ocorrerão 1390 óbitos, com distribuição maior na região Sul<br />

que é onde temos a maior concentração de casos. Nos Estados<br />

Unidos a incidência era de um caso para 1500 habitantes na<br />

década 1930 e, em 2009 foi de 1/58/ano.<br />

Traumatismo<br />

Dr. Sérgio Roberto Haussen<br />

O palestrante da reunião de setembro,<br />

realizada dia 29 no <strong>Cremers</strong>, foi o<br />

acadêmico Sérgio Roberto Haussen, com<br />

o tema “Traumatismos cranio-encefálicos<br />

benignos: eles existem?”. O Prof. Haussen<br />

iniciou dizendo que o assunto é polêmico.<br />

Exemplificou com imagens as diferentes<br />

formas de traumas cerebrais e as<br />

prevalências de lesões cerebrais, o papel<br />

da RNM, a importância da região frontotemporal<br />

no comportamento.<br />

Trauma craniano é uma das maiores<br />

causas de morbimortalidade em<br />

todas as faixas etárias. “Eficiência no atendimento é fator importante na<br />

recuperação”, comentou, abordando ainda as tentativas de classificar<br />

a intensidade da lesão cerebral do trauma como a escala de Coma de<br />

Glasgow largamente utilizada nas UTIs em todo o mundo. Disse que o<br />

edema cerebral até hoje não foi completamente entendido. O mesmo em<br />

relação a alterações celulares, subcelulares e moleculares.<br />

Encontro dos jubilados<br />

O encontro mensal dos médicos jubilados realizado no dia 27 de<br />

agosto trouxe ao debate um assunto pouco usual: fisiologia humana<br />

no espaço. A médica Thais Russomano falou sobre as alterações que<br />

o corpo sofre em ambiente de microgravidade, em naves fora da<br />

atmosfera terrestre ou em condições simuladas.<br />

Entre os sintomas experimentados na microgravidade, a médica listou<br />

anorexia, náusea, desorientação, insônia, sonolência, fadiga, alucinações,<br />

distúrbios gastrointestinais, alterações musculares, desmineralização<br />

óssea, hiper e hipotensão, arritmias cardíacas, desidratação e outros.<br />

Thais repassou a história da humanidade na conquista espacial,<br />

mencionou alguns problemas de saúde decorrentes dessas<br />

experiências e comentou resultados de estudos feitos em<br />

microgravidade.<br />

Silva Cruz foi o palestrante, e defendeu a ideia de que a queda, no<br />

idoso, é uma síndrome que deve ser observada com cuidado.<br />

“A queda não é normal, está associada ao envelhecimento de<br />

forma patológica”, afirmou.<br />

Para o médico, a questão das quedas é tão grave que pode ser<br />

considerada uma “epidemia geriátrica”. Cruz apresentou estudos que<br />

revelam que as quedas, em sua maioria, acontecem devido a fatores<br />

internos da saúde do idoso, como fragilidade, e não a acidentes.<br />

“A queda é um problema médico que deve ser considerado causa<br />

de óbito em alguns casos”, alertou.<br />

Quedas, suas causas e consequências<br />

O encontro dos médicos jubilados do mês de setembro, realizado<br />

no dia 24, abordou as quedas no cotidiano do idoso, questionando<br />

se o problema é acidente ou doença. O geriatra Matheus Roriz<br />

28 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong><br />

Dr. Matheus Roriz Silva Cruz<br />

Dra. Thais Russomano


evento<br />

Entrega de carteiras no <strong>Cremers</strong><br />

Em solenidade realizada dia 17 de setembro, dezenas<br />

de novos médicos receberam suas carteiras das mãos<br />

de dirigentes do <strong>Cremers</strong>. O presidente Rogério Wolf de<br />

Aguiar abriu o encontro, que se desenvolve sempre num<br />

clima descontraído e informal, discorrendo sobre quais<br />

são as atribuições dos Conselhos Regionais de Medicina.<br />

Destacou a importância de uma conduta ética no exercício<br />

da profissão e também abordou a questão do Ato<br />

Médico. “É preciso garantir que quem procura atendimento<br />

com um médico encontre realmente um médico, e não<br />

outro profissional”, frisou.<br />

Participaram da cerimônia o primeiro-secretário Ismael<br />

Maguilnik, os corregedores Régis Porto e Joaquim Xavier, o<br />

coordenador da Comissão de Fiscalização, Antonio Ayub,<br />

o coordenador de Patrimônio, Iseu Milman, e o coordenador<br />

da Ouvidoria, Ércio Amaro de Oliveira Filho.<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 29


delegacias<br />

Fórum mobiliza médicos<br />

e estudantes em Pelotas<br />

Encontro foi realizado no auditório Dom Antônio Zattera<br />

da Ucpel no dia 19 de outubro<br />

Mais de 200 estudantes de medicina de Pelotas<br />

participaram do Fórum Aspectos Atuais, Éticos e<br />

Legais na Prática Médica, dia 19 de outubro. O evento<br />

foi realizado em parceria com as faculdades de medicina<br />

da Universidade Católica de Pelotas (Ucpel) e da<br />

Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), representadas<br />

respectivamente por Ernesto Nunes, diretor técnico do<br />

Hospital Universitário São Francisco de Paula, e Farid<br />

Nader, diretor do curso de medicina.<br />

Prontuário e consentimento informado<br />

Em Pelotas, o Fórum contou com a participação também do<br />

tesoureiro Cláudio Franzen, que palestrou sobre o corpo clínico;<br />

do conselheiro Alberi Grando, que falou sobre a Codame;<br />

e do assessor jurídico Gustavo Moreira Pestana, que abordou o<br />

sigilo médico. O juiz de direito do foro de Pelotas Luis Antônio<br />

Saud Teles participou da mesa redonda sobre o valor do prontuário<br />

e do consentimento informado.<br />

A exemplo das edições anteriores do fórum (em Santa Cruz<br />

do Sul e Passo Fundo), o vice-presidente Fernando Matos<br />

conduziu o evento. O presidente Rogério Aguiar falou<br />

sobre o Código de Ética; o segundo secretário Isaias Levy<br />

palestrou sobre honorários médicos; a terminalidade foi<br />

abordada pelo coordenador da Fiscalização Antônio Ayub;<br />

o corregedor Régis Porto falou sobre diretor técnico e o<br />

coordenador da Ouvidoria, Ércio Amaro de Oliveira Filho,<br />

discorreu sobre as comissões de ética.<br />

Dr. Alberi Grando<br />

Dr. Fernando Matos<br />

30 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>


Também estiveram presentes os conselheiros<br />

Tomaz Barbosa Isolan, coordenador das delegacias<br />

seccionais da região Sudoeste, e Izaias<br />

Ortiz Pinto, além dos delegados seccionais de<br />

Rio Grande, Job José Gomes, e de Santana do<br />

Livramento, Tânia Mota. O delegado de Pelotas,<br />

Victor Hugo Coelho, comentou: “Na escola médica<br />

não existe formação no sentido de mostrar as<br />

relações legais entre médico e paciente, por isso o<br />

Fórum é de fundamental importância”. Dr. Victor Hugo Coelho Dr. Cláudio Franzen<br />

Delegacias do <strong>Cremers</strong><br />

Seccional Delegado Fone Endereço | e-mail<br />

Alegrete Dr. Cláudio Luiz Morsch (55) 3422.4179 R. Vasco Alves, 431/402 | CEP 97542-600 | alegrete@cremers.org.br<br />

Bagé Dr. Airton Torres de Lacerda (53) 3242.8060 R. General Neto, 161/204 | CEP 96400-380 | cremers-bage@hotmail.com<br />

Bento Gonçalves Dr. José Vitor Zir (54) 3454.5095 R. José Mário Mônaco, 349/701 | CEP 95700-000 | bentogoncalves@cremers.org.br<br />

Cachoeira do Sul Dr. Mário Both (51) 3723.3233 R. Pinheiro Machado, 1020/104 | CEP 96506-610 | crmcachoeiradosul@yahoo.com.br<br />

Camaquã Dr. Vitor Hugo da Silveira Ferrão (51) 3671.3191 R. Júlio de Castilhos, 235 | CEP 96180-000<br />

Carazinho Dr. Airton Luis Fiebig (54) 3330.1049 Av. Pátria, 823/202 | CEP 99500-000<br />

Caxias do Sul Dr. Alexandre Ernesto Gobbato (54) 3221.4072 R. Bento Gonçalves, 1759/702 | CEP 95020-412 | cremers_caxiasdosul@yahoo.com.br<br />

Cruz Alta Dr. Eduardo Pinto de Campos (55) 3324.2800 R. Venâncio Aires, 614 / salas 45 e 46 | CEP 98005-020 | crmcruzalta@terra.com.br<br />

Erechim Dr. Paulo César Rodrigues Martins (54) 3321.0568 Av. 15 de Novembro, 78/305 | CEP 99700-000 | crmerechim@via-rs.net<br />

Ijuí Dra. Miréia Simões Pires Wayhs (55) 3332.6130 R. Siqueira Couto, 93/406 | CEP 98700-000 | cremersijui@terra.com.br<br />

Lajeado Dr. Fernando José Sartori Bertoglio (51) 3714.1148 R. Fialho de Vargas, 323/304 | CEP 95900-000 | cremerslajeado@redeplay.com.br<br />

Novo Hamburgo Dr. Luciano Alberto Strelow (51) 3581.1924 R. Joaquim Pedro Soares, 500 / salas 55 e 56 | CEP 93510-320 | cremers.novohamburgo@terra.com.br<br />

Osório Dr. Angelo Mazon Netto (51) 3601.1277 Av. Jorge Dariva, 1153/45 | CEP 95520-000 | osorio@cremers.org.br<br />

Palmeira das Missões Dr. Joaquim Pozzobom Souza (55) 3742.3969 R. Francisco Pinheiro, 116/8 | CEP 98300-000<br />

Passo Fundo Dr. Alberto Villarroel Torrico (54) 3311.8799 R. Teixeira Soares, 885/505 | CEP 99010-010 | cremerspf@tpo.com.br<br />

Pelotas Dr. Victor Hugo Pereira Coelho (53) 3227.1363 R. Barão de Santa Tecla, 515/sala 602 | CEP 96020-000 | crmpel.sul@terra.com.br<br />

Rio Grande Dr. Job José Teixeira Gomes (53) 3232.9855 R. Zalony, 160/403 | CEP 96200-070 | riogrande@cremers.org.br<br />

Santa Cruz do Sul Dr. Gilberto Neumann Cano (51) 3715-9402 R. Fernando Abott, 270/204 - Centro |CEP 96825-150 | santacruz@cremers.org.br<br />

Santa Maria Dr. Floriano Soeiro de Souza Neto (55) 3221.5284 Av. Pres. Vargas, 2135/503 | CEP 97015-513 | cremers.santamaria@terra.com.br<br />

Santa Rosa Dr. Carlos Alberto Benedetti (55) 3512.8297 R. Fernando Ferrari, 281/803 | CEP 98900-000 | santarosa@cremers.org.br<br />

Santana do Livramento Dra. Tânia Regina da Fontoura Mota (55) 3242.2434 R. 13 de Maio, 410/501 | CEP 97573-500 | cremerslivramento@yahoo.com.br<br />

Santo Ângelo Dr. Edson Luiz Maluta (55) 3313.4303 R. Três de <strong>Outubro</strong>, 256/202 | CEP 98801-610 | cremers.santoangelo@yahoo.com.br<br />

São Borja Dr. Luiz Roque Lucho Ferrão (55) 3431.5086 R. Riachuelo, 1010/43 | CEP 97670-000 | saoborja@cremers.org.br<br />

São Gabriel Dr. Clóvis Renato Friedrich (55) 3232.2713 R. Jonathas Abbot, 636 | CEP 97300-000<br />

São Jerônimo Dra. Lori Nídia Schmitt (51) 3651.1361 R. Salgado Filho, 435 | CEP 96700-000<br />

São Leopoldo Dr. Ricardo Lopes (51) 3566.2486 R. Primeiro de Março, 113/708 | CEP 93010-210 | saoleopoldo@cremers.org.br<br />

Três Passos Dr. Lauro Erni Borth (55) 3522.2548 R. Gen. Daltro Filho, 401/12 | CEP 98600-000<br />

Uruguaiana Dr. Luiz Antônio de Souza Marty (55) 3412-5325 R. Treze de Maio, 1691 Sala 204 - Centro | CEP 97500-601<br />

<strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong> | Revista <strong>Cremers</strong> | 31


evento<br />

Caxias do Sul<br />

Jovens médicos recebem<br />

carteiras profissionais<br />

No dia 23 de agosto, no auditório do Centro de Ciências<br />

da Saúde da UCS, o <strong>Cremers</strong> realizou cerimônia<br />

de entrega de carteiras a médicos recém-formados. As<br />

credenciais médicas foram entregues por diretores do<br />

Conselho e professores do curso de Medicina.<br />

O presidente do <strong>Cremers</strong>, Rogério Wolf de Aguiar, proferiu<br />

uma palestra tendo como base o Código de Ética Médica.<br />

O dirigente repassou a história da prática médica desde<br />

Hipócrates até chegar aos ditames que regulam a medicina<br />

moderna, citando questões atuais como tecnologia,<br />

autonomia do paciente e métodos de pesquisa.<br />

Durante a cerimônia, o presidente do Conselho comentou:<br />

“Esta carteira é um símbolo do que vocês representam.<br />

Neste momento vocês adquirem uma identidade nova, a<br />

identidade de um profissional”.<br />

O coordenador do curso de medicina da<br />

UCS, Asdrúbal Falavigna, alertou os jovens<br />

profissionais: “Comecem com o pé direito.<br />

Leiam nossa bíblia, que é o Código de Ética”.<br />

Dilma Tessari, patrona da turma, ainda afirmou:<br />

“O <strong>Cremers</strong> é nosso tribunal mais importante.<br />

Seu nome deve ser sempre honrado, e temos que<br />

trabalhar para fortalecê-lo ainda mais”.<br />

Participaram também do evento o primeirosecretário<br />

do <strong>Cremers</strong>, Ismael Maguilnik, o<br />

primeiro-secretário da delegacia seccional,<br />

André Chiaradia, o conselheiro Mário Fedrizzi e<br />

a paraninfa da turma, Adriana de Carli.<br />

32 | Revista <strong>Cremers</strong> | <strong>Outubro</strong> - <strong>2012</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!