06.05.2015 Views

Descarregar PDF - Página

Descarregar PDF - Página

Descarregar PDF - Página

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

REPÚBLICA dos leitores<br />

A leitura de jornais na sala aula<br />

e a construção de novos saberes<br />

Como buscar pistas para a construção de novos saberes no cotidiano escolar?<br />

Como romper com a hierarquia de saberes, ideologicamente construída?<br />

“Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho,na ação-reflexão.”<br />

(Paulo Freire,1996)<br />

IE / FN<br />

Este artigo pretende abordar o cotidiano de uma sala de aula onde crianças de uma escola pública tem<br />

como prática a leitura de jornais.<br />

Porém, o desafio de ajudar na construção de buscas de propostas para a formação de leitores/as escritores/<br />

as, especialmente no contexto de sala de aula, vem mostrando a todos os envolvidos, o compromisso de<br />

uma educação emancipatória de buscar caminhos, pistas, sinais (Ginsburg, 1991) e estratégias que coletivamente<br />

ousem romper com a dicotomia naturalizada entre o sujeito-leitor e o sujeito-escritor.<br />

A prática da leitura de jornais em sala de aula tem contribuído muito para o desenvolvimento das crianças,<br />

uma vez que ao colherem informações relevantes, presentes no mundo físico e social levando-as a condição<br />

de leitoras do mundo que participa e interagem em um processo de construção e produção de redes de conhecimentos<br />

para o desenvolvimento de leitores e escritores em permanente processo de formação. Sobre<br />

isso Paulo Freire nos fala:”a leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta<br />

não possa prescindir da continuidade da leitura daquela”. (Freire, 1992).Através das imagens e dos diferentes<br />

textos jornalísticos estamos construindo uma outra história, que é a possibilidade da formação de futuros<br />

leitores e escritores e a prática da leitura no contexto da sala de aula, vivenciada cotidianamente na vida e<br />

na realidade dos nossos alunos e da nossa sociedade na qual alunos e professores convivem diariamente.<br />

Assim, através das observações feitas em sala de aula dos alunos lendo e explicando suas notícias, pode-se<br />

notar que estamos reinventando o espaço escolar e vivenciando um currículo problemático (Pacheco, 2004),<br />

ou seja, um currículo construído cotidianamente em uma prática pautada no diálogo, ou seja, estamos vivenciando<br />

a todo o momento, uma prática emancipatória. (Santos, 2000).<br />

Assim, a prática da leitura de jornais em sala de aula vem despertando nos alunos a curiosidade de conhecer<br />

o mundo, interrogar, interpretar e buscar nas experiências sensíveis e nas conversas cotidianas os caminhos<br />

para conhecer e produzir conhecimentos em permanente interação e diálogo, ou seja, experimentar novas<br />

formas de produzir e construir conhecimentos.<br />

Sara Moutinho da Silva<br />

Professora e leitora de a Página da Educação<br />

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:<br />

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. Editora Cortez, 2000. São Paulo.<br />

GINSBURG, Carlo. Mitos, emblemas e sinais. Morfologia e história. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.<br />

PACHECO, José Augusto. Em torno de um projeto curricular pós-colonial. Currículo: pensar, sentir e diferir. DP&A. Rio de Janeiro, 2001.<br />

Afinal os professores<br />

em Portugal não são assim tão maus...<br />

Convido, antes de se vir para aqui com disparates e mentiras, que se consulte a<br />

última versão (2006) do Education at a Glance, publicado pela OCDE. Vou facilitarlhe<br />

o trabalho de pesquisa: encontra esse documento em<br />

http://www.oecd.org/dataoecd/44/35/37376068.pdf<br />

Se for à página 58, verá desmontada a convicção generalizada e disparatada de<br />

que os professores portugueses passam pouco tempo na escola e que no estrangeiro<br />

não é assim. Está lá escarrapachado que, em tempo de permanência na<br />

escola, os professores portugueses estão em 14º lugar (em 28 países), com tempos<br />

de permanência superiores aos japoneses, húngaros, coreanos, espanhóis,<br />

gregos, italianos, finlandeses (sim, os tais que o ex-PR disse, na TV, que passavam<br />

52 horas por semana na escola, eh, eh, eh), austríacos, franceses, dinamarqueses,<br />

luxemburgueses, checos, islandeses e noruegueses! E agora? Quem tem mais<br />

credibilidade? O estudo da OCDE, ou o “estudo” a olhómetro de muitos (à boa<br />

maneira portuguesa...)?<br />

Já agora, no mesmo documento de 2006 poderá verificar, na página 56, que os<br />

professores portugueses estão em 21º lugar (em 31 países) quanto a salários! Admirado,<br />

não? Pois é, há dias, os jornais da situação vomitaram cá para fora que<br />

os professores portugueses eram os terceiros mais bem pagos, não foi? Mas há<br />

mais (e olhe que vi os gráficos na diagonal...)! Mais, na pág. 32 poderá verificar<br />

que, quanto a investimento na educação em relação ao PIB (e olhe que temos um<br />

PIB de trampa!), estamos num modesto 19º lugar (em 31 países - aposto que está<br />

boquiaberto, o seu olhómetro dava-lhe outros números, não?)) e que estamos em<br />

23º lugar (em 31 países) quanto ao investimento por aluno, como se pode verificar<br />

na pág. 32. Isto o ME não manda publicar, não!!!<br />

João António Cavaco Medeiros<br />

Economista/Mestre em Sociologia Económica<br />

Professor na Escola Secundária de Santo André<br />

46

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!