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Albinos do Meu Brasil: a luta para não passar em ... - Diversitas - USP

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<strong>Albinos</strong> <strong>do</strong> <strong>Meu</strong> <strong>Brasil</strong>: a <strong>luta</strong> <strong>para</strong> <strong>não</strong> <strong>passar</strong> <strong>em</strong> branco<br />

a menor quantidade de pele possível aos raios. Hoje exist<strong>em</strong> vestimentas<br />

com proteção contra a radiação UV, mas o preço é eleva<strong>do</strong>.<br />

A maioria das PCAs apresenta baixa visão, algumas se encaixan<strong>do</strong><br />

na categoria de legalmente cegas. Óculos de grau – inclusive escuros<br />

<strong>para</strong> ambientes abertos – e equipamentos facilita<strong>do</strong>res de leitura<br />

e locomoção são fundamentais, mas também a custo eleva<strong>do</strong>.<br />

Segun<strong>do</strong> estatísticas europeias e norte-americanas, existe uma<br />

PCA <strong>para</strong> cada 17 mil <strong>não</strong> albinas 3 . Entretanto, essa proporção<br />

altera-se <strong>em</strong> regiões com maior número de negros, uma vez que o<br />

albinismo é prevalente nessa etnia. Assim, certas regiões africanas<br />

apresentam uma PCA <strong>para</strong> cada 1.500 <strong>não</strong> albinas.<br />

Oralidades<br />

Invisibilidade<br />

Consideran<strong>do</strong>-se que mais da metade de nossa população é<br />

afrodescendente, a proporção de PCAs no <strong>Brasil</strong> deve ser maior <strong>do</strong><br />

que a observada nos EUA ou Europa, cujas estatísticas são usadas<br />

aqui <strong>em</strong> textos educacionais e jornalísticos. Por <strong>não</strong> constarmos <strong>do</strong><br />

Censo <strong>do</strong> IBGE, apenas pod<strong>em</strong>os supor tal aumento, guia<strong>do</strong>s pela<br />

lógica da prevalência da condição genética entre as etnias.<br />

Além da invisibilidade advinda da inexistência de da<strong>do</strong>s sobre<br />

quantos somos, que nos relega ao esquecimento quan<strong>do</strong> da elaboração<br />

de políticas públicas de saúde, nosso banimento das estatísticas<br />

assume contornos ainda mais perversos. É notório que as condições<br />

socioeconômicas <strong>do</strong>s afrodescendentes brasileiros são piores <strong>do</strong> que<br />

a <strong>do</strong>s brancos. Ora, se o albinismo é mais comum entre os negros,<br />

deduz-se a existência de um contingente albino no país, que, além<br />

<strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as inerentes à condição genética, <strong>não</strong> dispõe das condições<br />

mínimas <strong>para</strong> a aquisição <strong>do</strong>s produtos que nos são indispensáveis<br />

– bloquea<strong>do</strong>r solar e óculos, por ex<strong>em</strong>plo 4 .<br />

As cotas <strong>para</strong> deficientes nas <strong>em</strong>presas <strong>não</strong> cont<strong>em</strong>plam o albi-<br />

3 Esta estatística encontra-se, por ex<strong>em</strong>plo, na página da NOAH – The National Organization<br />

for Albinism and Hypopigmentation. Disponível <strong>em</strong>: . Acesso <strong>em</strong>: 27 maio 2012.<br />

4 Para uma introdução ao perfil socioeconômico das PCAs na Bahia, sugiro a leitura<br />

de MOREIRA, Lília Maria de Azeve<strong>do</strong> et al. Perfil <strong>do</strong> albinismo oculocutâneo no esta<strong>do</strong><br />

da Bahia. Revista de Ciências Médicas e Biológicas, Salva<strong>do</strong>r, v. 6, n. 1, p. 69-75,<br />

jan./abr. 2007. Disponível <strong>em</strong>:. Acesso <strong>em</strong>: 26 maio 2012.<br />

186<br />

Oralidades - Ano 6 n.11 - jan-jul/2012

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