Albinos do Meu Brasil: a luta para não passar em ... - Diversitas - USP
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<strong>Albinos</strong> <strong>do</strong> <strong>Meu</strong> <strong>Brasil</strong>: a <strong>luta</strong> <strong>para</strong> <strong>não</strong> <strong>passar</strong> <strong>em</strong> branco<br />
Escreven<strong>do</strong> <strong>para</strong> uma publicação da área de História Oral, este<br />
autor <strong>não</strong> poderia deixar de indagar o porquê da d<strong>em</strong>ora <strong>do</strong>s oralistas<br />
baianos – mas <strong>não</strong> apenas de lá – <strong>em</strong> elaborar um projeto que<br />
traga essa história de <strong>luta</strong> e ativismo ao conhecimento de público<br />
mais amplo.<br />
Nos moldes da APALBA, o esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Mato Grosso assinalou o<br />
surgimento da APAMT – Associação das Pessoas Albinas <strong>do</strong> mato<br />
Grosso – que chegou a ser notícia na mídia estadual, mas teve curta<br />
duração, inclusive desativan<strong>do</strong> seu sítio na internet.<br />
Oralidades<br />
Comunidade online<br />
No sul <strong>do</strong> país, a congregação das PCAs parece dar-se acentuadamente<br />
de mo<strong>do</strong> virtual, <strong>para</strong> depois transformar-se <strong>em</strong> encontros<br />
reais, os quais, porém, ainda <strong>não</strong> levaram à criação de uma<br />
associação. A inexistência de estu<strong>do</strong>s permite apenas assunções, mas<br />
talvez nossa presença mais esparsa na parte meridional, aliada a acesso<br />
mais inclusivo à rede mundial de computa<strong>do</strong>res, parcialmente<br />
expliqu<strong>em</strong> por que o ativismo no esta<strong>do</strong> de São Paulo se dê via<br />
internet e tentativas de acesso à mídia.<br />
Em 2004, <strong>do</strong>is irmãos albinos paulistanos – André e Andreza<br />
Cavalli – criaram a comunidade <strong>Albinos</strong> <strong>do</strong> <strong>Meu</strong> <strong>Brasil</strong>, na então<br />
onipresente rede social Orkut. Procuran<strong>do</strong> por alguma comunidade<br />
de PCAs, os Cavalli de<strong>para</strong>ram-se com a pouco simpática “Tenho<br />
me<strong>do</strong> e nojo de albinos” 6 .<br />
A perturbação resultante de tão brutal mostra de preconceito e<br />
desinformação levou os irmãos a criar<strong>em</strong> a comunidade, <strong>para</strong> possibilitar<br />
o contato entre PCAs. A <strong>Albinos</strong> <strong>do</strong> <strong>Meu</strong> <strong>Brasil</strong> logo reuniu<br />
PCAs de to<strong>do</strong> o território nacional, que <strong>passar</strong>am a trocar informações<br />
sobre direitos, dicas de <strong>em</strong>prego, experiências pessoais sobre<br />
preconceito e dificuldades.<br />
A rede social possibilitou a formação de amizades, muitas vezes<br />
concretizadas sob forma de encontros. Através <strong>do</strong> Orkut, encontros<br />
foram marca<strong>do</strong>s e PCAs chegavam a viajar <strong>para</strong> outras cidades a fim<br />
de se reunir<strong>em</strong>. Essa rede de contatos foi muito importante <strong>para</strong><br />
6 Andreza Cavalli relata a experiência <strong>em</strong> entrevista ao canal RIT, no endereço: . Acesso <strong>em</strong>: 28 maio 2012.<br />
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Oralidades - Ano 6 n.11 - jan-jul/2012