Esclerose Lateral Amiotrófica - Tudo Sobre Ela
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<strong>Esclerose</strong> <strong>Lateral</strong> Amiotrófica: Atualização 2010 29<br />
que este foi aprovado no estado de Oregon, USA,<br />
há 13 anos. Apesar dos pacientes que optam por<br />
esta intervenção não terem uma incidência maior<br />
de depressão e de não apresentarem sintomas<br />
físicos mais intensos que os pacientes em geral, há<br />
uma associação entre falta de esperança e baixa<br />
religiosidade, além de uma necessidade de manter<br />
o controle sobre sua própria vida.<br />
No Oregon, mais de 90% da população é<br />
caucasiana e muito poucos imigrantes estabelecemse<br />
lá. Após avaliarem centenas de pacientes com<br />
ELA em décadas, foi verificado que 80% deles<br />
já em estado terminal de doença pediram para<br />
morrer. Entretanto, somente 35 deles tiveram<br />
morte assistida. Desta forma, foi visto que mesmo<br />
havendo a possibilidade de pedir para morrer,<br />
somente uma pequena porcentagem dos pacientes<br />
a concretiza.<br />
Religiosidade e Decisões Difíceis<br />
A correlação inversa entre desejo de recorrer<br />
à morte assistida e religiosidade foi apresentada<br />
pelo estudo, realizado na Suíça por Stutzki e<br />
colaboradores do Departamento de Ética Médica<br />
da Universidade Medicina de Basel. Este estudo<br />
teve como objetivo determinar a correlação entre<br />
a fé pessoal, confissão religiosa e a espiritualidade<br />
dos pacientes com ELA e seus cuidadores primários<br />
em relação a seu ponto de vista quanto às questões<br />
relativas ao final de sua vida. Foram dois anos<br />
de pesquisa com aplicação de um questionário<br />
quantitativo em pacientes com ELA (n=34) e<br />
cuidadores (n=33). Os 34 pacientes avaliados<br />
apresentavam média de idade de 58,3 anos, sendo<br />
22 homens. 18 pacientes eram católicos romanos, 11<br />
protestantes e 5 sem denominação. Dos cuidadores,<br />
16 eram católicos romanos, 8 protestantes e 9 sem<br />
denominação. As diferenças significativas entre<br />
os pacientes e seus cuidadores foram encontradas<br />
nas questões relativas à qualidade de vida, solidão,<br />
auto-avaliação religiosa e medidas para prolongar<br />
a vida. Como resultado, os cuidadores sofrem<br />
mais com a doença e se desgastam mais do que os<br />
pacientes. Por outro lado, os pacientes parecem ser<br />
mais religiosos e de forma mais intensa que seus<br />
cuidadores. Pacientes sem uma crença definida<br />
tomam mais remédios com prescrição médica<br />
e muitos já pensaram em abreviar a vida e já<br />
discutiram este assunto com seu médico do que<br />
os católicos e protestantes. Desta forma, apesar<br />
de 41% dos pacientes terem pensado em abreviar<br />
sua vida, somente 6% expressaram o desejo de<br />
realmente fazê-lo.<br />
Os resultados sugerem que os pacientes afiliados<br />
a uma denominação religiosa são menos propensos<br />
a considerar o suicídio ou a morte assistida como<br />
opções. Os pesquisadores concluíram que a fé<br />
religiosa influencia os pacientes nas questões<br />
referentes à sua vida, porém há diferença entre as<br />
opiniões de pacientes católicos e protestantes.<br />
Caminhada do Início dos Sintomas<br />
ao Diagnóstico<br />
A demora da confirmação diagnóstica produz<br />
um forte impacto emocional nos pacientes e<br />
seus familiares. A Dra. O’Brien fez um estudo<br />
quantitativo para analisar e identificar o impacto<br />
positivo ou negativo das experiências de 24<br />
pacientes, 18 cuidadores atuais e 10 cuidadores<br />
familiares antigos na busca pelo diagnóstico. Os<br />
resultados evidenciaram vários aspectos evidentes:<br />
a demora do diagnóstico parece estar relacionada<br />
com a falta de reconhecimento e valorização dos<br />
sintomas intermitentes e insidiosos. Os pacientes<br />
são encaminhados a outros especialistas em função<br />
da manifestação inicial (sintomas osteoarticular<br />
lombar ou cervical ao ortopedista, traumatologista,<br />
reumatologista ou ao neurocirurgião; disfonía ou<br />
disartria ao fonoaudiólogo, otorrinolaringologista;<br />
depressão ao psiquiatra ou ao psicólogo).<br />
Existe uma falta de urgência na atenção<br />
primária resultando em grande período de tempo<br />
após a consulta médica inicial pelos sintomas<br />
diversos e inespecíficos. Mais tarde, já na atenção<br />
especializada, não é pequeno o tempo de espera<br />
para prosseguir no processo de investigação<br />
diagnóstica. Essa demora repercute negativamente<br />
no bem estar dos pacientes e cuidadores.<br />
Outro problema detectado foi em relação<br />
à comunicação do diagnóstico. Para alguns foi<br />
feita com cuidado e tato, dando as explicações<br />
devidas e pertinentes e manifestando empatia pelo<br />
paciente, para outros, entretanto, a comunicação<br />
não foi satisfatória por ter sido demasiadamente<br />
direta, sem levar em conta o impacto que causa<br />
no paciente e seus familiares. Outro ponto<br />
interessante do estudo foi o relato de pacientes<br />
que, embora o diagnóstico tenha sido traumático,<br />
sentiram alívio por compreenderem afinal a causa<br />
de seus sintomas.<br />
Comparações foram feitas quanto à assistência<br />
e o suporte recebido após a comunicação<br />
diagnóstica com pacientes com câncer. O apoio<br />
adequado no momento do diagnóstico é dado aos