Esclerose Lateral Amiotrófica - Tudo Sobre Ela
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<strong>Esclerose</strong> <strong>Lateral</strong> Amiotrófica: Atualização 2010 33<br />
Sr. Steve Saling, que faz uso deste tipo de<br />
programa descrito e, por ser arquiteto, fez parte da<br />
idealização da casa ideal para pacientes com ELA.<br />
São casas totalmente adaptadas às necessidades<br />
dos pacientes com ELA, totalmente automatizadas<br />
e apresentam um custo médio de U$ 2.000.000,00.<br />
Sua palestra durou 20 minutos e foi toda feita com<br />
sua voz sintetizada.<br />
<strong>Sobre</strong> tecnologia, Kristen Gruis, da Universidade<br />
de Michigan mostrou a satisfação dos pacientes<br />
com a tecnologia assistiva. O trabalho foi<br />
realizado de março de 2008 a julho de 2009 e a<br />
pesquisa foi feita por telefone. Foram abordados<br />
os dados demográficos, o comprometimento<br />
físico (ALSFRS-R) e a tecnologia assistiva (33<br />
equipamentos). Para as atividades de vida diária<br />
foram avaliados mobilidade, comunicação,<br />
alimentação, vestimenta, banho e cuidados pessoas<br />
e controle ambiental. 65 dos 96 pacientes com ELA<br />
avaliados (68%) responderam. Eles apresentavam<br />
média de idade de 62 anos, 37 (59%) eram homens<br />
e 52 (83%) apresentavam início da doença nos<br />
membros. A mediana do tempo desde o diagnóstico<br />
foi de 26 meses e da ALSFRS-R de 25. Resultados:<br />
quanto à mobilidade, os pacientes já fizeram uso<br />
de: 13 (20%) andador, 17(27%) cadeira de rodas<br />
motorizadas, 20 (32%) órtese em tornozelo e 29<br />
(46%) prancha de transferência. Para comunicação,<br />
20 (31%) escrevem em papel, 21 (34%) usam laptop,<br />
14 (22%) usam “palm” e nenhum paciente faz<br />
uso de comunicação eletrônica. Para alimentação,<br />
13 (21%) modificaram seus utensílios e 17 (27%)<br />
usam órtese no punho. Para vestuário, 35 (55%)<br />
adaptaram os calçados. Quanto à modificação<br />
do ambiente, 16 (26%) adaptaram seu telefone,<br />
18 (29%) adaptaram controles eletrônicos para<br />
reclinar ou parar a cadeira de rodas e 10 (15%)<br />
fizeram uso de cama elétrica.<br />
Exercício e a ELA<br />
O papel da atividade física na promoção ou<br />
prevenção da progressão da degeneração do<br />
neurônio motor na ELA ainda continua muito<br />
discutido.<br />
É de conhecimento geral que o exercício<br />
promove bem-estar, contribui positivamente para<br />
um peso corporal saudável, para a forca muscular,<br />
sistema imune e saúde cardiovascular. O exercício<br />
também tem se mostrado neuroprotetor tanto para<br />
o sistema nervoso central quanto para o periférico.<br />
Sabe-se também, que exercício vigoroso exacerba<br />
a progressão da doença em modelos animais e<br />
em pacientes, por outro lado, exercício moderado<br />
promove a melhora funcional (ALSFRS-R) e os<br />
sintomas da doença.<br />
Lunetta e colaboradores do Neuromuscular<br />
Omnicetre (NEMO) de Milão realizaram um ensaio<br />
clínico randomizado controlado de atividade<br />
física em indivíduos com ELA. Após 6 meses de<br />
tratamento, o grupo com resistência apresentava<br />
maior função (ALSFRS) e qualidade de vida (SF-36)<br />
que o grupo que realizou somente alongamentos.<br />
Os objetivos desta pesquisa atual foram avaliar<br />
o efeito de diferentes programas de exercício<br />
comparados aos “cuidados diários” na progressão<br />
da doença de pacientes com ELA e definir o<br />
impacto destes programas na qualidade de vida.<br />
Foram incluídos pacientes entre 18 e 75 anos,<br />
início da doença há menos de 36 meses, valores<br />
da ALSFRS-R: andar = 2 e forca respiratória = 3, e<br />
capacidade vital forçada (CVF) > 60% do predito.<br />
Os pacientes foram divididos aleatoriamente<br />
em 2 grupos:<br />
No grupo 1 (n=17) os pacientes receberam<br />
exercícios monitorados por fisioterapeutas do<br />
centro de reabilitação NEMO e por cuidadores<br />
treinados em casa, todos os dias por 6 meses, sendo<br />
todos os dias em casa e dias alternados no NEMO.<br />
No dia que o paciente ia ao NEMO, também fazia<br />
os exercícios em casa. Este grupo 1 foi dividido em<br />
outros 3 subgrupos: 1A: recebeu exercícios ativos<br />
associados ao ciclo ergômetro (n=5); grupo 1B:<br />
recebeu somente exercícios ativos (n=6); grupo<br />
1C: recebeu somente exercícios passivos (n=6).<br />
No início, após 2, 4 e 6 e meses os pacientes<br />
foram avaliados pelo teste de força manual, pela<br />
escala ALSFRS-R, pela CVF e peso questionário de<br />
qualidade de vida de McGill. No grupo 2 (n=20),<br />
os pacientes só receberam os cuidados usuais em<br />
casa. Resultados: os grupos eram similares entre<br />
si, o grupo 1 apresentou menor perda funcional<br />
que o grupo 2, no fim do tratamento, no grupo<br />
1 menos de 20% dos pacientes apresentavam o<br />
valor da ALSFRS-R < 24, enquanto no grupo 2 eram<br />
quase 40%. Após 6 meses do final do tratamento,<br />
os pacientes foram reavaliados quanto a função,<br />
nesta avaliação, 50% dos pacientes do grupo 1<br />
e 80% dos pacientes do grupo 2 apresentavam<br />
pontuação