04.06.2015 Views

Cartilha de estudo - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Cartilha de estudo - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Cartilha de estudo - Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Hidrelétricas no Rio Ma<strong>de</strong>ira: energia para quê e para quem? 5<br />

conseqüências recaem sobre nossos países e<br />

principalmente sobre os recursos naturais estratégicos.<br />

Este cenário energético trás várias<br />

conseqüências sobre a socieda<strong>de</strong> e a natureza:<br />

Transferência da indústria eletrointensiva<br />

(mineradoras e celulose) aos países periféricos.<br />

Corrida pelo controle das fontes energéticas<br />

estratégicas: terras para produção <strong>de</strong><br />

agrocombustíveis e celulose, controle <strong>dos</strong><br />

rios para construção <strong>de</strong> hidrelétricas, etc.<br />

Disputas mundiais imperialistas pelo controle<br />

das atuais reservas energéticas.<br />

Especulação com elevação <strong>dos</strong> preços internacionais<br />

do petróleo.<br />

Elevação do custo <strong>de</strong> produção <strong>dos</strong> alimentos,<br />

<strong>por</strong> termos um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> agricultura<br />

petro<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte.<br />

Mudança na função social da agricultura:<br />

em vez <strong>de</strong> produzir alimentos passam a<br />

produzir energia ao imperialismo.<br />

Retomada e aceleração da construção <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong>s obras <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia elétrica<br />

nos países da América Latina, em especial<br />

as hidrelétricas, e o avanço das<br />

multinacionais sobre as terras para produção<br />

<strong>de</strong> agroenergia.<br />

“Cada dia fica mais evi<strong>de</strong>nte que<br />

controlar a energia é assegurar o po<strong>de</strong>r.<br />

Se os mais im<strong>por</strong>tantes recursos<br />

energéticos são escassos e não renováveis,<br />

como o petróleo e o gás, os que<br />

controlarem esses bens terão o po<strong>de</strong>r”.<br />

Também ficam evi<strong>de</strong>ntes os motivos que<br />

levam os Esta<strong>dos</strong> Uni<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>mais países centrais<br />

a promover guerras <strong>de</strong> invasão ao Iraque<br />

e Kuwait e recentemente as ameaças <strong>de</strong><br />

guerra contra Irã e Venezuela. É evi<strong>de</strong>nte<br />

que aqui no Brasil a estratégia<br />

<strong>de</strong> dominação, <strong>por</strong> enquanto é outra,<br />

não vem com balas <strong>de</strong> chumbo e nem<br />

com bombas, mas com balas <strong>de</strong> mel.<br />

Vem com o discurso da privatização,<br />

com o discurso <strong>de</strong> que as hidrelétricas,<br />

as usinas <strong>de</strong> álcool, as indústrias<br />

<strong>de</strong> celulose e as mineradoras, entre outras,<br />

são para o <strong>de</strong>senvolvimento do Brasil, são<br />

para gerar empregos, progresso... Que a energia<br />

é para evitar “apagões” e aten<strong>de</strong>r as <strong>de</strong>mandas<br />

da população brasileira. O discurso vem<br />

como propaganda enganosa, que as empresas,<br />

os governantes e a mídia reproduzem todo dia<br />

para convencer o povo e ao mesmo tempo <strong>de</strong>sviar<br />

a atenção da população <strong>dos</strong> verda<strong>de</strong>iros interesses<br />

que estão escondi<strong>dos</strong> nestes projetos.<br />

No Brasil e na América Latina a estratégia<br />

<strong>de</strong> dominação vem através das gran<strong>de</strong>s empresas<br />

multinacionais, dirigidas pelos maiores bancos<br />

mundiais e com a promessa <strong>de</strong> instalar-se na região<br />

para investir dólares e euros. Vem através do<br />

plano IIRSA, Plan-Puebla Panamá, Plano Colômbia,<br />

Parcerias Público-Privada, entre outros.<br />

É nesse cenário que a energia se transformou<br />

num <strong>dos</strong> principais problemas do atual mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> socieda<strong>de</strong>. A energia é um “ponto fraco”<br />

do capitalismo, principalmente <strong>dos</strong> países<br />

centrais, em especial das gran<strong>de</strong>s empresas<br />

multinacionais. Estes países e os gran<strong>de</strong>s grupos<br />

econômicos, além <strong>de</strong> tomar as reservas <strong>de</strong><br />

petróleo no mundo, querem controlar as <strong>de</strong>mais<br />

fontes <strong>de</strong> energia em regiões e países que ainda<br />

não dominam, isso para garantir sua “segurança<br />

energética” e conseqüentemente suas taxas<br />

<strong>de</strong> lucro elevadas.<br />

Na prática, estão buscando controlar as reservas<br />

<strong>de</strong> gás e petróleo, a energia produzida através<br />

da biomassa<br />

(álcool, biodiesel e<br />

óleo vegetal), a<br />

energia hídrica<br />

(construindo barragens),<br />

a energia solar,<br />

a energia eólica<br />

(vento), e <strong>de</strong>mais<br />

fontes que possuem<br />

viabilida<strong>de</strong> econômica<br />

ou que possam vir a<br />

ter essa viabilida<strong>de</strong>.<br />

O Brasil, em especial<br />

a região Amazônica,<br />

passa a ser o principal foco<br />

<strong>de</strong> interesse das multinacionais<br />

e <strong>dos</strong> países estrangeiros,<br />

<strong>por</strong>que ali temos<br />

<strong>Cartilha</strong>_Rio_Ma<strong>de</strong>ira_2ed.pmd 5<br />

16/1/2009, 16:38

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!