A Caranguejeira é exemplar em muitas coisas ... - Jornal de Leiria
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<strong>Caranguejeira</strong><br />
A <strong>Caranguejeira</strong> é <strong>ex<strong>em</strong>plar</strong> <strong>em</strong> <strong>muitas</strong> <strong>coisas</strong>. Reconhece-se nos textos <strong>de</strong>ste<br />
supl<strong>em</strong>ento uma gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativa das gentes da freguesia. Há escolas<br />
diversas, centros <strong>de</strong> apoio social, bancos e <strong>em</strong>presas. Falta, porém, fazer ainda várias<br />
<strong>coisas</strong>, nomeadamente evitar que o Plano Director Municipal (PDM) seja um entrave<br />
ao seu <strong>de</strong>senvolvimento. A entrevista com o presi<strong>de</strong>nte da junta, Adriano Francisco,<br />
dá conta do que mais falta faz ao <strong>de</strong>senvolvimento da freguesia.<br />
Edição:<br />
LURDES TRINDADE<br />
Este supl<strong>em</strong>ento faz parte integrante da edição 1167 do JORNAL DE LEIRIA, <strong>de</strong> 23 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2006 e não po<strong>de</strong> ser vendido separadamente
Adriano Francisco, presi<strong>de</strong>nte da Junta <strong>de</strong> Freguesia da <strong>Caranguejeira</strong><br />
"T<strong>em</strong>os tido azar com os <strong>em</strong>preiteiros<br />
que vêm para a freguesia"<br />
À frente <strong>de</strong> uma das freguesias mais <strong>de</strong>senvolvidas do concelho, Adriano Francisco lamenta que a única zona industrial<br />
existente não tenha infra-estruturas e que os proprietários se aproveit<strong>em</strong> da situação para inflaccionar<strong>em</strong> os preços dos<br />
terrenos. A melhoria das acessibilida<strong>de</strong>s e a reconstrução das pontes <strong>de</strong>struídas pelas cheias são outros probl<strong>em</strong>as que o<br />
presi<strong>de</strong>nte da Junta da <strong>Caranguejeira</strong> gostaria <strong>de</strong> ver resolvidos até ao final do mandato.<br />
<strong>Caranguejeira</strong> é<br />
uma freguesia<br />
com um gran<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento<br />
industrial,<br />
mas os<br />
<strong>em</strong>presários<br />
queixam-se da<br />
inexistência<br />
<strong>de</strong> uma zona<br />
industrial infra-estruturada. Como<br />
explica esta situação?<br />
O Plano Director Municipal t<strong>em</strong><br />
<strong>de</strong>finida a zona industrial da Pimenteira,<br />
mas os preços dos terrenos<br />
estão bastante inflacionados. Os<br />
terrenos para a indústria não pod<strong>em</strong><br />
custar mais que sete ou <strong>de</strong>z euros<br />
por metros quadrado, mas neste<br />
momento os seus proprietários<br />
estão a pedir entre 40 e 45 euros.<br />
Isto é insustentável. Ora, antes disto<br />
ter acontecido, <strong>de</strong>via ter sido<br />
constituída uma <strong>em</strong>presa ou socieda<strong>de</strong>,<br />
que tivesse adquirido os terrenos<br />
a um preço acessível, criando<br />
infra-estruturas e, aí sim, vendê-los<br />
aos <strong>em</strong>presários interessados a preços<br />
justos. Outra medida podia passar<br />
pelo <strong>em</strong>parcelamento dos lotes,<br />
mas o que se passa é que os proprietários<br />
não se un<strong>em</strong> para esse<br />
efeito. Esse é o gran<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>a<br />
da freguesia da <strong>Caranguejeira</strong>. Além<br />
disso, a Junta t<strong>em</strong> pedido várias<br />
vezes à Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> para colocar<br />
iluminação pública. É obvio<br />
que se aquela zona industrial tivesse<br />
sido planeada, com as infraestruturas<br />
a<strong>de</strong>quadas, a referida<br />
<strong>em</strong>presa gestora do parque tinha<br />
que colocar lá electricida<strong>de</strong>, água<br />
e saneamento. Actualmente não<br />
existe nada.<br />
Então, neste momento, qual o<br />
caminho a seguir para <strong>de</strong>sbloquear<br />
o probl<strong>em</strong>a?<br />
T<strong>em</strong>os que aguardar e os proprietários<br />
que possu<strong>em</strong> lá terrenos<br />
têm que reflectir b<strong>em</strong> nos preços<br />
que quer<strong>em</strong> praticar. Porque assim<br />
não há investidores que pegu<strong>em</strong><br />
naqueles espaços, com preços tão<br />
elevados. Claro que esta situação<br />
está a provocar um gran<strong>de</strong> estrangulamento<br />
na nossa freguesia, porque<br />
já houve <strong>em</strong>presários interessados<br />
<strong>em</strong> instalar-se na <strong>Caranguejeira</strong><br />
e procuram outros locais porque<br />
não t<strong>em</strong>os uma zona industrial <strong>em</strong><br />
condições <strong>de</strong> os po<strong>de</strong>r satisfazer.<br />
A freguesia da <strong>Caranguejeira</strong><br />
foi uma das que mais sofreu com<br />
as últimas cheias. Que balanço<br />
merece essa situação?<br />
T<strong>em</strong>os três pontes que sofreram<br />
gran<strong>de</strong>s abalos porque não foram<br />
construídas com rigor, até porque<br />
não foram feitas há tanto t<strong>em</strong>po<br />
assim. Uma foi construída há nove<br />
anos e foi <strong>de</strong>slocada 50 centímetros<br />
com a força das águas. Outra,<br />
construída há mais t<strong>em</strong>po, não t<strong>em</strong><br />
fundações. Foi criada nas margens<br />
do rio. Já houve outras cheias há<br />
uns largos anos e a ponte, que era<br />
<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, aguentou-se perfeitamente.<br />
Esta, que é <strong>de</strong> betão, <strong>de</strong>slocou-se.<br />
Está prevista a sua recuperação?<br />
Está. O vereador responsável<br />
pelo pelouro e a sua equipa vieram<br />
<strong>de</strong> imediato à <strong>Caranguejeira</strong>,<br />
fizeram um levantamento dos danos<br />
e estão a ser feitos novos projectos<br />
das pontes pelo Gabinete <strong>de</strong><br />
Apoio Técnico que já terão sido<br />
entregues à senhora presi<strong>de</strong>nte para<br />
ser<strong>em</strong> <strong>de</strong>spachados. É uma situação<br />
que terá <strong>de</strong> ser resolvida <strong>em</strong><br />
t<strong>em</strong>po recor<strong>de</strong>, para reconstruir as<br />
pontes, porque há pessoas do Vale<br />
Sobreiro e do Vale da Rosa que<br />
têm que percorrer mais cinco quilómetros<br />
para se <strong>de</strong>slocar <strong>de</strong> um<br />
lado para o outro. Além do perigo<br />
que constitu<strong>em</strong>. Apesar <strong>de</strong> estar<strong>em</strong><br />
sinalizadas, não o estão como<br />
<strong>de</strong>v<strong>em</strong>. Reconheço isso, mas já foi<br />
feito um pedido para uma melhor<br />
sinalização.<br />
As <strong>de</strong>ficiências nas acessibilida<strong>de</strong>s<br />
à freguesia constitu<strong>em</strong> outra<br />
das reclamações dos <strong>em</strong>presários<br />
e da população <strong>em</strong> geral. Foi construída<br />
a primeira fase <strong>de</strong> uma<br />
variante para retirar o trânsito do<br />
centro da <strong>Caranguejeira</strong>, mas falta<br />
a segunda fase…<br />
Essa variante foi construída para<br />
retirar o trânsito do centro da vila,<br />
mas as pessoas prefer<strong>em</strong> continua<br />
a fazê-lo. Quanto à segunda fase,<br />
<strong>de</strong>vo dizer que a Junta <strong>de</strong> Freguesia<br />
t<strong>em</strong> tido várias reuniões com<br />
o senhor vereador e com os técnicos<br />
do Gabinete <strong>de</strong> Apoio Técnico,<br />
e sei que o projecto está praticamente<br />
concluído. Só que há cerca<br />
<strong>de</strong> um ano surgiu uma Comissão<br />
<strong>de</strong> Moradores <strong>de</strong> um dos lugares<br />
on<strong>de</strong> vai passar a variante, a contestar<br />
o traçado da via. Se essa<br />
comissão pensa assim a obra nunca<br />
mais se faz. A Junta <strong>de</strong> Freguesia<br />
já conversou várias vezes<br />
com essas pessoas e estamos a tentar<br />
chegar a um entendimento. A<br />
variante é para passar <strong>em</strong> Cal<strong>de</strong>las,<br />
Outeiro e Olivais. Neste momento<br />
está na Ribeira <strong>de</strong> Cal<strong>de</strong>las. As<br />
nossas acessibilida<strong>de</strong>s são, <strong>de</strong> facto<br />
um dos nossos probl<strong>em</strong>as, mas<br />
com comissões a travar os nossos<br />
projectos, nunca mais há <strong>de</strong>senvolvimento.<br />
Como está o processo da criação<br />
da corporação <strong>de</strong> bombeiros?<br />
A Junta <strong>de</strong> Freguesia da <strong>Caranguejeira</strong><br />
e outras freguesias vizinhas<br />
estão <strong>em</strong> conversações para<br />
tentar criar um quartel <strong>de</strong> bombeiros<br />
que sirva Arrabal, Chainça<br />
e Santa Catarina da Serra. Já tiv<strong>em</strong>os<br />
várias reuniões e já apresentámos<br />
o projecto à presi<strong>de</strong>nte da<br />
Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, que consi<strong>de</strong>rou<br />
ser uma boa iniciativa. Sobretudo<br />
porque abrange quatro freguesias.<br />
T<strong>em</strong>os que trabalhar <strong>em</strong> conjunto.<br />
Não pod<strong>em</strong>os pensar que a<br />
<strong>Caranguejeira</strong> t<strong>em</strong> que ter um quartel,<br />
Santa Catarina outro e as outras<br />
freguesias outros. Seria um quartel<br />
dos bombeiros e da GNR central,<br />
para po<strong>de</strong>r dar assistência às<br />
populações <strong>de</strong>stas freguesias. Estamos<br />
já <strong>em</strong> negociações para um<br />
terreno localizado no limite <strong>de</strong> freguesia<br />
da <strong>Caranguejeira</strong> com Santa<br />
Catarina da Serra e Arrabal. O<br />
processo está a correr b<strong>em</strong>, pelo<br />
que <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> pouco t<strong>em</strong>po ter<strong>em</strong>os<br />
novida<strong>de</strong>s. Claro que estamos<br />
a tentar criar o quartel ligado a<br />
uma corporação já existente.<br />
O refeitório para os alunos da<br />
escola do primeiro ciclo do ensino<br />
básico da <strong>Caranguejeira</strong> está<br />
localizado fora das instalações<br />
escolares, o que t<strong>em</strong> provocado<br />
alguma polémica junto dos pais…<br />
A Junta <strong>de</strong> Freguesia disponibilizou<br />
um espaço no Centro <strong>de</strong><br />
Saú<strong>de</strong> para servir os almoços, porque<br />
a escola da <strong>Caranguejeira</strong> t<strong>em</strong><br />
um refeitório que foi ocupado pela<br />
biblioteca e sala <strong>de</strong> computadores.<br />
Claro que a sala do Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><br />
é fria, mas t<strong>em</strong> condições para<br />
os alunos. Tanto assim é que foi<br />
aprovada <strong>em</strong> vistoria. Aliás, essa<br />
foi uma opção da escola. Ou tinha<br />
uma biblioteca e sala <strong>de</strong> computadores<br />
ou tinha um refeitório <strong>de</strong>ntro<br />
das instalações. Estamos a<br />
<strong>de</strong>senvolver esforços no sentido<br />
<strong>de</strong> construir um refeitório junto à<br />
escola.<br />
Sendo a <strong>Caranguejeira</strong> uma<br />
vila auto-suficiente no que respeita<br />
a serviços, comércio e indústria,<br />
como se justificam os atrasos<br />
no saneamento básico?<br />
Uma das promessas da presi<strong>de</strong>nte<br />
da Câmara <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> pren<strong>de</strong>-se<br />
com a conclusão do saneamento<br />
da <strong>Caranguejeira</strong> durante<br />
este mandato, mas também atrasou<br />
muito porque não havia o<br />
colector principal feito. Neste momento<br />
está pronto - existia um probl<strong>em</strong>a<br />
no Vale do Lapedo - e já<br />
estamos <strong>em</strong> obras. Infelizmente,<br />
t<strong>em</strong>os tido azar com os <strong>em</strong>preiteiros<br />
que vêm para a freguesia. Vêm<br />
com dificulda<strong>de</strong>s e acabam mesmo<br />
por falir. Acontece que <strong>de</strong>pois<br />
a obra pára e t<strong>em</strong>os que fazer novo<br />
concurso público. Andámos sist<strong>em</strong>aticamente<br />
a voltar à estaca zero,<br />
o que resulta <strong>em</strong> atrasos, neste caso,<br />
para a conclusão do saneamento.<br />
Que novos projectos t<strong>em</strong> a<br />
Junta para este mandato?<br />
A gran<strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> para este<br />
mandato passará pela conclusão<br />
da variante e a construção<br />
do edifício polivalente da Junta<br />
<strong>de</strong> Freguesia. T<strong>em</strong>os que construir<br />
com urgência um novo<br />
campo <strong>de</strong> futebol. A Junta <strong>de</strong><br />
Freguesia já iniciou o movimento<br />
<strong>de</strong> terras para esse campo, on<strong>de</strong><br />
serão construídos também dois<br />
campos <strong>de</strong> ténis e balneários<br />
para servir os atletas. T<strong>em</strong>os também<br />
o projecto para a casa mortuária.<br />
T<strong>em</strong>os tido várias reuniões<br />
com o pároco, porque a<br />
Junta <strong>de</strong> Freguesia enten<strong>de</strong> que<br />
é um serviço que <strong>de</strong>veria ficar<br />
junto à Igreja. Hoje os velórios<br />
já não se faz<strong>em</strong> <strong>em</strong> casa e numa<br />
freguesia como a nossa urge criar<br />
uma casa mortuária. Se o senhor<br />
padre, <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> aguardamos<br />
uma resposta, não aceitar a<br />
nossa proposta, ter<strong>em</strong>os que a<br />
construir longe da igreja. Para<br />
isso ter<strong>em</strong>os que adquirir um<br />
terreno. ●<br />
ficha técnica<br />
DIRECTOR: José Ribeiro Vieira; COORDENAÇÃO: Anabela Frazão; ; REDACÇÃO: Lur<strong>de</strong>s Trinda<strong>de</strong>; SERVIÇOS COMERCIAIS: Rui Botas; DISTRIBUIÇÃO: <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Edição n.º 1167, 23 Nov<strong>em</strong>bro 2006<br />
Rua Comandante João Belo, Nº 31 - Apartado 1098 - 2401-801 <strong>Leiria</strong> Tel. 244 800 400 - Fax 244 800401 - . E-mail: geral@jornal<strong>de</strong>leiria.pt<br />
2| <strong>Caranguejeira</strong> | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 23 Nov<strong>em</strong>bro 2006
Com<strong>em</strong>orações abertas a toda a comunida<strong>de</strong><br />
Escola EB 2,3 da <strong>Caranguejeira</strong> faz 20 anos<br />
AEscola EB 2,3 Dr.<br />
Correia Alexandre<br />
da <strong>Caranguejeira</strong><br />
com<strong>em</strong>ora<br />
este ano o seu 20º<br />
aniversário, com<br />
um conjunto <strong>de</strong><br />
activida<strong>de</strong>s que<br />
envolve antigos<br />
professores, funcionários<br />
e alunos. Segundo o presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho Executivo do<br />
Agrupamento <strong>de</strong> Escolas da <strong>Caranguejeira</strong>,<br />
on<strong>de</strong> se inclui da EB 2,3<br />
Dr. Correia Alexandre, Vítor Diogo,<br />
é sua intenção chamar a participar<br />
nas activida<strong>de</strong>s todos os encarregados<br />
<strong>de</strong> educação e a comunida<strong>de</strong><br />
<strong>em</strong> geral, <strong>de</strong> forma a mostrar que<br />
a escola, <strong>de</strong>stinando-se aos alunos,<br />
está aberta a todos.<br />
A funcionar <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano lectivo<br />
<strong>de</strong> 1986/87 como C+S da <strong>Caranguejeira</strong>,<br />
foi mais tar<strong>de</strong> "baptizada"<br />
com o nome <strong>de</strong> uma figura <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque da terra. O médico Correia<br />
Alexandre, conhecido por "João<br />
S<strong>em</strong>ana", pela <strong>de</strong>dicação aos doentes<br />
e que, apesar da ida<strong>de</strong> avançada,<br />
continua a exercer ainda a sua<br />
activida<strong>de</strong>. "É o primeiro a chegar<br />
ao Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e o último a<br />
sair", diz<strong>em</strong> as populações.<br />
E porque ao longo <strong>de</strong>stes 20 anos<br />
passaram muitos professores, alunos<br />
e funcionários pela escola, as<br />
primeiras activida<strong>de</strong>s a <strong>de</strong>senvolver<br />
pela escola prend<strong>em</strong>-se com<br />
jantares/convívios on<strong>de</strong> se consiga<br />
reunir o máximo <strong>de</strong> pessoas possível.<br />
Outra das acções previstas,<br />
pren<strong>de</strong>-se com mais uma visita <strong>de</strong><br />
estudo ao estrangeiro, uma tradição<br />
da escola. Para isso, os alunos<br />
do 9º promoveram uma acção nas<br />
tasquinhas <strong>de</strong> S. Martinho, realizadas<br />
há duas s<strong>em</strong>anas, para angariar<strong>em</strong><br />
fundos para po<strong>de</strong>r<strong>em</strong> ir a<br />
França, durante a interrupção da<br />
Páscoa.<br />
As com<strong>em</strong>orações do aniversário<br />
da escola vão <strong>de</strong>correr ao longo<br />
do ano. Para já, está marcada a<br />
festa <strong>de</strong> Natal, que coinci<strong>de</strong> com o<br />
final do primeiro período, com espectáculos<br />
musicais pelo grupo disciplinar<br />
<strong>de</strong> Educação Musical e pelo<br />
Clube <strong>de</strong> Música Tradicional da<br />
escola se<strong>de</strong>, além <strong>de</strong> um jantar com<br />
os encarregados <strong>de</strong> educação.<br />
No final do ano, haverá uma<br />
festa <strong>de</strong> encerramento das activida<strong>de</strong>s<br />
lectivas com espectáculos<br />
musicais no auditório do Centro<br />
Social e Paroquial da <strong>Caranguejeira</strong>,<br />
abertos a toda a comunida<strong>de</strong>,<br />
com peças <strong>de</strong> teatro e música pelos<br />
alunos.<br />
Na escola, será feita uma<br />
exposição com trabalhos <strong>de</strong><br />
todas as crianças dos jardins<strong>de</strong>-infância<br />
e alunos das escolas<br />
do agrupamento e um sarau<br />
<strong>de</strong> ginástica. Prevê-se ainda a<br />
realização <strong>de</strong> tasquinhas realizadas<br />
pelas Associações <strong>de</strong> Pais<br />
do Pré-Escolar e 1º ciclo e do<br />
2º e 3º ciclos e pelas escolas do<br />
Agrupamento.<br />
O Agrupamento <strong>de</strong> Escolas<br />
da <strong>Caranguejeira</strong> t<strong>em</strong> cinco jardins<br />
<strong>de</strong> infância (Cal<strong>de</strong>las,<br />
<strong>Caranguejeira</strong>, Palmeiria, Santa<br />
Eufémia e Souto do Meio),<br />
com um total <strong>de</strong> 188 alunos.<br />
Possui ainda oito escolas do 1º<br />
ciclo do ensino básico, com 301<br />
alunos, e a escola se<strong>de</strong>, com<br />
308 alunos. No total, o agrupamento<br />
t<strong>em</strong> 882 alunos, 84<br />
professores e 33 auxiliares <strong>de</strong><br />
Acção Educativa. ●<br />
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23 Nov<strong>em</strong>bro 2006 | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | <strong>Caranguejeira</strong> |3
Abertura marcada para Dez<strong>em</strong>bro<br />
Novo balcão BPI na <strong>Caranguejeira</strong><br />
Anabela Gaspar e Elisabete Manso, equipa <strong>de</strong> gerência do balcão do BPi da <strong>Caranguejeira</strong><br />
OBPI irá<br />
reforçar a<br />
presença<br />
no concelho<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
com a<br />
abertura,<br />
<strong>em</strong> Dez<strong>em</strong>bro,<br />
<strong>de</strong> um<br />
novo balcão,<br />
na <strong>Caranguejeira</strong>.<br />
Aquele que será o nono Balcão<br />
do BPI no concelho <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
dispõe <strong>de</strong> uma área <strong>de</strong> atendimento<br />
ao público com cerca<br />
<strong>de</strong> 100 m2, on<strong>de</strong> todas as funções<br />
bancárias estão organizadas<br />
<strong>em</strong> espaços próprios, <strong>de</strong>dicados<br />
à prestação <strong>de</strong> cada serviço.<br />
Os clientes terão ao seu dispor<br />
uma área <strong>de</strong> atendimento rápido<br />
para os assuntos mais simples, e<br />
outros especializados para quando<br />
precisam <strong>de</strong> um conselho e<br />
ainda uma área <strong>de</strong> atendimento<br />
automático 24 horas, que permite<br />
o acesso a serviços bancários<br />
após o encerramento do Balcão.<br />
A abertura <strong>de</strong>ste balcão "reafirma<br />
a política <strong>de</strong> expansão do<br />
BPI que procura garantir uma<br />
maior proximida<strong>de</strong> com os seus<br />
clientes", explicam os responsáveis<br />
daquela entida<strong>de</strong> bancária.<br />
O novo balcão irá funcionar<br />
no centro da vila, no local on<strong>de</strong><br />
antes esteve instalado um minimercado.<br />
As obras <strong>de</strong> adaptação<br />
iniciaram-se há poucas<br />
s<strong>em</strong>anas, estando quase concluídas.<br />
●<br />
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Acad<strong>em</strong>ia <strong>de</strong>senvolve<br />
gosto pela música<br />
Inaugurada <strong>em</strong> Abril<br />
<strong>de</strong> 2002, a Acad<strong>em</strong>ia<br />
<strong>de</strong> Música da <strong>Caranguejeira</strong><br />
t<strong>em</strong> como<br />
principal objectivo<br />
<strong>de</strong>senvolver nas crianças,<br />
jovens e adultos<br />
o gosto pela boa música<br />
e o prazer <strong>de</strong> tocar<br />
um instrumento. Com<br />
cerca <strong>de</strong> oito <strong>de</strong>zenas<br />
<strong>de</strong> alunos, entre os quatro<br />
e os 75 anos, aquela<br />
instituição privada<br />
dispõe <strong>de</strong> sete estúdios mo<strong>de</strong>rnamente equipados com<br />
instrumentos topo <strong>de</strong> gama, ar condicionado, acusticamente<br />
isolados e todos ligados à Internet. É um<br />
ensino personalizado, "<strong>em</strong> que os alunos aprend<strong>em</strong>,<br />
sentindo e fazendo".<br />
António Cardo, proprietário e director pedagógico,<br />
explica que na acad<strong>em</strong>ia é aplicado um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong><br />
ensino apoiado por livros <strong>de</strong> música a<strong>de</strong>quados às<br />
necessida<strong>de</strong>s e faixas etárias <strong>em</strong> que se inscrev<strong>em</strong> os<br />
alunos, acompanhados <strong>de</strong> suporte <strong>em</strong> disquete, que<br />
po<strong>de</strong>rão ser utilizadas <strong>em</strong> casa.<br />
Trata-se <strong>de</strong> uma "inovadora forma <strong>de</strong> estudar e ensinar<br />
música", que proporciona a todos - professores e<br />
alunos - "um ambiente mais <strong>em</strong>otivo e divertido na<br />
sala <strong>de</strong> aula e, paralelamente, um maior entusiasmo<br />
e um maior <strong>em</strong>penhamento no cumprimento das tarefas<br />
<strong>de</strong> cada um".<br />
Exist<strong>em</strong> na Acad<strong>em</strong>ia <strong>de</strong> Música vários planos <strong>de</strong><br />
estudo a<strong>de</strong>quados aos objectivos <strong>de</strong> cada alunos. Os<br />
cursos livres que possibilitam um domínio do instrumento,<br />
abrangendo vários estilos musicais através do<br />
género <strong>de</strong> música com que o aluno mais se i<strong>de</strong>ntifica,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o clássicos, ao rock, passando pelo jazz e<br />
popular.<br />
A Acad<strong>em</strong>ia <strong>de</strong> Música da <strong>Caranguejeira</strong> t<strong>em</strong> ainda<br />
os seus cursos reconhecidos pela Associated Board<br />
of Royal Schools of Music. Ou seja, os seus alunos<br />
têm oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter<strong>em</strong> um diploma reconhecido<br />
internacionalmente, seguindo um plano <strong>de</strong> estudos<br />
completo, dando acesso a uma licenciatura. Pod<strong>em</strong><br />
ainda optar pelos programas oficiais, utilizados nos<br />
Conservatórios <strong>de</strong> Música, estando para isso sujeitos<br />
a provas ou exames <strong>de</strong> passag<strong>em</strong>.<br />
Aliás, exigência é o que não falta nesta acad<strong>em</strong>ia,<br />
até pelas funções <strong>de</strong> António Cardo, enquanto presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho do Pedagógico do Conservatório<br />
<strong>de</strong> Música <strong>de</strong> Coimbra, ex-director pedagógico do<br />
Orfeão <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> e musicólogo. "O nosso objectivo é<br />
oferecer um ensino <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> para alunos que queiram<br />
apren<strong>de</strong>r música a sério, <strong>em</strong>bora saibamos que<br />
quando iniciam os estudos <strong>de</strong>sconhec<strong>em</strong> o que vão<br />
encontrar". ●<br />
4| <strong>Caranguejeira</strong> | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 23 Nov<strong>em</strong>bro 2006
Grupo Beatriz Godinho procura instalações para alargar serviços<br />
Polidiagnóstico quer<br />
esten<strong>de</strong>r-se à <strong>Caranguejeira</strong><br />
Oposto<br />
<strong>de</strong> colheitas<br />
da Carangueira<br />
é um<br />
dos 70<br />
que o<br />
Grupo<br />
Beatriz Godinho dispõe,<br />
distribuídos pelos distritos<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>, Santarém,<br />
Coimbra e Aveiro, representando<br />
uma filosofia<br />
mo<strong>de</strong>rna face ao <strong>de</strong>safio<br />
da melhoria dos padrões<br />
<strong>de</strong> vida da socieda<strong>de</strong>. Amado<br />
Elias Tomaz, um dos<br />
responsáveis do grupo,<br />
explica que a abertura <strong>de</strong>stes<br />
serviços representa uma<br />
mais-valia para os doentes<br />
que necessitam <strong>de</strong> fazer<br />
análises o mais cedo possível,<br />
uma vez que têm que<br />
se apresentar <strong>em</strong> jejum e,<br />
<strong>muitas</strong> vezes, <strong>em</strong> repouso<br />
absoluto. "Como s<strong>em</strong>pre<br />
estive ligado a gran<strong>de</strong>s<br />
centros <strong>de</strong> investigação, o<br />
nosso objectivo s<strong>em</strong>pre foi<br />
a qualida<strong>de</strong>", diz o <strong>em</strong>presário<br />
que preten<strong>de</strong> alargar<br />
as instalações naquela vila,<br />
para criar novas valências<br />
na área da saú<strong>de</strong>. "Quer<strong>em</strong>os<br />
fazer ali um <strong>de</strong>sdobramento<br />
do Polidiagnóstico",<br />
diz o <strong>em</strong>presário,<br />
justificando a instalação<br />
<strong>de</strong> uma clínica médica com<br />
o facto <strong>de</strong> se tratar <strong>de</strong> uma<br />
zona muito industrializada,<br />
on<strong>de</strong> cada vez mais é<br />
importante aproximar a<br />
saú<strong>de</strong> dos utentes.<br />
Quanto à política <strong>de</strong> abertura<br />
dos vários postos <strong>de</strong><br />
colheita <strong>de</strong> sangue, Amado<br />
Elias Tomaz explica que,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1974, ano <strong>em</strong> que<br />
abriu o primeiro laboratório<br />
<strong>em</strong> <strong>Leiria</strong>, teve a preocupação<br />
<strong>de</strong> reduzir as caminhadas<br />
a pé que as pessoas<br />
eram obrigadas a fazer para<br />
se <strong>de</strong>slocar<strong>em</strong> aos laboratórios.<br />
Estas unida<strong>de</strong>s, diz,<br />
permit<strong>em</strong> colmatar a dispersão<br />
da população e as<br />
dificulda<strong>de</strong>s na utilização<br />
<strong>de</strong> meios <strong>de</strong> transporte, cumprindo,<br />
ao mesmo t<strong>em</strong>po,<br />
"todos os requisitos para a<br />
sua licença <strong>de</strong> utilização,<br />
garantindo a qualida<strong>de</strong> técnica<br />
e assistencial".<br />
O posto <strong>de</strong> colheitas da<br />
<strong>Caranguejeira</strong> está aberto<br />
todos os dias, incluindo<br />
ao sábado <strong>de</strong> manhã,<br />
sendo ali prestados todos<br />
os serviços <strong>de</strong> análises<br />
clínicas.<br />
Além disso, através do<br />
Polidiagnóstico já é prestado<br />
um apoio às <strong>em</strong>presas<br />
na área da segurança,<br />
higiene e saú<strong>de</strong> no<br />
trabalho. "O nosso objectivo<br />
é prevenir riscos profissionais,<br />
promovendo a<br />
competitivida<strong>de</strong> e a produtivida<strong>de</strong><br />
das <strong>em</strong>presas",<br />
afirma Amado Elias<br />
Tomaz, revelando que este<br />
serviço é feito directamente<br />
nas <strong>em</strong>presas ou<br />
nas instalações do laboratório<br />
na <strong>Caranguejeira</strong>.<br />
"A nossa i<strong>de</strong>ia é <strong>de</strong>slocarmo-nos<br />
até às <strong>em</strong>presas<br />
ou o mais próximo<br />
possível <strong>de</strong>las, para que<br />
não se perca t<strong>em</strong>po". ●<br />
Amado Elias Tomaz, responsável pelo grupo Beatriz Godinho<br />
Retrato da freguesia<br />
Com cerca <strong>de</strong> seis mil habitantes, a freguesia da<br />
<strong>Caranguejeira</strong> é consi<strong>de</strong>rada auto-suficiente no que<br />
respeita a serviços, comércio e indústria. Com três<br />
bancos (Caixa <strong>de</strong> Crédito Agrícola Mútuo, Caixa<br />
Geral <strong>de</strong> Depósitos e BPN), prepara-se para receber<br />
mais um balcão, o BPI, dado seu elevado <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>em</strong>presarial.<br />
Na freguesia, <strong>de</strong>stacam-se as indústrias <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira,<br />
construção civil e pirotecnia. O comércio é também<br />
forte, quer no centro da vila, quer nas localida<strong>de</strong>s<br />
vizinhas.<br />
Des<strong>de</strong> os anos quarenta, a freguesia dispõe <strong>de</strong> serviços<br />
<strong>de</strong> Correio, estação automática <strong>de</strong> telefones e<br />
cinco edifícios escolares.<br />
Dispõe <strong>de</strong> um Centro <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, uma farmácia e<br />
vários consultórios médicos <strong>de</strong> diversas especialida<strong>de</strong>s.<br />
T<strong>em</strong> um laboratório <strong>de</strong> análises clínicas a<br />
funcionar diariamente, preparando-se para receber<br />
um <strong>de</strong>sdobramento do Polidiagnóstico <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>,<br />
on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão ser oferecidos exames <strong>de</strong> diagnóstico<br />
compl<strong>em</strong>entares.<br />
Na área do apoio social, a freguesia t<strong>em</strong> uma Casa<br />
do Povo, um Centro Social e Paroquial, com Lar <strong>de</strong><br />
Idosos, Apoio Domiciliário e Centro <strong>de</strong> Dia, possuindo<br />
ainda um Centro <strong>de</strong> Reabilitação. T<strong>em</strong> uma<br />
Igreja Matriz e quatro capelas, além dos dois c<strong>em</strong>itérios.<br />
No que respeita à cultura, recreio e <strong>de</strong>sporto, <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>stacar as várias colectivida<strong>de</strong>s, a piscina pública,<br />
o Pavilhão Gimno<strong>de</strong>sportivo e o parque <strong>de</strong>sportivo,<br />
com campo <strong>de</strong> futebol e dois campos <strong>de</strong> ténis,<br />
além do Agrupamento <strong>de</strong> Escuteiros e o jornal local<br />
o Notícias da <strong>Caranguejeira</strong>, com periodicida<strong>de</strong><br />
mensal. ●<br />
23 Nov<strong>em</strong>bro 2006 | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | <strong>Caranguejeira</strong> |5
Rui Oliveira, presi<strong>de</strong>nte da Associação dos Industriais <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira da Região Centro<br />
Indústria <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />
é marca da região<br />
Aindústria da ma<strong>de</strong>ira é já<br />
uma marca da <strong>Caranguejeira</strong>.<br />
Presente na freguesia<br />
há mais <strong>de</strong> 60 anos,<br />
dá, actualmente, <strong>em</strong>prego<br />
a mais <strong>de</strong> seis centenas<br />
<strong>de</strong> pessoas. O volume<br />
<strong>de</strong> negócios das mais <strong>de</strong><br />
17 <strong>em</strong>presas da região rondará<br />
os 35 milhões <strong>de</strong> euros.<br />
O levantamento <strong>de</strong>stes dados foi feito por<br />
Rui Oliveira, presi<strong>de</strong>nte da Associação dos<br />
Industriais <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>iras da Região Centro e<br />
sócio-gerente da Valco, um dos maiores grupos<br />
do sector, se<strong>de</strong>ado na se<strong>de</strong> da vila. Aliás,<br />
só neste grupo exist<strong>em</strong> 230 colaboradores,<br />
uma fatia importante no sector.<br />
Rui Oliveira manifesta a sua preocupação<br />
<strong>em</strong> relação ao futuro do sector, <strong>em</strong> resultado<br />
dos incêndios que dizimaram a maior<br />
parte das florestas da região, e das cheias,<br />
que causaram gran<strong>de</strong>s prejuízos a várias<br />
<strong>em</strong>presas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras da <strong>Caranguejeira</strong>.<br />
No que respeita aos incêndios, o <strong>em</strong>presário<br />
explica que os reflexos não se farão<br />
notar a curto prazo, mas a médio e longo<br />
Rui Oliveira, <strong>em</strong>presário<br />
prazo prevê "gran<strong>de</strong>s dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> abastecimento,<br />
po<strong>de</strong>ndo originar mesmo o encerramento<br />
<strong>de</strong> algumas <strong>em</strong>presas". Segundo<br />
diz, o Governo tomou na região "as medidas<br />
que tomou <strong>em</strong> todo o País, que foram<br />
zero". Ou seja: "não se fez o levantamento<br />
da situação e não se fez o or<strong>de</strong>namento florestal<br />
e o que se está a fazer é uma reflorestação<br />
anárquica e espontânea, salvo alguma<br />
plantação <strong>de</strong> eucalipto que intensifica à<br />
medida que o t<strong>em</strong>po vai passando. S<strong>em</strong>pre<br />
e só por particulares s<strong>em</strong> qualquer autorização".<br />
O <strong>em</strong>presário explica que a legislação<br />
obriga a obter uma autorização para a<br />
plantação <strong>de</strong> eucaliptos, mas como "a fiscalização<br />
não actua, a situação vai florescendo<br />
à procura do lucro fácil e o do rendimento<br />
imediato".<br />
As cheias das últimas s<strong>em</strong>anas também<br />
não ajudaram o sector, por falta <strong>de</strong> retenção<br />
das águas <strong>de</strong>vido às matas queimadas<br />
e à falta <strong>de</strong> limpeza da Ribeira da <strong>Caranguejeira</strong><br />
e <strong>de</strong> todas as linhas <strong>de</strong> água da freguesia.<br />
"A acrescer a tudo isto, a má construção<br />
e <strong>de</strong>ficiente encaminhamento das<br />
condutas <strong>de</strong> saneamento junto ao curso do<br />
rio, fez com que as terras ficass<strong>em</strong> mal compactadas<br />
dando orig<strong>em</strong> a rupturas nas margens<br />
da Ribeira. Quase todas as pontes estão<br />
<strong>em</strong> risco <strong>de</strong> ruir", diz o <strong>em</strong>presário.<br />
A Valco ficou completamente inundada,<br />
tendo ficado com cerca <strong>de</strong> um metro <strong>de</strong> água<br />
no interior das instalações, com todos os<br />
prejuízos daí inerentes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a paralisação<br />
da produção, à perda total <strong>de</strong> produtos e<br />
matérias-primas. "O que aconteceu aqui,<br />
aconteceu a <strong>muitas</strong> <strong>em</strong>presas e muitos privados,<br />
com garagens on<strong>de</strong> os carros ficaram<br />
completamente inundados".<br />
O Plano Director Municipal é outro dos<br />
“Calcanhares <strong>de</strong> Aquiles” no <strong>de</strong>senvolvimento<br />
<strong>em</strong>presarial da região. "É uma força<br />
<strong>de</strong> bloqueio quando <strong>de</strong>veria ser uma força<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento", sublinha Rui Oliveira,<br />
adiantando que este instrumento não<br />
cont<strong>em</strong>plou zonas <strong>de</strong> crescimento, n<strong>em</strong> para<br />
a indústria, n<strong>em</strong> para a área urbana. "Limitou-se<br />
exclusivamente e, <strong>em</strong> alguns casos,<br />
n<strong>em</strong> isso, a aceitar as construções já existentes.<br />
Nenhuma indústria po<strong>de</strong> crescer na<br />
<strong>Caranguejeira</strong>, porque o PDM não cont<strong>em</strong>plou<br />
programa nenhum para isso". ●<br />
Associação cultural e Recreativa<br />
dos Soutos da Carangueijeira<br />
Colectivida<strong>de</strong>s<br />
proporcionam<br />
partilha <strong>de</strong><br />
experiências<br />
A com<strong>em</strong>orar este ano o seu 19 aniversário,<br />
a Associação Cultural e<br />
Recreativa dos Soutos da <strong>Caranguejeira</strong><br />
representa uma das <strong>muitas</strong> colectivida<strong>de</strong>s<br />
da freguesia que dão vida ao<br />
associativismo. É através <strong>de</strong>stas associações<br />
que <strong>muitas</strong> crianças, jovens e<br />
adultos, homens e mulheres, têm acesso<br />
ao <strong>de</strong>sporto, à cultura e ao conhecimento.<br />
É ali, nas se<strong>de</strong>s dos clubes,<br />
que conviv<strong>em</strong>, que partilham experiências<br />
e que, <strong>muitas</strong> vezes, aprend<strong>em</strong><br />
a ser solidários. Emília Francisco,<br />
presi<strong>de</strong>nte da Direcção daquela<br />
associação, confirma isso mesmo,<br />
lamentando, no entanto, que ainda "se<br />
viva muito numa fase <strong>de</strong> construção<br />
<strong>de</strong> pare<strong>de</strong>s". Na sua opinião, "é urgente<br />
criar outras condições para o associativismo,<br />
para que as pessoas o possam<br />
valorizar e dar-lhe continuida<strong>de</strong>".<br />
Numa freguesia autónoma no que respeita<br />
a infra-estruturas, "o associativismo<br />
assume um papel cada vez mais<br />
importante". Só que, segundo Emília<br />
Francisco, "não é fácil chamar pessoas<br />
aos órgãos directivos, porque as<br />
pessoas habituaram-se a que sejam<br />
s<strong>em</strong>pre os mesmos dois ou três a fazer<br />
tudo para elas". Claro que, a situação<br />
ten<strong>de</strong> a sofrer alterações, principalmente<br />
com os mais jovens, que começam<br />
a aparecer mais nas direcções<br />
dos clubes. Para isso contribui também<br />
o tipo <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvido.<br />
Na Associação Cultural e Recreativa<br />
dos Soutos, além do Rancho<br />
Folclórico, que com<strong>em</strong>ora 36 anos,<br />
exist<strong>em</strong> outras valências, como o futebol<br />
<strong>de</strong> salão e o atletismo, duas modalida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> importância na colectivida<strong>de</strong>,<br />
com a realização e participação<br />
<strong>em</strong> gran<strong>de</strong>s provas. Um <strong>de</strong>staque para<br />
os grupos <strong>de</strong> aeróbica e dança rítmica<br />
que envolv<strong>em</strong> uma boa franja da<br />
população.<br />
O sector <strong>de</strong> animação sócio-cultural<br />
é um dos mais importantes da associação.<br />
É responsável pela promoção<br />
das festas tradicionais, como o Entrudo,<br />
os encontros <strong>de</strong> Natal e final <strong>de</strong><br />
ano e realização <strong>de</strong> passeios pe<strong>de</strong>stres<br />
para conhecimento e preservação<br />
do património local e ambiental.<br />
Nesta valência inser<strong>em</strong>-se ainda as<br />
activida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> t<strong>em</strong>pos livres para as<br />
crianças da localida<strong>de</strong>. Um <strong>de</strong>staque<br />
ainda para o grupo <strong>de</strong> cavaquinhos,<br />
que visa o conhecimento ao nível da<br />
aprendizag<strong>em</strong> dos instrumentos musicais<br />
tradicionais, além <strong>de</strong> sensibilizar<br />
os mais novos para a música e para<br />
as artes. "A nossa associação e as<br />
outras colectivida<strong>de</strong>s têm como propósito<br />
promover a formação ao nível<br />
das artes, do b<strong>em</strong>-estar, do convívio,<br />
do <strong>de</strong>sporto e do conhecimento da história.●<br />
6| <strong>Caranguejeira</strong> | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 23 Nov<strong>em</strong>bro 2006
Uma instituição que privilegia as relações humanas<br />
Lar <strong>de</strong> idosos é consi<strong>de</strong>rado<br />
"hotel <strong>de</strong> cinco estrelas"<br />
Caixa Agrícola,<br />
um percurso<br />
<strong>de</strong> sucesso<br />
Um hotel <strong>de</strong> cinco estrelas.<br />
Foi assim que alguns idosos<br />
<strong>de</strong>screveram aquela<br />
que é hoje a sua residência<br />
oficial. O Lar <strong>de</strong> São<br />
Cristóvão, uma das valências<br />
do Centro Social e<br />
Paroquial <strong>de</strong> <strong>Caranguejeira</strong>,<br />
com capacida<strong>de</strong> para<br />
48 utentes, dispõe <strong>de</strong> instalações<br />
mo<strong>de</strong>rnas, funcionais, além <strong>de</strong> uma<br />
equipa <strong>de</strong> técnicos que privilegia as relações<br />
humanas com os utentes, na sua maioria<br />
naturais da freguesia.<br />
Domingo é dia <strong>de</strong> missa para os católicos.<br />
No lar, os idosos assist<strong>em</strong> à eucaristia<br />
através da televisão. Na sala polivalente - a<br />
capela é pequena para acolher tanta gente<br />
- os utentes da instituição recolh<strong>em</strong>-se no<br />
silêncio da sua fé, acompanhados por um<br />
ministro extraordinário da comunhão, que<br />
os "abençoa" com a "sagrada comunhão".<br />
É um ritual "imprescindível" na vida <strong>de</strong>stas<br />
pessoas que, ao contrário do que acontece<br />
<strong>em</strong> <strong>muitas</strong> instituições, se sent<strong>em</strong> como se<br />
estivess<strong>em</strong> <strong>em</strong> casa. "Eles aqui têm os amigos<br />
e os vizinhos com qu<strong>em</strong> contactaram<br />
toda a vida e s<strong>em</strong>pre que vão às varandas<br />
ou à rua vê<strong>em</strong> passar pessoas que conhec<strong>em</strong>.<br />
É como se não tivess<strong>em</strong> saído <strong>de</strong> casa",<br />
explica Joaquim Mónico, director e responsável<br />
pelo lar.<br />
Com salas espaçosas e b<strong>em</strong> <strong>de</strong>coradas e<br />
quartos solarengos, o Lar <strong>de</strong> São Cristóvão<br />
foi planeado ao pormenor. Foi uma obra<br />
construída <strong>em</strong> terreno da igreja, mas que<br />
pertence a toda a freguesia. Custou cerca <strong>de</strong><br />
um milhão e 800 mil euros e foi financiada<br />
pela Segurança Social <strong>em</strong> cerca <strong>de</strong> 500 mil<br />
euros. "Fiz<strong>em</strong>os dois cortejos e vários peditórios<br />
e apesar do azar, tiv<strong>em</strong>os sorte porque<br />
os fiz<strong>em</strong>os antes dos dois incêndios, pelo<br />
que parte da obra foi feita com a recolha <strong>de</strong><br />
muita ma<strong>de</strong>ira", afirma Joaquim Mónico.<br />
Sendo uma freguesia que tinha uma das<br />
maiores manchas florestais do concelho, as<br />
Uma artesã com garra<br />
pessoas ofereciam um ou dois pinheiros.<br />
"Ainda se conseguiu recolher, só <strong>em</strong> ma<strong>de</strong>ira,<br />
cerca <strong>de</strong> 150 mil euros", diz.<br />
T<strong>em</strong> 86 anos e uma vonta<strong>de</strong> férrea <strong>de</strong> viver. Desloca-<br />
-se <strong>em</strong> ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas, <strong>de</strong>vido a um aci<strong>de</strong>nte, mas<br />
não <strong>de</strong>sarma. É uma das resi<strong>de</strong>ntes do Lar <strong>de</strong> São Cristóvão<br />
e uma das mais conceituadas artesãs do distrito.<br />
Das suas mãos sa<strong>em</strong> pequenos trajes que representam<br />
o que <strong>de</strong> mais tradicional se usou por esse País<br />
fora. São miniaturas <strong>de</strong> uma perfeição que só a paixão<br />
po<strong>de</strong> justificar. "Faço este trabalho há 42 anos e<br />
só <strong>de</strong> pensar que um dia <strong>de</strong>ixarei <strong>de</strong> o fazer, fico angustiada",<br />
afirma Maria da Silva Monteiro, natural da<br />
Batalha, mas que já adoptou a <strong>Caranguejeira</strong> como a<br />
sua "residência do coração".<br />
Maria Monteiro trabalha todos os dias, com excepção do<br />
domingo que respeita. "Levanto-me muito cedo e trabalho no silêncio", diz a artesã <strong>de</strong><br />
sorriso fácil e meigo. "É uma forma <strong>de</strong> me sentir útil e, também <strong>de</strong> ganhar dinheiro<br />
para pagar a minha mensalida<strong>de</strong>", explica. Durante mais <strong>de</strong> 30 anos, percorreu as lojas<br />
<strong>de</strong> artigos religiosos <strong>de</strong> Fátima, a pé, ven<strong>de</strong>ndo as suas bonecas. Actualmente, fornece<br />
apenas duas das "melhores casas" <strong>de</strong> Fátima, guardando os restantes trabalhos para o<br />
concelho <strong>de</strong> on<strong>de</strong> é natural. "Comecei a fazer também os fatos típicos da <strong>Caranguejeira</strong><br />
e têm feito gran<strong>de</strong> sucesso", diz orgulhosa Maria Monteiro, mostrando uma noiva,<br />
uma encomenda que lhe foi feita para ser um presente a um casal <strong>de</strong> noivos. "Como já<br />
sou uma mulher antiga, tiro <strong>muitas</strong> <strong>coisas</strong> da minha cabeça, mas há pessoas mais velhas<br />
que me contam como eram os fatos e é assim que trabalho", diz. ●<br />
MODELO A NÍVEL NACIONAL<br />
Com um oratório, um tanque <strong>de</strong> água <strong>de</strong><br />
manutenção para fins terapêuticos, uma<br />
cozinha equipada com a mais alta tecnologia,<br />
um refeitório e quartos com camas articuladas<br />
e aparelhos para movimentar idosos<br />
acamados, o Lar <strong>de</strong> São Cristóvão é<br />
consi<strong>de</strong>rado um mo<strong>de</strong>lo a nível nacional,<br />
no conjunto das Instituições Particulares<br />
Solidarieda<strong>de</strong> Social (IPSS). Até a sua localização<br />
foi estratégica. Está próximo do Centro<br />
<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e da Igreja. "Está no centro da<br />
vila, perfeitamente integrado na comunida<strong>de</strong>",<br />
explica o director, consi<strong>de</strong>rando que o<br />
objectivo dos responsáveis da instituição<br />
"foi construir um lar que não fosse um <strong>de</strong>pósito<br />
<strong>de</strong> velhinhos, mas que <strong>de</strong>sse continuida<strong>de</strong><br />
à vida, on<strong>de</strong> os utentes tenham uma<br />
qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida superior à que tiveram<br />
<strong>em</strong> suas casas".<br />
Joaquim Mónico dá como ex<strong>em</strong>plo o<br />
equipamento existente <strong>em</strong> todos os quartos,<br />
que permite um contacto o mais rápido<br />
possível entre os idosos e os funcionários<br />
e técnicos do lar. Os acamados têm uma<br />
pulseira e basta carregar no botão para imediatamente<br />
accionar o alarme do tel<strong>em</strong>óvel<br />
da funcionária <strong>de</strong> serviço. Durante o percurso<br />
até ao quarto, a auxiliar vai s<strong>em</strong>pre<br />
conversando com o idoso através <strong>de</strong> um altifalante<br />
colocado no quarto, para que o utente<br />
se sinta s<strong>em</strong>pre acompanhado enquanto<br />
aguarda. "Fica registado o t<strong>em</strong>po que o idoso<br />
d<strong>em</strong>orou a ser atendido, porque aqui a<br />
humanização dos serviços é <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a<br />
importância", revela o director, adiantando<br />
que sist<strong>em</strong>aticamente são feitos cursos <strong>de</strong><br />
formação para todo o pessoal.<br />
AS VALÊNCIAS DO CENTRO SOCIAL<br />
O Lar <strong>de</strong> São Cristóvão é apenas uma<br />
das valências do Centro Social e Paroquial<br />
da <strong>Caranguejeira</strong>. Existe ainda um<br />
serviço <strong>de</strong> transporte <strong>de</strong> doentes, com<br />
duas ambulâncias, um centro <strong>de</strong> dia e o<br />
apoio domiciliário.<br />
No passado dia 1 <strong>de</strong> Outubro, foi inaugurado<br />
o transporte <strong>de</strong> utentes das suas casas<br />
para o Centro <strong>de</strong> Dia, com uma carrinha do<br />
Centro Social e Paroquial. São oito os idosos<br />
que usufru<strong>em</strong> <strong>de</strong>ste serviço, por 320<br />
euros por mês.<br />
No apoio domiciliário há quatro funcionárias<br />
que faz<strong>em</strong> a higiene pessoal, fornec<strong>em</strong><br />
almoço e jantar e tratam da roupa.<br />
"Faz<strong>em</strong> duas visitas diárias a 28 idosos e<br />
doentes", explica Joaquim Mónico.<br />
Os idosos no lar pagam <strong>de</strong> mensalida<strong>de</strong><br />
820 euros, enquanto o apoio domiciliário<br />
custa 200 euros. ●<br />
Os responsáveis da Caixa Agrícola<br />
são conhecidos pela sua <strong>de</strong>terminação<br />
e persistência. Prova disso é a<br />
forma como foi criada a <strong>de</strong>legação<br />
da <strong>Caranguejeira</strong>, <strong>em</strong> 1989. Em 11<br />
dias, receberam a autorização do<br />
Banco <strong>de</strong> Portugal, procuraram instalações,<br />
adquiriram um edifício,<br />
arrendaram outro e instalaram-se.<br />
O ofício <strong>de</strong> autorização do Banco <strong>de</strong><br />
Portugal chegou à Caixa <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong><br />
no dia 2 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Nesse mesmo<br />
dia, Mário Matias, presi<strong>de</strong>nte<br />
do Conselho <strong>de</strong> Administração, <strong>de</strong>slocou-se<br />
à se<strong>de</strong> <strong>de</strong> freguesia, falou<br />
com Henrique Pereira Henriques,<br />
que na época tinha um mini-mercado,<br />
e fez negócio. Como? Adquiriu<br />
um edifício <strong>em</strong> ruínas para construir<br />
a Caixa Agrícola. E arrendou o mini-<br />
-mercado que o proprietário <strong>de</strong>socupou<br />
nessa mesma noite para fazer<br />
obras <strong>de</strong> adaptação. O senhorio tinha<br />
também uma carpintaria e rapidamente<br />
construiu um gabinete, um<br />
balcão e uma casa <strong>de</strong> banho.<br />
No dia 11 do mesmo mês a porta da<br />
Caixa Agrícola abriu-se ao público.<br />
Estava marcado o caminho para o<br />
"sucesso", justificando <strong>em</strong> "pleno o<br />
investimento feito". Sim, porque,<br />
segundo Mário Matias, aquela <strong>de</strong>legação<br />
é ainda hoje a primeira <strong>em</strong><br />
volume <strong>de</strong> negócios e movimentos<br />
<strong>de</strong> balcão, acima da se<strong>de</strong> localizada<br />
na Avenida Comandantes da Gran<strong>de</strong><br />
Guerra, <strong>em</strong> <strong>Leiria</strong>. "Foi talvez<br />
essa rapi<strong>de</strong>z e eficiência que criou<br />
um impacto gran<strong>de</strong> na opinião pública<br />
da <strong>Caranguejeira</strong>, além <strong>de</strong> ter<br />
sido o primeiro banco a surgir na<br />
freguesia", admite Mário Matias. A<br />
<strong>de</strong>legação da <strong>Caranguejeira</strong>, tratada<br />
ao longo dos anos com <strong>de</strong>ferência<br />
pelas pessoas da freguesia, é gerida<br />
por José Varela. ●<br />
Estão abertas inscrições para os seguintes cursos:<br />
Iniciação Musical (a partir dos 4 anos)<br />
Formação Musical<br />
Piano<br />
Violino<br />
Contrabaixo<br />
Acor<strong>de</strong>ão<br />
Flauta<br />
Clarinete<br />
Saxofone<br />
Órgão<br />
Guitarra Eléctrica<br />
P Guitarra Clássica<br />
Baixo<br />
Cavaquinho<br />
Bateria<br />
História da Música<br />
Novas Tecnologias na Música<br />
Cursos para Professores <strong>de</strong><br />
Música<br />
(Sist<strong>em</strong>a ISM)<br />
Turmas e horários específicos para adultos<br />
Tel.: 244 733 314 . Fax: 244 733 378 . Tm.: 916 041 517<br />
E-mail: amc@cardos.web.pt<br />
www.cardos.web.pt<br />
Direcção Pedagógica:<br />
Dr. António Manuel Cardo<br />
Musicólogo<br />
Qualida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong><br />
Ensino<br />
Rua <strong>de</strong> S. Cristovão, N° 10<br />
2420-104 <strong>Caranguejeira</strong><br />
23 Nov<strong>em</strong>bro 2006 | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | <strong>Caranguejeira</strong> |7
Filarmónica quer atrair jovens<br />
Maestro cozinheiro<br />
Fundada <strong>em</strong><br />
1946, a Socieda<strong>de</strong><br />
Filarmónica<br />
<strong>de</strong><br />
São Cristóvão,<br />
da <strong>Caranguejeira</strong>,<br />
representa,<br />
ainda hoje,<br />
um dos<br />
maiores <strong>em</strong>baixadores da<br />
freguesia e até do concelho<br />
<strong>de</strong> <strong>Leiria</strong>. É conhecida <strong>em</strong><br />
todo o País e no estrangeiro,<br />
através dos inúmeros concertos<br />
que t<strong>em</strong> dado junto<br />
das comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>em</strong>igrantes<br />
<strong>em</strong> França, Canadá,<br />
Al<strong>em</strong>anha e Itália. "É uma<br />
das bandas mais <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>áticas,<br />
pela sua tradição e pela<br />
qualida<strong>de</strong> que imprime nos<br />
concertos que oferece, quer<br />
nos arraiais, quer numa sala<br />
<strong>de</strong> espectáculo", diz orgulhosa<br />
Fernanda Lopes, presi<strong>de</strong>nte<br />
da Direcção há três<br />
anos.<br />
Constituída por 52 el<strong>em</strong>entos,<br />
com ida<strong>de</strong>s entre os<br />
12 e os 70 anos, a banda da<br />
<strong>Caranguejeira</strong> t<strong>em</strong> músicos<br />
<strong>de</strong> todas as profissões, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
estudantes, pedreiros, carpinteiros<br />
a pessoas com licenciatura<br />
<strong>em</strong> várias áreas. "Não<br />
é difícil ensaiar. O maestro<br />
reúne o consenso <strong>de</strong> todos<br />
os el<strong>em</strong>entos, conseguindo<br />
brincar com os mais<br />
novos e ter o apoio dos<br />
mais velhos", diz.<br />
De facto, Jorge Dias, conseguiu<br />
cativar todos os músicos,<br />
<strong>de</strong> tal forma que, durante<br />
as tasquinhas, realizadas<br />
há 15 dias, foi promovido<br />
por todos os el<strong>em</strong>entos a<br />
"maestro cozinheiro", reunindo<br />
à sua volta um enorme<br />
grupo <strong>de</strong> músicos ajudantes.<br />
Músico militar <strong>de</strong><br />
profissão, fez parte do corpo<br />
docente da banda filarmónica,<br />
<strong>em</strong> parceria com o<br />
então maestro Cor<strong>de</strong>iro. Após<br />
uma comissão <strong>de</strong> serviço <strong>em</strong><br />
Macau <strong>de</strong> cinco anos, foi<br />
convidado a dirigir a banda,<br />
<strong>em</strong> 1996, e ficou. Des<strong>de</strong><br />
aí, t<strong>em</strong> "a preocupação <strong>de</strong><br />
formar não só músicos mas<br />
também homens".<br />
"Somos um centro <strong>de</strong> educação<br />
acima <strong>de</strong> tudo. A música<br />
é importante, mas formar<br />
homens e mulheres, sair daqui<br />
gente valente, gente capaz,<br />
gente que nos t<strong>em</strong> dado muito<br />
orgulho é a gran<strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>",<br />
explica o maestro,<br />
que dirige também a escola<br />
<strong>de</strong> música.<br />
Segundo Jorge Dias, a<br />
filarmónica já não é a banda<br />
que toca à saída da igreja,<br />
especialmente "porque<br />
não é <strong>de</strong>ssa forma que se<br />
cativam os jovens". É obrigatório<br />
oferecer-lhes "boas<br />
condições, e levá-los a<br />
salas <strong>de</strong> espectáculos com<br />
públicos exigentes", afirma,<br />
consi<strong>de</strong>rando, no<br />
entanto, que "as festas, <strong>em</strong><br />
si, são talvez as únicas fontes<br />
<strong>de</strong> receita que exist<strong>em</strong><br />
e são também importantes<br />
pelo contexto social<br />
<strong>em</strong> que se inser<strong>em</strong>. Viv<strong>em</strong>os<br />
para a população,<br />
numa área muito religiosa,<br />
e t<strong>em</strong>os obrigação <strong>de</strong><br />
participar nelas". ●<br />
LABETO - Centro <strong>de</strong> Análises Bioquimicas, S.A.<br />
8| <strong>Caranguejeira</strong> | <strong>Jornal</strong> <strong>de</strong> <strong>Leiria</strong> | 23 Nov<strong>em</strong>bro 2006