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FATORES QUE AFETAM O DESENVOLVIMENTO DE ... - UFG

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nUNIVERSIDA<strong>DE</strong> FE<strong>DE</strong>RAL <strong>DE</strong> GOIÁS<br />

ESCOLA <strong>DE</strong> VETERINÁRIA E ZOOTECNIA<br />

PROGRAMA <strong>DE</strong> PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL<br />

Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS<br />

<strong>FATORES</strong> <strong>QUE</strong> <strong>AFETAM</strong> O <strong><strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO</strong> <strong>DE</strong> EMBRIÕES<br />

<strong>DE</strong> FRANGOS <strong>DE</strong> CORTE DURANTE A INCUBAÇÃO<br />

Mariana Alves Mesquita<br />

Orientador: Prof. Dr. Emmanuel Arnhold<br />

GOIÂNIA<br />

2011


ii<br />

MARIANA ALVES MESQUITA<br />

<strong>FATORES</strong> <strong>QUE</strong> <strong>AFETAM</strong> O <strong><strong>DE</strong>SENVOLVIMENTO</strong> <strong>DE</strong> EMBRIÕES<br />

<strong>DE</strong> FRANGOS <strong>DE</strong> CORTE DURANTE A INCUBAÇÃO<br />

Seminário apresentado junto à<br />

Disciplina Seminários Aplicados do<br />

Programa de Pós-Graduação em<br />

Ciência Animal da Escola de<br />

Veterinária da Universidade Federal<br />

de Goiás.<br />

Nível: Mestrado<br />

Área de Concentração:<br />

Produção Animal<br />

Linha de pesquisa:<br />

Manejo e avaliação do sistema de produção<br />

Orientador:<br />

Prof. Dr. Emmanuel Arnhold – <strong>UFG</strong><br />

Comitê de Orientação:<br />

Prof.ª Dr.ª Elisabeth Gonzales – <strong>UFG</strong><br />

Prof.ª Dr.ª Nadja Susana Mogyca Leandro - <strong>UFG</strong><br />

GOIÂNIA<br />

2011


iii<br />

SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO............................................................................. 1<br />

2 REVISÃO DA LITERATURA........................................................ 4<br />

2.1 O desenvolvimento embrionário................................................... 4<br />

2.2 Fatores que interferem no desenvolvimento embrionário............ 6<br />

2.2.1 Fatores relacionados à matriz...................................................... 7<br />

2.2.3 Fatores relacionados à estocagem de ovos férteis...................... 7<br />

2.2.3 Fatores relacionados à incubação................................................ 8<br />

2.2.3.1 Temperatura................................................................................. 9<br />

2.2.3.2 Umidade Relativa......................................................................... 16<br />

2.2.3.3 Trocas gasosas............................................................................ 19<br />

2.2.3.4 Viragem dos ovos......................................................................... 23<br />

2.3 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS......................................................... 29<br />

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 30


iv<br />

LISTA <strong>DE</strong> FIGURAS<br />

FIGURA 1<br />

FIGURA 2<br />

Peso do embrião (A) e peso do albúmen (B) em relação<br />

a viragem ou não dos ovos e ao período de<br />

incubação.............................................................................. 25<br />

Relação entre peso do embrião e peso do albúmen no<br />

15° dia de incubação........................................................ 27


v<br />

LISTA <strong>DE</strong> TABELAS<br />

TABELA 1<br />

TABELA 2<br />

TABELA 3<br />

TABELA 4<br />

TABELA 5<br />

TABELA 6<br />

Médias de tempo de incubação (horas), comprimento do<br />

pintainho (cm), peso líquido (g) e peso da gema residual<br />

(g) de ovos incubados sob temperatura normal (37,8°C)<br />

ou temperatura elevada (38,9°C) do sétimo ao 19° dia<br />

de incubação....................................................................<br />

Composição corporal, composição da gema residual e<br />

eficiência de transferência de energia do ovo para o<br />

embrião de embriões incubados em duas diferentes<br />

temperaturas (37,8°C ou 38,9°C) durante o sétimo ao<br />

19° dia de incubação........................................................<br />

Efeito da temperatura de incubação sobre o peso vivo<br />

de frangos de corte aos 21, 35 e 44 dias de idade........<br />

Efeito da temperatura de incubação no peso de<br />

embriões aos 14 dias de incubação, de pintainhos após<br />

a eclosão e dos frangos aos 21 dias de<br />

idade................................................................................. 14<br />

Efeito da temperatura de incubação sobre o peso da<br />

tíbia, percentual de cálcio presente na tíbia e incidência<br />

de discondroplasia tibial (TD) aos 14 dias de incubação,<br />

na eclosão e aos 49 dias de idade................................... 15<br />

Efeito da umidade relativa durante a incubação na<br />

eclodibilidade e mortalidade embrionária........................<br />

TABELA 7 Efeito da freqüência de viragem durante os dias 3 a 11<br />

de incubação sobre a eclodibilidade e mortalidade<br />

embrionária.......................................................................<br />

TABELA 8<br />

Efeito do ângulo de viragem sobre a eclodibilidade,<br />

mortalidade embrionária e incidência de mau<br />

posicionamento embrionário............................................<br />

10<br />

11<br />

13<br />

18<br />

24<br />

28


1 INTRODUÇÃO<br />

O Brasil destaca-se entre os maiores produtores e exportadores<br />

mundiais de carne de frango, atraindo cada vez mais investimentos para o setor.<br />

Dados do último relatório da União Brasileira de Avicultura – UBABEF, referente<br />

ao ano de 2010, revelam que a produção nacional superou 12 milhões de<br />

toneladas, aproximando o Brasil do segundo posto mundial. Com relação às<br />

exportações, registrou-se novo recorde histórico com um total de 3,8 milhões de<br />

toneladas de frangos exportados para mais de 150 países.<br />

A incubação é um dos setores da avicultura de extrema importância e<br />

há alguns anos deixou de ser considerada apenas uma etapa necessária para ser<br />

considerada uma etapa estratégica dentro de todo o complexo avícola.<br />

O objetivo da incubação artificial é a transformação de ovos férteis em<br />

pintos de um dia. A incubação não pode modificar os fatores que interferem com a<br />

qualidade do produto final tais como a genética, nutrição e manejo da granja de<br />

reprodutores, no entanto, para que se possam obter bons resultados e evitar<br />

problemas no decorrer deste processo, deve existir um perfeito entrosamento<br />

entre os processos de produção dos ovos embrionados e de pintos de um dia.<br />

Nos últimos anos a avicultura de corte nacional aumentou<br />

significativamente sua produção de pintos de um dia. Em abril de 2011 estimou-se<br />

uma produção de aproximadamente 513 milhões de pintos de corte, volume 3,1%<br />

superior ao mês de abril de 2010. Analisando o quadrimestre inicial do ano de<br />

2011 o volume produzido superou a marca de dois bilhões de cabeças,<br />

correspondendo a um volume de 4,29% superior ao mesmo quadrimestre do ano<br />

anterior (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS PRODUTORES <strong>DE</strong> PINTOS <strong>DE</strong><br />

CORTE – APINCO, 2011).<br />

As evoluções genéticas proporcionaram aos frangos de corte moderno<br />

reduzir em mais de 50% o tempo médio de todo ciclo de produção. Nas décadas<br />

passadas eram necessários aproximadamente 84 dias para completar o ciclo de<br />

produção, atualmente, com 35 dias é possível obter um frango para abate.<br />

Aliada a essas evoluções, o processo de incubação passou a<br />

representar cerca de 30% de todo o ciclo de produção do frango de corte. Sendo<br />

assim, o desempenho final de frangos de corte está diretamente relacionado com


2<br />

os resultados obtidos na primeira semana pós-eclosão que, por sua vez, depende<br />

da qualidade do desenvolvimento embrionário obtida durante a incubação.<br />

O desenvolvimento embrionário é afetado por diversos fatores entre<br />

eles os relacionados à condição de saúde da matriz, ao manejo dos ovos desde a<br />

postura até a estocagem (coleta, desinfecção, tempo e condições de estocagem,<br />

seleção) e às condições de incubação. Todos esses fatores são de extrema<br />

importância para a obtenção de pintos de qualidade.<br />

Durante o processo de incubação o embrião é continuamente afetado<br />

pelo ambiente. As máquinas de incubação artificial devem proporcionar controle<br />

de temperatura, umidade relativa, viragem dos ovos e fluxo constante de O 2 e<br />

CO 2 . Desvios desses fatores em relação aos respectivos valores ótimos para a<br />

espécie ou linhagem podem inviabilizar o desenvolvimento embrionário,<br />

resultando em um aumento da mortalidade do embrião, diminuindo,<br />

conseqüentemente, a eclodibilidade.<br />

A temperatura de incubação é um dos fatores mais importantes que<br />

afetam o desenvolvimento embrionário durante a incubação. Temperaturas<br />

elevadas podem causar principalmente redução da eclodibilidade, má qualidade<br />

do pinto, aumento da mortalidade embrionária e problemas locomotores.<br />

A umidade relativa é outro fator relevante para a incubação e<br />

eclodibilidade. Está diretamente relacionada com a taxa de perda evaporativa de<br />

peso do ovo, que por sua vez, determinará o rendimento final do processo de<br />

incubação.<br />

A viragem mecânica dos ovos nas incubadoras artificiais é<br />

extremamente necessária para se obter melhores índices de eclosão. Os<br />

principais parâmetros que devem ser observados nesse mecanismo são<br />

freqüência de viragem, angulação e o período de incubação necessário para a<br />

realização da viragem.<br />

As trocas gasosas, processo relacionado com a captação de O2 e<br />

liberação de CO2, afeta o desenvolvimento embrionário, pois está diretamente<br />

relacionado com a eficiência das atividades metabólicas do embrião.<br />

Considerando a importância do processo de incubação sobre a<br />

produtividade do incubatório e a qualidade do pinto de um dia que influencia o<br />

desempenho do frango de corte, objetivou-se realizar uma revisão da literatura


3<br />

para estudar os principais fatores físicos que influenciam o desenvolvimento<br />

embrionário durante o processo de incubação.


4<br />

2 REVISÃO DA LITERATURA<br />

2.1 O desenvolvimento embrionário<br />

O desenvolvimento embrionário inicia no trato reprodutor da galinha,<br />

mais precisamente no oviduto após a ocorrência da fertilização. O primeiro<br />

período de desenvolvimento, denominado desenvolvimento pré-oviposital<br />

(CHRISTENSEN, 2001), dura 18 a 20 horas e ocorre a uma temperatura de<br />

41,5ºC, que é a temperatura corporal da galinha adulta. Nesse período se<br />

estabelece uma intensa multiplicação e diferenciação celular, culminando com a<br />

oviposição de um ovo com o blastoderme no período inicial de gastrulação com<br />

30.000 a 60.000 células (GONZALES, 2005).<br />

Após a postura, se o ovo for estocado em temperaturas abaixo do zero<br />

fisiológico (aproximadamente 24ºC), o embrião paralisa seu desenvolvimento.<br />

Condições adequadas de armazenamento são essenciais para evitar a morte<br />

prematura do embrião devido à degradação da qualidade interna do ovo. Isso<br />

possibilita resultados de incubação aceitáveis, principalmente, quando se<br />

prolonga o tempo de estocagem (SCHMIDT et al., 2002).<br />

Quando o ovo é colocado em condições de incubação, isto é,<br />

temperatura, umidade relativa, oxigenação e viragem adequadas, o embrião se<br />

desenvolverá completamente em aproximadamente 21 dias (504 horas)<br />

(GONZALES, 2005).<br />

O desenvolvimento do embrião de aves é um complexo processo que<br />

pode ser dividido em três fases principais: a fase de diferenciação celular,<br />

crescimento e de maturação. Cada uma dessas fases é dependente de fatores<br />

fisiológicos específicos (BOERJAN, 2006a).<br />

Segundo <strong>DE</strong>CUYPERE & MICHELS (1992) a diferenciação celular é<br />

caracterizada pela formação de células especializadas a partir da qual haverá a<br />

formação dos órgãos vitais do embrião. Após se tornarem especializadas, os<br />

grupos celulares iniciam uma seqüência organizada de multiplicação (mitoses<br />

sucessivas) e crescimento (hipertrofia e hiperplasia) que levará a formação de<br />

tecidos e órgãos. Uma vez que os tecidos e órgãos estejam formados, tem início<br />

a maturação dos mesmos, ou seja, o estabelecimento de suas funções.


5<br />

Nos primeiros quatro dias de incubação (0 a 96 horas) o embrião se<br />

adapta às condições de incubação que lhe são oferecidas e reinicia seu<br />

desenvolvimento com intensa multiplicação celular, diferenciação das estruturas e<br />

definição da espécie (GONZALES, 2005).<br />

Durante o quinto até o 18° dia de incubação ocorre a fase de intenso<br />

crescimento embrionário (hipertrofia celular). As condições de incubação são<br />

importantes nessa etapa, mas o mais crítico é o requerimento nutricional do<br />

embrião (WILSON, 1997).<br />

O último período de desenvolvimento embrionário, que corresponde ao<br />

19º até o 21º dia, ocorrem importantes eventos que condicionam o nascimento do<br />

feto: posicionamento da cabeça embaixo da asa direita, perfuração da membrana<br />

interna (internal pipping), respiração, perfuração da casca (external pipping) e<br />

rompimento da casca para o nascimento. A ventilação, a umidade e a condição<br />

sanitária são importantes fatores que condicionam a qualidade e o sucesso do<br />

nascimento (GONZALES, 2005).<br />

Todo o processo de desenvolvimento embrionário é dependente de<br />

reações bioquímicas: transformação de substrato em energia para realização das<br />

três fases de desenvolvimento (diferenciação, crescimento e maturação). O<br />

embrião utiliza, principalmente, o substrato da gema para realização dessas<br />

conversões energéticas e sua composição permite que os processos bioquímicos<br />

principais se resumam, em condições normais, à transformação de carboidratos e<br />

gorduras em energia (ATP), para que todos os outros processos transformativos<br />

sejam realizados com eficiência pelo embrião (CALIL, 2007).<br />

Durante a primeira semana de incubação a glicose é a principal fonte<br />

de energia dos embriões. A glicose disponível no albúmen é depositada<br />

momentos antes da formação da casca do ovo, ainda no organismo da matriz.<br />

Durante a segunda metade do período de incubação, a membrana corioalantóide<br />

torna-se funcional possibilitando a troca de gases do embrião com o meio externo<br />

e consequentemente, a realização de reações de beta-oxidação. Sendo assim, os<br />

ácidos graxos tornam-se a principal fonte de energia para o embrião. Durante o<br />

processo de eclosão o embrião necessita de mais energia e além dos ácidos<br />

graxos a glicose passa a ser novamente fonte de energia (MORAN, 2007).


6<br />

Sabe-se que as evoluções genéticas provocaram intensas<br />

modificações nos frangos de corte modernos, fazendo com que os requerimentos<br />

físicos e químicos durante o processo de incubação sejam mais específicos.<br />

Uma das mudanças visíveis que ocorre a partir das seleções genéticas<br />

é com relação ao metabolismo embrionário. O metabolismo embrionário é<br />

determinado pelas taxas de biossínteses dos tecidos, que por sua vez dependem<br />

das disponibilidades de nutrientes e oxigênio (BOERJAN, 2006a).<br />

Existe uma relação direta entre as taxas de biossíntese tecidual com a<br />

produção de calor metabólico, ou seja, como resultado do alto potencial de<br />

crescimento a produção de calor metabólico das linhagens modernas são bem<br />

mais elevadas se comparado com as linhagens das décadas passadas. Em<br />

estudo realizado por BOERJAN (2006b) constatou-se que no 18º dia de<br />

incubação a produção de calor metabólico, baseado no consumo de oxigênio, foi<br />

aproximadamente 20% maior em uma linhagem moderna comparada a uma<br />

linhagem tradicional, comumente utilizada em décadas passadas.<br />

Sendo assim, o principal desafio dos incubatórios comerciais modernos<br />

é obter máquinas capazes de proporcionar o adequado desenvolvimento<br />

embrionário compatível com seu metabolismo.<br />

2.2 Fatores que interferem no desenvolvimento embrionário<br />

O rendimento da produção de pintos e a qualidade dos mesmos são<br />

dependentes de diversos fatores, incluindo os parâmetros físicos durante a<br />

incubação como também, anterior a esta etapa (armazenamento dos ovos<br />

férteis), além da influência das características das matrizes pesadas. As<br />

características físico-químicas dos ovos são modificadas em função destas<br />

variáveis, culminando na necessidade de tratamentos diferentes entre esses ovos<br />

a fim de se obter o melhor rendimento de produção de cada lote (<strong>QUE</strong>VEDO,<br />

2009).


7<br />

2.2.1 Fatores relacionados à matriz<br />

O principal fator relacionado à matriz que causa efeito direto sobre o<br />

desenvolvimento embrionário e consequentemente, à eclodibilidade é a idade da<br />

matriz. Com o envelhecimento das matrizes avícolas, são produzidos folículos<br />

maiores, o que resulta na produção de ovos maiores e, também, no aumento da<br />

relação entre o peso da gema e o peso do ovo (VIEIRA et al., 2001). Ao mesmo<br />

tempo, os ovos sofrem alterações de espessura da casca, no número e no<br />

diâmetro dos poros, com conseqüente diminuição da condutância de gases e<br />

prejuízo para o metabolismo embrionário, uma vez que pode afetar a atividade de<br />

enzimas envolvidas na gliconeogênese, interferindo na concentração de glicose<br />

sangüínea do embrião e também no tipo e quantidade de nutrientes disponíveis<br />

para o seu desenvolvimento (CARDOSO et al., 2002).<br />

REIS et al. (1997) relataram também menor taxa de eclosão de ovos<br />

férteis de lotes mais velhos (Avian com 48 a 50 semanas e Cobb com 43<br />

semanas) decorrentes da maior mortalidade embrionária final (18 e 15 dias,<br />

respectivamente). De acordo com os autores, o aumento da mortalidade<br />

embrionária final pode ser explicado por diferenças na qualidade do albúmen, de<br />

pior qualidade em lotes de matrizes velhas (48 a 50 semanas) em relação aos<br />

ovos de matrizes mais novas (32 a 34 semanas).<br />

Aparentemente, ovos produzidos por matrizes de idade mais avançada<br />

produzem também pintos com maior peso na eclosão e apresentam uma<br />

tendência de eclosão tardia, em relação ao observado com ovos de matrizes<br />

jovens (LIMA et al., 2001).<br />

2.2.2 Fatores relacionados à estocagem de ovos férteis<br />

A estocagem dos ovos férteis, após a postura, é uma prática<br />

necessária nos incubatórios, pois evita a mistura de ovos de diferentes lotes,<br />

idades, ou de lotes com status sanitário duvidoso, além de permitir incubar uma<br />

maior quantidade de ovos por vez (SCHMIDT et al., 2002).


8<br />

É conhecido que a duração do período de armazenamento dos ovos<br />

apresenta correlação inversa com a eclodibilidade, e, em termos de fase da<br />

mortalidade embrionária, quanto maior o período de armazenamento, maior a<br />

mortalidade precoce (BOLELI, 2003) e maior volume de pintos de má qualidade,<br />

devido a perda inadequada de umidade, má cicatrização dos umbigos, penugem<br />

com aspecto pegajoso e maior janela de nascimento (MACHADO et al., 2010).<br />

PEDROSO et al. (2006) estudaram o efeito do período de estocagem<br />

de ovos de codornas e encontraram que os ovos armazenados durante seis dias<br />

apresentaram cerca de 48,76% de mortalidade embrionária, valor bem superior<br />

aos ovos estocados por três dias, que apresentaram 23,83% de mortalidade.<br />

FASENKO et al. (2001) afirmaram que os efeitos da estocagem na<br />

eclodibilidade dos ovos dependem do tempo de estocagem e do estágio de<br />

desenvolvimento em que o embrião se encontra no momento da postura.<br />

Embriões em estágios mais avançados de desenvolvimento são mais resistentes<br />

a uma estocagem mais prolongada que embriões menos desenvolvidos. Segundo<br />

REIJRINK et al. (2009) quando termina a estocagem, os embriões completaram a<br />

formação do hipoblasto, e a migração celular e sua diferenciação é mínima. Estes<br />

embriões em estado mais avançado de desenvolvimento contêm mais células, e<br />

estão em um estado de maior quietude, o que provavelmente os confere maior<br />

resistência na estocagem prolongada. Os embriões menos desenvolvidos podem<br />

sofrer danos irreversíveis durante a estocagem, o que pode causar morte<br />

embrionária. O momento ótimo para estocagem dos ovos ocorreu quando o<br />

hipoblasto já estava formado, estando àqueles embriões menos ou mais<br />

desenvolvidos que este estágio mais sensível à estocagem prolongada.<br />

2.2.3 Fatores relacionados à incubação<br />

Os fatores físicos, necessários para uma correta incubação,<br />

permanecem os mesmos desde o inicio da incubação industrial, porém, as<br />

evoluções tecnológicas e científicas possibilitaram grande evolução no<br />

conhecimento de como gerenciar as variáveis físicas mais importantes, como<br />

temperatura, umidade, trocas gasosas e viragem dos ovos. Assim, o sucesso da


9<br />

incubação envolve condições adequadas de manejo, considerando as pressões<br />

impostas às aves pelo ambiente e ao somatório dos fatores biológicos e físicos.<br />

(CALIL, 2007).<br />

Nos itens a seguir, será feita uma abordagem dos requerimentos<br />

fisiológicos para o desenvolvimento embrionário e como mudanças do ambiente<br />

físico influenciam os processos fisiológicos.<br />

2.2.3.1 Temperatura<br />

A temperatura do embrião durante a incubação é considerada<br />

atualmente o fator físico mais importante que determina o sucesso da incubação<br />

comercial de ovos de frangos de corte (HULET, 2007).<br />

A temperatura do embrião depende basicamente de três fatores: a<br />

temperatura da incubadora, a capacidade de dissipação do calor entre o embrião<br />

e a incubadora e a produção de calor metabólico do embrião. Sendo assim, os<br />

incubatórios comerciais de ovos de frangos de corte incubam artificialmente os<br />

ovos em máquinas capazes de garantir que a temperatura embrionária se<br />

mantenha em níveis adequados (FRENCH, 1997).<br />

BAROTT (1937) foi um dos primeiros pesquisadores que investigou a<br />

importância da temperatura de incubação e demonstrou que melhores índices de<br />

eclodibilidade, desenvolvimento embrionário e bom desempenho no final de todo<br />

o ciclo de produção são encontrados quando se mantêm uma temperatura de<br />

37.8°C.<br />

A produção de calor metabólico pelos embriões inicia por volta do<br />

quarto dia de incubação. No nono dia a temperatura do embrião é maior do que a<br />

temperatura presente na incubadora devido à alta produção de calor metabólico.<br />

Sendo assim, é necessário que o calor produzido pelo embrião seja removido<br />

com o auxilio de um sistema de ventilação adequado fazendo com que o ar passe<br />

por toda a superfície da casca do ovo dissipando o calor produzido (LOURENS,<br />

2004).<br />

O controle da temperatura é um fator crítico durante a incubação, uma<br />

vez que a produção de calor metabólico das atuais linhagens é bastante elevada


10<br />

(WINELAND et al., 2000). As principais conseqüências de uma hipertermia seria a<br />

redução da eclodibilidade e má qualidade do pintainho. Além disso, também<br />

podem resultar em redução do peso corporal, redução do comprimento e tamanho<br />

relativo do coração, problemas locomotores, aumento da mortalidade embrionária<br />

na fase final, mau posicionamento, entre outros (GLADYS et al., 2000).<br />

Durante o desenvolvimento embrionário a utilização de nutrientes para<br />

o crescimento do embrião pode ser influenciado pelas condições ambientais<br />

durante o processo de incubação, gerando conseqüências diretas na<br />

sobrevivência e na viabilidade do embrião. A temperatura é um dos fatores<br />

físicos que pode afetar o desenvolvimento do embrião (WINELAND et al., 2000).<br />

MOLENAAR et al. (2010a) em experimento testando o efeito de duas<br />

temperaturas durante o período de incubação, analisou a taxa de sobrevivência<br />

dos embriões e a utilização dos nutrientes disponíveis para o crescimento e<br />

maturação de suas funções. A partir da segunda semana de incubação (dia 7 ao<br />

dia 19) os ovos foram submetidos a uma temperatura considerada normal de<br />

37.8° C ou a uma temperatura elevada de 38.9°C. Os resultados encontrados<br />

pelos autores estão dispostos nas Tabelas 1 e 2.<br />

TABELA 1- Médias de tempo de incubação (horas), comprimento do pinto (cm),<br />

peso líquido (g) e peso da gema residual (g) de ovos incubados sob temperatura<br />

normal (37,8°C) ou temperatura elevada (38,9°C) do sétimo ao 19° dia de<br />

incubação<br />

Tratamento<br />

Tempo de<br />

Incubação (h)<br />

Comprimento<br />

(cm)<br />

Peso líquido<br />

(g)<br />

Gema<br />

Residual (g)<br />

37.8 °C 487 a 19,5 a 37,7 4,1 b<br />

38.9°C 479 b 19,3 b 36,1 5,3 a<br />

a,b - Médias na mesma coluna, com letras diferentes, são significativamente diferentes<br />

(P≤0,05)<br />

Fonte: Adaptado de MOLENAAR et al. (2010a)


11<br />

TABELA 2 – Composição corporal, composição da gema residual e eficiência de<br />

transferência de energia do ovo para o embrião de ovos incubados em duas<br />

temperaturas (37,8°C ou 38,9°C) durante o sétimo ao 19° dia de incubação<br />

Tratamentos (°C)<br />

Item 37.8 38.9<br />

Pinto sem gema (kJ)<br />

Proteína 127,7 a 116,6 b<br />

Lipídeos 79,5 71,5<br />

Carboidratos 2,1 3,9<br />

Total 209,4 a 192,0 b<br />

Gema residual (kJ)<br />

Proteína 22,2 b 32,0 a<br />

Lipídeos 32,1 39,9<br />

Carboidratos 3,0 b 4,1 a<br />

Total 57,3 b 75,9 a<br />

EE (%)*<br />

Proteína 86,8 a 83,6 b<br />

Proteína livre 36,8 36,7<br />

Total 56,7 55,5<br />

*Eficiência de transferência de energia do ovo para o embrião<br />

a,b - Médias na mesma linha, com letras diferentes, são significativamente diferentes (P≤0,05)<br />

Fonte: Adaptado de MOLENAAR et al. (2010a)<br />

Observa-se que a duração do período de incubação foi afetada pela<br />

condição de temperatura elevada, reduzindo em 8 horas o período total de<br />

incubação (Tabela 1). A elevação na temperatura de incubação também causou<br />

uma redução do comprimento dos pintainhos em 0,2 cm e aumentou o peso da<br />

gema residual em 1,2g. O peso líquido do pintainho não apresentou diferença<br />

estatística entre os tratamentos estudados.<br />

Na Tabela 2 constata-se que a condição de alta temperatura reduziu as<br />

taxas de proteínas e a energia total presente nos pintainhos sem o saco da gema,<br />

o que consequentemente elevou as quantidades de proteínas, carboidratos e<br />

energia total presente no saco da gema. A capacidade de transferência de


12<br />

proteínas do ovo para os tecidos do embrião foi 3,2% menor no tratamento<br />

submetido à elevada temperatura.<br />

Pode-se concluir que a temperatura elevada causou efeitos negativos<br />

no desenvolvimento embrionário como foi demonstrado pela diminuição do<br />

comprimento do pintainho, maior peso da gema residual e menores taxas de<br />

proteína e energia total presentes nos tecidos dos pintainhos. Esses resultados<br />

foram semelhantes aos encontrados por LOURENS et al. (2006) que também<br />

verificou diminuição no desenvolvimento embrionário em condições de<br />

temperaturas elevadas.<br />

O autor ainda ressalta que o desenvolvimento embrionário inadequado<br />

no tratamento submetido a altas temperaturas pode ter ocorrido devido à redução<br />

do período total de incubação, que por sua vez reduziu o tempo disponível para<br />

que o embrião utilizasse as reservas energéticas provenientes da gema para<br />

concluir seu desenvolvimento. Além disso, a menor utilização de proteínas para o<br />

desenvolvimento pode ter contribuído para a redução do desenvolvimento.<br />

Os pintainhos que conseguem sobreviver à exposição de elevadas<br />

temperaturas durante a incubação consomem menores taxas de nutrientes<br />

provenientes do ovo e, portanto, apresentam pior desenvolvimento. Ao serem<br />

destinados às granjas de produção as chances de sobrevivência na primeira<br />

semana de vida também diminuem (ERNST et al., 1984).<br />

SCOTT & WASHBURN (1985) observaram que aves submetidas a<br />

estresse térmico durante a fase final de incubação apresentaram redução no<br />

consumo de alimentos durante a primeira semana de pós-eclosão.<br />

Sabe-se que o desenvolvimento de frangos de corte durante a primeira<br />

semana de vida é extremamente importante para o desempenho final das aves,<br />

uma vez que os processos fisiológicos como hiperplasia e hipertrofia celulares,<br />

maturação do sistema termorregulatório e imunológico e desenvolvimento e<br />

maturação do trato gastrointestinal influenciam diretamente no ganho de peso e<br />

conversão alimentar das aves (MORAES et al., 2002).<br />

Com o intuito de avaliar o desempenho produtivo de frangos de corte<br />

submetidos a elevadas temperaturas durante a fase embrionária HULET et al.,<br />

(2007) encontraram peso vivo menor aos 21, 35 e 44 dias de idade no grupo<br />

submetido a uma temperatura elevada de 39,7°C (Tabela 3). Segundo os autores


13<br />

os pintainhos recém eclodidos submetidos à alta temperatura apresentaram<br />

atividade ruim, mostrando-se lentos e sem disposição para alimentar-se e ingerir<br />

água. Como conseqüência, não se alimentaram devidamente nas 8 horas após<br />

eclosão gerando uma redução no peso final das aves, ou seja, aos 35 dias de<br />

idade as aves apresentaram um peso de aproximadamente 59g abaixo do peso<br />

do tratamento submetido a temperatura de 37,5°C e 48g abaixo do peso do<br />

mesmo tratamento aos 44 dias de idade.<br />

TABELA 3 – Efeito da temperatura de incubação sobre o peso vivo de frangos de<br />

corte aos 21, 35 e 44 dias de idade<br />

Temperatura (°C)<br />

Idade (dias) 37,5 39,7<br />

21 715,1 a 669,5 b<br />

35 1.722,5ª 1.663,6 b<br />

44 2.213,8 a 2.165,7 b<br />

a,b - Médias na mesma linha, com letras diferentes, são significativamente diferentes (P≤0,05)<br />

Fonte: Adaptado de HULET et al., (2007)<br />

O desenvolvimento dos ossos pode ser afetado por condições<br />

ambientais de estresse no início da vida, especialmente por condições de<br />

temperaturas (OVIEDO-RONDÓN et al., 2009).<br />

O crescimento longitudinal (ossificação endocondral) dos ossos ocorre<br />

através do equilíbrio preciso entre a proliferação dos condrócitos, produção da<br />

matriz óssea, calcificação biológica, hipertrofia e crescimento vascular (PIZAURO<br />

JUNIOR et al., 2002).<br />

Vários fatores que controlam a ossificação endocondral dos ossos<br />

longos podem ser afetados pela temperatura de incubação, principalmente<br />

durante o estágio de platô do desenvolvimento embrionário (ROBSON et al.,<br />

2002).<br />

A discondroplasia tibial é uma das enfermidades do sistema locomotor<br />

que acarretam prejuízos na avicultura moderna uma vez que resultam em altas<br />

taxas de mortalidade e condenação no final do período de criação. Essa


14<br />

enfermidade é caracterizada pelo surgimento de uma assincronia no processo no<br />

processo de diferenciação dos condrócitos, levando à formação de uma camada<br />

de condrócitos pré-hipertróficos de uma cartilagem na tíbia proximal que não é<br />

calcificada e é resistente à vascularização (PIZAURO JUNIOR et al., 2002).<br />

YALCIN (2007) realizou estudo com o intuito de avaliar a influencia da<br />

temperatura durante a fase inicial (0a 8 dias) e final (10 a 18 dias) de incubação<br />

sobre a diferenciação dos condrócitos e sobre a incidência de discondroplasia<br />

tibial.<br />

O autor utilizou 5 tratamentos para suas análises: temperatura controle<br />

(37.8°C) durante todo o período de incubação, temperatura baixa (36.9°C) na fase<br />

inicial (0 a 8 dias de incubação), temperatura baixa na fase final (10 a 18 dias de<br />

incubação), temperatura elevada (39.0°C) na fase inicial e temperatura elevada<br />

na fase final. Os quatro tratamentos submetidos a desvios de temperatura foram<br />

expostos durante seis horas por dia e os resultados encontram-se na Tabela 4.<br />

TABELA 4 – Efeito da temperatura de incubação no peso de embriões aos 14<br />

dias de incubação, de pintainhos após a eclosão e dos frangos aos 21 dias de<br />

idade<br />

Temp. de Incubação<br />

Peso (g)<br />

14 dias de incubação Após a eclosão 21 dias<br />

Controle 20,78 b 47,0 a 814 c<br />

Temp. baixa 0-8 dias 20,19 b 48,6 b 714 b<br />

Temp. baixa 10-18 dias 21,26 b 48,4 b 690 a<br />

Temp. alta 0-8 dias 16,76 a 49,2 b 680 a<br />

Temp. alta 10-18 dias 22,41 b 48,8 b 674 a<br />

a,b - Médias na mesma coluna, com letras diferentes, são significativamente diferentes<br />

(P≤0,05)<br />

Fonte: Adaptado de YALCIN (2007)<br />

A redução da temperatura de incubação nas fases inicial ou final ou a<br />

elevação da temperatura na fase final de desenvolvimento embrionário não<br />

alterou o peso do embrião aos 14 dias de desenvolvimento embrionário, apenas a<br />

elevação da temperatura na fase inicial provocou redução do peso embrionário


15<br />

aos 14 dias de incubação. Após a eclosão o peso dos pintainhos em todos os<br />

tratamentos foram maiores do que o peso do grupo controle. Aos 21 dias de idade<br />

os frangos do grupo controle apresentaram o melhor peso em relação aos demais<br />

tratamentos. Nesse período o ganho de peso diário foi de 36,5 g enquanto os<br />

outros tratamentos apresentaram uma média de ganho de peso diária de 30,5 g.<br />

O peso relativo da tíbia, percentual de cálcio presente no membro e<br />

incidência de discondroplasia tibial estão representadas na Tabela 5.<br />

TABELA 5 – Efeito da temperatura de incubação sobre o peso da tíbia, percentual<br />

de cálcio presente na tíbia e incidência de discondroplasia tibial (TD) aos 14 dias<br />

de incubação, na eclosão e aos 49 dias de idade<br />

Parâmetros<br />

da Tíbia<br />

Temp. de incubação 14 dias de Eclosão 49 dias<br />

incubação<br />

Controle 0,42 a 0,50 a 0,82ª<br />

Temp. baixa 0-8 d 0,38 a 0,40 b 0,78 ab<br />

Peso (%) Temp. baixa 10-18 d 0,33 b 0,41 b 0,86 a<br />

Temp. alta 0-8 d 0,39ª 0,28 c 0,81 ab<br />

Temp. alta 10-18 d 0,26 c 0,26 c 0,71 b<br />

Controle 5,44 6,39 b 11,89<br />

Temp. baixa 0-8 d 7,25 10,15 a 11,25<br />

Ca (%) Temp. baixa 10-18 d 6,85 8,91 ab 11,24<br />

Temp. alta 0-8 d 5,03 8,68 ab 11,73<br />

Temp. alta 10-18 d 9,39 7,71 ab 11,21<br />

Controle - - 5,0 (6/120) b<br />

Temp. baixa 0-8 d - - 14,4 (14/97) a<br />

TD (%) Temp. baixa 10-18 d - - 3,9 (5/129) b<br />

Temp. alta 0-8 d - - 12,8 (10/78) a<br />

Temp. alta 10-18 d - - 4,7 (4/85) b<br />

a,b - Médias na mesma coluna, com letras diferentes, são significativamente diferentes<br />

(P≤0,05)<br />

Fonte: Adaptado de YALCIN (2007)<br />

Alterações na temperatura de incubação durante oito dias nos<br />

primeiros estágios de desenvolvimento afetaram o peso da tíbia dos embriões aos


16<br />

14 dias de incubação. Entretanto, a alteração da temperatura na fase final de<br />

incubação diminuiu significativamente o peso da tíbia.<br />

Na eclosão o grupo controle apresentou o melhor peso da tíbia. O pior<br />

peso foi encontrado no tratamento submetido a altas temperaturas durante a fase<br />

final de incubação.<br />

Com relação às taxas de cálcio presentes na tíbia, aos 14 dias de<br />

incubação não houve diferença estatística entre os tratamentos analisados. Na<br />

eclosão a diminuição da quantidade de cálcio presente no membro foi inferior<br />

apenas no grupo de temperatura baixa.<br />

A incidência de discondroplasia tibial em frangos aos 49 dias de idade<br />

foi associada aos desvios de temperatura na fase inicial de incubação. Tanto a<br />

redução quanto a elevação da temperatura durante essa fase aumentou os<br />

índices da enfermidade. Os resultados encontrados pelos autores sugerem a<br />

existência de um período crítico de desenvolvimento da placa de crescimento<br />

óssea e diferenciação.<br />

2.2.3.2 Umidade Relativa<br />

A umidade relativa (UR) é outro fator importante durante a incubação<br />

com efeitos diretos sobre a eclodibilidade. O controle da umidade é feito pela<br />

diferença psicométrica entre as temperaturas de bulbo seco e úmido (ROSA et al.,<br />

2002).<br />

BOLELI (2003) recomenda que a faixa de umidade relativa que deve<br />

ser disposta nas máquinas de incubação é de 50 a 60%.<br />

A água é um constituinte básico da estrutura dos ovos. Durante o<br />

desenvolvimento embrionário, a oxidação dos lipídeos, presentes na gema,<br />

produzem água metabólica aumentando o volume de água presente no interior do<br />

ovo (AR & RAHN, 1980).<br />

Durante a incubação, a taxa de perda evaporativa de peso do ovo é<br />

controlada, em grande parte, pela umidade relativa da máquina incubadora. Essa<br />

perda de peso tem sido associada a resultados de incubação e utilizada como<br />

ferramenta eficaz para avaliar o rendimento do processo (TULLETT & BURTON,<br />

1982).


17<br />

Uma das razões para que haja perda de água durante o<br />

desenvolvimento embrionário é para possibilitar o surgimento da câmara de ar em<br />

um dos pólos do ovo. Essa estrutura deve ter tamanho suficiente para que no<br />

momento da bicagem da membrana interna haja disponibilidade suficiente de ar<br />

para a ave (AR & RAHN, 1980).<br />

Conforme observado por PRINGLE & BAROTT (1937), a perda de<br />

peso de ovos férteis durante a incubação decresce em proporção direta com o<br />

aumento da umidade no interior da incubadora.<br />

MAULDIN (1993) estabeleceu os valores de 12 a 13% como sendo<br />

ótimos para a perda de peso em ovos, do momento da incubação até a<br />

transferência para eclosão, sendo aceitáveis também as perdas de 11 a 14%.<br />

HAYS & SPEAR (1951) obtiveram resultados satisfatórios de<br />

eclodibilidade, quando a perda de peso de ovos incubados, avaliada aos 17 dias<br />

de incubação, não excedeu 12%.<br />

Perdas de peso inferiores a 6,5% antes da realização da bicagem da<br />

membrana interna pelo embrião acarretam na formação inadequada da câmara<br />

de ar impossibilitando a adequada transição para respiração pulmonar do<br />

embrião. Em contrapartida, perdas elevadas de peso, superiores a 14%,<br />

aumentam as chances de desidratação do embrião prejudicando sua qualidade<br />

ou até mesmo causando mortalidade (MOLENAAR et al., 2010b).<br />

Além de afetar a formação da câmara de ar, a perda de peso dos ovos<br />

através da perda de água, pode afetar as taxas de mortalidade embrionária na<br />

fase inicial e aumentar o período total de incubação (MOLENAAR et al., 2010b).<br />

ROBERTSON (1961) comprovou que a umidade relativa elevada na<br />

faixa de 75 a 80% aumentou a mortalidade embrionária nos primeiros 10 dias de<br />

incubação. A provável justificativa para o aumento da mortalidade pode ser devido<br />

aos distúrbios nos mecanismos fisiológicos do embrião relacionados com a troca<br />

de gases, ou seja, uma quantidade elevada de água no interior do ovo<br />

possivelmente altera os mecanismos responsáveis pelas trocas gasosas.<br />

REINHART & HURNIK (1984) encontraram redução no período total de<br />

incubação ao diminuir a umidade relativa de 57% para 45% durante os dias 3 a 18<br />

de incubação.


18<br />

O efeito da perda de peso do ovo sobre a qualidade da eclosão durante<br />

a incubação também foi estudado por BRUZUAL et al. (2000). Os autores<br />

constataram que o peso dos pintainhos recém eclodidos foi maior nos ovos<br />

submetidos a uma maior umidade relativa (39,4g; 40,2g e 41,2g em condições de<br />

umidade relativa de 43%, 53% e 63% respectivamente). Da mesma forma,<br />

HAMDY et al. (1991) encontrou que o peso dos pintainhos submetidos a umidade<br />

relativa de 55% foi 0,7 gramas superior aos submetidos a umidade de 45%.<br />

BRUZUAL et al. (2000) afirma que a umidade elevada durante a<br />

incubação eleva o peso do embrião, pois o excesso de água se incorpora nos<br />

tecidos embrionários, prejudicando seu desempenho inicial. Além disso, o<br />

excesso de água pode também ser incorporada nas membranas da casca<br />

dificultando as trocas gasosas do embrião nos últimos dias de incubação.<br />

No mesmo estudo, os autores analisaram os resultados de<br />

eclodibilidade e mortalidade embrionária em função da umidade relativa na<br />

máquina de incubação. Os resultados estão expostos na Tabela 6.<br />

TABELA 06 – Efeito da umidade relativa durante a incubação na eclodibilidade e<br />

mortalidade embrionária<br />

Variáveis (%)<br />

Umidade Relativa (%)<br />

43 53 63<br />

Eclodibilidade 86,6 b 89,1 a 86,3 b<br />

Mortalidade inicial 8,2 7,1 8,5<br />

Mortalidade tardia 3,0 b 2,3 b 4,5 a<br />

a,b - Médias na mesma linha, com letras diferentes, são significativamente diferentes<br />

(P≤0,01)<br />

Fonte: Adaptado de BRUZUAL et al. (2000)<br />

Observa-se que a eclodibilidade foi superior no tratamento submetido a<br />

53% se comparado com os tratamentos expostos a 43% e 53% de umidade<br />

relativa. A mortalidade embrionária inicial não foi afetada pelos tratamentos<br />

estudados, o que não se observa com relação a mortalidade tardia. O percentual<br />

de mortalidade tardia no tratamento exposto a 63% de umidade apresentou 2,2%<br />

a mais de mortalidade se comparado com o tratamento submetido a 53% de<br />

umidade e 1,5% a mais do exposto a 43%.


19<br />

BARBOSA et al. (2008) realizou estudo para avaliar os efeitos da<br />

umidade relativa sobre a perda de peso do ovo, taxa de eclosão, peso dos pintos<br />

na eclosão e relação peso do pinto/peso do ovo. Foram selecionados ovos<br />

matrizes de três diferentes idades (26, 41 e 56 semanas) e incubados em três<br />

diferentes máquinas em umidades relativas diferentes (48%, 56% e 64%).<br />

Foi observado que independentemente da idade da matriz, a perda de<br />

peso dos ovos foi maior à medida que a umidade relativa diminuiu. As melhores<br />

taxas de eclosão foram obtidas quando os ovos foram submetidos à UR de 56%.<br />

Os maiores pesos dos pintainhos foram encontrados quando os ovos foram<br />

incubados com 64% de UR. A relação peso do pintainho/peso do ovo foi<br />

significativamente maior no nível de 64% de UR.<br />

A umidade relativa durante a incubação pode provocar efeitos no<br />

desempenho final de frangos de corte, uma vez que desvios da UR afetam a<br />

qualidade do pintainho recém nascido, entretanto, mais estudos devem ser<br />

realizados para se obter melhores conclusões (MOLENAAR et al., 2010b).<br />

2.2.3.3 Trocas gasosas<br />

O crescimento do embrião é diretamente dependente das trocas<br />

gasosas (OVIEDO-RONDÓN & MURAKAMI, 1998). O fluxo metabólico dos gases<br />

é limitado pela difusão através dos poros na casca do ovo provocado pela<br />

diferença de concentração dos gases entre o interior e o exterior dos ovos. A<br />

menor concentração de O 2 no interior condiciona a obtenção de novas moléculas<br />

de O 2 vindas do exterior do ovo, onde a concentração molecular é superior.<br />

Concentração maior de CO 2 no interior do ovo faz as moléculas migrarem para o<br />

lado de fora, dependendo do gradiente de concentração molecular existente.<br />

(BOLELI, 2003).<br />

No primeiro período que se estende até o 18° dia de incubação, a<br />

respiração ocorre por meio de capilares por onde é realizada a troca dos gases<br />

(PIAIA, 2005). A captação de O 2 e a liberação de CO 2 aumentam com a evolução<br />

do desenvolvimento embrionário. Com o passar dos dias, no período de<br />

incubação, o gás entra para repor a água perdida e forma a câmara de ar em uma


20<br />

das extremidades do ovo. A câmara de ar aumenta até que seu tamanho ocupe<br />

aproximadamente 15% do volume interno do ovo, no final do período de<br />

incubação (LA SCALA JR., 2003).<br />

Nesse período, após o rompimento da membrana interna da casca, o<br />

embrião passa então a respirar a partir do ar contido na câmara de ar, inflando os<br />

pulmões e os sacos aéreos pela primeira vez (PIAIA, 2005).<br />

A partir do 19° dia de incubação (platô) o requerimento de oxigênio<br />

pelo embrião aumenta e a difusão não pode suprir essa exigência, apresentando<br />

uma hipóxia que estimula o embrião à bicagem interna e à eclosão. Este estímulo<br />

pode ser também neurofisiológico ou por mudanças do equilíbrio ácido-básico<br />

e/ou pressão de gases ou combinação destes fatores (RANH et al., 1979).<br />

OVIEDO-RONDÓN & MURAKAMI (1998) citam que em condições de<br />

hipóxia, os embriões respondem com uma maior afinidade ao oxigênio, menor<br />

atividade metabólica (maior tempo de incubação) e menor crescimento tanto em<br />

órgãos (pulmão e coração), como em peso total, pelo atraso no crescimento.<br />

Para garantir o suprimento de O 2 e conseqüente remoção de CO 2 , a<br />

ventilação dentro das máquinas de incubação se faz necessária (CALIL, 2007).<br />

COLEMAN & COLEMAN (1991) encontraram que a ventilação<br />

inadequada do sistema da incubadora resultava em diminuição da concentração<br />

de oxigênio e incompleta maturação do sistema cardiopulmonar, já que a hipóxia<br />

impede a multiplicação das células cardíacas, ocasionando um coração menor,<br />

que terá que fazer mais esforço para bombear um volume sanguíneo similar e, a<br />

longo prazo derivará numa maior incidência de ascite.<br />

A adequada ventilação durante a embriogênese também foi estudada<br />

por MAXWELL et al.(1990), que demonstraram que pintos sujeitos à hipóxia<br />

durante a incubação apresentaram lesões pulmonares e cardíacas precoces.<br />

JAENISCH et al. (1997) constataram que após a suplementação com 2% de<br />

oxigênio, totalizando 23% molar de oxigênio durante a incubação de ovos,<br />

conferiu a redução parcial no grau de lesões no pulmão e coração das aves.<br />

MAULDIN (2003) afirma que aproximadamente 1.000 ovos requerem<br />

4m³ de ar fresco por dia até o 18º dia de incubação. Sendo assim, uma<br />

incubadora com capacidade de 40.000 ovos necessitaria 162m³ de ar fresco por<br />

dia, ou aproximadamente 8 m³/h. Conseqüentemente, deve-se renovar o ar na


21<br />

incubadora aproximadamente oito vezes em um dia ou uma vez a cada 3 horas.<br />

Esta taxa da troca de ar é o mínimo requerido.<br />

Sabe-se que a principal fonte de energia do embrião são os lipídeos<br />

provenientes da gema (<strong>DE</strong>CUYPERE, 1991). A conversão metabólica de ácidos<br />

graxos dos lipídeos da gema para ácidos graxos poliinsaturados é necessária<br />

para numerosas atividades dos tecidos embrionários em crescimento, formação<br />

de membranas e células cerebrais e da retina (WATKINS, 1995). Em situações de<br />

baixa quantidade de oxigênio, o embrião usará menos lipídeos e mais glicogênio<br />

dos tecidos como fonte de energia, pois é necessário menos oxigênio para<br />

metabolizar carboidratos que lipídeos, como conseqüência, as reservas de<br />

glicogênio presentes nos tecidos do embrião serão esgotadas mais rapidamente<br />

afetando o suprimento de energia após a eclosão (CHRISTENSEN et al.,1995).<br />

O CO 2 é um composto natural de processos metabólicos durante o<br />

desenvolvimento embrionário. A concentração máxima de CO 2 na incubadora<br />

depende do número de ovos férteis e da taxa de ventilação proporcionada pela<br />

máquina, mas geralmente não ultrapassa de 0,50% (ONAGBESAN et al, 2007).<br />

A sensibilidade do embrião com relação às concentrações de CO 2<br />

depende da idade. Durante os primeiros quatro dias de incubação, as<br />

concentrações de CO 2 podem aumentar em até 1% sem causar prejuízos na<br />

eclodibilidade. Entre o quinto e o oitavo dias de incubação os embriões podem<br />

sobreviver com concentrações de até 3% de CO 2 . O aumento da capacidade de<br />

tolerância dos embriões a maiores concentrações de CO 2 após os quatro dias de<br />

incubação pode ser explicado pelo estabelecimento do sistema respiratório, que<br />

ocorre por volta de 96 horas de incubação. Entre os dias 9 a 12 do período de<br />

incubação, que corresponde ao estágio de desenvolvimento no qual ocorre a<br />

maior taxa de crescimento, os embriões podem sobreviver com concentrações de<br />

até 5% (MOLENAAR et al., 2010a).<br />

A formação da vascularização extra-embrionária ocorre no intervalo de<br />

um a quatro dias do período de incubação. O aumento do nível de CO 2 nessa<br />

fase favorece a criação do sistema circulatório extra-embrionário, promovendo<br />

maior capacidade futura de troca de gases, principalmente permitindo maior<br />

aporte de oxigênio através de uma quantidade superior de hemácias disponíveis<br />

em comparação com níveis normais desse gás nesta etapa do desenvolvimento.


22<br />

O objetivo de se manter níveis elevados de CO 2 é aumentar a hemocitopoiese<br />

embrionária, assim como ocorre com pessoas vivendo em regiões de altitude<br />

elevada (ar rarefeito) (CALIL, 2007).<br />

Em estudos desenvolvidos por <strong>DE</strong> SMIT et al.(2006, 2008), os autores<br />

mostraram que o aumento gradual da concentração de CO 2 durante os dez<br />

primeiros dias de incubação a níveis de 0,7% ou 1,5% em um ambiente<br />

hermeticamente fechado acelera o desenvolvimento embrionário e melhora a<br />

eclodibilidade.<br />

BRUGGEMAN et al. (2007) aumentou gradualmente as concentrações<br />

de CO 2 para 1,5% durante os primeiros dez dias de incubação e constataram<br />

efeito positivo sobre o desenvolvimento inicial dos embriões, entretanto não<br />

encontraram melhoras nas taxas de eclodibilidade.<br />

KROETZ NETO et al. (2011) também encontraram melhora significativa<br />

na eclodibilidade de pintos de corte, ao expor os embriões a ambientes com até<br />

1% de CO 2 do 1° ao 10° dia de incubação.<br />

No final do período de incubação a hipercapnia também pode trazer<br />

resultados benéficos. O aumento das concentrações de dióxido de carbono nessa<br />

fase atua como estímulo para a eclosão, uma vez que podem influenciar nas<br />

mudanças fisiológicas necessárias nos momentos que antecedem a eclosão<br />

(CÂRLEA et al., 2010).<br />

EVERAERT et al. (2007) demonstraram que os embriões toleraram<br />

altas concentrações de CO 2 (4.0%) no intervalo de 10 a 18 dia de incubação, sem<br />

apresentar efeitos negativos no desenvolvimento pré e pós eclosão. Além disso,<br />

encontraram eclodibilidade significantemente maior (96%) nos ovos submetidos a<br />

concentração de CO 2 de 4% se comparados com o grupo controle (95%).<br />

Segundo CALIL (2007) a janela de nascimento é um conceito muito<br />

utilizado nos incubatórios comerciais e trata-se do intervalo de tempo entre os<br />

primeiros nascimentos e os últimos pintainhos nascidos.<br />

FRENCH (2010) afirma que para se obter menores janelas de<br />

nascimento pode-se aumentar as concentrações de CO 2 em até 2% instantes<br />

antes dos primeiros embriões iniciarem a bicagem. O aumento de CO 2 estimula<br />

os embriões a eclodirem, entretanto em algumas situações o embrião não<br />

completou seu desenvolvimento promovendo uma queda da qualidade dos


23<br />

pintainhos eclodidos. Além disso, altas concentrações de CO 2 no final do período<br />

de incubação podem causar danos na maturação do coração e dos pulmões<br />

(COLEMAN & COLEMAN, 1991).<br />

2.2.3.4 Viragem dos ovos<br />

A viragem dos ovos é um fenômeno natural observado durante o choco<br />

das galinhas. Com o intuito de simular esse mecanismo as incubadoras artificiais<br />

promovem a viragem mecânica dos ovos para que possa obter os melhores<br />

índices de eclosão (TONA et al., 2003).<br />

Os objetivos da viragem dos ovos durante a incubação são: reduzir o<br />

mau posicionamento embrionário, prevenir a adesão do embrião nas membranas<br />

da casca e garantir a utilização adequada do albúmen. Além disso, estudos<br />

referentes à fisiologia embrionária comprovaram que a viragem dos ovos é<br />

extremamente importante, pois promove o acúmulo de proteínas no fluido<br />

amniótico, crescimento da rede vascular e facilita as trocas gasosas (WILSON,<br />

1991).<br />

A viragem do ovo durante a incubação envolve diversos parâmetros<br />

como a freqüência, o eixo em que o ovo é acondicionado na máquina como<br />

também o eixo de viragem do mesmo, o ângulo de viragem, o plano de rotação e<br />

o estágio da incubação em que é necessária a viragem dos ovos (WILSON, 1991)<br />

De acordo com NEVES (2005) o procedimento de viragem deve ser feito 24 vezes<br />

ao dia, com o ângulo entre 20º a 45º no plano horizontal. Na prática são utilizados<br />

45º ± 5º a cada hora.<br />

ELIBOL & BRAKET (2003) realizaram estudo com o intuito de verificar<br />

o efeito da freqüência de viragem dos ovos durante a incubação. Os ovos<br />

incubados foram divididos em três tratamentos de acordo com a frequência de<br />

viragem. As freqüências de viragem eram 24, 48 e 96 vezes por dia durante o<br />

terceiro até o décimo primeiro dias de incubação. Os resultados referentes às<br />

taxas de eclodibilidade e mortalidade embrionária estão expostos na Tabela 7.


24<br />

TABELA 7 – Efeito da freqüência de viragem durante os dias 3 a 11 de incubação<br />

sobre a eclodibilidade e mortalidade embrionária<br />

Frequência de viragem (quantidade/dia)<br />

Item (%) 24 48 96<br />

Eclodibilidade 88,28±0,42 b 88,10±0,41 b 89,47±0,41ª<br />

Mortalidade inicial 5,31±0,32ª 5,85±0,31ª 5,28±0,31ª<br />

Mortalidade tardia 4,95±0,29 a 4,68±0,28 a 3,88±0,28 b<br />

a,b - Médias na mesma linha, com letras diferentes, são significativamente diferentes<br />

(P≤0,01)<br />

Fonte: Adaptado de ELIBOL & BRAKET (2003)<br />

Observa-se que a eclodibilidade foi maior utilizando frequência de<br />

viragem de 96 vezes por dia se comparado com as freqüências de 24 e 48. A<br />

mortalidade embrionária na fase final também foi reduzida nos ovos desse<br />

tratamento. Resultados semelhantes foram encontrados por ROBERTSON (1961)<br />

que observou uma redução da mortalidade embrionária principalmente entre os<br />

dias 18 a 21 de incubação a medida que se aumentou a frequência de viragem<br />

dos ovos.<br />

Estudos têm demonstrado o efeito da viragem sobre alguns parâmetros<br />

fisiológicos do embrião em desenvolvimento. Esses estudos revelaram que a<br />

viragem influencia na duração da incubação, eclodibilidade, qualidade do<br />

pintainho e na capacidade de crescimento da ave (TONA et al., 2003).<br />

TONA et al., (2005) realizaram experimento com o intuito de investigar<br />

o efeito da viragem nos dias 9, 12, 15 ou 18 do período de incubação como<br />

também o efeito da não realização da viragem na utilização do albúmen para o<br />

desenvolvimento e crescimento embrionário. Além disso, o estudo também<br />

avaliou o efeito da viragem no desenvolvimento do eixo hipotalâmico hipofisário<br />

adrenal.<br />

Os ovos foram submetidos ao processo de viragem até o décimo oitavo<br />

(T18) dia de incubação ou sem a realização da viragem (T0). Nos dias 9, 12, 15 e<br />

18 uma amostra de ovos foi selecionada para a determinação do peso do embrião<br />

e do albúmen (Figura 1).


25<br />

FIGURA 1 – Peso do embrião (A) e peso do albúmen (B) em relação a viragem ou<br />

não dos ovos e ao período de incubação. *Em cada período de incubação, os<br />

tratamentos são significativamente diferentes (P


26<br />

viragem obteve menor ganho de peso em relação ao tratamento submetido à<br />

viragem (Figura 1).<br />

O peso relativo do albúmen em todos os tratamentos foi semelhante<br />

até o nono dia (Figura 1B). No décimo quinto dia houve uma significante queda no<br />

peso do albúmen em ambos os tratamentos, porém a queda foi mais acentuada<br />

no tratamento submetido à viragem. No décimo oitavo dia ocorreu outra queda do<br />

peso do albúmen em ambos os tratamentos, sendo um pouco maior no<br />

tratamento que não passou pela viragem. Aos 18 dias de incubação, o albúmen<br />

apresentava-se em baixos níveis nos ovos que passaram pela viragem, mas uma<br />

pequena quantidade ainda era observada nos ovos que não foram submetidos à<br />

viragem.<br />

Os resultados encontrados pelos autores comprovam a importância da<br />

viragem dos ovos durante a incubação, uma vez que a utilização do albúmen para<br />

o crescimento embrionário foi influenciado pela viragem dos ovos. Durante a<br />

incubação, as proteínas do albúmen se deslocam para o interior líquido amniótico<br />

para serem absorvidos pelo embrião, portanto, quanto maior o desenvolvimento<br />

embrionário, menores quantidades de albúmen serão encontradas no interior do<br />

ovo. Essa relação existente entre peso do embrião e peso do albúmen pode ser<br />

representada por uma curva de regressão linear negativa (Figura 2).


27<br />

FIGURA 2 – Relação entre peso do embrião e peso do albúmen no 15° dia de<br />

incubação<br />

Fonte: Adaptado de TONA et al., (2005)<br />

ELIBOL & BRAKET (2006) pesquisaram o efeito do ângulo de viragem<br />

sobre a eclodibilidade, mortalidade embrionária e incidência de mau<br />

posicionamento dos embriões (cabeça do embrião voltada para a parte fina do<br />

ovo). O estudo foi dividido em três tratamentos distintos de acordo com o ângulo<br />

de viragem dos ovos. As angulações estabelecidas foram de 35°, 40°e 45°<br />

realizadas em uma freqüência de 24 vezes ao dia.<br />

Os resultados obtidos na Tabela 8 demonstraram que a eclodibilidade<br />

não foi afetada pela angulação de viragem, entretanto, a incidência de<br />

mortalidade na fase inicial foi reduzida pela angulação de 40°. A incidência de<br />

mau posicionamento dos embriões foi superior no tratamento submetido a<br />

angulação de 35°.


28<br />

TABELA 8 – Efeito do ângulo de viragem sobre a eclodibilidade, mortalidade<br />

embrionária e incidência de mau posicionamento embrionário<br />

Ângulo de viragem<br />

Item (%) 35° 40° 45°<br />

Eclodibilidade 86,17 88,02 87,74<br />

Mortalidade inicial 7,76 a 5,50 b 7,21 a<br />

Mortalidade tardia 3,17 4,31 3,88<br />

Mau posicionamento 1,72 a 0,66 b 0,32 b<br />

a,b - Médias na mesma linha, com letras diferentes, são significativamente diferentes<br />

(P≤0,05)<br />

Fonte: Adaptado de ELIBOL & BRAKET (2006)


29<br />

3 CONSI<strong>DE</strong>RAÇÕES FINAIS<br />

Os melhores índices de eclosão, qualidade do neonato e posterior<br />

desempenho dos frangos de corte são obtidos quando as condições físicas<br />

oferecidas durante a incubação conseguem suprir as necessidades fisiológicas do<br />

embrião.<br />

As condições de temperatura, umidade relativa, trocas gasosas e<br />

viragem mecânica dos ovos são os principais fatores que devem ser regulados<br />

com o intuito de se obter os melhores resultados.<br />

Além dessas variáveis destacam-se também outros fatores como<br />

período e condições de estocagem e características relacionadas à matriz.


30<br />

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