Programas de Português do Ensino Secundário em ... - Exedra
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<strong>Português</strong>: Investigação e <strong>Ensino</strong><br />
Número t<strong>em</strong>ático - <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro 2012<br />
apresenta sugestões práticas <strong>de</strong> como trabalhá-las a partir da focalização na gramática normativa,<br />
mas enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-a como um saber transversal.<br />
Isso <strong>de</strong>ve-se, evi<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente, ao fato <strong>de</strong>, no caso brasileiro o <strong>do</strong>cumento estuda<strong>do</strong> propor-se<br />
à funcionar com um lugar teórico no qual as diversas regiões <strong>do</strong> país basear-se-iam para estabelecer<br />
seus programas curriculares estaduais; no caso português, o <strong>do</strong>cumento funciona como programa<br />
curricular nacional. Mas <strong>em</strong>bora, tenhamos percebi<strong>do</strong> essa diferença quan<strong>do</strong> da leitura preliminar<br />
<strong>de</strong>stes textos enten<strong>de</strong>mos que as finalida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s textos <strong>de</strong>monstram haver uma s<strong>em</strong>elhante<br />
concepção <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong>.<br />
Tais finalida<strong>de</strong>s giram <strong>em</strong> torno das i<strong>de</strong>ias <strong>de</strong> autonomia, capacida<strong>de</strong>, valores e competências e<br />
preten<strong>de</strong>m assegurar competências linguísticas voltadas ao uso da língua e interações linguísticas,<br />
seja no campo da língua escrita seja no da língua falada.<br />
Há, <strong>em</strong> ambos, a separação entre conteú<strong>do</strong>s <strong>de</strong>clara<strong>do</strong>s e conteú<strong>do</strong>s processuais, todavia, o<br />
Programa estabelece diferenças entre os diversos aspectos da língua: compreensão oral, escrita,<br />
leitura e funcionamento da língua para, <strong>em</strong> seguida, elencar os objectivos para cada um <strong>de</strong>stes<br />
aspectos. Além disso, elenca sugestões meto<strong>do</strong>lógicas no que refere ao ensino da linguag<strong>em</strong> oral e<br />
escrita, da leitura (recomenda-se a leitura literária, enten<strong>de</strong>n<strong>do</strong>-a como forma <strong>de</strong>cisiva <strong>de</strong> acesso aos<br />
códigos culturais <strong>de</strong> que o estudante é parte) e avaliação.<br />
A seção <strong>do</strong>s Programa <strong>de</strong> <strong>Português</strong> – Cursos científicos, humanísticos e tecnológicos (10˚, 11˚ e<br />
12˚ anos) que mais expressa a concepção <strong>de</strong> língua ali veiculada é a que trata das sugestões<br />
meto<strong>do</strong>lógicas pois, esta é entendida como sen<strong>do</strong>, simultaneamente, um espaço <strong>de</strong> transversalida<strong>de</strong><br />
cultural, daí que recomen<strong>de</strong> “um investimento significativo na promoção <strong>de</strong> situações <strong>de</strong><br />
aprendizag<strong>em</strong> que efectivamente <strong>de</strong>senvolvam os conhecimentos e as aptidões linguísticas <strong>do</strong>s<br />
alunos e aperfeiço<strong>em</strong> técnicas e instrumentos concebi<strong>do</strong>s numa perspectiva multidimensional,<br />
integra<strong>do</strong>ra e transdisciplinar”. Programa <strong>de</strong> <strong>Português</strong> (2001, p.16).<br />
No caso da leitura literária, o <strong>do</strong>cumento postula: “a leitura literária <strong>de</strong>ve realizar-se <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong><br />
simultaneamente competências linguísticas e literárias” (Programa <strong>de</strong> <strong>Português</strong>, 2001, p.24). O<br />
aluno <strong>de</strong>verá estar prepara<strong>do</strong> para lidar com um patrimônio cultural e contextual específico, b<strong>em</strong><br />
como com terminologias literárias próprias. Nesse senti<strong>do</strong>, o Programa estabelece um grupo<br />
específico <strong>de</strong> textos, un canon, que foram consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s importantes para uma a<strong>de</strong>quada cultura<br />
literária <strong>do</strong> estudante.<br />
Fiorin (2006; p.60) afirma, a respeito <strong>do</strong>s PCNs <strong>de</strong> LP, que estes provocaram uma importante<br />
difusão <strong>do</strong> ensino basea<strong>do</strong> nos gêneros discursivos “o gênero é, assim, um produto, e seu ensino<br />
torna-se, então, normativo. Sob aparência <strong>de</strong> uma revolução no ensino <strong>Português</strong> está-se <strong>de</strong>ntro da<br />
mesma perspectiva normativa com que se ensinava gramática”.<br />
Alguns pesquisa<strong>do</strong>res enten<strong>de</strong>m que as teoria que fundamentam os PCNs <strong>do</strong> ensino fundamental<br />
não foram, <strong>de</strong>vidamente, explicitadas. Braitt (2005), por ex<strong>em</strong>plo, afirma, a propósito <strong>do</strong> <strong>do</strong>cumento<br />
que <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista <strong>do</strong> tratamento que dá aos textos, é evi<strong>de</strong>nte:<br />
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