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Programas de Português do Ensino Secundário em ... - Exedra

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<strong>Português</strong>: Investigação e <strong>Ensino</strong><br />

Número t<strong>em</strong>ático - <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro 2012<br />

Parâmetros Currículares Nacionais (PCNs) para o <strong>Ensino</strong> Médio e português Programa <strong>de</strong><br />

<strong>Português</strong> para o <strong>Ensino</strong> <strong>Secundário</strong> (10˚, 11˚ e 12˚ anos).<br />

Confronta-se assim os programas referi<strong>do</strong>s, procuran<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar os traços da teoria <strong>de</strong> Bakhtin<br />

e a forma como essa se manifesta nas propostas curriculares <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s países, estabelecen<strong>do</strong><br />

um esboço inicial das implicações <strong>de</strong>ssa abordag<strong>em</strong> ao ensino <strong>do</strong> texto literário.<br />

Reporta-se à crítica especializada <strong>em</strong> Mikhail Bakhtin e à estu<strong>do</strong>s sobre os impactos <strong>de</strong> ambos<br />

os <strong>do</strong>cumentos nas escolas brasileira e portuguesa, entre estes, o próprio Mikhail Bakhtin, Ângela<br />

Kleiman e João Wan<strong>de</strong>rley Geraldi, Cristina Melo, Rui Vieira <strong>de</strong> Castro, Beth Braith e José Luiz Fiorin<br />

e Marcuschi, Macha<strong>do</strong>. E, r<strong>em</strong>ete-se ainda à história <strong>do</strong> ensino <strong>do</strong> <strong>Português</strong> nos <strong>do</strong>is países.<br />

A hipótese inicial era, portanto, a <strong>de</strong> que, assim como o conceito bakhitiano <strong>de</strong> “gêneros <strong>do</strong><br />

discurso”, o conceito <strong>de</strong> gêneros textuais <strong>do</strong> interacionismo sociodiscursivo (Bronckart e<br />

colabora<strong>do</strong>res) e o <strong>de</strong> tipologia textual, <strong>de</strong> Jean-Michel Adam fundam os PCNs <strong>do</strong> ensino<br />

fundamental no Brasil, po<strong>de</strong>riam estar presentes também nos PCNs <strong>do</strong> <strong>Ensino</strong> Médio, como também<br />

no Programa <strong>de</strong> <strong>Português</strong> – Cursos científicos, humanísticos e tecnológicos (10˚, 11˚ e 12˚ anos).<br />

Tais programas têm ajuda<strong>do</strong> a articular os saberes <strong>em</strong> termos linguísticos, <strong>em</strong> Portugal e no Brasil,<br />

<strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a permitir a impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> novas meto<strong>do</strong>logias e sobretu<strong>do</strong>, o advento <strong>de</strong> uma<br />

concepção <strong>de</strong> ensino da Língua Portuguesa centrada na textualida<strong>de</strong>.<br />

2. Abordag<strong>em</strong> diacrónica <strong>do</strong> ensino da área <strong>de</strong> Língua Portuguesa <strong>em</strong> Portugal e<br />

no Brasil<br />

A propósito <strong>de</strong>sta seção, discute-se alguns fatos históricos, políticos, sócio-culturais que<br />

influenciaram a história <strong>do</strong> ensino <strong>de</strong> Língua Portuguesa no Brasil e <strong>em</strong> Portugal: organização<br />

curricular, <strong>de</strong>staque e privilégio da<strong>do</strong>s à algumas disciplinas e conteú<strong>do</strong>s. Fatos que indicam,<br />

portanto, que a política educacional exercida <strong>em</strong> qualquer país está ligada às exigências produtivas<br />

externas e internas, ao avanço das <strong>de</strong>scobertas científicas e ao tipo <strong>de</strong> cidadão que se <strong>de</strong>seja formar.<br />

A ativida<strong>de</strong> educacional no Brasil <strong>do</strong> século XX foi regulada por uma política educacional que po<strong>de</strong><br />

ser distinguida <strong>em</strong> três momentos. O primeiro <strong>de</strong>les, compreendi<strong>do</strong> entre 1890 e 1931, correspon<strong>de</strong> à<br />

viabilização <strong>do</strong> funcionamento <strong>de</strong> escolas primárias pelo Esta<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> a encargo da União, o<br />

ensino secundário e superior. Nota-se que o início <strong>de</strong>sse momento dá-se no final <strong>do</strong> século XIX,<br />

perío<strong>do</strong> <strong>em</strong> que ocorria na história política <strong>do</strong> Brasil o advento da República, fort<strong>em</strong>ente marcada<br />

pelas i<strong>de</strong>ias liberais e positivistas (SAVIANI, 2005).<br />

Seguin<strong>do</strong> essa abordag<strong>em</strong>, Zotti (2005) retrata que o processo político da fase inicial <strong>de</strong>sse<br />

primeiro momento – 1891-1894 – era li<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> por militares e intelectuais que viam na educação o<br />

el<strong>em</strong>ento fundamental para a solução <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as <strong>do</strong> país, sen<strong>do</strong> vista como o caminho para se<br />

formar o hom<strong>em</strong> que <strong>de</strong>veria construir um país livre <strong>do</strong> atraso cultural e econômico. Entretanto, é<br />

váli<strong>do</strong> ressaltar que o ensino era <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> a uma elite oligárquica.<br />

Em relação às normas <strong>de</strong> regulamentação da Educação no Brasil e as propostas para o ensino<br />

primário, secundário e superior, a política fe<strong>de</strong>ral, nessa primeira fase, realizou cinco reformas, a <strong>de</strong><br />

1890, 1901, 1911, 1915 e 1925. Na primeira <strong>de</strong>las, Benjamin Constant 153 , por meio <strong>do</strong> <strong>de</strong>creto n. 981<br />

<strong>de</strong> 08 <strong>de</strong> nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1890 154 , propõe uma organização para a educação primária e secundária.<br />

153 Benjamin Constant Botelho <strong>de</strong> Magalhães, militar, professor e estadista brasileiro foi nomea<strong>do</strong> Ministro da Instrução<br />

Pública (hoje Ministério da Educação e da Cultura), durante o governo provisório e promoveu a reforma curricular que levou<br />

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