Programas de Português do Ensino Secundário em ... - Exedra
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<strong>Português</strong>: Investigação e <strong>Ensino</strong><br />
Número t<strong>em</strong>ático - <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro 2012<br />
o conceito <strong>de</strong> gêneros discursivos, <strong>em</strong> parte diretamente calca<strong>do</strong>s <strong>em</strong> Bakhtin, <strong>em</strong>bora<br />
não haja referência no corpo <strong>do</strong> texto, e que ao se juntar<strong>em</strong> com “organização interna<br />
a partir <strong>de</strong> seqüências discursivas – narrativa, <strong>de</strong>scritiva, argumentativa, expositiva e<br />
conversacional”, concepção essa advinda <strong>de</strong> outra fonte teórica, mesclam,<br />
indiscriminadamente, gênero discursivo e tipologia textual, estruturan<strong>do</strong> o restante <strong>do</strong><br />
trabalho com ensino e aprendizag<strong>em</strong> <strong>de</strong> língua, quase que exclusivamente, a partir <strong>de</strong><br />
tipologias textuais. (BRAIT, 2000; p.26)<br />
Essa mesma questão, a nosso ver, po<strong>de</strong> ser aplicada aos PCNs <strong>do</strong> <strong>Ensino</strong> Médio, visto que, se<br />
observarmos as referências bibliográficas da referida obra, constatar<strong>em</strong>os a existência <strong>de</strong> autores <strong>de</strong><br />
concepções teóricas e epist<strong>em</strong>ológicas diferenciadas e que, no corpo <strong>do</strong> texto, não são referendadas<br />
distintamente. O que implica na impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reconhecer-se a qu<strong>em</strong> atribuir <strong>de</strong>terminadas<br />
concepções <strong>do</strong> ensino da língua aos respectivos autores. Mas mesmo diante <strong>de</strong>ssas constatações,<br />
po<strong>de</strong>-se dizer que os programas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is países impulsionaram as pesquisas sobre gêneros textuais<br />
e discursivos, favorecen<strong>do</strong> a criação <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> leituras, à elaboração <strong>de</strong> interessantes<br />
manuais escolares etc.<br />
O exame <strong>do</strong>s PCNs e <strong>do</strong> Programa <strong>de</strong> <strong>Português</strong> – Cursos científicos, humanísticos e<br />
tecnológicos (10˚, 11˚ e 12˚ anos) permitiu i<strong>de</strong>ntificar as convergências e divergência entre a<br />
abordag<strong>em</strong> da linguag<strong>em</strong> nos <strong>do</strong>is países <strong>de</strong> que são oriun<strong>do</strong>s: o primeiro, funciona como diretiva<br />
geral; o segun<strong>do</strong>, funciona como um currículo já concluí<strong>do</strong>; Em Portugal há maior preocupação com<br />
ensino <strong>do</strong>s textos literários canoniza<strong>do</strong> <strong>de</strong>terminan<strong>do</strong> a obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas obras; no<br />
Brasil, opta-se por recomendar a leitura <strong>de</strong> certos autores <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> a cargo <strong>do</strong> professor a escolha da<br />
obra a ser trabalhada. Em ambos os casos há uma preocupação com a boa preparação <strong>do</strong> aluno<br />
para o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho e <strong>em</strong> <strong>do</strong>tá-lo das ferramentas necessária para o bom usa da língua.<br />
Mas, o principal factor a ser <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> é o fato <strong>de</strong> vigorar, seja <strong>em</strong> Portugal seja no Brasil, a<br />
concepção dialógica <strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> logo, plural, dialógica, passível <strong>de</strong> construída e <strong>de</strong>sconstruída.<br />
4. Referências bibliográficas<br />
Brait, B. (2005). PCNs, gêneros e ensino <strong>de</strong> língua: faces discursivas da textualida<strong>de</strong>. IN: Rojo, R. (org.) A prática<br />
<strong>de</strong> linguag<strong>em</strong> <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula (pp.27-40).São Paulo: Merca<strong>do</strong> <strong>de</strong> Letras.<br />
Bakhitin, M. /VOLOCHÌNOV V. N. (1929). Marxismo e fiolosofia da linguag<strong>em</strong>. São Paulo: Hucitec, 1992.<br />
Bakhitin, M.(1992). Estética da criação verbal.São Paulo: Martins Fontes.<br />
Bronckart, J. (1999). Ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Linguag<strong>em</strong>, Textos e Discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. Trad.<br />
Anna Rachel Macha<strong>do</strong>, Pericles Cunha. São Paulo: EDUC.<br />
Castro,R. & Sousa, M.L.D. (1998).Entre linhas paralelas. Coimbra: Angelunovus.<br />
Castro, R. V (2005). O <strong>Português</strong> no <strong>Ensino</strong> <strong>Secundário</strong>. Coimbra: Almedina.<br />
Geraldi, J. W. (1991) Portos <strong>de</strong> Paragens. São Paulo:Martins Fontes.<br />
Macha<strong>do</strong>, A. R.(2007). Colaboração e crítica: possíveis ações <strong>do</strong> lingüista na ativida<strong>de</strong> educacional. Revista<br />
Veredas, 10, 22-40.<br />
Marcuschi, L. A. (2001) O papel da ligüística no ensino <strong>de</strong> linguas. Investigações Lingüística e Teoria<br />
Literária,13/14,187-218.<br />
Melo, C. (1998). O ensino da literatura e probl<strong>em</strong>ática <strong>do</strong>s gêneros literários.Coimbra:Almedina<br />
Ministério da Educação e Cutlura (MEC). (2000). Parâmetros Currículares Nacionais.<strong>Ensino</strong> Médio. Parte II –<br />
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília: MEC.<br />
SeixalL, J.& Pascoal, J. (2002). Mistério da Educação – Departamento <strong>de</strong> <strong>Ensino</strong> <strong>Secundário</strong>.Programa <strong>de</strong><br />
<strong>Português</strong> – Cursos científicos, humanísticos e tecnológicos (10, 11 e 12 anos). Lisboa: Ministério da<br />
Educação.<br />
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