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Neste número:<br />

Capa: “Meu cafezal em flor. Tanta flor<br />

meu cafezal.”<br />

NOTA DO EDITOR<br />

O 3º número da Revista Coffea é<br />

especial, pois será distribuído no<br />

30º Congresso Brasileiro de<br />

Pesquisas Cafeeiras, em São<br />

Lourenço-MG, atendendo a um<br />

publico maior e mais diversificado.<br />

As matérias continuam a enfocar<br />

os avanços na tecnologia cafeeira,<br />

na forma de trabalhos de pesquisa e<br />

revisões de literatura, de<br />

recomendação técnica e de análises<br />

conjunturais.<br />

Reportagens e entrevistas também<br />

levantam opiniões e sugestões em<br />

benefício da cafeicultura.<br />

Queremos manter o conteúdo<br />

técnico, <strong>para</strong> suporte à equipe de<br />

AT e produtores lideres, visando o<br />

manejo racional da produção<br />

cafeeira.<br />

Pedimos desculpas pela falta de<br />

ilustrações a cores. Elas podem ser<br />

visualizadas no site da <strong>Fundação</strong><br />

<strong>Procafé</strong>.<br />

REPORTAGEM<br />

RECOMENDANDO<br />

RESUMINDO<br />

PANORAMA<br />

ANÁLISE<br />

- Conselho Nacional do Café - CNC, em apoio ao produtor<br />

COMO VAI VOCÊ<br />

PESQUISANDO<br />

- Proteção do café em côco, armazenado em tulhas, pela palha do café<br />

- Uso de flutriafol (impact 125 SC) no controle da ferrugem<br />

- Maturação e produtividade de cultivares de café<br />

- Influência do ciclo bienal no custo de produção de café<br />

- Escória siderúrgica (cálcio/silício) <strong>para</strong> reduzir o custo<br />

- Avaliação de prejuízos com a presença de grãos moka em cafeeiros<br />

- Uso de micronutrientes via água de irrigação<br />

- Competição de cafeeiros híbridos com resistência à ferrugem<br />

- Produtividade do cafeeiro irrigado sob diferentes critérios<br />

- Podo ou não meu cafezal<br />

- Replantio e repovoamento em cafezais<br />

- Controle biológico das principais pragas do cafeeiro<br />

- Seis trabalhos de pesquisa cafeeira em diversos países<br />

- Notícias da produção cafeeira<br />

- Existe resistência da ferrugem do cafeeiro aos fungicidas<br />

- Como é feita a estimativa da safra brasileira de café<br />

ENTREVISTA<br />

RESPONDE<br />

- José Edgard: Motivador do cooperativismo<br />

PRODUTOS E EQUIPAMENTOS<br />

- Novas formulações de fungicidas cúpricos<br />

- Sistemas mecanizados <strong>para</strong> aplicação de formulações/fungicidas<br />

03<br />

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44<br />

44


CARTA AO CAFEICULTOR<br />

INVESTIR SÓ NO ESSENCIAL<br />

Persistem as dificuldades <strong>para</strong> o setor da lavoura cafeeira. Uma pequena melhoria nos preços<br />

nominais do café vem sendo anulada pelo avanço nos custos de produção. Além disso, essa<br />

evolução nos preços tem sido muito volátil, sobe e desce rapidamente.<br />

As lavouras sentiram o maltrato e as condições climáticas adversas no período de inverno. Foi<br />

um tempo úmido e frio, que facilitou o ataque de doenças. As plantas de café vinham<br />

estressadas pela baixa nutrição e, quando atacadas por pragas e doenças, ficaram muito<br />

desfolhadas. Agora, em setembro/outubro, um período seco ocasionou mais desgaste aos<br />

cafeeiros.<br />

As chuvas já começaram. É hora de retomada dos tratos, devendo o produtor avaliar onde e<br />

como investir os recursos obtidos com a safra atual. Deve-se dar prioridade aos talhões com<br />

maior potencial. A análise de solo é importante <strong>para</strong> avaliar onde se pode economizar nos<br />

adubos, racionalizando o seu uso. A safra de 2005 vai ser pequena e, provavelmente, os preços<br />

vão melhorar. Parece estar chegando ao fim aquele ciclo de safras altas, que aumentaram os<br />

estoques e causaram retração nos preços.<br />

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO<br />

Secretário de Produção e Comercialização: Lineu Carlos da Costa Lima.<br />

Chefe do Departamento de Café: Vilmondes Olegário da Silva<br />

Secretário da SARC: Manoel V. F. da Rocha<br />

Delegado da DFA/MG: João Vicente Diniz<br />

FUNDAÇÃO PROCAFÉ / CONVÊNIO MAPA/FUNPROCAFÉ/UFLA<br />

Presidente da <strong>Fundação</strong> <strong>Procafé</strong>: José Edgard Pinto Paiva<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS<br />

Reitor da UFLA: Antônio Nazareno Guimarães Mendes<br />

REVISTA DE TECNOLOGIA CAFEEIRA<br />

Ano 1: nº 3 setembro-outubro/2004.<br />

Conselho Editorial: José Braz Matiello (Editor Executivo); Rubens José Guimarães (Coordenador UFLA); Saulo Roque de<br />

Almeida, Leonardo Bíscaro Japiassú, Guilherme Borges Frota e Antônio Wander Rafael Garcia - MAPA/FUNPROCAFÉ e Carlos<br />

Henrique Siqueira de Carvalho - EMBRAPA CAFÉ.<br />

Programação Visual e Impressão: Gráfica Editora Bom Pastor.<br />

Composição: Rosiana de Oliveira Pederiva.<br />

Tiragem: 2000 exemplares.<br />

Endereços: Alameda do Café, 1000 - Bairro Jardim Andere<br />

37026-400 - Varginha/MG<br />

35. 3214-1411<br />

contato@fundacaoprocafe.com.br<br />

e<br />

Av. Rodrigues Alves, 129 - 6º andar - Centro<br />

20081-250 - Rio de Janeiro/RJ<br />

21. 2233-8593<br />

procafe-rj@bol.com.br<br />

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte e autores.<br />

www.fundacaoprocafe.com.br


REPORTAGEM<br />

03<br />

CONSELHO NACIONAL DO CAFÉ-<br />

CNC, EM APOIO AO PRODUTOR.<br />

O Conselho Nacional do Café é o órgão suporte político e técnico <strong>para</strong> acompanhar os<br />

representativo e responsável pela defesa dos problemas e as medidas necessárias no dia a<br />

interesses da produção cafeeira no Brasil. dia.<br />

Fundado em 1981, o CNC vem fazendo Participando do CDPC Conselho de<br />

um bom trabalho ao longo dos 23 anos de sua Desenvolvimento da Política Cafeeira, órgão<br />

existência, atuando junto às autoridades máximo de orientação sobre a ação<br />

governamentais, ao sistema financeiro e junto à governamental <strong>para</strong> o café, o CNC, juntamente<br />

área política do governo, buscando melhores com representantes de outros setores da cadeia<br />

condições <strong>para</strong> os cafeicultores .<br />

do café, luta <strong>para</strong> manter a cafeicultura<br />

Nos últimos anos a ação do CNC vem se competitiva no país.<br />

modernizando, <strong>para</strong> aumentar sua eficiência,<br />

com a criação de 3 diretorias excutivas e


04<br />

REPORTAGEM<br />

Um pouco de história<br />

cafeicultura, visando dar suporte a ações<br />

Já são quase 23 anos desde a criação do governamentais; manter banco de dados e<br />

CNC em 1981, através de um movimento estatísticas <strong>para</strong> fornecer aos interessados;<br />

liderado pelo seu idealizador e 1º presidente, o manter intercâmbio e troca de informações com<br />

ex. governador, ex. ministro Roberto Costa outros organismos no país e no exterior;<br />

Abreu Sodré. Hoje falecido, Abreu Sodré participar em fóruns internacionais em defesa<br />

conduziu o CNC até 1985. No ano de 1986 foi da cafeicultura; apoiar ações de marketing e de<br />

presidente o Dr. José Carlos Jordão. No periodo pesquisa cafeeira etc.<br />

de 1986 a 1991 o CNC foi dirigido pelo Dr.<br />

Jaime Nogueira Miranda. De 1991 a 1993 foi Problemas atuais e medidas em curso<br />

dirigido por Dr. Nely Amarante; de 1993 a 1995 Os problemas atuais da lavoura cafeeira<br />

por Dr. Manoel V. Bertone; de 1995 até 2001 por dizem respeito à sua falta de rentabilidade, num<br />

Dr. Gilson Ximenes. Atualmente, desde 2001, o período que vem de excesso de oferta mundial<br />

Conselho vem sendo presidido pelo Dr. de café.<br />

Oswaldo Henrique Paiva Ribeiro, Engº Agrº, As ações do CNC apontam <strong>para</strong> os bons<br />

também presidente da Cooperativa de resultados obtidos nos últimos anos,<br />

Cafeicultores de Varginha.<br />

conseguindo minimizar problemas dos<br />

O secretário geral do CNC, desde o seu produtores e indicam novos caminhos a serem<br />

inicio até hoje, é o Dr. Ercílio Amaral Neto, com a percorridos.<br />

sua conhecida eficiência e bom Foram liberados, junto ao Governo<br />

relacionamento com todos do setor.<br />

Federal (MAPA e MF), vultosos recursos <strong>para</strong><br />

várias linhas de financiamento, atendendo ao<br />

Composição e objetivos<br />

custeio e à pré-comercialização do café. Ainda<br />

O Conselho Nacional do Café é composto nesse setor de apoio financeiro foram obtidas a<br />

por representantes de Cooperativas e recomposição e prorrogação de dívidas de<br />

Associações de produtores, sendo que, financiamentos realizados no passado.<br />

atualmente, 62 desses organismos contribuem No campo tecnológico, o CNC sempre<br />

<strong>para</strong> a composição do CNC. Ele é uma entidade defendeu a alocação de recursos <strong>para</strong> a<br />

civil, de direto privado, composto por uma pesquisa e <strong>para</strong> a melhoria nos processos de<br />

Diretoria Executiva, com 3 Diretores, um previsão de safra.<br />

Conselho Diretor de 17 membros, e uma vice- Para o futuro é preciso haver maior<br />

presidência de coordenação política, com 6 autonomia <strong>para</strong> o CDPC, onde o CNC toma<br />

personalidades. A sede do CNC fica em São parte, com a possibilidade, ainda, de criar uma<br />

Paulo, tendo, também, um escritório de suporte agência reguladora ou organismo semelhante,<br />

em Brasília.<br />

capaz de gerar um núcleo de inteligência, <strong>para</strong><br />

Os objetivos do CNC são a representação planejar e cuidar do setor cafeeiro, <strong>para</strong><br />

e defesa dos interesses do setor da produção executar uma política de marketing, de<br />

cafeeira, os cafeicultores, suas associações e assessoramento e de estabelecimento de<br />

cooperativas, atuando em conjunto com outras mecanismos de defesa dos preços de café, em<br />

entidades representativas dos produtores, os colaboração com os demais países produtores.<br />

sindicatos, federações e confederações de Como cultura perene, o café precisa de<br />

agricultura.<br />

medidas de maior estabilidade na oferta e<br />

O CNC tem outros objetivos como: preços menos voláteis.<br />

desenvolver estudos e analises sobre a


COMO VAI VOCÊ<br />

05<br />

ALDIR: PROFESSOR DE QUALIDADE DO PERES ROMERO: UM IDEALISTA DA<br />

CAFÉ<br />

LAVOURA CAFEEIRA<br />

José Peres Romero é Engº Agrº, formado pela<br />

ESALQ, em 1952 e, também, grande cafeicultor<br />

nas montanhas de Ouro-Fino-MG, onde é<br />

entusiasta dos cafés de qualidade, despolpados, e<br />

das lavouras adensadas e defensor das podas em<br />

cafézais.<br />

A bela trajetória de Peres Romero, em sua careira<br />

agronômica, combina idealismo, muito trabalho e<br />

uma paixão especial pelos livros e pelo café. Edita<br />

livros e publicações pela renomada Editora Ceres,<br />

de sua propriedade, que já foi responsável pela<br />

edição de centenas de títulos de livros sobre<br />

Aldir Alves Teixeira tem muita sorte pois fica agricultura e pecuária.<br />

bebendo café e ainda ganha <strong>para</strong> isso.<br />

No café Peres Romero orienta todos que o<br />

Aldir, Eng.º agrº formado pela ESALQ em 1959, procuram, sempre com novas idéias, junto com o<br />

com mestrado, trabalhou por longos anos na seu parceiro predileto, o professor Malavolta. Ele<br />

Secretaria de Agricultura de São Paulo, (1960- lançou as idéias da secagem em estufa, do caféduto<br />

1991) que o colocou em convênio com o ex. IBC, e adotou, antes que todos, os processos do cerejaatuando<br />

como responsável por pesquisas e ensaios descasdo, a poda por planta e o manejo do mato<br />

no setor de qualidade do café. Ali coordenava, a como aliado na lavoura. Participou de viagens a<br />

partir de 1966, os cursos de classificadoresmuito<br />

com a cafeicultura de Costa Rica. Sempre<br />

vários países cafeeiros no exterior e simpatiza<br />

provadores de café do IBC. Participou da equipe<br />

de pesquisas do IB-SP e do IBC-GERCA, tendo está presente, também, em congressos, seminários<br />

mais de 60 trabalhos de pesquisa publicados. Fez e encontros. É gregário por natureza e todos gostam<br />

parte, por vários anos, da comissão organizadora dele pela sua capacidade de falar de forma<br />

dos congressos de pesquisas cafeeiras e participa, motivada, usando muito o coração.<br />

também da Asic - Associação Científica Agora Peres Romero está transmitindo toda a sua<br />

Internacional do Café.<br />

grande experiência e conhecimentos a seus filhos,<br />

Destacam-se no colega Aldir a sua seriedade no também Engºs Agrônomos. Continua, sem <strong>para</strong>r,<br />

trabalho e a sua ótima didática ao proferir palestras em Ouro-Fino e em todos lugares onde é<br />

e aulas, prendendo a atenção dos participantes com convidado.<br />

a sua clareza de expressão.<br />

Nosso agradecimento pelo seu grande empenho<br />

Aldir se aposentou no serviço publico estadual de com o café. Você merece a nossa homenagem.<br />

São Paulo, como pesquisador, em 1991, mas não<br />

parou. Montou a empresa Assicafé, responsável<br />

por analises e assessoria em qualidade do café.<br />

Coordena, também, o concurso de cafés <strong>para</strong><br />

expresso da Yllicafé. Recentemente Aldir recebeu<br />

uma homenagem da Câmara Setorial do Café de<br />

São Paulo, que colocou seu nome no concurso de<br />

cafés especiais naquele estado.


06<br />

PESQUISANDO<br />

PROTEÇÃO DO CAFÉ EM CÔCO, ARMAZENADO EM TULHAS, PELA<br />

PALHA DO CAFÉ.<br />

J.B.Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ; A.T.Lamis e U.V.Barros Eng. Agr. Consultores.<br />

Foi demostrada como de grande utilidade a proteção do piso, em tulhas rústicas, através<br />

de lona plástica com isolamento de palha de café, <strong>para</strong> armazenar o café em côco em<br />

pequenas propriedades. Objetivou-se evitar a umidade junto ao fundo da tulha.<br />

Na pequena propriedade cafeeira na Zona da do solo que auxiliasse a ação da lona. Procedeu-se,<br />

Mata de Minas é comum o uso de tulhas de alvenaria então, à colocação de uma camada de palha de café<br />

<strong>para</strong> armazenagem do café em côco. Nestas sob a lona, o que melhorou, mas não deu certo<br />

condições, sem a devida impermeabilização de piso completamente, o que aconteceu quando a camada de<br />

ou sem um assoalhado de madeira isolado do piso, é palha (de cerca de 15cm) foi colocada sobre a lona.<br />

freqüente a ocorrência de umidade e mofo na camada Aí, então, despejado o café em côco, por cima, não<br />

de café que fica junto ao piso.<br />

mais se verificou café mofado.<br />

Na presente nota técnica relata-se a experiência Por ocasião do beneficiamento do café, a palha<br />

conduzida em uma propriedade cafeeira <strong>para</strong> vai junto com o café em côco, sendo se<strong>para</strong>da na bica<br />

solucionar esse problema de umidade e prejuízo no de jogo. Para o ano seguinte, deixa-se uma sobra de<br />

café em côco armazenado.<br />

palha nova <strong>para</strong> refazer a camada isolante sobre a<br />

O trabalho teve início pela colocação de um lona plástica preta.<br />

lençol plástico sobre o piso que, nas condições Com essa adaptação de tecnologia a baixo<br />

testadas, mais rústicas, era do próprio solo batido. No custo o pequeno produtor pode economizar e, ao<br />

ano seguinte, retirando o café, apareceu uma camada mesmo tempo, manter seu café sem fermentação,<br />

de 10-15cm de café mofado no fundo. Em seguida, a umidade ou mofo.<br />

evolução foi <strong>para</strong> encontrar um isolante da umidade<br />

USO DE FLUTRIAFOL (IMPACT 125 SC) NO CONTROLE DA<br />

FERRUGEM DO CAFEEIRO.<br />

J.B.Matiello e S.R.Almeida - Eng. Agr. MAPA/PROCAFE;<br />

R.A.Ferreira - Tec. Agrícola MAPA/PROCAFÉ.<br />

Foram testados vários sistemas de aplicação do fungicida Impact125SC (flutriafol) no<br />

controle da ferrugem do cafeeiro, em 2 ensaios na Fazenda Experimental em Varginha.<br />

No 1º ensaio foram avaliados 8 tratamentos compreendendo 2 épocas de aplicação do<br />

Impact via solo e outros modos de uso do Impact, via tronco, via saia e via pulverização<br />

foliar. No 2º foram testados 5 tratamentos, com aplicações em 3 partes localizadas na<br />

copa do cafeeiro em relação à aplicação na planta toda. Foram avaliadas a infeção em 2<br />

ciclos e a 1ª produção útil no ensaio 1 e a infeção e a desfolha no ensaio 2. Verificou-se<br />

que o Impact apresentou boa eficiência no controle da ferrugem, com ganhos de<br />

produtividade, sendo possível seu uso em vários sistemas de aplicação, devido à<br />

facilidade de absorção e à boa translocação do produto nos cafeeiros.


PESQUISANDO 07<br />

A ação de fungicidas sistêmicos Triazóis, no delineamento de blocos ao acaso. Foram testados 4<br />

controle da ferrugem do cafeeiro é bastante modos de aplicação do Impact 125 SC, conforme<br />

conhecida, estando 6 ativos em uso extensivo na discriminado no Quadro 2. As aplicações foram<br />

lavoura cafeeira. A partir de 1985, vem sendo feitas com pulverizador costal motorizado, usando o<br />

pesquisado o uso de um novo ativo do grupo dos equivalente a 400 l de calda por ha, no tratamento em<br />

Triazóis, o Flutriafol, cujos resultados levaram, que toda a planta foi pulverizada, e reduziu-se o uso<br />

recentemente, à sua indicação e uso no controle da de calda <strong>para</strong> 30%, e <strong>para</strong> 50%, nas modalidades “na<br />

doença.<br />

saia”, “no topo” e de um lado das plantas, mantendo,<br />

Nos anos agrícolas 2001/02 2002/03, novos em todos os casos, a dose de 1,5 l/ha, modificando a<br />

ensaios foram conduzidos, com o objetivo de concentração da calda.<br />

acompanhar a eficiência do Impact líquido, na Foram feitas 2 aplicações, em 21/01/03 e<br />

formulação 125 SC, ampliando os conhecimentos 24/03/03.<br />

sobre aspectos técnico-econômicos do controle, A amostragem de folhas foi feita no pico da<br />

como a época, dose e modos de uso.<br />

doença em ago/03, coletando-se, ao acaso, 10 fls/pl.<br />

No presente trabalho foram reunidos os A desfolha foi avaliada em set/03 em 4 ramos, ao<br />

resultados obtidos em 2 ensaios realizados na acaso, por planta.<br />

Fazenda Experimental de Varginha, a 950 m. de Foram coletados frutos da safra de 2003, no<br />

altitude, no Sul de Minas. No 1º ensaio, 2 ciclos de ensaio 1, <strong>para</strong> análise de resíduos no tratamento via<br />

controle foram avaliados, em lavoura de Mundo solo, com 4 l/ha, na testemunha e em parcela<br />

Novo, 10 anos, espaçamento 4x1m, testando-se 8 adicional que recebem 7 l/ha. A análise foi realizada<br />

tratamentos, em blocos ao acaso com 4 repetições. Os no laboratório da ESALQ.<br />

tratamentos ensaiados estão detalhados no Quadro 1.<br />

O 2º ensaio, também instalado na Fazenda<br />

Experimental do MAPA/FUNPROCAFÉ, em Quadro 1 - Infeção pela ferrugem e produção em<br />

Varginha-MG, foi conduzido em cafezal Mundo ensaio de época e modo de aplicação do Impact<br />

Novo, no espaçamento 4x2m ( 2 pl./cv ) com 5 em cafeeiros, Fazenda Experimental do<br />

tratamentos e 5 repetições, parcelas de 6 plantas, no MAPA/FUNPROCAFÉ. Varginha-MG, 2003.<br />

TRATAMENTOS<br />

Infeção % de<br />

Prod. 2003<br />

fls. infectada<br />

scs / ha<br />

Junho / 02 Agosto / 03<br />

1. Impact 125 SC - 4,5l/ha, solo, dezembro 20,5 a 11,0 a 16,0 a<br />

2. Impact 125 SC - 4,5l/ha, solo, janeiro 37,0 ab 12,0 a 11,6 ab<br />

3. Baysiston - 50kg/ha, solo, dezembro 37,0 ab 22,0 ab 16,9 a<br />

4. Baysiston - 50kg/ha,solo,janeiro 42,5 ab 21,0 ab 10,1 ab<br />

5. Impact 125 SC - 1,5 l/ha, pulverizado 2 vezes 20,5 a 15,0 a 14,5 a<br />

6. Impact 125 SC - 4,5l/ha, pulverizado na saia, dezembro 29,0 a 21,5 ab 11,0 ab<br />

7. Impact 125 SC - 4,5 l/ha, pulverizado no tronco, dezembro 24,0 a 25,0 ab 9,8 ab<br />

8. Testemunha 84,0 c 48,5 c 4,4 c<br />

Quadro 2 - Infecção e desfolha em cafeeiros sob 4 sistemas de pulverização com Impact. Varginha-MG, 2003.<br />

TRATAMENTOS<br />

% de fls. afetadas Ago/03 % de desfolha Set/03<br />

1. Impact 125 SC - 1,5 l/ha, saia, 2 apl. 26,0 c 47,6 ab<br />

2. Impact 125 SC - 1,5 l/ha, topo, 2 apl. 18,0 ab 42,2 a<br />

3. Impact 125 SC - 1,5 l/ha, lateral, 2 apl. 30,0 c 54,4 ab<br />

4. Impact 125 SC - 1,5 l/ha, planta toda, 2 apl. 6,0 a 34,7 a<br />

5. Testemunha 81,0 d 82,5 c


08<br />

PESQUISANDO<br />

Resultado e Conclusões:<br />

desfolha).<br />

Nos Quadros 1 e 2 estão colocados os dados da A pulverização da planta toda foi o modo mais<br />

infeção e produção (ensaio 1) dos tratamentos com eficiente, seguido da aplicação no topo. Nesse ensaio<br />

Impact líquido no controle da ferrugem.<br />

o comportamento da aplicação na saia foi inferior<br />

No ensaio 1 (Quadro 1) : Houve superioridade, àquela do ensaio 1 devido à menor dose aplicada e o<br />

tanto na infeção como na produção, <strong>para</strong> os início da aplicação mais tarde, já com maior infeção<br />

tratamentos com Impact via solo ou pulverizado (trat. da doença, visto que tanto as aplicações via solo, ou<br />

1 e 5 ), ficando, ligeiramente inferiores, os localizadas via foliar precisam ser mais preventivas.<br />

tratamentos via solo mais tarde, na saia e no tronco Da análise conjunta dos dois ensaios pode-se<br />

(trat. 2, 4, 6 e 7), todos superiores à testemunha que concluir que:<br />

apresentaram infeção alta no 1º ciclo (84% de plantas a) O Impact líquido foi eficiente em variadas<br />

infectadas) e média no 2ºciclo (48,5 %) devido à sua formas de aplicação, devido à sua capacidade de<br />

baixa carga, que foi somente de 4,4 scs/ha, contra 10- translocação nos cafeeiros.<br />

16 sacas nos tratamentos com Impact. Com relação à b) Os sistemas via solo, com uma aplicação até<br />

época, na aplicação via solo, o efeito sobre o controle dezembro, e 2 foliares, em toda a planta apresentaram<br />

da ferrugem, tanto no Impact, quanto no padrão o melhor comportamento, tanto sobre a ferrugem<br />

Baysiston, foi semelhante no 2º ciclo, pelo controle como sobre a desfolha e a produção.<br />

residual e pela baixa produção.<br />

c) O efeito de época de aplicação via solo foi<br />

Os resultados da análise de resíduo, tanto nos significativo apenas no 1º ciclo de controle.<br />

frutos da testemunha como nos 2 tratamentos com d) A aplicação localizada mostra eficiência<br />

Flutriafol (4 e 7 l/ha) deram níveis menores que 0,05 regular, com resultados ligeiramente inferiores aos<br />

ppm.<br />

demais sistemas ( solo e foliar total) parecendo que<br />

No ensaio 2 (Quadro 2) : A ferrugem evoluiu até sua ação está bastante relacionada à época e dose,<br />

81% de folhas infectadas e a desfolha foi elevada a exigindo mais pesquisas. Pode-se verificar, no<br />

82,5% nas plantas da testemunha e nos 4 tratados entanto, que a facilidade de absorção e translocação<br />

com diferentes modos de aplicação foliar do Impact a do ativo, nos vários sentidos da planta, poderão<br />

infeção e a desfolha foram significativamente facilitar bastante no que se refere à tecnologia de<br />

inferiores (6 a 3 % de folhas infectadas e 34-54 % de aplicação.


PESQUISANDO 09<br />

MATURAÇÃO E PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE CAFÉ EM<br />

REGIÃO DE ALTITUDE ELEVADA, DO SUL DE MINAS.<br />

J.B.Matiello, S. R.Almeida e A.W.R.Garcia - Eng. Agr. MAPA/PROCAFE; R.A.Ferreira - Téc.<br />

Agr. MAPA/PROCAFE e C.H.S.Carvalho - Eng. Agr. EMBRAPA Café.<br />

Foram avaliadas as caracteristicas produtivas e da maturação em cultivares de café na<br />

região de Carmo de Minas, em condição de altitude elevada. 13 materiais genéticos<br />

foram colocados em ensaio tendo como padrões o catuai vermelho IAC 144 e amarelo<br />

IAC 74. Foram avaliados, até o momento, 2 produções, em 2002 e 2003, verificando-se<br />

que sobressairam, nas produções iniciais, o Sabiá 398 seguido do Canário, do Icatu 3282<br />

e dos Catucaís. Quanto à maturação, se mostraram mais precoces o Bourbon, o Acaiá, o<br />

Canário, o Híbrido Bomjardim e o Icatu3282.<br />

O comportamento dos<br />

cultivares de café depende da<br />

condição ambiente, onde a<br />

temperatura, a luminosidade e as<br />

chuvas, influem tanto no<br />

desenvolvimento e produtividade das<br />

plantas, quanto na maturação dos<br />

frutos, esta uma condição essencial<br />

<strong>para</strong> a obtenção de boa qualidade nos<br />

cafés colhidos.<br />

Na região do Sul de Minas<br />

Gerais, existem regiões montanhosas,<br />

de altitude bastante elevada (1200 m),<br />

exigindo o estudo de cultivares de<br />

café que apresentem em<br />

características mais adequadas a esse<br />

ambiente.<br />

Com o propósito de com<strong>para</strong>r<br />

materiais genéticos de maturação<br />

mais precoce, já conhecidos com<br />

outros em desenvolvimento no<br />

MAPA/PROCAFÉ, estão sendo<br />

conduzidos dois ensaios em Carmo de<br />

Minas, em área com altitude elevada e<br />

com baixa insolação. Estão sendo<br />

estudados 13 materiais, em blocos ao<br />

acaso, 3 repetições e parcelas de 10<br />

plantas.


10<br />

PESQUISANDO<br />

Quadro 1 - Produtividade média das 2 primeiras safras, em sacas beneficiadas/ha, de cultivares e<br />

seleções de café em região de altitude elevada. Carmo de Minas - MG, 2003<br />

VARIEDADES / CULTIVAR<br />

Produção média<br />

2 primeiras safras - Scs/ha. % de frutos verdes na colheita<br />

Média dos 2 ensaios<br />

1. Bourbom Vermelho 20,5 12,0<br />

2. Bourbom Amarelo 27,4 6,5<br />

3. Canário 37,3 11,0<br />

4. MN x Catuaí (Bom Jardim) 32,0 13,5<br />

5. Icatu Amarelo 3282 37,2 19,0<br />

6. Acaiá 474/19 31,0 8,0<br />

7. Sabiá 708 32,6 30,0<br />

8. Sabiá 398 40,0 45,0<br />

9. Catucaí Amarelo Multilinea 35,0 39,0<br />

10. Catucaí Vermelho Multilinea 37,2 31,0<br />

11. Catuaí Vermelho 144 28,0 28,5<br />

12. Catuaí Amarelo 74 30,3 26,5<br />

13. Catucai Amarelo 20/15 – 479 35,3 25,0<br />

O plantio foi efetuado em Mar/2000, e a condução das plantas, com adubação e tratos, foram os normais.<br />

Resultados e Conclusões Preliminares: Sabiá 398, seguido do Canário, Icatu 3282 e Catucaís<br />

Até o momento foram colhidas as 2 primeiras (2 amarelos e 1 vermelho), todos com produtividade<br />

safras, cujos dados de produtividade e percentual de superior a 35 scs/ha. Em segundo plano situaram-se o<br />

frutos verdes na colheita estão colocados no Sabiá 708, o híbrido Bom Jardim, o Acaiá e os<br />

Quadro 1.<br />

Catuaís, com média de cerca de 30 scs/ha. As piores<br />

Verifica-se que em termos das safras iniciais, produtividades estiveram relacionadas com os<br />

mostrando a precocidade produtiva, sobressaíram o Bourbons, sendo o amarelo mais produtivo que o


PESQUISANDO 11<br />

vermelho, variando de 20-27 scs/ha.<br />

<strong>para</strong> as condições de regiões frias, podendo<br />

Na maturação foram mais precoces o Bourbom apresentar diferentes níveis de maturação,<br />

amarelo, o Acaiá, o Canário, o Bombom vermelho, o destacando-se o Canário (porte alto e frutos grandes)<br />

híbrido de Acaiá x Catuaí e o Icatu 3282. Com e o Icatu 3282 (alto e frutos pequenos). De maturação<br />

maturação média se comportaram os Catuaís, os média destacaram-se os Catucaís (porte baixo) e de<br />

Catucaís 20/15 479 e vermelho e o Sabiá 708 e maturação tardia o Sabiá 398. Apresentando<br />

tardios o Sabiá 398 e o Catucai Amarelo Multilinea. produção mediana e boa maturação ficaram o Acaiá<br />

As conclusões preliminares, já possíveis, e o híbrido de Acaiá com Catuaí (porte baixo). A<br />

foram as seguintes:<br />

opção pelos Bourbons representa menor<br />

Existem novas seleções de cafeeiros com produtividade.<br />

maior precocidade produtiva que os padrões Catuaí,<br />

INFLUÊNCIA DO CICLO BIENAL NO CUSTO DE PRODUÇÃO DE CAFÉ:<br />

COMPARATIVO EM LAVOURAS DE ARÁBICA E ROBUSTA.<br />

J.B.Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ, G.Ribeiro - Eng. Agr. Residente MAPA/DFA/RJ,<br />

J.H.Siqueira - Econ. e P.M.O.Sobrinho - Cont. F.R.J.P. e E.E. Miranda - Cont. Fazendas Heringer.<br />

Foram analisados os custos de produção de café, em 4 safras, em 2 fazendas no Leste de<br />

Minas, em Mutum e Manhuaçú, a 1ª de café conillon e a 2ª de café arabica-catuaí.<br />

Avaliou-se os custos por saca com efeito do ciclo bienal das produções obtidas. Os<br />

custos obtidos <strong>para</strong> os cafezais arabica variaram de R$ 80,00 a R$ 175,00 por saca, com<br />

média de R$ 135, 00, <strong>para</strong> 46 sacas/ha. Para os cafezais conillon a variação foi de R$<br />

57,00 a R$ 102,00, com média de R$ 83,20 <strong>para</strong> produtividade de 34 sacas/ha. O ciclo<br />

bienal influiu no custo, com o maior efeito sobre as lavouras arábica. O custo de<br />

produção do conillon eqüivaleu a 63% do custo da saca do café arabica.<br />

O custo de produção de café depende de Minas, uma na Zona da Mata, de café arábica, a cerca<br />

diversos fatores, destacando-se o sistema de plantio e de 700m de altitude e outra no Vale do Rio Doce, a<br />

de manejo, a região produtora e o nível de cerca de 200m de altitude com café conillon. Ambas<br />

racionalização nos tratos e na administração do possuem áreas de café com cerca de 130ha, com bom<br />

empreendimento. Um fator muito importante é a nível tecnológico, sendo na de conillon adotada a<br />

produtividade da lavoura, que influi atenuando os irrigação de salvação. Também foram registrados os<br />

custos fixos, já que são distribuídos por maior níveis de produção e produtividade em cada ano.<br />

número de sacas produzidas na mesma área.<br />

A Fazenda de conillon possui cerca de 100ha de<br />

No sistema de plantio a pleno sol, como lavouras abertas 4x1m. e 30ha 2,0x1,0m. Na de<br />

praticado na cafeicultura brasileira, a produção e a arábica a distribuição é de cerca de 1/3 aberta<br />

produtividade variam ano a ano, em ciclos bienais, (3,5x1,5m), 1/3 com 3,0x1,0m e 1/3 com 1,75 a<br />

afetando o custo anual e a sua média.<br />

2,0x0,5 a 1,0m.<br />

O objetivo do presente trabalho foi avaliar a Os dados de custos foram adotados conforme<br />

variação de custo do café conforme o ciclo bienal de as despesas efetivas contabilizadas, <strong>para</strong> todos os<br />

produção, na situação de lavouras de café arábica e, itens, como pessoal, insumos, energia,<br />

ao mesmo tempo, analisar a mesma condição em administração, manutenção e outras. Em ambas<br />

cafezal robusta-conillon.<br />

fazendas além do custeio, houve também pequeno<br />

Foram tomadas <strong>para</strong> as quatro últimas safras, investimento anual, seja em equipamentos ou<br />

os custos contabilizados em 2 Fazendas no Leste de renovação de lavouras, sendo esses gastos


12<br />

PESQUISANDO<br />

considerados no custo de produção, já que<br />

representam uma reposição (depreciação) tanto da<br />

lavoura como do m<strong>aqui</strong>nário.<br />

No Quadro 1 fez-se um resumo das safras, da<br />

produtividade e do custo de produção por saca<br />

registrado em cada ano e na média, nas 2<br />

propriedades em análise.<br />

Verifica-se que os custos de produção variam<br />

muito de ano <strong>para</strong> ano, conforme o ciclo produtivo<br />

(alto ou baixo) nas lavouras de café arábica. Já nas<br />

lavouras de conillon, a variação dos custos é menor<br />

em função, também, do ciclo da produção variar<br />

menos a cada ano.<br />

conillon a mão de obra nos tratos representou 17-<br />

Entre anos de alta e baixa produção em<br />

19%, a da colheita 22-30% e da administração 4,5-<br />

lavouras arábica o custo cresceu em média (2 ciclos) 6,5%, no total significou 43,5-55,5%; os insumos<br />

82%. No conillon a variação foi de 54%.<br />

representaram 24-34 % e a energia elétrica em torno<br />

Em níveis absolutos, considerando fazendas<br />

de 7%, ficando o restante <strong>para</strong> despesas de veículos ,<br />

com nível tecnológico semelhante, pode-se observar comunicação, transporte e materiais diversos.<br />

que o custo médio <strong>para</strong> o café conillon ficou em R$<br />

83,00 por saca, contra R$ 135,70 no arábica com um<br />

Os resultados de custo analisados permitiram<br />

diferencial de 63%.<br />

concluir que:<br />

Abstraindo outras razões de ordem técnica no<br />

a) O ciclo produtivo (alta ou baixa safra) influi<br />

manejo das lavouras, pode-se concluir que parte<br />

no custo de produção de café, com maior efeito no<br />

dessa diferença entre as “variedades” pode ser café arábica, onde este diferencial é mais acentuado.<br />

atribuída à menor variação no ciclo produtivo no<br />

b) O custo de produção no café conillon <strong>para</strong><br />

conillon, cuja produção média entre as 2 safras altas e semelhante manejo tecnológico, representa 63% a<br />

as 2 baixas variou somente 16%, enquanto na área de<br />

menos que aquele no café arábica.<br />

café arábica variou 52%.<br />

c) Os ítens com maior participação no custo de<br />

Os dados da planilha de custo mostraram,<br />

produção: são a mão de obra e os insumos, sendo que<br />

ainda, a participação dos vários itens no total do custo no conillon a mão-de-obra, especialmente da<br />

por saca. Para a lavoura arábica verificou-se que a<br />

colheita, teve custo menor.<br />

mão-de-obra contribuiu com 54-60%, os insumos<br />

(adubos + defensivos) de 15-18%, e a manutenção de<br />

Quadro 1 - Produção, produtividade e custo<br />

tratores e veículos 5-7%, e outras despesas incluindo<br />

unitário de produção de café, em lavouras arábica<br />

comercialização com o restante. Para a lavoura<br />

e Conillon, no Leste de Minas.<br />

Locais e anos<br />

Produção<br />

(scs/benef)<br />

Produtividade (scs/ha)<br />

Custo/saca<br />

(R$)<br />

Manhuaçu (arábica)<br />

1999 4800 37,0 175,00<br />

2000 8100 62,0 113,00<br />

2001 3200 25,0 175,00<br />

2002 8500 61,0 80,00<br />

Média - 46,0 135,70<br />

Mutum (Conillon)<br />

2000 3300 33,0 74,00<br />

2001 2800 28,0 102,00<br />

2002 5350 41,0 57,00<br />

2003 4500 35,0 100,00<br />

Média - 34,0 83,20


PESQUISANDO 13<br />

ESCÓRIA SIDERÚRGICA (CÁLCIO/SILÍCIO) PARA REDUZIR O CUSTO<br />

DA PAVIMENTAÇÃO DE TERREIRO PARA SECAGEM DE CAFÉ.<br />

F.N.Ribeiro - Eng. Civil; J.B.Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ e<br />

E.C.Aguiar Filho Agrop. São Tomé.<br />

Foi testada uma escória siderúrgica (cálcio-silicio) em 2 fazendas, em Pirapora e Serra<br />

do Salitre MG, na construção de piso de terreiro <strong>para</strong> secagem de café. Foi utilizada uma<br />

mistura de 25% da escória, 35% de brita zero, 35% de areia grossa e 5 % de cimento. O<br />

material foi distribuído em fôrmas, sobre o solo compactado, em camada de 2 cm de<br />

espessura. O custo obtido, em maio de 2003, foi de R$ 3,50/m2 de piso, contra R$ 15,00<br />

do piso concretado normal.<br />

Os terreiros <strong>para</strong> secagem de café ao sol devem<br />

ter seu piso pavimentado, <strong>para</strong> evitar o contato do<br />

café com a terra. Vários tipos de piso podem ser<br />

usados, sendo mais comuns, atualmente, os<br />

revestimentos com tijolos, concreto e asfalto.<br />

Dentre as características do piso do terreiro,<br />

são mais importantes, sob o ponto de vista<br />

econômico, sua resistência, durabilidade e custo.<br />

Com o objetivo de reduzir o custo da<br />

pavimentação do terreiro foi utilizada escória de<br />

siderurgia, do tipo cálcio/silício, (de alto forno),<br />

visando reduzir o uso de outros materiais,<br />

principalmente do cimento. Duas áreas de terreiro<br />

foram pavimentadas com esse material, usando<br />

tecnologia própria, conforme descrito no presente<br />

trabalho. Os terreiros foram construídos nas<br />

Fazendas São Tomé, em Pirapora-MG (área de<br />

5.000m²) e na Fazenda Itapuã, em Serra do Salitre-<br />

MG, (área de 10.000m²).<br />

O material usado (escória bruta) foi obtido<br />

junto à RIMA (Várzea da Palma-MG), sendo<br />

constituído de: 30% CaO, 2% MgO e 60% Si 02.<br />

Após a adequada terraplanagem e compactação do<br />

terreno, foi usada a seguinte composição do material<br />

de cobertura: 25% de escória, 35% de brita zero, 35%<br />

de areia grossa e 5% de cimento. A mistura foi<br />

pre<strong>para</strong>da em betoneira e distribuída, com pouca<br />

umidade, em camada de 2 cm, com auxílio de formas<br />

metálicas desmontáveis, sendo preenchidos<br />

retângulos, no chão, de 1m. de largura, compactando,<br />

em seguida, com soquete.<br />

Com o sistema e o material utilizado no terreiro<br />

foi obtido um custo médio de R$ 3,50 o metro² (junjul/2003),<br />

incluindo a terraplanagem prévia, sendo<br />

que nessa época um terreiro normal, concretado, saía<br />

por R$ 15,00 o metro².<br />

Esse piso suporta os tratores e carretas normais<br />

e a mecanização no terreiro. Pode-se observar,<br />

portanto, que é possível construir um piso de terreiro<br />

bastante econômico, com o uso de material<br />

disponível (escória) em vários locais, relativamente<br />

próximos às diversas regiões cafeeiras em Minas<br />

Gerais.


14<br />

PESQUISANDO<br />

AVALIAÇÃO DE PREJUÍZOS COM A PRESENÇA DE GRÃOS MOKA EM<br />

CAFEEIROS.<br />

J.B. Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ; C.H.S. Carvalho - Eng. Agr. EMBRAPA Café;<br />

G.B. Frota - Eng. Agr. Bolsista PNP&D Café; R.N. Paiva e L. B. Japiassú - Eng. Agr.<br />

FUNPROCAFÉ.<br />

Foram estudadas a presença e a perda de peso nos grãos devidas à falta de fecundação de<br />

uma das lojas de frutos de café, dando origem aos grãos moka. Duas lavouras foram<br />

avaliadas, coletando-se frutos em 3 posições do cafeeiro e em 2 situações nos ramos, nas<br />

variedades catuaí e M. novo, em Varginha - MG, na safra 2003.<br />

Verificou-se maior presença de grãos moka na parte alta do cafeeiro e na parte externa<br />

dos ramos produtivos. A perda de peso em cada grão moka foi de 9% em relação aos<br />

grãos chatos.<br />

A presença de frutos com uma só semente em<br />

cafeeiros e dos grãos moka no café beneficiado,<br />

afetando a qualidade dos cafés (peneiras), está ligado<br />

a fatores genéticos e do ambiente.<br />

A quantidade de grãos moka, na prática, em<br />

variedades comerciais, varia de ano <strong>para</strong> ano,<br />

conforme a condição climática, principalmente pela<br />

chuva e temperatura, afetando a fecundação dos<br />

frutos.<br />

No presente trabalho procurou-se estudar a<br />

presença de grãos moka, em diferentes posições dos<br />

cafeeiros e determinar a perda de peso em função<br />

dessa presença.<br />

Na safra de 2003, foram avaliadas 2 lavouras<br />

na Fazenda Experimental de Varginha, sendo 1 e o peso de 100 grãos moka, nas 2 variedades.<br />

cafezal Catuaí/ 144, com 12 anos de idade,<br />

espaçamento 3,8 x 1m e outra de Mundo Novo- Quadro 1 - Percentagem de grãos Moka em 3<br />

Acaiá, com 10 anos, espaçamento 4 x 1m. Foram posições do cafeeiro e em 2 regiões dos ramos. -<br />

colhidas 30 plantas de cada variedade, se<strong>para</strong>ndo a Varginha - MG, 2003.<br />

planta em 3 posições, terço baixo (saia), médio e alto,<br />

e em 2 regiões dos ramos, na parte externa e interna.<br />

Os frutos colhidos, em cada condição, foram<br />

secos se<strong>para</strong>damentes, até umidade uniforme<br />

(11,5%), beneficiados e os grãos foram avaliados,<br />

determinando-se a percentagem de grãos moka de<br />

grãos chatos (normais). Em jogos de peneiras, foram<br />

se<strong>para</strong>das as categorias moka grande (peneira 11<br />

acima) e moka miúdo (9 acima) e chato grande (17<br />

acima) e chato miúdo (13 a 16).<br />

Resultados e Conclusões:<br />

Nos quadros 1 e 2 estão colocados os dados de<br />

percentagem de grãos moka nas posições, nas plantas<br />

Parte das<br />

Plantas<br />

Topo<br />

Médio<br />

Saia<br />

Região dos<br />

ramos<br />

Dentro<br />

Fora<br />

Média<br />

Dentro<br />

Fora<br />

Média<br />

Dentro<br />

Fora<br />

Média<br />

Média Dentro<br />

Média Fora<br />

% de grãos<br />

moka<br />

10,2<br />

13,5<br />

11,85<br />

8,4<br />

11,4<br />

9,9<br />

7,9<br />

8,4<br />

8,15<br />

8,83<br />

11,11


PESQUISANDO 15<br />

Quadro 2 - Peso de 100 grãos de formato moka e chato em dois tipos de peneiras, 2 variedades.<br />

- Varginha - MG, 2003.<br />

Variedades<br />

Mundo Novo<br />

Catuaí<br />

Média<br />

Moka miúdo<br />

10,2<br />

8,6<br />

9,9<br />

Peso de 100 grãos (g)<br />

Moka graúdo<br />

13,5<br />

11,5<br />

12,5<br />

Chato miúdo<br />

11,3<br />

10,9<br />

11,1<br />

Chato graúdo<br />

14,0<br />

13,3<br />

13,6<br />

Verificou-se que a presença de grãos moka foi ser adicionado 10% de grãos faltantes, isto na<br />

maior nas partes alta e média do cafeeiro, e na situação ideal, onde ocorressem teoricamente 100%<br />

posição externa do ramo, sendo menor na saia e na dos grãos chatos.<br />

parte interna dos ramos laterais. A percentagem<br />

média de mokas ficou em torno de 10%, na média das Conclui-se que:<br />

2 variedades, número um pouco acima do normal, a) A presença de grãos mokas é maior nas partes<br />

afetado pelo período mais seco no último ano.<br />

mais externas dos ramos e nas partes mais altas<br />

Com relação ao peso dos grãos, a diferença das plantas, onde a condição de temperatura e<br />

entre mokas e chatos, nas duas categorias de suprimento de água é mais desfavorável.<br />

peneiras,ficou em torno de 9%, com maior peso dos b) A perda de peso em cada grão moka é de cerca de<br />

grãos chatos.<br />

9% em relação a cada grão chato.<br />

Os prejuízos com presença de grãos mokas, c) O prejuízo deve considerar, ainda, os grãos<br />

nesse caso resultariam em 0,9%. A essa quantia deve inexistentes, por ter sido preenchida uma só loja.<br />

USO DE MICRONUTRIENTES VIA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO EM<br />

CAFEEIRO IRRIGADO POR GOTEJO CULTIVADO EM CONDIÇÕES<br />

DE CERRADO.<br />

André Luís T. Fernandes - Eng. Agrônomo, Prof. Universidade de Uberaba;<br />

Roberto Santinato - Eng. Agrônomo MAPA/<strong>Procafé</strong>; Luís César Dias Drumond,<br />

Prof. Universidade de Uberaba, Clênio Batista de Oliveira - Técnico Agrícola<br />

Universidade de Uberaba.<br />

Foi conduzido um experimento, em Uberaba-MG, objetivando suprir os 5<br />

micronutrientes importantes <strong>para</strong> o cafeeiro através da água de irrigação por gotejo,<br />

sendo utilizadas 2 doses <strong>para</strong> cada fonte de nutriente, zinco, boro, cobre, ferro e<br />

manganês. Como padrão foi usada a aplicação foliar com sais, mais a testemunha. Foram<br />

obtidos dados de 3 safras, cuja média mostrou ganhos de produtividade de 7 a 73 % pelo<br />

uso de micronutrientes, todos com resposta positiva sobre a testemunha, à exceção do<br />

boro, reduziu ligeiramente a produção. Foi viável o uso dos micronutrientes via gotejo.<br />

A literatura é abundante em trabalhos autocompensante na região do Triângulo Mineiro.<br />

relacionados a doses de micronutrientes na condução O experimento foi instalado na Fazenda Escola<br />

da lavoura cafeeira, porém são escassos os trabalhos da Universidade de Uberaba (Uberaba MG), em<br />

que tratam da aplicação de micronutrientes através da Latossolo Vermelho amarelo textura arenosa, a 850<br />

água de irrigação, em diferentes sistemas. No metros de altitude, em lavoura de café Catuaí 144,<br />

presente trabalho, objetivou-se estudar doses de plantado em dezembro de 1998 no espaçamento de<br />

diferentes micronutrientes aplicados via água de 4,0 x 0,5 m. O sistema de irrigação utilizado no<br />

irrigação, em com<strong>para</strong>ção com a pulverização experimento é o de gotejamento marca Netafim, com<br />

convencional em cafeeiros irrigados por gotejamento emissores RAM, vazão de 2,3 litros/hora, espaçados


16<br />

PESQUISANDO<br />

de 4,0 m entre linhas e 0,75m entre plantas. produtividade, em relação à testemunha.<br />

Na Tabela 1 estão dispostos os diferentes Com<strong>para</strong>ndo-se com a pulverização com sais, que<br />

tratamentos, bem como as produtividades obtidas promoveu aumentos de 37% na produtividade média<br />

após as duas primeiras safras. Convém salientar que (3 safras) em relação à testemunha, os tratamentos<br />

na pulverização com micros (tratamento 5), foi referentes à aplicação de 10 kg/ha de manganês, 5<br />

utilizado o padrão de sais <strong>para</strong> a região do Triângulo kg/ha de zinco, 3,25 e 7,5 kg/ha de cobre e 10 kg/ha<br />

Mineiro, e nos demais tratamentos, exceto na de ferro também foram responsáveis por aumentos<br />

testemunha, foram aplicados exclusivamente os significativos de produção (42 a 73%).<br />

micronutrientes especificados no Quadro 1.<br />

Após três safras, pode-se concluir que:<br />

Com<strong>para</strong>ndo-se com a testemunha, onde não É viável a aplicação de micronutrientes via<br />

foram aplicados micronutrientes, a maioria dos água de irrigação por gotejamento;<br />

tratamentos promoveu aumentos significativos de As doses mais recomendadas de Zn, Cu, Mn,<br />

produtividade, de 7 a 73%. Apenas as doses de 1,25 e Fe e B são respectivamente, 10,0; 7,5; 10,0; 10,0;<br />

2,5 kg/ha de Boro promoveram reduções na 1,25 kg/ha.<br />

Tabela 1 - Doses micronutrientes aplicados via água de irrigação (gotejamento), em com<strong>para</strong>ção com<br />

a pulverização com sais e testemunha - safras 2001, 2002 e 2003.<br />

Tratamentos<br />

1 - Zinco<br />

2 - Cobre<br />

3 - Manganês<br />

4 - Testemunha (sem micronutrientes)<br />

5 - Micro em pulverização<br />

6 - Ferro<br />

7 - Boro<br />

8 - Zinco<br />

9 - Cobre<br />

10 - Manganês<br />

11 - Ferro<br />

12 - Boro<br />

Dose(kg/ha)<br />

10,0<br />

7,5<br />

10,0<br />

0,0<br />

Sais<br />

20,0<br />

2,5<br />

5,0<br />

3,25<br />

5,0<br />

10,0<br />

12,5<br />

2001<br />

31,4<br />

37,0<br />

33,8<br />

24,9<br />

31,9<br />

24,1<br />

14,7<br />

33,1<br />

38,9<br />

35,0<br />

39,5<br />

19,1<br />

2002<br />

26,0<br />

38,8<br />

28,4<br />

18,9<br />

28,3<br />

22,8<br />

23,6<br />

25,4<br />

27,2<br />

24,7<br />

26,5<br />

20,3<br />

2003<br />

45,7<br />

35,6<br />

33,9<br />

26,7<br />

31,5<br />

24,0<br />

28,7<br />

33,0<br />

29,7<br />

28,3<br />

34,1<br />

30,0<br />

Média<br />

34,4<br />

37,1<br />

32,1<br />

23,5<br />

30,6<br />

23,6<br />

22,3<br />

30,5<br />

31,9<br />

29,3<br />

33,4<br />

23,1<br />

R%<br />

146<br />

158<br />

136<br />

100<br />

130<br />

101<br />

95<br />

130<br />

136<br />

125<br />

142<br />

98<br />

COMPETIÇÃO DE CAFEEIROS HÍBRIDOS COM RESISTÊNCIA À<br />

FERRUGEM E NEMATÓIDE M. exigua, NA ZONA DA MATA DE MINAS<br />

GERAIS.<br />

J. B. Matiello, A. R. Queiroz e S.R.Almeida - Engos Agros MAPA/PROCAFÉ,<br />

A.S.Amaral e S. M. Mendonça Engºs Agrºs e S.L.Filho e A. Louback -<br />

Tecs. Agrs. CEPEC-Heringer.<br />

Foi conduzido um ensaio de competição de híbridos com resistência à ferrugem e alguns<br />

também com tolerância ao nematóide M-exigra , no CEPEC, em Martins Soares, zona da<br />

mata de Minas. Foram avaliados 13 materiais genéticos, usando-se como padrão o catuai<br />

amarelo IAC 86. O ensaio foi conduzido no período de 1995 a 2003, sendo obtidos dados<br />

de 7 safras. Verificou-se ligeira superioridade <strong>para</strong> o material de Acauã, seguido do<br />

catuaí/86, do catucaí amarelo 2SL e do catucaí 785. Esses híbridos apresentaram bom<br />

potencial produtivo e características desejáveis como resistências à ferrugem e ao<br />

nematóide prevalecente na região.


PESQUISANDO 17<br />

A evolução na seleção de linhagens e híbridos anual de produção na base de 2000 Kg de 20-05-<br />

de cafeeiros, <strong>para</strong> plantio na Zona da Mata de Minas 20/ha (em 3 parcelas) e 3 pulverizações, cada com 2,4<br />

Gerais, deve ser dirigida <strong>para</strong> materiais com porte Kg/ha de sulfato de zinco, mais 1,5 kg/há de ácido<br />

baixo, resistentes à ferrugem e, <strong>para</strong> renovação ou bórico, mais 2,0 Kg/ha de hidróxido de cobre por ano<br />

dobra de lavouras, seleções que tenham, também, agrícola ( em out, dez e fev).<br />

tolerância ao M. exigua.<br />

A relação dos materiais em estudo encontra-se<br />

Com o objetivo de verificar o comportamento no quadro 1. A avaliação constou das produções,<br />

de novos híbridos, com resistência à ferrugem e obtidas nas 7 primeiras safras.<br />

nematóide, na região de cafeicultura de montanha em<br />

Minas Gerais, foi conduzido um ensaio no Centro Resultados e conclusões:<br />

Experimental de Café Eloy Carlos Heringer (Conv. O quadro 1 apresenta os dados médios de<br />

MAPA/PROCAFÉ Grupo Heringer), em Martins produtividade, em sacas/ha, das 7 safras já colhidas<br />

Soares, a 740 m de altitude, em solo LVAh.<br />

nas parcelas dos vários itens em estudo.<br />

O ensaio é composto de 13 itens, com<br />

delineamento em blocos ao acaso, com 4 repetições e<br />

10 plantas por parcela. O plantio foi efetuado em Quadro 1 - Produção em sacas beneficiadas/ha<br />

Fev/95, no espaçamento 2,5 x 1,0 m, seguindo-se os (média de 7 safras) nos cafeeiros do ensaio de<br />

tratos culturais usuais, sendo feita uma adubação híbridos. Martins Soares - MG - 2003.<br />

Tratamentos<br />

Acauã<br />

Catuaí 86<br />

Catucaí Amarelo 2 SL<br />

CTA 86 x EP 24 cv 701<br />

Catucaí 785<br />

CTA 86 x EP 90<br />

EP 24 x EP 90<br />

FEX 607 CAT x ICATU<br />

EP 24/365 x EP 24/170<br />

CTA 86 cv 320 x EP 24 cv 337<br />

Catucaí Vermelho F2<br />

Catindú<br />

CTA 86 x Piatã cv 368<br />

* Tukey a 5%<br />

Produção média - 7 safras<br />

(scs/ha) *<br />

56,2 a<br />

51,6 ab<br />

49,8 abc<br />

49,1 abc<br />

48,5 abc<br />

46,2 abc<br />

46,0 abc<br />

45,6 abcd<br />

40,6 bcde<br />

40,3 bcde<br />

37,9 cde<br />

33,6 de<br />

31,6 e<br />

A análise estatística mostra ligeira seleção das melhores plantas e com desempenho<br />

superioridade <strong>para</strong> o Acauã, um material oriundo do inferior, ficaram o Catucai Vermelho F2, o híbrido de<br />

cruzamento entre o Sarchimor (1668) e o Mundo Catuaí com Piatã e o Catindu.<br />

Novo (379/19), realizado pelos Técnicos do IBC no Conclui-se que os novos híbridos em seleção<br />

Paraná e selecionado na FEX - Caratinga, seguido do apresentam bom potencial produtivo e características<br />

Catuaí 86 (padrão do ensaio), do Catucaí Amarelo desejáveis, como a resistência à ferrugem e ao M.<br />

seleção 2 SL, dos híbridos de CTA 86 com materiais exigua (Catucaí 785 e Acauã). O ensaio foi<br />

tolerantes a bicho mineiro, e do Catucaí 785, encerrrado e o processo de melhoramento está<br />

resistente a M. exigua. Os demais itens, com continuando com a seleção das melhores plantas<br />

comportamento intermediário, ainda em processo de individuais.


18<br />

PESQUISANDO<br />

PRODUTIVIDADE DO CAFEEIRO IRRIGADO SOB DIFERENTES<br />

CRITÉRIOS COM VÁRIAS DENSIDADES DE PLANTIO, NA REGIÃO DE<br />

LAVRAS/MG.<br />

M. S. Scalco - Eng. Agr. Dra/DAG/UFLA, A. Colombo - Prof. Adjunto/DEG/UFLA,<br />

R. A. Gomes - Eng. Agr. Bolsista Des. PNP&D/Café, R. J. Guimarães - Prof. Adjunto/<br />

DAG/UFLA, C.H. M. de Carvalho - Eng. Agr. mestrando em Agronomia/Fitotecnia,<br />

L. C. Paiva doutorando em Agronomia/Fitotecnia, M.A. de Faria Prof. Titular/DEG/UFLA.<br />

Especialmente, em lavouras cafeeiras em formação a “molhação” tem sido praticada com<br />

sucesso, mesmo em regiões consideradas aptas quanto ao déficit hídrico. Entretanto, é<br />

necessário rever os critérios utilizados <strong>para</strong> caracterizar as condições de umidade no solo<br />

que levam ao desenvolvimento de déficits hídricos e conseqüentemente a quedas na<br />

produtividade do cafeeiro.<br />

Considerando-se que a densidade de plantio utilizada em uma lavoura cafeeira pode<br />

modificar completamente a resposta da cultura à irrigação, é necessário também avaliar os<br />

diferentes limites de armazenamento em relação aos diferentes arranjos de plantas.<br />

O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito de diferentes critérios <strong>para</strong> determinação do<br />

momento de início das irrigações sobre características de produção do cafeeiro plantado em<br />

diferentes densidades de plantio.<br />

O experimento foi instalado em área de indiretamente monitorada através do uso de<br />

pesquisa da Universidade Federal de Lavras/MG. O tensiometros (com tensímetro digital) e blocos<br />

plantio foi realizado em 03/01/01, variedade “Rubi” - porosos de gesso resinado.(Water Mark-Irrometer).<br />

MG-1192. O solo foi analisado quanto as suas Os tensiômetros e os blocos foram instalados nas<br />

características físico-hídricas e químicas <strong>para</strong> profundidades de 10, 25, 40 e 60cm em duas das<br />

instalação da cultura no campo.Os tratamentos quatro repetições. A irrigação de cada subparcela<br />

constam de cinco densidades de plantio, 2.500pls/ha ocorre quando a leitura média de tensão de água na<br />

(4,0x1, 0m), 3.333pls/ha (3,0x1, 0m), 5.000pls/ha profundidade de 25cm indica a tensão de irrigação<br />

(2,0x1, 0m), 10.000pls/ha (2,0x0, 5m) e 20.000pls/ha relativa àquele tratamento. A correspondência entre<br />

(1,0x0, 5m) e cinco critérios de irrigação, tensões de tensão de água no solo e umidade é obtida através das<br />

20, 60, 100, 140kPa e manejo baseado no software curvas características de umidade do solo,<br />

SISDA 3.5 (irrigando-se três vezes na semana), e determinadas em laboratório <strong>para</strong> as diferentes<br />

testemunha sem irrigação. O delineamento profundidades consideradas. Os tensiômetros e os<br />

experimental utilizado foi o de blocos casualizados blocos porosos <strong>para</strong> avaliação dos diferentes valores<br />

em esquema de parcelas subdivididas, com quatro de tensão foram instalados na fileira de plantas<br />

repetições. As cinco densidades de plantio estão afastados cerca de 10cm da base do caule. As lâminas<br />

localizadas nas parcelas e os cinco critérios de de irrigação são calculadas considerando-se as<br />

irrigação e a testemunha sem irrigação nas leituras obtidas nos tensiômetros e blocos porosos<br />

subparcelas, perfazendo um total de 30 tratamentos. nas profundidades de 10, 25 e 40cm. Em relação ao<br />

O número de plantas na subparcela é de 10, manejo SISDA 3.5, os dados climáticos necessários<br />

considerando-se 8 plantas úteis <strong>para</strong> avaliação da são monitorados diariamente utilizando-se uma<br />

produtividade de café da roça e estimativa do estação meteorológica automática Metos instalada<br />

beneficiado (sc/ha). Para irrigação das parcelas, junto na área do experimento. Os tratos culturais são os<br />

a cada linha de plantas, existe uma linha lateral de recomendados <strong>para</strong> a cultura irrigada e a adubação é<br />

gotejamento com emissores de vazão de 3,8l/h feita seguindo as recomendações <strong>para</strong> uso de<br />

espaçados de 0,4m. A umidade do solo foi corretivos e fertilizantes em Minas Gerais 5a


PESQUISANDO 19<br />

aproximação, Comissão de Fertilidade do Solo nesse caso o microclima é alterado em função do<br />

do Estado de Minas Gerais (1999) <strong>para</strong> o cafeeiro, e sombreamento, da temperatura e de outros fatores<br />

as recomendações de Malavolta e Moreira (1997) e envolvidos na demanda evapotranspirativa do<br />

Santinato e Fernandes (2002) <strong>para</strong> a cultura irrigada. cafeeiro.<br />

A adequação da adubação é avaliada periodicamente Irrigações mais freqüentes (Figura 1) através<br />

através de diagnose foliar e do solo.<br />

do manejo SISDA 3.5 e tensão de 20kPa,<br />

proporcionaram produtividades de café da roça mais<br />

Resultados e Conclusões<br />

altas em praticamente todas a densidades de plantio.<br />

A produtividade de café beneficiado foi Nas densidades de 2.500 e 3.333 plantas/ha as<br />

estimada considerando-se um rendimento médio de produtividades nos diferentes critérios de irrigação<br />

450l/saca de sessenta quilos, relação comumente t e n d e m a s e i g u a l a r , d i f e r e n c i a n d o<br />

usada pelo produtor. Porém, em função dos significativamente apenas da testemunha, sem<br />

tratamentos essa relação pode ser alterada <strong>para</strong> mais irrigação.<br />

ou menos.<br />

A resposta da produtividade variou em função<br />

das diferentes densidades de plantio e dos critérios de<br />

irrigação, demonstrando que o consumo de água do<br />

cafeeiro varia em função do espaçamento, porque<br />

Figura 1 - Produtividade de café da roça e<br />

estimativa de beneficiado (sacas/ha) em<br />

diferentes critérios de irrigação e densidades de<br />

plantio. UFLA, Lavras/MG, 2003.<br />

280<br />

260<br />

240<br />

220<br />

200<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

a<br />

2.500 plantas/hectare (4,0 x 1,0m)<br />

a<br />

Café da roça<br />

a<br />

beneficiado<br />

a a<br />

a a a<br />

SISDA3.5 20kPa 60kPa 100kPa 140kPa S/irrigação<br />

Momentos de irrigação<br />

a<br />

a<br />

b<br />

b<br />

320<br />

300<br />

280<br />

260<br />

240<br />

220<br />

200<br />

180<br />

160<br />

140<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

0<br />

3.333 plantas/hectare (3,0 x 1,0m)<br />

Café da roça<br />

a a a<br />

beneficiado<br />

a a a a a<br />

SISDA3.5 20kPa 60kPa 100kPa 140kPa S/irrigação<br />

Momentos de irrigação<br />

a<br />

a<br />

b<br />

b<br />

5.000 plantas/hectare (2,0 x 1,0m)<br />

10.000 plantas/hectare (2,0 x 0,5m)<br />

420<br />

390<br />

360<br />

330<br />

300<br />

270<br />

240<br />

210<br />

180<br />

150<br />

120<br />

90<br />

60<br />

30<br />

0<br />

a<br />

a<br />

b<br />

Café da roça<br />

b<br />

a<br />

a<br />

beneficiado<br />

SISDA3.5 20kPa 60kPa 100kPa 140kPa S/irrgação<br />

Momentos de irrigação<br />

a<br />

b<br />

b<br />

b<br />

c<br />

c<br />

600<br />

550<br />

500<br />

450<br />

400<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

a<br />

a<br />

Café da roça<br />

a a a<br />

a<br />

beneficiado<br />

SISDA3.5 20kPa 60kPa 100kPa 140kPa S/irrigação<br />

Momentos de irrigação<br />

b<br />

b<br />

b<br />

b<br />

c<br />

c<br />

800<br />

750<br />

700<br />

650<br />

600<br />

550<br />

500<br />

450<br />

400<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

a<br />

20.000 plantas/hectare (1,0 x 0,5m)<br />

a<br />

Café da roça<br />

b<br />

beneficiado<br />

a a<br />

b b<br />

c<br />

SISDA3.5 20kPa 60kPa 100kPa 140kPa S/irrigação<br />

Momentos de irrigação<br />

b<br />

b<br />

c<br />

d


20<br />

PESQUISANDO<br />

Aliás, especialmente em sistemas de plantio irrigação, ocorreu uma maior proporção de café de<br />

mais adensados a falta da irrigação provocou fortes varrição do que de café no pano (34,2 % de café de<br />

quedas de produtividade. Essas perdas, nas varrição <strong>para</strong> 65,8 % de café do pano).<br />

densidades de 2.500, 3.333, 5000, 10.000 e Isso pode ter ocorrido porque houve maior<br />

20.000plantas/ha, são da ordem de, respectivamente, desuniformidade e maior atraso na colheita nesta<br />

74%, 68%, 57%, 78% e 84% da produção máxima. densidade, além da operação ter sido dificultada pelo<br />

As produtividades máximas estimadas de café fechamento da cultura. Nas demais densidades essa<br />

beneficiado de 163 e 155 sacas/ha foram verificadas proporção situou-se acima de 90% <strong>para</strong> café de pano<br />

na densidade de 20.000 plantas com o manejo SISDA e 10% de varrição. A colheita foi feita respeitando-se<br />

e na tensão de 20kPa, provavelmente pelo maior um limite de 15% de verde, exceção <strong>para</strong> 20.000<br />

número de plantas por área e pela manutenção da plantas colhido com aproximadamente 20% de frutos<br />

umidade do solo sempre próxima a capacidade de verdes, pois, já computava mais de 30 dias de atraso.<br />

campo.<br />

Apesar destes bons resultados, na densidade de<br />

20.000 plantas ocorreu uma queda significativa de Figura 2 - Porcentagem da produção total de café<br />

grãos na colheita aumentando a proporção de café de colhido no pano e varrição sob diferentes critérios<br />

varrição nestas condições, tanto nas plantas irrigadas de irrigação e diferetnes densidades de plantio.<br />

quanto nas não irrigadas (Figura 2). Sem o uso da UFLA, Lavras/MG, 2003.<br />

120<br />

100<br />

80<br />

60<br />

40<br />

20<br />

Café colhido (%)<br />

Pano<br />

Café colhido (%)<br />

Varrição<br />

0<br />

SIS<br />

DA<br />

3.5<br />

20k<br />

Pa<br />

60k<br />

Pa<br />

100<br />

kP<br />

a<br />

140<br />

kP<br />

a<br />

S/<br />

irri<br />

ga<br />

ção<br />

SIS<br />

DA<br />

3.5<br />

20k<br />

Pa<br />

60k<br />

Pa<br />

100<br />

kP<br />

a<br />

140<br />

kP<br />

a<br />

S/<br />

irri<br />

ga<br />

ção<br />

SIS<br />

DA<br />

3.5<br />

20k<br />

Pa<br />

60k<br />

Pa<br />

100<br />

kP<br />

a<br />

140<br />

kP<br />

a<br />

S/<br />

irri<br />

ga<br />

ção<br />

SIS<br />

DA<br />

3.5<br />

20k<br />

Pa<br />

60k<br />

Pa<br />

100<br />

kP<br />

a<br />

140<br />

kP<br />

a<br />

S/<br />

irri<br />

ga<br />

ção<br />

SIS<br />

DA<br />

3.5<br />

20k<br />

Pa<br />

60k<br />

Pa<br />

100<br />

kP<br />

a<br />

140<br />

kP<br />

a<br />

S/<br />

irri<br />

ga<br />

ção<br />

2.500 3.333 5.000 10.000 20.000<br />

Independente do critério, o uso da irrigação por homogênea. Tanto as plantas não irrigadas quanto às<br />

gotejamento aumentou substancialmente a produção irrigadas em tensões mais altas apresentaram uma<br />

do cafeeiro. Mesmo irrigações em tensões mais altas, maturação mais rápida e uniforme em relação<br />

(tensões de 100 e 140kPa) que resultaram em maiores àquelas irrigadas de forma mais freqüente. De acordo<br />

aplicações de água com turnos de irrigação mais com o critério de colheita adotado (porcentagem de<br />

espaçados, mas que se concentraram no período de verde de 10 a 20%), a colheita iniciou-se pelas<br />

seca (maio a setembro) aumentaram a produtividade parcelas menos adensadas (2.500 e 3.333 plantas/ha)<br />

do cafeeiro. Pode ocorrer que nestas condições, o e pelos tratamentos não irrigados e os irrigados em<br />

maior turno de irrigação tenha sido benéfico. tensões mais altas.<br />

Segundo vários autores o cafeeiro necessita de um Sendo esta a primeira produção significativa<br />

período de dormência, que proporciona maior em uma lavoura de dois anos e meio, necessita-se<br />

intensidade e uniformidade na floração, resultando, resultados das próximas safras <strong>para</strong> confirmação do<br />

na época da colheita, em frutos com maturação mais melhor critério e do melhor sistema de plantio.


PESQUISANDO 21<br />

As médias gerais do experimento sugerem sacas/ha quando a média da região sem o uso da<br />

aumentos de produtividade significativos à medida irrigação situa-se em torno de 20sacas/ha. No<br />

que se disponibiliza maior umidade no solo, com entanto, esse aumento da produtividade de plantas<br />

menores quantidades de água por aplicação e irrigadas é diferenciado em função da densidade de<br />

menores turnos de irrigação durante todo o ano, e plantio, fato que deve ser verificado com critério pelo<br />

com a utilização de um maior adensamento de cafeicultor irrigante.<br />

plantas tanto na linha quanto entre linhas (Figuras 3 e<br />

4).<br />

Na região de Lavras/MG, o controle adequado Figura 3 - Produtividade de café da roça e<br />

no uso da irrigação por gotejamento aumentou o estimativa do beneficiado (sacas de 60kg/ha) sob<br />

potencial produtivo do cafeeiro, resultando em diferentes critérios de irrigação. UFLA,<br />

produtividades de café beneficiado acima de 100 Lavras/MG, 2003.<br />

450<br />

400<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

c<br />

Café da roça<br />

c<br />

Figura 4: Produtividade de café da roça e estimativa do beneficiado (sacas/ha) sob diferentes densidades<br />

de plantio. UFLA, Lavras/MG, 2003.<br />

550<br />

500<br />

450<br />

400<br />

350<br />

300<br />

250<br />

200<br />

150<br />

100<br />

50<br />

0<br />

e<br />

250<br />

0<br />

e<br />

d<br />

333<br />

3<br />

Café da roça<br />

d<br />

c<br />

500<br />

0<br />

b<br />

1000<br />

0<br />

Beneficiado<br />

c b a<br />

a<br />

2000<br />

0<br />

Literatura Citada<br />

COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS<br />

GERAIS. Recomendações <strong>para</strong> uso de corretivos e fertilizantes em Minas<br />

Gerais, 5a aproximação. Viçosa, 1999. 359p.<br />

MALAVOLTA, E. ; MOREIRA, A. Nutrição e adubação do cafeeiro<br />

adensado. Informações agronômicas, Piracicaba: POTAFOS, n. 80, p. 1-8,<br />

1997 ( Encarte técnico ).<br />

SANTINATO, R. FERNANDES, A. L. T Cultivo do cafeeiro irrigado em<br />

plantio circular sob pivô central, 2002.


22<br />

Consulte pelo E-mail:<br />

contato@fundacaoprocafe.com.br<br />

RESPONDE<br />

controle fitossanitario na lavoura. A ferrugem e o<br />

Tenho uma lavoura de café, ainda nova, na 1ª bicho-mineiro são problemáticos nessas áreas mais<br />

e 2ª safras. São 26 ha, plantados a 2 x 0,7m, em área quentes. É preciso executar um programa de controle<br />

bem amorrada, entre 500 e 600 m de altitude, na preventivo desses problemas, pois quando se vê o<br />

zona da mata de Minas. Venho colhendo pouco, prejuízo, pela desfolha, já é tarde.<br />

apesar de não economizar nos adubos (mando a Finalmente, vamos à parte econômica da<br />

análise de solo). A lavoura, em sua maioria, questão. Dois fatores são muito importantes na<br />

desfolha bastante no pós - colheita. Gastei bem economia da lavoura cafeeira. O primeiro é a<br />

mais do que rendeu a venda do café. Quero saber o produtividade, que <strong>para</strong> o seu caso deve ser alcançada<br />

que devo fazer. Largo a lavoura ou continuo? a meta de 40-50 sacas/ha. O segundo é a<br />

Milton Assis, S.F. do Gloria - MG.<br />

racionalização dos gastos e administração das<br />

operações na lavoura, eliminando os pontos críticos.<br />

COFFEA: Senhor Milton: vamos, primeiro, analisar Por fim, a rentabilidade depende dos preços no<br />

a sua região. Ela apresenta aptidão <strong>para</strong> o café mercado, os quais, atualmente, estão muito baixos.<br />

arabica, mas com pequena restrição.<br />

Em conclusão pode-se aconselhar o senhor a<br />

A sua área se encontra em altitude mais baixa continuar na atividade, efetuando os ajustes no<br />

que o ideal (600-900 m), sendo mais quente, por isso m a n e j o d a s l a v o u r a s , e s p e c i a l m e n t e :<br />

a necessidade de água pelas plantas é maior e, no adubação/calagem racional; controle de pragas e<br />

sentido contrário, as chuvas são ali menos freqüentes, doenças e irrigação de salvação. Procure um técnico<br />

o que pode exigir complementação por irrigação de <strong>para</strong> lhe dar uma orientação permanente. Assim, com<br />

socorro, visando suprir o solo em períodos críticos, a melhoria prevista em sua produtividade e com a<br />

na pré-florada e na formação dos frutos.<br />

expectativa de preços melhores, a curto e médio<br />

Vamos, agora, à parte agronômica, ou seja, prazo, seu investimento, em grande parte já<br />

como vem sendo conduzida sua lavoura. Pelos realizado, poderá dar-lhe retorno adequado.<br />

resultados da analise de solo<br />

vemos que ocorre falta de cálcio<br />

e magnésio nas áreas, sendo<br />

necessário uma calagem.<br />

Verifica-se, ainda, que o potássio<br />

está bastante alto (140-200 ppm)<br />

o que pode dispensar seu uso no<br />

próximo ano agrícola, pois ele ,<br />

em excesso, pode agravar sua<br />

relação com o cálcio e magnésio<br />

e pode causar a seca de ponteiros<br />

e desfolha que a lavoura vem<br />

apresentando. É necessário,<br />

portanto, maior equilíbrio na<br />

adubação.<br />

Outra coisa importante é o


RECOMENDANDO<br />

23<br />

PODO OU NÃO MEU CAFEZAL?<br />

J.B. Matiello - Engº Agrº - MAPA / PROCAFÉ<br />

A poda de cafeeiro é uma prática que deve ser usada com muito critério. É preciso avaliar e analisar<br />

bem, antes, <strong>para</strong> cada situação de lavoura, a oportunidade e o modo de fazer a poda, a qual, feita na hora e de<br />

modo inadequados, pode causar prejuízos graves na produtividade do cafezal.<br />

Até pouco tempo atras o uso das podas era pequeno na cafeicultura brasileira, cujos cafeeiros, em<br />

espaçamentos normalmente largos, eram conduzidos a livre crescimento. Atualmente as podas tem se<br />

tornado mais freqüentes, sendo executadas <strong>para</strong> atender a fins variados, quando, inicialmente, a preocupação<br />

era restrita à questão de produtividade, visando manter ou restabelecer a condição produtiva das plantas de<br />

café afetadas por fechamento.<br />

Hoje os técnicos recomendantes e o produtor devem ter uma visão menos conservadora sobre poda em<br />

cafezais. Devem, sim, manter o exame de caso a caso, analisando as características do talhão, mas, por outro<br />

lado, devem examinar a poda como um componente do manejo da lavoura, sua interação com as demais<br />

práticas no cafezal.<br />

Por isso, a resposta à pergunta do titulo, se um produtor deve ou não podar sua lavoura vai ser<br />

respondida em seguida.<br />

FINALIDADES DAS PODAS<br />

Como já foi dito anteriormente, hoje em dia<br />

pode-se obter várias finalidades na aplicação das<br />

podas em cafezais, sendo as principais: a) eliminar o<br />

problema de fechamento dos cafeeiros; b) aumentar<br />

a área de ramos produtivos em plantas debilitadas,<br />

cinturadas, deformadas, compactadas etc; c)<br />

acelerar e adequar a recuperação de cafeeiros<br />

atingidos por geadas, granizo, raio, secas etc; d)<br />

renovar a estrutura primária, as hastes e a copa de<br />

cafeeiros, também promovendo seu reequilíbrio<br />

com o sistema radicular; e) eliminar excesso de<br />

hastes ou de plantas; f) reduzir a alturas das plantas,<br />

<strong>para</strong> facilitar o trato e a colheita (principalmente a<br />

mecanizada); g) melhorar o ambiente(arejamento,<br />

insolação) dentro do cafezal , <strong>para</strong> reduzir a<br />

incidência e facilitar o controle de certas pragas e<br />

doenças (broca, ferrugem, phoma); h) melhorar ou<br />

programar a produção das plantas (caso de safra<br />

zero); i) equilibrar a parte aérea com o sistema CONDIÇÃO DE USO<br />

radicular, em áreas com problema de suprimento de Uma análise da situação das lavouras deve ser<br />

água.<br />

efetuada examinando, a princípio, os fatores que


24<br />

estejam influindo negativamente na<br />

produtividade e na operacionalidade das práticas de<br />

manejo da lavoura, como o fechamento, o<br />

depauramento, o acinturamento, a altura das plantas<br />

e outros aspectos, incluindo análise de custo, que<br />

levam à indicação de podas.<br />

Em seguida é preciso observar se a lavoura<br />

apresenta condições de recuperação após as podas.<br />

Plantas muito velhas, de variedades pouco vigorosas<br />

(caturra e bourbon), com sistema radicular pouco<br />

desenvolvido, contaminadas por nematóides,<br />

fusariose ou outras pragas ou doenças de raízes,<br />

normalmente não respondem bem às podas. Muitas<br />

vezes é necessário adotar práticas complementares<br />

de tratamento <strong>para</strong> recuperação do solo, controle<br />

fitossanitário etc. Do mesmo modo, se as lavouras<br />

estiverem muito falhadas, ou com espaçamento<br />

inadequado (baixo número de plantas por área),<br />

pode-se optar por sua substituição ou efetuar<br />

replantio ou repovoamento concomitante à poda.<br />

Podar na época ou de modo errado pode<br />

significar alem de perdas de produção desperdícios<br />

de material vegetal, acumulado à custa de<br />

investimentos feitos na nutrição e outros tratos<br />

dispensados à lavoura e cuja reposição necessitará<br />

RECOMENDANDO<br />

tempo e novos investimentos.<br />

Como se observa do quadro 1 as podas<br />

promovem a remoção de partes da planta - folhas,<br />

ramos e troncos que representam enorme<br />

quantidade de nutrientes acumulados, quantidade<br />

essa crescente à medida em que o tipo de poda<br />

empregado é mais drástico.<br />

Quadro 1 - Quantidade de macro e<br />

micronutrientes nas partes podadas de cafeeiros<br />

(folhas + ramos +troncos), em cafezal Mundo<br />

Novo, 12 anos, 4 x 1,2m. Varginha-MG-1984<br />

Tipo e altura de poda<br />

Nutrientes Recepa Decote Decote Decote<br />

N (g/planta)<br />

P (g/planta)<br />

K (g/planta)<br />

Ca (g/planta)<br />

Mg (g/planta)<br />

S (g/planta)<br />

B (mg/planta)<br />

Cu (mg/planta)<br />

Zn (mg/planta)<br />

0,4m<br />

169<br />

10<br />

150<br />

78<br />

16<br />

5<br />

189<br />

120<br />

91<br />

1m<br />

154<br />

8<br />

139<br />

72<br />

17<br />

4<br />

197<br />

115<br />

79<br />

1,5m<br />

85<br />

5<br />

88<br />

33<br />

8<br />

3<br />

86<br />

64<br />

39<br />

2m<br />

42<br />

2<br />

41<br />

17<br />

4<br />

2<br />

93<br />

26<br />

14<br />

Fonte: Garcia et alli – Anais do 13º CBPC, p. 158-64.


RECOMENDANDO 25<br />

As podas promovem, também, morte no 3 e 4 pode-se observar os resultados na aplicação de<br />

sistema radicular, conforme dados do quadro 2, em podas drásticas ou leves, mostrando menores perdas<br />

conseqüência da redução da parte aérea da planta, nas podas onde a estrutura das plantas foi melhor<br />

sendo as perdas proporcionais à intensidade da aproveitada.<br />

poda. Essa morte é gradual e persiste até aos 4 meses<br />

na recepa e esqueletamento (podas drásticas) e já<br />

ocorre recuperação a partir dos 2 meses <strong>para</strong> o Quadro 2 Mortalidade de raízes de cafeeiro em<br />

decote. vários tipos de podas. Cafezal Mundo Novo, 7<br />

Isso significa que, atendidas as necessidades, anos, 3,5 x 1,5m(3-4 hastes/cova) - Alfenas - MG<br />

quanto menos se cortar a planta melhor. Nos quadros - 1986.<br />

Quadro 3 - Produção de café após sistemas de poda na recuperação de cafeeiros atingidos por geada<br />

superficial (''Capote'') em cafezal MN, 5 anos, 4 x 5m - Elói Mendes - MG - 1979.<br />

Tratamento Produção média 2<br />

Safras pós-poda<br />

Recepa a 40 cm<br />

3,2 b<br />

Esqueletamento<br />

16,4 a<br />

Decote a 1,8 m<br />

15,8 a<br />

Sem poda, com limpeza<br />

15,6 a<br />

Testemunha<br />

14,5 a<br />

Quadro 4 - Produção inicial de cafeeiros após 2 tipos de recepa (baixa e alta), cafezal Mundo Novo,<br />

15 anos, 4 x 0,8m - Elói Mendes - MG - 1994.<br />

Tratamento<br />

Recepa a 0,4 m<br />

Recepa a 0,8 m (com<br />

pulmão), 4-5 ramos<br />

laterais despontados<br />

Safra pós-poda (scs/ha)<br />

1ª 2ª Média<br />

10,2 87,0 48,6<br />

21,0 98,0 59,5<br />

CONCLUINDO<br />

deve fazer parte dessa análise. Esse exame, se<br />

Como conclusão pode-se verificar que a poda possível assessorado por um técnico experiente,<br />

deve ser precedida de uma análise da situação da pode levar a 3 opções: não podar, podar ou substituir<br />

lavoura e, consequentemente, da necessidade da a lavoura. Indica, ainda, o tipo de poda mais<br />

poda, diante das finalidades que se pretende dessa adequado, visando o melhor retorno produtivo e a<br />

prática. A capacidade de resposta à poda também custo mais baixo.


26<br />

RECOMENDANDO<br />

REPLANTIO E REPOVOAMENTO<br />

EM CAFEZAIS.<br />

J. B. Matiello - Engº. Agrº. MAPA/PROCAFÉ<br />

plantas de café na lavoura, <strong>para</strong> aumentar o seu n.º<br />

por hectare. Vamos ver como eles devem ser feitos.<br />

As causas de falha<br />

Uma das principais condições <strong>para</strong> se obter boa<br />

produtividade na lavoura cafeeira é o “stand” de<br />

plantas, ou seja, o n.º de plantas de café por área.<br />

As pesquisas mostram que o aumento do stand<br />

eleva a produção por área, ao mesmo tempo em que<br />

reduz o “ stress” ou desgaste dessas plantas no pós-<br />

colheita, o que possibilita, também, melhor<br />

produtividade na safra seguinte.<br />

Deste modo, lavouras falhadas, com<br />

espaçamento muito largo, com n.º pequeno de<br />

plantas/ ha devem ser transformadas ou substituídas<br />

por outras.<br />

Para o pequeno e médio produtor,<br />

especialmente nas regiões montanhosas,<br />

normalmente é mais econômico o replantio ou<br />

repovoamento dos cafezais, em relação à opção de<br />

substituição por outra lavoura, esta condição é mais<br />

viável <strong>para</strong> o grande produtor, principalmente em<br />

áreas mecanizáveis, que facilitam tanto a eliminação<br />

da lavoura velha como sua renovação.<br />

O replantio é a prática utilizada <strong>para</strong> repor<br />

falhas da lavoura, por morte ou fraqueza das plantas.<br />

O repovoamento consiste na colocação de novas<br />

São muitas as causas que podem levar os<br />

cafeeiros, jovens ou adultos, à morte ou ao seu severo<br />

enfraquecimento, gerando a necessidade de<br />

replantio. As causas principais são:<br />

Em cafeeiros jovens: período muito seco no<br />

pós-plantio; sistema radicular deficiente (origem da<br />

muda ou plantio mal feito); rizoctoniose tardia;<br />

queima da planta ou tronco (canela) por geada;<br />

roletamento do tronco por vento; afogamento do<br />

caule; encharcamento excessivo do solo; dano<br />

mecânico por implementos; dose excessiva de<br />

adubos (concentração de sais); danos por herbicidas;<br />

roletamento do caule ou ataque de raízes por insetos e<br />

faíscas elétricas.<br />

Em cafeeiros adultos: Roseliniose (= mal de 4<br />

anos), ataque severo de nematóide (M. incognita);<br />

problema de impedimento de solo (pedra,<br />

cascalho etc); excesso de água no solo<br />

(encharcamento); sistema radicular deficiente<br />

(associado a solo de má física); dano mecânico<br />

por implementos; ataque severo de fusariose;<br />

idem de mosca das raízes e cigarras; poda<br />

drástica associada a sistema radicular<br />

deficiente; mancha manteigosa (em cafeeiros<br />

canillon e híbridos com robusta); e faísca<br />

elétrica.<br />

Como replantar<br />

O replantio de falhas, em lavouras jovens<br />

ou adultas, deve ser feito o quanto antes


RECOMENDANDO 27<br />

possível, logo que essas falhas sejam<br />

detectadas, observando, lógicamente, a<br />

ocorrência do período chuvoso, <strong>para</strong> que as<br />

novas plantas possam ter um bom pegamento.<br />

Esse procedimento é necessário, pois evita-se<br />

gastos com capinas e outros tratos numa área<br />

sem plantas.<br />

Cuidados especiais precisam ser<br />

adotados no replantio, pois mudas<br />

acostumadas em ambiente adequado serão<br />

colocadas em condição menos favorável, com<br />

a presença de pragas, doenças, ervas daninhas,<br />

clima incerto etc. As principais recomendações<br />

<strong>para</strong> o sucesso do replantio são as seguintes:<br />

i) Aproveitar, sempre que possível, <strong>para</strong> replantar<br />

a) Não replantar lavouras muito velhas, de após uma poda drástica (recepa) na lavoura, <strong>para</strong><br />

variedades superadas, e com alta percentagem de<br />

abrir mais espaço e dar mais igualdade ao<br />

falhas. O melhor nesses casos é a substituição por<br />

crescimento, alem do que, nessa condição, a<br />

outra.<br />

necessidade de replantio aumenta com a morte ou<br />

b) Usar mudas boas, de variedade igual ou de porte e<br />

a má brotação de algumas plantas podadas, que<br />

maturação semelhantes à da lavoura replantada.<br />

apresentavam problemas de raízes.<br />

Usar, de preferência, mudas maiores.<br />

j) Não replantar nas áreas que apresentam morte<br />

c) Pre<strong>para</strong>r bem a cova, de preferência com adubo<br />

devida a problemas de física do solo<br />

orgânico e usando inseticida/fungicida de solo,<br />

(encharcamento, pedras etc).<br />

<strong>para</strong> que haja um bom arranque inicial da planta<br />

k) Cuidado no uso de adubos/corretivos na cova,<br />

nova e <strong>para</strong> proteção contra eventuais pragas,<br />

pois o solo já pode estar corrigido e o excesso, por<br />

oriundas da lavoura replantada.<br />

exemplo de calcário, pode levar a problemas com<br />

d) Manter um controle diferenciado do mato, micronutrientes.<br />

inclusive com herbicidas de pré-emergência, <strong>para</strong><br />

proteger a muda nova, mais sensível ao mato.<br />

Como repovoar<br />

e) Usar mudas de variedades resistentes/tolerantes a<br />

nematóides (pé-franco ou enxertada) sempre que<br />

Os modos de repovoar são 3: na rua, na linha e<br />

a lavoura apresente problemas com essa praga.<br />

em ambos.<br />

f) Onde a morte for por roseliniose replantar após<br />

O repovoamento na rua também é chamado de<br />

aplicação de cal ou calcário na cova, e espera de<br />

“dobra” pois, como o nome indica, vão ser dobradas<br />

pelo menos 3 meses.<br />

as linhas da lavoura, com o plantio de uma nova linha<br />

g) Não replantar quando o espaço da falha for no meio da rua da lavoura antiga.<br />

pequeno (menos de 1 m) porque a planta maior<br />

O repovoamento, no caso, com a “dobra” na<br />

pode encobrir, ocupar o espaço e não deixar rua, era uma prática tradicional em lavouras antigas<br />

desenvolver a muda nova. Nesse caso, replantar no Estado do Paraná, sendo usado, principalmente,<br />

quando houver duas falhas seguidas, deslocando<br />

<strong>para</strong> permitir a substituição da lavoura antiga, sem<br />

um pouco a planta nova das laterais.<br />

perda de produção. Esta é uma das finalidades da<br />

h) Usar, no replantio, distâncias mais adequadas dobra e, nesse caso, 2 anos após a dobra, faz-se a<br />

entre plantas na linha. Por exemplo, se houver 2<br />

erradicação da lavoura antiga. Também fica a opção<br />

falhas, na distância de 1,5m entre elas, replantar<br />

de recepar a lavoura antiga e aproveitar sua brotação<br />

com 3 mudas (a 80 cm) mantendo, ainda, 70 cm<br />

por mais algumas safras.<br />

distante nas 2 laterais.<br />

A segunda finalidade, a maior, do erando-as


28<br />

RECOMENDANDO<br />

repovoamento é a de colocar mais<br />

plantas por área, mantendo aquelas já<br />

existentes, se for o caso, recuperando-as (com<br />

ou sem podas).<br />

Com os cuidados é perfeitamente<br />

possível repovoar a rua de um cafezal adulto,<br />

no espaçamento largo (3,5 a 4,5m de rua) sem<br />

interferir, com poda drástica, nos cafeeiros<br />

existentes, desde que eles não estejam<br />

fechados, quando, aí, torna-se necessário abrir<br />

espaço <strong>para</strong> as novas plantas.<br />

Já, o repovoamento na linha é mais<br />

problemático e, normalmente, requer a<br />

associação com uma poda por recepa.<br />

Quando a lavoura tiver um certo<br />

fechamento, uma alternativa é a recepa de<br />

linhas alternadas, que permite boa abertura sem<br />

perda total da produção. De acordo com a<br />

Alerta-se, ainda, <strong>para</strong> adotar o cuidado de<br />

necessidade, 2-3 anos após, seria recepada a linha analisar o terreno antes, <strong>para</strong> dar base ao uso ou não<br />

que ficou.<br />

de calcário e outros nutrientes na cova. Como a<br />

Para o repovoamento valem as mesmas lavoura adulta, por anos sucessivos, deve ter recebido<br />

recomendações e cuidados citados <strong>para</strong> o replantio.<br />

calagens, o uso de calcário nas covas, uma prática<br />

Destaca-se, dentre eles, dois bem importantes: a)O normal, pode causar graves deficiências de<br />

bom tratamento da cova, com adubação adequada e<br />

micronutrientes, já nas mudas. Tem sido constatados<br />

com o uso de inseticida/fungicida/nematicida, sendo<br />

em áreas repovoadas problemas com manganês,<br />

indicados: 2 g de Temik/cv ou 3 g de Baysiston/cv ou<br />

cobre, zinco, boro, ferro, todos com sua<br />

ainda 1 g de Bayfidan 60 GR + 2 g de Temik/cv, disponbilidade reduzida em função da elevação do<br />

aplicado logo após o pegamento das mudas; b) O uso<br />

pH do solo (acima de pH 6,0). Tem sido observadas<br />

de espaçamento na linha e de variedades mais tambem toxidez por micronutrientes.<br />

adequados.<br />

Os problemas fitossanitários observados, com<br />

Quadro 1 - Porcentagem de folhas atingidas por<br />

maior gravidade sobre as plantas novas, tem sido o<br />

geadas em cafeeiros jovens e adultos sob<br />

ataque de Phoma/Ascochyta (pela umidade e diferentes combinações de podas, dobras e<br />

inóculo), os nematóides, a infestação rápida de substituição de cafezal. Varginha - MG - 2000.<br />

mosca e de cochonilhas de raízes.<br />

Tratamento<br />

% de folhas afetadas pela geada<br />

Plantas novas<br />

Plantas velhas<br />

a) Substituição (plantio novo)<br />

b) Dobra em área com cafeeiros recepados<br />

c) Dobra em área com cafeeiros esqueletados<br />

d) Dobra em área com cafeeiros decotados<br />

e) Dobra em área com cafeeiros sem poda<br />

Fonte: Matiello et alli - Anais 26º CBPC, p. 61-2<br />

55,7<br />

50,4<br />

9,2<br />

4,8<br />

2,9<br />

-<br />

79,6<br />

65,3<br />

64,6<br />

0


RECOMENDANDO 29<br />

Pesquisa mostra viabilidade<br />

Quadro 2 - Agrupamento das produções médias<br />

de café do ensaio, conforme o tipo de poda e de<br />

Na fazenda Experimental de Varginha vem dobra. Varginha,2003.<br />

sendo conduzido um ensaio de dobras ou substituição<br />

de cafezal adulto.<br />

O ensaio foi instalado em 1999 sobre cafezal<br />

Tipos de Podas<br />

Prod. Acum.<br />

00/03 (scs./ha)<br />

catuai com 15 anos, espaçamento 3,5 x 1,5m..<br />

Foram estudados 18 tratamentos,<br />

compreendendo repovoamento na rua e/ou na linha,<br />

combinado com recepa, esqueletamento e sem poda.<br />

Recepa (sem dobra)<br />

Decote (sem dobra)<br />

Esqueletamento (só plantas velhas)<br />

Sem poda (testemunha)<br />

89,2<br />

126,7<br />

135,6<br />

148,8<br />

Foram testados tratamentos com adubo orgânico e/ou<br />

Tipos de Dobras<br />

Prod. Acum.<br />

inseticida/fungicida na cova. Um tratamento<br />

00/03 (scs./ha)<br />

constou, ainda, na eliminação da lavoura e sua<br />

a) Na linha<br />

-<br />

substituição, em sistema adensado e aberto.<br />

Com recepa<br />

38,8<br />

Os primeiros dados desse experimento foram Com esqueletamento<br />

2,3<br />

obtidos já no 1º ano de campo, evidenciado, após uma b) Na rua<br />

-<br />

geada fraca ocorrida em 2000, que as plantas jovens, Com recepa<br />

35,1<br />

plantadas no meio da lavoura adulta, ficaram<br />

protegidas, sofrendo pouco o efeito da geada e de<br />

ventos frios, como se pode observar no quadro 1,<br />

onde se verifica que a % de folhas afetadas nas<br />

plantas novas decresceu na medida em que a poda das<br />

plantas adultas foi menos drástica. Assim, as plantas<br />

Com esqueletamento<br />

Com decote<br />

Sem poda<br />

Subst. com arranquio (sem<br />

adensamento)<br />

Subst. com arranquio (adensado)<br />

24,3<br />

13,8<br />

7,8<br />

43,2<br />

56,9<br />

adultas funcionaram como guarda-chuva <strong>para</strong> as Com inseticida<br />

46,8<br />

jovens, como ocorre com a arborização na lavoura de Com adubo orgânico<br />

52,6<br />

café, que mantem o ambiente da área mais quente à<br />

Sem adubo orgânico<br />

35,1<br />

noite.<br />

Quanto à dobra na rua também a recepa<br />

O ensaio vem sendo conduzido por 4 anos, com<br />

ofereceu vantagens <strong>para</strong> as plantas jovens, seguindoresultados<br />

preliminares, em 4 safras, conforme os se o esqueletamento, o decote e a área sem poda<br />

dados acumulados, médios, agrupados no quadro 2,<br />

(testemunha). A substituição após o arranquio<br />

que mostram o efeito da recuperação das plantas representou um acréscimo de 8 sacas/ha em relação à<br />

velhas e podadas e a entrada em produção (inicial) dobra na área com recepa, porém nesse caso não se<br />

das novas plantas.<br />

pode contar com a produção nas plantas velhas, que<br />

Verificou-se que:<br />

se recuperaram e acumularam produções de 91,8<br />

scs/ha.<br />

Quanto ao uso de adubos/defensivos houve<br />

Em relação ao tipo de poda, a curto prazo, nas 4<br />

resposta de 17 sacas/ha pelo uso de adubo orgânico<br />

safras pós-poda, houve maior produção acumulada na cova e 11 sacas <strong>para</strong> o inseticida usado (Temik). O<br />

no tratamento testemunha (sem poda), seguindo-se,<br />

uso de adubo orgânico promove uma ligeira melhora,<br />

de forma semelhante, o esqueletamento e o decote, e<br />

também, nas plantas da lavoura velha da área<br />

por último, a recepa.<br />

dobrada.<br />

Com relação ao tipo de dobra na linha, o maior<br />

O efeito das plantas novas, dobradas, sobre as<br />

ganho ocorreu <strong>para</strong> a área com recepa, que permitiu<br />

plantas velhas, foi observado de forma diferenciada,<br />

maior abertura inicial na linha <strong>para</strong> as plantas novas,<br />

de acordo com o tipo de poda. Para a recepa, as<br />

do que o esqueletamento, onde as novas plantas plantas velhas perderam, nas 2 últimas safras, 4,8<br />

ficaram esguias e fracas, já que cresceram entre scs/ha, enquanto no decote elas ganharam 12,5 sacas,<br />

aquelas velhas, que voltaram a fechar mais o que é explicado pela melhoria do solo, mais<br />

rapidamente, após o esqueletamento.<br />

próxima das plantas.


30<br />

RECOMENDANDO<br />

CONTROLE BIOLÓGICO DAS<br />

PRINCIPAIS PRAGAS DO CAFEEIRO<br />

ALGUMAS MEDIDAS PARA PRESERVAR E AUMENTAR SUA AÇÃO<br />

José Marcos Angélico de Mendonça; Geraldo Andrade Carvalho<br />

O cafeeiro hospeda espécies de insetos e abaixo do nível de dano econômico. O controle<br />

ácaros, algumas de maior importância econômica, químico é realizado por meio da utilização de<br />

causando prejuízos freqüentes, como o bicho- substâncias químicas capazes de repelir e/ou<br />

mineiro-do-cafeeiro Leucoptera coffeella (Guérin- intoxicar e/ou matar as pragas nos agroecossistemas.<br />

Menèville & Perrottet, 1842) (Lepidoptera: Neste trabalho serão apresentadas algumas<br />

Lyonetiidae), a broca-do-café Hypothenemus hampei medidas <strong>para</strong> preservar e até mesmo, incrementar a<br />

(Ferrari, 1867 (Coleoptera: Scolytiidae) e as ação de inimigos naturais das pragas do cafeeiro.<br />

cigarras-do-cafeeiro, especialmente a espécie Segundo Reis et al. (2000), todos os esforços devem<br />

Quesada gigas (Olivier, 1790) (Homoptera: ser concentrados <strong>para</strong> o estabelecimento e<br />

Cicadidae). Existem, ainda, outras pragas manutenção do controle biológico no<br />

consideradas secundárias, como ácaros, cochonilhas, agroecossistema cafeeiro, o que contribui de forma<br />

formigas, lagartas, besouros desfolhadores e as sobremaneira <strong>para</strong> a prática do ME.<br />

moscas (Moraes, 1998; Reis et al., 2002).<br />

Para o controle efetivo das pragas do cafeeiro, IMPORTÂNCIA DE INIMIGOS NATURAIS<br />

como de qualquer outra cultura, deve-se implementar NO CONTROLE DE PRAGAS DE CAFEEIRO<br />

um conjunto de técnicas <strong>para</strong> o manejo do<br />

agroecossistema, baseando-se em características Controle biológico do BMC<br />

sociais, econômicas e ecológicas, que adota como Em estudos a respeito da ação de agentes de<br />

princípio, a otimização dos fatores naturais que controle biológico sobre o bicho-mineiro-dolimitam<br />

as populações de pragas e respeita os cafeeiro (BMC), observou-se eficiência no controle<br />

limiares de tolerância das plantas ao ataque dos da praga da ordem de 69% por vespas predadoras<br />

artrópodes-praga (Gravena, 1992). Esse é o conceito (Tabela 1), 18% pelos <strong>para</strong>sitóides (Tabela 1) e, em<br />

do Manejo Integrado de Pragas (MIP), também proporção menor, pelos entomopatógenos, causando<br />

chamado de Manejo Ecológico (ME), que preconiza doenças nas lagartas (Souza, 1979; Reis et al., 2002).<br />

a aplicação de produtos fitossanitários somente em<br />

caráter emergencial e de forma menos prejudicial aos Tabela 1. Relação de espécies de vespas predadoras e<br />

inimigos naturais das pragas e ao ambiente (Gravena, de <strong>para</strong>sitóides do bicho-mineiro-do-cafeeiro.<br />

1990).<br />

Os principais métodos de controle que podem<br />

ser utilizados no MIP do cafeeiro são o cultural, o<br />

Vespas Predadoras<br />

Parasitóides<br />

(Hymenoptera)<br />

biológico e o químico (Moraes, 1998; Reis & Souza,<br />

(Hymenoptera: Vespidae)<br />

1998, Reis et al., 2002). Por definição, o controle<br />

cultural consiste no emprego de práticas agrícolas Brachygastra lecheguana (Latreille, 1824) Centidea striata (Rohwer, 1914)<br />

normalmente utilizadas no cultivo das plantas,<br />

visando ao controle das pragas, como por exemplo:<br />

Polistes versicolor (Olivier, 1791)<br />

Polybia scutellaris (White, 1841)<br />

Cirropilus sp.<br />

Colastes letifer (Mann, 1872)<br />

destruição de cafezais velhos e improdutivos,<br />

Polybia paulista Ihering<br />

Horismenus sp.<br />

Protonectarina sylveirae Saussure, 1854<br />

Mirax sp.<br />

alterações no espaçamento de plantio, realização de<br />

Protopolybia exigua Saussure Orgillus niger (Haliday, 1833)<br />

adubação orgânica, colheita bem feita e repasse, no<br />

Apoica pallens Fabricius Proacrias coffeae Ihering, 1913<br />

caso da broca-do-café, etc. O controle biológico<br />

Eumenes sp.<br />

Stiropius sp.<br />

baseia-se na ação de inimigos naturais (predadores, Synoeca surinama cyanea (Fabricius, 1775) Tetrastichus sp.<br />

<strong>para</strong>sitóides e entomopatógenos) sobre populações<br />

de pragas, contribuindo <strong>para</strong> a sua manutenção<br />

Brachygastra augusti St. Hil.<br />

Fonte: Adaptado de Reis et al. (2002).<br />

Eulophus sp.


RECOMENDANDO 31<br />

As vespas predadoras de lagartas, também Ainda, são listados na literatura, alguns<br />

chamadas de marimbondos, perfuram as minas do microrganismos capazes de causar doenças em<br />

BMC com suas mandíbulas, preferencialmente na lagartas do BMC, como por exemplo, as bactérias<br />

face inferior das folhas. Ao localizarem a lagarta no Erwinia herbicola e Pseudomonas aeruginosa<br />

interior da mina, puxam-na <strong>para</strong> fora, causando (Schroeter). Contudo, nota-se que esses agentes de<br />

rasgaduras na epiderme da folha, que apresenta sinais controle biológico são menos conhecidos, passando,<br />

típicos do ataque do predador (Figura 1) (Reis & muitas vezes, despercebidos na cultura cafeeira (Reis<br />

Souza, 1983). et al., 2002).<br />

Controle biológico da broca-do-café<br />

Foram testados alguns agentes que apresentam<br />

Figura 1. Mina com características interessantes <strong>para</strong> o manejo desta<br />

sinais de ataque de praga. Dentre eles, cita-se a vespa-de-uganda<br />

vespa predadora na Prorops nasuta Waterston, 1923 (Hymenoptera:<br />

face inferior da Bethylidae). Esse inseto <strong>para</strong>sita larvas e preda<br />

folha.<br />

adultos da broca-do-café. Entretanto, não houve<br />

sucesso no estabelecimento como agente eficiente de<br />

controle, devido à ausência de “sincronismo” entre a<br />

praga e o inimigo natural, já que, depois da colheita, a<br />

O predador Chrysoperla externa (Hagen, vespa se limita ao <strong>para</strong>sitismo/predação da broca<br />

1861) (Neuroptera: Chrysopidae) (Figuras 2 e 3), em<br />

alojada nos frutos pendentes, não atuando sobre os<br />

sua fase larval, também tem ação predatória sobre insetos de frutos sob a saia do cafeeiro. Este<br />

pré-pupas e pupas do BMC, sendo mais um agente de<br />

comportamento da vespa-de-uganda promove<br />

controle biológico a ser preservado em acentuada redução de sua população na lavoura<br />

agroecossistema cafeeiro (Silva et al., 2001; Ecole,<br />

2003).<br />

Figura 2. Adulto<br />

de Chrysoperla<br />

externa.<br />

Figura 3. C. externa<br />

em fase jovem.<br />

cafeeira, sendo necessárias liberações periódicas<br />

<strong>para</strong> que o controle biológico seja eficiente (Moraes,<br />

1998).<br />

Ainda existem outros microrganismos que<br />

podem ser utilizados no controle biológico dessa<br />

praga, como o fungo Beauveria bassiana (Bals.)<br />

(Figura 4) que necessita de condições de umidade<br />

relativa em torno de 90% (nem sempre encontrada<br />

em nossas condições) e Metarhizium anisopliae<br />

(Metsch.), promissor no controle da broca-do-café,<br />

desde que seja aplicado de forma correta e que as<br />

condições climáticas sejam favoráveis ao seu<br />

crescimento (Moraes, 1998; Reis & Souza, 1998).<br />

Referente às cigarras, Souza et al. (1983)<br />

constataram pela primeira vez, o fungo M. anisopliae<br />

infectando a espécie Q. gigas, em cafeeiros no Estado<br />

de Minas Gerais.<br />

Os <strong>para</strong>sitóides do BMC ovipositam em<br />

lagartas dentro das minas, onde suas larvas se<br />

desenvolvem, causando a morte da praga. Colaboram<br />

<strong>para</strong> a regulação populacional do BMC, entretanto, a<br />

sua verdadeira participação no controle é de difícil<br />

mensuração, visto que as vespas predadoras se<br />

alimentam também de lagartas do BMC <strong>para</strong>sitadas.<br />

Figura 4. Colonização<br />

da galeria da broca-docafé<br />

pelo fungo Beauveria<br />

bassiana. À direita, no<br />

canto superior, observa-se<br />

um adulto colonizado<br />

pelo entomopatógeno.


32<br />

RECOMENDANDO<br />

PRINCIPAIS MEDIDAS PARA PRESER- citam-se maior retenção de água, melhor aeração,<br />

VAÇÃO E INCREMENTO DA AÇÃO DE melhoria da fertilidade e aumento do número de<br />

INIMIGOS NATURAIS DAS PRAGAS DE microrganismos benéficos ao cafeeiro, presentes no<br />

CAFEEIRO<br />

solo. Tudo isto favorece o desenvolvimento de<br />

plantas vigorosas capazes de tolerar ao ataque de<br />

Dentre as medidas apresentadas por Gravena pragas.<br />

(1992) e Moraes (1998), citam-se algumas que são<br />

mais fáceis de serem implantadas na lavoura Utilização de produtos fitossanitários seletivos aos<br />

cafeeira:<br />

inimigos naturais<br />

Dentro da filosofia do MIP preconiza-se o uso<br />

Manutenção de matas próximas à lavoura de pesticidas somente quando todos os outros<br />

A presença de áreas de matas próximas às métodos (variedade resistente, cultural, físico,<br />

lavouras cafeeiras possibilita o estabelecimento de legislativo, biológico, comportamental etc.), não<br />

inimigos naturais, pois são usadas como fontes de apresentarem respostas satisfatórias na manutenção<br />

alimento e abrigo. O aumento da diversidade de do nível populacional da praga abaixo do nível de<br />

espécies vegetais próximas à lavoura cafeeira dano econômico.<br />

colabora <strong>para</strong> a manutenção do equilíbrio biológico. Como características do método químico<br />

Por exemplo, a conservação de vespas predadoras do citam-se: emergencial, temporário, oneroso e, acima<br />

BMC pode ser realizada com sucesso em áreas de de tudo, capaz de causar prejuízos ambientais<br />

matas nativas adjacentes ao cafezal, ao passo que, em irreversíveis, quando usado de forma incorreta. Mas,<br />

lavouras muito extensas e sem a presença de matas, se utilizado de forma correta, ou seja, o produto<br />

todos os ninhos presentes nas plantas de café sendo aplicado na dosagem recomendada pelo<br />

certamente serão destruídos, pois prejudicam a fabricante, com a tecnologia de aplicação requerida,<br />

execução de atividades na lavoura.<br />

observando-se condições de clima e baseando-se em<br />

amostragens nos talhões, o controle químico pode<br />

Manejo do mato na entrelinha<br />

contribuir <strong>para</strong> o sucesso do MIP, resultando no<br />

Essa tática baseia-se no manejo de plantas controle efetivo da praga em questão.<br />

presentes nas entrelinhas das plantas de café <strong>para</strong> Assim, deve-se realizar o monitoramento dos<br />

serem fornecedoras de pólen, néctar, presas talhões da propriedade, no sentido de se obter a<br />

alternativas <strong>para</strong> os predadores e <strong>para</strong>sitóides de dinâmica populacional da praga, e decidir o<br />

pragas, além, de promoverem áreas de refúgio e momento mais adequado <strong>para</strong> intervenção química.<br />

reprodução desses inimigos naturais. Recomenda-se Amostrando-se periodicamente as lavouras, pode-se<br />

que seja feita a roçagem do mato na entrelinha do calcular os índices populacionais das pragas e de seus<br />

café, evitando-se manter “totalmente no limpo”, inimigos naturais.<br />

contudo, sem que essa medida apresente riscos ao O uso de produtos seletivos é uma ferramenta<br />

cafeeiro.<br />

de grande valia no MIP, pois causa a morte das pragas<br />

e são inócuos ou pouco tóxicos aos seus inimigos<br />

Manejo do solo e adubação orgânica<br />

naturais, contribuindo <strong>para</strong> a manutenção de<br />

O manejo adequado das propriedades física e predadores, <strong>para</strong>sitóides e patógenos presentes no<br />

química do solo, o preparo bem feito, entre outros agroecossistema cafeeiro (Rigitano & Carvalho,<br />

cuidados, promove melhor estabelecimento das 2001).<br />

plantas, capazes de explorar melhor o solo, água e A seletividade pode ser fisiológica (inerente ao<br />

nutrientes disponíveis na solução do solo, refletindo produto) ou ecológica (quando o produto é aplicado<br />

em lavouras mais equilibradas e com maior de uma maneira que a praga fica mais exposta aos<br />

capacidade de tolerar ao ataque de pragas. Em plantas seus resíduos do que os inimigos naturais (Moraes,<br />

com desequilíbrios nutricionais ocorre acúmulo de 1998; Rigitano & Carvalho, 2001). Atualmente,<br />

radicais livres (açúcares e aminoácidos), que em existem produtos registrados <strong>para</strong> o controle do BMC<br />

muitos casos, servem de atrativos <strong>para</strong> as pragas, que são seletivos às vespas predadoras, como<br />

podendo ocorrer maior infestação da lavoura (Gallo exemplo, teflubenzuron e lufenuron (reguladores de<br />

et al., 2002).<br />

crescimento de insetos) (Moraes, 1998; Vallone et al,<br />

Ressalta-se que a adubação orgânica promove 2002).<br />

vários benefícios ao solo e às plantas. Dentre eles, A tecnologia de aplicação de alguns inseticidas


RECOMENDANDO 33<br />

também pode ser fator de seletividade como atrativos aos inimigos naturais das pragas, o<br />

ecológica, como por exemplo, a utilização de uso de feromônios sexuais sintéticos <strong>para</strong><br />

defensivos agrícolas granulados de solo ou via monitoramento e controle de pragas, o uso de<br />

líquida no colo da planta, de forma que não entomopatógenos tolerantes às condições climáticas<br />

contamine diretamente a parte aérea evitando a morte normalmente encontradas nas regiões cafeeiras, a<br />

de inimigos naturais. Contudo, deve-se salientar que utilização de produtos sintéticos e naturais, seletivos<br />

os produtos nestas formas de aplicação são usados de aos inimigos naturais dos insetos-praga, dentre<br />

forma preventiva, não levando em consideração outros.<br />

valores de amostragens populacionais das pragas e,<br />

portanto, discordando dos princípios do MIP LITERATURA RECOMENDADA<br />

(Moraes, 1998).<br />

CARVALHO, G.A. et al. Impacto de produtos fitossanitários sobre vespas<br />

predadoras e <strong>para</strong>sitóides e sua performance no controle do bicho-mineiro-do-<br />

Utilização de substân ias atrativas aos inimigos cafeeiro Leucoptera coffeella (Guérin-Menèville & Perrottet, 1842)<br />

naturais<br />

(Lepidoptera: Lyonetiidae). In: CONGRESSO BRASILEIRO DE<br />

PESQUISAS CAFEEIRAS, 28., 2002, Caxambu, MG. Anais... Rio de Janeiro:<br />

Gravena (1992) relatou que pulverização de MAPA-SARC / PROCAFÉ, 2002. p.226-227.<br />

substâncias atrativas e alimentares de inimigos ECOLE. C.C. Dinâmica populacional de Leucoptera coffeella e seus inimigos<br />

naturais em lavouras adensadas de cafeeiro orgânico e convencional. 2003.<br />

naturais pode ser uma boa estratégia <strong>para</strong> o 101 p. Tese (Doutorado em Entomologia) Universidade Federal de Lavras,<br />

Lavras.<br />

incremento do controle biológico na lavoura.<br />

GALLO, D. et al. Entomologia Agrícola. Piracicaba: Agronômica Ceres,<br />

Entretanto, num trabalho conduzido por Moraes et al. 2002. 648p.<br />

(2001), foi observado efeito tóxico às vespas GRAVENA, S. Manejo ecológico de pragas no pomar cítrico. Laranja,<br />

predadoras e <strong>para</strong>sitóides quando se utilizou proteína Cordeirópolis, v.11, n.1, p.205-225, 1990.<br />

GRAVENA, S. Controle biológico no manejo integrado de pragas. Pesquisa<br />

Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 27, p.281-299, 1992.<br />

MENDONÇA, J.M.A. de. Produtos naturais e sintéticos no controle de<br />

hidrolisada (atraente <strong>para</strong> inimigos naturais) mais o<br />

inseticida cartap (visando ao controle do BMC). De<br />

Leucoptera coffeella (Guérin-Menèville & Perrottet, 1842) (Lepidoptera:<br />

acordo com estes autores, mais pesquisas nessa linha Lyonetiidae) e o impacto sobre vespa predadora. 2004. 81p. Dissertação<br />

(Mestrado em Fitotecnia) Universidade Federal de Lavras, Lavras.<br />

de trabalho devem ser realizadas e que o uso de iscas<br />

MORAES, J.C. et al. Efeito de atraentes alimentares no manejo do bichomineiro-do-cafeeiro<br />

Leucoptera coffeella (Guérin-Menèville & Perrottet,<br />

tóxicas requer cuidados.<br />

1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae) e de seus inimigos naturais. In: SIMPÓSIO<br />

Avaliando o efeito de suplementos alimentares<br />

DE CONTROLE BIOLÓGICO, 7., 2001, Poços de Caldas. Resumos... Poços<br />

no aumento populacional de inimigos naturais do de Caldas. 2001. p.258, 1CD.<br />

BMC, Ecole (2003) aplicou lêvedo de cerveja + mel<br />

MORAES, J.C. Pragas do cafeeiro: importância e métodos alternativos de<br />

controle. Lavras: UFLA/FAEPE, 1998. 45p.<br />

(1:1) a 20%, melaço a 10% e proteína hidrolisada a<br />

c<br />

REIS, P.R.; SOUZA, J.C. de. Controle biológico do bicho mineiro das folhas<br />

2% em plantas de café, e concluiu que esses do cafeeiro. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.9, n.109, p.16-20, 1983.<br />

REIS, P.R.; SOUZA, J.C. de. Manejo integrado das pragas do cafeeiro em<br />

suplementos alimentares apresentam potencial como<br />

tática de manejo <strong>para</strong> os inimigos naturais do BMC.<br />

Minas Gerais. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.19, n.193, p.17-25.<br />

1998.<br />

REIS, P.R.; SOUZA, J.C. de.; MELLES, C.C.A. Pragas do cafeeiro. Informe<br />

Agropecuário. Belo Horizonte, v.10, n.109, p.63-72, 1984.<br />

REIS, P.R.; SOUZA, J.C. de.; VENZON, M. Manejo das principais pragas do<br />

CONSIDERAÇÕES FINAIS<br />

cafeeiro. Informe Agropecuário. Belo Horizonte, v.23, n.214/215, p.83-99,<br />

2002.<br />

Considerando a importância econômica da RIGITANO, R.L.O.; CARVALHO, G.A. Toxicologia e seletividade de<br />

inseticidas. Lavras: UFLA/FAEPE, 2001. 72p.<br />

cafeicultura <strong>para</strong> o país, é importante que mais SILVA, R.A. et al. Predação de ovos, larvas e pupas de bicho-mineiro,<br />

pesquisas visando obter informações a respeito do Leucoptera coffeella (Guérin-Menèville & Perrottet, 1842) (Lepidoptera:<br />

manejo de pragas-chave desta cultura sejam Lyonetiidae) por Chrysoperla externa (Hagen, 1841) (Neuroptera:<br />

Chrysopidae). In: SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO, 7., 2001,<br />

incentivadas. Salienta-se que o uso contínuo de Poços de Caldas. Resumos... Poços de Caldas, 2001. p.259, 1 CD.<br />

SOUZA, J.C. de. Levantamento, identificação e eficiência dos <strong>para</strong>sitos e<br />

produtos fitossanitários de largo espectro de ação e<br />

predadores do “bicho-mineiro” das folhas do cafeeiro, Perileucoptera<br />

longo poder residual, pode causar seleção de coffeella (Guérin-Menèville) no estado de Minas Gerais. 1979. 91p.<br />

Dissertação (Mestrado em Entomologia) Escola Superior de Agricultura Luiz<br />

populações resistentes de pragas, comprometendo o<br />

de Queiroz, Piracicaba.<br />

MIP do cafeeiro. Desta forma, o incremento do SOUZA, J.C.de; REIS, P.R.; MELLES. C. do C.A. Cigarras-do-cafeeiro:<br />

controle biológico natural e outros métodos<br />

histórico, reconhecimento, biologia, prejuízos e controle. Belo Horizonte,<br />

EPAMIG, 1983. 27p. (Boletim Técnico: 5).<br />

alternativos <strong>para</strong> o manejo das principais pragas da SOUZA, J.C. de.; REIS, P.R. Bicho mineiro: biologia, danos e manejo<br />

cultura cafeeira que causem menos desequilíbrios<br />

integrado. Belo Horizonte: EPAMIG, 1992. 28p. (Boletim Técnico, 37).<br />

SOUZA, J.C. de.; REIS, P.R.; RIGITANO, R.L.O. Bicho mineiro do cafeeiro:<br />

biológicos e menor impacto ambiental, devem biologia, danos e manejo integrado. Belo Horizonte: EPAMIG, 1998. 48p.<br />

merecer mais atenção por parte dos pesquisadores. (Boletim Técnico, 54).<br />

VALLONE, H.D. et al. Efeitos do inseticida fisiológico lufenuron no controle<br />

Sugere-se, portanto, a realização de trabalhos do bicho-mineiro Leucoptera coffeella (Guérin-Menèville & Perrottet, 1842)<br />

envolvendo aplicação de suplementos alimentares e no desenvolvimento inicial do cafeeiro. In: Congresso Brasileiro de


34<br />

RESUMINDO<br />

Extratos de Revistas Científicas nacionais e estrangeiras.<br />

CONSIDERAÇÕES ECOLÓGICAS NA PRODUÇÃO DE CAFÉ COM E SEM SOMBRA:<br />

UMA REVISÃO.<br />

O trabalho apresenta uma revisão sobre os fatores menos favoráveis. A revisão enfatiza a bienalidade de<br />

ecofisiológicos limitantes <strong>para</strong> a produção de café produção e a seca de ramos, os quais são bastante<br />

arábica e robusta cultivados à sombra e a pleno sol. reduzidos em condições de sombreamento, e as<br />

Salienta que embora estas duas espécies, as quais relações entre as trocas gasosas e fatores ambientais,<br />

contribuem com quase a totalidade da produção bem como os aspectos fisiológicos de plantios<br />

mundial de café, foram originalmente consideradas adensados.<br />

plantas de sombra, embora lavouras a pleno sol possam<br />

produzir mais que lavouras sombreadas. Salienta, que, (Da Matta, FM. Field Crops Research, 86:99-114.<br />

como regra geral, os benefícios do sombreamento 2004).uez Moreno. In: Boletim Promecafé, nº 97,<br />

aumentam quando o café é cultivado em ambientes mar-jun/2003).<br />

PRODUTOS NATURAIS E SINTÉTICOS NO CONTROLE DE Leucoptera coffeella<br />

(Guérin-Menèville & Perrotett, 1842) (Lepidoptera: Lyonetiidae) E O IMPACTO SOBRE<br />

VESPA PREDADORA.<br />

Objetivou-se neste trabalho, avaliar o desempenho de sobre a dinâmico populacional da praga e de seus<br />

produtos naturais e sintéticos no controle de BMC e o inimigos naturais. Tanto em condições laboratoriais<br />

impacto sobre a vespa predadora Polybia scutellaris quanto em campo, os produtos naturais não interferiram<br />

(White, 1841) (Hymenoptera: Vespidae). Foram sobre a praga e seu inimigo natural. Ethion foi altamente<br />

instalados bioensaios em laboratório visando avaliar a tóxico em condições laboratoriais, tanto à praga quanto<br />

toxicidade dos produtos naturais extrato pirolenhoso á vespa predadora. Em condições de campo, ethion<br />

(2%, 4%, 8% e 16%) e azadiractina (0,25%, 0,5%, apresentou baixo efeito residual, possibilitando o<br />

0,75% e 1%) e dos inseticidas lambdacyhalothrin (0,01 restabelecimento da praga, enquanto o inseticida<br />

mg i.a./mL) e ethion (1,5 mg i.a./mL) sobre lagartas do lambdacyhalothrin foi efeiciente no controle do BMC,<br />

BMC e adultos de vespa. Em lavoura da cultivar Catuaí não demonstrando qualquer efeito inibitório sobre a<br />

Vermelho, simultaneamente, foi instalado experimento atuação das vespas predadoras.<br />

em aproximadamente 1,2 ha, onde foram aplicados os<br />

mesmos produtos e doses utilizados em laboratório,<br />

(Mendonça, J.M.A. Dissertação (Mestrado em<br />

com o objetivo de se avaliar a influência dos compostos Fitotecnia) Universidade Federal de Lavras,<br />

Lavras, MG. 81p., 2004).<br />

NUTRIÇÃO DO CAFEEIRO ARÁBICA EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE PLANTAS E<br />

DA FERTILIZAÇÃO COM NPK.<br />

O objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta do pelas doses de N e P2O5. Os teores foliares de K foram<br />

cafeeiro arábica à aplicação de N (100, 300, 500 e 700 fortemente influenciados pelas doses de K2O. Cafeeiros<br />

kg/ha de N), P (0, 60, 120 e 180 kg/ha de P2O5) e K submetidos ao sistema de cultivo adensado<br />

(100, 300, 500 e 700 kg/ha de K2O), cultivados em apresentaram maiores teores foliares de P e K, quando<br />

diferentes densidades de plantio (3.333, 5.000, 10.000 e com<strong>para</strong>dos àqueles cultivados em espaçamento largo.<br />

20.000 plantas por hectare). Com base em informações Os solos sob cultivo adensado, quando com<strong>para</strong>dos a<br />

obtidas em cinco produções, não foram observadas solos sob cultivos mais largos, apresentaram variações<br />

diferenças significativas de produtividade em função da em suas características químicas, sendo mais evidente a<br />

densidade de plantas. A resposta em produtividade do redução do teor de H + Al.<br />

café arábica às doses de N, P e K foi variável nos<br />

diversos espaçamentos, com maior freqüência de (L.C. Prezotti, A.C.Rocha, Bragantia, 63(2):239-<br />

resultados positivos <strong>para</strong> N e P e menos expressivos <strong>para</strong> 251. 2004).<br />

K. Os teores foliares de N e P foram pouco influenciados


RESUMINDO<br />

CARACTERIZAÇÃO DE CULTIVARES DE COFFEA ARABICA MEDIANTE<br />

UTILIZAÇÃO DE DESCRITORES MÍNIMOS.<br />

A espécie Coffea arabica apresenta base genética com a utilização das características porte, cor do fruto,<br />

estreita sendo as cultivares bastante aparentadas e resistência ao agente da ferrugem e ciclo de maturação é<br />

originárias, em sua maioria, das tradicionais cultivares possível obter uma discriminação eficiente dos<br />

Típica e Bourbon. Este trabalho foi desenvolvido com o diferentes grupos de cultivares avaliados. A cor da<br />

objetivo de identificar a eficiência de descritores folhas jovens e o diâmetro da copa revelaram-se<br />

mínimos na caracterização de cultivares de cafeeiros e importantes descritores na discriminação de cultivares<br />

como diferenciadores entre cultivares a serem do grupo Mundo Novo. Não foi possível, porém,<br />

submetidas ao processo de proteção de cultivares no identificar descritores eficientes na discriminação das<br />

Brasil. Foram avaliadas trinta e oito características cultivares Catuaí Vermelho, Catuaí amarelo e Icatu<br />

botânicas ou tecnológicas das plantas, folhas, flores, Vermelho.<br />

frutos, sementes, assim como três características<br />

agronômicas. Os resultados evidenciaram que apenas (A.T.E. Agruiar, O. Guerreiro-Filho, M.P. Maluf, et.<br />

al. Bragantia, 63(2):179-182. 2004.<br />

35<br />

EFEITOS DE RESTOS CULTURAIS DE MILHO SOBRE O CRESCIMENTO DE PLANTAS<br />

DE CAFEEIRO (Coffea arabica L.).<br />

Com esta pesquisa, visou-se testar o efeito de restos incorporada ao solo causou redução de área foliar, na<br />

culturais da parte aérea de três cultivares de milho sobre altura e no diâmetro de caule até os 60 DAP. A palhada<br />

o crescimento de cafeeiro cv. Rubi, em condições de da cultivar AG1051 ocasionou maiores efeitos<br />

casa-de-vegetação, na Universidade Federal de Lavras, negativos sobre o crescimento das plantas de cafeeiro,<br />

Lavras Minas Gerais. Os tratamentos foram quando incorporada. O uso de palhada de milho em<br />

constituídos de 0, 2, 4 e 8 t/ha de palhada de milho (cv. cobertura promoveu aumento de todas as características<br />

AG1051, C333 e C435), incorporada ou em cobertura, avaliadas, como exceção do teor de clorofila. A palhada<br />

em vasos de 8 L de capacidade preenchidos com solo. da cultivar C435 em cobertura do solo foi a que mais<br />

Avaliaram-se a área foliar, altura e diâmetro de caule das estimulou o crescimento das plantas.<br />

plantas de café aos 60, 120 e 180 dias após o plantio<br />

(DAP), o teor de clorofila aos 170 DAP e a biomassa (C.C. Santos, I.F. Souza, L.W.R. Alves, Ciência e<br />

seca de raízes aos 180 DAP. A palhada de milho Agrotecnologia. 27(5)991-1001. 2003).<br />

CONTROLE DE Brevipalpus phoensis (Geijskes, 1939) E Oligonychus ilicis (McGregor, 1917)<br />

(Acari: Tenuipalpidae, Tetranychidae) EM CAFEEIRO E IMPACTO SOBRE ÁCAROS<br />

BENÉFICOS. I - ABAMECTIN E EMAMECTIN.<br />

O ácaro B. phoensis é importante em cafeeiro (Coffea ácaros-praga estudadas. Considerando o efeito tópico<br />

spp.), por ser o vetor do vírus da mancha-anular, mais residual, o abamectin e emamectin foram<br />

responsável por queda de folhas e má qualidade da altamente efeicientes no controle de larvas, ninfas e<br />

bebida de café, e o ácaro-vermelho, O. ilicis, por reduzir adultos de B. phoensis; apenas abamectin foi eficiente<br />

a área foliar de fotossíntese. Alguns ácaros da família no controle de O. ilicis. Abamectin foi levemente a<br />

Phytoseiidae são eficientes predadores associados aos moderadamente nocivo e emamectin mostrou-se inócuo<br />

ácaros-praga. Este trabalho teve como objetivo estudar a levemente nocivo aos fitoseídeos. Devido à eficiência<br />

o controle dos ácaros-praga e o impacto do abamectin e de controle e seletividade a fitoseídeos, conclui-se que<br />

emamectin sobre os fitoseídeos. Em laboratório, foram abamectin e emamectin podem ser utilizados em<br />

estudados os efeitos ovicida, tópico, residual, tópico programas de manejo integrado do ácaro B. phoensis, e<br />

mais residual sobre ácaros-praga e a seletividade abamectin <strong>para</strong> o manejo de B. phoensis e O. Ilicis.<br />

fisiológica aos fitoseídeos. Em semicampo, foi estudada<br />

a persistência dos produtos no controle dos ácaros- (P.R. Reis, M. Pedro Neto, R.A. Franco, A.V.<br />

praga. Verificou-se que abamectin e emamectin não Teodoro. Ciência e Agrotecnologia. .28(2):271-283.<br />

possuem ação ovicida, <strong>para</strong> ambas as espécies de 2004).


36<br />

PANORAMA<br />

INTENSA DESFOLHA NOS CAFEEIROS<br />

As lavouras de café vem apresentando, neste adubos do solo. Com isso as plantas ficaram mais<br />

ano, no período de pré e pós-colheita, uma desfolha fracas e sujeitas à cercosporiose, outra causa da<br />

severa das plantas, deixando produtores e técnicos desfolha.<br />

abismados diante do mau aspecto dos cafezais.<br />

O abaixamento da temperatura à noite,<br />

Como se diz, vulgarmente, as lavouras estão alternado com tempo quente durante o dia, na forma<br />

ficando “no pau”, ou seja, só se vê, ao longe, a de um choque térmico, pode, também, ser uma causa<br />

galharia, depois das plantas perderem, quase que <strong>para</strong>lela de desfolha.<br />

completamente, as folhas.<br />

Em resumo,<br />

Quais são as causas dessa desfolha anormal? É pode-se dizer que<br />

a pergunta freqüente. A resposta é baseada no que se plantas fracas, clima<br />

conhece, analisando o que vem acontecendo, f r i o e ú m i d o ,<br />

relativamente ao clima e ao trato dos cafezais. favorecendo o ataque<br />

O clima se apresentou mais úmido no inverno, de doenças tem sido<br />

facilitando a ocorrência de doenças secundárias, os responsáveis pelo<br />

como a phoma/ascochyta e a ferrugem tardia, que mau aspecto dos<br />

causam desfolha.<br />

cafezais, situação<br />

Os tratos tem sido menores, devido à crise de que ocorre mesmo<br />

preços do café. O nível de adubação nas lavouras foi e m t a l h õ e s q u e<br />

reduzido. O excesso de chuvas, principalmente no produziram menos<br />

inicio do ano, agravou essa situação de baixa nesta safra.<br />

nutrição, pois provocou a lavagem (lixiviação) dos<br />

NOVA PUBLICAÇÃO FACILITA<br />

A IRRIGAÇÃO NA<br />

CAFEICULTURA FAMILIAR.<br />

O livro “utilização da aspersão em malha na<br />

cafeicultura familiar”, dos professores André<br />

Fernandes e L. C. Dias Drumond, da UNIUBE,<br />

recentemente lançado, traz informações completas<br />

sobre as condições técnicas e econômicas <strong>para</strong> facilitar<br />

a irrigação em pequenos projetos.<br />

Trata-se de uma tecnologia simples, que pode<br />

ser montada e operada pelo cafeicultor familiar, muito<br />

adequada a sistemas de plantio de café adensados, ou,<br />

então, em cultivos combinados no cafezal, com bom<br />

aproveitamento das áreas e da água.<br />

Sua apresentação, clara no texto e bem ilustrada,<br />

vai tornar o uso do sistema bastante acessível aos<br />

técnicos da AT, de modo a permitir sua introdução em<br />

novas áreas de cafeicultura<br />

Para obter a publicação, na UNIUBE, pelo tel.:<br />

(34) 33198964 ou e-mail: andre.fernandes@uniube.br<br />

CONVÊNIO MAPA/FUNDAÇÃO<br />

PROCAFÉ APÓIA A<br />

TECNOLOGIA CAFEEIRA.<br />

Foi aprovado um novo convênio entre o<br />

Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a<br />

<strong>Fundação</strong> PROCAFÉ, <strong>para</strong> o programa de<br />

desenvolvimento de tecnologia cafeeira na<br />

região de abrangência da <strong>Fundação</strong>, o Sul de<br />

Minas e regiões vizinhas.<br />

Com isso os trabalhos de pesquisa e de<br />

difusão de tecnologia poderão ser ampliados, na<br />

Fazenda Experimental de Varginha e nos campos<br />

em colaboração.<br />

Os recursos destinados ao programa são de<br />

R$ 280 mil, <strong>para</strong> a manutenção de atividades por<br />

um ano. Eles representam a primeira injeção de<br />

verba pública, vinda do MAPA, <strong>para</strong> a ativação<br />

dos projetos da <strong>Fundação</strong> PROCAFÉ, em apoio à<br />

cafeicultura regional.


PANORAMA 37<br />

TIRO NO PÉ DOS COLHEDORES.<br />

A colheita de café é, tradicionalmente, uma Com varias passadas de colheitadeiras e com<br />

atividade altamente empregadora de mão-de-obra, as recolhedoras de café do chão tem sido possível a<br />

aproveitando todo tipo de trabalhador, das fazendas eliminação do repasse manual. Com isso, uma<br />

ou das cidades, homens e mulheres.<br />

equipe de cerca de 20 trabalhadores equipados pode<br />

Diante de uma estimativa de gasto de cerca de dar conta da colheita em cerca de 200 hectares de<br />

50 homens/dia por ha de lavoura, <strong>para</strong> sua colheita, e café em uma fazenda, quando ali seriam necessários<br />

de um período médio de trabalho de 60 dias nessa de 200 a 300 colhedores.<br />

operação, a cada ano, pode-se calcular que, <strong>para</strong> a É preciso adequar a legislação <strong>para</strong> favorecer a<br />

área cafeeira no Brasil, de 2,4 milhões de hectares, ambas as partes envolvidas no emprego. Do jeito que<br />

seriam empregado cerca de 2 milhões de está pode acontecer, em escala crescente, a<br />

trabalhadores.<br />

substituição dos trabalhadores que, assim, receberão<br />

A colheita de café é um serviço braçal leve, o efeito contrário pretendido pela lei, como se diz<br />

que exige menor esforço, por isso podendo ser feita vulgarmente “um verdadeiro tiro no pé” do<br />

por mulheres e por trabalhadores com pouca força, trabalhador.<br />

dando oportunidade a pessoas que não trabalham<br />

regularmente.<br />

Ocorre que a mão-de-obra vem se tornando<br />

onerosa, pelo seu elevado custo social e exigências<br />

<strong>para</strong>lelas da legislação trabalhista, muitas delas<br />

difíceis de serem atendidas, especialmente diante da<br />

crise atual de preços baixos do café.<br />

Em boa parte por isso, visando reduzir custos,<br />

tem-se observado um rápido crescimento no uso de<br />

m<strong>aqui</strong>nário na colheita de café, onde é viável a<br />

mecanização, seja com colheitadeiras automotrizes,<br />

com derriçadeiras (tratorizadas ou costais),<br />

recolhedores de café do chão etc.<br />

MAIS UM DIA-DE-CAMPO EM VARGINHA.<br />

No dia 08 de junho/04 foi realizado, neste ano cafeicultores líderes.<br />

agrícola, um segundo dia-de-campo na Faz. Exp. da O evento teve a importante colaboração da<br />

<strong>Fundação</strong> <strong>Procafé</strong>, em Varginha. O evento contou Bayer Crop Science, através da regional de Belo<br />

com a presença de 350 participantes, técnicos e Horizonte, que apoiou nas facilidades de locomoção<br />

cafeicultores, dos vários municípios da região Sul e do pessoal e ofereceu um almoço a todos no final da<br />

Oeste de Minas, que vieram conhecer novas técnicas programação.<br />

de manejo da lavoura cafeeira.<br />

As estações de campo enfocaram: poda,<br />

sistema radicular do cafeeiro, controle da ferrugem e<br />

outras doenças e pragas, e levantamento e discussão<br />

dos problemas atuais da lavoura (desfolhas).<br />

O dia-de-campo foi, novamente, um sucesso<br />

de participação, pelo grande número de interessados<br />

e pela sua qualidade, como técnicos recomendantes e


38<br />

ANÁLISE<br />

EXISTE RESISTÊNCIA DA FERRUGEM DO<br />

CAFEEIRO AOS FUNGICIDAS.<br />

Responder, com certeza, à questão se já existe<br />

resistência do fungo causador da ferrugem do<br />

cafeeiro aos fungicidas que vem sendo utilizados é<br />

impossível, pois não se dispõe de trabalhos<br />

específicos de pesquisa visando essa determinação.<br />

O que se pode ver na prática, entretanto, são<br />

alguns produtos fungicidas que não vem<br />

apresentando a mesma eficiência de anos passados,<br />

levando à hipótese da ocorrência de resistência.<br />

É preciso efetuar pesquisas <strong>para</strong> avaliar o nível<br />

de resistência existente, e, ao mesmo tempo, usar<br />

combinações de ativos no controle da ferrugem,<br />

como já vem sendo feito em certos casos, devendo<br />

essa recomendação ser ampliada, até por precaução.<br />

Fungicidas e seus mecanismos<br />

Os fungicidas usados no controle da ferrugem<br />

do cafeeiro foram inicialmente (a partir de 1970)<br />

produtos a base de cobre, até hoje utilizados,<br />

seguindo-se a introdução e uso extensivo dos<br />

fungicidas sistêmicos Triazois (a partir de 1985),<br />

com produtos a base de<br />

Triadimefon, Triadimenol,<br />

Tebuconazole, Cyproconazole,<br />

Propiconazole, Hexaconazole,<br />

Tetraconazole e Flutriafol. Mais<br />

recentemente foram lançados<br />

produtos do grupo das<br />

estrubirulinas.<br />

Os fungicidas cúpricos<br />

agem na ligação das proteínas<br />

do fungo, impedindo o<br />

crescimento do tubo<br />

germinativo dos esporos e,<br />

assim, protegendo as folhas da<br />

entrada do patógeno.<br />

Os fungicidas Triazois<br />

atuam na síntese do ergosterol<br />

do fungo e funcionam como<br />

protetivos e curativos, devido à sua ação sistêmica.<br />

Os fungicidas à base de estrubirulinas atuam<br />

na respiração mitocondrial, possuindo efeito<br />

protetivo/curativo, com ação mesostemica.<br />

Para os fungicidas cúpricos não se conhece<br />

história de resistência dos fungos. Para os Triazois já<br />

ocorre resistência <strong>para</strong> fungos de ferrugens de<br />

alguns cereais. Para estrubirulinas, igualmente, já<br />

existe citação de resistência em outras doenças.<br />

Raças de ferrugem<br />

Os fungos causadores das ferrugens<br />

apresentam, normalmente, muitas raças fisiológicas.<br />

Para o caso de H. vastatrix, causador da ferrugem do<br />

cafeeiro, são conhecidas mais de 50 raças, que são<br />

importantes <strong>para</strong> a seleção de variedades de café com<br />

resistência.<br />

No Brasil, apesar de não existir um trabalho<br />

sistemático de pesquisa de novas raças, já foi<br />

constatada a ocorrência de 13 - 15 diferentes raças de<br />

H. vastatrix. Na India tem-se notícia da ocorrência de


ANÁLISE 39<br />

novas raças, que vem superando a resistência ferrugem do cafeeiro, em ensaios e em aplicações<br />

apresentada pelo Híbrido de Timor, um material comerciais, mostram que a eficiência de alguns<br />

genético de café até então imune a todas as raças. produtos triazóis via solo ocorria inicialmente com<br />

Muitas variedades de cafeeiros no Brasil, doses em torno de 30kg/ha, que, em seguida, foram<br />

desenvolvidas ultimamente, que apresentavam bom sendo elevadas, até atingir 60-80 kg/ha atualmente.<br />

nível de resistência, estão, atualmente, com maior O controle obtido com esses produtos ocorria<br />

nível de ataque de ferrugem.<br />

com uma eficiência de praticamente 100%, hoje em<br />

Embora não exista uma relação direta entre o dia esse nível de eficiência diminuiu bastante.<br />

aparecimento de uma nova raça de ferrugem, que Bons resultados de controle são obtidos nos<br />

quebre a resistência de determinado material últimos anos com formulações de triazois com<br />

genético, e o seu comportamento em relação à estrubirulina ou com associações do controle via solo<br />

resistência a fungicidas, já que se tratam de com a via foliar, com ativos diferenciados.<br />

mecanismos diferentes, deve-se prestar atenção a Tudo leva a crer, portanto, que no controle<br />

esse fato, pois aparecem indícios de que está havendo praticado com triazóis vem ocorrendo uma seleção<br />

uma certa pressão de seleção, seja pelo uso de de fungos tolerantes, cuja infecção aumenta na<br />

material genético resistente, seja pelo uso continuado medida em que aqueles susceptíveis são controlados.<br />

de um grupo de fungicidas.<br />

É preciso, com toda prioridade, efetuar<br />

trabalhos específicos de pesquisa voltados <strong>para</strong><br />

Observações práticas<br />

determinação de resistência de H.vastatrix a<br />

As observações da evolução do controle à fungicidas utilizados em seu controle.<br />

COMO É FEITA A ESTIMATIVA DA SAFRA BRASILEIRA<br />

DE CAFÉ: CIÊNCIA OU ADIVINHAÇÃO.<br />

Falar sobre a importância do conhecimento dos <strong>para</strong>lelas, que mais parecem um exercício de<br />

principais indicadores da produção cafeeira, a futurologia, quase uma adivinhação do que irá<br />

dimensão do parque e as safras é chover no molhado. ocorrer.<br />

Todos sabem que o volume da safra de café no Brasil<br />

afeta, diretamente, a oferta mundial do produto, com TIPOS DE ESTIMATIVA<br />

reflexos nos preços internacionais e, por conseguinte<br />

influi na rentabilidade <strong>para</strong> nossos produtores.<br />

Diante dos trabalhos técnicos e das<br />

Um bom trabalho de estimativa de safra é experiências realizadas na previsão de safras de café<br />

desejável pois traria mais clareza ao mercado, no Brasil pode-se agrupar 2 tipos de estimativa: a<br />

beneficiando, também, o comércio, a indústria, e o objetiva e a subjetiva.<br />

próprio consumidor, enfim toda a cadeia do café. A metodologia objetiva obtém as informações<br />

Mas, como são feitas hoje em dia, nossas estimativas, “ i n l o c o ” , j u n t o a o p r o d u t o r, e m s u a<br />

apesar das melhorias em curso, deixam muitas propriedade,avaliando os dados sobre a área cafeeira<br />

dúvidas, pela falta de uma metodologia adequada, existente, sua produtividade e a safra prevista a<br />

dando espaço <strong>para</strong> uma série de estimativas colher, ou já colhida. Em seguida, esses números são


40<br />

ANÁLISE<br />

e x p a n d i d o s , o b e d e c e n d o à s u a<br />

representatividade na amostragem, <strong>para</strong>, em<br />

conjunto com os outros produtores pesquisados,<br />

chegar-se à produção regional e daí <strong>para</strong> a estadual e<br />

do país.<br />

O plano de amostragem nessa metodologia<br />

deve ser elaborado com processos estatísticos, <strong>para</strong><br />

uma boa representatividade do universo, <strong>para</strong> reduzir<br />

o coeficiente de variação e a margem de erros. Para<br />

isso é necessário, previamente, ter em mãos o<br />

universo dos produtores ou das áreas de café a serem<br />

avaliadas pela amostragem.<br />

No passado, na época do IBC, a amostragem<br />

era efetuada sobre as áreas de café já avaliadas com o<br />

uso de fotografias aéreas comuns (escala de 1:<br />

25.000) como base de amostragem. Os pontos<br />

amostrais eram sorteados e, em seguida, um técnico<br />

conhecedor da região e de café, ia às propriedades<br />

<strong>para</strong> levantar os dados, que depois, de forma<br />

centralizada, eram apurados conforme o plano<br />

estatístico.<br />

A estimativa subjetiva, avalia, como o nome<br />

indica, de forma subjetiva, as opiniões de alguns<br />

componentes da produção cafeeira.<br />

O pesquisador vai à região produtora e<br />

pergunta a produtores, cooperativas, comerciantes e<br />

técnicos, sobre opiniões de como deverá ocorrer a<br />

safra, e, depois, calcula uma média de opiniões. Não<br />

tem, portanto, uma metodologia científica.<br />

MÉTODOS EMPREGADOS PELAS VARIAS<br />

PESQUISAS<br />

Pelas informações disponíveis pode-se<br />

catalogar os trabalhos de previsões de safra no Brasil,<br />

assim:<br />

USDA - Pesquisa subjetiva, com pessoas<br />

visitando as regiões e obtendo informações sobre<br />

estado das lavouras e expectativas de produção.<br />

Empresas de comércio - Tristão, Unicafé e<br />

outras - mesmo sistema subjetivo, usando pessoas<br />

experientes, com visita às áreas produtoras.<br />

CONAB - Atualmente responsável pela<br />

pesquisa de safra oficial do MAPA (em convênio).<br />

Usa sistemas diferentes de acordo com cada<br />

área produtora. No Paraná e em São Paulo obtem<br />

dados dos órgãos ligados às Secretarias de<br />

Agricultura (DERAL ,IEA,CATI), os quais se valem<br />

de amostras estatísticas sobre fotos aéreas e sobre<br />

cadastro de produtores. Existem dúvidas quanto ao<br />

plano de amostras, que ao abranger todas as culturas,


ANÁLISE 41<br />

propriedades amostradas em São Paulo variam exige tempo e recursos significativos. É preciso<br />

a cada ano, o que é prejudicial à estimativa da safra adquirir as fotos e efetuar trabalho de campo <strong>para</strong><br />

cafeeira, onde a variação de produtividade, em anos restituição e interpretação correta de imagens, sendo<br />

seguidos, é muito importante na definição dos que em algumas áreas (montanhosas e pequenas)<br />

resultados.<br />

existe grande margem de erro de geoprocessamento.<br />

No Espírito Santo os dados são obtidos junto à A CONAB está recebendo recursos <strong>para</strong><br />

INCAERP, que usa amostra de propriedades, porem implantar essa nova metodologia. Vamos esperar<br />

o universo inicial é desconhecido.<br />

que, no mais curto prazo, possamos contar com<br />

Na Bahia e Rondônia a metodologia é informações mais precisas, capazes de orientar tanto<br />

semelhante, porem é complementada com as autoridades responsáveis pelas políticas cafeeiras<br />

informações subjetivas, obtidas junto a Associações como os vários segmentos do setor, em suas tomadas<br />

de produtores.<br />

de decisão.<br />

Nos estados pequenos produtores, como Mato<br />

Grosso, Goiás, Pará, Acre, Rio de Janeiro, CAUTELA NÃO FAZ MAL A NINGUÉM<br />

Pernambuco e Ceará, lança-se mão de informações<br />

do IBGE e outras subjetivas.<br />

Enquanto não se tem estimativas melhores<br />

Por ultimo, porem não menos importante, vem resta prestarmos atenção a uma coisa: divulgar<br />

Minas Gerais, responsável por cerca de 50% da resultados de pesquisas sem base é contra a lei, pois<br />

produção cafeeira. Nesse Estado é utilizado um misto uma pesquisa estatística, como o nome indica,<br />

de estatística com subjetividade. Parte-se de uma precisa ter a chancela de um profissional habilitado,<br />

informação do IBGE, que dá, saiba Deus com que no caso um estatístico ou equivalente, conforme<br />

precisão, a produção em cada município. Sobre essas norma do IBGE.<br />

unidades municipais é lançado um plano de Veja o caso das pesquisas eleitorais, que<br />

amostragem, sendo sorteados alguns. Esses recebem envolvem intenções que podem influenciar os<br />

visitas que procuram, com informantes, saber qual resultados das eleições. Veja, igualmente, uma<br />

será a safra naquele ano, naquele município. Os previsão de safra de café superestimada, como pode<br />

dados obtidos são, então, expandidos <strong>para</strong> chegar ao derrubar o mercado e causar prejuízo a milhares de<br />

total regional e no Estado.<br />

pessoas e ao próprio país.<br />

Como se pode ver, existem deficiências nas<br />

metodologias de estimativa, devido à falta de<br />

informações básicas, desconhecendose<br />

o universo, ou seja a área cafeeira<br />

efetiva e os produtores, e, ainda,<br />

reluta-se em empregar métodos de<br />

pesquisa objetiva, a mais adequada.<br />

NOVAS METODOLOGIAS<br />

As novas metodologias hoje<br />

disponíveis poderão ser empregadas<br />

futuramente, consistindo em usar foto<br />

de satélite como base de amostragem,<br />

com trabalho complementar de<br />

levantamento em campo, junto aos<br />

pontos nas propriedades.<br />

Esta metodologia levaria a<br />

informações bastante precisas, porém


42<br />

ENTREVISTA<br />

JOSÉ EDGARD:<br />

MOTIVADOR DO COOPERATIVISMO<br />

José Edgard Pinto Paiva, Eng. Agrônomo,<br />

Cafeicultor, Cooperativista de primeira hora,<br />

sempre buscou soluções de consenso em seu<br />

trabalho junto à assistência técnica à<br />

cafeicultura no Sul de Minas.<br />

José Edgard Pinto Paiva, Engenheiro Com as mesmas idéias ajudou a criar e preside a<br />

Agrônomo, formado pela UFLA em 1965, tem em seu <strong>Fundação</strong> <strong>Procafé</strong>, instrumento <strong>para</strong> execução de<br />

“curriculum” uma enorme contribuição prestada à programas de tecnologia cafeeira em benefício dos<br />

cafeicultura, nesses últimos 38 anos em que está cafeicultores.<br />

ligado, de corpo e alma, ao café.<br />

Vamos ver as opiniões do colega José Edgard.<br />

Entrou <strong>para</strong> o IBC-GERCA em 1966 Revista Coffea: Você, que motiva tanta gente, qual<br />

trabalhando no Programa de Erradicação. Já a partir é sua motivação <strong>para</strong> isso?<br />

de 1968, começou seu trabalho em prol da cafeicultura Existem razões que a própria razão desconhece,<br />

no Sul de Minas. Foi chefe da Divisão Regional de mas a motivação fundamental é fazer o que gostamos<br />

Assistência à Cafeicultura do IBC por 20 anos. Nesse desprovidos de outras intenções que não sejam as de<br />

período ajudou a criar a Fazenda Experimental de trabalhamos com honestidade e despreendimento,<br />

Varginha (em 1976) e dirigiu uma equipe de 40 procurando sempre fazer o melhor.<br />

Engenheiros Agrônomos e 32 Técnicos Agrícolas Revista Coffea: Quais os conceitos e as vantagens<br />

distribuída em 22 Escritórios de Assistência Técnica que vê na estruturação das cooperativas de<br />

na região do Sul de Minas (240 municípios), produtores?<br />

responsável por passar uma safra de 1.000.000 de O conceito fundamental do movimento<br />

sacas em 1970 <strong>para</strong> 7.500.000 em 1990.<br />

cooperativista como um todo é o da “UNIÃO”. As<br />

Sempre foi um chefe motivador e conciliador, vantagens são inúmeras, mais os fundamentos são:<br />

usando suas palavras, calmas e sensatas, como Igualdade, representatividade; compras em comum;<br />

instrumento de convencimento, contornando os vendas em comum; etc.<br />

problemas e buscando, sempre, progredir com Revista Coffea: Com sua larga vivência no café,<br />

soluções concordadas. Esse seu jeito de mineiro, com como cafeicultor, técnico e dirigente, o que falta<br />

veia política, o levou, até a se candidatar, no passado, <strong>para</strong> um maior apoio à cafeicultura?<br />

<strong>para</strong> a Prefeitura de Varginha, coisa que atualmente Falta à cafeicultura independência e<br />

renunciou.<br />

planejamento. O básico <strong>para</strong> a cafeicultura de hoje,<br />

Seu espírito associativista esteve presente em que são os recursos oriundos do FUNCAFÉ, deveriam<br />

toda sua carreira e até hoje persiste, mesmo após sua ser ampliados com outros do próprio setor e, no<br />

aposentadoria do Serviço Público, em 2001. Ajudou a conjunto, a administração deveria ser feita também<br />

criar em 1985, a COCCAMIG - Cooperativa Central pelo setor.<br />

de Cafeicultores de Minas Gerais, que congrega 25 Revista Coffea: Como você vê a assistência técnica<br />

cooperativas, da qual é seu atual presidente. atual ao produtor no Sul de Minas?


ENTREVISTA<br />

É preciso um programa de racionalização e aumento de alguns produtos que são aplicados no<br />

aperfeiçoamento de soluções, especialmente <strong>para</strong> 3 viveiro e no plantio conseguimos reduzir em 1 ano a<br />

áreas: Formação de mudas com qualidade; novos produção no cafeeiro que passou a produzir<br />

plantios, de lavouras racionais; e <strong>para</strong> uso correto de economicamente à partir do 2º ano.<br />

adubos, defensivos, máquinas e equipamentos.<br />

2. Adensamento - com o desenvolvimento da<br />

A atuação poderia ser atrelada a um pesquisa ficou claro <strong>para</strong> todos os produtores que o<br />

“Programas de Custeio Agrícola” onde o produtor tem stand ideal <strong>para</strong> se plantar café, dependendo de cada<br />

assistência técnica e financiamentos, com isso haveria propriedade, é de 5.000 a 10.000 plantas por hectare.<br />

ganhos significativos na introdução de novas 3. Irrigação - com as mudanças climáticas<br />

tecnologias bem como na aplicação mais correta dos ocorridas nos últimos anos a irrigação passou ser um<br />

insumos com aumento da produtividade.<br />

instrumento fundamental na produção e<br />

Numa 3ª fase é importante um Programa de produtividade cafeeira.<br />

Fomento Tecnológico, no qual a Assistência Técnica é 4. Mecanização - com as exigências cada vez<br />

levada mediante uma prestação de serviços.<br />

maiores do governo e dos trabalhadores rurais a<br />

Atualmente a assistência técnica é feita quase mecanização passou a ser fundamental <strong>para</strong><br />

que somente através de diversas entidades sobrevivência na cafeicultura.<br />

cooperativas, com menor atuação da EMATER, Neste aspecto a mecanização da colheita que<br />

Empresas, Universidades e consultores. Perde-se, era o grande gargalo da cafeicultura, passa por<br />

com isso, uma unidade de planejamento e orientação grandes transformações tanto nas áreas planas como<br />

uniforme e fica-se distante do objetivo fundamental nas montanhosas e, em breve, ela será dominante e<br />

da A.T. que é atingir o Homem e à sua família, como terá poucos problemas. Precisamos, como na<br />

um todo, e no nosso caso específico, o cafeicultor. indústria, sistematizar as atividades e melhorar e<br />

Revista Coffea: Em sua opinião como deve ser feito baratear o custos das máquinas.<br />

o desenvolvimento e a difusão de tecnologia Outra idéia que deverá sofrer uma grande<br />

cafeeira?<br />

transformação é a do preparo do café, que devido às<br />

Existem diversas maneiras de se fazer difusão exigências cada vez maiores dos consumidores,<br />

ou seja através: de assistência individual; palestras; deverá se adequar a esta nova realidade.<br />

encontros; reuniões; dias de campo; vídeos e 5.Transporte - os produtores bem como as<br />

televisão.<br />

cooperativas e empresas de comercialização interna<br />

A melhor forma de difusão é a individual, que do produto, também nesta década, deverão passar por<br />

se torna impossível devido ao enorme número de uma intensa transformação.<br />

produtores existentes e o de maior alcance é a O café deverá ser comercializado como milho,<br />

televisão. No entanto, dentro de cada situação. Mais soja e etc à granel, em Big Bag, sendo depositados em<br />

importante é o conteúdo da difusão, que tem que ser a silos.<br />

mais correta e objetiva possível, de preferência 6. Comercialização - cada vez mais no mundo,<br />

através de pesquisa já testada na região.<br />

tanto na área de comercialização de insumos como na<br />

Revista Coffea: Qual o futuro ou as tendências de de grãos, existe uma intensa concentração de<br />

mudança na lavoura cafeeira?<br />

empresas, que deixa cada vez mais vulnerável o setor<br />

Esta assistência atual possui vantagens e produtivo.<br />

desvantagens, mas perde muito na pulverização de A única forma de se contrapor a esta tendência<br />

idéias e interesses o quanto no nosso entender seria é a união dos produtores em cooperativas que também<br />

muito importante que a assistência fosse prestada com deverão passar por uma intensa transformação de<br />

uma sintonia total de: Pesquisa, crédito e assistência custos, entendendo-se elas deverão trabalhar quase<br />

técnica.<br />

como “empresas virtuais” , com uma central que<br />

A cafeicultura vem passado por uma deveria fazer parte comercial de insumos e grãos<br />

transformação muito grande desde o plantio até a atuando tanto na importação, exportação e<br />

comercialização.<br />

comercialização interna.<br />

As principais transformações no nosso 7. Conclusão - só permanecerão no mercado os<br />

entender são os seguintes:<br />

produtores e empresas que trabalharem no mercado<br />

1. Produção Econômica Antecipada - com o com qualidade, freqüência e preços competitivos.<br />

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PRODUTOS E EQUIPAMENTOS<br />

NOVAS FORMULAÇÕES DE FUNGICIDAS CÚPRICOS<br />

Os fungicidas à base de cobre são os fungicidas de cobre, sempre com a característica de<br />

mais antigos, os primeiros que foram usados no liberação gradual desse metal, essencial <strong>para</strong> seu<br />

controle de doenças na época, com a utilização da funcionamento. A calda bordaleza (complexo de<br />

calda bordaleza, em vinhedos na Europa. sulfato de cobre e cal), sulfato tribásico de cobre,<br />

Para a cultura do café o uso desses produtos teve oxi-cloreto de cobre, óxido cuproso e hidróxido<br />

inicio com a constatação da ferrugem, em 1970, de cobre são os mais comuns.<br />

sendo bastante empregados, pois controlam Duas novas marcas ou formulações à base de<br />

também outras doenças, como a cercosporiose, e hidróxido de cobre entraram no mercado<br />

tem efeito tônico-nutricional anti-etileno, recentemente, o produto Garra, da Empresa<br />

reduzindo as desfolhas do cafeeiro. Alem disso Oxiquimica, e o Kocide, da Dupont. Ambas tem<br />

são de menor custo e, até o momento, não tem conteúdo de 45% de cobre metálico e são<br />

aparecido resistência dos fungos a eles. indicadas <strong>para</strong> controle de ferrugem, em doses<br />

Existem várias formulações de fungicidas à base entre 1,7 e 2,3kg/ha.<br />

SISTEMAS MECANIZADOS PARA APLICAÇÃO DE<br />

FORMULAÇÕES / FUNGICIDAS, VIA LÍQUIDA, NO SOLO.<br />

As aplicações de fungicidas (Triazóis), liquido, que vai, por uma pequena mangueira, até<br />

inseticidas (neonicotinóides) ou formulações o terminal com um bico leque, adaptado<br />

mistas (inseticida/fungicida) vinham sendo localmente ou a Empresa MECMAQ ,de<br />

utilizadas nas lavouras cafeeiras sob a forma de Piracicaba-SP (home: www.mecmaq.com.br )<br />

produto granulado, através de granuladeira fornece o kit completo.<br />

tratorizada ou de matraca (manual).<br />

O 2º sistema está sendo promovido pela Empresa<br />

Nos últimos anos foram desenvolvidos Syngenta. Ele consta da adaptação de um braço<br />

dispositivos <strong>para</strong> uso desses produtos via líquida, lateral no aplicador de herbicidas PH400 ou<br />

no solo. Para aplicações manuais foram então fixada na própria estrutura (no meio) do<br />

disponibilizados a matraca-liquida e lanças trator. O liquido sai por um bico com boa<br />

especiais <strong>para</strong> adaptação no pulverizador costal pressão, que distribui em um filete contínuo<br />

manual.<br />

próximo ao tronco do cafeeiro, nesse caso com<br />

Agora dois sistemas foram adaptados <strong>para</strong> uso de uma só passada por linha de cafeeiro<br />

via liquida em equipamentos tratorizados. O sistema liquido oferece algumas vantagens<br />

O 1º sistema usa a própria estrutura da como a) aplicação mais precisa; b) com maior<br />

granuladeira, substituindo o depósito de grânulos rendimento operacional; c) pode-se aplicar em<br />

por um tanque (200-300L). Uma pequena bomba dias úmidos ou em solo secos e não depende de<br />

elétrica, ligada à bateria do trator, bombeia esse retirada de folhas do chão.


DESENVOLVENDO E DIFUNDINDO<br />

A TECNOLOGIA CAFEEIRA<br />

No princípio foi apenas uma idéia, que aos poucos foi técnicos ligados à pesquisa e à AT. Também tem sido<br />

se fortalecendo e cumprindo seu papel de reunir e muito importante a contribuição dos cafeicultores,<br />

divulgar os resultados das pesquisas em café, com a sua capacidade de inovar.<br />

juntando os técnicos de desenvolvimento, aqueles de O Congresso começou em plena crise, motivada pela<br />

difusão e os produtores, visando a melhoria da constatação da ferrugem do cafeeiro, no início da<br />

cafeicultura.<br />

década de 1970. A safra de café no Brasil, naquela<br />

Valeu a pena chegar <strong>aqui</strong>. Vale, também, continuar. época, era de apenas 22 milhões de sacas.<br />

Reunindo os 29 congressos anteriores foram Enfrentamos esse problema e outros, como a geada<br />

divulgados 4876 trabalhos, versando sobre as de 1975 e chegamos a uma safra média atual de 35<br />

principais áreas de estudo da cultura cafeeira. Esses milhões de sacas, gerando rendas e empregos.<br />

trabalhos foram básicos <strong>para</strong> a renovação de cafezais Nos últimos anos os recursos <strong>para</strong> a pesquisa foram<br />

e com avanços significativos.<br />

ampliados, com verbas geradas pelo próprio setor<br />

Novos sistemas de plantio, variedades, práticas de cafeeiro (FUNCAFÉ). Precisamos continuar a<br />

manejo e preparo do café estão disponíveis, com a melhorar o trabalho de apoio tecnológico à<br />

necessária segurança. Novas regiões cafeeiras foram cafeicultura.<br />

abertas e consolidadas. Outras estão em MAPA PROCAFÉ, FUNDAÇÃO PROCAFÉ, EMBRAPA<br />

desenvolvimento. Tudo isso, em grande parte, é fruto CAFÉ, UFLA, UNIUBE, SECR. AGR. MG e Institutos e<br />

da massa de conhecimentos e de experiências dos Empresas de Pesquisa e Colaboradoras.

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