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o colecionador de obras raras o colecionador de obras raras

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José Mindlin:<br />

o <strong>colecionador</strong> <strong>de</strong> <strong>obras</strong> <strong>raras</strong><br />

O empresário fala <strong>de</strong> sua paixão pelos livros em uma <strong>de</strong> suas últimas entrevistas<br />

Re<strong>de</strong>s sociais atraem<br />

a atenção dos brasileiros JANEIRO-FEVEREIRO-MARÇO/2010<br />

Você sabe o que<br />

é a Geração Y?


2 | | JAN/FEV/MAR – 2010


Um homem raro<br />

Esta edição homenageia uma gran<strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> nacional, o<br />

empresário e bibliófilo José Mindlin, morto em 28 <strong>de</strong> fevereiro último,<br />

aos 95 anos. Ele nos ofereceu um <strong>de</strong>licioso <strong>de</strong>poimento no final do<br />

ano passado. Tal como o personagem <strong>de</strong> O Último Portal – filme<br />

estrelado por Johnny Deep –, o ex-empresário <strong>de</strong> sucesso, fundador<br />

da empresa Metal Leve, um marco no mundo dos negócios brasileiro,<br />

<strong>de</strong>dicou-se a colecionar livros raros, como a primeira edição <strong>de</strong> O<br />

Guarani, <strong>de</strong> José <strong>de</strong> Alencar, que encontrou em Paris, em 1969. Como<br />

ele mesmo nos contou, sem que percebesse, o livro caiu <strong>de</strong> sua pasta<br />

quando regressava para casa. Ao se preparar para mostrar o livro à<br />

mulher, percebeu que o per<strong>de</strong>ra, mas estava feliz pelo simples fato<br />

<strong>de</strong> ter encontrado uma rarida<strong>de</strong>. Por fortuna, o livro foi <strong>de</strong>volvido três<br />

dias <strong>de</strong>pois.<br />

Mindlin era dono <strong>de</strong> uma espetacular biblioteca com cerca <strong>de</strong> 20<br />

mil títulos, verda<strong>de</strong>iro tesouro, e assim cuidada por este homem, que<br />

era uma pessoa diferenciada e generosa. Ele doou em vida o acervo<br />

que colecionou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os 13 anos à Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, que<br />

se comprometeu a construir um edifício para este fim. Em um mundo<br />

caracterizado pela superficialida<strong>de</strong>, com celebrida<strong>de</strong>s fabricadas por<br />

qualquer motivo banal, Mindlin era um <strong>de</strong>sses homens raros que<br />

quase não são mais encontrados, infelizmente.<br />

Muito simpático, como atesta a autora da entrevista, a jornalista<br />

Rita Gallo, o leitor que porventura não o conheceu, com certeza, ficará<br />

encantado com o empresário <strong>de</strong> sucesso que conciliava a paixão pelos<br />

livros e os negócios. Já aposentado, po<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar-se por inteiro ao<br />

que mais gostava. Mindlin tinha gran<strong>de</strong> vitalida<strong>de</strong>, apesar da ida<strong>de</strong><br />

avançada, e, por nossa sorte, nos brindou dando-nos o prazer <strong>de</strong> seu<br />

<strong>de</strong>poimento, que inclui o início da carreira <strong>de</strong> jornalista, seu primeiro<br />

emprego, ainda na adolescência, sua trajetória como advogado, homem<br />

<strong>de</strong> sucesso no mundo dos negócios e <strong>de</strong> <strong>colecionador</strong> <strong>de</strong> livros.<br />

Conheci Mindlin pessoalmente e nos tornamos gran<strong>de</strong>s amigos. Era um<br />

homem extraordinário.<br />

Hoje, uma nova geração ingressa no mercado <strong>de</strong> trabalho. Conhecida<br />

por Geração Y, é ávida por galgar rapidamente os mais elevados<br />

postos da carreira. Em matéria <strong>de</strong>sta edição, traçamos o perfil<br />

<strong>de</strong>sses jovens que atraem a atenção das empresas, preocupadas em<br />

potencializar suas capacida<strong>de</strong>s. Eles estão ligados nas novas tecnologias.<br />

Mas o que atrai exatamente os brasileiros à internet? Fomos<br />

saber em uma pesquisa sobre o perfil nacional <strong>de</strong> navegadores que,<br />

hoje, preferem as chamadas re<strong>de</strong>s sociais, como o Orkut, Facebook e<br />

Twitter, mais do que os sites <strong>de</strong> conteúdo adulto. Isso tudo é apenas<br />

uma pequena mostra do que vem pela frente. Desfrutem.<br />

Orestes Quércia<br />

Presi<strong>de</strong>nte da Panamby Empreendimentos e Participações Ltda.<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 3


NOTAS |<br />

CONTROLE DE ACESSO<br />

CORAL DOXA<br />

Alegria e <strong>de</strong>scontração na apresentação<br />

do Coral Doxa no piso Shopping<br />

do Centro Empresarial <strong>de</strong> São<br />

Paulo. O coral se apresenta <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

2002 em igrejas, teatros, escolas, faculda<strong>de</strong>s,<br />

asilos, hospitais, shoppings,<br />

praças, ruas, órgãos do governo, em<br />

diversas cida<strong>de</strong>s e estados do Brasil.<br />

4 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

O Centro Empresarial <strong>de</strong> São Paulo está se preparando para inaugurar o novo<br />

sistema <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> acesso. Com seis novos anexos, 14 elevadores, o novo sistema<br />

vai funcionar nos níveis dos jardins, do shopping e do piso Panamby. Ele será formado<br />

por catracas e sistema <strong>de</strong> circuito fechado <strong>de</strong> televisão (CFTV). Nas entradas <strong>de</strong> cada<br />

bloco serão colocados totens, on<strong>de</strong> pessoas pré-autorizadas po<strong>de</strong>rão fazer a emissão<br />

<strong>de</strong> crachás para a entrada nos prédios, principalmente os visitantes autorizados.<br />

EXPOSIÇÃO<br />

O final <strong>de</strong> ano no Centro Empresarial<br />

<strong>de</strong> São Paulo foi marcado por<br />

diversos eventos no piso Shopping.<br />

Um dos <strong>de</strong>staques foi a exposição das<br />

<strong>obras</strong> <strong>de</strong> Norma Tamaoki. A mostra<br />

da artista plástica já virou tradição. O<br />

sucesso foi tanto que foi preciso prorrogar<br />

a exposição por mais dois dias.<br />

Um mural que ela expôs foi presenteado<br />

ao Bunkyo.


08<br />

NEGÓCIOS<br />

EXPEDIENTE<br />

SUMÁRIO<br />

ENTREVISTA<br />

10<br />

16<br />

ESPECIAL<br />

QUALIDADE DE VIDA<br />

COMPORTAMENTO<br />

18 22<br />

TURISMO<br />

O3 EDITORIAL | 13 SAÚDE | 20 TECNOLOGIA | 32 CULTURA<br />

Panamby Empreendimentos e Participações Ltda.<br />

PRESIDENTE: Orestes Quércia DIREÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: Alvino José <strong>de</strong> Oliveira e Sidnei Bertazzoli CENTRO EMPRESARIAL SP NEWS: JANEI-<br />

RO-FEVEREIRO-MARÇO/2010 EDIÇÃO, PRODUÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Diferencial Assessoria & Comunicação JORNALISTA RESPONSÁVEL: Lucimar<br />

Franceschini (MTb. 889/5/137 DF) EDITOR CHEFE: Silvano Tarantelli (MTb 14.492) REDAÇÃO: Fernando Caldas COLABORADORES: Rita Gallo, Davi<br />

Brandão, Reinaldo Domingos e Roberto Shinyashiki COMERCIALIZAÇÃO: Mart Bureau e Editora Tel.: 3815-5566 ramal: 27 FOTOS: Paulo Bareta<br />

e Márcia D’Ambrósio IMPRESSÃO: Arvato Digital Services CONDOMÍNIO CENTRO EMPRESARIAL DE SÃO PAULO: Av. Maria Coelho Aguiar, 215<br />

Bloco B ASSESSORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS: Patrícia De La Sala Tel.: (11) 3741-6685 /Fax: (11) 3741-5152. CENTRO EMPRESARIAL SP NEWS<br />

é uma publicação do Centro Empresarial <strong>de</strong> São Paulo, com distribuição gratuita interna e via postal para executivos, clientes, fornecedores e<br />

formadores <strong>de</strong> opinião. Todos os textos são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> do Centro Empresarial, sendo que os assinados são <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da revista. É proibida a reprodução completa ou parcial do conteúdo <strong>de</strong>sta publicação<br />

sem autorização prévia. Envie sua opinião, crítica ou sugestão para a redação: revista@centroempresarialsp.com.br<br />

6 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

32


Crédito consignado cresceu<br />

assustadoramente em 2009<br />

REINALDO DOMINGOS<br />

Hoje, muitas empresas já permitem que<br />

seus colaboradores realizem empréstimos com<br />

<strong>de</strong>sconto em folha <strong>de</strong> pagamento, chamado<br />

crédito consignado. Contudo, o que era para ser<br />

um benefício está crescendo assustadoramente<br />

e se tornando uma das principais formas <strong>de</strong><br />

endividamento da população.<br />

Segundo dados do Banco Central, houve<br />

um forte crescimento <strong>de</strong> 34,6% em todo ano<br />

passado nessa modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crédito. Em valores,<br />

o volume total do crédito consignado ao fim<br />

<strong>de</strong> 2009 somou R$ 106 bilhões, contra R$ 78,8<br />

bilhões no fechamento <strong>de</strong> 2008.<br />

Assim, é importante que as empresas disponibilizem<br />

esse produto aos colaboradores,<br />

com cautela e alguns cuidados, tendo a preocupação<br />

<strong>de</strong> não combater apenas o efeito e sim<br />

a causa do problema do endividamento, gerada<br />

pela falta do conhecimento da educação<br />

financeira. Caso isto não seja observado, esse<br />

benefício certamente irá agravar ainda mais o<br />

problema financeiro e po<strong>de</strong> se tornar uma “bola<br />

<strong>de</strong> neve”.<br />

Hoje, a preocupação das empresas, por meio<br />

dos seus responsáveis <strong>de</strong> recursos humanos, é<br />

a <strong>de</strong> buscar ferramentas <strong>de</strong> finanças pessoais<br />

para capacitar os colaboradores na reeducação<br />

financeira, pois isso certamente dará a eles a<br />

condição básica <strong>de</strong> inserir um novo comportamento<br />

e hábito no uso do dinheiro que passa e<br />

passará por suas mãos.<br />

Mas o que é o crédito consignado? É uma<br />

forma <strong>de</strong> os trabalhadores terem acesso a<br />

empréstimos com taxas <strong>de</strong> juros mais baixos<br />

que os cobrados no cheque especial, cartão <strong>de</strong><br />

crédito e crédito pessoal. Ele traz mais garantia<br />

para a instituição financeira porque é pago<br />

mensalmente por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconto na folha<br />

<strong>de</strong> pagamento no próprio holerite do trabalha-<br />

Reinaldo Domingos<br />

dor, fazendo com isto que o trabalhador receba<br />

seu salário já <strong>de</strong>duzido da prestação <strong>de</strong>vida ao<br />

banco. O valor máximo das prestações é <strong>de</strong> até<br />

30% do salário líquido mensal. Assim, essa po<strong>de</strong><br />

ser uma das estratégias para sair das dívidas<br />

<strong>de</strong> juros altos, mas não <strong>de</strong>ve ser objeto <strong>de</strong> utilização<br />

contínua. É preciso ter consciência <strong>de</strong> que<br />

trocar um credor por outro po<strong>de</strong> ser uma gran<strong>de</strong><br />

armadilha para o endividamento contínuo.<br />

As empresas que se utilizam <strong>de</strong>sta linha<br />

<strong>de</strong> crédito <strong>de</strong>vem elaborar um estudo mais <strong>de</strong>talhado<br />

para analisar a causa do problema. É<br />

muito comum ouvir: ganho pouco, meu dinheiro<br />

não dá para chegar ao final do mês, acabo<br />

utilizando meu limite <strong>de</strong> cheque especial, entre<br />

outras. Para isso o Instituto <strong>de</strong> Educação Financeira<br />

DiSOP promove não um curso, e sim um<br />

programa <strong>de</strong> educação financeira que abrange<br />

diversas etapas a serem aplicadas junto aos<br />

colaboradores, entre elas, teste para analisar a<br />

FINANÇAS<br />

situação financeira <strong>de</strong> cada trabalhador, leitura<br />

do livro Terapia Financeira (Editora Gente), como<br />

dispor <strong>de</strong> apontamento <strong>de</strong> <strong>de</strong>spesas diárias<br />

para que o trabalhador possa saber para on<strong>de</strong><br />

está indo cada centavo <strong>de</strong> seu dinheiro, seguido<br />

<strong>de</strong> cursos práticos ou intensivo <strong>de</strong> educação<br />

financeira e outros recursos que certamente farão<br />

com que cada trabalhador possa enten<strong>de</strong>r<br />

que educação financeira é feita pela mudança<br />

<strong>de</strong> hábitos e costumes e não apenas por meio<br />

<strong>de</strong> planilhas e da matemática.<br />

É preciso mostrar para o trabalhador que<br />

tomar um empréstimo <strong>de</strong>ve ser um ato responsável,<br />

acompanhado da avaliação dos reflexos<br />

que terá. Imagine alguém que não consegue<br />

manter seu padrão <strong>de</strong> vida com o que ganha<br />

líquido mensalmente e que, no momento, em<br />

que contrai um empréstimo consignado, terá<br />

até 30% menos do seu salário líquido. Se antes<br />

não conseguia manter o equilíbrio financeiro<br />

com o total <strong>de</strong> salário, imagine <strong>de</strong>pois que contrair<br />

empréstimos.<br />

É preciso combater a causa do ciclo vicioso<br />

do endividamento e construir uma nova geração<br />

<strong>de</strong> pessoas e famílias educadas e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes<br />

financeiramente. Duas são as frentes<br />

que julgo vital para este processo, são elas: as<br />

empresas e as escolas. Portanto, recomendo<br />

que, antes mesmo <strong>de</strong> oferecer benefícios aos<br />

colaboradores, é importante dar a percepção <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> as ações corretivas e preventivas serão <strong>de</strong><br />

melhor <strong>de</strong>sempenho e eficácia. Pois, como diz o<br />

velho ditado: “prevenir é melhor que remediar”.<br />

Reinaldo Domingos - Educador e Terapeuta<br />

financeiro. Também é autor do livro “Terapia<br />

Financeira” - (Editora Gente), e criador da Metodologia<br />

DiSOP – Educação Financeira - Presi<strong>de</strong>nte<br />

do DiSOP Instituto <strong>de</strong> Educação Financeira<br />

– (www.disop.com.br).<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 7


NEGÓCIOS |<br />

Novos negócios, novos espaços<br />

Empresas expan<strong>de</strong>m áreas <strong>de</strong> ocupação <strong>de</strong>ntro do Centro Empresarial <strong>de</strong> São Paulo<br />

Quando as empresas ampliam seu volume<br />

<strong>de</strong> negócios, elas, geralmente, precisam contratar<br />

mais gente e ampliar seus espaços. O<br />

Centro Empresarial <strong>de</strong> São Paulo tem testemunhado<br />

o crescimento da ativida<strong>de</strong> econômica<br />

<strong>de</strong> empresas que procuram novas áreas <strong>de</strong><br />

locação para expandir suas instalações.<br />

No final do ano passado, a MHA Engenharia<br />

e a TOTVS Triah foram duas das organizações<br />

que expandiram seus espaços <strong>de</strong>ntro do Centro<br />

Empresarial <strong>de</strong> São Paulo, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> avaliarem<br />

criteriosamente as vantagens <strong>de</strong> ampliar suas<br />

áreas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ntro do condomínio.<br />

A MHA transferiu-se do Bloco E, on<strong>de</strong> dispunha<br />

<strong>de</strong> 1 mil m2 no oitavo andar e mais 400<br />

m2 no subsolo, para ocupar um andar inteiro<br />

no Bloco F. A nova área tem 2.880 m2 . “Estamos<br />

dobrando nossa área <strong>de</strong> ocupação. Vamos<br />

8 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

centralizar nossas ativida<strong>de</strong>s em um andar só”,<br />

diz o diretor e sócio fundador da MHA, Eduardo<br />

Luiz <strong>de</strong> Brito Neves.<br />

Já a TOTVS Triah, uma das maiores unida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> distribuição dos produtos TOTVS, que é<br />

uma das lí<strong>de</strong>res mundiais em Software Gestão,<br />

ocupava o 4 o andar e passou para uma área <strong>de</strong><br />

1 mil m 2 no 5 o andar do Bloco C, para suprir seu<br />

crescimento, já que hoje aten<strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 400<br />

empresas no Estado <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Vantagens competitivas<br />

A MHA Engenharia funciona no Centro Empresarial<br />

<strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1995. “O que nos<br />

motivou a vir para o Centro Empresarial foram<br />

a segurança, o espaço único, o landscape, a<br />

abertura e visibilida<strong>de</strong>. A amplitu<strong>de</strong> dos espaços<br />

permite trânsito livre, a produção coletiva<br />

Eduardo Luiz <strong>de</strong> Brito Neves, diretor e sócio fundador da MHA Engenharia<br />

e o trabalho conjunto, facilitando a integração<br />

das várias disciplinas <strong>de</strong> engenharia nas quais<br />

atuamos: civil, hidráulica, elétrica, telecom e ar<br />

condicionado”, explica Brito Neves.<br />

Segundo ele, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2006, a empresa vem<br />

tendo um importante crescimento em seu volume<br />

<strong>de</strong> negócios. Ela diversificou muito suas<br />

áreas <strong>de</strong> atuação, como as <strong>de</strong> projetos e gerenciamento.<br />

Ingressou em vários setores, como os<br />

<strong>de</strong> infraestrutura, serviços <strong>de</strong> transporte, hotelaria,<br />

segurança e hospitais e consolidou uma<br />

forte presença no setor <strong>de</strong> petróleo, que já representa<br />

hoje cerca <strong>de</strong> 20% do seu volume <strong>de</strong><br />

negócios. Afora isso, a empresa participará <strong>de</strong><br />

importantes projetos para a Copa do Mundo,<br />

em 2014, e para as Olimpíadas, em 2016. Ela já<br />

está projetando quatro dos novos estádios <strong>de</strong><br />

futebol, dos 12 previstos.


A MHA tem 300 funcionários, dos quais<br />

220 trabalham no Centro Empresarial <strong>de</strong> São<br />

Paulo. “Muita gente trabalhando no mesmo<br />

local começa a gerar certo <strong>de</strong>sconforto. A MHA<br />

sempre foi uma empresa formadora <strong>de</strong> mão<strong>de</strong>-obra.<br />

Chegamos a ter uma escola <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho<br />

<strong>de</strong>ntro da empresa. Recrutamos jovens, os<br />

ensinamos a <strong>de</strong>senhar e, quando estão prontos,<br />

os contratamos ou os <strong>de</strong>volvemos para o<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho. Temos <strong>de</strong> fazer isso <strong>de</strong><br />

novo na engenharia, que carece neste momento<br />

<strong>de</strong> profissionais capacitados. Desenvolvemos<br />

um plano ambicioso <strong>de</strong> criar uma área <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<br />

com formação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra<br />

a partir do ano que vem. Por isso precisamos<br />

<strong>de</strong> um escritório que tenha um pulmão <strong>de</strong> crescimento”,<br />

explica Brito Neves.<br />

A duplicação da área útil da empresa vai<br />

oferecer espaços segregados para os setores<br />

financeiro, <strong>de</strong> tecnologia da informação e diretorias,<br />

além das salas <strong>de</strong> reunião para o atendimento<br />

dos clientes. “Estamos fazendo esse<br />

investimento porque acreditamos que teremos<br />

pelo menos <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> crescimento pela frente.<br />

O país cresceu 4,5% em média nos últimos<br />

Elias Farah, diretor da TOTVS Triah<br />

quatro anos. Enquanto isso, nossa empresa<br />

cresceu 30%, somente no ano passado.”<br />

Segundo o diretor da MHA, a permanência<br />

e ampliação da empresa no Centro Empresarial<br />

<strong>de</strong> São Paulo <strong>de</strong>ve-se a um conjunto <strong>de</strong> fatores<br />

positivos: facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte, com os ônibus<br />

fretados, segurança e condições singulares<br />

do espaço físico. “Além disso, o tamanho <strong>de</strong> laje<br />

dos edifícios, <strong>de</strong> quase 3 mil m 2 , não encontra<br />

similar no mercado imobiliário. Os que se<br />

aproximam disso têm ainda contra si os preços<br />

proibitivos”, completa.<br />

Criativida<strong>de</strong> e economia<br />

Na avaliação do diretor da TOTVS Triah,<br />

Elias Farah, o Centro Empresarial <strong>de</strong> São Paulo<br />

oferece facilida<strong>de</strong>s incomparáveis para os 270<br />

colaboradores da empresa. A oferta <strong>de</strong> restaurantes,<br />

bancos e gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços<br />

é um diferencial importante na hora <strong>de</strong> <strong>de</strong>cidir,<br />

segundo ele.<br />

“Além disso, a localização traz algumas facilida<strong>de</strong>s,<br />

como o transporte operado por ônibus fretados.<br />

Sem falar nos custos, que constituem um<br />

ponto importante para as empresas”, diz Farah.<br />

O tamanho dos escritórios é outra particularida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>stacada pelo diretor da TOTVS<br />

Triah. Os espaços têm dimensões difíceis <strong>de</strong><br />

serem encontradas em outros empreendimentos.<br />

Farah explica que a empresa centraliza no<br />

mesmo espaço o pessoal <strong>de</strong> vendas, do setor<br />

administrativo e financeiro.<br />

Além <strong>de</strong> comercializar softwares da TO-<br />

TVS, a empresa realiza implantações <strong>de</strong> sistema,<br />

consultoria e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> softwares<br />

específicos para aten<strong>de</strong>r as necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> seus clientes. Por isso, tem necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

espaços amplos e flexíveis. Em seu escritório<br />

no Centro Empresarial, a Triah centraliza todo<br />

o seu pessoal <strong>de</strong> vendas e dos setores administrativo<br />

e financeiro.<br />

A Triah também encontrou uma solução<br />

criativa para dispor <strong>de</strong> mais espaço, com baixo<br />

custo. Ela compartilha com a empresa vizinha<br />

algumas áreas <strong>de</strong> uso comum, como salas <strong>de</strong><br />

reunião e <strong>de</strong> treinamento e um ambiente <strong>de</strong><br />

livre acesso <strong>de</strong>stinado ao coffee break. Além<br />

do bem-estar comum, esse espaço permite a<br />

<strong>de</strong>scontração e a convivência dos funcionários e<br />

até a realização <strong>de</strong> novos negócios.<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 9


Um vida <strong>de</strong>dicada aos livros<br />

José Mindlin fala <strong>de</strong> seu amor pela leitura e suas aventuras <strong>de</strong> <strong>colecionador</strong> nesta<br />

entrevista exclusiva para a revista Centro Empresarial SP News, no final do<br />

ano passado. O bibliófilo morreu em São Paulo no dia 28 <strong>de</strong> fevereiro<br />

10 | | JAN/FEV/MAR – 2010


Por Rita Gallo<br />

Fotos: Paulo Baretta<br />

Uma memória prodigiosa e um jeito apaixonado<br />

ao falar <strong>de</strong> livros foram os pontos que<br />

ganharam relevância quando conversei com o<br />

empresário José Mindlin, em <strong>de</strong>zembro passado.<br />

Aos 95 anos, Mindlin lembrou com precisão<br />

o primeiro contato com a literatura e o amor<br />

que moveu a sua procura mundo afora por livros<br />

raros.<br />

Sentado em uma ca<strong>de</strong>ira confortável e la<strong>de</strong>ado<br />

por uma estante que guardava, entre<br />

outras preciosida<strong>de</strong>s, o primeiro volume dos Lusíadas,<br />

<strong>de</strong> Luiz <strong>de</strong> Camões, o empresário contou<br />

<strong>de</strong>licadamente e com muito carinho passagens<br />

curiosas <strong>de</strong> sua vida.<br />

Filho <strong>de</strong> um <strong>de</strong>ntista apaixonado por<br />

artes, Mindlin foi alfabetizado em francês e<br />

inglês, além <strong>de</strong> português. As histórias em<br />

francês da Con<strong>de</strong>ssa De Ségur embalaram<br />

a primeira infância do empresário. “Aos seis<br />

anos, no <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> mostrar aos meus pais que<br />

já sabia ler, peguei um livro na estante e comecei<br />

a murmurar, como se estivesse lendo.<br />

Meu pai me chamou e perguntou o que eu<br />

estava fazendo. Respondi que estava lendo e<br />

ele me mostrou que o livro estava <strong>de</strong> cabeça<br />

para baixo”, contou o empresário, se divertindo<br />

com a lembrança.<br />

“Os livros sempre foram os companheiros<br />

da minha vida”, diz José Mindlin. Ele conta que<br />

a facilida<strong>de</strong> em ouvir uma conversa e ler ao<br />

mesmo tempo também facilitou o contato com<br />

a literatura. “Nas aulas a que assistia na Faculda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Direito do Largo São Francisco, em São<br />

Paulo, levava livros e, enquanto os professores<br />

recitavam longas preleções, eu lia autores brasileiros”,<br />

recordou o empresário.<br />

A primeira profissão<br />

José Ephim Mindlin nasceu em São Paulo<br />

em 1914. Filho do <strong>de</strong>ntista Ephim Mindlin e<br />

<strong>de</strong> Fanny Mindlin, ju<strong>de</strong>us nascidos em O<strong>de</strong>ssa,<br />

teve como primeira profissão o jornalismo. Aos<br />

15 anos e meio, tornou-se repórter do jornal O<br />

Estado <strong>de</strong> São Paulo. “Pedi ao meu pai que conseguisse<br />

um emprego para mim, e ele logo me<br />

chamou para contar que tinha encontrado um<br />

cargo que iria me interessar muito. Segundo<br />

ele, eu iria controlar a entrada <strong>de</strong> caminhões<br />

<strong>de</strong> frutas no Mercado Municipal. Imediatamente,<br />

me senti <strong>de</strong>cepcionado. Mas <strong>de</strong>cidi encarar o<br />

<strong>de</strong>safio, pois eu tinha pedido o trabalho ao meu<br />

pai. Mas qual não foi a minha alegria ao saber<br />

que meu pai estava brincando, pois ele havia<br />

conseguido um trabalho para mim, com a ajuda<br />

<strong>de</strong> Rangel Pestana, no jornal”, contou Mindlin.<br />

“Os livros sempre<br />

foram os<br />

companheiros<br />

da minha vida”<br />

(José Mindlin)<br />

“No jornalismo aprendi a escrever com correção<br />

e clareza para o público em geral. Trabalhei<br />

como repórter e redator por quatro anos e<br />

refiz muitas vezes os meus textos, até atingir o<br />

nível exigido pelo jornal.” Ele acrescentou ainda<br />

que, por meio da profissão <strong>de</strong> jornalista, conheceu<br />

os problemas sociais, humanos e políticos.<br />

A biblioteca <strong>de</strong> Mindlin é repleta <strong>de</strong> literatura.<br />

São volumes raros <strong>de</strong> José <strong>de</strong> Alencar, Castro<br />

Alves, Eça <strong>de</strong> Queiróz, Shakespeare, Guimarães<br />

Rosa, Cecilia Meireles, entre tantos outros. “O<br />

primeiro livro que li em inglês foi As Minas do<br />

| ENTREVISTA<br />

Rei Salomão, <strong>de</strong> H. Ri<strong>de</strong>r Haggard”, <strong>de</strong>stacou o<br />

empresário.<br />

O hábito <strong>de</strong> ler foi compartilhado pela<br />

esposa <strong>de</strong> Mindlin, que costumava ouvi-lo ler<br />

poesias após o jantar. “Durante os 68 anos em<br />

que estivemos casados, eu lia para ela”, disse<br />

Mindlin. Também os filhos do casal participavam<br />

das leituras no final do dia. “No meu enxoval,<br />

eu levei uma pequena biblioteca pessoal,<br />

que foi sendo reunida durante toda a minha<br />

vida <strong>de</strong> solteiro.”<br />

A biblioteca<br />

A biblioteca <strong>de</strong> Mindlin tem cerca <strong>de</strong> 20 mil<br />

títulos e pelo menos o dobro <strong>de</strong>sse número em<br />

volumes físicos. Entre os livros, há <strong>de</strong>s<strong>de</strong> preciosida<strong>de</strong>s<br />

do século XIX até os autores mais<br />

novos, em francês, português e inglês. Há cerca<br />

<strong>de</strong> quatro anos, Mindlin teve um problema <strong>de</strong><br />

visão e passou a contar com os amigos que<br />

liam para ele. Sessões que duravam até três<br />

horas pela manhã e no período da tar<strong>de</strong>. “Só<br />

tive uma experiência com os audiobooks, mas<br />

não foi feliz. Por isso continuo contando com a<br />

ajuda dos amigos para conhecer a mais nova<br />

literatura”, disse ele.<br />

Em uma mostra <strong>de</strong> sua paixão por tipografia<br />

e ilustrações, a biblioteca do empresário<br />

conta com exemplares <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o século XV, encontrados<br />

em sebos, no Brasil e no exterior, e<br />

em catálogos internacionais.<br />

O <strong>colecionador</strong><br />

Mindlin advogou por quinze anos, ativida<strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>ixou para fundar a empresa Metal Leve,<br />

que mais tar<strong>de</strong> se tornou uma potência nacional<br />

no setor <strong>de</strong> peças para automóveis. José<br />

Mindlin <strong>de</strong>ixou a empresa em 1996. Nos últimos<br />

tempos, entre outras ativida<strong>de</strong>s, presidia a Socieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Cultura Artística.<br />

Após sua aposentadoria do mundo empresarial,<br />

Mindlin pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>dicar-se integralmente à<br />

sua paixão, colecionar livros raros. O primeiro<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 11


ENTREVISTA |<br />

livro que adquiriu foi Discours sur l’Histoire Universelle,<br />

<strong>de</strong> Jacques-Bénigne Bossuet, <strong>de</strong> 1740.<br />

“Encontrar o livro raro é tão apaixonante quanto<br />

a procura”, disse o empresário.<br />

Ele contou que uma das gran<strong>de</strong>s aventuras<br />

foi a busca da primeira edição <strong>de</strong> O Guarani, <strong>de</strong><br />

José <strong>de</strong> Alencar. Conhecido <strong>colecionador</strong>, Mindlin<br />

foi avisado por um amigo em Paris, em 1969,<br />

que o livro estava sendo vendido no país. “Não<br />

perdi tempo, e logo consegui comprar a obra por<br />

US$ 4 mil. Mas, na volta para o Brasil, adormeci<br />

e o livro escorregou da minha pasta. Ao chegar<br />

em casa, minha esposa quis saber qual livro eu<br />

estava trazendo para casa. Ao abrir a minha<br />

pasta, nada encontrei. Naquele momento, não<br />

fiquei triste, pois eu tinha consciência que havia<br />

encontrado o livro e isto foi muito importante<br />

para mim. Mas, qual não foi a minha surpresa<br />

ao receber uma ligação, três dias <strong>de</strong>pois, me<br />

avisando que o livro havia sido encontrado.”<br />

O fato provou mais uma vez para Mindlin<br />

que ele não era escravo dos livros, mas um<br />

apaixonado pela busca e pelo encontro com as<br />

<strong>obras</strong>. “Sempre lia catálogos enquanto fazia reuniões<br />

na Metal Leve, on<strong>de</strong> trabalhava em uma<br />

sala com seis outros diretores.” Mais uma vez, o<br />

empresário conseguia ler e trabalhar ao mesmo<br />

tempo. “Cada catálogo que chegava à minha<br />

mesa trazia uma emoção diferente. Logo que<br />

eu encontrava os livros do meu agrado, corria<br />

para comprá-los e o prazer era constante.”<br />

A atuação política, que durou cerca <strong>de</strong> um<br />

ano, como secretário do governo do Estado <strong>de</strong><br />

São Paulo na gestão Paulo Egydio Martins, foi<br />

também um aprendizado, mas não foi marcante<br />

para Mindlin. “Hoje, vejo que o Brasil teve apenas<br />

um verda<strong>de</strong>iro estadista, Getúlio Vargas.”<br />

Em 20 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong> 2006, Mindlin foi eleito<br />

membro da Aca<strong>de</strong>mia Brasileira <strong>de</strong> Letras,<br />

on<strong>de</strong> passou a ocupar a ca<strong>de</strong>ira número 29,<br />

suce<strong>de</strong>ndo a Josué Montello. “Na Aca<strong>de</strong>mia, tenho<br />

gran<strong>de</strong>s amigos.” Para o empresário, que<br />

vive cercado <strong>de</strong> livros em uma ampla casa na<br />

Zona Sul <strong>de</strong> São Paulo, on<strong>de</strong> criou seus filhos, a<br />

leitura enriquece permanentemente o espírito.<br />

“Quem não lê não sabe o que está per<strong>de</strong>ndo.”<br />

12 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

“Cada catálogo que chegava à minha mesa<br />

trazia uma emoção diferente. Logo que eu<br />

encontrava os livros do meu agrado, corria<br />

para comprá-los e o prazer era constante”


| SAÚDE<br />

Saú<strong>de</strong> em gotas<br />

Por Rita Gallo<br />

A agenda sob controle<br />

A qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida está relacionada diretamente<br />

com a administração do tempo. Afinal,<br />

priorizar as ativida<strong>de</strong>s, e realmente executá-las,<br />

fará com que sobre tempo para a família e o lazer.<br />

Christian Barbosa, especialista no assunto,<br />

indica, em cinco passos, como é possível administrar<br />

corretamente a agenda. Anotar as <strong>de</strong>mandas<br />

é a primeira sugestão da lista. “Se você<br />

faz gestão <strong>de</strong> tempo por memória, é provável<br />

que as urgências e esquecimentos tornem-se<br />

rotineiros”, explica Barbosa.<br />

Segundo ele, é muito mais fácil planejar<br />

algo que se consiga visualizar claramente e,<br />

assim, <strong>de</strong>senhar sua estratégia para execução.<br />

“Faça o que chamo <strong>de</strong> ‘Seção Descarrego’. Tire<br />

tudo da cabeça e escreva o que <strong>de</strong>ve ser feito<br />

na agenda ou computador”, diz o especialista.<br />

Tudo na segunda-feira<br />

O segundo passo é “não lotar a segundafeira”.<br />

Para Christian Barbosa, especialista no<br />

assunto, uma segunda-feira mal planejada é<br />

a chave para estragar o restante da semana.<br />

“Se você per<strong>de</strong>r o controle das suas ativida<strong>de</strong>s<br />

no primeiro dia e não recuperar na terça-feira,<br />

dificilmente conseguirá manter o planejamento<br />

semanal”, avisa ele. E acrescenta: “além do que,<br />

você po<strong>de</strong> ter o sentimento <strong>de</strong> improdutivida<strong>de</strong><br />

por não ser capaz <strong>de</strong> finalizar tudo o que<br />

pretendia”.<br />

JAN/FEV/MAR - 2010 | | 13


SAÚDE |<br />

Dia planejado<br />

O terceiro passo é antecipar os compromissos<br />

diários. “O planejamento <strong>de</strong>ve ser feito<br />

com antecedência. Isso significa que você <strong>de</strong>ve<br />

pensar nas suas ativida<strong>de</strong>s três dias antes <strong>de</strong><br />

elas acontecerem, caso contrário será quase impossível<br />

reduzir as urgências previsíveis”, afirma<br />

o especialista em administração do tempo.<br />

Longe do e-mail<br />

O quarto e penúltimo passo é não traba-<br />

lhar por e-mail. “Quem paga seu salário não é<br />

o seu servidor <strong>de</strong> mensagens eletrônicas, logo,<br />

não trabalhe para ele”, avisa Christian Barbosa.<br />

Quem <strong>de</strong>fine a sua rotina é você mesmo, e não<br />

as <strong>de</strong>mandas que chegam pela internet. Ele<br />

acredita que é um gran<strong>de</strong> erro ficar com o correio<br />

eletrônico aberto o tempo todo. “Por isso,<br />

estipule alguns horários por dia para verificar a<br />

sua caixa”, diz o especialista em administração<br />

do tempo.<br />

Sem calendário<br />

Finalmente, o quinto e último passo é não<br />

usar o calendário para anotar tarefas. “Seu dia<br />

possui tarefas (dia específico para serem executadas,<br />

mas não um horário pré-<strong>de</strong>terminado)<br />

e compromissos (ficam na agenda e têm hora<br />

para início e término)”, diz o consultor em administração<br />

<strong>de</strong> tempo. E aponta: “Dessa forma, a<br />

adoção <strong>de</strong> um calendário não é uma boa alternativa”.<br />

Isso porque este método não foi feito<br />

para agendar ativida<strong>de</strong>s ao longo do dia, muito<br />

menos para realocá-las em casos <strong>de</strong> furo.<br />

Bons efeitos da versão amarga<br />

O chocolate amargo tem diversos efeitos<br />

positivos, tais como: 1) aumento dos<br />

níveis <strong>de</strong> óxido nítrico, consi<strong>de</strong>rado um dos<br />

principais combustíveis para a saú<strong>de</strong> dos<br />

nossos vasos sanguíneos; 2) redução da<br />

agregação das plaquetas, ação que é igual<br />

à da aspirina; 3) aumento dos níveis do HDL<br />

– o colesterol bom – entre outras ações antioxidantes;<br />

4) redução <strong>de</strong> marcadores <strong>de</strong><br />

inflamação – lembrando que aterosclerose é<br />

14 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

em g otas<br />

Sau<strong>de</strong><br />

igual a inflamação; 5) redução da resistência<br />

à insulina, facilitando sua ação nas células;<br />

6) aumento do fluxo sanguíneo periférico<br />

(nos membros) e nas artérias do coração; 7)<br />

redução da pressão arterial; 8) aumento do<br />

fluxo sanguíneo cerebral e ativida<strong>de</strong> neuronal<br />

durante uma tarefa cognitiva.<br />

E os efeitos chegam até a pele, com aumento<br />

<strong>de</strong> sua microcirculação sanguínea e<br />

maior nível <strong>de</strong> fotoproteção. O neurologista<br />

Ricardo Teixeira lembra ainda que não é<br />

fácil incluir <strong>de</strong> 50 a 100 gramas <strong>de</strong> choco-<br />

late diários em nosso cardápio <strong>de</strong>vido ao<br />

seu alto valor calórico. “A boa notícia é que<br />

muitos estudos revelaram efeitos positivos<br />

do chocolate amargo mesmo em baixas doses,<br />

como um a dois quadradinhos por dia”,<br />

afirma ele.


Dor <strong>de</strong> cabeça<br />

Doença crônica que atinge mais <strong>de</strong> 15% da<br />

população mundial, a enxaqueca provoca intensas<br />

crises <strong>de</strong> dores <strong>de</strong> cabeça, capazes <strong>de</strong><br />

incapacitar por horas e até dias quem sofre do<br />

problema. Mas, apesar <strong>de</strong> os malefícios causados<br />

se prolongarem durante anos, a enxaqueca<br />

ainda não é encarada com a serieda<strong>de</strong> necessária<br />

e nem tratada corretamente: diagnóstico<br />

errado, uso ina<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> medicamentos e<br />

baixa a<strong>de</strong>são dos pacientes são algumas das<br />

barreiras que impe<strong>de</strong>m o sucesso do tratamento<br />

e po<strong>de</strong>m agravar ainda mais as dores.<br />

Para o neurologista Abouch Krymchantowski,<br />

membro da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Cefaleia<br />

e Fellow da Socieda<strong>de</strong> Americana <strong>de</strong> Dor <strong>de</strong><br />

Cabeça, um dos principais obstáculos para o tratamento<br />

é o diagnóstico equivocado da doença,<br />

que costuma ser confundida como sintoma <strong>de</strong><br />

outros distúrbios, como sinusite e estresse.<br />

“Existe no Brasil uma cultura <strong>de</strong> se pedir exames<br />

em excesso, que não i<strong>de</strong>ntificam o problema,<br />

como tomografias e eletroencefalogramas,<br />

quando a enxaqueca po<strong>de</strong>ria ser facilmente <strong>de</strong>tectada<br />

a partir <strong>de</strong> um exame clínico e da análise<br />

do histórico do paciente, o que poucos médicos<br />

fazem”, explica o especialista, que é editor-associado<br />

da revista Headache, principal publicação<br />

científica internacional sobre dor <strong>de</strong> cabeça.<br />

Cura por medicamentos<br />

O diagnóstico errado das enxaquecas acaba<br />

por levar a um tratamento também incorreto,<br />

agravado pelo fato <strong>de</strong> que a doença ainda é<br />

largamente vista como uma dor passível <strong>de</strong> cura<br />

por medicamentos, em vez <strong>de</strong> uma doença crônica<br />

que <strong>de</strong>manda prevenção das crises e dos<br />

mecanismos cerebrais da dor ao longo <strong>de</strong> anos.<br />

“Na maioria das vezes, são prescritos analgésicos<br />

para serem tomados até que a dor passe,<br />

o que não só é ineficiente como, se feito<br />

em excesso ou com regularida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> fazer<br />

com que a dor se torne diária”, diz Abouch<br />

Krymchantowski , chamando atenção para o<br />

fato <strong>de</strong> que, <strong>de</strong> acordo com estudos patrocinados<br />

pela Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, mais<br />

<strong>de</strong> 50% das pessoas que sofrem enxaqueca<br />

precisam <strong>de</strong> tratamento preventivo, mas menos<br />

<strong>de</strong> 8% efetivamente o recebem.<br />

Obsessão por alimentos saudáveis<br />

A ortorexia é um novo transtorno alimentar<br />

que ainda não tem um diagnóstico<br />

oficial, mas surge quando a pessoa se torna<br />

obsessiva em relação aos padrões daquilo<br />

que come. As pessoas que têm esta doença<br />

têm <strong>de</strong>monstrado <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> alimentação<br />

ligadas a uma obsessão compulsiva por só<br />

comer alimentos saudáveis.<br />

Ao contrário da anorexia ou bulimia, a<br />

pessoa come, mas fica tão obcecada com a<br />

alimentação saudável que chega a ter <strong>de</strong>snutrição.<br />

Segundo o médico Mauro Scharf,<br />

endocrinologista da DASA, os pacientes ortoréxicos<br />

consomem apenas alimentos saudáveis<br />

e analisam compulsivamente o conteúdo<br />

nutricional <strong>de</strong> tudo que ingerem. Calorias, vitaminas<br />

e nutrientes tornam-se o ponto focal<br />

da comida e qualquer alimento consi<strong>de</strong>rado<br />

não-saudável não é consumido.<br />

“Estas pessoas levam a obsessão com o<br />

conteúdo dos seus alimentos ao extremo, e<br />

não se permitem, em circunstância alguma,<br />

um <strong>de</strong>svio do seu programa <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> alimentos<br />

autorizados”, reforça o médico.<br />

Regras dietéticas<br />

Os ortoréxicos po<strong>de</strong>m ficar seriamente<br />

afetados e a comunicação em casa também<br />

po<strong>de</strong> sofrer com isso. A pessoa po<strong>de</strong> começar<br />

a se isolar e se tornar distante à medida que<br />

vai se fixando cada vez mais nas suas regras<br />

dietéticas. Para alguns, a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenhar<br />

trabalhos ou <strong>de</strong> estudar po<strong>de</strong> começar<br />

a <strong>de</strong>clinar.<br />

“A preocupação compulsiva chega a um<br />

ponto que, por exemplo, pensar em quantas<br />

vezes se <strong>de</strong>ve mastigar, acaba <strong>de</strong>ixando pouco<br />

espaço para outros pensamentos, fazendo com<br />

que a concentração e a motivação acabem por<br />

ficar em segundo plano”, explica Scharf.<br />

Como muitos transtornos alimentares, a<br />

ajuda <strong>de</strong> um profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é importante.<br />

Embora a doença não seja tão conhecida como<br />

outros tipos <strong>de</strong> transtorno alimentar, po<strong>de</strong> ter o<br />

potencial <strong>de</strong> ser igualmente séria para a saú<strong>de</strong><br />

como os <strong>de</strong>mais. Os principais sinais da ortorexia<br />

são examinar cada <strong>de</strong>talhe nutricional <strong>de</strong> cada<br />

alimento; só se permitir alimentos saudáveis; ter<br />

dificulda<strong>de</strong>s em comer uma refeição preparada<br />

por outra pessoa; observar e comentar a maneira<br />

como outras pessoas preparam a comida;<br />

analisar diariamente o conteúdo nutricional do<br />

que comeu, esquecendo o prazer em comer;<br />

per<strong>de</strong>r muito peso sem seguir conscientemente<br />

uma dieta e isolar-se socialmente por causa da<br />

dieta saudável.<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 15


ESPECIAL |<br />

A internet no Brasil<br />

Mercado procura i<strong>de</strong>ntificar comportamento dos internautas<br />

Por Rita Gallo<br />

Os internautas brasileiros estão menos interessados<br />

nos conteúdos adultos mostrados na<br />

internet do que os norte-americanos. Enquanto<br />

no Brasil 4% das pessoas que acessam a internet<br />

procuram sites <strong>de</strong> conteúdo adulto, nos<br />

Estados Unidos o número é quase o dobro, 7%.<br />

“Uma das causas para o menor interesse<br />

sobre o assunto no Brasil é o crescimento das<br />

re<strong>de</strong>s sociais virtuais, como o Orkut, o Twitter e<br />

o Facebook”, explica o especialista em comportamento<br />

online Bill Tancer, autor do best-seller<br />

“Click: o que milhões <strong>de</strong> pessoas estão fazendo<br />

on-line e porque isso é importante”.<br />

Estudo da Serasa Experian Hitwise, que fornece<br />

informações sobre a interação <strong>de</strong> 90 mil<br />

pessoas em 60 mil websites no Brasil, revela<br />

que o Google foi a ferramenta utilizada para<br />

95,37% <strong>de</strong> todas as buscas na internet realizadas<br />

no período <strong>de</strong> quatro semanas, finalizado<br />

16 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

em 3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009, no Brasil. Yahoo! Search,<br />

Bing e Ask.com receberam 1,86%, 1,69% e<br />

0,23% das visitas, respectivamente. Os 37 sites<br />

<strong>de</strong> busca restantes listados na ferramenta <strong>de</strong><br />

análise <strong>de</strong> sites <strong>de</strong> busca do Hitwise foram responsáveis<br />

por 0,8% das buscas feitas no Brasil.<br />

Nos EUA, o Google foi a ferramenta utilizada<br />

para 71,08% <strong>de</strong> todas as buscas na internet<br />

no mesmo período em que foi realizada a pesquisa<br />

no Brasil. Yahoo! Search, Bing e Ask.com<br />

receberam 16,38%, 8,96% e 2,56% das visitas,<br />

respectivamente. Os 52 sites <strong>de</strong> busca restantes<br />

listados na ferramenta <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> sites<br />

<strong>de</strong> busca do Hitwise foram responsáveis por<br />

1,04% das buscas feitas nos Estados Unidos.<br />

Interesse dos internautas<br />

O livro <strong>de</strong> Bill Tancer questiona: “quantos <strong>de</strong><br />

nós teriam coragem <strong>de</strong> admitir, numa pesquisa<br />

telefônica, que consomem produtos só para<br />

maiores, e ainda entrar no <strong>de</strong>talhe sobre como<br />

Bill Tancer, autor do best-seller que analisa o comportamento <strong>de</strong> usuários da internet<br />

consomem, por que consomem e tudo o mais?”.<br />

“Se as ações falam mais alto que as palavras, é<br />

preciso verificar os cliques dos internautas para<br />

enten<strong>de</strong>r o mercado. Afinal, é importante saber<br />

quantos, quando, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> e para on<strong>de</strong> está<br />

direcionado o interesse das pessoas hoje”, afirma<br />

o autor.<br />

Ao estudar em <strong>de</strong>talhes o movimento dos<br />

internautas, Tancer <strong>de</strong>scobriu que, aos domingos,<br />

dia <strong>de</strong> ir à igreja, cai o fluxo <strong>de</strong> visitas aos sites <strong>de</strong><br />

conteúdo adulto. Ao mesmo tempo, aconteceu o<br />

aumento das re<strong>de</strong>s sociais na internet.<br />

A internet e as empresas<br />

Pelo lado corporativo, o autor garante que<br />

a ascensão das tecnologias digitais gerou uma<br />

revolução na forma como as empresas se relacionam<br />

com seus clientes. Se, por um lado, esse<br />

contexto resulta no aumento da complexida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> se gerenciar o relacionamento com o cliente,<br />

por outro, gera inúmeras oportunida<strong>de</strong>s no que


se refere à captação <strong>de</strong> informações do comportamento<br />

<strong>de</strong>ste público na web.<br />

Tancer é diretor Mundial <strong>de</strong> Pesquisa da<br />

Experian Hitwise (no Brasil, uma solução da Serasa<br />

Experian Marketing Services), lí<strong>de</strong>r global<br />

em inteligência competitiva on-line. O sistema<br />

Hitwise analisa a interação <strong>de</strong> 25 milhões <strong>de</strong><br />

pessoas em mais <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> sites no mundo.<br />

“A solução permite às empresas enten<strong>de</strong>r<br />

seu <strong>de</strong>sempenho on-line em comparação com<br />

seu setor <strong>de</strong> atuação e seus concorrentes, além<br />

<strong>de</strong> fornecer insights sobre o comportamento do<br />

consumidor na internet”, afirma Tancer.<br />

Publicida<strong>de</strong> on-line<br />

A ferramenta coleta informações sobre a<br />

utilização da internet, <strong>de</strong> forma anônima e agregada,<br />

a partir <strong>de</strong> parcerias com painéis opt-in,<br />

obe<strong>de</strong>cendo às leis <strong>de</strong> privacida<strong>de</strong> locais e internacionais.<br />

A Internet brasileira, com seus 68,5 milhões<br />

<strong>de</strong> usuários e investimentos em publicida<strong>de</strong><br />

on-line quase na casa do bilhão anual, chamou a<br />

atenção da Experian, multinacional irlan<strong>de</strong>sa <strong>de</strong><br />

análise <strong>de</strong> crédito presente em 65 países e no<br />

Brasil <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2007, quando comprou o Serasa.<br />

O Hitwise é <strong>de</strong>stinado a anunciantes interessados<br />

em analisar os melhores locais para<br />

instalar banners e outras formas <strong>de</strong> anúncios<br />

on-line. “É o momento <strong>de</strong> lançar um produto<br />

assim no Brasil”, resume Francisco Valim, presi<strong>de</strong>nte<br />

do Serasa Experian América Latina. De<br />

acordo com o executivo, a meta é fechar o ano<br />

com entre 30 e 40 clientes do Hitwise no país.<br />

Antes restrito a clientes dos Estados Unidos<br />

e Europa, on<strong>de</strong> já movimenta US$ 300 milhões<br />

por ano, a assinatura do Hitwise custa em média<br />

R$ 100 mil por ano. “É só uma pequena<br />

fração do que os clientes potenciais gastam em<br />

São Paulo é eleita a cida<strong>de</strong> mais digital da América Latina<br />

A capital paulista acaba <strong>de</strong> ser apontada<br />

como a cida<strong>de</strong> mais digital <strong>de</strong> toda a América<br />

Latina. Esse é o resultado do estudo feito<br />

pela Motorola e Convergencia Research, que<br />

durou cerca <strong>de</strong> um ano e foi divulgado em<br />

outubro passado.<br />

A pesquisa, que analisou o nível <strong>de</strong> digitalização<br />

<strong>de</strong> 150 cida<strong>de</strong>s em 15 países da<br />

região, levou em conta itens como infraestrutura,<br />

serviços, e-binding e o compromisso assumido<br />

com a redução da <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> digital,<br />

assim como o emprego <strong>de</strong> tecnologias <strong>de</strong><br />

informação e comunicação entre os cidadãos,<br />

empresas e outras instituições públicas.<br />

São Paulo se <strong>de</strong>stacou, principalmente,<br />

nos aspectos governo eletrônico, serviços<br />

disponíveis ao cidadão pela internet, compromisso<br />

com a inclusão digital e pelas aplicações<br />

<strong>de</strong> tele-saú<strong>de</strong> e tele-segurança. Entre<br />

as brasileiras, somente Salvador também<br />

mídia on-line”, garante Valim, <strong>de</strong>stacando que a<br />

instalação da infraestrutura necessária no Brasil<br />

consumiu “alguns milhões <strong>de</strong> reais”.<br />

De acordo com o executivo, o maior diferencial<br />

do Hitwise sobre potenciais concorrentes<br />

é o fato <strong>de</strong> a Serasa não ter qualquer<br />

tipo <strong>de</strong> interesse nos resultados que entrega,<br />

já que não atua com mídia na internet. “Até<br />

o Google usa esse tipo <strong>de</strong> serviço”, revela Valim.<br />

O compromisso do Hitwise, auditado pela<br />

PricewaterhouseCoopers, é não coletar dados<br />

individuais <strong>de</strong> nenhum usuário, mas apenas<br />

dados agregados.<br />

Percentual <strong>de</strong> buscas no Brasil entre as principais ferramentas <strong>de</strong> busca<br />

Domínio<br />

www.google.com*<br />

search.yahoo.com**<br />

www.bing.com***<br />

www.ask.com<br />

Nota: Dados baseados em um período <strong>de</strong> 4 semanas (finalizadas em 3 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2009 e 29 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 2009)<br />

*Inclui buscas efetuadas no Google.com e Google.com.br<br />

**Inclui buscas efetuadas no br.search.yahoo.com e search.yahoo.com<br />

***Inclui buscas efetuadas no Bing.com, Live.com mas não inclui buscas efetuadas no site Club.Live.com<br />

Fonte: Serasa Experian Hitwise<br />

ficou entre as top 25 (12 o lugar). Mérida e<br />

Chihuahua, no México, dividiram a segunda<br />

e terceira posições, e San Luis, na Argentina,<br />

ocupou o quarto lugar. A primeira posição<br />

mundial foi conquistada por Milão, após cinco<br />

anos <strong>de</strong> li<strong>de</strong>rança <strong>de</strong> Nova York.<br />

América Latina digital<br />

1- São Paulo (Brasil)<br />

2/3- Chihuahua (México)<br />

2/3- Mérida (México)<br />

4- San Luis (Argentina)<br />

5- Guadalajara (México)<br />

6- Florida (Uruguai)<br />

7- Santiago (Chile)<br />

8- Bogotá (Colômbia)<br />

9- Chacao-Caracas (Venezuela)<br />

10- Las Con<strong>de</strong>s (Chile)<br />

11- Los Olivos (Peru)<br />

12- Salvador (Brasil)<br />

13- San Joaquín (Chile)<br />

Agosto 2009<br />

95,44%<br />

1,88%<br />

1,65%<br />

0,23%<br />

14- Me<strong>de</strong>llín (Colômbia)<br />

15- Buenos Aires (Argentina)<br />

16/17- Tuxtla 2 (México)<br />

17/17- Viña <strong>de</strong>l Mar 2 (Chile)<br />

18- Boca <strong>de</strong>l Río (México)<br />

19- Marcos Paz (Argentina)<br />

Setembro 2009<br />

95,37%<br />

1,86%<br />

1,69%<br />

0,23%<br />

Variação mês a mês<br />

-0,1%<br />

-0,8%<br />

2,4%<br />

0%<br />

20- Callao (Peru)<br />

21- San Nicolás <strong>de</strong> la Garza (México)<br />

22- San Pedro Garza García (México)<br />

23- Puerto Montt (Chile)<br />

24- La Serena (Chile)<br />

25- Valência (Venezuela)<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 17


QUALIDADE DE VIDA |<br />

A percepção do paulistano sobre<br />

Paulistanos estão mais<br />

satisfeitos com a vida<br />

privada do que com a vida<br />

em comum na cida<strong>de</strong><br />

18 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

O Ibope apresentou no dia 19 <strong>de</strong> janeiro os<br />

resultados da pesquisa do Irbem - Indicadores<br />

<strong>de</strong> Referência <strong>de</strong> Bem-estar no município. O estudo<br />

encomendado pelo Movimento Nossa São<br />

Paulo mostra o baixo nível <strong>de</strong> satisfação dos<br />

paulistanos com a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida ou o bemestar<br />

na cida<strong>de</strong>.<br />

Numa escala <strong>de</strong> 0 a 10, a população paulistana<br />

avalia sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida em geral<br />

com uma média <strong>de</strong> 4,8. A maioria relativa (45%)<br />

da população enten<strong>de</strong> que a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida<br />

ficou estável no último ano, e entre estes o nível<br />

<strong>de</strong> satisfação geral é <strong>de</strong> 4,6.<br />

A pesquisa reúne dados sobre bem-estar<br />

em 25 temas e apura qual é a avaliação do<br />

paulistano sobre a qualida<strong>de</strong> dos serviços públicos,<br />

condições <strong>de</strong> moradia, grau <strong>de</strong> confiança<br />

nas instituições e a percepção da população<br />

sobre a segurança na cida<strong>de</strong>.<br />

Os resultados mostram um maior nível <strong>de</strong><br />

satisfação com aspectos relacionados à vida<br />

privada dos cidadãos, como os relacionamentos<br />

pessoais e familiares. Apontam também a insatisfação<br />

dos paulistanos com a vida em comum<br />

na cida<strong>de</strong>, como a convivência solidária, pacífica<br />

e ética entre cidadãos, as condições ambientais<br />

e a relação dos cidadãos com o po<strong>de</strong>r público<br />

municipal.<br />

“Essa insatisfação se refere àquilo que as<br />

pessoas consi<strong>de</strong>ram fundamental para sua<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, como educação, transporte,<br />

saú<strong>de</strong>. São dados preocupantes e que esperamos<br />

sirvam <strong>de</strong> alerta”, diz o coor<strong>de</strong>nador do Movimento<br />

Nossa São Paulo, O<strong>de</strong>d Grajew.<br />

Quem quer sair?<br />

A insatisfação geral com a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

vida na cida<strong>de</strong> reflete-se na intenção <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar<br />

<strong>de</strong> viver em São Paulo. A pesquisa formulou a<br />

seguinte pergunta: “Caso pu<strong>de</strong>sse, sairia <strong>de</strong> São<br />

Paulo para viver em outra cida<strong>de</strong>?” Respon<strong>de</strong>ram<br />

que sim 57% dos entrevistados. Disseram<br />

que não abandonariam a cida<strong>de</strong> 41%.<br />

A pesquisa mostra uma piora na avaliação<br />

que os paulistanos fazem do po<strong>de</strong>r público, além<br />

<strong>de</strong> confirmar elevados níveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>sconfiança<br />

que os cidadãos têm com relação a diversas instituições<br />

relacionadas direta ou indiretamente à<br />

vida social e política na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.<br />

Já as relações no âmbito privado, com a família<br />

e com os animais, são para o paulistano<br />

um espaço <strong>de</strong> proteção. Os níveis <strong>de</strong> satisfação<br />

com os relacionamentos pessoais e familiares,<br />

vida afetiva e sexual, espiritualida<strong>de</strong> e carreira<br />

profissional <strong>de</strong>mostram essa percepção positiva<br />

da dimensão da vida privada.


a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida na cida<strong>de</strong><br />

Como foi feita a pesquisa<br />

A pesquisa sobre indicadores <strong>de</strong> bem-estar<br />

realizou, numa primeira fase, ampla consulta<br />

pela internet e por meio <strong>de</strong> várias organizações<br />

sociais para i<strong>de</strong>ntificar os principais aspectos<br />

que os paulistanos consi<strong>de</strong>ram importantes<br />

para a sua qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida. Participaram <strong>de</strong>ssa<br />

etapa cerca <strong>de</strong> 37 mil pessoas.<br />

Com base nos itens apontados na primeira<br />

fase, o Ibope Inteligência levantou o nível <strong>de</strong> satisfação<br />

da população com os temas e aspectos<br />

mais citados como importantes para a qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida e o bem-estar na cida<strong>de</strong>. Foram entrevistadas<br />

1512 pessoas, com mais <strong>de</strong> 16 anos.<br />

A pesquisa levantou dados sobre o acesso<br />

a serviços essenciais (água encanada, ligação a<br />

re<strong>de</strong> <strong>de</strong> esgoto, fossa acéptica, coleta <strong>de</strong> lixo,<br />

fornecimento <strong>de</strong> energia elétrica e gás encanado);<br />

serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (proximida<strong>de</strong> <strong>de</strong> postos<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, prontos-socorros, hospitais públicos,<br />

hospitais particulares); serviços <strong>de</strong> educação (escolas,<br />

creches, transporte escolar públicos); segurança<br />

pública (<strong>de</strong>legacia, ronda policial e ronda<br />

escolar); mobilida<strong>de</strong> (transporte público); urbanização<br />

e meio ambiente (rua calçada, iluminação<br />

na porta <strong>de</strong> casa, árvores, áreas ver<strong>de</strong>s próximas);<br />

cultura e lazer (bibliotecas, quadra esportiva,<br />

parques e praças); e finanças (casas lotéricas<br />

e agências bancárias próximas).<br />

Os <strong>de</strong>z aspectos com maior nível <strong>de</strong> satisfação<br />

Relação com sua família (8,0)<br />

Relação com os amigos (7,7)<br />

Acesso ao uso da internet (6,8)<br />

Campanhas <strong>de</strong> vacinação (6,8)<br />

Relacionamento amoroso (6,8)<br />

Prática religiosa (6,7)<br />

Relação com sua comunida<strong>de</strong> (bairro, religiosa etc.) (6,7)<br />

Grau <strong>de</strong> coerência da sua vida em relação aos ensinamentos religiosos (6,7)<br />

Seu trabalho atual (6,5)<br />

Sua perspectiva <strong>de</strong> futuro/crescimento/carreira (6,5)<br />

Os <strong>de</strong>z aspectos com menor nível <strong>de</strong> satisfação<br />

Oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho para a terceira ida<strong>de</strong> (3,5)<br />

Distribuição <strong>de</strong> renda (3,5)<br />

Respeito ao pe<strong>de</strong>stre (3,5)<br />

Segurança no trabalho (3,4)<br />

Forma <strong>de</strong> participação na escolha dos subprefeitos (3,4)<br />

Participação popular em conselho das subprefeituras (3,3)<br />

Acompanhamento das ações dos políticos eleitos ( 2,8)<br />

Transparência dos gastos e investimentos públicos (2,7)<br />

Punição à corrupção (2,6)<br />

Honestida<strong>de</strong> dos governantes (2,3)<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 19


NOTAS |<br />

Tecnologia a serviço da audição<br />

A perda auditiva atinge um gran<strong>de</strong> número<br />

<strong>de</strong> pessoas em todo o mundo. De todas as<br />

<strong>de</strong>ficiências que atingem os sentidos, é ela a <strong>de</strong><br />

maior incidência – estima-se que cerca <strong>de</strong> 500<br />

milhões <strong>de</strong> pessoas (10% da população mundial)<br />

possuem alguma alteração na audição.<br />

A redução ou perda total da audição po<strong>de</strong>m<br />

ter causas diversas: antece<strong>de</strong>ntes familiares,<br />

doenças congênitas ou adquiridas durante a<br />

gestação (infecções pré-natais e uso <strong>de</strong> antibióticos,<br />

droga e álcool), otite (inflamação na orelha<br />

media), traumas (aci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> trânsito, perfuração<br />

por objetos enfiados <strong>de</strong>ntro do ouvido etc.).<br />

Além disso, no mundo mo<strong>de</strong>rno, as pessoas<br />

estão cada vez mais expostas a situações <strong>de</strong><br />

ruídos, sem se dar conta disso. Em quase todas<br />

as situações profissionais e <strong>de</strong> lazer, há sempre<br />

uma ativida<strong>de</strong> sonora. Depen<strong>de</strong>ndo do tempo<br />

<strong>de</strong> exposição e do nível <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> a que se<br />

fica exposto, os ruídos altos e barulho excessivo<br />

também po<strong>de</strong>m causar perda auditiva.<br />

Em geral, a percepção <strong>de</strong> que há algo <strong>de</strong><br />

errado com a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ouvir só acontece<br />

quando a lesão auditiva já está em estado avançado.<br />

A principal limitação das pessoas que sofrem<br />

perdas auditivas está associada à capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> interação social. A <strong>de</strong>ficiência auditiva po<strong>de</strong><br />

acarretar uma série <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> interação<br />

do indivíduo com o meio social. Ao problema<br />

auditivo somam-se outras dificulda<strong>de</strong>s e outras<br />

doenças, como, por exemplo, dificulda<strong>de</strong> para se<br />

20 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

comunicar, pressão alta, <strong>de</strong>pressão, dificulda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> concentração e compreensão etc.<br />

Tecnologia e superação<br />

O avanço da tecnologia tem procurado minimizar<br />

os danos e efeitos das perdas auditivas,<br />

nos diferentes graus em que ela se apresenta.<br />

Com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> microprocessadores<br />

cada vez menores, a tecnologia digital foi introduzida<br />

nos mais mo<strong>de</strong>rnos aparelhos auditivos.<br />

Desse modo, os aparelhos digitais po<strong>de</strong>m ser<br />

programados pelo profissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> auditiva<br />

por meio <strong>de</strong> computador. Os sinais acústicos são<br />

transformados em um código binário em alta<br />

velocida<strong>de</strong> e com enorme precisão, permitindo<br />

assim ajustes às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada pessoa.<br />

Segundo Talita Sunaitis Donini, gerente <strong>de</strong><br />

produtos <strong>de</strong> adaptação pediátrica da Phonak<br />

do Brasil, empresa suíça que <strong>de</strong>senvolve esse<br />

tipo <strong>de</strong> tecnologia, como o tipo e o grau da perda<br />

auditiva variam <strong>de</strong> pessoa para pessoa, há<br />

diferentes mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> aparelhos auditivos.<br />

No centro auditivo da Phonak, instalado no<br />

Centro Empresarial <strong>de</strong> São Paulo, é confeccionada<br />

uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>les, sob medida e<br />

a<strong>de</strong>quados às necessida<strong>de</strong>s pessoais apontadas<br />

pelos médicos. Eles po<strong>de</strong>m ser classificados pelo<br />

<strong>de</strong>sign e pela tecnologia: existem os mo<strong>de</strong>los intra-aurais<br />

(ITE) e os mo<strong>de</strong>los retroauriculares (BTE).<br />

Os intra-aurais são usados <strong>de</strong>ntro do ouvido.<br />

Bem aceitos em termos estéticos, cobrem<br />

Por Fernando Caldas<br />

perdas auditivas <strong>de</strong> leves a mo<strong>de</strong>radas. Os<br />

menores mo<strong>de</strong>los intra-aurais são os CIC (micro-canal),<br />

que po<strong>de</strong>m ser usados inteiramente<br />

<strong>de</strong>ntro do canal, tornando-se quase invisíveis.<br />

Os mo<strong>de</strong>los retroauriculares (BTE), usados atrás<br />

da orelha, são versáteis e potentes e servem para<br />

todos os graus <strong>de</strong> perda auditiva, sendo particularmente<br />

apropriados para casos <strong>de</strong> perda auditiva<br />

severa e necessida<strong>de</strong>s especiais referentes à audição<br />

em difíceis situações auditivas.<br />

Talita Sunaitis Donini


Conectivida<strong>de</strong><br />

Os aparelhos auditivos melhoram a compreensão<br />

da fala em várias situações e dão<br />

suporte a muitas funções do sistema auditivo<br />

humano (localização dos sons, apreciação da<br />

música etc.). Os aparelhos mo<strong>de</strong>rnos oferecem<br />

vários programas, seleção automática <strong>de</strong> programa,<br />

supressor <strong>de</strong> ruído e microfones direcionais<br />

adaptativos. Eles po<strong>de</strong>m, inclusive, ser<br />

operados por controle remoto.<br />

“Hoje, os aparelhos auditivos são dispositivos<br />

que permitem a conectivida<strong>de</strong> e<br />

a interação do usuário com uma série <strong>de</strong><br />

outros equipamentos e situações em que<br />

é exigido ouvir bem. Os aparelhos po<strong>de</strong>m<br />

ser utilizados pareados com outros acessórios.<br />

Todos eles permitem a conectivida<strong>de</strong><br />

via Bluetooth. Isso garante ao usuário uma<br />

liberda<strong>de</strong> muito gran<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong> sonora<br />

muito diferenciada, permitindo escutar sons<br />

que, até pouco tempo, eram muito difíceis<br />

<strong>de</strong> serem percebidos. Eles po<strong>de</strong>m ser utilizados<br />

via iCom, dispositivo que permite a<br />

conexão wireless (sem fio) com equipamentos<br />

<strong>de</strong> mp3, rádios, computadores, celulares<br />

e televisão. Toda a informação é captada<br />

e transmitida via bluetooth. Esse é um diferencial<br />

dos aparelhos mais mo<strong>de</strong>rnos”,<br />

explica Talita.<br />

As situações mais difíceis para o usuário <strong>de</strong><br />

aparelhos auditivos são aquelas em que há distância<br />

da fonte sonora e ruídos que competem<br />

com a informação. Por exemplo, numa roda<br />

<strong>de</strong> conversa, on<strong>de</strong> há mais <strong>de</strong> duas pessoas<br />

conversando, a dificulda<strong>de</strong> para ouvir po<strong>de</strong> ser<br />

o sinal <strong>de</strong> uma perda leve. “Se esse problema<br />

for levado a frente, sem ser consi<strong>de</strong>rado, a <strong>de</strong>ficiência<br />

po<strong>de</strong> chegar a um comprometimento<br />

maior. E quando isso acontece, torna-se mais<br />

difícil resolver”, alerta Talita Donini.<br />

Crianças<br />

Quando se trata <strong>de</strong> crianças, os problemas<br />

com o sentido da audição po<strong>de</strong>m comprometer<br />

seriamente o <strong>de</strong>senvolvimento da fala, a<br />

comunicação e a alfabetização. No entanto, os<br />

déficits auditivos po<strong>de</strong>m em muitos casos ser<br />

corrigidos, se constatados precocemente.<br />

Na sala <strong>de</strong> aula, sempre há ruídos que<br />

competem com o sinal que chega ao aparelho<br />

auditivo. Para esses casos, existem aparelhos<br />

com sistema <strong>de</strong> FM, exclusivo para crianças,<br />

no qual o professor utiliza um microfone e um<br />

transmissor e o aluno, uma peça conectada ao<br />

aparelho que leva a voz do professor diretamente<br />

ao aparelho auditivo, eliminando o fator<br />

da distância e ruídos <strong>de</strong> fundo. O sistema <strong>de</strong><br />

transmissão é totalmente wireless (sem fio).<br />

Para adultos, existem vários outros tipos <strong>de</strong><br />

transmissores que facilitam a comunicação em<br />

situações <strong>de</strong> reunião, conferências e aulas. O<br />

mesmo sistema é bastante utilizado para visitações<br />

em museus, nas quais os visitantes ficam<br />

conectados ao monitor, sem que este precise<br />

elevar a voz para se comunicar com grupos<br />

gran<strong>de</strong>s e sem prejuízo à informação.<br />

Hear the World<br />

O Grupo Phonah <strong>de</strong>senvolve um programa<br />

chamado Hear the World, cujo objetivo é dar<br />

suporte a ativida<strong>de</strong>s científicas e promover a<br />

prevencão <strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> audição. A i<strong>de</strong>ia<br />

é conscientizar as pessoas em todo o mundo<br />

sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se proteger o sentido<br />

da audição.<br />

O programa conta com o apoio <strong>de</strong> vários especialistas,<br />

músicos e artistas <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> reconhecimento,<br />

que apóiam a causa. O tenor e maestro<br />

Plácido Domingo é um dos embaixadores. No<br />

mundo, já foram <strong>de</strong>senvolvidas várias ações <strong>de</strong><br />

conscientização e atenção para a audição.<br />

Gênio infeliz<br />

| TECNOLOGIA<br />

Se Beethoven ouvisse bem, teria sido<br />

um compositor mais ou menos genial do que<br />

foi? Essa é uma pergunta quase impossível<br />

<strong>de</strong> ser respondida. Mas se perguntássemos:<br />

Beethoven teria sido mais feliz do que foi se<br />

pu<strong>de</strong>sse ouvir? A resposta, certamente, seria<br />

sim! O compositor era um surdo que queria<br />

ouvir. Durante anos, procurou minimizar a<br />

perda lenta e progressiva da audição se valendo<br />

<strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> amplificação do<br />

som, como a corneta acústica.<br />

Sua revolta com a <strong>de</strong>ficiência era expressa.<br />

No “Testamento <strong>de</strong> Heilingenstadt”, carta<br />

originalmente <strong>de</strong>stinada aos dois irmãos e<br />

nunca enviada, Beethoven fala sobre seu<br />

<strong>de</strong>sespero com a sur<strong>de</strong>z e reflete sobre<br />

sua arte: “Devo viver como um exilado. Se<br />

me acerco <strong>de</strong> um grupo, sinto-me preso <strong>de</strong><br />

uma pungente angústia, pelo receio que<br />

<strong>de</strong>scubram meu triste estado. E assim vivi<br />

este meio ano em que passei no campo.<br />

Mas que humilhação quando ao meu lado<br />

alguém percebia o som longínquo <strong>de</strong> uma<br />

flauta e eu nada ouvia! Ou escutava o canto<br />

<strong>de</strong> um pastor e eu nada escutava! Esses inci<strong>de</strong>ntes<br />

levaram-me quase ao <strong>de</strong>sespero e<br />

pouco faltou para que, por minhas próprias<br />

mãos, eu pusesse fim à minha existência.<br />

Só a arte me amparou!”<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 21


Marcelo Gonçalves, diretor <strong>de</strong> Operações e Recursos Humanos da Terco Grant Thornton, e Tabatha Dutra, gerente <strong>de</strong> Recursos Humanos da Everis Brasil<br />

Assim caminha a nova geração<br />

Uma nova formação <strong>de</strong> jovens assume o mercado <strong>de</strong> trabalho disposta a ascen<strong>de</strong>r rápido na carreira<br />

Por Rita Gallo nários procuram sempre um feedback <strong>de</strong> seu<br />

Ávidos por trabalhar em uma organização<br />

on<strong>de</strong> possam crescer. Esta é uma das muitas<br />

características da Geração Y, os novos profissionais<br />

que estão chegando todos os dias às<br />

empresas e iniciando suas carreiras. Os jovens<br />

trainees e estagiários, que conseguem colocações<br />

em apertados processos seletivos, <strong>de</strong>senvolveram-se<br />

numa época <strong>de</strong> significativos<br />

avanços tecnológicos e intensas ativida<strong>de</strong>s<br />

escolares e extra-curriculares, que colaboraram<br />

para a sua marcante auto-estima. Esses<br />

jovens eram crianças com múltiplas tarefas e<br />

para alcançar uma vaga em uma universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> prestígio tiveram que competir com milhares<br />

<strong>de</strong> outros alunos. O diretor <strong>de</strong> Operações e<br />

Recursos Humanos da Terco Grant Thornton,<br />

Marcelo Gonçalves, conta que os novos funcio-<br />

22 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

trabalho para manter a melhoria constante <strong>de</strong><br />

seu <strong>de</strong>sempenho. “Para esta geração, a faculda<strong>de</strong><br />

é o começo, não o fim, por isso ela está<br />

sempre estudando”, afirma o diretor.<br />

Ligada nas re<strong>de</strong>s sociais, como Orkut,<br />

Facebook e Twiter, a Geração Y tem o domínio<br />

absoluto das ferramentas <strong>de</strong> Tecnologia<br />

Para a nova geração,<br />

a formação superior<br />

é apenas o início<br />

(Marcelo Gonçalves)<br />

da Informação e tem mais expectativas <strong>de</strong><br />

mudanças profissionais. “Os jovens vêm hoje<br />

para a entrevista <strong>de</strong> recrutamento e seleção<br />

para também validar as empresas on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>rão<br />

trabalhar”, conta Gonçalves. Segundo<br />

ele, os profissionais esperam que as empresas<br />

on<strong>de</strong> vão trabalhar tenham os mesmo<br />

valores que os seus.<br />

A Geração Y acredita que precisa crescer<br />

profissionalmente e que as empresas precisam<br />

garantir ao jovem sua promoção, a<br />

evolução em sua carreira. “Os jovens <strong>de</strong> hoje<br />

buscam oportunida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>safios, numa velocida<strong>de</strong><br />

cada vez maior”, afirma o diretor da<br />

Terco Grant Thornton. Para ele, essa geração<br />

tem uma gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dispersão, por<br />

isso o <strong>de</strong>safio das empresas é dar foco e prumo<br />

para o seu trabalho.


A ótica das empresas atualmente é atrair<br />

e reter os novos talentos do mercado e agregar<br />

valores que possam tornar o trabalho cada<br />

vez mais <strong>de</strong>safiador e atraente. “A presença da<br />

Geração Y nas companhias é transformadora”,<br />

explica Gonçalves. As empresas precisam hoje<br />

se adaptar e evoluir com os jovens e “refinar” a<br />

sua pressa em crescer.<br />

A gerente <strong>de</strong> Recursos Humanos da Everis<br />

Brasil, Tabatha Dutra, acredita que para aten<strong>de</strong>r<br />

essa geração, que contrasta com as anteriores,<br />

como a Geração X e Baby Boomers, as empresas<br />

estão repensando suas práticas <strong>de</strong> gestão, pois<br />

os profissionais da Geração Y buscam um ambiente<br />

on<strong>de</strong> possam <strong>de</strong>senvolver as ativida<strong>de</strong>s<br />

no ritmo veloz e com a simultaneida<strong>de</strong> com que<br />

estão acostumados. ”Os dados apontam para<br />

uma importante mudança <strong>de</strong> cenário”, diz a gerente.<br />

Segundo ela, no passado, as empresas se<br />

preocupavam em buscar bons profissionais no<br />

mercado, já hoje a atenção está voltada para<br />

a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> talentos e <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>de</strong> pessoas na própria equipe. “Nesse contexto,<br />

precisamos preparar os gestores para prover<br />

junto aos jovens recém-formados o coaching<br />

necessário, uma vez que cada dia mais o perfil<br />

<strong>de</strong>sses novos talentos se distancia do mo<strong>de</strong>lo<br />

<strong>de</strong> gestão tradicional a que as organizações estão<br />

habituadas”, enfatiza.<br />

Além da preparação dos gestores, as empresas<br />

também começam a repensar em como acomodar<br />

novas tecnologias, porque a Geração Y<br />

não está interessada em empresas que limitam<br />

o acesso à melhor tecnologia da informação e<br />

querem ter acesso aos hardwares e softwares<br />

que usam na vida pessoal, seja ele Google<br />

Apps ou Macs. Para a gerente da Everis Brasil,<br />

a Geração Y só vem trazer velocida<strong>de</strong> para as<br />

companhias, pois as ativida<strong>de</strong>s e negociações<br />

acabam por correr com maior rapi<strong>de</strong>z, dada a<br />

agilida<strong>de</strong> da própria geração.<br />

Responsabilida<strong>de</strong> e salários<br />

A Geração Y <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra tarefas subalternas<br />

no início <strong>de</strong> suas carreiras e quer assumir<br />

responsabilida<strong>de</strong>s e ter salários compatíveis<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a sua contratação. “Nas empresas em<br />

que os representantes da Geração Y já estão<br />

atuando, po<strong>de</strong>m-se notar características bem<br />

particulares, como por exemplo, a mudança<br />

na percepção da privacida<strong>de</strong>, já que, em muitos<br />

casos, a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> pessoal está ligada à<br />

informação digital (uso <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s sociais).” A<br />

gerente da Everis explica que “a forma como<br />

essa geração realiza seu aprendizado ou a sua<br />

formação é mais ágil e normalmente on-line,<br />

por isso não enten<strong>de</strong>m o ambiente <strong>de</strong> trabalho<br />

sem ferramentas colaborativas, tais como chat,<br />

p2p, blogs, fóruns, wikis etc”. Ela diz que os jovens<br />

buscam e precisam <strong>de</strong> mais autonomia<br />

e possuem um sistema diferente <strong>de</strong> valores<br />

trabalhistas, com mais ênfase na colaboração e<br />

na inovação, mas também visam a uma maior<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mobilida<strong>de</strong>.<br />

Muitas empresas ainda estão criando sua<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> corporativa na re<strong>de</strong> ou, no caso das<br />

mais avançadas, adaptando-se à chamada<br />

Web 2.0. No entanto, não po<strong>de</strong>m ficar limi-<br />

COMPORTAMENTO |<br />

“As empresas estão<br />

repensando suas<br />

práticas <strong>de</strong> gestão”<br />

(Tabatha Dutra)<br />

tadas a isso, já que <strong>de</strong>vem enfrentar as mudanças<br />

(motivadas pelas tecnologias <strong>de</strong> última<br />

geração e pelos novos colaboradores), tanto em<br />

nível organizacional como no técnico, para não<br />

ficarem ancoradas no passado e per<strong>de</strong>r a competitivida<strong>de</strong>.<br />

A nova geração usa os aparelhos <strong>de</strong> celulares<br />

para outras finalida<strong>de</strong>s além <strong>de</strong> fazer ligações,<br />

como é comum nas gerações anteriores. Ela<br />

também se preocupa com causas sociais e ataques<br />

contra o meio ambiente, além <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar<br />

importante a vida pessoal e seu bem-estar.<br />

A Geração Y, da qual fazem parte hoje os<br />

maiores autores <strong>de</strong> blogs e gestores <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s<br />

comunida<strong>de</strong>s nas re<strong>de</strong>s sociais, apren<strong>de</strong>u a<br />

se comunicar por meio do e-mail, instant messaging,<br />

mensagens <strong>de</strong> texto e salas <strong>de</strong> batepapo.<br />

Para aten<strong>de</strong>r essa <strong>de</strong>manda, as empresas<br />

<strong>de</strong>verão evoluir cada vez mais em termos<br />

<strong>de</strong> tecnologia, com o objetivo <strong>de</strong> buscar mais<br />

ferramentas que permitam o acesso à interativida<strong>de</strong><br />

virtual e à informação <strong>de</strong> forma rápida.<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 23


VÁ ATRÁS DOS<br />

SEUS SONHOS<br />

Por Roberto Shinyashiki<br />

O UOL Empregos me encaminhou uma questão <strong>de</strong> uma internauta.<br />

Como a dúvida <strong>de</strong>la é bastante frequente na vida profissional<br />

<strong>de</strong> muita gente, resolvi respon<strong>de</strong>r com este artigo. Eis a pergunta que<br />

ela nos enviou: “Sou formada em propaganda e trabalho com <strong>de</strong>sign<br />

gráfico, no qual sou pós-graduada. Porém, quero trabalhar com moda<br />

e estou fazendo alguns cursos livres. Fui fazer algumas entrevistas e<br />

senti dificulda<strong>de</strong> nessa transição, pois não dão muita importância à<br />

experiência que tenho, que é <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor para ambas as áreas.<br />

Como <strong>de</strong>vo proce<strong>de</strong>r? Pois eles só enfatizam que nunca trabalhei com<br />

moda.”<br />

Essa situação é mesmo frustrante. Mas não po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>ixar que<br />

ela nos impeça <strong>de</strong> seguir nossa vocação e realizar nossos sonhos. Em<br />

meu livro “Sempre em Frente”, falo bastante sobre essa sensação <strong>de</strong><br />

estar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um carro atolado, sem conseguir avançar nem retroce<strong>de</strong>r,<br />

ou mesmo sem saber como resolver a situação.<br />

Eu também tive <strong>de</strong> trabalhar em algo muito diferente, antes <strong>de</strong><br />

atuar como psiquiatra, que era a minha verda<strong>de</strong>ira vocação: ganhava<br />

minha vida como cirurgião, em plantões <strong>de</strong> pronto-socorro.<br />

Como minha necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> dinheiro era gran<strong>de</strong> naquela época,<br />

não podia arriscar mudar para a psiquiatria e abandonar a cirurgia, trocar<br />

o certo pelo incerto. Afinal, embora eu já fosse um ótimo cirurgião,<br />

com certeza enfrentaria o <strong>de</strong>scrédito na área da psiquiatria – aquela<br />

falta <strong>de</strong> confiança que as pessoas têm quando você não tem experiência<br />

na nova área em que tenta atuar. A verda<strong>de</strong> é que ninguém<br />

repara, inicialmente, no seu sucesso em outras áreas, mesmo que elas<br />

sejam afins <strong>de</strong>sse novo segmento em que você preten<strong>de</strong> atuar.<br />

Então, fiquei um bom tempo preso à área cirúrgica. Mas, ao mesmo<br />

tempo em que optava pela segurança <strong>de</strong> ficar on<strong>de</strong> eu estava, tive<br />

receio <strong>de</strong> nunca conseguir praticar a minha verda<strong>de</strong>ira vocação. Via-me<br />

como vítima do <strong>de</strong>stino, porque estava impossibilitado <strong>de</strong> me <strong>de</strong>dicar<br />

ao que realmente queria.<br />

Até que um dia resolvi tomar uma atitu<strong>de</strong> e mudar <strong>de</strong> vez a minha<br />

vida. Organizei as finanças e todas as outras coisas que me pareciam<br />

impedimentos para eu realizar minha vocação e iniciei a mudança da<br />

cirurgia para a psiquiatria. Hoje, olho para trás e fico orgulhoso <strong>de</strong> ter<br />

apostado nessa guinada.<br />

24 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

“<br />

Monte um plano <strong>de</strong> transição. Não<br />

é preciso jogar tudo para o alto, do<br />

dia para a noite. Prepare o terreno,<br />

plante as sementes e cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

plantinha, até que ela dê frutos<br />

Para todos os que estão vivendo uma situação parecida, aqui vão<br />

alguns conselhos:<br />

• Estabeleça um prazo para dar fim a esse “purgatório”. Isso vai ajudá-la<br />

a se organizar para a nova etapa da sua vida e renovar suas esperanças;<br />

• Pense em um projeto <strong>de</strong> mudança: liste tudo o que precisa fazer<br />

para conseguir realizar a sua meta;<br />

• Monte um plano <strong>de</strong> transição. Não é preciso jogar tudo para o alto<br />

do dia para a noite. Prepare o terreno, plante as sementes e cui<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

plantinha, até que ela dê frutos;<br />

• Não se sinta uma vítima do <strong>de</strong>stino. Agra<strong>de</strong>ça todos os dias por seu<br />

trabalho, mesmo que não seja seu i<strong>de</strong>al. Pense que é esse trabalho que<br />

você faz hoje que a ajuda a criar a estrutura para lançar-se para on<strong>de</strong><br />

você quer estar.<br />

• Por fim, não <strong>de</strong>sista da sua vocação. Se eu tivesse me acomodado<br />

com as cirurgias, hoje estaria muito frustrado. De coração, não quero que<br />

isso aconteça com você! Além do mais, lembre-se: <strong>de</strong>terminação é fundamental<br />

e, quanto mais árdua a caminhada, melhor o sabor da chegada.<br />

Roberto Shinyashiki é psiquiatra, palestrante e autor <strong>de</strong> 14 títulos, entre eles: Sempre<br />

em Frente, Os Segredos dos Campeões, Tudo ou Nada, Heróis <strong>de</strong> Verda<strong>de</strong>, Amar Po<strong>de</strong> Dar<br />

Certo, O Sucesso é Ser Feliz e A Carícia Essencial (www.clubedoscampeoes.com.br)<br />


JAN/FEV/MAR – 2010 | | 25


ECONOMIA |<br />

O fator político em segundo plano<br />

Para consultor, pela primeira vez o <strong>de</strong>bate político não está no centro das atenções dos empresários<br />

Por Rita Gallo<br />

e Fernando Caldas<br />

26 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

O Brasil está <strong>de</strong>spontando no cenário internacional<br />

e 2010 <strong>de</strong>verá coroar todos os esforços<br />

feitos nas duas últimas décadas para equacionar<br />

os problemas econômicos do País. Esta é a<br />

opinião do presi<strong>de</strong>nte da consultoria empresarial<br />

ProGeps, Elzo Guarnieri. Segundo ele, a economia<br />

brasileira está em ritmo <strong>de</strong> crescimento<br />

e há indicações <strong>de</strong> aumento <strong>de</strong> investimentos.<br />

“Pela primeira vez, o <strong>de</strong>bate político não ocupa<br />

o centro das preocupações dos empresários<br />

brasileiros”, afirma o executivo.<br />

Na opinião <strong>de</strong> Guarnieri, as questões políticas<br />

ocuparão as manchetes principalmente a<br />

partir do segundo trimestre. Mas antes acontecerá<br />

a Copa do Mundo, com o envolvimento <strong>de</strong><br />

toda a população brasileira. Mas estes fatos não<br />

<strong>de</strong>vem alterar a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> crescimento do<br />

Brasil. “Não dá para voltar atrás, o País vai seguir<br />

em frente, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> quem<br />

ganhar as eleições”, diz Guarnieri.<br />

Outro fator que merece <strong>de</strong>staque é a expectativa<br />

da recuperação da produção <strong>de</strong> aço<br />

no Brasil em 2010, que <strong>de</strong>ve ter uma retomada<br />

em relação à queda registrada no ano passado,<br />

em <strong>de</strong>corrência da crise econômica global, tendo<br />

como mola propulsora os primeiros efeitos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />

relacionadas a eventos especiais, como a<br />

Copa do Mundo <strong>de</strong> 2014, os Jogos Olímpicos <strong>de</strong><br />

2016 e o avanço do setor <strong>de</strong> petróleo e gás.<br />

De acordo com o Instituto Aço Brasil (IABr),<br />

a produção <strong>de</strong> aço no país <strong>de</strong>ve crescer 24,2 %<br />

este ano, para 33,1 milhões <strong>de</strong> toneladas, ante<br />

uma produção <strong>de</strong> 26,7 milhões <strong>de</strong> toneladas estimadas<br />

2009 – o que representa uma queda<br />

<strong>de</strong> 20,8 % na comparação com 2008.<br />

O IABr também acredita na recuperação do<br />

consumo <strong>de</strong> aço no mercado interno para o este<br />

ano. A previsão é <strong>de</strong> alta <strong>de</strong> 21,6 %, para 22,9<br />

milhões <strong>de</strong> toneladas, o que representaria um<br />

retorno aos níveis <strong>de</strong> 2007. Em 2009, o consumo<br />

foi estimado em 18,8 milhões <strong>de</strong> toneladas,<br />

ante consumo recor<strong>de</strong> em 2008, <strong>de</strong> 24 milhões<br />

<strong>de</strong> toneladas. Segundo o IABr, a realização da<br />

Copa, da Olimpíada no Rio e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

aço para os projetos <strong>de</strong> petróleo e gás causarão<br />

aumento <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 1,1 milhão<br />

<strong>de</strong> toneladas <strong>de</strong> produtos si<strong>de</strong>rúrgicos por ano<br />

no período <strong>de</strong> 2009 a 2016, o que seria atendido<br />

facilmente pela capacida<strong>de</strong> instalada da<br />

indústria nacional.<br />

Hoje, apenas meta<strong>de</strong> da capacida<strong>de</strong> instalada<br />

<strong>de</strong> aço produzido no Brasil é consumida<br />

pelo mercado interno. Nesse cenário, uma preocupação<br />

do setor é a valorização do real frente<br />

ao dólar, que reduz a competitivida<strong>de</strong> do aço<br />

brasileiro no exterior.<br />

A previsão da entida<strong>de</strong> é que o Brasil ven<strong>de</strong>rá<br />

16% mais aço ao exterior durante este ano,<br />

totalizando 11 milhões <strong>de</strong> toneladas. Segundo o<br />

IABr, em 2010 serão retomados investimentos<br />

em projetos <strong>de</strong> expansão em si<strong>de</strong>rurgia que foram<br />

adiados <strong>de</strong>vido à crise econômica global.


Salim Lamha, diretor e sócio fundador da MHA Engenharia<br />

Engenharia: ciclo longo <strong>de</strong> crescimento<br />

O cenário para a engenharia também é bastante promissor, na avaliação<br />

<strong>de</strong> Salim Lamha, diretor e sócio fundador da MHA Engenharia. “Inversamente<br />

ao que aconteceu na década <strong>de</strong> 1980, quando se consagrou a história do ‘engenheiro<br />

que virou suco – um retrato da crise daquele período –, hoje há falta <strong>de</strong><br />

engenheiros no mercado. A quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> engenheiros formados não é suficiente<br />

para as expectativas <strong>de</strong> <strong>de</strong>manda que temos, seja no plano habitacional,<br />

seja no plano da infraestrutura”, diz ele.<br />

Ele diz que os <strong>de</strong>safios que o país tem pela frente são muito gran<strong>de</strong>s. Primeiro,<br />

<strong>de</strong>verá aten<strong>de</strong>r a<strong>de</strong>quadamente a Copa do Mundo em 2014, o que implica<br />

investimentos fortes na infraestrutura das cida<strong>de</strong>s, hospedagem, segurança<br />

e mobilida<strong>de</strong>, não só transporte público, mas também privado. A Olimpíada <strong>de</strong><br />

2016, no Rio <strong>de</strong> Janeiro, será outro evento que não se restringirá a uma cida<strong>de</strong><br />

apenas. “Os jogos olímpicos vão movimentar o país. Algumas competições acontecerão<br />

em outras capitais”, <strong>de</strong>staca Lamha.<br />

A perspectiva otimista para a engenharia não se limita portanto ao próximo<br />

ano, mas projeta-se para toda a década. A MHA, além <strong>de</strong> estar envolvida em projetos<br />

dos novos estádios e no setor <strong>de</strong> hospedagem, atua em outros segmentos da<br />

área <strong>de</strong> infraestrutura que estão em pleno avanço. Salim Lamha <strong>de</strong>staca a área <strong>de</strong><br />

petróleo. “Já existe toda uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> engenharia para a exploração da área<br />

do pré-sal. A empresas precisam estar preparadas, com equipes bem formadas”,<br />

diz o engenheiro.<br />

Mesmo saindo <strong>de</strong> um ano que enfrentou uma forte crise, a MHA registrou<br />

no período um crescimento da or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 35% em relação a 2008. “Apenas<br />

alguns projetos da indústria pesada tiveram interrupção. Nos outros segmentos<br />

não houve nenhuma <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong>. Então nossa perspectiva para os próximos<br />

anos é <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> do crescimento por conta <strong>de</strong> todo esse cenário<br />

da economia brasileira. Vamos precisar produzir petróleo, portos, transporte,<br />

ferrovias, novas si<strong>de</strong>rúrgicas, indústrias, estabelecimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, shopping<br />

centers, edifícios administrativos e hotéis.<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 27


ECONOMIA |<br />

A Atos Origin, provedora mundial <strong>de</strong> serviços<br />

<strong>de</strong> TI, já se prepara para o trabalho conjunto<br />

com o Comitê Olímpico Internacional) para<br />

<strong>de</strong>senvolver as adaptações necessárias a serem<br />

realizadas nos sistemas tecnológicos que<br />

serão implementados nos Jogos Olímpicos e<br />

Paraolímpicos <strong>de</strong> 2016, no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Des<strong>de</strong><br />

os Jogos <strong>de</strong> Inverno <strong>de</strong> 2002, realizados<br />

em Salt Lake City, nos Estados Unidos, a companhia<br />

é a fornecedora oficial <strong>de</strong> tecnologia<br />

para os Jogos Olímpicos.<br />

Até 2016, a empresa trabalhará na implementação<br />

<strong>de</strong> qualificação para entrada <strong>de</strong><br />

dados no sistema <strong>de</strong> TI, ativida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>ve<br />

ser iniciada quatro ou cinco anos antes do<br />

evento. Já durante os jogos, a companhia terá<br />

a preocupação <strong>de</strong> prover solução tecnológica<br />

para transmissão e integração <strong>de</strong> dados, como<br />

por exemplo informações <strong>de</strong> biometria dos<br />

atletas. A integração <strong>de</strong> dados obtidos nas diferentes<br />

categorias esportivas terá retransmissão<br />

dos resultados das competições e informações<br />

sobre os atletas em menos <strong>de</strong> 0,3 segundos<br />

para os expectadores <strong>de</strong> todo o mundo.<br />

28 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

José Maria Marin<br />

Brasil e China são as duas gran<strong>de</strong>s<br />

apostas da Atos Origin em seu<br />

plano estratégico <strong>de</strong> crescimento,<br />

segundo Diego Pavia, CEO da<br />

empresa para a América latina<br />

Salto olímpico: Atos Origin prioriza o Brasil em seu plano estratégico<br />

A empresa utiliza a referência dos Jogos<br />

Olímpicos para novos negócios, <strong>de</strong>monstrando<br />

sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integrar e gerenciar sistemas<br />

críticos. A Atos Origin faz sistemas <strong>de</strong> alta<br />

complexida<strong>de</strong> para o setor financeiro, <strong>de</strong> telecomunicações,<br />

públicos e <strong>de</strong> manufacturing. Os<br />

negócios na América Latina são uma priorida<strong>de</strong><br />

da empresa.<br />

Diego Pavia, CEO da empresa para a América<br />

Latina, diz que o Brasil é um país <strong>de</strong>stinado<br />

a se <strong>de</strong>stacar nos próximos anos por seu extraordinário<br />

progresso econômico. “Enquanto na<br />

Europa e nos Estados Unidos o crescimento do<br />

uso <strong>de</strong> tecnologias está diminuindo, na América<br />

Latina, o crescimento se situa acima <strong>de</strong> 4%<br />

por ano”, ele diz.<br />

No plano estratégico <strong>de</strong> crescimento do<br />

grupo nos próximos 5 anos, o Brasil ocupa lugar<br />

prioritário. “Brasil e China são nossas duas<br />

gran<strong>de</strong>s apostas”, acrescenta Pavia. A companhia<br />

emprega cerca <strong>de</strong> 50 mil funcionários no<br />

mundo, sendo 1,7 mil colaboradores no Brasil.<br />

Sua presença no mercado nacional se dá em<br />

setores como energia & utilities, manufatura, fi-<br />

nanças e telecomunicações, com contratos com<br />

a Petr<strong>obras</strong>, Shell e Vivo.<br />

Com se<strong>de</strong> em Paris e escritórios no Rio <strong>de</strong><br />

Janeiro e São Paulo (a empresa está instalada<br />

no Centro Empresarial <strong>de</strong> São Paulo), a companhia<br />

já <strong>de</strong>senvolve sua estratégia <strong>de</strong> crescimento<br />

no Brasil. “Vou trabalhar duro na estratégia<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento que estamos <strong>de</strong>senhando<br />

para o Brasil, com a intenção <strong>de</strong> alcançar a li<strong>de</strong>rança<br />

no prazo <strong>de</strong> 5 anos”, afirma Diego Pavia.<br />

A Atos Origin iniciou a estruturação <strong>de</strong> centros<br />

<strong>de</strong> excelência focados na criação <strong>de</strong> soluções,<br />

<strong>de</strong>nominadas “Distictive Offering”, que formam<br />

parte essencial da estratégia que abarca os 40<br />

países on<strong>de</strong> o grupo está presente. “Cada uma<br />

das ‘Distictive Offering’ está adaptada localmente<br />

às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada mercado. Também vamos<br />

apoiar, <strong>de</strong> forma crescente, a universida<strong>de</strong><br />

corporativa, que está centrada na formação e<br />

capacitação <strong>de</strong> nossos profissionais. Um profissional<br />

<strong>de</strong> nosso grupo, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong><br />

sua procedência, <strong>de</strong>ve estar capacitado para atuar<br />

em projetos complexos em qualquer parte do<br />

mundo”, conlui o CEO da Atos Origin.


| TURISMO<br />

“Natal” <strong>de</strong> muitas belezas e diversão<br />

Ponte <strong>de</strong> Todos - Newton Navarro (também conhecida como Ponte Forte-Redinha ou Ponte Nova)<br />

Capital potiguar é <strong>de</strong>staque no roteiro turístico brasileiro, em especial, por sua extensão<br />

litorânea, pelas temperaturas elevadas e sua gastronomia <strong>de</strong> primeira<br />

Texto: Davi Brandão<br />

Fotos: Davi Brandão e Divulgação<br />

Uma longa extensão <strong>de</strong> praias, fascinantes dunas, gente bronzeada e gastronomia variada.<br />

Tais fatores se tornam convidativos para a escolha da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Natal, como um <strong>de</strong>stino turístico.<br />

Capital do Estado do Rio Gran<strong>de</strong> do Norte, a cida<strong>de</strong> que possui cerca <strong>de</strong> 1 milhão <strong>de</strong> habitantes,<br />

se mostra “única”, a começar por sua fundação datada em 25 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1599,<br />

ocasião em que foi celebrada uma missa na noite do nascimento do menino Jesus. Conhecida<br />

também como Cida<strong>de</strong> do Sol, o lugar, como dizem seus habitantes, é atração ao longo <strong>de</strong> todo<br />

o ano. Por sua proximida<strong>de</strong> com a linha do Equador, é <strong>de</strong>tentora <strong>de</strong> dias prolongados, com<br />

média <strong>de</strong> 15 horas <strong>de</strong> luz do sol, que propiciam aos visitantes um aproveitamento <strong>de</strong> sua longa<br />

extensão <strong>de</strong> praias e da alta temperatura, que tem m´édia estimada <strong>de</strong> 28 o C.<br />

Diante <strong>de</strong> tantas maravilhas, a cida<strong>de</strong> constatou crescimento na recepção <strong>de</strong> visitantes,<br />

tendo atualmente como principais turistas os paulistanos, que chegam a representar cerca<br />

<strong>de</strong> 20% do fluxo total.<br />

Como ativida<strong>de</strong> econômica mais importante da cida<strong>de</strong>, o turismo apresenta vários projetos<br />

para manter seu bom momento, entre eles a divulgação do Estado no continente europeu,<br />

a reorganização <strong>de</strong> sua malha aérea e a construção <strong>de</strong> um novo aeroporto.<br />

Também importante para a exposição no segmento turístico é o projeto Copa do<br />

Mundo 2014. A cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Natal será uma das subse<strong>de</strong>s, on<strong>de</strong> serão realizadas as partidas<br />

<strong>de</strong> futebol.<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 29


TURISMO |<br />

Circuito praiano<br />

Aos que aportam na capital potiguar, a<br />

constatação <strong>de</strong> estar em um lugar caloroso se<br />

confirma logo na <strong>de</strong>scida do avião. Um chamado<br />

“calorão”, que tem como diferencial <strong>de</strong> outros<br />

<strong>de</strong>stinos uma constante brisa, que até ameniza<br />

a alta temperatura.<br />

Mas turista que visita a região Nor<strong>de</strong>ste<br />

gosta <strong>de</strong> alta temperatura e, certamente, quer<br />

saber <strong>de</strong> uma bela praia. Certo? Sem dúvida, a<br />

maioria das respostas é positiva, e neste aspecto<br />

a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Natal proporciona um verda<strong>de</strong>iro<br />

show. Diversas são as praias que compõem o<br />

circuito da cida<strong>de</strong>.<br />

Praia dos Artistas, Praia do Meio, Praia do<br />

Forte, Cotovelo e Redinha são algumas opções.<br />

Na lista dos turistas, uma das praias mais disputadas<br />

é a <strong>de</strong> Ponta Negra, que está situada<br />

no Morro do Careca, um dos principais cartõespostais<br />

da cida<strong>de</strong>. A região central <strong>de</strong> Natal<br />

também ganha <strong>de</strong>staque, pois nela há opções<br />

<strong>de</strong> praias interessantes, como a dos Artistas, do<br />

Meio, Areia Preta e Via Costeira.<br />

Diversão<br />

“Com emoção ou sem emoção?” Essa é<br />

a primeira pergunta do motorista quando a<br />

opção <strong>de</strong> diversão da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Natal é um<br />

passeio <strong>de</strong> buggy. E, sinceramente, é algo que<br />

não se po<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> fazer quando se está<br />

na cida<strong>de</strong>. Com preços que po<strong>de</strong>m chegar até<br />

R$ 500,00, em alta temporada, o passeio envolve<br />

a visita a diversas dunas e até a parada<br />

em locais mais <strong>de</strong>sertos.<br />

30 | | | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

Praia Genipabu<br />

Algumas pessoas preferem alugar meio<br />

<strong>de</strong> transporte próprio, mas, como dizem os “bugueiros”,<br />

é meio arriscado, pois a diversão po<strong>de</strong><br />

ser muito menor, tendo em vista que a muitos<br />

lugares somente os nativos conseguem chegar.<br />

E outra coisa, pilotar sem capotar é algo para<br />

gente gran<strong>de</strong>, viu? Principalmente quando a<br />

pedida é o passeio com emoção.<br />

Também interessante é o passeio <strong>de</strong> dromedários<br />

nas dunas. Ao primeiro olhar pare-<br />

ce não ter emoção alguma, mas quando se<br />

<strong>de</strong>ci<strong>de</strong> pela consumação do fato... primeiro a<br />

subida nas ca<strong>de</strong>irinhas, que tem uma técnica<br />

especial, e toda a preocupação do equilíbrio<br />

do peso das pessoas que farão o passeio. Conduzido<br />

por uma pessoa, o animal é direcionado<br />

por um trajeto <strong>de</strong> “altas e baixas” emoções.<br />

Há momentos em que parece que cairemos,<br />

mas em outros nem se sente nada. Mas vale<br />

muito a pena.


Gastronomia<br />

A cozinha potiguar po<strong>de</strong> ser resumida do<br />

seguinte modo: comer bem. Composta por<br />

muitos frutos do mar, é uma cozinha saborosa.<br />

Destaque para os camarões, que nem mesmo<br />

lembram aqueles consumidos em gran<strong>de</strong>s centros<br />

como São Paulo, que até são chamados<br />

<strong>de</strong> essência. Lá, o camarão é um camarão <strong>de</strong><br />

verda<strong>de</strong>.<br />

Os sucos naturais também se <strong>de</strong>stacam<br />

neste movimento gourmet. Mas para equilibrar<br />

a temperatura, e até apreciar um camarãozinho<br />

na praia, nada melhor que uma boa caipirinha,<br />

ou a nossa tradicional cervejinha.<br />

Bons hotéis<br />

Com o crescimento do setor <strong>de</strong> turismo, a<br />

cida<strong>de</strong> precisou apostar e investir em diversos<br />

segmentos, como a re<strong>de</strong> hoteleira. Na chamada<br />

Via Costeira, esté localizada gran<strong>de</strong> parte dos<br />

gran<strong>de</strong>s hotéis da cida<strong>de</strong>. É o caso do Hotel Pirâmi<strong>de</strong><br />

Natal, que se mostra como um verda<strong>de</strong>iro<br />

oásis.<br />

Hotel Pirâmi<strong>de</strong> Natal<br />

O empreendimento possui tantos atrativos<br />

que, sem dúvida, aqueles que optarem pelo local<br />

necessitam ficar um dia sem sair para as<br />

praias e aproveitar o espaço. Piscinas, salas <strong>de</strong><br />

jogos, saunas, bares, restaurantes, entre outros<br />

serviços são <strong>de</strong>staques. As suítes, impecáveis.<br />

Aos que se interessarem, peçam as suítes com<br />

varanda para a piscina. Vista fantástica!<br />

JAN/FEV/MAR – 2010 | | 31


Foto: Divulgação<br />

CULTURA |<br />

Agenda<br />

Cultural<br />

O Rei e Eu<br />

Dirigido por Jorge Takla e com direção musical do maestro Jamil Maluf, estreou em São Paulo<br />

no dia 27 <strong>de</strong> fevereiro, no Teatro Alfa, e cumpre temporada até 8 <strong>de</strong> agosto, com sessões <strong>de</strong> quinta<br />

a domingo. A montagem nacional, em versão assinada por Cláudio Botelho, traz o ator Tuca<br />

Andrada, no papel do Rei; a atriz Cláudia Netto, como a professora Anna; e a cantora lírica Luciana<br />

Bueno, interpretando Lady Thiang, mãe do príncipe her<strong>de</strong>iro. Também estão em cena Luciano Andrey,<br />

Bianca Tadini, Daniela Vega, Mauro Sousa, Ubiracy Brasil, Adalberto Halvez, Gustavo Lassen,<br />

Fábio Barreto, Newton Saiki, Daniel Paulin, Renan Cuisse e Júlio Oliveira, além <strong>de</strong> outros 50 atores,<br />

sendo 15 crianças, acompanhados por uma orquestra <strong>de</strong> 22 músicos.<br />

Teatro Alfa<br />

Temporada: 27 <strong>de</strong> fevereiro a 08 <strong>de</strong> agosto.<br />

Dias e Horários: quinta, 21h | sextas, 21h30 | sábados, 17h e 21h | domingos, 16h e 20h.<br />

Duração: 2h30 com 15 minutos <strong>de</strong> intervalo.<br />

Capacida<strong>de</strong>: 1100 lugares.<br />

Estacionamento: O teatro não possui estacionamento próprio<br />

Site Oficial: www.oreieeu.com.br<br />

Ingressos: Bilheteria do Teatro: 11 5693-4000 e 0300 789-3377 ou www.ingressorapido.com.br<br />

32 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

TEATRO ALFA<br />

En<strong>de</strong>reço: Rua Bento Branco <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

Filho, no 722, Santo Amaro, São Paulo/SP<br />

Foto: Divulgação<br />

Teatro infantil<br />

100 mais nem menos<br />

A Cia. Noz <strong>de</strong> Teatro, Dança e Animação<br />

apresenta este espetáculo infantil no Teatro<br />

Alfa, Sala B – todos os sábados e domingos,<br />

16h, até 18 <strong>de</strong> abril.<br />

“100 mais nem menos” utiliza diversos materiais<br />

para criar e <strong>de</strong>senhar figuras e personagens no<br />

ar. Animação <strong>de</strong> objetos e bonecos, movimentação<br />

coreográfica e música ilustram essa brinca<strong>de</strong>ira.<br />

Com direção <strong>de</strong> Anie Welter, a montagem faz<br />

referência a conceitos simples <strong>de</strong> matemática, a<br />

<strong>de</strong>senhos infantis e a <strong>obras</strong> <strong>de</strong> artistas como<br />

Joan Miró e Paul Klee, e explora os primeiros contatos<br />

da criança com os números e a arte.<br />

Tu Toca o quê?<br />

Uma mistura <strong>de</strong> música, brinca<strong>de</strong>iras, dança,<br />

teatro e contação <strong>de</strong> história compõe o<br />

espetáculo, que fica em temporada no Teatro<br />

Alfa, Sala B, <strong>de</strong> 20 <strong>de</strong> março a 2 <strong>de</strong> maio, todos<br />

os sábados e domingos, às 17h30.<br />

O grupo utiliza instrumentos tradicionais e<br />

outros construídos por eles próprios. Cada canção<br />

é <strong>de</strong>senvolvida a partir <strong>de</strong> uma proposta cênica,<br />

como uma coreografia inspirada em alguma brinca<strong>de</strong>ira<br />

popular, ou em uma dança tradicional, ou<br />

simplesmente uma movimentação <strong>de</strong>corrente da<br />

percussão corporal. No repertório, além <strong>de</strong> composições<br />

próprias, o grupo traz canções contemporâneas,<br />

contos populares e cantigas <strong>de</strong> roda.


Foto: Divulgação<br />

HSBC BRASIL<br />

En<strong>de</strong>reço: Rua Bragança Paulista, 1281 –<br />

Chácara Santo Antonio, São Paulo/SP<br />

Restart<br />

Banda lança “Happy Rock Sunday”, domingueira<br />

em São Paulo em parceria com o HSBC Brasil<br />

Data: 28 <strong>de</strong> março<br />

Horário: a partir das 18h<br />

Mamma Mia - O show<br />

Com Rodhanna e Abba Magic<br />

Data: 13 <strong>de</strong> março<br />

Horário: 22h<br />

Maria Gadú<br />

Jay Vaquer<br />

Lançamento do CD e DVD “Alive in Brazil”<br />

Data: 27 <strong>de</strong> março<br />

Horário: 22h<br />

Maria Gadú<br />

Cantora estreia no HSBC Brasil e comemora o<br />

sucesso <strong>de</strong> seu primeiro álbum<br />

Data: 19 <strong>de</strong> março<br />

Horário: 22h<br />

Nós na Fita<br />

Data: 16 e 17 <strong>de</strong> março<br />

Horário: 21h30<br />

Nós na Fita já foi assistida por mais <strong>de</strong> 600.000 pessoas na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro. Em São<br />

Paulo, Marcius Melhem e Leandro Hassum <strong>de</strong>sembarcarão no HSBC Brasil para duas apresentações:<br />

dias 16 e 17 <strong>de</strong> março, em duas noites que prometem fazer rir com as situações e neuroses<br />

do cotidiano comum. Temas como casamento, futebol e carnaval, por exemplo, são abordados com<br />

inteligência pela dupla, dirigida por Alexandre Régis, comediante experiente com mais <strong>de</strong> 30 anos<br />

<strong>de</strong> televisão em programas humorísticos. O texto explora o talento dos dois atores num formato<br />

<strong>de</strong> “Stand up comedy” e cativa a platéia pela relação direta entre os atores e o público. O improviso<br />

também é uma das armas dos dois atores para situações inusitadas propostas pela platéia.<br />

Foto: Divulgação<br />

CREDICARD HALL<br />

En<strong>de</strong>reço: Av. das Nações Unidas, 17955 -<br />

Santo Amaro, São Paulo/SP<br />

Março<br />

A-HA<br />

Data: 10 <strong>de</strong> março<br />

Horário: 21h30<br />

Dream Theater<br />

Data: 19 <strong>de</strong> março<br />

Horário: 22h<br />

Paulinho da Viola<br />

Data: 20 <strong>de</strong> março<br />

Horário: 22h<br />

Abril<br />

Ana Carolina<br />

Data: 9, 10 e 11 <strong>de</strong> abril<br />

Horário: 22h/22h/20h<br />

Luna Santana<br />

Data: 16 <strong>de</strong> abril<br />

Horário: 20h<br />

Placebo<br />

Data: 17 <strong>de</strong> abril<br />

Horário: 22h<br />

Simply Red<br />

Data: 20 <strong>de</strong> abril<br />

Horário: 21h30<br />

Moby<br />

Música Eletrônica<br />

Data: 23 <strong>de</strong> abril<br />

Horário: 22h<br />

Moby<br />

JAN/FEV/MAR – 2009 | | 33


CULTURA |<br />

Os cem anos <strong>de</strong> Adoniran Barbosa<br />

“Se o senhor não tá lembrado, dá licença <strong>de</strong><br />

eu contar”: se estivesse vivo, Adoniran Barbosa<br />

completaria cem anos no próximo dia 6 <strong>de</strong> agosto.<br />

João Rubinato – este era seu nome <strong>de</strong> batismo<br />

– nasceu em 1910, em Valinhos (SP). Filho <strong>de</strong> pais<br />

italianos, foi engraxate, garçom e operário, antes<br />

<strong>de</strong> ficar conhecido no mundo do samba com composições<br />

como “Trem das Onze”, “Tiro ao Álvaro”,<br />

“Saudosa Maloca” e “Iracema”. Em 2000, a população<br />

<strong>de</strong> São Paulo escolheu “Trem das Onze” como<br />

a música que mais representa a cida<strong>de</strong>. Ele morreu<br />

em 23 <strong>de</strong> novembro <strong>de</strong> 1982, aos 72 anos, pobre e<br />

quase esquecido.<br />

As homenagens ao mais paulista dos compositores<br />

começaram já em 2009, com a lançamento<br />

do livro-agenda “Adoniran Barbosa – Anotações<br />

com Arte 2010”, i<strong>de</strong>alizado por Fred Rossi.<br />

Na Câmara Municipal <strong>de</strong> São Paulo, vereadores<br />

paulistanos criaram uma Comissão Extrordinária<br />

<strong>de</strong> Comemoração do Centenário <strong>de</strong> Adoniran<br />

Barbosa. O objetivo é organizar as festivida<strong>de</strong>s.<br />

Tributo dos artistas<br />

Um CD em homenagem a Adoniran<br />

vai reunir 30 músicos interpretando músicas<br />

do compositor paulista. Entre eles,<br />

Arnaldo Antunes canta “Trem das Onze”;<br />

Zélia Duncan, “Tiro ao Álvaro”; Cauby Peixoto,<br />

“Bom Dia, Tristeza”; Jair Rodrigues,<br />

“Saudosa Maloca”; Leci Brandão, “No Morro<br />

da Casa Ver<strong>de</strong>”; Maria Alcina, “Um Samba<br />

no Bexiga”; Van<strong>de</strong>rléia, “Samba do Arnesto”;<br />

Martinália, “As Mariposas”; Fabiana Cozza,<br />

“Já Tenho a Solução”; e Vânia Bastos,<br />

“A Luz da Light”.<br />

34 | | JAN/FEV/MAR – 2010<br />

Os roqueiros paulistanos da banda Velhas<br />

Virgens também fizeram sua homenagem ao<br />

autor <strong>de</strong> “Samba do Arnesto” no disco “Carnavelhas”.<br />

Estão previstos ainda os lançamentos do<br />

Portal Adoniran e do Almanaque Adoniran, que<br />

terão palavras cruzadas e quadrinhos inspirados<br />

no universo do compositor. A Editora Globo vai<br />

relançar a biografia escrita por Celso Campos Jr. A<br />

nova versão inclui cinco scripts <strong>de</strong> programas <strong>de</strong><br />

rádio “Histórias das Malocas”, da <strong>de</strong>cada <strong>de</strong> 50.<br />

Já a Re<strong>de</strong> Globo levará ao ar, no segundo<br />

semestre, o especial “Por Toda a Minha Vida”,<br />

que contará a história <strong>de</strong> Adoniran. Marcelo Airoldi,<br />

o mulherengo Gustavo <strong>de</strong> “Viver a Vida”,<br />

vai viver outro personagem “malandro” na tevê:<br />

o compositor <strong>de</strong> “Trem das Onze”. “Eu também<br />

sou <strong>de</strong> São Paulo e lá o Adoniran é um mito. Ele<br />

começou a fazer sucesso tar<strong>de</strong>, então o público<br />

o conhece já mais velho, fumando muito e com<br />

a voz rouca”, conta ele, que gravou o especial<br />

em novembro do ano passado.<br />

Segundo o produtor do CD, Thiago Marques<br />

Luiz, as gravações são todas novas e procuram<br />

dar uma nova abordagem aos sucessos do compositor,<br />

com arranjos originais que misturam roupagens<br />

mo<strong>de</strong>rnizadas e tradicionais. “Adoniran é<br />

um cronista da vida cotidiana <strong>de</strong> São Paulo. De<br />

certa maneira, ele conseguia escrever suas composições,<br />

que costumo chamar <strong>de</strong> crônicas musicadas<br />

e bem humoradas, <strong>de</strong> maneira atemporal.<br />

Os temas abordados por ele são super atuais:<br />

os trens, a favela, o dia-a-dia dos operários, as<br />

enchentes. Ele fez um trabalho muito forte e é<br />

Adoniran Barbosa nasceu em 6 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1910, em Valinhos (SP)<br />

uma referência <strong>de</strong>ntro da história do samba em<br />

São Paulo. ”, diz Thiago Marques.<br />

O CD <strong>de</strong>ve ser lançado no final <strong>de</strong> março.<br />

A idéia, segundo o produtor, é realizar vários<br />

shows ao longo do ano, fazendo um rodízio<br />

com o elenco do disco. O primeiro <strong>de</strong>les já aconteceu<br />

por ocasião do aniversário da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São<br />

Paulo, no Sesc Vila Mariana, quando Maria Alcina,<br />

Cristina Buarque, Virgínia Rosa, Verônica Ferriani,<br />

Patty Ascher, Oswaldinho da Cuíca e Márcia Castro<br />

interpretaram sucessos do autor <strong>de</strong> “Trem das<br />

Onze”.<br />

Foto: Divulgação


JAN/FEV/MAR – 2009 | | 35

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