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O Caminho das Águas em Salvador - SEMA - Secretaria do Meio ...

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Bacias Hidrográficas, Bairros e FontesORGANIZADORESElisabete SantosJosé Antonio Gomes de PinhoLuiz Roberto Santos MoraesTânia Fischer2010


Universidade Federal da BahiaNaomar Monteiro de Almeida Filho – ReitorEscola de Administração - UFBAReginal<strong>do</strong> Souza Santos – DiretorCentro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social – CIAGS-EA/UFBATânia Fischer – Coordena<strong>do</strong>raJosé Antônio Gomes de Pinho – Vice-Coordena<strong>do</strong>rMaria Elisabete Pereira <strong>do</strong>s Santos – Escola de Administração - UFBALuiz Roberto Santos Moraes - Escola Politécnica - UFBAFinanciamentoConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPqMarco Antonio Zago – PresidenteParceirosGoverno <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da BahiaJaques Wagner – Governa<strong>do</strong>r<strong>Secretaria</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia – <strong>SEMA</strong>Juliano de Sousa Matos – SecretárioA<strong>do</strong>lpho Ribeiro Netto – Chefe de GabineteWesley Faustino – Diretor GeralInstituto <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia – IMAElizabeth Maria Souto Wagner – Diretora GeralInstituto de Gestão <strong>das</strong> Águas e Clima – INGÁJúlio Cesar de Sá da Rocha – Diretor GeralCompanhia de Desenvolvimento Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia – CONDERMilton de Aragão Bulcão Villas Boas – PresidenteMaria del Carmen Fidalgo Puga – Presidente (2007–2008 )Lívia Maria Gabrielli de Azeve<strong>do</strong> – Diretor de Planejamento Urbano e HabitaçãoFernan<strong>do</strong> Cezar Cabussu Filho – Coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Sist<strong>em</strong>a de Informações GeográficasUrbanas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia – INFORMSEmpresa Baiana de Águas e Saneamento S. A. – EMBASAAbelar<strong>do</strong> de Oliveira Filho – Diretor PresidenteEduar<strong>do</strong> B. de Oliveira Araújo – Diretor de OperaçãoPrefeitura Municipal <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>João Henrique Barra<strong>das</strong> Carneiro – Prefeito<strong>Secretaria</strong> Municipal de Desenvolvimento Urbano,Habitação e <strong>Meio</strong> Ambiente – SEDHAM / PMSAntônio Eduar<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos de Abreu – SecretárioKátia Carmello – Secretária (2006–2008)Edson Pitta Lima – SubsecretárioJosé Henrique Oliveira Lima – Diretor Geral de Urbanismo e <strong>Meio</strong> AmbienteEdval<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong> – Assessor <strong>do</strong> SecretárioSuperintendência <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente – SMA / PMSLuiz Antunes A. A. Nery – SuperintendenteAry da Mata e Souza – Superintendente (2007-2008)Adalberto Bulhões Filho – Assessor da SuperintendênciaFundação OndAzulLarissa Cayres de Souza – PresidenteArman<strong>do</strong> Ferreira de Almeida Junior – Presidente (2006-2008)ColaboraçãoSist<strong>em</strong>a Integra<strong>do</strong> de Atendimento Regional – SIGA / PMSOneilda Costa da Silva LôboSuperintendência de Controle e Ordenamento deUso <strong>do</strong> Solo <strong>do</strong> Município – SUCOM / PMSCláudio Souza da Silva – SuperintendenteInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGEArtur Ferreira da Silva Filho – Chefe da Unidade Estadual <strong>do</strong> IBGE na BahiaJoilson Rodrigues de Souza – Coordena<strong>do</strong>r Técnico <strong>do</strong> Censo D<strong>em</strong>ográficoUnidade Estadual <strong>do</strong> IBGE na BahiaFundação Mário Leal Ferreira – FMLF/PMSVilma Barbosa Lage – PresidenteInstituto de Radiodifusão Educativa da Bahia – IRDEBPaulo Roberto Vieira Ribeiro – Diretor GeralSahada Josephina Mendes – Dietora de Operações_______________Projeto Gráfico e DiagramaçãoAntônio Eustáquio Barros de CarvalhoFotosAndré Carvalho, Danilo Bandeira, Janduari Simões,José Carlos Almeida, Elba Veiga, Alilne Farias Souza, Aucimaia Tourinho,Fernan<strong>do</strong> Teixeira e Tonny Bittencourt, Fundação Gregório de Matos – FGM/PMS,João Torres – GPE/Fundação Mário Leal Ferreira – FMLFAssistente de Fotografia: Renata Souto MaiorProdutora Executiva: Fátima FróesPUBLICAÇÃOUFBAC146O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: Bacias Hidrográficas, Bairrose Fontes / Elisabete Santos, José Antonio Gomes de Pinho,Luiz Roberto Santos Moraes, Tânia Fischer, organiza<strong>do</strong>res. –<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: CIAGS/UFBA; <strong>SEMA</strong>, 2010.486p. :il.; .- (Coleção Gestão Social)ISBN - 978-85-60660-08-71. Recursos Hidricos . 2. Águas. 3. Bacias Hidrográficas.4. Bairros. I. Santos, Elisabete. II. Pinho, JoséAntonio Gomes de. III. Moraes, Luiz Roberto Santos. IV. Fischer,Tânia.CDD – 333.91À Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>Perto de muita água, tu<strong>do</strong> é feliz.Guimarães Rosa


Italo Calvino, <strong>em</strong> Marcoval<strong>do</strong> e as Estações na Cidade, relata um interessante ex<strong>em</strong>plo de tentativa de reencontro coma natureza, com a boa e velha natureza, nas grandes cidades. Marcoval<strong>do</strong>, melancólico e sonha<strong>do</strong>r, não t<strong>em</strong> olhospropícios à leitura <strong>do</strong>s signos da vida urbana, da sociedade de consumo, e está s<strong>em</strong>pre atento aos vestígios da naturezana cidade. Em sua incansável busca pela natureza perdida, vê-se enreda<strong>do</strong> <strong>em</strong> situações <strong>em</strong> que as coisas maissimples parec<strong>em</strong> encerrar as mais estranhas armadilhas, <strong>em</strong> que a natureza parece uma fraude. Afinal, to<strong>do</strong>s os diasa imprensa noticiava descobertas as mais espantosas nas compras <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>: “<strong>do</strong> queijo feito de matéria plástica, amanteiga com velas de estearina, na fruta e na verdura o arsênico <strong>do</strong>s insetici<strong>das</strong> estavam mais concentra<strong>do</strong>s <strong>do</strong> que asvitaminas, para engordar os frangos enchiam-nos com certas pílulas sintéticas que podiam transformar <strong>em</strong> frango qu<strong>em</strong>comesse uma coxa deles. O peixe fresco havia si<strong>do</strong> pesca<strong>do</strong> o ano passa<strong>do</strong> na Islândia e seus olhos eram maquia<strong>do</strong>spara que parecess<strong>em</strong> de ont<strong>em</strong>”. Como fugir destas armadilhas senão buscan<strong>do</strong> um lugar onde a natureza seja pródigae intocada, onde “a água seja realmente água e o peixe realmente peixe”?Nessa busca constante, os dias de Marcoval<strong>do</strong> tornaram-se longos e ele passa a olhar a cidade e arre<strong>do</strong>res <strong>em</strong> buscade um rio. Sua atenção voltava-se, principalmente, para os trechos <strong>em</strong> que a água corria mais distante da estrada asfaltada.“Certa vez se perdeu, andava e andava por margens íngr<strong>em</strong>es e cheias de arbustos, e não achava nenhum atalho,n<strong>em</strong> sabia mais para que la<strong>do</strong> ficava o rio: de repente, deslocan<strong>do</strong> alguns ramos, viu, poucos metros abaixo, a águasilenciosa – era um alargamento <strong>do</strong> rio, quase uma bacia pequena e calma – com um tom azul que l<strong>em</strong>brava um laguinhode montanha. A <strong>em</strong>oção não o impediu de averiguar <strong>em</strong>baixo entre as sutis encrespações da corrente. E, portanto,a sua obstinação fora pr<strong>em</strong>iada! Uma pulsação, o deslizar inconfundível de uma barbatana afloran<strong>do</strong> na superfície, e depoisoutro, e outro ainda, uma felicidade a ponto de não acreditar nos próprios olhos: aquele era o local de reunião <strong>do</strong>speixes <strong>do</strong> rio inteiro, o paraíso <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res, talvez ainda desconheci<strong>do</strong> de to<strong>do</strong>s, exceto dele”.Retornan<strong>do</strong> para casa, cheio de alegria e de peixes, Marcoval<strong>do</strong> depara-se com o que parecia-lhe um guarda municipal.“– Você aí! – Numa curva da marg<strong>em</strong>, entre os álamos, estava para<strong>do</strong> um tipo com boné de guarda, que o olhava decara feia.– Eu? Qual é o probl<strong>em</strong>a? – retrucou Marcoval<strong>do</strong>, pressentin<strong>do</strong> uma ameaça desconhecida contra suas trencas.– Onde é que pegou estes peixes aí? disse o guarda.– Hã? Por quê?– E Marcoval<strong>do</strong> já sentia o coração na garganta.– Se os apanhou lá <strong>em</strong> baixo, jogue fora rápi<strong>do</strong>: não viu a fábrica aqui <strong>em</strong> cima? – E indicava exatamente uma construçãocomprida e baixa que agora, superava a curva <strong>do</strong> rio, se avistava, além <strong>do</strong>s salgueiros, e que deitava fumaça no ar, e naágua uma nuv<strong>em</strong> densa de uma cor incrível entre turquesa e violeta. – Pelo menos a água, terá nota<strong>do</strong> de que cor é! Fábricade tintas: o rio está envenena<strong>do</strong> por causa daquele azul e os peixes também. Jogue fora rápi<strong>do</strong>, senão apreen<strong>do</strong> tu<strong>do</strong>.Marcoval<strong>do</strong> agora queria atirá-los longe o mais depressa possível, livrar-se deles, como só o cheiro bastasse para envenená-lo.Mas não queria fazer má figura na frente <strong>do</strong> guarda.– E se os tivesse pesca<strong>do</strong> mais acima?– Aí já seria outra história. Além da apreensão, haveria uma multa. Acima da fábrica existe uma reserva de pesca.Não vê o cartaz? B<strong>em</strong> na verdade – apressou-se a dizer Marcoval<strong>do</strong> – carrego a vara por carregar, pra mostrar aos amigos,mas os peixes foram compra<strong>do</strong>s numa peixaria da cidade aqui perto.Marcoval<strong>do</strong> já abrira a cesta e <strong>em</strong>borcava no rio. Alguma <strong>das</strong> trencas ainda devia estar viva, pois deslizou toda contente.”– Então nada a dizer. Só falta o imposto a ser pago para levá-lo para a cidade: aqui estamos fora <strong>do</strong> perímetro urbano.Gilberto Ferrez, 1999Italo Calvino, 1994.


Arealização deste trabalho não teria si<strong>do</strong> possível s<strong>em</strong> o apoio <strong>do</strong> CNPq e o envolvimentode pesquisa<strong>do</strong>res, técnicos e dirigentes <strong>do</strong> Poder Público estadual e municipal. Particularmente,gostaríamos de destacar o <strong>em</strong>penho de Juliano de Sousa Matos (<strong>SEMA</strong>),Abelar<strong>do</strong> de Oliveira Filho (EMBASA), A<strong>do</strong>lpho Schindler Ribeiro Netto (<strong>SEMA</strong>), Bete Wagner(IMA) e Lívia Maria Gabrielli de Azeve<strong>do</strong> (CONDER) na construção <strong>das</strong> condições necessáriasao desenvolvimento da pesquisa junto com a Universidade Federal da Bahia. Esse trabalho nãoseria possível s<strong>em</strong> a participação de Lúcia Politano (UFBA), na estruturação <strong>do</strong> trabalho de delimitaçãode bacia hidrográfica, de Adalberto Bulhões (PMS), na concepção original da meto<strong>do</strong>logiade delimitação <strong>do</strong> trabalho de bairro, de Aucimaia Tourinho (UFBA) na estruturação <strong>do</strong> trabalhode fontes e s<strong>em</strong> a participação de Elba Veiga (PMS), Cássio Marcelo Castro (PMS) e ReginaNora (CONDER) que, de forma obstinada e competente percorreram, palmo a palmo, a Cidade<strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Nessa jornada, estiveram presentes os técnicos da CONDER Anderson Oliveira,Vitória Sampaio, Nilton Santana, Leonar<strong>do</strong> Afonso, Gilma Brito, Carlos Car<strong>do</strong>so, Alberto Bonfim,Jussara Queiroz e Fernan<strong>do</strong> Cabussu e João Pedro Vilela, da UFBA. Rosely Sampaio, daUFBA, apaixonada pelas águas, esteve conosco <strong>em</strong> boa parte da nossa trajetória e hoje constroinovos caminhos <strong>em</strong> Belo Horizonte.Pela Prefeitura Municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> é preciso registrar a participação de Jamile Trindade, CláudioSantos, Luíza Góes, Fátima Falcão, Sérgio Moreira, Cléa Tanajura, Ednilva Azeve<strong>do</strong>, Mariza Zacarias,Carlos Roberto Brandão e Ruth Marcelino, que s<strong>em</strong>pre acreditaram que a delimitação de bairrose <strong>das</strong> bacias hidrográficas é um importante instrumento de estruturação da gestão pública municipal.É preciso ainda registrar a participação de Ailton Ferreira (PMS), Fernan<strong>do</strong> Pires (UFBA), NicholasCosta (UFBA), Wilson Carlos Rossi (IMA) e Lívia Castelo Branco (IMA), Jeniffer Matos e MárciaKauark Amoe<strong>do</strong> e da Equipe da Divisão de Controle de Qualidade da EMBASA, Rosane Aquino,Eduar<strong>do</strong> Topázio, Cláudia <strong>do</strong> Espírito Santo e Carlos Romay da Silva <strong>do</strong> INGA, de Terezinha AlvesRibeiro da SUCOP/SETIN e de Robério Ribeiro Bezerra da CERB, incansáveis militantes <strong>das</strong>águas. Renata Rossi, Fátima Fróes, Aline Farias e Fernanda Nascimento da UFBA, envolveram-senessa <strong>em</strong>preitada acreditan<strong>do</strong> ser possível associar águas, história e poesia. Agradec<strong>em</strong>os a contribuiçãode Eliana Gesteira, Fernan<strong>do</strong> Teixeira, Terezinha Rios e Isaura Andrade, que acreditam queuma gestão d<strong>em</strong>ocrática se faz com respeito à res publica e com informação qualificada.Gostaríamos de agradecer às lideranças <strong>das</strong> 2.130 entidades da sociedade civil e instituiçõespúblicas e priva<strong>das</strong> que participaram conosco no trabalho de delimitação <strong>das</strong> bacias e <strong>do</strong>s bairros,aos administra<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Sist<strong>em</strong>a Integra<strong>do</strong> de Atendimento Regional da Prefeitura Municipal <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,que deram apoio na mobilização <strong>das</strong> lideranças e realização de reuniões.Agradec<strong>em</strong>os ainda à Fundação Gregório de Matos, que gentilmente nos cedeu as fotos antigasde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; à Profa. Consuelo Pondé de Sena presidente <strong>do</strong> Instituto Geográfico e Históricoda Bahia, que nos socorreu com os seus conhecimentos de tupi; a Vilma Barbosa Lage, presidenteda Fundação Mário Leal Ferreira, que aju<strong>do</strong>u a dar mais cor às nossas águas; a João Torres e DilsonTanajura, por ajudar<strong>em</strong> na ilustração deste trabalho, Ary da Mata, da <strong>SEMA</strong>, a Joilson Rodrigues<strong>do</strong> IBGE e a Sahada Josephina Mendes, <strong>do</strong> Irdeb, que s<strong>em</strong>pre acreditaram na relevância desse trabalhopara <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Finalmente, esse trabalho não teria si<strong>do</strong> possível s<strong>em</strong> o espírito acolhe<strong>do</strong>r dacoordenação <strong>do</strong> CIAGS, base institucional <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> trabalho, s<strong>em</strong>pre aberto a novas ideias e desafios,um bom ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> que pode ser a relação entre Universidade e sociedade.O Almanaque <strong>das</strong> ÁguasEsse trabalho é fruto <strong>do</strong> Projeto de Pesquisa Qualidade Ambiental <strong>das</strong> Águas e da VidaUrbana <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, aprova<strong>do</strong> pelo Edital MCT/CNPq / CT-Hidro / CT-Agro e realiza<strong>do</strong> entreos anos de 2006 e 2009, pelo Grupo ÁGUAS <strong>do</strong> Centro Interdisciplinar de Desenvolvimentoe Gestão Social – CIAGS da EA-UFBA, com a participação de pesquisa<strong>do</strong>res <strong>do</strong>Departamento de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica, <strong>do</strong> Departamento de Botânica<strong>do</strong> Instituto de Biologia e da Fundação OndaAzul.Esse Projeto contou ainda com o apoio <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia – por meio daCompanhia de Desenvolvimento Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia - CONDER; da Empresa Baianade Águas e Saneamento S. A. - EMBASA; da <strong>Secretaria</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> daBahia - <strong>SEMA</strong>; <strong>do</strong> Instituto de Gestão <strong>das</strong> Águas e Clima – INGÁ; <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia - IMA; da Prefeitura Municipal <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, por meio da <strong>Secretaria</strong>Municipal de Desenvolvimento Urbano, Habitação e <strong>Meio</strong> Ambiente - SEDHAM; da Superintendência<strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente - SMA; além da participação <strong>do</strong> IBGE. Contamos aindacom a colaboração da Fundação Mário Leal Ferreira - FMLF; <strong>do</strong> Sist<strong>em</strong>a Integra<strong>do</strong> de AtendimentoRegional - SIGA; da Superintendência de Controle e Ordenamento de Uso <strong>do</strong> Solo<strong>do</strong> Município - SUCOM; da Prefeitura Municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; além <strong>do</strong> Instituto Brasileiro deGeografia e Estatística - IBGE. Estas parcerias desenvolvi<strong>das</strong> ao longo <strong>do</strong> Projeto são ex<strong>em</strong>plosconcretos <strong>do</strong> quanto <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e suas águas mobilizam instituições, pesquisa<strong>do</strong>res, cidadãos,enfim, to<strong>do</strong>s aqueles que se mobilizam e se preocupam com a gestão <strong>das</strong> águas ecom a Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.A principal motivação para a realização desse trabalho foi a necessidade de aprofundara pesquisa sobre a complexa relação entre <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e as águas nesse começo de século,ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> vista a visível degradação da qualidade <strong>das</strong> suas águas, além da necessidadede produzir conhecimentos capazes de fundamentar a impl<strong>em</strong>entação de política d<strong>em</strong>ocrática<strong>das</strong> águas. Especificamente, os objetivos desta Pesquisa foram a produção de indica<strong>do</strong>ressobre a qualidade <strong>das</strong> águas e sobre o acesso aos serviços públicos de saneamentoambiental, a delimitação <strong>das</strong> bacias hidrográficas e de drenag<strong>em</strong> natural e a delimitação<strong>do</strong>s bairros de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, ten<strong>do</strong> como referência as noções de identidade e de pertencimento<strong>do</strong>s seus mora<strong>do</strong>res.A opção por associar conceitualmente qualidade <strong>das</strong> águas com os recortes de bacias ebairros t<strong>em</strong> como motivação estimular a construção ou reconstrução <strong>do</strong>s laços de identidadee pertencimento <strong>em</strong> relação ao território e às águas – el<strong>em</strong>ento de fundamental importânciana construção de políticas públicas sustentáveis no atual contexto de red<strong>em</strong>ocratizaçãopela qual atravessa o País. A ex<strong>em</strong>plo <strong>das</strong> d<strong>em</strong>ais capitais brasileiras, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> precisa instituirpráticas, impl<strong>em</strong>entar ações e políticas volta<strong>das</strong> para a melhoria da qualidade de suaságuas – afinal, na Cidade da Bahia, conhecida por suas belezas naturais, as águas traz<strong>em</strong>saúde e <strong>do</strong>ença, são motivo de aflição mas também purificam o corpo e a alma.Esse trabalho implicou <strong>em</strong> um rico exercício de discussão teórica sobre os desafios dacomplexa relação entre sociedade e natureza, entre identidade, território e águas. Sua principalmotivação foi a possibilidade de associação entre saberes e práticas espraia<strong>das</strong> na Uni-


versidade, nas instituições governamentais e na cidade, enfim, foi apossibilidade de construção de saberes e conhecimentos que possamcontribuir para a melhoria da qualidade <strong>do</strong> ambiente urbano efundamentar uma gestão d<strong>em</strong>ocrática <strong>das</strong> águas na cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>e no esta<strong>do</strong> da Bahia.Naomar Monteiro de Almeida Filho – ReitorUniversidade Federal da BahiaReginal<strong>do</strong> Souza Santos – DiretorEscola de Administração - UFBATânia Fischer – Coordena<strong>do</strong>raCentro Interdisciplinar de Desenvolvimentoe Gestão Social - CIAGS – EA-UFBALarissa Cayres de Souza – PresidenteFundação OndAzulJuliano de Sousa Matos – Secretário<strong>Secretaria</strong> <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia – <strong>SEMA</strong>Milton de Aragão Bulcão Villas Boas – PresidenteCompanhia de Desenvolvimento Urbano <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> daBahia – CONDERAbelar<strong>do</strong> de Oliveira Filho – Diretor PresidenteEmpresa Baiana de Águas e Saneamento S. A. – EMBASAJúlio Cesar de Sá da Rocha – Diretor GeralInstituto de Gestão <strong>das</strong> Águas e Clima – INGÁElizabeth Maria Souto Wagner – Diretora GeralInstituto <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia – IMAAntônio Eduar<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos de Abreu – Secretário<strong>Secretaria</strong> Municipal de Desenvolvimento Urbano, Habitaçãoe <strong>Meio</strong> Ambiente – SEDHAM / PMSAs Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>A Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, entrecortada e circundada pelas águas, com abundância de água <strong>em</strong> seu subsolo e comeleva<strong>do</strong> índice pluviométrico, está se tornan<strong>do</strong> árida. Os caminhos percorri<strong>do</strong>s pelas suas águas, que recriam partesignificativa da sua história, revelam o quão perversa t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> a relação entre urbanização e natureza. As nossaságuas <strong>do</strong>ces desaparec<strong>em</strong> na relação inversa à intensidade <strong>do</strong> processo de urbanização.Poder-se-ia afirmar que esse não é um “privilégio” da Cidade da Bahia, pois, afinal, a degradação ambientalassim como a exclusão social são probl<strong>em</strong>as estruturais comuns às nossas grandes metrópoles. Historicamente,a urbanização brasileira estabeleceu uma relação predatória com os recursos ambientais, sen<strong>do</strong> a história <strong>das</strong>nossas cidades uma síntese, contraditória, <strong>do</strong> cotidiano processo de degradação <strong>das</strong> águas.Adicionalmente, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> conjuga de forma ímpar degradação ambiental e pobreza urbana, o que torna a qualidadede vida, algo por d<strong>em</strong>ais precário. A história <strong>do</strong>s rios e <strong>do</strong>s bairros de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> é a história da luta tinhosa,contra o mato, contra a água e pelo acesso à terra e aos serviços públicos urbanos – é isso que revela a fala <strong>do</strong>smora<strong>do</strong>res dessa Cidade. Os resulta<strong>do</strong>s desse trabalho de pesquisa de qualidade <strong>das</strong> águas indicam que, apesar<strong>do</strong>s esforços <strong>em</strong> implantação de um sist<strong>em</strong>a de esgotamento sanitário <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e sua região, o comprometimento<strong>do</strong>s nossos rios ou o que deles restou, resulta <strong>do</strong> lançamento de águas servi<strong>das</strong>, ou seja, da incompletaimplantação da rede coletora de esgotamento sanitário na Cidade. Durante muito t<strong>em</strong>po falou-se da grandedefasag<strong>em</strong> no atendimento desse serviço público. Hoje, as estatísticas oficiais são mais generosas, mas nossasfontes e nossos rios continuam poluí<strong>do</strong>s, precisan<strong>do</strong> ser escondi<strong>do</strong>s, e a população continua a conviver como esgoto. Esses aspectos estão associa<strong>do</strong>s às cotidianas práticas de impermeabilização <strong>do</strong> solo urbano e de destruição<strong>do</strong> que restou da vegetação – a ocupação <strong>do</strong> solo, s<strong>em</strong> a devida regulação, continua a agravar os probl<strong>em</strong>asde exclusão e de risco ambiental.O fato é que, <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos de mercantilização de el<strong>em</strong>entos da natureza considera<strong>do</strong>s como direito universal,a ex<strong>em</strong>plo <strong>das</strong> águas, a noção de escassez passa, cada vez mais, a ser associada a <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. A reversão dessequadro implica <strong>em</strong> decisões de natureza política, <strong>em</strong> aprofundamento <strong>do</strong> processo d<strong>em</strong>ocrático <strong>em</strong> curso, <strong>em</strong> conferiruma dimensão propriamente universal, aos interesses difusos e coletivos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res dessa cidade.A realização deste trabalho d<strong>em</strong>an<strong>do</strong>u a construção de uma ampla estrutura de governança, que contou coma participação e colaboração inquestionável e dedicada <strong>das</strong> várias instituições governamentais (federal, estaduale municipal) e não-governamentais, envolvi<strong>das</strong> com a questão <strong>das</strong> águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> – foi a adesão inconteste aesse projeto que tornou possível a produção de O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. A construção desta rede indicaa maturidade <strong>das</strong> instituições presentes b<strong>em</strong> como de seus dirigentes e técnicos. Nesse processo, diversasunidades da UFBA somaram esforços para a consecução <strong>do</strong>s objetivos <strong>do</strong> presente trabalho. Enfim, a iniciativada Universidade Federal da Bahia de realizar uma pesquisa sobre a qualidade <strong>das</strong> águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> resulta dapaixão de muitos <strong>do</strong>s seus pesquisa<strong>do</strong>res por essa Cidade e pelas suas águas. S<strong>em</strong> pretender reeditar o clássicodebate sobre os senti<strong>do</strong>s e significa<strong>do</strong>s <strong>do</strong> conceito de objetividade e a noção de razão que a fundamenta, gostaríamosde ressaltar que apenas o compromisso com a melhoria da qualidade <strong>do</strong> ambiente urbano e a preocupação<strong>em</strong> contribuir com o enfrentamento da probl<strong>em</strong>ática <strong>das</strong> águas nesse começo de século, explica o <strong>em</strong>penhoe o envolvimento com esse trabalho.Luiz Antunes A. A. Nery – SuperintendenteSuperintendência <strong>do</strong> <strong>Meio</strong> Ambiente – SMA /PMS


A InvestigaçãoA elaboração desse trabalho de caracterização da qualidade <strong>das</strong> águas, <strong>do</strong>s rios e <strong>das</strong> fontes, de delimitaçãode bacias e de bairros, conduziu-nos a vários caminhos. Em linhas gerais, os procedimentos realiza<strong>do</strong>sno âmbito dessa pesquisa implicaram no desenvolvimento <strong>das</strong> seguintes atividades: a. realizaçãode amplo levantamento bibliográfico e pesquisa <strong>em</strong> fontes secundárias, com especial ênfase nos da<strong>do</strong>scensitários e informações relaciona<strong>das</strong> com a qualidade <strong>das</strong> águas e acesso aos serviços públicos desaneamento ambiental, produzi<strong>do</strong>s pela Universidade, Prefeitura Municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>da Bahia, entidades civis e institutos de pesquisa; b. definição de marco teórico-conceitual sobre aprobl<strong>em</strong>ática <strong>das</strong> águas e sua inserção no contexto da probl<strong>em</strong>ática ambiental de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> – com definição<strong>do</strong>s conceitos estruturantes de bacia hidrográfica, de drenag<strong>em</strong> e de bairro; c. estruturação da meto<strong>do</strong>logiade pesquisa de delimitação de bacia hidrográfica e de bairro; d. coleta de amostras de água brutapara a caracterização bacteriológica e físico-química nas bacias hidrográficas e medição da vazão; e.avaliação da qualidade <strong>das</strong> águas <strong>das</strong> fontes; f. caracterização <strong>das</strong> formas de acesso aos serviços públicosde saneamento ambiental por meio de da<strong>do</strong>s censitários e da<strong>do</strong>s da Empresa Baiana de Águas e Saneamento- EMBASA; h. delimitação <strong>das</strong> bacias hidrográficas, de drenag<strong>em</strong> natural e <strong>do</strong>s bairros; e i. realizaçãode levantamento da produção bibliográfica sobre águas nos institutos de pesquisa, faculdades euniversidades <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.A pesquisa de qualidade de águas foi realizada <strong>em</strong> três campanhas com o objetivo de qualificar as águas<strong>em</strong> distintos momentos. A primeira Campanha, a Piloto, foi realizada <strong>em</strong> nov<strong>em</strong>bro de 2007 nas bacias hidrográficas<strong>do</strong>s rios Camarajipe, Cobre, Jaguaribe e Pituaçu. Seu objetivo foi realizar uma caracterização preliminare, desse mo<strong>do</strong>, produzir referências <strong>em</strong>píricas capazes de orientar a estruturação <strong>do</strong> conjunto <strong>do</strong> trabalhode campo. Foram os seguintes os critérios utiliza<strong>do</strong>s para a seleção <strong>das</strong> bacias piloto: importância <strong>do</strong> manancialpara <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e sua região; informações preliminares sobre a qualidade <strong>do</strong> manancial e desenvolvimentode ações pela EMBASA, SMA e <strong>SEMA</strong> nas referi<strong>das</strong> bacias.A segunda e terceira campanhas cont<strong>em</strong>plaram as 12 bacias <strong>do</strong>s rios <strong>do</strong> Seixos (Barrra / Centenário), Camarajipe,Cobre, Ipitanga, Jaguaribe, Lucaia, Paraguari, Passa Vaca, Pedras / Pituaçu, Ilha de Maré e Ilha <strong>do</strong>sFrades, realiza<strong>das</strong>, respectivamente, <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po chuvoso, <strong>em</strong> agosto e set<strong>em</strong>bro de 2008 e t<strong>em</strong>po seco, <strong>em</strong>março e abril de 2009. A seleção <strong>do</strong>s pontos da rede amostral, levou <strong>em</strong> conta os seguintes critérios: (i) proximidadeda nascente e da foz <strong>do</strong> rio; (ii) equidistância aproximada entre os pontos de coleta a fim de adquirirda<strong>do</strong>s físico-químicos <strong>do</strong> rio <strong>em</strong> toda sua extensão; (iii) apreciação <strong>do</strong>s locais de contribuição <strong>do</strong>s afluentes norio principal; (iv) apreciação <strong>do</strong>s principais afluentes da bacia; (v) apreciação de pontos amostrais à montante eà jusante de espelhos d’água relevantes, a fim de analisar o processo de depuração natural; (vi) adensamentopopulacional; (vii) apreciação de áreas que sofrerão intervenções de infraestrutura, realiza<strong>das</strong> pela CON-DER, através de programas federais de desenvolvimento urbano, com o intuito de adquirir informações acercada qualidade <strong>das</strong> águas antes da referida ação; (viii) facilidade de acesso aos pontos, principalmente, relacionan<strong>do</strong>os mesmos às vias públicas e a áreas onde o rio não se apresenta encapsula<strong>do</strong>; (ix) facilidade de coleta,levan<strong>do</strong> <strong>em</strong> consideração a conformação <strong>das</strong> margens, além de eleva<strong>do</strong>s, pontes ou estruturas que atravess<strong>em</strong>sobre o rio.Os principais parâmetros analisa<strong>do</strong>s foram: Coliformes Termotolerantes, D<strong>em</strong>anda Bioquímica de Oxigênio-DBO5, Fósforo Total, Nitrogênio Amônio, Nitrogênio Nitrato, Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong>-OD, Óleos e Graxas, Sóli<strong>do</strong>sTotais e Turbidez. Além disso, foi calcula<strong>do</strong> o Índice de Qualidade <strong>das</strong> Águas-IQA e realiza<strong>do</strong> um trabalho d<strong>em</strong>edição da vazão e de cálculo de cargas poluentes com o objetivo de conhecer o caudal <strong>do</strong>s rios Camarajipe,Cobre, Ipitanga, Jaguaribe e Pituaçu e a quantidade de poluentes que eles receb<strong>em</strong> e transportam e que contribuipara a sua degradação. As análises físico-químicas e bacteriológicas foram realiza<strong>das</strong> pelos laboratóriosda EMBASA, <strong>do</strong> SENAI/CETIND e <strong>do</strong> Departamento de Engenharia Ambiental da UFBA.O trabalho de caracterização <strong>das</strong> fontes teve como ponto de partida a investigação realizada por pesquisa<strong>do</strong>resda Escola Politécnica, sen<strong>do</strong> a mesma ampliada às fontes utiliza<strong>das</strong> pelos terreiros de Can<strong>do</strong>mblé, quedão uso sagra<strong>do</strong> a suas águas. Os principais parâmetros analisa<strong>do</strong>s foram Cor, pH, Cloreto, D<strong>em</strong>anda Químicade Oxigênio-DQO, DBO5, N-Nitrato, OD, Turbidez, Ferro Total, Fósforo Total e Coliformes Termotolerantes.O trabalho de delimitação de bacias hidrográficas teve como ponto de partida a discussão conceitual de baciashidrográfica e de drenag<strong>em</strong>. A principal motivação para o desenvolvimento deste trabalho foi a inexistênciade limites institucionaliza<strong>do</strong>s <strong>das</strong> referi<strong>das</strong> unidades territoriais e a necessidade de fundamentar a atividade deplanejamento urbano-ambiental que leve <strong>em</strong> conta a bacia hidrográfica e a bacia de drenag<strong>em</strong> como unidadede planejamento e gestão. Acresce-se a isso a necessidade de compatibilizar esse recorte com outras unidadesde planejamento, viabilizan<strong>do</strong> desta forma a proposta de construção de unidades ambientais urbanas. Especificamente,as atividades desenvolvi<strong>das</strong> no processo de delimitação <strong>das</strong> bacias hidrográfica e de drenag<strong>em</strong>, consistiram<strong>em</strong>: a. delimitação automática <strong>das</strong> bacias utilizan<strong>do</strong>-se de sist<strong>em</strong>as de informação geográfica, toman<strong>do</strong>como parâmetro uma <strong>das</strong> delimitações sugeri<strong>das</strong> pelo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>(PDDU, Lei Municpal nº 7.400/2008); b. ratificação destes resulta<strong>do</strong>s mediante a comparação com a realidadeobservada <strong>em</strong> campo; c. consolidação <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> final <strong>em</strong> fórum envolven<strong>do</strong> representantes da Universidade(Escolas de Administração e Politécnica, Institutos de Geociências e de Biologia da UFBA), <strong>do</strong> Poder Público(SEDHAM, SMA, SUCOP, EMBASA, INGÁ e IMA) e de profissionais que atuam na área.Para efeito desse trabalho de delimitação, considera-se como bacia hidrográfica a unidade territorial delimitadapor divisores de água, na qual as águas superficiais originárias de qualquer ponto da área delimitada pelosdivisores escoam pela ação da gravidade para as partes mais baixas, originan<strong>do</strong> córregos, riachos e rios,os quais alimentam o rio principal da bacia, que passa, forçosamente, pelos pontos mais baixos <strong>do</strong>s divisores,e des<strong>em</strong>boca por um único exutório. Pode-se considerar exceção a esta definição a ocorrência de bacias hidrográficasdistintas, que por intervenção de infraestrutura urbana, tiveram seus rios principais interliga<strong>do</strong>s próximosà foz e passaram a contar com o mesmo exutório.No trabalho de levantamento bibliográfico foram localiza<strong>das</strong> referências conceituais e <strong>em</strong>píricas esparsasrelativas às áreas cuja drenag<strong>em</strong> é lançada diretamente no mar que, no caso de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, correspond<strong>em</strong> àsregiões costeiras de topografia suave como a Península de Itapagipe e a faixa compreendida entre a Praia deJaguaribe até o limite entre este Município e Lauro de Freitas. Ficou estabeleci<strong>do</strong>, que apenas as áreas ondehá a presença de cursos d’água serão referi<strong>das</strong> como bacias hidrográficas (<strong>em</strong> conformidade com a bibliografiaanalisada) e as d<strong>em</strong>ais – aquelas <strong>em</strong> que a captação <strong>das</strong> águas de chuva ocorre por meio da rede de drenag<strong>em</strong>pluvial implantada <strong>em</strong> consonância com o teci<strong>do</strong> urbano e lançada diretamente no mar – serão considera<strong>das</strong>como bacias de drenag<strong>em</strong> pluvial.Por Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural compreende-se a região de topografia que não caracteriza uma bacia hidrográfica,poden<strong>do</strong> ocorrer veios d’água, os quais não converg<strong>em</strong> para um único exutório. No caso de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,correspond<strong>em</strong> às regiões costeiras da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, como a Península de Itapagipe, o Comércio,a Avenida Contorno e a Vitória; e, da Orla Atlântica, compreendida entre a Praia de Jaguaribe até o limiteentre este município e Lauro de Freitas. Portanto, a ausência de cursos d’água perenes foi um <strong>do</strong>s critériospara a definição <strong>das</strong> bacias de drenag<strong>em</strong> natural.Como resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho e de sua discussão o projeto de delimitação final <strong>das</strong> bacias hidrográficas <strong>do</strong>município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> conclui instituin<strong>do</strong> 12 (<strong>do</strong>ze) bacias hidrográficas (Seixos-Barra/Centenário, Camarajipe,Cobre, Ipitanga, Jaguaribe, Lucaia, Ondina, Paraguari, Passa Vaca, Pedras/Pituaçu, Ilha de Maré e Ilha <strong>do</strong>s


Foto: José Carlos Almeida


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s Seixos (Barra/Centenário)Estações de coleta daCNPqLocalizada no extr<strong>em</strong>o Sul da Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Baciada Barra / Centenário possui uma área de 3,21km 2 , o que corresponde1,14% <strong>do</strong> território municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Encontraselimitada ao Norte pela Bacia de Lucaia, a Leste pela Bacia deOndina e ao Sul pela Baía de To<strong>do</strong>s os Santos. Com uma populaçãode 60.826 habitantes, que corresponde a 2,49% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>resde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, densidade populacional de 18.950,26hab./km 2 é a segunda bacia mais densa <strong>do</strong> município. Possui 19.139<strong>do</strong>micílios, que corresponde a 2,9% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>(IBGE, 2000).Na área delimitada por essa bacia estão os bairros <strong>do</strong> Canela,Barra e Graça, bairros antigos e tradicionais da cidade,habita<strong>do</strong>s por uma população situada pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>entenas maiores faixas de renda mensal. Nessa bacia, 26,76%<strong>do</strong>s chefes de família receb<strong>em</strong> mais de 20 SM (salário mínimo),20,56% estão na faixa de mais de 5 a 10 SM e 10,16%receb<strong>em</strong> até 1 SM. Esses da<strong>do</strong>s se reflet<strong>em</strong> nos da<strong>do</strong>s de escolaridadesquais sejam: 45,63% possu<strong>em</strong> mais de 15 anos deestu<strong>do</strong>, 32,48% possu<strong>em</strong> de 11 a 14 anos e 1,59% não apresentamnenhum ano de instrução (IBGE, 2000). O bairro daBarra t<strong>em</strong> uma grande importância histórica, pois além de tersi<strong>do</strong> o local de chegada <strong>do</strong>s portugueses, abriga uma série deprédios e monumentos históricos.Essa bacia segue uma morfologia e modela<strong>do</strong> espacial sinuoso,b<strong>em</strong> peculiar, com formação de pequenas colinas e outeiros,permitin<strong>do</strong> seu entr<strong>em</strong>eamento por vales e grotões. Ao longode quase quinhentos anos de ocupação, o solo urbano, cada vezmais altera<strong>do</strong> pelas ações antrópicas, continua receben<strong>do</strong> as cargasdrenantes e pluviais.O principal rio que modela a Bacia Barra / Centenário é o Rio<strong>do</strong>s Seixos, cujo nome significa “pedras rola<strong>das</strong>”. A área drenantedesse rio tinha grande valor cênico, atributos visuais e belezapaisagística. Suas nascentes estão no Vale <strong>do</strong> Canela (antigo grotãocom barramento no platô <strong>do</strong> Campo Grande) e na Fonte NossaSenhora da Graça (construída, segun<strong>do</strong> a lenda, <strong>em</strong> 1500 porCaramuru, para a índia Catarina Paraguaçu nela banhar-se), próximaà ligação viária com a Barra Avenida. Em seguida, o Rio segue<strong>em</strong> direção à Av. Centenário.Esse rio foi importante como defesa natural para as primeirasocupações que ocorreram <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. O sítio da aldeia onde viveuCaramuru, na região <strong>do</strong> Porto da Barra, tinha a depressão <strong>em</strong>brejada<strong>do</strong>s Seixos como defesa natural. Também serviu de proteçãopara o <strong>do</strong>natário Francisco Coutinho, que construiu mais de100 casas protegi<strong>das</strong> de um la<strong>do</strong> pelo mar e <strong>do</strong> outro pelo Rio <strong>do</strong>sSeixos e seus brejos e charcos.O Rio <strong>do</strong>s Seixos é um rio de pequeno porte, de baixa vazão,muito raso, amplian<strong>do</strong> seu fluxo <strong>em</strong> perío<strong>do</strong>s chuvosos. Caminha<strong>em</strong> to<strong>do</strong> o seu curso por áreas urbaniza<strong>das</strong>, ten<strong>do</strong> no trecho inicial<strong>do</strong> percurso uma estreita canalização retifica<strong>do</strong>ra e delimita<strong>do</strong>ra,de alvenaria de pedra, intervias de rolamento, que obedece ao desenvolvimentoda geometria da Av. Reitor Miguel Calmon. As marcasda antropização são visíveis, como resíduos sóli<strong>do</strong>s e assoreamentode grande parte <strong>do</strong> seu leito e crescimento de gramíneasna área <strong>em</strong> que está canaliza<strong>do</strong>, no referi<strong>do</strong> Vale. A partir <strong>do</strong> finaldesta Avenida, nas proximidades da Rua <strong>do</strong>s Reis Católicos, o rioé coberto, seguin<strong>do</strong> dessa maneira até a Av. Centenário, onde foitotalmente encapsula<strong>do</strong> com lajes de concreto arma<strong>do</strong>, <strong>em</strong> obrasde urbanização <strong>do</strong> governo municipal <strong>em</strong> 2008, seguin<strong>do</strong> dessaforma até a foz, nas cercanias <strong>do</strong> Morro <strong>do</strong> Cristo, na praia <strong>do</strong> Farolda Barra.As poucas áreas permeáveis restantes <strong>em</strong> toda a bacia, ain<strong>das</strong>e encontram com médio nível de proteção, tanto no Vale <strong>do</strong> Canela,<strong>em</strong> terrenos públicos à meia encosta e, sobretu<strong>do</strong> nos <strong>do</strong>míniosda UFBA (campus <strong>do</strong> Canela), nas vertentes da Vitória e Canela enos pequenos bolsões de áreas verdes (arboriza<strong>das</strong> e grama<strong>das</strong>),que faz<strong>em</strong> linde com a Av. Centenário (parte <strong>do</strong> bairro da Graça eda localidade <strong>do</strong> Jardim Apip<strong>em</strong>a). Antes da cinquentenária urbanização,grande parte desse entr<strong>em</strong>ea<strong>do</strong> de vales era uma regiãoalagadiça e <strong>em</strong>brejada.No trecho inicial <strong>do</strong> rio são necessárias novas ações de ajustepara a impl<strong>em</strong>entação de mecanismos efetivos para sua requalificaçãoambiental, a ex<strong>em</strong>plo da identificação e catalogação davegetação e replantio, recuperação <strong>das</strong> nascentes, da Fonte NossaSenhora da Graça (Fonte da Catarina) e <strong>das</strong> áreas verdes circundantes.O quadro 01 apresenta as observações <strong>do</strong> Protocolo de AvaliaçãoRápida - PAR nas cinco estações estabeleci<strong>das</strong> para coletade amostras de água na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s Seixos.O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 19


Quadro 01. Observações <strong>do</strong> PAR nas estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s SeixosParâmetroBAR 01BAR 02BAR 03BAR 04BAR 05Tipo de ocupaçãoResidencialResidencialResidencial,Residencial,Residencial,<strong>das</strong> margenscomercial/administrativocomercial/administrativocomercial/administrativoEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> leito <strong>do</strong> rioEncapsula<strong>do</strong>Encapsula<strong>do</strong>Encapsula<strong>do</strong>Encapsula<strong>do</strong>Encapsula<strong>do</strong>parcialmentetotalmentetotalmentetotalmentetotalmenteMata ciliarInexistenteInexistenteInexistenteInexistenteInexistentePlantas aquáticasAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteO<strong>do</strong>r da águaForte (de esgoto)MédioLeveLeveLeveOleosidade da águaAusenteAusente“Marcas” <strong>em</strong> linhas (arco-íris)“Marcas” <strong>em</strong> linhas (arco-íris)“Marcas” <strong>em</strong> linhas (arco-íris)Transparência/Muito escuraMuito escuraMuito escuraMuito escuraMuito escuracoloração da águaTipo de fun<strong>do</strong>Antropiza<strong>do</strong>, com aMarcas deAntropiza<strong>do</strong>, com aAntropiza<strong>do</strong>, com aAntropiza<strong>do</strong>, com apresença de lixoantropizaçãopresença de lixopresença de lixopresença de lixo(entulho)Fluxo de águasLâmina d’água <strong>em</strong>Lâmina d’águaLâmina d’água <strong>em</strong> 75% <strong>do</strong>Lâmina d’água <strong>em</strong> 75%Lâmina d’água <strong>em</strong> 75%75% <strong>do</strong> leito<strong>em</strong> 75% <strong>do</strong> leitoleito<strong>do</strong> leito<strong>do</strong> leitoQuadro 02. Coordena<strong>das</strong> <strong>das</strong> estações de coleta de amostrasde água da Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s Seixos – <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 2009EstaçãoBAR 01BAR 02BAR 03BAR 04BAR 05Coordenada X551611,1201552005,0449551685,0346552421,3547552331,9166Coordenada Y8563332,018562673,7418561946,1848563073,5278562783,329ReferênciaAv. Reitor MiguelCalmon, Vale <strong>do</strong>Canela, <strong>em</strong> frenteao Ed. Açucena.Av. Centenário(Chame-Chame)Av. Centenário(Próximo aoShopping Barra eda Foz).Av. Centenário(Próximo aoHospital SantoAmaro)Av. Centenário(Próximo ao PostoShell)A análise da qualidade <strong>das</strong> águas na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s Seixos foirealizada <strong>em</strong> 05 (cinco) estações ao longo da Bacia, conforme coordena<strong>das</strong>apresenta<strong>das</strong> no quadro 02 e mostra<strong>das</strong> na figura 01.Quanto aos resulta<strong>do</strong>s da análise de alguns parâmetros bacteriológicose físico-químicos dessa Bacia, são apresenta<strong>do</strong>s nas figuras02 a 06 os resulta<strong>do</strong>s da campanha <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> chuvoso <strong>das</strong> cincoestações de coleta de amostras de água e da estação BAR01 nacampanha <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> seco, pois devi<strong>do</strong> ao encapsulamento <strong>do</strong> Riofoi a única que permitiu coleta de amostra de água.A poluição e mesmo a contaminação <strong>do</strong>s rios por esgotos urbanos edrenag<strong>em</strong> de águas pluviais t<strong>em</strong> como característica o aporte de eleva<strong>das</strong>quantidades de microrganismos patogênicos, provavelmente presentesnos esgotos, acarretan<strong>do</strong> impactos ambientais e probl<strong>em</strong>as à saúdepública. Dentre esses organismos, as bactérias <strong>do</strong> tipo Coliformes Termotolerantessão indica<strong>do</strong>ras da presença de esgotos sanitários e, consequent<strong>em</strong>ente,da possível presença de patógenos nas águas, sen<strong>do</strong>bastante utilizada <strong>em</strong> monitorização de qualidade de águas.As concentrações de Coliformes Termotolerantes obti<strong>das</strong> nas duascampanhas, no Rio <strong>do</strong>s Seixos foram altas, principalmente, comparan<strong>do</strong>os valores estabeleci<strong>do</strong>s pela Resolução CONAMA n. 357/05para águas <strong>do</strong>ces classe 2, o que indica poluição <strong>do</strong> rio por esgotos<strong>do</strong>mésticos.Figura 01. Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s Seixos e localização <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de águaCNPq20 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 21


CANELAO Bairro <strong>do</strong> Canela, até o início <strong>do</strong> século XX, era forma<strong>do</strong> porchácaras pertencentes à família Pereira de Aguiar. Segun<strong>do</strong> SilvioFlávio, m<strong>em</strong>bro dessa família e mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro, as chácaras seestendiam <strong>do</strong> Campo Grande à Graça e foram desapropria<strong>das</strong> pelogoverno federal, <strong>em</strong> 1903, com a morte <strong>do</strong> Marechal Francisco Pereirade Aguiar.Nessa época, o Canela era forma<strong>do</strong> por elegantes casas e belossolares como o Solar Bom Gosto, principal residência da famíliaAguiar, d<strong>em</strong>olida <strong>em</strong> 1933, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> edifica<strong>do</strong> <strong>em</strong> seu lugar oatual Hospital Universitário Professor Edgar Santos, inaugura<strong>do</strong><strong>em</strong> 1948. Assim como o referi<strong>do</strong> solar, outras antigas casas, ao longo<strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, deram lugar a grandes edifícios.Segun<strong>do</strong> José Carlos Gazar, representante da Associação deMora<strong>do</strong>res e Amigos <strong>do</strong> Campo Grande, Vitória e Canela, a históriaque circula entre os mora<strong>do</strong>res sobre o nome <strong>do</strong> bairro é a deque, no local, quan<strong>do</strong> ainda era uma enorme fazenda, havia uma árvoreque produzia canela, a mesma canela utilizada na canjica, porisso, então, o bairro teria recebi<strong>do</strong> esse nome de batismo.Hoje, o Canela também se destaca por abrigar serviços na área daReitoria da UFBA – 2009saúde e da educação, a ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> Colégio Estadual Manoel Novaise algumas unidades da UFBA como as Escolas de Nutrição,deTeatro e Belas Artes. Uma <strong>das</strong> mais tradicionais instituições de ensinoparticular de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o Colégio Maristas, também fez parte<strong>do</strong> cenário <strong>do</strong> bairro, até o ano de 2008, quan<strong>do</strong> foi desativa<strong>do</strong>. NoVale <strong>do</strong> Canela, estão localiza<strong>das</strong> atualmente o Pavilhão de Aulasda Faculdade de Medicina, criada <strong>em</strong> 1808, no Terreiro de Jesus,e as Escolas de Música (1954) e Enfermag<strong>em</strong> (1946).Marca<strong>do</strong> intensamente pela presença da Universidade Federalda Bahia, não é por acaso que este bairro t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> palco de diversasmanifestações estudantis, desde a década de setenta, comoas lutas contra a ditadura militar e as manifestações pela d<strong>em</strong>ocratização<strong>do</strong> ensino e moralização da vida política. No Vale <strong>do</strong> Canela,está uma <strong>das</strong> nascentes <strong>do</strong> rio <strong>do</strong>s Seixos, principal rio da baciaBarra-Centenário.O Canela possui uma população de 5.556 habitantes, o que correspondea 0,23% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,27% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 29,03% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 47,75% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm 15 anos ou mais de estu<strong>do</strong>.Foto: Aline FariasInicia-se no cruzamento da Rua Engenheiro Souza Lima com a Avenida Reitor Miguel Calmon, onde segue até a sua interseção com a Ligação Avenida Reitor Miguel Calmon/Campo Grande. Segue até alcançar a Avenida Araújo Pinho, até a Rua João<strong>das</strong> Botas, junto a Procura<strong>do</strong>ria Geral <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, exclusive. Segue por esse logra<strong>do</strong>uro até o alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis da Avenida Leovigil<strong>do</strong> Filgueiras até alcançar o fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s imóveis da Rua Cerqueira Lima. Daí s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> linha reta, incluin<strong>do</strong>o Centro Médico <strong>do</strong> Vale e seguin<strong>do</strong> pela encosta, até a Avenida Reitor Miguel Calmon. Daí segue por essa avenida até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.CNPq24 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 25


GRAÇAA história <strong>do</strong> bairro da Graça precede à fundação da cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong><strong>em</strong> 1549. Segun<strong>do</strong> registros históricos, a Igreja Nossa Senhorada Graça foi erguida a pedi<strong>do</strong> de Catarina Paraguaçu, constituin<strong>do</strong>-se<strong>em</strong> uma <strong>das</strong> grandes referências <strong>do</strong> bairro. Conforme o professor Adroal<strong>do</strong>Ribeiro Costa, a Graça “[...] foi inicialmente uma sesmaria <strong>do</strong>adaa Caramuru e que se estendia até o litoral, limitan<strong>do</strong>-se pelo la<strong>do</strong> oestecom a Vila Velha, onde atualmente é o Porto da Barra”.Flávio de Paula, presidente da Associação <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res daGraça, conta que o nome <strong>do</strong> bairro está associa<strong>do</strong> à história da IgrejaNossa Senhora da Graça, mais precisamente à “graça” recebida porCatarina Paraguaçu, que teve uma visão, <strong>em</strong> seus sonhos, da santaque mais tarde ficou conhecida como Nossa Senhora da Graça.Muitas histórias populares povoam o imaginário <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>resda Graça, como a história <strong>do</strong> milagre da chuva, por ex<strong>em</strong>plo. No séculoXVIII, quan<strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> foi assolada por uma forte seca, o governojunto com os mora<strong>do</strong>res realizou uma procissão pedin<strong>do</strong> a NossaSenhora da Graça que fizesse chover e, antes mesmo de acabaro cortejo, a chuva já estava cain<strong>do</strong>.Neste bairro, existe hoje uma rica convivência entre o modernoe o antigo, o presente e o passa<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Claudia Bacelar, mora<strong>do</strong>rada Graça desde a década de 1970, o bairro mantém a tradição,s<strong>em</strong> ser ostensivo. “Na Graça você usufrui de tu<strong>do</strong> que umagrande cidade oferece, s<strong>em</strong> abrir mão de uma vida tranquila. Aqui,a violência é menor, o trânsito é mais civiliza<strong>do</strong> e as pessoas aindamantém uma relação cordial”Seu patrimônio histórico, seus casarões e espigões modernosformam um diversifica<strong>do</strong> cenário, <strong>em</strong> terras, outrora, ocupa<strong>das</strong> poríndios tupinambás. Localizam-se no bairro, o Solar <strong>do</strong>s Carvalhos,construí<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1890, o Palacete <strong>das</strong> Artes (atual Museu Rodin), tambémdata<strong>do</strong> <strong>do</strong> século XIX, as Faculdades de Direito (1891) e deRua da GraçaEducação (1968) e a Escola de Administração (1959) da UFBA,além da Fonte de Nossa Senhora da Graça.Segun<strong>do</strong> Flávio de Paula, essa fonte data <strong>do</strong> século XVI, e jáfoi denominada de Fonte <strong>das</strong> Naus e Fonte da Catarina. Conformea lenda, Catarina Paraguassu banhava-se nela. No Brasil colônia,a Fonte serviu para abastecer os barcos que aportavam na cidadee para piqueniques de famílias tradicionais. Atualmente, o seuuso mais freqüente é para lavag<strong>em</strong> de carros. Essa fonte é uma <strong>das</strong>nascentes <strong>do</strong> rio Seixos.A Graça possui uma população de 17.889 habitantes, o que correspondea 0,73% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,83% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 34,52% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 32,48% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s e 45,63% t<strong>em</strong> 15anos ou mais de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosFlavio de Paula.Ao fun<strong>do</strong>, a FonteNossa Senhora daGraçaIgreja NossaSenhora da Graça– Século XVIIIInicia-se no ponto situa<strong>do</strong> na Avenida Sete de Set<strong>em</strong>bro, trecho Ladeira da Barra. Daí <strong>em</strong> linha reta pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua da Graça, até alcançar a Rua Engenheiro Souza Lima, percorren<strong>do</strong> este logra<strong>do</strong>uro até a sua interseçãocom a Avenida Reitor Miguel Calmon. Segue por esta avenida até o cruzamento com a Avenida Centenário. Daí segue até o cruzamento com a Rua Doutor José Serafim. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o cruzamento com a Avenida Princesa Leopoldina.Daí até o cruzamento desta com a Avenida Princesa Isabel, seguin<strong>do</strong> por esta avenida. Segue pelos fun<strong>do</strong>s de lotes <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Avenida Princesa Isabel até a Rua Oito de Dez<strong>em</strong>bro, percorren<strong>do</strong> este logra<strong>do</strong>uro. Segue <strong>em</strong> linha retapelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Doutor João Ponde. Daí <strong>em</strong> linha reta até a Travessa General Carmona por onde segue até o cruzamento com a Rua Pedro Milton de Brito. Daí segue <strong>em</strong> linha reta até a Rua Doutor João Ponde. Desseponto segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Avenida Sete de Set<strong>em</strong>bro, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.Fundação Gregório de Matos26 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 27


BARRAQuan<strong>do</strong> a América Portuguesa foi dividida <strong>em</strong> capitanias hereditárias,Francisco Pereira Coutinho, um nobre português, tornou-se o<strong>do</strong>natário da capitania da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, des<strong>em</strong>barcan<strong>do</strong><strong>em</strong> 1536 “com a sua gente adiante da Ponta <strong>do</strong> Padrão”, afirmaEdson Carneiro, no atual Farol da Barra. Estabeleci<strong>do</strong>s nessa enseada,segun<strong>do</strong> Carneiro, “deram início à construção de casas parac<strong>em</strong> mora<strong>do</strong>res, levantaram ‘uma maneira de Igreja’, onde os jesuítasdariam a sua primeira missa, e armaram uma camboa de pesca<strong>em</strong> frente à povoação” construin<strong>do</strong>, assim, a Vila Velha ou a Vila<strong>do</strong> Pereira.Dessa forma, foram da<strong>do</strong>s os primeiros passos para a ocupaçãoda capitania da Baía e para a construção <strong>do</strong> que mais tarde seriao aristocrático bairro da Barra. Para proteger a povoação que orase formava, foi edifica<strong>do</strong> o Forte de Santo Antonio da Barra, queteve um papel importante na luta contra as invasões holandesas <strong>em</strong>1624, na Independência da Bahia, <strong>em</strong> 1823, e no movimento daSabinada, <strong>em</strong> 1837.No Forte de Santo Antonio da Barra, que abriga o Museu Náuticoda Bahia, foi instala<strong>do</strong> um farol para realizar uma tarefa quev<strong>em</strong> sen<strong>do</strong> cumprida até os dias atuais: orientar os navios que entravamna Baía de To<strong>do</strong>s os Santos. Além desse patrimônio histórico,exist<strong>em</strong> ainda na Barra duas fortalezas construí<strong>das</strong> no séculoXVII: o Forte de Santa Maria e o Forte de São Diogo, e outros importantesmonumentos, como a Igreja de Santo Antonio da Barra,o C<strong>em</strong>itério <strong>do</strong>s Ingleses e a Estátua <strong>do</strong> Cristo. Credita-se onome <strong>do</strong> bairro à existência de uma barra entre a Ilha de Itaparicae o Farol da Barra.Porto da BarraNo local onde está localiza<strong>do</strong> o Farol, existia a Fonte de I<strong>em</strong>anjáou Fonte da Mãe d’Água. Sobre essa fonte, a historia<strong>do</strong>ra GessyGesse conta que, “<strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a primeira festa <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong>a I<strong>em</strong>anjá aconteceu no <strong>do</strong>rso <strong>do</strong> Farol da Barra, onde havia a Fonteda Mãe d’Água , no século XVIII”.A Barra, que foi durante muito t<strong>em</strong>po moradia de pesca<strong>do</strong>res eárea de veraneio, na época <strong>em</strong> que as famílias mais ricas residiamno Centro, transformou-se, com o passar <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, <strong>em</strong> um bairro residencial.Ao longo <strong>do</strong>s anos 70, era ponto obrigatório para a juventudeque se dirigia à Orla Atlântica de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> <strong>em</strong> busca de diversão.Nas últimas déca<strong>das</strong>, grandes mansões deram lugar a edifíciosde classe média e a estabelecimentos comerciais. A praia <strong>do</strong> Portoda Barra continua sen<strong>do</strong> um ponto obrigatório para os que não dispensamum bom banho de mar e um belo por <strong>do</strong> sol.Neste bairro, mais especificamente na Avenida Centenário, passao rio <strong>do</strong>s Seixos, atualmente encapsula<strong>do</strong> por uma obra de infra-estruturaurbana, realizada <strong>em</strong> 2008. Os seus brejos protegeram tantoa aldeia onde vivia Caramuru, como as primeiras casas edifica<strong>das</strong>.Além da marcante presença <strong>do</strong> carnaval na vida <strong>do</strong> bairro, nosdias atuais, as chama<strong>das</strong> Festas da Praia, a festa <strong>do</strong>s joga<strong>do</strong>resde peteca, no dia 15 de dez<strong>em</strong>bro, e a festa de fim de ano, no dia31, costumam mobilizar não só os mora<strong>do</strong>res da Barra, mas os detoda a cidade.A Barra possui uma população de 20.387 habitantes, o que correspondea 0,83% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,04% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,28% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 46,83% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm 15 ou mais anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosInicia-se na linha de costa da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, localiza<strong>do</strong> junto ao Farol da Barra, inclusive, seguin<strong>do</strong> até o Iate Clube da Bahia, inclusive, e excluin<strong>do</strong> a Vila Brandão. Segue pelos fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Avenida Sete de Set<strong>em</strong>bro,trecho Ladeira da Barra. Daí segue até a Rua da Graça, seguin<strong>do</strong> até a Rua Pedro Milton de Brito até o ponto de interseção com a Travessa General Carmona, até o seu final. Daí <strong>em</strong> linha reta pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua DoutorJoão Ponde, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> linha reta até a Rua Oito de Dez<strong>em</strong>bro, até SEQUIBA, por onde segue pelos fun<strong>do</strong>s de lotes <strong>do</strong>s d<strong>em</strong>ais imóveis com frente para a Avenida Princesa Isabel, até o cruzamento desta com a Avenida Princesa Leopoldina. Seguepor esta avenida até a interseção com a Rua Doutor José Serafim, seguin<strong>do</strong> por esta rua até a Avenida Centenário. Daí <strong>em</strong> linha reta até confluência <strong>das</strong> Ruas Plínio Moscoso e Comenda<strong>do</strong>r Francisco Pedreira. Segue até a confluência com as RuasProfessor Sabino Silva e Rua José Sátiro de Oliveira por onde segue até o cruzamento com a Avenida Oceânica. Daí segue por esta avenida até a linha de costa. Daí segue a linha de costa da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, ponto de início da descrição<strong>do</strong> limite desse bairro.28 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 29


Bacia Hidrográfica de OndinaLocalizada no extr<strong>em</strong>o Sul <strong>do</strong> Município, a Bacia Hidrográfica deOndina possui uma área de 3,08km 2 , sen<strong>do</strong> a menor bacia <strong>em</strong> extensão,corresponden<strong>do</strong> a 1% <strong>do</strong> território de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Limita-se aoNorte e a Oeste pela Bacia <strong>do</strong> Lucaia, à Leste pelo Oceano Atlânticoe ao Sul pela Bacia Barra/Centenário. Possui uma população de27.774 habitantes, que corresponde a 1,14% <strong>do</strong>s habitantes de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,densidade populacional de 9.028,82hab./km 2 e 8.915 unidadeshabitacionais, que correspond<strong>em</strong> a 1,35% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios soteropolitanos(IBGE, 2000).Faz<strong>em</strong> parte da Bacia de Ondina os bairros de Ondina, Calabar eAlto <strong>das</strong> Pombas, além <strong>das</strong> localidades de Jardim Apip<strong>em</strong>a, Alto deOndina e São Lázaro. Essa bacia é ocupada por uma população situada<strong>em</strong> faixas de renda diferencia<strong>das</strong>: 19,59% não possu<strong>em</strong> rendimentomensal superior a 1 SM; 19,18% estão na faixa de 1 até 3SM; 18,11% entre 5 e 10 SM; 18,08% receb<strong>em</strong> entre 10 e 20 SMe 15,82% receb<strong>em</strong> mais de 20 SM. Os índices de escolaridade d<strong>em</strong>aior expressão <strong>do</strong>s chefes de família dessa bacia estão distribuí<strong>do</strong>sda seguinte forma: 30,83% possu<strong>em</strong> de 11 a 14 anos e 31,41%estão acima de 15 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).Até então, a área que corresponde a essa bacia fazia parte da Bacia<strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s Seixos (Barra/Centenário). Entretanto, a existência danascente de um córrego que drena a localidade de Jardim Apip<strong>em</strong>ae o bairro <strong>do</strong> Calabar, onde foi observa<strong>do</strong> um suave caimento no terreno,justificou a delimitação desta bacia, sen<strong>do</strong> os limites entre elae a Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s Seixos (Barra/Centenário) defini<strong>do</strong>s pela delimitaçãoautomática por geoprocessamento (Figura 01).Foi também localiza<strong>do</strong> um curso d’água completamente degrada<strong>do</strong>no seu escoamento superficial, que corre paralelo à Rua Nova <strong>do</strong>Calabar, <strong>em</strong> áreas bastante impermeabiliza<strong>das</strong>, ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes lindeirosa esta via, cujo senti<strong>do</strong> de fluxo <strong>das</strong> águas, indica que as áreasde contribuição para o mesmo, pertenc<strong>em</strong> à Bacia de Ondina.No bairro de Ondina localiza-se a Residência Oficial <strong>do</strong> Governo<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, próxima a uma Unidade de Conservação – o Parque ZoobotânicoGetúlio Vargas, que possui uma área de 18ha, com r<strong>em</strong>anescentesde floresta ombrófila, pertencente ao bioma Mata Atlântica.O Zoológico de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> abriga mais de 120 espécies de animais,sen<strong>do</strong> 80% naturais <strong>do</strong> Brasil e 38% de espécies ameaça<strong>das</strong> de extinção.Entretanto, a assepsia e a lavag<strong>em</strong> de jaulas, abrigos e fossos,além de po<strong>das</strong>, capinas e dejetos de animais (urina e fezes),processam-se com o lançamento e descarte <strong>do</strong>s resíduos no sist<strong>em</strong>ade drenag<strong>em</strong> desta unidade de conservação.Nessa bacia exist<strong>em</strong> pequenos córregos, muitos já encapsula<strong>do</strong>ssubterraneamente, outros ainda visíveis, como no Campus da UFBA<strong>em</strong> Ondina. Para esses corpos hídricos e micro-bacias de drenag<strong>em</strong>são carrea<strong>do</strong>s os poluentes <strong>do</strong>s logra<strong>do</strong>uros (ruas, meio-fios e bocasde lobo), construções, telha<strong>do</strong>s, além <strong>do</strong>s oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> desgastede peças de veículos, da liberação de flui<strong>do</strong>s, de <strong>em</strong>issões gasosase os provenientes <strong>do</strong> pavimento asfáltico.A qualidade <strong>das</strong> águas dessa bacia não foi obtida, porém podeseadmitir que sofre alterações devi<strong>do</strong> aos materiais e substânciascarrea<strong>do</strong>s pela drenag<strong>em</strong> pluvial, b<strong>em</strong> como <strong>do</strong> lançamento de esgotossanitários de <strong>do</strong>micílios ainda não liga<strong>do</strong>s à rede coletora <strong>do</strong>sist<strong>em</strong>a público de esgotamento sanitário ou que não dispõ<strong>em</strong> de soluçãopara o destino adequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s excretas humanos e <strong>das</strong> águasservi<strong>das</strong>.Essa bacia possui quatro fontes: a <strong>do</strong> Chega Nego, situada naOrla Atlântica, <strong>em</strong> Ondina, a <strong>do</strong> Zoológico, a <strong>do</strong> Chapéu de Couro,na entrada <strong>do</strong> Zoológico e a <strong>do</strong> Instituto de Biologia da UFBA.O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 31


Bacia Hidrográfica de OndinaOrtofotos SICAD / PMS – 2006Figura 01. Bacia Hidrográfica de Ondina32 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 33


ALTO DAS POMBASZildete <strong>do</strong>s Santos Pereira, presidente <strong>do</strong> Grupo de Mulheres <strong>do</strong>Alto <strong>das</strong> Pombas, afirma que onde hoje é o bairro Alto <strong>das</strong> Pombas,foi a Fazenda São Gonçalo. Ela conta que por causa <strong>das</strong> matas, <strong>das</strong>árvores frutíferas e por localizar-se no alto, este lugar atraía um grandenúmero de pombas. Desse mo<strong>do</strong>, com a inauguração <strong>do</strong> C<strong>em</strong>itério<strong>do</strong> Campo Santo, seus funcionários começaram a construir casasnessas terras passan<strong>do</strong> a chamar o local de Alto <strong>das</strong> Pombas.Há 70 anos, de acor<strong>do</strong> com a opinião de Pereira, o bairro passavapor um sério probl<strong>em</strong>a: “[...] a Santa Casa da Misericórdia se achava<strong>do</strong>na <strong>do</strong> terreno e não tínhamos saída. Tínhamos que passar pordentro <strong>do</strong> C<strong>em</strong>itério <strong>do</strong> Campo Santo com hora de fechar e abrir.Além disso, não existia calçamento e iluminação”.Desde esse t<strong>em</strong>po que as relações entre a Santa Casa da Misericórdiae os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Alto <strong>das</strong> Pombas, na opinião de Pereira, éconflituosa. Consideran<strong>do</strong>-se proprietária da região <strong>do</strong> Alto <strong>das</strong> Pombas,a Santa Casa passou a cobrar da comunidade uma taxa. Entretanto,segun<strong>do</strong> Zildete Pereira, a Associação de Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Bairro t<strong>em</strong> feitopesquisas <strong>em</strong> cartórios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e não t<strong>em</strong> encontra<strong>do</strong> registro queconfirme a propriedade <strong>do</strong> terreno por parte da referida instituição. Porconta disso, os mora<strong>do</strong>res deixaram de pagar a mensalidade estipuladae, agora, uma questão corre na justiça, envolven<strong>do</strong> a PrefeituraMunicipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e a Santa Casa de Misericórdia.Anselmo Menezes, funcionário <strong>do</strong> C<strong>em</strong>itério Campo Santo, afirmaque a Fazenda São Gonçalo, foi compradaAlto <strong>das</strong> Pombaspela Santa Casa ao governo da época,com o objetivo de criar um c<strong>em</strong>itério ehoje, esta instituição está fazen<strong>do</strong> umacor<strong>do</strong> com a Prefeitura para passaros títulos de posse para as pessoas <strong>do</strong>Alto <strong>das</strong> Pombas. “Não sei como está oandamento deste processo agora. Comrelação às taxas, sei que a Santa Casacobra um valor anual às pessoas queestão <strong>em</strong> seu terreno”.O Alto <strong>das</strong> Pombas é um bairro pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>enteresidencial, <strong>em</strong>bora,segun<strong>do</strong> Pereira, as atividades comerciaisatualmente estejam <strong>em</strong> expansão<strong>em</strong> sua via principal, a Rua TeixeiraMendes.Fundação Gregório de MatosA presidente <strong>do</strong> Grupo de Mulheres afirma que não há nenhumadata especial para o bairro, entretanto, “estamos s<strong>em</strong>pre buscan<strong>do</strong>realizar eventos para os mora<strong>do</strong>res. Nós festejamos o Carnaval e oSão João. O Alto <strong>das</strong> Pombas é muito dinâmico, quan<strong>do</strong> há algumaatividade produzida pelo Grupo de Mulheres no Largo, toda a comunidadeaparece”.O Grupo de Mulheres <strong>do</strong> Alto <strong>das</strong> Pombas surgiu no fim daditadura militar: “enfrentamos a policia e os canhões <strong>do</strong> exército,contra a carestia, junto aos movimentos sindicais”. Hoje, o Grupoé parceiro da UFBA e realiza cursos de formação política paramulheres, enfatizan<strong>do</strong>, entre outros t<strong>em</strong>as, cidadania e direitos damulher. Também faz<strong>em</strong> atividades de arte, dança, teatro, e canto,na comunidade.Entre seus principais equipamentos públicos estão a Unidadede Saúde, a Escola Municipal Tertuliano de Góes e a EscolaMunicipal Nossa Senhora de Fátima. Neste bairro existirammuitas fontes e riachos, outrora bastante utiliza<strong>do</strong>s pela populaçãolocal, quan<strong>do</strong> não havia água encanada. Conforme Pereira, essesriachos e fontes desapareceram pela necessidade de construirmoradias.O Alto <strong>das</strong> Pombas possui uma população de 3793 habitantes,o que corresponde a 0,16% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,15% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,96% <strong>do</strong>s chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo.No que se refere à escolaridade, constata-se que 34,40% <strong>do</strong>s chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida:Inicia-se na Rua Caetano Moura, seguin<strong>do</strong> até a Vila Ramos, até alcançar a Rua Mestre Pastinha. Segue por esse logra<strong>do</strong>uro até o seu final, seguin<strong>do</strong> pela encosta, até alcançar a Avenida Quatro de Julho. Segue por esse logra<strong>do</strong>uro até a interseçãocom a Rua Teixeira Mendes. Segue por esse logra<strong>do</strong>uro até seu cruzamento com a Travessa Resedá, por onde segue até a interseção com a Rua Maria Imaculada. Segue por esse logra<strong>do</strong>uro até sua interseção com a Travessa Gardênia e TravessaJasmin, por onde segue até a 1ª Travessa Coração de Maria, até alcançar a Travessa Nossa Senhora de Fátima. Daí segue por essa travessa até sua interseção com a Travessa Carlos Fraga e Rua Paula Ney, até alcançar a Avenida Carlos Fraga.Segue até alcançar a Rua da Fonte. Segue até a Vila da Fonte, até a Avenida Benício Ramos. Daí segue até o logra<strong>do</strong>uro Alto da Fonte. Segue até alcançar o limite <strong>do</strong> C<strong>em</strong>itério <strong>do</strong> Campo Santo, exclusive, contornan<strong>do</strong>, até a Rua Teixeira Mendes.Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.34 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 35


CALABARNo final da década de 1960, o bairro <strong>do</strong> Calabar passou por umgrande crescimento populacional, <strong>em</strong> virtude da chegada de famíliasinteiras expulsas de localidades de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, b<strong>em</strong> como da vindade muitos imigrantes da zona rural. Entretanto, conforme LindalvaAmorim, professora e coordena<strong>do</strong>ra pedagógica da Associação <strong>do</strong>sEduca<strong>do</strong>res <strong>das</strong> Escolas Comunitárias da Bahia (AEEC-Bahia),a ocupação desse bairro começou na década de 1950, quan<strong>do</strong> a regiãoainda era uma grande fazenda.Ela conta que inicialmente as famílias pagavam ao senhor JoséTeixeira, na época um ocupante dessas terras, para construír<strong>em</strong> suascasas. Com o t<strong>em</strong>po foi aumentan<strong>do</strong> a pressão para que os mora<strong>do</strong>resfoss<strong>em</strong> transferi<strong>do</strong>s para a periferia da cidade. O Calabar está localiza<strong>do</strong><strong>em</strong> uma região <strong>do</strong>tada de infraestrutura e na qual o valor daterra é alto. “Foi <strong>em</strong> 1977 que começou o Movimento de Luta e Permanênciano Calabar. Fiz<strong>em</strong>os uma grande caminhada no dia 11 d<strong>em</strong>aio até a prefeitura e, após muitas resistências, prisões e espaçamentos,conseguimos sair de lá com um decreto que garantia nossapermanência aqui por cinco anos. Com esse decreto, começamos afazer a urbanização no bairro”.Amorim afirma que encerra<strong>do</strong> o prazo de cinco anos <strong>do</strong> decreto,o Calabar já tinha melhoria <strong>em</strong> infraestrutura como água encanada,luz elétrica e rede de esgoto. A prefeitura indenizou ao senhor JoséTeixeira e a área onde ele residia foi <strong>do</strong>ada à associação de mora<strong>do</strong>respara construção de equipamentos comunitários. O primeiro delesfoi a Escola Aberta <strong>do</strong> Calabar, depois a creche e, <strong>em</strong> seguida,o Pavilhão Multiuso, que concentra biblioteca, padaria, marcenariae salas de aula.Lindalva AmorimFoto: Danilo BandeiraRua Nova <strong>do</strong> CalabarA partir de então, o l<strong>em</strong>a “a essência <strong>do</strong> ser é existir, a nossa épersistir no Calabar”, passou a permear a vida de homens e mulheres,jovens e adultos deste bairro, que hoje lutam contra a especulaçãoimobiliária para não “sumir <strong>do</strong> mapa de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>”, como as comunidadesda Curva Grande e Mirante.Segun<strong>do</strong> o professor Cid Teixeira, o Calabar foi constituí<strong>do</strong> pornegros escraviza<strong>do</strong>s, trazi<strong>do</strong>s da Nigéria, de uma região chamadaKalabaris. Para a população deste bairro, os dias 11 de maio e 21de set<strong>em</strong>bro, são datas históricas, respectivamente passeata de resistênciae da garantia de direito de moradia no Calabar e a fundaçãoda primeira associação de mora<strong>do</strong>res, a Sociedade Beneficentee Recreativa <strong>do</strong> Calabar. Nesses momentos, toda a comunidad<strong>em</strong>obiliza-se.Atualmente, segun<strong>do</strong> Lindalva, a comunidade <strong>do</strong> Calabar desenvolveprojetos de educação, cultura, geração de renda, garantiade direitos e cidadania, combate ao trabalho infantil. “Montamosum espetáculo contan<strong>do</strong> a história <strong>do</strong> Calabar que percorreuvários esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Brasil, s<strong>em</strong>pre reverencian<strong>do</strong> Zumbi.Nossa Escola Aberta <strong>do</strong> Calabar também ganhou um prêmio daUNESCO,com o melhor projeto de educação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahiae o prêmio de Melhor Alfabetiza<strong>do</strong>ra da Década da Rede Manchetede Televisão. T<strong>em</strong>os ainda um intercâmbio com a Escolade Baden na Suíça, onde os estudantes dessa escola formaramum grupo que se autodenomina Grupo de Amigos <strong>do</strong> Calabar”.Neste bairro localiza-se a nascente de um córrego, além deum curso d’água completamente degrada<strong>do</strong> corren<strong>do</strong> próximo àRua Nova <strong>do</strong> Calabar.O Calabar possui uma população de 2.943 habitantes, o que correspondea 0,12% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,11% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 30,51% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo. No que serefere à escolaridade, constata-se que 30,55% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida: Inicia-se na Avenida Centenário, junto ao posto de combustível, inclusive. Desse ponto segue até alcançar os limites <strong>do</strong> C<strong>em</strong>itério <strong>do</strong> Campo Santo, exclusive, até o Alto da Fonte. Segue este logra<strong>do</strong>uro até Avenida BenícioRamos e daí segue este logra<strong>do</strong>uro até a Baixa <strong>do</strong> Bispo. Daí <strong>em</strong> linha reta até a interseção da Vila da Fonte com a Rua da Fonte, até sua interseção com a Rua 3 de Set<strong>em</strong>bro, até alcançar a Avenida Carlos Fraga. Segue até alcançar a TravessaCarlos Fraga, por onde segue até a confluência da Travessa Carlos Fraga, Rua Paula Ney e Travessa Nossa Senhora de Fátima. Segue por este último logra<strong>do</strong>uro até a 1ª Travessa Coração de Maria, até alcançar a Travessa Jasmim, por onde segueaté a Rua Maria Imaculada. Segue até alcançar a Travessa Resedá. Segue até a interseção com a Rua Teixeira Mendes, até alcançar a Avenida Quatro de Julho. Segue até alcançar o limite <strong>do</strong> Campus da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanasda Universidade Federal da Bahia – exclusive – até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Nova <strong>do</strong> Calabar, até sua confluência com a Rua Ranulfo Oliveira, por onde segue até a Rua Des<strong>em</strong>barga<strong>do</strong>r Ezequiel Pondé, por onde segue atéa Rua Martins de Almeida. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua Ranulfo Oliveira. Segue até o seu cruzamento com a Rua Manoel Espinheira, até a sua interseção com a Rua Nova <strong>do</strong> Calabar. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até seucruzamento com a Avenida Centenário, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.36 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 37


Fundação Gregório de MatosONDINA“Tranqüilo, agradável e s<strong>em</strong> muita violência”, assim, grande parte<strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res define o bairro de Ondina, onde antigamente existiamas fazen<strong>das</strong> Areia Preta e Paciência. O bairro possui atualmente<strong>em</strong> suas ruas, um atrativo comércio, que, para José MarcosLopes, ex-diretor e m<strong>em</strong>bro da Associação de Mora<strong>do</strong>res de Ondina,é também um <strong>do</strong>s maiores probl<strong>em</strong>as <strong>do</strong> bairro, pois “tendea ser caótico, sob o ponto de vista <strong>do</strong> tráfego, da conservação <strong>das</strong>ruas e <strong>do</strong> barulho”.Segun<strong>do</strong> Roque Silva, integrante <strong>do</strong> Conselho de Mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Alto de Ondina, representante da Liga Desportiva, a ocupação<strong>do</strong> bairro iniciou-se na década de 1940, na fazenda Areia Preta, porpessoas situa<strong>das</strong> nas menores faixa de renda. Com o passar <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po,o terreno foi lotea<strong>do</strong>, novos mora<strong>do</strong>res foram chegan<strong>do</strong>, até chegarà configuração urbana atual.Lopes sugere que a orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> bairro v<strong>em</strong> de onda, ondinha.“Há algum t<strong>em</strong>po atrás, li uma pesquisa feita pelo pessoalda Associação de Mora<strong>do</strong>res, que afirma que Ondina v<strong>em</strong> de onda.Não existe nada que comprove isso, como também não encontramosoutra definição”.A localidade Alto de Ondina é um espaço peculiar nesse bairro,sen<strong>do</strong> a resistência para permanecer no bairro sua maior marca.Conforme Roque Silva, este lugar origina-se da área onde hoje é oBahia Othon Palace Hotel. Quan<strong>do</strong> nesse local só havia morro e pedra,vivia aí a “Comunidade Ondina”. Devi<strong>do</strong> à construção da AvenidaOceânica, parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res foi r<strong>em</strong>anejada para o bairro daBoca <strong>do</strong> Rio e a outra parte, que tomava conta <strong>do</strong> Zoológico, foi levadapelo governo <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> para o Alto de Ondina.Neste bairro uma série de fontes marca o seu cenário, a Fonte<strong>do</strong> Chega Nego, um monumento da década de 1920, utiliza<strong>do</strong> hoje<strong>em</strong> dia principalmente para lavar os pés e para consumo de águapelos freqüenta<strong>do</strong>res da Praia da Onda e pelos transeuntes; a Fontede Biologia, um monumento s<strong>em</strong> uso, a Fonte Chapéu de Couro,situada no Alto de Ondina, usada para beber e tomar banho e aFonte <strong>do</strong> Zoológico, também conhecida como Fonte <strong>do</strong>s Desejos.Esta última localiza-se no Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, <strong>em</strong>uma área de proteção ambiental - é comum visitantes lanc<strong>em</strong> moe<strong>das</strong>para que seus pedi<strong>do</strong>s sejam atendi<strong>do</strong>s.Na atualidade, o bairro possui como referências, as Estátuas <strong>das</strong>Gordinhas, o Parque Zoobotânico Getúlio Vargas, o principal campusda UFBA (antigo Parque de Exposições Garcia d’Ávila) diversasescolas particulares, uma praça poliesportiva equipada para pessoasporta<strong>do</strong>ras de necessidades especiais, o Juiza<strong>do</strong> da Infânciae Juventude e o Instituto Pestalozzi.Ondina possui uma população de 2004 habitantes, o que correspondea 0,82% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,98% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 23,90% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 42,89% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm 15 anos ou mais de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida: Inicia-se na linha de costa. Daí segue pelo limite entre o Centro Espanhol – exclusive e a Prefeitura da Aeronáutica – inclusive – até a Rua <strong>do</strong> Cristo, por onde segue até a interseção com a Avenida Oceânica, até alcançara Rua José Sátiro de Oliveira, por onde segue até a confluência com a Rua Comenda<strong>do</strong>r Francisco Pedreira, por onde segue até a interseção com a Rua Plínio Moscoso, por onde segue até alcançar a Avenida Centenário, por onde segue <strong>em</strong> direção aRua Ranulfo de Oliveira, por onde segue até a Rua Des<strong>em</strong>barga<strong>do</strong>r Ezequiel Pondé, por onde segue até a Rua Martins de Almeida. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua Ranulfo Oliveira, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção a Rua Jose MirabeauSampaio, até o limite <strong>do</strong> Campus da UFBA – exclusive, e o Centro Esportivo da UFBA – inclusive – até o limite da FABESB – exclusive, por onde segue até a Ladeira de Xaponã, até a Rua Doutor Helvécio Carneiro Ribeiro, até o cruzamento com aRua Alto de São Lázaro, seguin<strong>do</strong> pela <strong>do</strong> campus de Ondina/UFBA – incluin<strong>do</strong> instalações da UFBA, excluin<strong>do</strong> os imóveis localiza<strong>do</strong>s na Rua Professor Aristides Novis e Rua Padre Camilo Torrend b<strong>em</strong> como a Escola Politécnica da UFBA. Daí segue<strong>em</strong> linha reta até a Rua Barão de Jer<strong>em</strong>oabo por onde segue até a Rua Caetano Moura. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até seu encontro com a Avenida Cardeal da Silva e Avenida Anita Garibaldi, por onde segue até a Vila Matos, por onde segue até suaconfluência com a Avenida Oceânica e daí segue até linha de costa, <strong>em</strong> direção ao ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.38 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 39


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio LucaiaLocalizada ao Sul da cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Bacia <strong>do</strong> Rio Lucaia(que <strong>em</strong> latim, significa luminoso, brilhante) possui uma áreade 14,74km 2 , o que corresponde 4,77% da superfície territorial de<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Encontra-se limitada ao Norte pela Bacia <strong>do</strong> Camarajipe,a Leste pela Bacia de Drenag<strong>em</strong> Amaralina/Pituba, a Oestepela Bacia de Drenag<strong>em</strong> Vitória/Contorno e, ao Sul, pela Baciade Ondina. Com uma população de 267.688 habitantes, que correspondea 11% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, densidade populacionalde 18.154,85hab./km 2 , é a quarta bacia mais populosa <strong>do</strong> município(IBGE, 2000).A Bacia <strong>do</strong> Lucaia t<strong>em</strong> suas nascentes nas encostas e grotões<strong>do</strong> la<strong>do</strong> leste da Av. Joana Angélica, que vert<strong>em</strong> para o Dique <strong>do</strong> Tororó,receben<strong>do</strong> contribuições <strong>do</strong> Campo Grande e parte <strong>do</strong>s bairros<strong>do</strong> Garcia, Barris, Tororó e Nazaré, passan<strong>do</strong> pelo canteiro centralde toda a Av. Vasco da Gama, sen<strong>do</strong> alimentada pelas redes dedrenag<strong>em</strong> <strong>das</strong> localidades de Alto <strong>do</strong> Gantois, Vales da Muriçoca e<strong>do</strong> Ogunjá, assim como de parte <strong>do</strong>s bairros <strong>do</strong> Engenho Velho daFederação, Engenho Velho de Brotas, Acupe e Rio Vermelho, além<strong>do</strong> riacho que passa na Av. Anita Garibaldi.O Rio Lucaia, último afluente natural da primitiva foz <strong>do</strong> RioCamarajipe, após fazer o traça<strong>do</strong> acima menciona<strong>do</strong>, deságuano Largo da Mariquita, no bairro <strong>do</strong> Rio Vermelho. Faz<strong>em</strong> partedessa bacia os bairros de Tororó, Nazaré, Barris, Boa Vistade Brotas, Engenho Velho de Brotas, Federação, Acupe, EngenhoVelho da Federação, Rio Vermelho, Chapada <strong>do</strong> Rio Vermelho,Itaigara, Santa Cruz, Candeal, Nordeste de Amaralina e Vale<strong>das</strong> Pedrinhas. Trata-se, portanto, de uma bacia ocupada poruma população situada <strong>em</strong> várias faixas de renda mensal, <strong>em</strong>borahaja uma pre<strong>do</strong>minância <strong>das</strong> ren<strong>das</strong> mais baixas, fican<strong>do</strong>os chefes de família concentra<strong>do</strong>s nas seguintes faixas: 26,74%têm rendimento mensal de até 1 SM; 28,02% estão na faixa d<strong>em</strong>ais de 1 até 3 SM; 26,67% estão na faixa de mais de 3 a 10 SM.Quanto aos índices de escolaridade <strong>do</strong>s chefes de família queresid<strong>em</strong> nessa bacia, os mais significativos foram: 30,19% quepossu<strong>em</strong> de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong> e 16,96% possu<strong>em</strong> mais de15 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).A Bacia <strong>do</strong> Lucaia é responsável pela drenag<strong>em</strong> de parte <strong>do</strong>s esgotos<strong>do</strong>mésticos da cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Esse rio encontra-se <strong>em</strong>toda a sua extensão revesti<strong>do</strong> e/ou fecha<strong>do</strong> (encapsula<strong>do</strong>), totalmenteantropiza<strong>do</strong>, com suas águas s<strong>em</strong>pre opacas e muito escuras.O rio apresenta também o leito bastante assorea<strong>do</strong> comprometen<strong>do</strong>o fluxo de água.Na área próxima às nascentes, encontra-se o Dique <strong>do</strong> Tororó,outrora um lago natural que recebia as águas de pequenosrios e contribuía para originar o rio Lucaia. Alguns historia<strong>do</strong>resafirmam que o lago original ocupava uma área muitomaior, sen<strong>do</strong>, porém, aterra<strong>do</strong> <strong>em</strong> vários trechos. Durante muitosanos, o Dique <strong>do</strong> Tororó recebeu esgotos sanitários “in natura”,provenientes <strong>do</strong>s bairros circunvizinhos. A quantidade d<strong>em</strong>atéria orgânica recebida diminuiu o teor de oxigênio de suaságuas, contribuin<strong>do</strong> para que muitas espécies que ali viviam seextinguiss<strong>em</strong>. Atualmente o lago ocupa uma área de 110.000m 2e suas margens e seu entorno foram objeto de reforma urbanísticae de intervenções de esgotamento sanitário, eliminan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>sos pontos de lançamento de esgotos <strong>do</strong>mésticos. O Dique<strong>do</strong> Tororó é um lugar de culto <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé, morada de Oxum,o orixá da água <strong>do</strong>ce. Em 1998 foram construí<strong>das</strong> 12 estátuassimbolizan<strong>do</strong> orixás no espelho d’água e na terra, pelo escultorTati Moreno – iniciativa que integra o projeto de desenvolvimentoturístico da Bahia. No seu entorno exist<strong>em</strong> áreas para as práticasde cooper, ginástica, r<strong>em</strong>o e pesca, além de restaurantes equiosques completan<strong>do</strong> o cenário.Além <strong>do</strong> dique, exist<strong>em</strong> nessa bacia várias fontes, dentre elas aFonte <strong>do</strong> Tororó e a Fonte <strong>do</strong> Dique <strong>do</strong> Tororó, ambas no Tororó; aFonte Davi e a <strong>do</strong> Terreiro Ilê Oyá Tununjá, <strong>em</strong> Brotas; a Fonte <strong>do</strong>Terreiro Mutuiçara e a <strong>do</strong> Gueto, no Candeal; a Fonte <strong>do</strong> TerreiroIlê Axé Oxumaré e a <strong>do</strong> Terreiro Ilê Axé Iyá Nassô Oká, na Av. Vascoda Gama; a Fonte <strong>do</strong> Terreiro Ilê Iya Omi Axé, na Federação, entreoutras.Para análise de qualidade <strong>das</strong> águas, foram seleciona<strong>das</strong> cincoestações de coleta nessa bacia, sen<strong>do</strong> que o quadro 01 apresentaas observações efetua<strong>das</strong> por meio <strong>do</strong> PAR.O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 41


Quadro 01. Observações <strong>do</strong> PAR nas estações de coleta de amostra de água da Bacia <strong>do</strong> Rio LucaiaParâmetroLUC 01LUC 02LUC 03LUC 04LUC 05Tipo de ocupação<strong>das</strong> margensEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> leito <strong>do</strong> rioResidencialAssorea<strong>do</strong>ResidencialAssorea<strong>do</strong>Comercial/administrativoRevesti<strong>do</strong>Residencial,comercial/administrativoRevesti<strong>do</strong>ResidencialRevesti<strong>do</strong>Mata ciliarPlantas aquáticasO<strong>do</strong>r da águaDominância degramíneasPerifíton abundantee biofilmesForte (esgotos)Revesti<strong>do</strong>parcialmenteInexistentePerifítonabundante ebiofilmesForte (esgotos)InexistentePerifíton abundante ebiofilmesForte (esgotos)Pavimenta<strong>do</strong>Perifíton abundante ebiofilmesForte (esgotos)Pavimenta<strong>do</strong>AusenteForte (esgotos)Oleosidade da águaTransparência/coloração da águaTipo de fun<strong>do</strong>Fluxo de águasAusenteOpaca ou coloridaLixoFormação depequenas “ilhas”ModeradaMuito escuraLixoMarcas deantropização(entulho)Maior parte<strong>do</strong> substratoexposto“Marcas” <strong>em</strong> linhas (arcosíris)Opaca ou coloridaLixo, Lama/AreiaMarcas de antropização(entulho)Maior parte <strong>do</strong> substratoexpostoObs.: Perifíton são organismos que viv<strong>em</strong> aderi<strong>do</strong>s a vegetais ou a outros substratos suspensos.“Marcas” <strong>em</strong> linhas (arcoíris)TurvaMarcas de antropização(entulho)Formação de pequenas“ilhas”AusenteOpaca ou coloridaMarcas de antropização(entulho)Fluxo igual <strong>em</strong> toda alarguraQuadro 02. Coordena<strong>das</strong> <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio Lucaia – <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,2009EstaçãoCoordenada XCoordenada YReferênciaQualidade <strong>das</strong> ÁguasLUC 01552772,39828564099,13Av. Vale <strong>do</strong>s Barris, ao la<strong>do</strong> da PMS/SEDHAM.A análise da qualidade <strong>das</strong> águasna Bacia <strong>do</strong> Rio Lucaia foi realizada<strong>em</strong> 05 (cinco) estações aolongo da Bacia, conforme coordena<strong>das</strong>apresenta<strong>das</strong> no quadro02 e figura 01.LUC 02LUC 03LUC 04554764,6967556935,3479555665,02168563287,3238563736,0768562192,405Av. Vasco da Gama, próximo aoviaduto.Av. Antônio Carlos Magalhães (Brotas),<strong>em</strong> frente à Comercial Ramos.Av. Antônio Carlos Magalhães (RioVermelho), <strong>em</strong> frente a EMBASA.LUC 05555495,28148561795,551Av. Juracy Magalhães Junior, (RioVermelho), <strong>em</strong> frente à UNIMED.Figura 01. Bacia <strong>do</strong> Rio Lucaia com a localização <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água42 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 43


A figura 02 apresenta a maior concentração de Coliformes Termotolerantesna estação LUC02 no perío<strong>do</strong> chuvoso, com os menoresvalores nas estações LUC04 e LUC05, provavelmente, <strong>em</strong> funçãoda captação à montante <strong>do</strong>s esgotos <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po seco para o Sist<strong>em</strong>ade Esgotamento Sanitário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.7654321Quanto à Nitrogênio Total a estação LUC05 apresentou concentraçãomuito elevada na campanha de t<strong>em</strong>po seco (Figura 07)e quanto a Fósforo Total pode-se observar valores maiores que0,5mg/l nas estações, tanto no perío<strong>do</strong> chuvoso como no perío<strong>do</strong>seco, exceto na estação LUC05 na campanha <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> seco,com maiores valores no trecho inicial <strong>do</strong> Rio (LUC01), b<strong>em</strong> comonas estações LUC02 e LUC03, trecho <strong>do</strong> leito original <strong>do</strong> rio Camarajipeparalelo à Av. Antônio Carlos Magalhães na campanhade perío<strong>do</strong> chuvoso.O Índice de Qualidade <strong>das</strong> Águas - IQA <strong>do</strong> Rio Lucaia se apresentana categoria Péssimo nas estações LUC02, LUC04 e LUC05 noPerío<strong>do</strong> Seco e nas estações LUC03 e LUC04 no Perío<strong>do</strong> Chuvoso,e na categoria Ruim nas d<strong>em</strong>ais estações, tanto na campanha deperío<strong>do</strong> seco como na de perío<strong>do</strong> chuvoso, como mostra a figura 09,configuran<strong>do</strong>-se como um <strong>do</strong>s rios <strong>do</strong> município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> com oIQA mais baixo.Figura 02. Coliformes Termotolerantes na Bacia <strong>do</strong> Rio Lucaia0N =5CHUVOSO3SECOFigura 04. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de OD (mg/L) naBacia <strong>do</strong> Rio Lucaia nas 2 CampanhasFigura 06. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de DBO (mg/L) naBacia <strong>do</strong> Rio Lucaia nas 2 CampanhasFigura 09. IQA nas estações da Bacia <strong>do</strong> Rio LucaiaFigura 03. OD na Bacia <strong>do</strong> Rio LucaiaAs menores concentrações de OD aconteceram nas estaçõesLUC04 e LUC05, no seu trecho terminal, tanto na campanha deperío<strong>do</strong> chuvoso como na de perío<strong>do</strong> seco quan<strong>do</strong> atingiu valoresmínimos e só ultrapassou a concentração estabelecida pela ResoluçãoCONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2 apenas na estaçãoLUC03 na campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso (Figura 03).Figura 05. DBO na Bacia <strong>do</strong> Rio LucaiaA figura 05 mostra que as estações que apresentaram os maioresteores de DBO foram LUC02, LUC03 e LUC04, devi<strong>do</strong> aos esgotossanitários recebi<strong>do</strong>s à montante, tanto no perío<strong>do</strong> chuvoso como noperío<strong>do</strong> seco, e que apenas a estação LUC01, trecho inicial <strong>do</strong> Rio,no perío<strong>do</strong> seco não ultrapassa o valor estabeleci<strong>do</strong> pela ResoluçãoCONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2.Figura 07. Nitrogênio Total na Bacia <strong>do</strong> Rio LucaiaFigura 08. Fósforo Total na Bacia <strong>do</strong> Rio LucaiaOs bairros inseri<strong>do</strong>s nessa Bacia são atendi<strong>do</strong>s pelo Sist<strong>em</strong>a deEsgotamento Sanitário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Exist<strong>em</strong> ligações clandestinasde esgoto à rede pluvial, <strong>em</strong> função de dificuldades topográficas,resistência por parte de cidadãos <strong>em</strong> conectar seus imóveis àrede pública coletora de esgotamento sanitário, ocupação desordenada,com a existência de imóveis sobre galerias e canais dedrenag<strong>em</strong>, <strong>em</strong> fun<strong>do</strong>s de vale e encostas, geran<strong>do</strong> dificuldadesde implantação da rede coletora de esgoto, além de reformas eampliações de imóveis s<strong>em</strong> a devida regularização junto à PrefeituraMunicipal.Visan<strong>do</strong> conhecer a vazão <strong>do</strong> Rio Lucaia, realizou-se também amedição de descarga líquida <strong>em</strong> uma estação (LUC05), situada na44 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 45


Av. Juracy Magalhães Júnior, (Rio Vermelho), <strong>em</strong> frente à UNIMED.Coordena<strong>das</strong> geográficas, Latitude 38 O 29’ 19,03” e Longitude 13 O00’ 46,63”, <strong>em</strong> 19/8/2008 (T<strong>em</strong>po Chuvoso), que apresentou comoresulta<strong>do</strong> da medição Q=0,00612m 3 /s.No momento de realização da medição de vazão foi coletadaamostra de água para análise de qualidade, o que permitiu o cálculoda carga no Rio, apresentada na tabela 01, para os parâmetros DBO5,Nitrogênio Total e Fósforo Total.Tabela 01. Resulta<strong>do</strong>s <strong>das</strong> medições de vazão e <strong>das</strong> cargas deDBO 5 , Nitrogênio Total e Fósforo TotalEstaçãoVazãoMédia L/sDBO5mg/LDBO5t/diaLUC 056,12Excluí<strong>do</strong>–continuaçãoNitrogênioTotal mg/L NNitrogênioTotal kg/diaFósforoTotal mg/L PFósforo Totalkg/dia6,33,330,9280,49Vale ressaltar que esses valores de carga são indicativos apenasde uma data e somente ilustrativos, consideran<strong>do</strong>-se a necessidadede se analisar resulta<strong>do</strong>s qualitativos e quantitativos de uma sériehistórica, para uma representatividade da realidade da Bacia.BaciaHodrográfica<strong>do</strong> RioLucaiaOrtofotos SICAD / PMS – 200646 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 47


TORORÓFoto: José Carlos Almeida“Eu fui ao TororóBeber água e não acheiEncontrei linda morenaQue no Tororó deixei...”Rua Amparo <strong>do</strong> TororóDique <strong>do</strong> TororóO bairro <strong>do</strong> Tororó t<strong>em</strong> um nome de orig<strong>em</strong> tupi que, para MauroCarreira, autor <strong>do</strong> livro Bahia de To<strong>do</strong>s os Nomes, significa “rumorde água corrente, rio rumoroso”. Consuelo Pondé de Sena, presidente<strong>do</strong> Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, afirma tratar-sede um “vocábulo onomatopaico que refere-se ao barulho produzi<strong>do</strong>pela água”. Segun<strong>do</strong> Frederico Edelweiss, este bairro “t<strong>em</strong> sua históriamarcada por uma lagoa natural e secular que chegou a ter seisquilômetros de extensão: o Dique <strong>do</strong> Tororó”.Diz-se que o primeiro grande aterro <strong>do</strong> Dique foi <strong>em</strong> 1810, quan<strong>do</strong>foi construída a ligação – chamada de Galés – <strong>do</strong> bairro de Nazarécom o bairro de Brotas. Segun<strong>do</strong> Adelmo Costa, presidente <strong>do</strong> blococarnavalesco Apaches <strong>do</strong> Tororó, o Dique já foi muito utiliza<strong>do</strong>por lavadeiras e era comum haver barcos como meio de transportepara fazer sua travessia. Em 1998 passou pela última intervenção,que mu<strong>do</strong>u sua feição urbanística.O Tororó é também conheci<strong>do</strong> por ter si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s símbolos <strong>do</strong>santigos carnavais de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Com o seu próprio calendário de festas,incluin<strong>do</strong> a Lavag<strong>em</strong> da Igreja de Nossa Senhora da Conceição<strong>do</strong> Tororó (que acontecia uma s<strong>em</strong>ana antes <strong>do</strong> carnaval). Essebairro foi o berço <strong>do</strong>s Apaches <strong>do</strong> Tororó, um famoso bloco de índio<strong>do</strong> carnaval baiano, funda<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1967 nas escadarias da Igreja<strong>do</strong> bairro, por jovens mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> local, inspira<strong>do</strong>s <strong>em</strong> filmes americanos,sucessos nos cin<strong>em</strong>as da época.Naquele momento, os cria<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bloco entenderam que haviaa necessidade de “brincar o carnaval” também durante o diae, como a escola de samba <strong>do</strong> bairro, Filhos <strong>do</strong> Tororó, saíaà noite, o bloco foi cria<strong>do</strong> para sair nas manhãs <strong>do</strong> <strong>do</strong>mingo decarnaval.Hoje o Tororó é descrito da seguinte maneira por Adelmo Costa:“é um bairro bucólico, tipo cidade <strong>do</strong> interior, um bairro muito bom,é um bairro de centro. Não t<strong>em</strong> tanta dificuldade, porém não há linhade ônibus – apesar da estação da Lapa ser vizinha, os i<strong>do</strong>sossão bastante prejudica<strong>do</strong>s, pois não têm tanta condição física paraandar até a Lapa”.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> Tororó estão o Hospital MartagãoGesteira, a Escola Municipal Amélia Rodrigues, o Asilo<strong>do</strong>s Expostos e a Capela da Pupileira. Nesse bairro existe a Fonte<strong>do</strong> Dique <strong>do</strong> Tororó que, construída no século XIX, funcionou atéa instalação da rede de distribuição de água no início <strong>do</strong> século XX;e a Fonte <strong>do</strong> Tororó, uma <strong>das</strong> nascentes que alimenta o Dique, datada<strong>do</strong> século XIX e tombada pelo IPAC <strong>em</strong> 1984.O Tororó possui uma população de 4718 habitantes, o que correspondea 0,19% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,22% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,11% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 46,38% <strong>do</strong>s chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Inicia-se no limite da Estação da Lapa. Daí segue pelos fun<strong>do</strong>s de lotes da Rua Marujos <strong>do</strong> Brasil, cortan<strong>do</strong> a Rua Cruza<strong>do</strong>r Bahia, continuan<strong>do</strong> pelos fun<strong>do</strong>s de lotes da Rua Marujos <strong>do</strong> Brasil. Daí segue pelos fun<strong>do</strong>s de lotes <strong>do</strong> Boulevard Pedro VelosoGordilho até alcançar a Avenida Joana Angélica. Segue pela Avenida Joana Angélica até o limite da Pupileira, inclusive. Daí segue pelos fun<strong>do</strong>s de lotes <strong>do</strong> Boulevard Suíço próximo ao Hospital Martagão Gesteira. Daí segue até a Avenida PresidenteCosta e Silva, margean<strong>do</strong> o Dique <strong>do</strong> Tororó até alcançar o estacionamento <strong>do</strong> Estádio Otávio Mangabeira (Fonte Nova). Daí segue pela Avenida Vasco da Gama, margean<strong>do</strong> o Dique <strong>do</strong> Tororó, até seu encontro com a Avenida Centenário. Segue poresta via até a Praça Doutor João Mangabeira, exclusive, contornan<strong>do</strong> até a Avenida Vale <strong>do</strong> Tororó, por onde segue, margean<strong>do</strong> a Estação da Lapa, exclusive, até o ponto inicial <strong>do</strong> limite desse bairro.Fundação Gregório de Matos48 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 49


NAZARÉO bairro de Nazaré desenvolveu-se <strong>em</strong>torno <strong>das</strong> freguesias de São Pedro Velho,de Santana <strong>do</strong> Sacramento e, mais tarde,da freguesia de Nossa Senhora de Brotas.Localiza<strong>do</strong> no centro de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, este bairrot<strong>em</strong> como “coluna vertebral” a Avenida JoanaAngélica, sen<strong>do</strong> o nome <strong>do</strong> bairro umtributo a Nossa Senhora de Nazaré.Segun<strong>do</strong> Manoel Pereira Passos, autor<strong>do</strong> livro “Historia <strong>do</strong> bairro de Nazaré: umaexperiência participativa <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>”, a formação<strong>do</strong> bairro de Nazaré ocorreu comofruto de um processo de ocupação inicia<strong>do</strong>ainda à época da Invasão Holandesana Bahia, <strong>em</strong> 1624. Essa ocupação, no entanto,só ocorreu de maneira efetiva a partir<strong>do</strong> século XVIII, com as construções <strong>do</strong>Convento <strong>do</strong> Desterro, primeiro <strong>do</strong> Brasile, da Igreja e Convento da Lapa, <strong>em</strong> torno<strong>do</strong>s quais os mora<strong>do</strong>res começaram a se estabelecer. Entretanto,a partir <strong>do</strong> século XIX, Nazaré começou a delinear-se como umbairro, através da construção de imóveis residenciais.O Convento da Lapa é um símbolo <strong>do</strong>s baianos na luta pela liberdade,uma vez que lá, <strong>em</strong> 1822, foi assassinada pelas tropas portuguesas,a sóror Joana Angélica. Hoje, o Convento abriga um campusda Universidade Católica <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Exist<strong>em</strong> duas grandes praças no bairro: o Largo <strong>do</strong> Campo daPólvora, que <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos r<strong>em</strong>otos abrigava a Casa da Pólvora, localresponsável pela armazenag<strong>em</strong> de arsenais utiliza<strong>do</strong>s <strong>em</strong> batalhas ea Praça Conselheiro Almeida, popularmente conhecida como Largode Nazaré. Além disso, localiza-se <strong>em</strong> Nazaré o Estádio OctávioMangabeira, mais conheci<strong>do</strong> como Fonte Nova, construí<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1951,<strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> ao então governa<strong>do</strong>r Octávio Mangabeira.Em Nazaré, muitas <strong>das</strong> suas ruas, esquinas e construções contamum pouco da história de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. No bairro exist<strong>em</strong> monumentosseculares da arquitetura eclesiástica, como a Igreja e Conventode Nossa Senhora da Palma; Igreja de Santo Antônio da Mouraria;Igreja <strong>do</strong> Santíssimo Sacramento e Sant’ana e uma importanteinstituição para a vida da cidade – o Fórum Rui Barbosa.Neste bairro, encontra-se também o primeiro colégio público deAvenida Joana Angélica<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o Colégio Estadual da Bahia - Central, por onde passaramilustres baianos. O Central imprimiu uma importante marca nahistória <strong>do</strong> Movimento Estudantil secundarista – marca que faz-sepresente até os dias de hoje <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão o Hospital ManoelVitorino, o Hospital Santa Isabel, a Maternidade Climério deOliveira, a Biblioteca Monteiro Lobato (1950), o Colégio SeverinoVieira e o Colégio Salesiano.Em Nazaré localizam-se a Fonte <strong>do</strong> Gravatá, datada <strong>do</strong> séculoXVIII, cujo uso prioritário atual é para beber e a comunidadecostuma utilizá-la <strong>em</strong> perío<strong>do</strong> de não abastecimento regular; e aFonte <strong>das</strong> Pedras, muito utilizada para lavag<strong>em</strong> de carros, roupase banhos, pois <strong>em</strong> caso de falta de água os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seuentorno abastec<strong>em</strong>-se dela – é citada como uma <strong>das</strong> mais antigasda cidade.Este bairro possui uma população de 12.790 habitantes, o quecorresponde a 0,52% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,63%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,49% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 39,40% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida: Inicia-se na Avenida José Joaquim Seabra, por onde segue até a Rua da Fonte Nova <strong>do</strong> Desterro, por onde segue até a Ladeira <strong>do</strong> Desterro. Segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes da Rua da Poeira. Daí segue atéalcançar a confluência da Rua da Poeira com a Avenida Joana Angélica, por onde segue até a Travessa Marquês de Barbacena, por onde segue até a Avenida Presidente Castelo Branco. Segue por esta avenida até seu ponto de confluência com aAvenida José Joaquim Seabra, por onde segue até o Largo <strong>das</strong> Sete Portas, exclusive, seguin<strong>do</strong> pela Rua Djalma Dutra até o Largo da Fonte Nova, daí seguin<strong>do</strong> pela Avenida Vasco da Gama, <strong>em</strong> linha reta até o estacionamento <strong>do</strong> Estádio OtávioMangabeira (Fonte Nova). Daí segue pela Avenida Presidente Costa e Silva, margean<strong>do</strong> o Dique <strong>do</strong> Tororó, até alcançar o fun<strong>do</strong> de lotes <strong>do</strong> Boulevard Suíço, junto ao Hospital Martagão Gesteira, por onde segue até o limite da Pupileira (exclusive).Daí segue pelos fun<strong>do</strong>s de lotes <strong>do</strong> Boulevard Pedro Veloso Gordilho e Rua Marujos <strong>do</strong> Brasil. Daí segue até alcançar a o limite da Estação da Lapa, por onde segue até a Rua Coqueiros da Piedade, até a Rua Vinte e Quatro de Fevereiro, por ondesegue até a Avenida Joana Angélica, até a Rua Nova de São Bento. Daí segue até a Rua <strong>do</strong> Paraíso, por onde segue até o limite <strong>do</strong> Conjunto São Bento. Daí segue contornan<strong>do</strong> o Terminal da Barroquinha até a Travessa Antônio Bacelar e Ladeira<strong>do</strong> Castanheda, até alcançar a Avenida José Joaquim Seabra, seguin<strong>do</strong> por esta avenida até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.50 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 51


GARCIALocaliza<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma área central da cidade, o bairro <strong>do</strong> Garciateve orig<strong>em</strong> na antiga Fazenda Garcia cujo <strong>do</strong>no, Garcia D’Àvila,foi proprietário da Casa da Torre – um <strong>do</strong>s maiores latifúndios <strong>das</strong>Américas.Segun<strong>do</strong> Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Gomes Barroso, professora aposentadae ex-diretora da Associação de Mora<strong>do</strong>res e Amigos <strong>do</strong> Garcia,depois de pertencer<strong>em</strong> a Garcia D’Ávila essas terras passaram às“mãos” da família Martins Catharino. Assim, somente <strong>em</strong> 1960, asantigas terras de Garcia D’Ávila foram converti<strong>das</strong> no bairro da FazendaGarcia.Atualmente, o bairro t<strong>em</strong> entre os seus grandes equipamentosurbanos, o Teatro Castro Alves e três <strong>do</strong>s mais tradicionais colégiosde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> - o Colégio Antônio Vieira, o Colégio <strong>do</strong> SantíssimoSacramento (Sacramentinas) e o Colégio Dois de Julho, onde,no século XIX, ficava a sede da fazenda.Uma tradição no Garcia é o carnaval e a marca desta festa nobairro é o Bloco Mudança <strong>do</strong> Garcia cuja principal característica éa sua irreverência e crítica política. Segun<strong>do</strong> Auxilia<strong>do</strong>ra Barroso, oMaria Auxilia<strong>do</strong>ra e Noélia BarrosoMudança <strong>do</strong> Garcia foi cria<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1946 por um grupo de músicos daPolícia Militar, sen<strong>do</strong> que na época da criação chamava-se “Faxina<strong>do</strong> Garcia”, porque as alegorias que utilizavam faziam referênciasà higiene. O nome “Mudança <strong>do</strong> Garcia” veio <strong>em</strong> 1960, por sugestão<strong>do</strong> prefeito Heitor Dias, devi<strong>do</strong> às mudanças feitas no bairro visan<strong>do</strong>a melhoria de sua infraestrutura.Para Noélia Barroso, proprietária de um famoso restaurante <strong>do</strong>bairro, a culinária no Garcia também é um traço marcante na história <strong>do</strong>local. Os mora<strong>do</strong>res – que ela define comofiéis, solidários e leais aos seus amigos epor isso não se imagina viven<strong>do</strong> <strong>em</strong> outrolugar – têm uma relação muito forte como tipo de comida que o seu restauranteoferece: bastante condimentada!O Beco <strong>do</strong>s Artistas também é umaforte marca deste bairro. No local, nas déca<strong>das</strong>de 1970 e 1980, havia uma intensaconcentração de artistas e estudantes, quefizeram <strong>do</strong> Beco um símbolo de protestoe resistência contra a Ditadura Militar.O Garcia possui uma população de12.653 habitantes, o que corresponde a0,52% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,56% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade,estan<strong>do</strong> 17,28% <strong>do</strong>s chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5a 10 salários mínimos. No que se refereà escolaridade, constata-se que 34,92%<strong>do</strong>s chefes de família têm de 11 a 14 anosde estu<strong>do</strong>s.COINF / SEDHAM / PMS, 2006Inicia-se na Rua Forte de São Pedro, na confluência com a Ladeira da Fonte. Desce a referida ladeira e prossegue até a Avenida Professor Paulo Almeida, inclusive, seguin<strong>do</strong> até a Avenida Vale <strong>do</strong>s Barris. Daí por essa avenida até sua interseção coma Praça Doutor João Mangabeira, exclusive. Segue pela Avenida Vasco da Gama por esta avenida até a interseção com a Avenida Anita Garibaldi. Segue por esta avenida até a Praça Lord Cochrane, exclusive. Contorna essa praça até a Avenida ReitorMiguel Calmon. Daí s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> linha reta, excluin<strong>do</strong> o Centro Médico <strong>do</strong> Vale e seguin<strong>do</strong> a encosta, incluin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os imóveis da Avenida Leovigil<strong>do</strong> Filgueiras, no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis da Rua Cerqueira Lima. Daí segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis daAvenida Leovigil<strong>do</strong> Filgueiras, no eixo da Avenida João <strong>das</strong> Botas. Daí segue, passan<strong>do</strong> <strong>em</strong> frente ao Teatro Castro Alves, inclusive, ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.54 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 55


BOA VISTA DE BROTASSolar Boa VistaO nome de Boa Vista de Brotas t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> <strong>em</strong> uma antiga fazendaexistente na área – Fazenda da Boa Vista, de propriedade deMacha<strong>do</strong> da Boa Vista.O Solar Boa Vista, um casarão colonial tomba<strong>do</strong>, que desde adécada de noventa abriga a <strong>Secretaria</strong> Municipal de Educação, Esporte,Lazer e Cultura, pertenceu no século XIX à família <strong>do</strong> poetaCastro Alves, o qual até os 11 anos de idade aí residiu. Da torre destecasarão, era possível avistar as águas da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos,inclusive a chegada <strong>do</strong>s Navios Negreiros. Em um desses momentos,o poeta Castro Alves escreveu o po<strong>em</strong>a Navio Negreiro.Já no século XX, funcionou no Solar, durante déca<strong>das</strong>, o HospitalPsiquiátrico Juliano Moreira. No perío<strong>do</strong> de 1983 a 1985 foisede da Prefeitura Municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Nesta administração, foicria<strong>do</strong> o Parque Solar Boa Vista, que abriga um Cine-Teatro com omesmo nome, onde são realiza<strong>do</strong>s shows musicais, peças teatrais,palestras e diversos cursos e oficinas para a comunidade, como capoeira,canto, dança, corte e costura e artesanato. O Parque possuidiversas árvores centenárias de espécies diversifica<strong>das</strong>, um anfiteatroe duas quadras poliesportivas e os prédios <strong>do</strong> Centro de SaúdeMental Professor Aristides Novis, entre outros equipamentos.Atualmente, o Teatro Solar Boa Vista v<strong>em</strong> se transforman<strong>do</strong> <strong>em</strong>referência da cultura popular de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s Pontos deCultura <strong>do</strong> Ministério da Cultura.Segun<strong>do</strong> André Luis Gaspar da Silva, mora<strong>do</strong>r há 15 anos <strong>do</strong> bairro,Boa Vista de Brotas é um local bom de morar por ser próximo <strong>do</strong>Centro e ter muitos serviços, tanto no próprio bairro, como nas imediações.Entretanto, ele reclama de probl<strong>em</strong>as relativos à infraestruturaurbana, como deficiências nos calçamentos, falta de arborizaçãoe falta de manutenção da área <strong>do</strong> Parque Solar Boa Vista. Outrasquestões por ele menciona<strong>das</strong> refer<strong>em</strong>-se aos frequentes engarrafamentos,muitas vezes provoca<strong>do</strong>s pelo crescimento da atividadecomercial – o bairro t<strong>em</strong> perdi<strong>do</strong> progressivamente seu caráterresidencial.Boa Vista de Brotas possui uma população de 3.317 habitantes,o que corresponde a 0,14% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,15% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 18,9% <strong>do</strong>s seus chefes defamília situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 33,44% <strong>do</strong>sseus chefes de família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento entre Avenida Laurin<strong>do</strong> Régis e a Rua Almirante Alves Câmara, por onde segue até o cruzamento com a Travessa <strong>do</strong> Trova<strong>do</strong>r, por onde segue pela encosta, até alcançar a o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Monte Belode Baixo, por onde segue até a Rua Jornalista Archimedes Gonzaga. Segue nesta via até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Ladeira <strong>do</strong> Pepino, por onde segue até alcançar a Rua Frederico Costa, por onde segue até a Avenida Barletta, poronde segue contornan<strong>do</strong> o muro da CODESAL, exclusive, por onde segue pela encosta até a Rua Medeiros Neto. Segue até alcançar a Rua Frederico Costa, por onde segue até a 2ª Travessa Paraíso, por onde segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotescom frente para a 1ª Travessa Paraíso e para a Vila Paraíso. Segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Avenida Laurin<strong>do</strong> Régis, de onde segue contornan<strong>do</strong> o Con<strong>do</strong>mínio João Batista Caribe, inclusive, e a Comunidade Yolanda Pires, exclusive,até a Rua Professor Aloísio de Carvalho Filho. Deste ponto segue <strong>em</strong> direção a Avenida Laurin<strong>do</strong> Régis, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.56 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 57


FEDERAÇÃOEm fins <strong>do</strong> século XIX, quan<strong>do</strong> o bairro da Federaçãoainda era uma área de grandes fazen<strong>das</strong> e o fluxo de pessoasse estendia apenas ao C<strong>em</strong>itério <strong>do</strong> Campo Santo,foi construída uma estrada partin<strong>do</strong> de onde hoje se localizaa Escola Politécnica da UFBA, até o viaduto da Federação.Como o caminho foi aberto <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pos de proclamaçãoda República Federativa <strong>do</strong> Brasil, a nova passag<strong>em</strong>, foichamada de Estrada da Federação, dan<strong>do</strong> orig<strong>em</strong> assim,ao nome <strong>do</strong> bairro.A tranquilidade de um lugar que “antigamente não moravatanta gente, porque aqui era lama pura”, já não exist<strong>em</strong>ais, afirma a representante da Associação de Mora<strong>do</strong>resda Rua Ferreira Santos, Therezinha Lima. Entretanto, o “comérciodiscreto” nas palavras da mora<strong>do</strong>ra Lígia Aguiar, contribui para que obairro permaneça essencialmente residencial e ainda guarde importantesreferências históricas e culturais como o C<strong>em</strong>itério <strong>do</strong> CampoSanto funda<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1836, a Igreja de São Lázaro edificada naprimeira metade <strong>do</strong> século XVIII e o prédio onde atualmente funcionaa Fundação de Amparo à Pesquisa <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia (FA-PESB), que no século XVIII foi um Lazareto.Na Federação exist<strong>em</strong> muitos Terreiros de Can<strong>do</strong>mblé, dentreos quais, o Terreiro <strong>do</strong> Gantois, que t<strong>em</strong> uma história secular. Funda<strong>do</strong><strong>em</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX, no local onde existia uma fazendaque deu orig<strong>em</strong> ao nome <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé. Segun<strong>do</strong> o historia<strong>do</strong>rTherezinha LimaFundação Gregório de MatosRua Caetano MouraCid Teixeira, a fazenda pertencia a um francês: “Gantois foi negreiro,um <strong>do</strong>s principais ‘importa<strong>do</strong>res de escravos’ após a supressãooficial <strong>do</strong> tráfico”.Na Federação existe a Fonte <strong>do</strong> Terreiro Ilê Axé Oxumaré, excelentepara banho, mas inadequada para consumo humano e aFonte <strong>do</strong> Terreiro Ilê Iya Omi Axé nas mesmas condições da fonteanterior.O bairro abriga prédios de grande valor histórico como a Faculdadede Filosofia e Ciências Humanas no qual, <strong>em</strong> passa<strong>do</strong> nãomuito distante, funcionou o Noviciato da Ord<strong>em</strong> <strong>das</strong> Ursulinas. AEscola Politécnica, antiga chácara de O<strong>do</strong>rico Dórea, foi um <strong>do</strong>sprincipais fornece<strong>do</strong>res de leite da cidade.Composto pelas localidades de São Lázaro, Alto <strong>do</strong> Sobradinhoe Alto da Bola e pelo Conjunto Habitacional Parque São Braze luxuosos edifícios localiza<strong>do</strong>s na Rua Aristides Novis, a Federaçãoé também conhecida pela presença de muitas <strong>em</strong>issoras de rádioe televisão de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Geralmente, no último <strong>do</strong>mingo <strong>do</strong> mês de janeiro, acontece nacomunidade de São Lázaro a festa <strong>em</strong> louvor a este santo. Nesta ocasiãoos católicos rezam uma missa e sa<strong>em</strong> <strong>em</strong> procissão pelas ruas<strong>do</strong> bairro. Já o povo de santo homenageia Omolu com a lavag<strong>em</strong> <strong>das</strong>escadarias da Igreja, velas acesas e banho de flor (pipoca).A Federação possui uma população de 38.151 habitantes, o quecorresponde a 1,56% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 1,72%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 18,19% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 32,30% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida: Inicia-se na Avenida Reitor Miguel Calmon, até alcançar Praça Lord Chochrane, seguin<strong>do</strong> pela Avenida Anita Garibaldi, até o seu cruzamento com a Vasco da Gama, até alcançar a Rua Sérgio de Carvalho. Segue até ocruzamento entre a Travessa Helenita Santana e a Avenida Altair, por onde segue até alcançar a Rua Henriqueta Martins Catarino, até seu cruzamento com a Avenida Cardeal da Silva, por onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para aTravessa Assis e a Rua Ibitupã, até alcançar a Rua Deputa<strong>do</strong> Newton Moura Costa. Segue nesta até a Rua Car<strong>do</strong>so de Oliveira, pr onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para Rua Alice Silveira, até alcançar a Rua Alice Silveira, seguin<strong>do</strong>pela encosta até o muro <strong>do</strong>s lotes da Rua Pedra da Marca, até a Rua Santa Isabela, até seu cruzamento com a Avenida Anita Garibaldi, por onde segue até o cruzamento da Rua Barão de Jer<strong>em</strong>oabo com a Rua Caetano Moura, por onde segue atéa Rua Padre Camilo Torred e Rua Professos Aristides Novis. Segue pela encosta até alcançar a via Alto de São Lázaro, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Doutor Helvécio Carneiro Ribeiro. Segue nesta via até a Ladeira de Xanopã, poronde segue até alcançar a Avenida Oceânica, seguin<strong>do</strong> pela encosta até a Travessa Eliana de Azeve<strong>do</strong>. Segue margean<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a referida travessa e a Vila Eliana de Azeve<strong>do</strong>, Rua Mestre Pastinha, por onde segue até aRua Caetano Moura, até seu cruzamento com a Rua Teixeira Mendes, por onde segue contornan<strong>do</strong> o muro <strong>do</strong> C<strong>em</strong>itério Campo Santo, exclusive, até a Avenida Centenário, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.60 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 61


ACUPESegun<strong>do</strong> Adriano Pereira da Cruz, presidente da Organização Coletivade Melhoramento da Avenida Caetano e Adjacências - OCMACA,o bairro Acupe surgiu como resulta<strong>do</strong> da ocupação da fazenda <strong>do</strong> senhorTertuliano. Ele afirma que primeiro se formaram pequenas aglomerações edepois as terras foram lotea<strong>das</strong>.Sobre o nome <strong>do</strong> bairro, Pereira da Cruz diz que Tertuliano era proprietáriode outras terras, no município de Santo Amaro, onde ele tinha umafazenda chamada Acupe e por isso então, batizou essas terras <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>com o mesmo nome, que na língua tupi significa “lugar quente ou nocalor”, conforme Luiz Eduar<strong>do</strong> Dórea, autor <strong>do</strong> livro “História de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>nos nomes <strong>das</strong> suas ruas”.Dentre as curiosidades <strong>do</strong> Acupe, o presidente da OCMACA cita o queele chama de prata da casa: são os artistas, joga<strong>do</strong>res de futebol e personalidadesque moraram no bairro, quan<strong>do</strong>ainda não eram famosos, como músicos<strong>do</strong> grupo Tribahia, Timbalada eda Banda Vixe Mainha.O bairro t<strong>em</strong> como uma de suasprincipais referências, na opinião deAdriano da Cruz, a praça onde existeo módulo policial, que ficou amplamenteconhecida pela ornamentação feitadurante a Copa <strong>do</strong> Mun<strong>do</strong> de Futebol<strong>em</strong> 2006. Essa praça, desde então, épalco da Feira de Saúde e Cidadania,um evento que mobiliza a comunidadepor seus projetos sociais e que jáse tornou marcante, pois é justamentequan<strong>do</strong> se com<strong>em</strong>ora o aniversárioda própria Associação.O Acupe possui uma população de11.304 habitantes, o que corresponde a0,46% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,48% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade,estan<strong>do</strong> 20,99% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensalde 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que37,05% <strong>do</strong>s seus chefes de família têmentre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Adriano da CruzInício da Ladeira <strong>do</strong> AcupeOrtofotos SICAD / PMS – 2006Descrição resumida:Inicia-se na Avenida General Graça Lessa, por onde segue pelo vale situa<strong>do</strong> entre as Ruas Urbino de Aguiar e Nossa Senhora de Guadalupe, até alcançar a Avenida Dom João VI, por onde segue alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Ladeira<strong>do</strong> Acupe e para a Avenida Maria <strong>do</strong>s Cravos, até o Boulevard Copacabana, por onde segue até alcançar a Avenida Vasco da Gama, por onde segue até seu cruzamento com a Avenida General Graça Lessa, por onde segue até o ponto de inícioda descrição deste bairro.62 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 63


ENGENHO VELHO DA FEDERAÇÃORua <strong>das</strong> Palmeiras - 1977O bairro <strong>do</strong> Engenho Velho da Federação, que até o século XIXera um engenho de cana de açúcar e por isso leva esse nome atéhoje, para Edmilson Santos, líder comunitário <strong>do</strong> bairro, o lugar <strong>das</strong>três nações <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé: “aqui nós somos angola, keto e jeje”. Talvezpor esta razão, seja o único bairro de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> a homenagearuma mulher negra, líder espiritual <strong>do</strong> terreiro Jeje: Mãe Runhó. NoLargo <strong>do</strong> Bogum está finca<strong>do</strong> o seu busto.Segun<strong>do</strong> Edmilson Santos, no final <strong>do</strong> século XIX a Companhia Kelsingcomprou as terras <strong>do</strong> engenho e depois loteou-as entre as famíliasda aristocracia baiana que aospoucos foram aban<strong>do</strong>nan<strong>do</strong> olocal, enquanto uma populaçãopobre ocupava a área. À época,não existia na área asfalto,água encanada, luz elétrica e,no geral, as casas construí<strong>das</strong>eram de taipa.Viven<strong>do</strong> atualmente uma realidadebastante diferente de outrora,apesar de ainda carecerde serviços básicos, <strong>em</strong> 2005 obairro foi reconheci<strong>do</strong> pelo governofederal como um quilombourbano. O conceito de Edmilson Salesquilombourbano foi defini<strong>do</strong> por decreto federal, como “uma localidadeque t<strong>em</strong> história de resistência da herança afro-brasileira e um senti<strong>do</strong>forte de territorialidade e de comunidade”.Embora o bairro esteja marca<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> Edmilson Santos, pelasreligiões de matriz africana, entre as manifestações religiosas <strong>do</strong> localestá a Procissão de São Lázaro, evento que ainda hoje mobiliza a região.Ele conta que o padroeiro <strong>do</strong> bairro é São Lazaro e que a procissãot<strong>em</strong> mais de 70 anos. “Surgiu com a promessa de uma senhora,pois o Engenho Velho da Federação foi vitima<strong>do</strong> por uma grande epid<strong>em</strong>iade varíola e essa senhora fez uma promessa de que se a situaçãose resolvesse, iria fazer uma procissão com o santo até a Estradade São Lázaro. Aconteceu a cura e ela cumpriu a promessa”.O carnaval é também uma data especial para o Engenho Velhoda Federação. Edmilson Sales Santos faz questão de registrar queo único bloco <strong>do</strong> bairro no carnaval é o Afro Bogum. Ele diz que “jáhouve muito outros, mas o único que resistiu foi esse”.Entre os principais equipamentos públicos deste bairro estão aEscola Municipal Engenho Velho da Federação, a Escola MunicipalPadre Jose de Anchieta e o Colégio Estadual HenriquetaMartins Catharino. Neste bairro encontra-se a Fonte <strong>do</strong> TerreiroIlê Axé Iyá Nassô Oká.O Engenho Velho da Federação possui uma população de 23.846habitantes, o que corresponde a 0,98% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,concentra 1% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,57% <strong>do</strong>s chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 29,54% <strong>do</strong>schefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento entre a Avenida Cardeal da Silva e a Rua Henriqueta Martins Catarino, por onde segue até a interseção com a Avenida Altair. Segue por esta até o cruzamento com a Travessa Helenita Miranda, por onde segue até a Rua Sérgiode Carvalho, até alcançar a Avenida Vasco da Gama. Segue por esta via até a Ladeira Cangira. Segue por esta via até alcançar a Rua São João. Segue nesta via até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Padre Raimun<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong> epara a Rua Deputa<strong>do</strong> Newton Moura Costa até alcançar a Rua Deputa<strong>do</strong> Newton Moura Costa, por onde segue até alcançar a 2ª Travessa Tupã. Deste ponto segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Ibitupã e para a Travessa Assis, até aAvenida Cardeal da Silva, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite deste bairro.64 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 65


Rua Edith Mendes da Gama e AbreuITAIGARANa década de 1960 a Fazenda Pituba pertencia a Joventino Silvae se espraiava da Orla Atlântica à Rotula <strong>do</strong> Abacaxi. Como resulta<strong>do</strong>de seu desm<strong>em</strong>bramento, surgiram novos bairros, a ex<strong>em</strong>ploda Pituba e <strong>do</strong> Itaigara.“Canoa de pedra ou de metal” é o significa<strong>do</strong> da palavra Itaigarana língua tupi-guarani. Até o final <strong>do</strong>s anos setenta, segun<strong>do</strong> Con-Dieter Kuehnitzschsuelo Pondé de Sena, presidente <strong>do</strong> Instituto Geográfico e Históricoda Bahia, essa região era uma imensa área verde, que contrastava,por ex<strong>em</strong>plo, com o bairro da Pituba que, neste t<strong>em</strong>po, já se consolidavacomo bairro.Dessa imensa área verde, pouco restou. Atualmente, os edifícios<strong>do</strong>minam a paisag<strong>em</strong> <strong>do</strong> bairro, que teve seu crescimento urbanoimpulsiona<strong>do</strong> pela construção <strong>do</strong> Shopping Itaigara <strong>em</strong> 1980, considera<strong>do</strong>por Dieter Kuehnitzsch, presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Itaigara, como uma referência no bairro.Outros <strong>em</strong>preendimentos comerciais e de serviços nos arre<strong>do</strong>res,como o Boulevard 161, o Empório Itaigara e o Max Center,também contribuíram para o desenvolvimento <strong>do</strong> bairro que hoje<strong>em</strong> dia t<strong>em</strong> como um <strong>do</strong>s seus principais probl<strong>em</strong>as o intenso fluxode veículos.Localizam-se no Itaigara a Praça Coronel Waldir Aguiar, a PraçaAlfred Nobel e a Praça Dom Timóteo.O Itaigara possui uma população de 12.316 habitantes, o quecorresponde a 0,50% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,49%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 53,36% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 65,53% <strong>do</strong>s chefesde família têm 15 anos ou mais de estu<strong>do</strong>s.Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Avenida Antônio Carlos Magalhães com a Avenida Paulo VI, próximo ao posto de combustível – Hiperposto, inclusive. Segue pela Avenida Paulo VI até o seu cruzamento com a Rua <strong>das</strong> Hortênsias, por onde segue até aRua Padre Manoel Barbosa por onde segue até a sua confluência com a Rua Manoel Correia Garcia. Segue por esta rua até sua interseção com a Rua Florentino Silva. Daí segue até alcançar a Rua Sílvio Valente. Daí segue por esta rua até seu cruzamentocom a Avenida Antônio Carlos Magalhães, incluin<strong>do</strong> o Shopping Itaigara. Daí segue por esta avenida até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.66 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 67


Candeal Gueto SquareCANDEALO bairro <strong>do</strong> Candeal é dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> duas partes: o Candeal Grande, tambémconheci<strong>do</strong> como Cidade Jardim, cuja orig<strong>em</strong> r<strong>em</strong>ete à antiga ChácaraSanta Maria <strong>do</strong> Candeal e o Candeal Pequeno, cuja orig<strong>em</strong> r<strong>em</strong>ontaà senzala da Fazenda Quinta <strong>do</strong> Candeal – após a alforria <strong>do</strong>s escravos,muitos escravos ganharam o direito de continuar no lugar.No Candeal Pequeno são conheci<strong>das</strong> as intervenções de CarlinhosBrown. Vale registrar a Escola de Música Pracatum – escola profissionalizantede música – e o Projeto Tá Reboca<strong>do</strong>, que visa à reurbanizaçãoda área, com pintura e reforma de casas e ruas. Até pouco t<strong>em</strong>po atrás,acontecia no local o ensaio da Timbalada no Candeal Gueto Square. Emdecorrência disto, o Candeal Pequeno tornou-se conheci<strong>do</strong> na cidade comoum grande pólo cultural.Os mora<strong>do</strong>res l<strong>em</strong>bram como o lugar era enlamea<strong>do</strong> e cheio de barracos,a luz elétrica chegou <strong>em</strong> 1970 e apenas <strong>em</strong> 1995, as ruas foram pavimenta<strong>das</strong>.A água encanada d<strong>em</strong>orou de chegar e as pessoas, para suprir<strong>em</strong>esta necessidade buscavam água na Fonte <strong>do</strong> Dr. Júlio.Este equipamento existe até hoje, sen<strong>do</strong> conheci<strong>do</strong>, porém, como Fonte<strong>do</strong> Gueto – <strong>em</strong> seu entorno, existe uma elevada concentração populacional.Essa fonte serviu de inspiração para a música da Timbalada “ÁguaMineral” e é muito utilizada para lavar as roupas e carros, limpeza de casase ainda faz parte <strong>do</strong> lazer da comunidade, onde as crianças se divert<strong>em</strong>banhan<strong>do</strong>-se na fonte. Neste bairro localiza-se ainda, a Fonte <strong>do</strong> TerreiroMutuiçara, que antes <strong>do</strong> abastecimento da EMBASA, era utilizadapara consumo humano e que atualmente serve para atividades <strong>do</strong>mésticase rituais religiosos.O Candeal possui uma população de 12.182 habitantes, o que correspondea 0,50% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,53% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 29,99% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 41,21% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliatêm mais de 15 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Juracy Magalhães Junior, por onde segue até o Hospital Aliança, por onde segue <strong>em</strong> direção ao vale situa<strong>do</strong> no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes da Rua Dinah Silveira de Queirós, por onde segue até a Rua Santo Heládio, por onde segue até alcançara 2ª Travessa Wald<strong>em</strong>ar Falcão. Segue nesta via até a 1ª Travessa Wald<strong>em</strong>ar Falcão, por segue até encontrar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Wald<strong>em</strong>ar Falcão, seguin<strong>do</strong> até a Alameda Bons Ares. Segue nesta via até a Praça FreiHildebran<strong>do</strong> Kruthanp, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Paulo Afonso, por onde segue até alcançar o muro da Casa de Retiro São Francisco, exclusive, por onde segue até a Rua Monsenhor Antonio Rosa, até alcançar a Travessa Candeal,por onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para as Ruas Vinte de Julho, Fonte <strong>do</strong> Governo e Pedro Alcântara, por onde segue pela encosta até alcançar a Rua José Pedreira. Segue nesta via até o cruzamento da Rua Icapuí com aRua Alexandrina Ramalho, por onde segue até a Ladeira Cruz da Redenção. Segue nesta via até seu cruzamento com a Avenida Antônio Carlos Magalhães, por onde segue até o cruzamento com a avenida encontra a Avenida Juracy Magalhães Junior,por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.68 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 69


SANTA CRUZLargo <strong>do</strong> Samba Elite, 2009O bairro da Santa Cruz surgiu a partir <strong>do</strong> loteamento de uma grandefazenda. À época de sua ocupação, era forma<strong>do</strong> por casas de taipa– nessa época não existia água encanada, n<strong>em</strong> luz elétrica.Nesse perío<strong>do</strong>, as pessoas que começaram a habitar o local haviamarrenda<strong>do</strong> os terrenos. Nádia Fiúza, presidente da Associaçãode Mulheres da Santa Cruz, conta que: “havia um senhor que vendiaterrenos aqui, inclusive, compramos o terreno onde moramos namão dele. Depois, descobrimos que os terrenos que ele vendia nãolhe pertenciam. Qu<strong>em</strong> comprou na mão <strong>do</strong> verdadeiro <strong>do</strong>no se deub<strong>em</strong>, qu<strong>em</strong> não comprou, teve que pagar de novo”.O bairro da Santa Cruz t<strong>em</strong> uma forte presença de Terreiros deCan<strong>do</strong>mblés e Igrejas Protestantes.Outrora este bairro foi palco de diversos grupos de samba, comoo Samba Elite e o Samba Santa que, durante o perío<strong>do</strong> junino, disputavam,com grupos de samba de outros bairros e localidades, fazen<strong>do</strong>a alegria <strong>do</strong> povo. “Era muito bom” afirma Fiúza. “Integrantes<strong>do</strong> Samba Santa, organizavam tu<strong>do</strong>. Hoje ele faz algumas coisas,mas não aqui, a violência não deixa”.Os grupos de samba <strong>em</strong> Santa Cruz marcaram tanto esta comunidade,que os largos onde ocorriam os ensaios ficaram conheci<strong>do</strong>scomo o Largo <strong>do</strong> Samba Elite e o Largo <strong>do</strong> Samba Santa – considera<strong>do</strong>spor Nádia Fiúza os símbolos <strong>do</strong> bairro.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro estão a EscolaMunicipal União Santa Cruz, a Escola Municipal Artur Salese a Escola Estadual Dionísio Cerqueira.A Santa Cruz possui uma população de 25.674 habitantes, o quecorresponde a 1,05% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,99%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 31,19% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 34,75% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Aline FariasDescrição resumida: Inicia-se Avenida Juracy Magalhães Júnior, segue até alcançar a Rua Onze de Nov<strong>em</strong>bro, contornan<strong>do</strong> o Parque da Cidade, exclusive. Daí segue <strong>em</strong> até a confluência <strong>do</strong>s logra<strong>do</strong>uros: Rua Cícero Simões e a AvenidaNova República. Daí segue pela Rua Cícero Simões até a sua confluência com a Rua Emídio Pio. Daí segue-se <strong>em</strong> linha reta até a confluência com as Ruas São Raul e São José da Santa Cruz, por onde segue até a confluência Rua Emídio Pio coma 2ª Travessa da Emídio Pio. Segue até a confluência <strong>das</strong> ruas Dezessete de Julho e a Rua da Alegria, por onde segue até a confluência com a Rua Miguelito. Segue até a confluência com a Rua São Jorge, por onde segue até ruas José Rodrigues deOliveira e a Rua Ipan<strong>em</strong>a, por onde segue até a confluência com a Rua Francisco Sales e a rua Onze de Nov<strong>em</strong>bro. Daí segue-se pela Rua Francisco Sales, por onde segue pela Rua Vinte e Seis de Abril até alcançar a Avenida Vale <strong>das</strong> Pedrinhas.Daí segue-se <strong>em</strong> linha, até sua confluência com a Rua Padroeira <strong>do</strong> Brasil, por onde segue até a confluência com a Rua Gilberto Maltez, por onde segue até alcançar Ruas Antônio Carlos Magalhães e a Olegário Mariano, por onde se segue até suaconfluência com a Rua Senhor <strong>do</strong> Bonfim, de onde segue até confluência com a Rua Bela Esperança. Daí segue até a Rua Onze de Nov<strong>em</strong>bro, por onde segue contornan<strong>do</strong> o limite <strong>do</strong> muro <strong>do</strong> Hospital Aliança até por onde segue <strong>em</strong> linha reta até oponto de inicio da descrição <strong>do</strong> limite deste bairro.70 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 71


CHAPADA DO RIO VERMELHOOrtofotos SICAD / PMS – 2006Segun<strong>do</strong> Gil Sacramento, representante <strong>do</strong> Instituto de AçãoComunitária da Região <strong>do</strong> Nordeste de Amaralina/RNA, a atualconfiguração <strong>do</strong> bairro da Chapada <strong>do</strong> Rio Vermelho, outrora terrenode grandes fazen<strong>das</strong>, é fruto <strong>do</strong> crescimento desordena<strong>do</strong> d<strong>em</strong>oradias e <strong>do</strong> comércio que se instalou no local.Gil Sacramento afirma que a geografia local, as rochas e as ladeirasque cercam a Chapada <strong>do</strong> Rio Vermelho deram ao bairro estebatismo. “Achamos que o único lugar que poderia ser considera<strong>do</strong>como uma chapada era ali, onde existia o alto e o baixo”.Há 15 anos, religiosos italianos desenvolv<strong>em</strong> projetos sociais naChapada <strong>do</strong> Rio Vermelho. Gil Sacramento diz que “eles enxergarama comunidade como um bairro próspero” por isso então, construíramo Centro Cristo e Vida, que hoje possui uma escola conveniadacom a prefeitura.Na rua onde foi construída esta escola, <strong>em</strong> passa<strong>do</strong> recente, haviaapenas uma vala e casas de madeira. A partir da organizaçãoGil Sacramentocomunitária <strong>em</strong> parceria com a Paróquia Santo André e a ParóquiaCristo Redentor, os mora<strong>do</strong>res organizaram mutirões e deramnova feição ao local.Dentre os registros <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res da Chapada está o ProjetoCultura <strong>do</strong>s Sambas Juninos, que envolvianão apenas os mora<strong>do</strong>res da Chapada,mas de toda a região <strong>do</strong> seu entorno.“Havia o Samba Elite e o Samba CriouloDoi<strong>do</strong>. No dia de São João, os blocos saíam<strong>em</strong> cortejo pelas ruas e, no fim <strong>do</strong> dia,seguiam para concorrer com outros gruposno Engenho Velho de Brotas. Muitos artistasvinham aqui, antes da violência assolar.Há 10 anos o projeto acabou”.Neste bairro, os equipamentos a serviçoda comunidade são o 15º Centro deSaúde, a Escola Comunitária Cristo Redentore o que o líder comunitário considerao símbolo <strong>do</strong> local: a CEASA.A Chapada <strong>do</strong> Rio Vermelho possui umapopulação de 24.574 habitantes, o que correspondea 1,01% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,concentra 0,95% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade,estan<strong>do</strong> 26,94% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade,constata-se que 33,15% <strong>do</strong>s chefes defamília têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Centro de Abastecimento <strong>do</strong> Rio VermelhoDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Juracy Magalhães Júnior, por onde segue até o limite <strong>do</strong> muro <strong>do</strong> Hospital Aliança até a Rua Onze de Nov<strong>em</strong>bro, por onde segue até a confluência com a Rua Bela Esperança. Daí segue até a confluência com a Rua Marco Pólo,por onde até a confluência com a Rua Senhor <strong>do</strong> Bonfim. Daí segue até a confluência com a Rua Olegário Mariano, por onde segue até a confluência da Rua Antônio Carlos Magalhães com a Rua Gilberto Maltez, até alcançar a Rua Padroeira <strong>do</strong> Brasil,exclusive. Segue até a Rua Teo<strong>do</strong>ro Sampaio, até sua confluência com a 2ª Travessa Teo<strong>do</strong>ro Sampaio, por onde segue até alcançar a Travessa Teo<strong>do</strong>ro Sampaio, até alcançar a Vila Indiana, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Avenida da Turquia, até a curvada Rua Ipiranga, por onde se segue até a Avenida Vale <strong>das</strong> Pedrinhas. Segue até alcançar a da Rua da Arábia, na confluência com a Travessa <strong>do</strong> Campo, por onde segue até a Rua <strong>do</strong> Campo, até alcançar a Avenida Vale <strong>das</strong> Pedrinhas, seguin<strong>do</strong>até alcançar a Rua Maragogipe, por onde segue até a confluência com a Rua Jacobina, por onde segue até a confluência com a Avenida Juracy Magalhães Júnior, por onde segue até ponto de inicio da descrição <strong>do</strong> limite deste bairro.72 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 73


NORDESTE DE AMARALINANa segunda metade <strong>do</strong> século XIX, as terras que correspond<strong>em</strong>aos bairros Chapada <strong>do</strong> Rio Vermelho, Santa Cruz, Vale <strong>das</strong> Pedrinhas,o Nordeste de Amaralina e as localidades Areal, Boqueirãoe Nova República eram grandes fazen<strong>das</strong> que mais tarde foramlotea<strong>das</strong>.Assim, parte da ocupação dessa área começou por pessoas quevieram <strong>do</strong> interior para trabalhar nestas fazen<strong>das</strong> e depois se converteram<strong>em</strong> <strong>em</strong>prega<strong>das</strong> <strong>do</strong>mésticas, lavadeiras e caseiros, que portrabalhar<strong>em</strong> nas casas de veraneio construí<strong>das</strong> <strong>em</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> séculoXX nas imediações da Praia de Amaralina, terminaram por fixarsenas re<strong>do</strong>ndezas. A outra parte foi ocupada, segun<strong>do</strong> Almir OdunArá, funcionário <strong>do</strong> Centro Social Urbano <strong>do</strong> Nordeste de Amaralina,por pesca<strong>do</strong>res que foram se estabelecen<strong>do</strong> no local.Segun<strong>do</strong> Almir Odun Ará, o Nordeste de Amaralina fazia parte dafazenda da família Amaral (atual bairro Amaralina) e seu nome, estárelaciona<strong>do</strong> à posição geográfica que ocupa. Ele afirma que primeirosurgiu Amaralina, e só depois, começou o povoamento mais intenso<strong>do</strong> Nordeste de Amaralina. No entanto, há qu<strong>em</strong> afirme que otopônimo Nordeste de Amaralina é uma referência à região Nordeste<strong>do</strong> Brasil devi<strong>do</strong> à concentração de pobreza.Casas de taipa, s<strong>em</strong> energia elétrica e água encanada e uma espaçadapopulação, deram orig<strong>em</strong> ao bairro que hoje é visto como uma“ilha popular” entre vários bairros considera<strong>do</strong>s como de alta renda.O comércio forte e varia<strong>do</strong> é uma <strong>das</strong> principais fontes de renda <strong>do</strong>shabitantes <strong>do</strong> Nordeste de Amaralina.Almir Odun AráCOINF / SEDHAM / PMS, 2006Escola Municipal Anita BarbudaPara Almir Odun Ará a maior referência <strong>do</strong> bairro é a cultura eo poder de reação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res. Além <strong>das</strong> associações de mora<strong>do</strong>rese conselhos comunitários, exist<strong>em</strong> mais quatro entidades atuantesna defesa da comunidade: a Sociedade União e Defesa <strong>do</strong>sMora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Nordeste de Amaralina, a Sociedade Primeiro deMaio, a Sociedade Protetora <strong>do</strong>s Posseiros de Ubaranas e aSociedade Cultural <strong>do</strong> Bairro de Amaralina. Neste bairro, MestreBimba, cria<strong>do</strong>r da capoeira regional viveu parte de sua vida e mantevea sua acad<strong>em</strong>ia.Atualmente, não há nenhuma festa que mobilize a população local,mas Odun Ará l<strong>em</strong>bra que <strong>em</strong> passa<strong>do</strong> recente, dentre váriasfestas, duas agitavam muito o bairro: a festa <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res, quan<strong>do</strong>“dávamos os presentes antes, primeiro na Pituba, depois a gentee, enfim, o 02 de fevereiro. Na festa fazia-se um caruru, recolhia-seo dinheiro, comprava as flores, os atabaques...” e a outra festa era osamba junino, “que era muito mais que um espaço de lazer, era espaçode resistência da população negra”.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro estão a 28ªCircunscrição Policial – Delegacia, a Escola Polivalente de Amaralina,o Colégio Estadual Professor Carlos Santana, situa<strong>do</strong> nofamoso Beco da Cultura e o Centro Social Urbano.O Nordeste de Amaralina possui uma população de 24.041 habitantes,o que corresponde a 0,98% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,96% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 18,55% <strong>do</strong>s chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1/2 a 1 salário mínimo.No que se refere à escolaridade, constata-se que 32,61% <strong>do</strong>schefes de família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida: Inicia-se na Rua Professora Natália Vinhais, por onde segue até a sua confluência com a Rua 5 de Set<strong>em</strong>bro, por onde segue até a Rua José Inácio <strong>do</strong> Amaral. Segue até seu cruzamento com a Rua Gilberto Maltez, poronde segue até a Rua Padre José Henrique, até alcançar a Rua Antenor Costa Nuno, seguin<strong>do</strong> até a interseção da Avenida Vale <strong>das</strong> Pedrinhas com a Rua Edísio <strong>do</strong>s Santos e Rua 26 de Abril. Segue esta até seu cruzamento com a Rua Francisco Salespor onde segue até a Rua Ipan<strong>em</strong>a. Daí segue até a Rua José Rodrigues de Oliveira, até alcançar a Rua Miguelito, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua da Alegria. Segue até confluência com a Rua Emídio Pio, seguin<strong>do</strong> por esta até aRua Cícero Simões, por onde segue incluin<strong>do</strong> o Beco da Cultura, até a Rua Pará. Daí segue até sua interseção com a Travessa Doutor Arthur Napoleão Carneiro Rego por onde segue até Rua <strong>das</strong> Ubaranas. Segue até a confluência com a Rua DoutorGuilherme Reis, por onde segue até a Rua Investiga<strong>do</strong>r Wilson Palmeira, até Rua Jânio Quadros, por onde segue até a interseção com a Rua <strong>do</strong> Balneário, até alcançar a Travessa <strong>do</strong> Balneário, por onde segue até a Rua 19 de Set<strong>em</strong>bro, seguin<strong>do</strong>até a Rua Adelmário Pinheiro, até alcançar a Rua Doutor Edgard Barros. Segue até Rua <strong>do</strong> Norte, por onde segue até alcançar a Rua Visconde de Itaborahy, por onde segue até a Rua Oswal<strong>do</strong> Cruz, contornan<strong>do</strong> Vila Militar de Amaralina, exclusive,até alcançar a Rua Mestre Bimba, por onde segue até a Rua <strong>do</strong> Leste, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.74 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 75


VALE DAS PEDRINHASFruto de sucessivas ocupações espontâneas, o bairro <strong>do</strong> Vale<strong>das</strong> Pedrinhas, com suas ruas estreitas, becos, vielas e escadarias,segun<strong>do</strong> Paulo Lé, presidente <strong>do</strong> Conselho de Segurança destaregião, foi forma<strong>do</strong> pela população rural que, nas déca<strong>das</strong> de cinquentae sessenta, se deslocaram para a capital <strong>em</strong> busca de melhorescondições de vida.“Essa gente foi se infiltran<strong>do</strong> por to<strong>do</strong> esse matagal. Onde hoje éo Vale <strong>das</strong> Pedrinhas era o fun<strong>do</strong> de uma <strong>das</strong> fazen<strong>das</strong>. Quan<strong>do</strong> os<strong>do</strong>nos perceberam que havia um povoa<strong>do</strong> no entorno <strong>das</strong> terras dafazenda, era tarde, tu<strong>do</strong> estava ocupa<strong>do</strong>”, diz Paulo Lé.Há qu<strong>em</strong> diga que o batismo deste logra<strong>do</strong>uro deriva de umaantiga pedreira que fornecia matéria-prima para as habitaçõesmais próximas. Entretanto, Lé afirma que o nome <strong>do</strong> bairro r<strong>em</strong>ontaao t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que “o ‘Rio <strong>das</strong> Tripas’ era limpo e se ouviao toque <strong>das</strong> pedras baten<strong>do</strong> uma na outra, daí o nome Vale<strong>das</strong> Pedrinhas”.Uma <strong>das</strong> referências no Vale <strong>das</strong> Pedrinhas é a italiana AnnaPraça Ana Sirone – 2009Sirone – uma assistente social que na década de setenta aju<strong>do</strong>u aconstruir a Igreja de Santo André e to<strong>das</strong> as outras <strong>do</strong> bairro, auxiliouna instalação <strong>do</strong> posto de saúde <strong>do</strong> Nordeste de Amaralina eno asfaltamento de toda a região. A principal praça <strong>do</strong> Vale <strong>das</strong> Pedrinhasleva o seu nome.Paulo Lé diz que hoje <strong>em</strong> quase to<strong>das</strong> as ruas exist<strong>em</strong> festividadesno Dia <strong>das</strong> Crianças e que a comunidade v<strong>em</strong> resgatan<strong>do</strong> as músicasjuninas que outrora fizeram muito sucesso <strong>em</strong> toda a região <strong>do</strong>entorno <strong>do</strong> Vale <strong>das</strong> Pedrinhas Ele l<strong>em</strong>bra que na década de oitentamuitas músicas que marcaram a cidade, saíram <strong>do</strong> bairro, como porex<strong>em</strong>plo, “Revoluções” <strong>do</strong> grupo Uni<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Capim.Entre os principais equipamentos públicos estão o Centro SocialNeuza Nery, a Escola Municipal Gabriela Sá Pereira e a PraçaAna Sironi.O Vale <strong>das</strong> Pedrinhas possui uma população de 3.115 habitantes,o que corresponde a 0,13% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,12% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,36% <strong>do</strong>s chefes defamília situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 33,12% <strong>do</strong>s chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Aline FariasDescrição resumida:Inicia na Rua Ipirá, seguin<strong>do</strong> até a Rua Maragogipe por onde segue até a Avenida Vale <strong>das</strong> Pedrinhas, até sua interseção com a Rua <strong>do</strong> Campo. Daí segue até a Travessa <strong>do</strong> Campo, até sua interseção com a Rua da Arábia, até alcançar a Avenida Vale<strong>das</strong> Pedrinhas, por onde segue até a Rua Ipiranga. Daí segue até alcançar a Avenida da Turquia, por onde segue até a Vila Indiana, por onde segue até a confluência da Travessa Teo<strong>do</strong>ro Sampaio com a 2ª Travessa Teo<strong>do</strong>ro Sampaio, seguin<strong>do</strong> poresta até a Rua Teo<strong>do</strong>ro Sampaio. Daí segue até a Rua Gilberto Maltez, até alcançar a Rua Padroeira <strong>do</strong> Brasil por onde segue até cruzamento com a Avenida Vale <strong>das</strong> Pedrinhas. Daí segue até a Rua Antenor Costa Nuno, seguin<strong>do</strong> até a Rua PadreJosé Henrique, até alcançar a Rua Gilberto Maltez, até alcançar a Rua José Inácio <strong>do</strong> Amaral. Segue até a Rua 5 de Nov<strong>em</strong>bro, até sua interseção com a Rua Professora Natália Vinhais, seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para asruas Theo<strong>do</strong>miro Baptista e Francisco Rosa, até alcançar a 2ª Travessa T<strong>em</strong>ístocles por onde segue até sua interseção com a Rua Professora Nilzete, até alcançar a Rua Ipirá, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.76 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 77


RIO VERMELHOA história <strong>do</strong> bairro <strong>do</strong> Rio Vermelho é anterior à fundação da cidadede <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Segun<strong>do</strong> o historia<strong>do</strong>r Luiz Henrique Dias Tavares,reporta-se à primeira década <strong>do</strong> século XVI.O Rio Vermelho no século XVII era uma colônia de pesca<strong>do</strong>res,que foi sen<strong>do</strong> mais povoada à medida que alguns mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Centroda Cidade migraram para essa região, mais precisamente para oMorro <strong>do</strong> Conselho, fugin<strong>do</strong> <strong>das</strong> Invasões Holandesas de 1624.No século XIX já haviam nesta área três núcleos de povoamentodefini<strong>do</strong>s: Paciência, Mariquita e Santana. Todavia, a expansãodeste bairro só ocorreu no século seguinte, no governo de J.J. Seabra.Em 1923, foi inaugurada a Avenida Oceânica, quan<strong>do</strong> os primeiroscarros começaram a circular pelo bairro, que naquele momentoadquiria novos contornos.Neste mesmo perío<strong>do</strong>, tornou-se costume <strong>das</strong> famílias ricas da “cidadeda Bahia” ir ao Rio Vermelho, <strong>em</strong> especial à Praia da Paciência, passaro verão. A partir da década de sessenta, linhas de ônibus iniciaram acirculação pelo bairro. Segun<strong>do</strong> Arilda Maria Car<strong>do</strong>so Souza, arquitetapaisagista,antigamente o bairro era dividi<strong>do</strong> pelo Rio Camarajipe <strong>em</strong>duas partes: “as pessoas que moravam de um la<strong>do</strong>, não conheciam epraticamente não se comunicavam com as <strong>do</strong> outro. A ponte foi construídab<strong>em</strong> depois; antes as pessoas atravessavam de barco”.Devi<strong>do</strong> às intervenções urbanas e às obras <strong>do</strong> Sist<strong>em</strong>a de EsgotamentoSanitário, o Rio Camarajipe foi desvia<strong>do</strong> desde a década desetenta. Nos anos noventa, foi construí<strong>do</strong> um interceptor de águas eesgotos subterrâneo, que conduziu suas águas diretamente para oEmissário Submarino que margeia a antiga foz e adentra 2,5 km nomar. Nesse bairro localiza-se a foz <strong>do</strong> rio Lucaia.Na história deste antigo bairro, a Igreja de Nossa Senhora deRua da PaciênciaSantana é um ponto de referência. Localizada próxima à colônia depesca<strong>do</strong>res, foi construída sob as ruínas de uma velha Fortaleza, quecomeçou a ser edificada <strong>em</strong> 1710 e jamais foi acabada.Sobre o nome <strong>do</strong> bairro, Edelweiss afirma: “o Rio Vermelho nãoera denomina<strong>do</strong> Camurujipe pelos índios, mas Camarajipe (...); Camaráou Cambará é uma flor vistosa, de matizes amarelo-vermelhos,que deram o nome português ao Camarajy <strong>do</strong>s índios por atapetar<strong>em</strong>as suas margens”. O Rio Vermelho foi assim denomina<strong>do</strong> peloscoloniza<strong>do</strong>res <strong>em</strong> função da imag<strong>em</strong> que o Rio Camarajipe produzia:um tapete vermelho, um rio vermelho!O bairro que já foi aldeia indígena, vila de pesca<strong>do</strong>res e local deveraneio <strong>das</strong> famílias mais abasta<strong>das</strong> de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> hoje é área caracterizadacomo uma zona de concentração comercial e de serviços,sen<strong>do</strong> um ponto de encontro <strong>do</strong>s que viv<strong>em</strong> com intensidade anoite <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. No dia 02 de fevereiro acontece no Rio Vermelhoa tradicional e popular Festa de I<strong>em</strong>anjá, que Arilda Car<strong>do</strong>so consideracomo uma marca <strong>do</strong> bairro.Segun<strong>do</strong> Eurílio de Menezes, pesca<strong>do</strong>r da colônia <strong>do</strong> Rio Vermelho,a Festa de I<strong>em</strong>anjá data <strong>do</strong> ano de 1923 quan<strong>do</strong>, por sugestão deuma senhora, os pesca<strong>do</strong>res resolveram presentear a Mãe D’Água,com o objetivo de melhorar a vida que estava difícil por d<strong>em</strong>ais.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro, estão a EscolaMunicipal Euricles de Matos, o Colégio Estadual Manoel Devoto,a 7ª Circunscrição Policial - Delegacia e a Biblioteca JuracyMagalhães.O Rio Vermelho possui uma população de 20.761 habitantes,o que corresponde a 0,85% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,95% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 21,74% <strong>do</strong>s chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 35,77% <strong>do</strong>s chefesde família têm mais de 15 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Garibaldi, por onde segue até a Rua Pedra da Marca, por onde segue pela encosta, até alcançar a Rua Alice Silveira, por onde segue até Rua Car<strong>do</strong>so de Oliveira, por onde segue até a Rua São João, até alcançar a Ladeira Cangira.Segue nesta até alcançar a Avenida Vasco da Gama, por onde segue pela encosta até a Rua <strong>das</strong> Flores, por onde segue até a Rua Wald<strong>em</strong>ar Falcão, por onde segue. Segue nesta via até Avenida Wald<strong>em</strong>ar Falcão, por onde segue até a RuaEstácio Gonzaga. Segue pela encosta até encontrar a Rua Doutor Barachisio Lisboa, até alcançar a Rua Des<strong>em</strong>barga<strong>do</strong>r Plínio Gerreiro, até alcançar a Avenida Juracy Magalhães Junior, por onde segue até a Rua Jacobina, seguin<strong>do</strong> até a Rua Ipirá.Segue nesta via até cruzamento com a 2ª Travessa T<strong>em</strong>ístocles, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua General Aníbal. Segue nesta até a Rua Desdêmonas, por onde segue até a Rua Professora Natália Vinhais, por onde segue até alcançar a linha de costa,seguin<strong>do</strong> até a Avenida Oceânica, por onde segue até o cruzamento com a Vila Matos. Segue por esta até a Travessa Leopoldino Tantú, até alcançar a Rua Manoel Rangel, por onde segue até a Travessa <strong>do</strong> Corte Grande. Segue por esta até Rua <strong>do</strong>Corte Grande, por onde segue até ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.78 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 79


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio CamarajipeO Rio Camarajipe t<strong>em</strong> o seu nome associa<strong>do</strong> à existência, <strong>em</strong>suas margens, de uma planta chamada Camará, Lantana camara,Lantana aculeata ou ainda Lantana brasiliensis, arbusto de folhasaromáticas e frutos vermelhos, que eram abundantes nas imediaçõesdesse Rio.Localizada no miolo da cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipepossui uma área de 35,877km 2 (o que corresponde a 11,62%<strong>do</strong> território municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>), sen<strong>do</strong> a terceira maior bacia <strong>em</strong>extensão <strong>do</strong> Município. Encontra-se limitada ao Norte pela Bacia<strong>do</strong> Cobre, à Leste pela Bacia Pedras/Pituaçu, à Oeste pela Penínsulade Itapagipe e ao Sul pela Bacia <strong>do</strong> Lucaia. Com uma populaçãode 668.871 habitantes, que corresponde a 27,3% da populaçãode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e densidade populacional de 18.643,37hab./km 2(IBGE, 2000), é a mais populosa bacia <strong>do</strong> Município, <strong>em</strong>bora apresenteum ritmo de crescimento relativamente pequeno, <strong>em</strong> virtudeda consolidação <strong>do</strong> seu processo de ocupação. Possui 180.074unidades habitacionais, que correspond<strong>em</strong> a 27,3% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.A Bacia <strong>do</strong> Camarajipe é ocupada por uma população situada,pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente, nas menores faixas de renda. Seuschefes de família encontram-se distribuí<strong>do</strong>s da seguinte maneira:30,64% receb<strong>em</strong> até 1 SM mensal, 30,11% estão na faixade mais de 1 até 3 SM e apenas 3,89% receb<strong>em</strong> mais de20 SM. Os índices de escolaridade <strong>do</strong>s chefes de família dessabacia revelam o seguinte quadro: 6,61% não têm instrução,25,97% possu<strong>em</strong> de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>, 30,34% possu<strong>em</strong> de11 a 14 anos e apenas 9,38% possu<strong>em</strong> mais de 15 anos de estu<strong>do</strong>(IBGE, 2000).Suas nascentes encontram-se próximas a Pirajá, nos bairros deMarechal Ron<strong>do</strong>n, Boa Vista de São Caetano, Calabetão e MataEscura, áreas carentes de infraestrutura urbana, com fortes desigualdadessocioespaciais, sobretu<strong>do</strong> as ocupações situa<strong>das</strong> nasbaixa<strong>das</strong>, <strong>em</strong> Áreas de Preservação Permanente (APP), sujeitas ainundações. O Camarajipe percorre, aproximadamente, 14km atésua foz, por um leito sinuoso que passa nas imediações <strong>do</strong>s bairrosde Pero Vaz, IAPI, Caixa d’Água, Pau Miú<strong>do</strong> e Saramandaia, bairroscom maior grau de consolidação, porém, com um teci<strong>do</strong> socials<strong>em</strong>elhante aos bairros onde se localizam as nascentes. Entretanto,<strong>em</strong> vários trechos, o seu leito foi retifica<strong>do</strong>, perden<strong>do</strong> a sinuosidadenatural que o caracterizava.O “caminho natural” <strong>do</strong> Camarajipe des<strong>em</strong>bocava no Largo daMariquita, no bairro <strong>do</strong> Rio Vermelho, ten<strong>do</strong> como seu último afluenteo Rio Lucaia, proveniente <strong>do</strong> Dique <strong>do</strong> Tororó, pela Av. Vasco daGama, que o margeia. No entanto, na década de 1970, o extintoDepartamento Nacional de Obras de Saneamento-DNOS, desviouo curso <strong>do</strong> Rio <strong>em</strong> razão de constantes enchentes nas zonas maisbaixas <strong>do</strong> Rio Vermelho. Na região próxima de um centro comercial(Shopping Iguat<strong>em</strong>i), aproveitou-se o vale <strong>do</strong> Rio Pernambuéspara fazer a alteração. Por meio de dragag<strong>em</strong> e rebaixamento <strong>do</strong>substrato <strong>do</strong> vale, a foz <strong>do</strong> Rio Camarajipe foi modificada para aregião situada hoje entre a Praça Jardim <strong>do</strong>s Namora<strong>do</strong>s e a Praiade Jardim de Alah, ambos no bairro <strong>do</strong> Costa Azul. Nesta área, oRio encontra-se retifica<strong>do</strong>, com sua calha revestida por argamassaarmada exceto seu leito, chegan<strong>do</strong> a alcançar 20m de larguranas imediações <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> shopping center.Ao longo <strong>do</strong> seu trajeto, fica evidente o grande comprometimentoda qualidade <strong>das</strong> suas águas provoca<strong>do</strong> por déca<strong>das</strong> de lançamentode esgotos sanitários in natura, além da presença de diversosoutros processos antrópicos, da ausência de controle e gestão<strong>do</strong>s recursos hídricos <strong>em</strong> grande parte da bacia, tanto <strong>em</strong> seu leito,quanto <strong>em</strong> suas margens. Embora nos últimos 15 anos tenhamsi<strong>do</strong> implanta<strong>do</strong>s cerca de 1.380km de rede coletora e executa<strong>das</strong>142.000 ligações intra<strong>do</strong>miciliares de esgoto, atenden<strong>do</strong> a, aproximadamente,259.000 <strong>do</strong>micílios, há regiões da bacia que necessitamde intervenções integra<strong>das</strong> <strong>do</strong> Poder Público Municipal e <strong>do</strong>Estadual, como por ex<strong>em</strong>plo, implantação de macro e microdrenag<strong>em</strong>,definição viária, contenção de encostas, desapropriação deáreas para ordenamento <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo, visan<strong>do</strong> possibilitar a implantaçãode sist<strong>em</strong>a de esgotamento sanitário e, consequent<strong>em</strong>ente,eliminar as fontes de poluição difusas de orig<strong>em</strong> <strong>do</strong>méstica,com melhoria da qualidade da água <strong>do</strong> rio.O desmatamento <strong>em</strong> suas nascentes e margens e consequenteassoreamento, alia<strong>do</strong>s ao uso inadequa<strong>do</strong> <strong>do</strong> solo, a impermeabilização,o acúmulo de resíduos sóli<strong>do</strong>s, entupimento de bueiros (impedin<strong>do</strong>a passag<strong>em</strong> da água de chuva) e erosão advinda de exploraçãode pedreiras, dentre outros, vêm provocan<strong>do</strong> danos sociais,O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 81


ambientais e culturais, contribuin<strong>do</strong> para a sua degradação.Em grave e similar situação encontra-se o Rio <strong>das</strong> Tripas, um<strong>do</strong>s principais afluentes <strong>do</strong> Rio Camarajipe, que nasce na Barroquinha,no bairro <strong>do</strong> Centro Histórico, e segue <strong>em</strong> grande parte<strong>do</strong> seu curso <strong>em</strong> galerias subterrâneas, receben<strong>do</strong>, a partir dessaárea, contribuições da Ladeira <strong>do</strong> Funil, <strong>do</strong> Largo <strong>das</strong> Sete Portas,da Av. Barros Reis, <strong>do</strong>s bairros da Cidade Nova, Matatu, VilaLaura e de outras áreas adjacentes, até encontrar o Rio Camarajipena altura da Rótula <strong>do</strong> Abacaxi. O nome desse rio se deve aofato de sua nascente ficar próxima ao primeiro mata<strong>do</strong>uro da cidade,que lançava no curso d’água seus restos. Outro afluente <strong>do</strong>Camarajipe, o Rio Campinas (também chama<strong>do</strong> Bonocô), encontra-seto<strong>do</strong> canaliza<strong>do</strong>.O Rio Camarajipe caracteriza-se pela sua utilização como corpod’água receptor de esgotos sanitários de grande parcela <strong>das</strong> habitaçõespopulares situa<strong>das</strong> na área de abrangência de sua baciahidrográfica. Na última década foi instalada uma unidade de Captação<strong>em</strong> T<strong>em</strong>po Seco (barramento <strong>do</strong> rio), localizada na Av. AntônioCarlos Magalhães, altura da Estação de Transbor<strong>do</strong> Iguat<strong>em</strong>i,para desvio <strong>do</strong> seu curso no perío<strong>do</strong> de estiag<strong>em</strong> – vazão de t<strong>em</strong>poseco – para o interceptor <strong>do</strong> Baixo Camarajipe, onde as águassão conduzi<strong>das</strong> para a Estação de Condicionamento Prévio, no RioVermelho, <strong>do</strong> Sist<strong>em</strong>a de Esgotamento Sanitário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Nessaestação, os materiais grosseiros são retira<strong>do</strong>s por meio de gradeamento,o material arenoso é separa<strong>do</strong> nos desarena<strong>do</strong>res e osfinos (até 2mm de diâmetro) são retira<strong>do</strong>s por meio de peneiras rotativas,sen<strong>do</strong>, <strong>em</strong> seguida, o esgoto condiciona<strong>do</strong> lança<strong>do</strong> ao mar,por meio de <strong>em</strong>issário submarino. Hoje, a maior parte de seu trajetoé por meio de galerias subterrâneas e nos trechos que aindacorre a céu aberto, exala um constante mau cheiro. Da unidade decaptação até a sua atual foz, no Costa Azul, o Rio t<strong>em</strong> sua vazãobastante reduzida, fican<strong>do</strong> apenas com a vazão de base/recarga<strong>do</strong> lençol freático, s<strong>em</strong> contribuições de esgoto, voltan<strong>do</strong> as suaságuas a escoar<strong>em</strong> <strong>em</strong> perío<strong>do</strong>s de chuvas intensas.O Rio Camarajipe foi um <strong>do</strong>s principais mananciais de abastecimentoda cidade, <strong>do</strong> final <strong>do</strong> século XIX até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> séculoXX, com as represas de Boa Vista (ou <strong>do</strong> Ladrão), Lobato/Campinasde Pirajá (ou de Campinas), <strong>do</strong> Prata e da Mata Escura. Aolongo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, com o lançamento de esgotos sanitários e resíduostóxicos (urbanos e de serviços de saúde) in natura, a qualidadede suas águas ficou comprometida, diminuin<strong>do</strong> sua transparênciae qualidade, provocan<strong>do</strong> a mortandade da fauna e flora. Na décadade 1980, foram desativa<strong>das</strong> para fins de abastecimento públicode água, as represas <strong>do</strong> Prata e da Mata Escura, <strong>em</strong> virtude daalteração da qualidade de suas águas devi<strong>do</strong> ao recebimento deesgotos sanitários e efluentes industriais. Vale ressaltar que nasimediações da represa <strong>do</strong> Prata ainda existe uma mancha quasecontínua de r<strong>em</strong>anescentes de florestas <strong>em</strong> estágio médio e avança<strong>do</strong>de regeneração, com área de, aproximadamente, 84ha.Também na área dessa bacia, está localizada parte <strong>do</strong> Dique <strong>do</strong>Campinas (para alguns, Dique <strong>do</strong> Cabrito). Esse manancial possui,aproximadamente, 74.000m 2 , circunda<strong>do</strong> pelos bairros de MarechalRon<strong>do</strong>n, Alto <strong>do</strong> Cabrito, Boa Vista de São Caetano, Lobato e Campinasde Pirajá, constituin<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> um ecossist<strong>em</strong>a que possui umaparticularidade: a sua contribuição para a formação de duas baciasindependentes – <strong>do</strong> Rio Camarajipe e <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre.Segun<strong>do</strong> relatos de residentes mais antigos da região e da cidade,nas águas <strong>do</strong> Rio Camarajipe havia peixes e crustáceos (pitús)até o início <strong>do</strong> século XX. Hoje, <strong>em</strong> péssimo esta<strong>do</strong> de conservação,seu ecossist<strong>em</strong>a encontra-se totalmente degrada<strong>do</strong>, sobretu<strong>do</strong><strong>em</strong> seu trecho final. Observa-se a olho nu, que a qualidade desuas águas é ruim, com baixa transparência, o<strong>do</strong>res desagradáveis,presença de lo<strong>do</strong> escuro e resíduos sóli<strong>do</strong>s flutuantes.Além <strong>das</strong> águas <strong>do</strong> Rio Camarajipe, de seus afluentes, diques erepresas, essa bacia possui várias fontes, dentre elas a Fonte <strong>das</strong>Pedreiras, na Cidade Nova; a Fonte <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong> na Lapinha e, noBarbalho, a Fonte <strong>do</strong>s Perdões ou <strong>do</strong> Santo Antônio e a Fonte <strong>do</strong>Baluarte; a Fonte da Estica, na Liberdade; a Fonte da Bica, <strong>em</strong> SãoCaetano e a Fonte Conjunto Bahia, no bairro de Santa Mônica.O quadro 01 apresenta as observações <strong>do</strong> Protocolo de AvaliaçãoRápida - PAR nas 11 estações estabeleci<strong>das</strong> para coleta deamostras de água na Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipe.Quadro 01. Observações <strong>do</strong> PAR nas estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio CamarajipeParâmetrosTipo deocupação <strong>das</strong>margensEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong>leito <strong>do</strong> rioMata ciliarPlantasaquáticasO<strong>do</strong>r da águaOleosidadeda águaTransparênciada águaTipo de fun<strong>do</strong>Fluxo deáguasCAM 01Áreasdesmata<strong>das</strong>ResidencialAssorea<strong>do</strong>Ausente (solodescoberto)Macrófitasgrandesconcentra<strong>das</strong>NenhumAusenteMuito escuraMarcas deantropização(entulho)S<strong>em</strong> fluxoCAM 02ResidencialAssorea<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasAusenteLeveAusenteOpaca oucoloridaLixoLâminad’água <strong>em</strong>75%<strong>do</strong> leitoCAM 03ResidencialAssorea<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasAusenteMédioAusenteOpaca oucoloridaLixoFormaçãode pequenas“ilhas”CAM 04Áreasdesmata<strong>das</strong>Assorea<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasAusenteLeveAusenteMuito escuraLama/AreiaLâminad’água <strong>em</strong>75%<strong>do</strong> leitoCAM 05Comercial/AdministrativoIndustrialRevesti<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasAusenteLeveAusenteMuito escuraNãovisualiza<strong>do</strong>Fluxo igual<strong>em</strong> toda alarguraCAM 06Comercial/AdministrativoRevesti<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasAusenteMédioAusenteMuito escuraLixoFluxo igual<strong>em</strong> toda alarguraCAM 07Comercial/AdministrativoRevesti<strong>do</strong>Pavimenta<strong>do</strong>AusenteForte(esgotos)PequenasmanchasOpacacoloridaCimento/Canaliza<strong>do</strong>LixoFormaçãode pequenas“ilhas”CAM 08Comercial/AdministrativoRevesti<strong>do</strong>Pavimenta<strong>do</strong>Macrófitasgrandesconcentr<strong>das</strong>Forte(esgotos)“Marcas” <strong>em</strong>linhas (arco íris)Muito escuraLixoFormaçãode pequenas“ilhas”CAM 09Comercial/AdministrativoResidencialRevesti<strong>do</strong>Pavimenta<strong>do</strong>AusenteMédio“Marcas” <strong>em</strong>linhas (arco íris)OpacacoloridaLixoLâminad’água <strong>em</strong>75%<strong>do</strong> leitoCAM 10Comercial/AdministrativoResidencialRevesti<strong>do</strong>Pavimenta<strong>do</strong>Perifítonabundante ebiofilmeMédio“Marcas” <strong>em</strong>linhas (arco íris)Muito escuraLixoLâminad’água <strong>em</strong>75%<strong>do</strong> leitoCAM 11Comercial/AdministrativoResidencialRevesti<strong>do</strong>Pavimenta<strong>do</strong>Perifítonabundante ebiofilmeForte(esgotos)“Marcas” <strong>em</strong>linhas(arco íris)Muito escuraLixoLâminad’água <strong>em</strong>75%<strong>do</strong> leitoObs.: Perifíton são organismos que viv<strong>em</strong> aderi<strong>do</strong>s a vegetais ou a outros substratos suspensos; Macrófitas aquáticas são plantas herbáceas que cresc<strong>em</strong> na água, <strong>em</strong> soloscobertos por água ou <strong>em</strong> solos satura<strong>do</strong>s com água.Qualidade <strong>das</strong> ÁguasA análise da qualidade <strong>das</strong>águas na Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipefoi realizada <strong>em</strong> 11 (onze) estaçõesao longo da Bacia, conformecoordena<strong>das</strong> apresenta<strong>das</strong>no quadro 02 e figura 01.Quadro 02. Coordena<strong>das</strong> <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s Seixos – <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,2009EstaçãoCAM 01CAM 02CAM 03CAM 04CAM 05CAM 06CAM 07CAM 08CAM 09CAM 10CAM 11Coordenada X557227,3922557394,6373557411,3699556991,0646556601,2091556946,1162557878,4892559110,7922559775,4199555101,4265554713,7823Coordenada Y8572588,3938570451,6578568976,8448568113,5768566215,3548565344,1218565111,8278565112,1258563018,2118565112,1258566292,459ReferênciaRua Oscar Duque de Almeida (Alto <strong>do</strong> Cabrito) – Dique de CampinasRua Milton Moura Costa, bairro da Baixa <strong>do</strong> CamarajipeRua Direta <strong>do</strong> Bom Juá, Jaqueira <strong>do</strong> CarneiroRua Martiniano Bonfim/Baixinha de Sto. Antônio (Bairro Reis)Rua <strong>do</strong>s Ro<strong>do</strong>viários, Rótula <strong>do</strong> AbacaxiAv. ACM (entre o Detran e Tratocar)Av. ACM (CTS EMBASA)Av. Tancre<strong>do</strong> Neves, <strong>em</strong> frente ao <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> ShoppingAv. Professor Magalhães Neto <strong>em</strong> frente Colégio Thales de Azeve<strong>do</strong>Av. Glauber Rocha, Estrada da Rainha, ao la<strong>do</strong><strong>do</strong> Rei <strong>das</strong> Miudezas, Baixa de QuintasRua Cônego Pereira, Av. Sete Portas, <strong>em</strong> frente Posto Shell-SMA82 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 83


A poluição e mesmo a contaminação <strong>do</strong>s rios por esgotos urbanose drenag<strong>em</strong> de águas pluviais pode conduzir para o aporte deeleva<strong>das</strong> quantidades de microrganismos patogênicos, acarretan<strong>do</strong>impactos ambientais e probl<strong>em</strong>as à saúde pública. Dentre esses organismos,as bactérias <strong>do</strong> tipo Coliformes Termotolerantes são indica<strong>do</strong>rasda presença de esgotos e, consequent<strong>em</strong>ente, da possívelpresença de patógenos nas águas, sen<strong>do</strong> bastante utilizada <strong>em</strong> monitorizaçãode qualidade de águas.As concentrações de Coliformes Termotolerantes obti<strong>das</strong> nas trêscampanhas, foram eleva<strong>das</strong>, indican<strong>do</strong> violação desse parâmetro,principalmente, comparan<strong>do</strong> os valores estabeleci<strong>do</strong>s pela ResoluçãoCONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2, o que indica poluiçãopor esgotos <strong>do</strong>mésticos.A maior concentração de Coliformes Termotolerantes foi obtidana campanha piloto, na estação CAM07. Neste ponto, o rio é desvia<strong>do</strong>,por meio de Captação <strong>em</strong> T<strong>em</strong>po Seco, e conduzi<strong>do</strong> para a Estaçãode Condicionamento Prévio <strong>do</strong> Sist<strong>em</strong>a de Esgotamento Sanitáriode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.na<strong>das</strong>, provavelmente pela ação bacteriana, que consome o oxigêniopara processar o eleva<strong>do</strong> teor de matéria orgânica <strong>das</strong> águas.As altas concentrações de OD, obti<strong>das</strong> na campanha piloto naestação CAM08, provavelmente, estão relaciona<strong>das</strong> à influência marinha,devi<strong>do</strong> a sua proximidade da foz.Figura 03. OD na Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipe2081011Figura 02. Coliformes Termotolerantes na Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipe1Figura 01. Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipe e localização <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de águaApesar <strong>do</strong>s picos observa<strong>do</strong>s na CAM07 – campanha piloto e naCAM05 – campanha de perío<strong>do</strong> seco, o indica<strong>do</strong>r Coliformes Termotolerantesapresentou um padrão de concentração similar nas trêscampanhas. Pode-se inferir que o lançamento de esgotos no leito <strong>do</strong>rio é constante, independente da ocorrência de chuvas.A Resolução CONAMA n. 357/05 t<strong>em</strong> como padrão de oxigêniodissolvi<strong>do</strong> (OD) <strong>em</strong> águas continentais da Classe 2, valores não inferioresa 5,0mg/L. Exceto concentrações obti<strong>das</strong> na CAM01 e CAM08,to<strong>das</strong> as outras estações estiveram fora <strong>do</strong>s padrões estabeleci<strong>do</strong>spela referida Resolução. Esse fator caracteriza águas pouco oxige-0-10N =11PILOTO11CHUVOSO11SECOFigura 04. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de OD na Bacia <strong>do</strong> RioCamarajipe nas 3 Campanhas84 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 85


Comparan<strong>do</strong> as três campanhas, a de perío<strong>do</strong> chuvoso apresentouas maiores concentrações de OD, apesar <strong>do</strong>s picos registra<strong>do</strong>sna Campanha Piloto, como pode ser observa<strong>do</strong> na figura 03. A campanhapiloto, por sua vez, apresentou muitos valores abaixo <strong>do</strong> limitede detecção <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> (LDM).Essa característica é esperada, uma vez que a ocorrência <strong>das</strong>chuvas aumenta a contribuição de águas de drenag<strong>em</strong> (ricas <strong>em</strong> OD)e <strong>do</strong>s afluentes, além de diluir a carga orgânica <strong>do</strong> rio.Ao observar as campanhas de forma comparativa, nota-se concentraçõesmédias maiores na campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso, as deperío<strong>do</strong> chuvoso com valores médios intermediários e as da campanhapiloto com os menores valores (Figura 04).Assim, o perío<strong>do</strong> chuvoso parece favorecer o crescimento microbiológico,com a oxigenação <strong>das</strong> águas e o enriquecimento de matériaorgânica pela drenag<strong>em</strong>. Todavia, comparan<strong>do</strong> apenas os valores<strong>das</strong> campanhas, nota-se que a diferença entre as concentrações médias<strong>das</strong> campanhas piloto e perío<strong>do</strong> seco não é tão significativa.A d<strong>em</strong>anda bioquímica de oxigênio (DBO) é a quantidade de oxigênionecessária para oxidar a matéria orgânica por decomposiçãomicrobiana biodegradável, constituin<strong>do</strong>-se <strong>em</strong> um indica<strong>do</strong>r indiretoda carga orgânica de um determina<strong>do</strong> efluente. A DBO apresentouconcentrações muito altas, principalmente, na campanha piloto. A ResoluçãoCONAMA n. 357/05 estabelece o máximo de 5,0mg/L, sen<strong>do</strong>este excedi<strong>do</strong> <strong>em</strong> to<strong>das</strong> as estações, <strong>em</strong> pelo menos uma campanha,exceto na CAM08 e CAM09. Essas altas concentrações ratificam aintensa atividade microbiana nas águas <strong>do</strong> Rio Camarajipe, com poucaoxigenação, como relata<strong>do</strong> anteriormente (Figura 05).Figura 05. DBO na Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipe3002001000-100N =11PILOTOFigura 06. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de DBO na Bacia <strong>do</strong>Rio Camarajipe nas 3 CampanhasAo observar as campanhas de forma comparativa, nota-se umatendência de diminuição da concentração <strong>do</strong>s parâmetros avalia<strong>do</strong>s.A campanha piloto apresentan<strong>do</strong> concentrações mais altas, operío<strong>do</strong> chuvoso com valores intermediários e o perío<strong>do</strong> seco comos menores valores, com pequena diferença entre as duas últimas(Figura 06).Figura 07. Nitrogênio Total na Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipe11CHUVOSO11SECOFigura 08. Fósforo Total na Bacia <strong>do</strong> Rio CamarajipeAs figuras 07 e 08 mostram as concentrações de Nitrogênio Totale Fósforo Total maiores na campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso que nade perío<strong>do</strong> seco, na maioria <strong>das</strong> estações, sen<strong>do</strong> as concentraçõesde Nitrogênio Total maiores nas estações CAM01, CAM04, CAM08e CAM09 na campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso e nas estações CAM06e CAM08 na campanha de perío<strong>do</strong> seco. As concentrações de FósforoTotal são maiores nas estações CAM1, CAM2, CAM3, CAM4,CAM11, CAM10, CAM5, CAM6 e CAM7 nas campanhas tanto de perío<strong>do</strong>chuvoso como seco, ou seja, no trecho que recebe maior contribuiçãode esgotos sanitários e as concentrações menores nas estaçõesCAM8 e CAM9, próximo à atual foz <strong>do</strong> Rio.A Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipe, apresentou como fonte principal depoluição e maior fator de deterioração, os esgotos <strong>do</strong>mésticos <strong>do</strong>sbairros que a circundam, sen<strong>do</strong> a Bacia mais antropizada e com maiordensidade d<strong>em</strong>ográfica <strong>do</strong> município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Alguns fatos chamarama atenção e dev<strong>em</strong> ser cita<strong>do</strong>s:O ponto CAM02, localiza<strong>do</strong> no bairro de São Caetano, apesar denão ter si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong>, pode ter como fonte de contaminação, óleose graxas <strong>das</strong> garagens e oficinas localiza<strong>das</strong> no seu entorno. Estesestabelecimentos pod<strong>em</strong> ser fontes poluentes também <strong>do</strong>s pontosà jusante <strong>do</strong> mesmo.A jusante <strong>do</strong> CAM04, localiza<strong>do</strong> no Largo <strong>do</strong> Retiro, observou-seuma pequena <strong>em</strong>presa de engarrafamento de refrigerantes, com ouso de garrafas PET. O funcionamento desta, s<strong>em</strong> as devi<strong>das</strong> adequaçõesrelaciona<strong>das</strong> ao descarte <strong>do</strong> efluente, pode aumentar a t<strong>em</strong>peratura<strong>do</strong> mesmo, influencian<strong>do</strong> assim na quantidade de oxigêniodissolvi<strong>do</strong> na água, além de óleos e graxas <strong>do</strong> maquinário que eventualmentepod<strong>em</strong> poluir o rio.O CAM11, no afluente Rio <strong>das</strong> Tripas, próximo à antiga EstaçãoRo<strong>do</strong>viária, serve como destino final para os restos alimentaresprovenientes da feira livre presente naquele local, além de esgotos<strong>do</strong>mésticos e urbanos, possivelmente, tóxicos (comerciais eindustriais). Outro fator que vale ser ressalta<strong>do</strong> é a proximidade <strong>do</strong>Rio com vias expressas como a BR324, Av. San Martin, Av. BarrosReis, Av. Heitor Dias, Av. Tancre<strong>do</strong> Neves, entre outras que, pelaação da queima de combustíveis fósseis pelos automóveis (fontesmóveis) e <strong>em</strong>anação por vazamentos ou escapes, pode ser umafonte de poluição ou de contaminação por Hidrocarbonetos PolicíclicosAromáticos - PAHs (produtos primários de processos decombustão incompleta) que, mesmo sen<strong>do</strong> poluentes atmosféricos,pod<strong>em</strong> ser carrea<strong>do</strong>s <strong>das</strong> vias públicas para o Rio por meio<strong>das</strong> águas pluviais.Do ponto de vista geral, o Rio Camarajipe t<strong>em</strong> como principaisfontes polui<strong>do</strong>ras, os esgotos <strong>do</strong>mésticos que aflu<strong>em</strong> para o seu leitoprincipal de forma não controlada, os contaminantes arrasta<strong>do</strong>s pelaságuas de drenag<strong>em</strong>, o uso inadequa<strong>do</strong> de seus tributários comodestino final para os resíduos sóli<strong>do</strong>s, esgotos sanitários e industriaise entulhos (tóxicos e/ou inertes).O Índice de Qualidade <strong>das</strong> Águas - IQA <strong>do</strong> Rio Camarajipe se apresentana categoria Péssimo nas estações CAM02, CAM03, CAM04,CAM10, CAM05 no Perío<strong>do</strong> Seco e nas estações CAM03 e CAM10no Perío<strong>do</strong> Chuvoso, e na categoria Ruim nas d<strong>em</strong>ais estações, tantono Perío<strong>do</strong> Seco como no Perío<strong>do</strong> Chuvoso, como mostra a figura09, configuran<strong>do</strong>-se como o IQA mais baixo <strong>do</strong>s rios <strong>do</strong> municípiode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Figura 09. IQA nas estações da Bacia <strong>do</strong> Rio Camarajipe86 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 87


Visan<strong>do</strong> conhecer a vazão <strong>do</strong> Rio Camarajipe, realizou-se tambéma medição de descarga líquida <strong>em</strong> uma estação (CAM 04), situadano Largo <strong>do</strong> Retiro, coordena<strong>das</strong> geográficas Latitude 38 O 28’28,43” e Longitude 12 O 57’ 06”, <strong>em</strong> 14/08/2008 (Perío<strong>do</strong> Chuvoso),que apresentou como resulta<strong>do</strong> da primeira medição Q1=1,118m 3 /se Q2=0,993m 3 /s, com uma vazão média, Qm=1,056m 3 /s.No momento de realização da medição de vazão foi coletadaamostra de água para análise de qualidade, o que permitiu o cálculoda carga no Rio (estação CAM04), apresentada na tabela 01,para os parâmetros DBO5, Nitrogênio Total e Fósforo Total.Vale ressaltar que os valores de carga da tabela 01 são indicativosapenas de uma data e somente ilustrativos, consideran<strong>do</strong>-se a necessidadede se analisar resulta<strong>do</strong>s qualitativos e quantitativos de uma sériehistórica, para uma representatividade da realidade da Bacia.Tabela 01. Resulta<strong>do</strong>s <strong>das</strong> medições de vazão e <strong>das</strong> cargas de DBO5, Nitrogênio Total e Fósforo Total.EstaçãoCAM 04VazãoMédia m 3 /s1,056DBO5mg/L11,6DBO5t/dia1,06NitrogênioTotal mg/L N15,9NitrogênioTotal t/dia1,45FósforoTotal mg/L P3,06FósforoTotal t/dia0,28Foz <strong>do</strong> Rio Camarajipe (Costa Azul/Pituba)Ortofotos SICAD / PMS – 200688 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 89


Ortofotos SICAD / PMS – 2006ALTO DO CABRITOvez que contribui para a formação <strong>das</strong> bacias <strong>do</strong> Rio Camarajipe e<strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre.Devi<strong>do</strong> ao lançamento de efluentes de esgotos <strong>do</strong>mésticos e industriais,o dique encontra-se, atualmente, com um alto índice de de-O bairro Alto <strong>do</strong> Cabrito está localiza<strong>do</strong> no Subúrbio Ferroviárioe nele encontra-se uma <strong>das</strong> nascentes <strong>do</strong> Rio Camarajipe. Em gradação ambiental, estan<strong>do</strong> <strong>em</strong> curso na área a implantação de um1950, foram instala<strong>das</strong> nessa região diversas indústrias que necessitavamde abastecimento de água, o que levou ao represamento Os sucessivos movimentos de ocupação espontânea da área <strong>do</strong>projeto de reurbanização.<strong>do</strong> Rio Camarajipe, sen<strong>do</strong> construí<strong>do</strong>, então, o Dique de Campinas.A história deste bairro está diretamente relacionada à constru-chamava Getúlio Vargas. Segun<strong>do</strong> Luiz Eduar<strong>do</strong> Dórea, o atual ba-entorno <strong>do</strong> dique resultaram na formação deste bairro, que antes seção desse dique.tismo é r<strong>em</strong>anescente <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>pos coloniais quan<strong>do</strong> existiu no localDocumentos cartográficos da cidade registram que nesse dique um engenho com o mesmo nome.estão localiza<strong>das</strong> as nascentes <strong>do</strong> Riacho Pirajá e Riacho Menino As primeiras famílias que se instalaram no local viviam <strong>das</strong> hortasque cultivavam ao re<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Dique. O crescimento <strong>do</strong> bairro nãoDeus, que atravessavam os bairros de Marechal Ron<strong>do</strong>n, Campinasde Pirajá e Pirajá.foi acompanha<strong>do</strong> de obras de saneamento básico e esgotamento sanitário,o que contribuiu para a degradação <strong>das</strong> águas.O dique é um manancial com aproximadamente 74.000 m 2 , circunda<strong>do</strong>por Marechal Ron<strong>do</strong>n, Alto <strong>do</strong> Cabrito e Pirajá.A festa popular que mais chama a atenção e mobiliza os mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Alto <strong>do</strong> Cabrito é a de São Pedro na Rua Coronel Fabri-Localiza<strong>do</strong> <strong>em</strong> um divisor de águas ao Norte da Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,esse corpo d´água constitui-se <strong>em</strong> um ecossist<strong>em</strong>a ímpar uma ciano Conceição.Seus principais equipamentossão: o Posto de Saúde,uma Companhia da Polícia Militar,a Capela Nossa SenhoraAuxilia<strong>do</strong>ra, a AMACA Associaçãode Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>Alto <strong>do</strong> Cabrito e a EscolaPadre Norberto. O grupo deteatro “É ao Quadra<strong>do</strong>” é responsávelpor estimular e desenvolveratividades artísticaspara jovens <strong>do</strong> bairro.O Alto <strong>do</strong> Cabrito possuiuma população de 15.997 habitantes,o que corresponde a0,65% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Concentra 0,61% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong>24,54% <strong>do</strong>s chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de rendamensal de 1 a 2 saláriosmínimos. No que se refereà escolaridade, 38,51% <strong>do</strong>schefes de família têm de 4 aDique de Campinas – Fonte: Ortofoto SICAD / PMS, 2006. 7 anos de estu<strong>do</strong>.Inicia-se na Avenida Afrânio Peixoto, seguin<strong>do</strong> para Estrada <strong>do</strong> Cabrito, por onde segue, até alcançar o Dique <strong>do</strong> Cabrito, por onde segue.Segue até a Estrada Lobato/Campinas, por onde segue até a RuaAna Piedade. Segue nesta via até o cruzamento entre a referida rua e a Avenida Afrânio Peixoto, por onde segue até o ponto de início da descrição deste limite.90 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 91


MARECHAL RONDONO bairro de Marechal Ron<strong>do</strong>n faz limite ao Norte com o bairro dePO bairro de Marechal Ron<strong>do</strong>n faz limite com os bairros de Pirajá,Alto <strong>do</strong> Cabrito, Campinas de Pirajá e com o Lobato. Suaprincipal via de acesso é a Rua Vicente Celestino onde seconcentram casas comerciais, bares, unidades de saúde, escolase casas religiosas.Em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos sessenta, uma inundação na parte baixa <strong>do</strong>bairro <strong>do</strong> Retiro levou algumas famílias a procurar<strong>em</strong> um ponto maisalto para morar, surgin<strong>do</strong> assim o bairro de Marechal Ron<strong>do</strong>n comcasas de taipa e iluminação de candeeiro.Nesse t<strong>em</strong>po, o local era conheci<strong>do</strong> como Loteamento Nova Campinase a área ainda estava coberta por mata fechada e, segun<strong>do</strong>Manoel Ramos da Cruz, mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro há 33 anos, as pessoascostumavam pegar água para beber e lavar roupa na Fonte daManoel Ramos da CruzBica. Uma <strong>das</strong> nascentes <strong>do</strong> rio Camarajipe encontra-se nos limitesdesse bairro.Hoje, o bairro conta com o Dique de Campinas como área de lazer.Com a desapropriação de casas para construção<strong>do</strong> Acesso Norte, o local tornou-se maispovoa<strong>do</strong> e mais tarde, conforme Ramos, passoua ser chama<strong>do</strong> de Alto da Cebola e depoisde Alto de São Jorge. O atual nome sóveio a se definir <strong>em</strong> 1972, como uma homenag<strong>em</strong>ao Marechal Cândi<strong>do</strong> Mariano da SilvaRon<strong>do</strong>n.Dentre as curiosidades <strong>do</strong> bairro, ManoelRamos da Cruz cita a “MARECHAL. COM”, umespaço cultural, onde, <strong>em</strong> outros t<strong>em</strong>pos, funcionavaa fábrica da cocada Baianinha (guloseimaconhecida por to<strong>do</strong>s os baianos).Entre seus principais equipamentos públicosestão: o Posto de Saúde Marechal Ron<strong>do</strong>n,o Colégio Estadual Germano Macha<strong>do</strong>Neto e a Paróquia São Lucas Evangelista.Marechal Ron<strong>do</strong>n possui uma população de19.262 habitantes, o que corresponde a 0,79%da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Concentra 0,75%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,10% <strong>do</strong>schefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de rendamensal de 1 a 2 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, 34,34% <strong>do</strong>s chefes defamília têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Escola Comunitaria Regina StukenborgCOINF / SEDHAM / PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na 2ª Travessa Maria Lígia, por onde segue até o cruzamento com a Rua Represa de Pirajá. Segue por esta via, contornan<strong>do</strong> o Con<strong>do</strong>mínio Parque Campinas (exclusive). Segue <strong>em</strong> direção a Rua Lígia Maria até alcançá-la, por onde seguepela encosta. Segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Lírio <strong>do</strong>s Vales (inclusive), até a Estrada Campinas de Pirajá. Segue nesta via até o cruzamento com a Estrada Lobato/Campinas, por onde segue. Deste ponto segue até o Dique<strong>do</strong> Cabrito, até alcançar a 2ª Travessa Lígia Maria. Deste ponto segue <strong>em</strong> linha reta para o ponto de início da descrição deste bairro.92 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 93


CAMPINAS DE PIRAJÁ“Quan<strong>do</strong> aqui chegamos, não tinha água encanada, n<strong>em</strong> luz elétrica.Hoje, o bairro de Campinas de Pirajá t<strong>em</strong> vida própria, comérciopróprio e a maioria <strong>das</strong> ruas é asfaltada”, afirma Manoel Ramosda Cruz, representante da Associação de Mora<strong>do</strong>res de Campinasde Pirajá – AMCP.O local começou a ser povoa<strong>do</strong> nas cercanias <strong>do</strong> antigo posto daPolícia Ro<strong>do</strong>viária Federal. Cruz conta que, antes da construção daro<strong>do</strong>via BR – 324, a Estrada Velha de Campinas era o único acessodaquela região que ligava <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> ao interior da Bahia, assim, ainstalação desse posto atraiu pessoas ao seu re<strong>do</strong>r.José Lins de Araújo, presidente e funda<strong>do</strong>r da Associação de Mora<strong>do</strong>resde Campinas de Pirajá, afirma que grande parte deste bairrocomeçou a se desenvolver a partir <strong>das</strong> ações dele. “Em 1983, issoaqui tu<strong>do</strong> era lama. Primeiro criamos a Associação de Mora<strong>do</strong>res,depois legalizamos e construímos a sede. Começamos a reivindicar<strong>das</strong> autoridades, aquilo que o povo precisava”.Foi assim que a comunidade conseguiu a construção da EscolaMunicipal Campinas de Pirajá, a construção de um quilometro de canal,pavimentação e drenag<strong>em</strong> de algumas ruas e reforma de diversasescadarias. O presidente diz ainda que o Largo de Campinas é o maiorsímbolo <strong>do</strong> bairro, cujos principais equipamentos públicos são: ColégioEstadual Arthur de Salles, Escola Municipal Amai Pro, EscolaMunicipal Filhos de Salomão e a Biblioteca Cidadão Leitor.Campinas de Pirajá possui uma população de 10.376 habitantes,o que corresponde a 0,42% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,42% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,63% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, 37% <strong>do</strong>s seus chefes defamília têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Largo de Campinas – 2009Foto: Aline FariasDescrição resumida:Inicia-se no Riacho Pirajá, por onde segue até o fun<strong>do</strong> de lote <strong>do</strong> Con<strong>do</strong>mínio Parque Campinas. Segue contornan<strong>do</strong> este conjunto até a Estrada Campinas de Pirajá, por onde segue até alcançar a Rua da Bolívia, por onde segue. Deste ponto seguepara a Ro<strong>do</strong>via BR – 324, até a Estrada de Campinas. Segue nesta via até o Rio Camarajipe, até alcançar o Dique <strong>do</strong> Cabrito. Segue até alcançar a Estrada Lobato/Campinas. Segue nesta via até o cruzamento entre a referida estrada e a EstradaCampinas de Pirajá. Deste ponto segue <strong>em</strong> direção ao fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Lírio <strong>do</strong>s Vales, exclusive. Segue contornan<strong>do</strong> estes lotes, pela encosta, até alcançar a Rua Lígia Maria, de onde segue para o ponto de início da descriçãodeste limite.94 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 95


BOA VISTA DE SÃO CAETANOSegun<strong>do</strong> Samuel Nonato, líder comunitário, o bairro da Boa Vistade São Caetano surgiu <strong>em</strong> áreas de fazen<strong>das</strong> pertencentes a famíliasabasta<strong>das</strong> de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: “Tínhamos a fazenda de madame Júlia,de Jovino de Azeve<strong>do</strong>, uma área da família Martins Catarino e umaárea de Renato Schindler”.O bairro, forma<strong>do</strong> principalmente por pessoas vin<strong>das</strong> <strong>do</strong> interior,atualmente está bastante populoso. Segun<strong>do</strong> Samuel Nonato,a população da Boa Vista de São Caetano, hoje, como ont<strong>em</strong>, sofrecom a falta de equipamentos públicos no bairro: não t<strong>em</strong> postode saúde n<strong>em</strong> escola de nível médio, t<strong>em</strong> apenas a Escola HelenaMagalhães e a Escola Municipal Dr. Carlos Batalha, de nívelfundamental.Samuel NonatoNo bairro existe, ainda hoje, um córrego bastante poluí<strong>do</strong>, queoutrora fez parte <strong>do</strong> Dique <strong>do</strong> Camarajipe e <strong>do</strong> Dique <strong>do</strong> Ladrão. quenos barcos. Com o t<strong>em</strong>po, parte significativa desses diques foiSegun<strong>do</strong> os mais antigos, esses diques eram lugares de lazer e subsistênciae <strong>em</strong> suas águas límpi<strong>das</strong> era comum a navegação de pe- Sobre a orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> nome Boa Vista de São Caetano, Nonato afirmaaterrada.que, segun<strong>do</strong> conta a tradição: “A BoaVista é feita de morro, t<strong>em</strong> a parte baixae a parte alta e deste lugar, você vê comgrande beleza a Orla Suburbana, o outrola<strong>do</strong> da Ribeira... há uma boa visão daárea, acredito que o nome v<strong>em</strong> daí”.Na história deste bairro, a Lavag<strong>em</strong>da Boa Vista é uma festa tradicional <strong>em</strong>uito importante para a comunidade,uma vez que gera renda para suas famílias.To<strong>do</strong> ano, as manifestações culturais<strong>do</strong> Can<strong>do</strong>mblé e <strong>das</strong> igrejas evangélicasdão o “clima” <strong>do</strong> que é a festahá 15 anos.A Boa Vista de São Caetano possuiuma população de 14.630 habitantes,o que corresponde a 0,60% da populaçãode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Concentra 0,55% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,32%<strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixade renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade,36,43% destes chefes de família têmEscola Estadual Helena Magalhães entre 4 e 7 anos de estu<strong>do</strong>s.COINF / SEDHAM / PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Travessa Renilda Coutinho, por onde segue até o cruzamento com a Rua Renilda Coutinho, por onde segue até o cruzamento com a Rua Raimunda Pinheiro. Segue nesta via até o cruzamento com a Rua Sansué, por onde segue até oencontro desta rua com a Rua Nova Direta. Segue nesta via até o cruzamento com a Rua Humberto Barreto, por onde segue até o Dique <strong>do</strong> Cabrito. Segue até alcançar a Rua Sargento Camargo, por onde segue até a Travessa Ro<strong>do</strong>via “A”, até o encontrodesta com a Rua Ro<strong>do</strong>via “A”. Segue nesta via até o alcançar o Dique <strong>do</strong> Ladrão. Segue pela encosta até alcançar a Vila Mel, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.96 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 97


SÃO CAETANOO bairro de São Caetano teve sua orig<strong>em</strong> <strong>em</strong> duas fazen<strong>das</strong>: aBoa Esperança e a Cruzeiro <strong>do</strong> Sul. Segun<strong>do</strong> Lauriano Barbosa,líder comunitário, o bairro surgiu quan<strong>do</strong> a fazenda Boa Esperança“foi comprada <strong>em</strong> 1936 pelo Cônsul Renato Schindler que manteveno local to<strong>do</strong>s os habitantes que lá residiam. Com o passar <strong>do</strong>s anos,com o objetivo de desenvolver a área, Schindler aceitou a propostade instalação de outras firmas no bairro. Foi assim que as pessoasforam adquirin<strong>do</strong> os lotes restantes e construin<strong>do</strong> prédios e casaspopulares”.Por suas esquinas e vielas, diz-se que o batismo <strong>do</strong> bairro é porcausa da abundância de uma fruta chamada Melão de São Caetano,muito comum na época <strong>em</strong> que o local não passava de uma fazenda“ela é cheia de caroços vermelhos e muitas ramas e serve atépara r<strong>em</strong>édio” afirma Lauriano Barbosa.Lauriano BarbosaVista <strong>do</strong> bairro de São Caetano, década de 70O bairro abriga ainda muitas localidades; a Goméia, por ex<strong>em</strong>plo,surgiu no entorno <strong>do</strong> antigo can<strong>do</strong>mblé de Joãozinho da Goméia e,segun<strong>do</strong> os próprios mora<strong>do</strong>res, com a morte <strong>do</strong> babalaô, <strong>em</strong> 1971,tornou-se um “lugar aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>”. Existe ainda uma localidade conhecidacomo Formiga. Embora a população não saiba ao certo oporquê <strong>do</strong> nome, reconhece que a área parece um “formigueiro humano”,de tão populosa. A Vila de Tiradentes surgiu há 80 anos esomente <strong>em</strong> 2004 foi pavimentada para alegria <strong>do</strong>s seus mora<strong>do</strong>resque, no ano seguinte, com<strong>em</strong>oraram o acontecimento, no dia de Tiradentes,com um bolo de 21 metros.Os principais acessos <strong>do</strong> bairro são a Avenida Nestor Duarte ea Estrada de Campinas. Laurin<strong>do</strong> Barbosa afirma que exist<strong>em</strong> duasimportantes referências que marcam a história de São Caetano. Umaé a Rua Direta de São Caetano, tida como referência <strong>do</strong> local, porter si<strong>do</strong> o único acesso para entrar e sair de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, quan<strong>do</strong> aindanão existia a BR 324, e a outra é a festa <strong>do</strong> padroeiro – São Caetano– no mês de agosto, perío<strong>do</strong> <strong>em</strong> que, reza-se o tríduo <strong>em</strong> louvorao santo.Dentre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro estão a EM-BASA, a 4ª Circunscricional Policial, a Escola Estadual ProfessorLuis de Moura Bastos e a Igreja de São Caetano. Compõe ainda ocenário deste bairro a Fonte da Bica, recent<strong>em</strong>ente urbanizada, queé basicamente utilizada pelos mora<strong>do</strong>res da região para lavag<strong>em</strong> deroupas, de carros, para abastecimento e para banhos no local.São Caetano possui uma população de 43.811 habitantes, o quecorresponde a 1,79% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,73%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 23,03% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 31% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Santos, por onde segue até a Vila Brito, até a Rua Des. Viana de Castro, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua da Glória, seguin<strong>do</strong> até a Rua Cirlândia, por onde segue até a Rua Jupira, até alcançar a Rua <strong>das</strong> Pitangueirasda Capelinha. Segue nesta via até o cruzamento com a 2ª Travessa Rapold Filho, até alcançar o Dique <strong>do</strong> Ladrão, seguin<strong>do</strong> para a Rua José Tibério, até seu cruzamento com a Rua Ro<strong>do</strong>via “A”, seguin<strong>do</strong> por esta até seu cruzamento com a TravessaRo<strong>do</strong>via “A”, por onde segue até a Rua Sargento Camargo. Segue nesta via até o cruzamento com a Travessa Sargento Camargo, até alcançar a Estrada de Campinas, seguin<strong>do</strong> até a Ro<strong>do</strong>via BR-324, até alcançar a Rua Direta da Goméia, e Rua AnaMariani Bittencourt. Segue nesta via até o cruzamento com a Rua Félix, seguin<strong>do</strong> até a Rua <strong>do</strong> Ocidente, até o cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Canal. Segue nesta via até o cruzamento com a Rua José Sales, até alcançar a Avenida Amadeus. Segue nestaaté cruzamento com a Rua Mello Moraes Filho, por onde segue até o encontro com a Rua <strong>do</strong> Oriente, até alcançar a Rua <strong>do</strong> Sarapião, prosseguin<strong>do</strong> até alcançar a Avenida General San Martin, por onde segue, contornan<strong>do</strong> o Largo <strong>do</strong> Tanque até a RuaPedreira Franco e Rua <strong>do</strong> Viaduto <strong>do</strong>s Motoristas. Segue pela encosta até a Ladeira <strong>do</strong> Fiais, até a Rua Voluntários da Pátria, seguin<strong>do</strong> pela encosta até a Avenida Sanches. Segue nesta via até alcançar o ponto de início da descrição deste limite.98 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 99


CAPELINHAGrande parte <strong>do</strong> bairro da Capelinha está encravada na falhageológica da cidade, que t<strong>em</strong> início no Eleva<strong>do</strong>r Lacerda e perpassao bairro <strong>do</strong> Lobato. Onde hoje está situa<strong>do</strong> o bairro, existia, atémea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XX, o Dique <strong>do</strong> Ladrão, que fornecia água paraas <strong>do</strong>cas da Bahia. Com a desativação <strong>do</strong> Dique, foi aberto um loteamentoque deu início ao povoamento <strong>do</strong> local. Segun<strong>do</strong> Jair Ferreira,líder comunitário da Capelinha, no começo o lugar era um brejoe tu<strong>do</strong> era mato. A ocupação foi construída sobre área alagadiça,que foi gradativamente sen<strong>do</strong> aterrada.Hoje, Jair Ferreira considera a Capelinha como um bairro pequeno,calmo e esqueci<strong>do</strong> há 40 anos pelo poder púbico, que deixouaté mesmo de apoiar o carnaval local. Ele diz que “era a únicafestividade na qual os comerciantes tinham a oportunidade de ter lucro,mas isso acabou.A orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> bairro está associada a uma pequena igrejaque há muito t<strong>em</strong>po já existia no lugar. Jair Ferreira conta que umpadre muito conheci<strong>do</strong> na comunidade chamava de “capelinha” essaigreja, daí, então, o nome “pegou”, passan<strong>do</strong> a designar to<strong>do</strong> o lugar.“Essa capela ainda existe, é a Igreja de São Nicolau”, diz Ferreira.Para Jair Ferreira, o picolé da Capelinha que, ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po,ficou conheci<strong>do</strong> <strong>em</strong> to<strong>do</strong> o Brasil, é originário <strong>do</strong> bairro.Jair FerreiraEntre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão a Escola MunicipalSete de Maio, a Escola Estadual Juracy Magalhães Junior,a Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, a Sociedade BeneficenteRecreativa da Capelinha e a Sorveteria da Capelinha.A Capelinha possui uma população de 17.215 habitantes, o quecorresponde a 0,70% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, t<strong>em</strong> 0,67% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios,estan<strong>do</strong> 23,33% da sua população situada na faixa de rendamensal de 1 a 2 salários mínimos e 31,51% <strong>do</strong>s seus chefes defamília têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Escola Municipal Antonio Carvalho GuedesCOINF / SEDHAM / PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na encosta, na direção da Travessa Candiuba. Segue pela encosta até alcançar o Dique <strong>do</strong> Ladrão, até a Travessa <strong>do</strong>s Amigos, por onde segue até alcançar a 2ª Travessa Rapold Filho, por onde segue até o cruzamento com a Rua <strong>das</strong> Pitangueirasda Capelinha, até alcançar a Rua Lima. Segue até alcançar a Rua Jupira, até o cruzamento com a Rua Primeiro de Janeiro, até alcançar a Rua Cirlândia. Segue até a Vila Abelha, até o cruzamento com a Rua da Glória, por onde segue até seucruzamento com a Rua Des<strong>em</strong>barga<strong>do</strong>r Viana de Castro, por onde segue até o cruzamento com a Rua Sete de Agosto, até o cruzamento com a Rua Capelinha de São Caetano, por onde segue até o cruzamento com a Avenida São Roque, por ondesegue até alcançar a Vila Brito, até a Rua Zamorana. Segue nesta via pela encosta até o ponto de início da descrição deste limite.100 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 101


CALABETÃOA área que corresponde hoje ao bairro <strong>do</strong> Calabetão, na décadade oitenta, era apenas uma pequena comunidade às margens daRo<strong>do</strong>via BR – 324, próxima à Jaqueira <strong>do</strong> Carneiro. No entanto,sua formação r<strong>em</strong>onta aos anos sessenta, com a ocupação da fazendade Teo<strong>do</strong>ro Ferreira da Cruz.Joselita Capinam, vice-presidente <strong>do</strong> Clube <strong>das</strong> Mães <strong>do</strong> Calabetão,conta que nesse t<strong>em</strong>po as casas eram de palha, não haviaágua encanada, n<strong>em</strong> luz elétrica, sequer havia obras de infra-estrutura.O bairro que ainda se formava, sobrevivia <strong>das</strong> águas <strong>do</strong> Rio Azacá- um filete d´água que hoje está muito poluí<strong>do</strong>. O bairro é margea<strong>do</strong>pelo Rio Camarujipe.Joselita Capinam – ZelitaUnidade Básica de Saúde <strong>do</strong> Bairro <strong>do</strong> CalabetãoSegun<strong>do</strong> Joselita Capinam, foi com muita luta e união da comunidadeque a incipiente localidade se transformou <strong>em</strong> bairro, pois oproprietário <strong>das</strong> terras não tinha interesse na consolidação da ocupação.Sobre a orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> bairro, duas histórias são conta<strong>das</strong>:a primeira delas está associada ao can<strong>do</strong>mblé da Ialorixá Maria Calabetan,uma <strong>das</strong> pessoas que participou da fundação <strong>do</strong> lugar. Dessaforma, Calabetão seria uma corruptela de Calabetan. A outra históriaconta que o bairro t<strong>em</strong> esse batismo desde 1964, quan<strong>do</strong> “aquiexistia uma fazenda chamada Kalabetan, com k. Naquele t<strong>em</strong>po, aspessoas não sabiam escrever direito, e quan<strong>do</strong> escreviam e falavam,pronunciavam Calabetão”.Segun<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res, a Escola Leovícia Andrade, a IgrejaSão Paulo e a Escola Municipal <strong>do</strong> Calabetão são equipamentosimportantes na vida <strong>do</strong> bairro. Além <strong>do</strong>s equipamentos já cita<strong>do</strong>s, aAssociação de Pais e Amigos, a Escola Municipal <strong>do</strong> Calabetãoe o Clube <strong>das</strong> Mães <strong>do</strong> Calabetão também compõ<strong>em</strong> o cenáriodeste bairro.Uma <strong>das</strong> festas mais importantes <strong>do</strong> Calabetão era a <strong>do</strong> dia <strong>das</strong>mães. Nesse momento, toda a comunidade se mobilizava, mas há15 anos, segun<strong>do</strong> Joselita Capinam, a festa não acontece mais, devi<strong>do</strong>à violência na região.O Calabetão possui uma população de 10.161 habitantes, o quecorresponde a 0,42% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Concentra 0,41%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,56% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 34,72% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>sCOINF / SEDHAM / PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BR-324, por onde segue até a Rua da Estação Nova Esperança, próximo a Estação Pirajá, exclusive, seguin<strong>do</strong> por esta rua pela encosta, até alcançar a Rua Direta da EMBASA, até a curva de nível de cota 50m, seguin<strong>do</strong> pelaencosta até alcançar o Rio Azaka. Segue até a Represa da Mata Escura. Segue <strong>em</strong> linha reta até a Ro<strong>do</strong>via BR-324, seguin<strong>do</strong> por esta via até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.102 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 103


JARDIM SANTO INÁCIOSegun<strong>do</strong> Ailton Melo, voluntário <strong>do</strong> Clube <strong>das</strong> Mães de SantoInácio, o bairro Jardim Santo Inácio resultou <strong>do</strong> financiamento deum conjunto habitacional da Caixa Econômica Federal – CEF no início<strong>do</strong>s anos 1980. Com as sucessivas ocupações espontâneas, oprojeto original ganhou nova feição.Eliene Santos, presidente <strong>do</strong> Clube <strong>das</strong> Mães de Santo Inácio,conta que antes da intervenção da Caixa Econômica Federal a regiãoera uma grande mata, “o projeto da CEF construiu as primeiras casase alame<strong>das</strong> que faziam ligação com a Mata Escura”.Neste bairro, a comunidade costuma se mobilizar <strong>em</strong> torno deações sociais. Nessas oportunidades, diversos órgãos municipais eestaduais, como o DETRAN e a Superintendência da Mulher, sãoconvida<strong>do</strong>s e vão a Santo Inácio a fim de levar mais informações àpopulação sobre os serviços disponíveis.O bairro Jardim Santo Inácio é margea<strong>do</strong> pelo Rio Azaca, afluente<strong>do</strong> Camarujipe.Entre os principais equipamentos públicos deste bairro estão o ColégioEstadual Célia Mata Pires e o Clube de Mães de Santo Inácio, estaúltima, uma instituição filantrópica, cujo objetivo é oferecer à populaçãolocal diversos cursos, dentre eles, o de alfabetização de adultos.Para Eliene Santos, o símbolo de Santo Inácio é a Águia. “Porque a águia? As mulheres aqui têm baixa auto-estima. Precisamosalimentar o sonho dessas mulheres, para que sejam realiza<strong>do</strong>s erenova<strong>do</strong>s. E a águia é uma ave que voa alto. Assim, é preciso despertarpara elas voar<strong>em</strong> alto e longe”.Jardim Santo Inácio possui uma população de 6.046 habitantes,o que corresponde a 0,25% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,25% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 23,60% <strong>do</strong>s chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 30,17% <strong>do</strong>s chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Escola Estadual Celia Mata PiresCOINF / SEDHAM / PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Cardeal Avelar Brandão Villela, por onde segue até o cruzamento entre a referida Avenida e a Avenida Imbassay, por onde segue até a Rua <strong>do</strong> Jenipapeiro. Segue esta via até o Rio Azaka, por onde segue até a 1ª Travessa daEMBASA, de onde segue até a Rua Direta da EMBASA, por onde segue até alcançar o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.104 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 105


Ortofotos SICAD / PMS – 2006MATA ESCURANas primeiras déca<strong>das</strong> <strong>do</strong> século XX, o bairro da Mata Escuratinha apenas algumas poucas casas de taipa, era uma densafloresta que, à noite, junto com a parca iluminação, gerava umaimensa escuridão no “meio <strong>do</strong> verde”. Segun<strong>do</strong> mora<strong>do</strong>res maisantigos <strong>do</strong> bairro, por isso o bairro ficou com o nome de Mata Escura.Eles ainda afirmam que na mata fechada, nenhum capitão<strong>do</strong> mato encontrava os negros que fugiam e faziam deste local umnovo abrigoA urbanização da área, no entanto, só aconteceu depois de umlongo processo de ocupações espontâneas, principalmente após ainauguração, nos anos 1950, <strong>do</strong> maior complexo penitenciário daBahia, a Penitenciária L<strong>em</strong>os de Brito. Segun<strong>do</strong> Maria de São PedroGomes da Encarnação, mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> bairro há 83 anos, inicialmente,as famílias que se estabeleciam no bairro pagavam anualmenteo foro ou laudêmio, pela aquisição <strong>do</strong> terreno, àqueles queum dia foram os <strong>do</strong>nos de toda a área, Maximiniano da Encarnaçãoe Manoel Muniz. Com a morte de Maximiniano e a rápida ocupação<strong>do</strong> bairro, essas taxas deixaram de ser cobra<strong>das</strong>.Para Danica Silvana Teles Santos, educa<strong>do</strong>ra da Associação <strong>das</strong>Comunidades Paroquiais de Mata Escura e Calabetão - ACOPAMEC,o Terreiro Bate Folha, de nação angola é uma forte marca <strong>do</strong> bairro.Funda<strong>do</strong> oficialmente <strong>em</strong> 1916, foi reconheci<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1993 pelaPrefeitura Municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> como de utilidade pública. Pelo Ministérioda Cultura, foi reconheci<strong>do</strong> como um Território Cultural Afro-Brasileiro, sen<strong>do</strong> hoje tomba<strong>do</strong> como patrimônio histórico <strong>do</strong> Brasilpelo IPHAN.Da exuberante e densa natureza <strong>do</strong> local restou apenas a vegetação<strong>do</strong> Terreiro <strong>do</strong> Bate Folha, a Lagoa <strong>do</strong> Prata e a Lagoa <strong>do</strong> Urubu,nas proximidades da BRASILGAS, já bastante assorea<strong>das</strong>.No final <strong>do</strong> século XIX, as águas <strong>do</strong> Rio Camarajipe foram represa<strong>das</strong>e foram construí<strong>das</strong>, neste bairro, a Represa da Mata Escurae a Represa <strong>do</strong> Prata, para abastecimento público da cidade. Projeta<strong>das</strong>pelo engenheiro baiano Theo<strong>do</strong>ro Sampaio, foram desativa<strong>das</strong><strong>em</strong> 1987, devi<strong>do</strong> à baixa vazão e pela poluição provocada pelolançamento de esgotos sanitários e resíduos sóli<strong>do</strong>s.Na área dessas represas, existe uma <strong>das</strong> últimas reservas naturaisda cidade, concentran<strong>do</strong> a maior densidade de vegetação nativar<strong>em</strong>anescente de mata atlântica.Em 2006, os mora<strong>do</strong>res desta área começaram a contar com a BibliotecaComunitária Lélia Gonzáles,um espaço cultural envolvi<strong>do</strong>com o resgate da cultura negra<strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. No ano seguinte, foicria<strong>do</strong> o Projeto Convivência Artee Criação, coordena<strong>do</strong> pelo sociólogoGey Espinheira, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong>recent<strong>em</strong>ente inaugura<strong>do</strong> o TeatroArtesão da Paz, com o objetivode profissionalizar e inserir nomerca<strong>do</strong> de trabalho jovens <strong>em</strong> situaçãode risco.Mata Escura possui uma populaçãode 23.694 habitantes, o quecorresponde a 0,97% da populaçãode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,15%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong>21,70% <strong>do</strong>s seus chefes de famílias<strong>em</strong> rendimento. No que se refereà escolaridade, constata-se que29,85% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliaRepresa da Mata Escura têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Cardeal Avelar Brandão Villela, seguin<strong>do</strong> até a Rua da Nigéria, por onde segue até o cruzamento entre as Ruas <strong>do</strong> Nepal, da Nigéria e Mariazumba com a Travessa Mariazumba. Deste ponto segue pela Rua Mariazumba <strong>em</strong> linhareta, até a Via Pituaçu, por onde segue até o cruzamento entre esta e a Rua Santíssima Trindade. Segue pelo vale até alcançar a Avenida Cardeal Avelar Brandão Villela, por onde segue até alcançar a Represa <strong>do</strong> Prata, por onde segue até <strong>em</strong> linhareta até a Ro<strong>do</strong>via BR-324. Segue esta via até a Represa da Mata Escura, por onde segue pela encosta até alcançar a Represa <strong>do</strong> Prata, por onde segue até a Represa da Mata Escura. Segue até Rua <strong>do</strong> Jenipapeiro, por onde segue até a AvenidaImbassay, por onde segue até o cruzamento entre este e a Avenida e a Avenida Cardeal Avelar Brandão Villela, retornan<strong>do</strong> até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.106 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 107


BOM JUÁEncrava<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma encosta na Ro<strong>do</strong>via BR – 324, o bairro <strong>do</strong>Bom Juá, que faz limite com Fazenda Grande <strong>do</strong> Retiro e São Caetano,surgiu a partir de ocupações espontâneas na década de quarenta,quan<strong>do</strong> parte da Rua Direta e adjacências eram utiliza<strong>das</strong> comohorta. A intensificação da ocupação data <strong>do</strong>s anos 50 e 60, <strong>em</strong>bora,há 25 anos, ainda existisse muito mato.Segun<strong>do</strong> Cláudio Primo, líder comunitário <strong>do</strong> bairro,“na rua principal existia esgoto a céu aberto e lama,quan<strong>do</strong> chovia, alagava tu<strong>do</strong>, só víamos os telha<strong>do</strong>s<strong>das</strong> casas e a vegetação mais alta. As residênciaseram distantes uma <strong>das</strong> outras e a maioria <strong>das</strong> casasera de taipa”. No início da ocupação, Bom Juá eraservi<strong>do</strong> por muitas fontes. Destas, apenas uma aindaexiste: a Fonte da Bica.Segun<strong>do</strong> relato <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, além de muito utilizadapara banhos e lavag<strong>em</strong> de roupas, a fonte servepara o consumo da população. No bairro, existiatambém o Dique <strong>do</strong> Bom Juá. O Rio Camarajipee um <strong>do</strong>s seus afluentes passa pelo bairro, seguin<strong>do</strong><strong>em</strong> direção ao final de linha, na localidade <strong>do</strong> Marotinho,estan<strong>do</strong> hoje canaliza<strong>do</strong> (obra realizada nocomeço da década de 80) e converti<strong>do</strong> <strong>em</strong> um canalde esgoto.Primo afirma que o nome <strong>do</strong> bairro r<strong>em</strong>onta aot<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que Bom Juá era uma mata fechada commuitas árvores frutíferas. “Entre essas árvores, haviao juazeiro, cujas folhas são usa<strong>das</strong> para limparos dentes. Havia, porém, uma específica, que ficavamais ou menos no final de linha, que era ‘boa dequantidade’. E quan<strong>do</strong> as pessoas se encontravamno caminho, perguntavam ‘vai aonde?’ alguns falavam‘vou ao bom juá’. E assim ficou denominadatoda essa região”.O Dia Nacional de Luta <strong>das</strong> Associações deMora<strong>do</strong>res é com<strong>em</strong>ora<strong>do</strong> to<strong>do</strong> ano <strong>em</strong> 30 de outubro,com festa, desfile na rua e show na Praça Eunápiode Queiroz.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairroestão o posto médico, a Escola Municipal XavierMarques, a Escola Casa da Criança, a EscolaFundação Gregório de MatosPública <strong>do</strong> Bom Juá, o Posto de Saúde Comunitário e a BibliotecaComunitária.Bom Juá possui uma população de 9.408 mil habitantes, o quecorresponde a 0,39% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,37%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,14% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de s<strong>em</strong> rendimento. No que se refere à escolaridade,constata-se que 34,96% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm de4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>Ladeira <strong>do</strong> Bom Juá108 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 109


Rua Mello Moraes FilhoFundação Gregório de MatosFAZENDA GRANDE DO RETIROO bairro Fazenda Grande <strong>do</strong> Retiro surgiu <strong>do</strong> adensamento deocupações que cresceram <strong>em</strong> encostas até atingir o topo <strong>do</strong> morro,ao longo da ro<strong>do</strong>via BR – 324. O bairro é composto pelas localidadesde Pitangueiras, Alto <strong>do</strong> Peru, Fonte <strong>do</strong> Capim, Vila Natal,Nó de Pau, Calafate e Fonte da Bica.Segun<strong>do</strong> Marival<strong>do</strong> Oliveira, ex-presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>res,<strong>em</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XX, a fazenda, cujo nome era FazendaGrande <strong>do</strong> Retiro, transformou-se <strong>em</strong> várias chácaras apropria<strong>das</strong>por posseiros. “Daí foram construin<strong>do</strong>, lotean<strong>do</strong>, até virar bairro”.O único rio que existia na região é hoje um canal de esgoto. Antigamente,havia no bairro o Dique <strong>do</strong> Calafate e o Tanque <strong>do</strong> <strong>Meio</strong>,hoje aterra<strong>do</strong>s e converti<strong>do</strong>s <strong>em</strong> canal de esgoto que segue <strong>em</strong> direçãoà localidade <strong>do</strong> Marotinho. A fonte na pedreira da Fazenda Grande<strong>do</strong> Retiro foi soterrada.A sede da EGBA – Empresa Gráfica da Bahia, instalada no localdesde 1972, é um ponto de referência <strong>do</strong> bairro. Este bairro éfort<strong>em</strong>ente marca<strong>do</strong> por uma história de luta e resistência. Dois fatosmarcaram especialmente sua história: o primeiro foi a Festa <strong>do</strong>Lixo e o segun<strong>do</strong>, uma manifestação da comunidade contra a instalação,no bairro, de uma agência <strong>do</strong> BANEB.Marival<strong>do</strong> Oliveira conta que a Festa <strong>do</strong> Lixo surgiu <strong>em</strong> 1975, apartir de um protesto realiza<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res da Fazenda Grande<strong>do</strong> Retiro contra a falta de coleta de lixo. Depois de inúmeros apelosfeitos às autoridades para a retirada <strong>do</strong>s dejetos que vinham se acumulan<strong>do</strong>há s<strong>em</strong>anas, a comunidade organizou um mutirão que percorreuas ruas <strong>do</strong> bairro, retiran<strong>do</strong> o lixo para, <strong>em</strong> seguida, depositálo<strong>em</strong> frente à EGBA. “De imediato vieram cinco caminhões para fazera coleta e, desta data <strong>em</strong> diante, passamos a com<strong>em</strong>orar a retiradadesse lixo to<strong>do</strong> dia 02 de julho”. Segun<strong>do</strong> Oliveira, a festa durouaté a década de 1990 quan<strong>do</strong>, por determinação política, o evento foidispersa<strong>do</strong> com ataques violentos de policiais à população.O segun<strong>do</strong> fato ocorreu nos anos oitenta, quan<strong>do</strong> da inauguraçãode uma agência <strong>do</strong> BANEB. A comunidade que, naquele momento,reivindicava um centro de saúde, se aglomerou no Largo da FazendaGrande e começou a vaiar toda a comitiva presente na inauguração.A polícia mais uma vez reprimiu os mora<strong>do</strong>res que protestavamcontra a instalação <strong>do</strong> banco.Atualmente, este bairro t<strong>em</strong> entre seus principais equipamentos aAssociação Beneficente Educativa Recreativa Uni<strong>do</strong>s da FazendaGrande, a Escola de 1º Grau Natália Vinhas, o Colégio Estadual ZilmaGomes Parente de Barros e a Igreja São Pedro e São Paulo.Fazenda Grande <strong>do</strong> Retiro possui uma população de 57.752 habitantes,o que corresponde a 2,36% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra3,02% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 23,95% <strong>do</strong>s seuschefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 32,90%<strong>do</strong>s seus chefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.110 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 111


ARRAIAL DO RETIROO bairro <strong>do</strong> Arraial <strong>do</strong> Retiro localiza-se nas margens da Ro<strong>do</strong>viaBR 324. A história deste bairro pode ser dividida <strong>em</strong> <strong>do</strong>is momentos:antes e depois <strong>do</strong> ano de 1995. Até então, o Arraial era apenasuma pequena ocupação espontânea. No referi<strong>do</strong> ano, um deslizamentode terra matou trinta e uma pessoas no local e deixou inúmerasfamílias desabriga<strong>das</strong>, o que forçou os órgãos públicos a intervir<strong>em</strong>no local. Antonio de Jesus, vice-presidente da Associação deMora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Arraial <strong>do</strong> Retiro, conta: “com o t<strong>em</strong>po apareceu aURBIS e construiu 321 casas, daí então o bairro cresceu”.Ali existe um córrego, hoje canal de esgoto, que sai da Lagoada Vovó (<strong>em</strong> São Gonçalo) <strong>em</strong> direção ao rio Camarajipe – a calhaatravessa parte <strong>do</strong> bairro, próximo ao limite com Bom Juá, na Ro<strong>do</strong>viaBR 324.Vista aérea <strong>do</strong> bairro e entornoOrtofotos SICAD / PMS – 2006Antonio de JesusEncontra-se localizada no bairro parte da Represa daMata Escura e áreas r<strong>em</strong>anescentes de pedreiras, que acumulamágua, sen<strong>do</strong> que uma delas forma uma lagoa, utilizadacomo área de lazer <strong>do</strong> bairro, situada no final da RuaSoares Filho. Essa Lagoa, caso fosse b<strong>em</strong> tratada, poderiarealmente se transformar <strong>em</strong> espaço de lazer, segun<strong>do</strong> mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> bairro. De acor<strong>do</strong> com Antonio de Jesus, vicepresidenteda Associação de Mora<strong>do</strong>res, quan<strong>do</strong> ele chegouao bairro no final da década de setenta, “era uma invasãobraba mesmo. Alagava tu<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> chovia, no inverno,a gente não <strong>do</strong>rmia com me<strong>do</strong> de ter uma enchente”. Obairro começou a se desenvolver há pouco t<strong>em</strong>po e logo depoisestagnou, afirma Antonio de Jesus. Não t<strong>em</strong> n<strong>em</strong> fábrica,n<strong>em</strong> artesanato e o comércio é fraco, o que dificulta odesenvolvimento <strong>do</strong> local.O bairro conta com a Escola Municipal Educa<strong>do</strong>r PauloFreire e a Igreja de Santa Clara e no dia 12 de agostoos mora<strong>do</strong>res se mobilizam <strong>em</strong> torno da Festa de SantaClara.Arraial <strong>do</strong> Retiro possui uma população de 7.400 habitantes,o que corresponde a 0,30% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 0,28% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,71%<strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensalde 1 a 2 salários mínimos. No que se refere à escolaridade,constata-se que 28,82% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BR-324, de onde segue <strong>em</strong> linha reta até alcançar canal de drenag<strong>em</strong>. Segue pela encosta, até a Rua Santa Bárbara. Deste ponto segue até a Rua Almiro Mário de Almeida, segue até o cruzamento entre a referida rua e a RuaRecanto <strong>das</strong> Mangueiras. Segue nesta via até a Terceira Travessa <strong>do</strong> Arraial. Segue nesta via até o cruzamento entre as Ruas Direta <strong>do</strong> Arraial e São Carlos. Segue por esta via, até alcançar o canal de drenag<strong>em</strong>.. Segue até alcançar a encosta, poronde segue até a Rua Milton Gomes Costa, por onde segue até a Ro<strong>do</strong>via BR-324, até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.112 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 113


BARREIRASAvenida Estra<strong>das</strong> <strong>das</strong> BarreirasLocaliza<strong>do</strong> no “miolo” de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro Barreiras expandiusea partir da década de setenta, quan<strong>do</strong> as chácaras desta regiãocederam espaço para a construção de conjuntos habitacionais. Antesdisso, conforme Anatival<strong>do</strong> da Cruz, presidente <strong>do</strong> Conselho deMora<strong>do</strong>res <strong>das</strong> Barreiras – COMOBA - este bairro “parecia umaroça, era uma casa aqui, outra b<strong>em</strong> distante, não tinha água encanada,luz elétrica e asfalto; à noite, tínhamos que andar com lanternapara não pisar <strong>em</strong> cobra, pois tinha muito desses animais nestaárea por causa <strong>do</strong> horto”.Existe <strong>em</strong> Barreiras o horto florestal, que para Anatival<strong>do</strong> da Cruzestá entre os símbolos <strong>do</strong> bairro, “t<strong>em</strong> até um projeto para transformá-lo<strong>em</strong> parque ecológico”, nele, há também uma fonte natural muitoutilizada pelo Terreiro Ibá Oji Tundê <strong>em</strong> suas cerimônias e pelosmora<strong>do</strong>res da região.O presidente <strong>do</strong> Conselho ainda conta que exist<strong>em</strong> vários momentosque mobilizam a comunidade, por ex<strong>em</strong>plo, o Dia <strong>das</strong> Crianças,quan<strong>do</strong> se distribui brinque<strong>do</strong>s e lanches; o Aniversário daIgreja Católica Volta <strong>do</strong> Senhor e o Forró Elo. Todavia, “a grandecoqueluche <strong>do</strong> bairro, é o nosso Campeonato de Futebol, qu<strong>em</strong>obiliza muita gente e já virou tradição. Muitos mora<strong>do</strong>res assist<strong>em</strong>aos jogos. Há mais de quinze anos esse campeonato é disputa<strong>do</strong>”.Entre os principais equipamentos públicos <strong>das</strong> Barreiras estão: aEscola Estadual Maria Bernadete Brandão, o Colégio MunicipalAnfrisia Santiago, a Escola Municipal Cabula I, o Colégio MunicipalNossa Senhora <strong>do</strong> Resgate e o Centro de Triag<strong>em</strong> de AnimaisSilvestres <strong>do</strong> IBAMA.Barreiras possui uma população de 18.305 habitantes, o que correspondea 0,75% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,73% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 21,30% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 29,40% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na Represa <strong>do</strong> Prata, por onde segue até alcançar a Avenida Cardeal Avelar Brandão Villela, por onde segue até o cruzamento entre a referida rua e a Ruas Direta de Tancre<strong>do</strong> Neves, a Avenida Isabel Souto e a Estrada <strong>das</strong> Barreiras, seguin<strong>do</strong>por esta via até o cruzamento entre a Estrada <strong>das</strong> Barreiras e a Rua Corina Barra<strong>das</strong>. Segue nesta via até o cruzamento entre a Rua Corina Barra<strong>das</strong> e a Travessa Asteca. Segue pela encosta até a Rua Capitão Tadeu. Segue nesta via até o cruzamentoentre a referida rua e as Rua Paulo Magalhães Dantas e 27 de Julho, por onde segue até a Segunda Travessa São Francisco, por onde segue margean<strong>do</strong> o muro <strong>do</strong> Conjunto Cabula II. Segue <strong>em</strong> linha reta <strong>em</strong> direção a Estrada <strong>das</strong> Barreiras. Desteponto segue para o limite <strong>do</strong> Conjunto Solar Orixás da Bahia, cujas vias próximas são a Rua São Carlos, a Estrada <strong>das</strong> Barreiras e a Travessa Hilton Rodrigues. Segue este limite até a Rua São Carlos, por onde segue até o cruzamento entre a referidarua e a Rua Direta <strong>do</strong> Arraial, por onde segue. Deste ponto segue para a Terceira Travessa <strong>do</strong> Arraial, por onde segue até a Rua Recanto <strong>das</strong> Mangueiras. Segue esta via até Rua Almiro Mário de Almeida, por onde segue pela encosta até a Represa<strong>do</strong> Prata, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.114 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 115


Av. Barros ReisFoto: Elba VeigaRETIROSegun<strong>do</strong> antigos mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro Retiro, este local era umafazenda onde freiras costumavam fazer seu retiro espiritual, por isso,inclusive, leva esse batismo.Nesse perío<strong>do</strong>, Alberto de Jesus, vice - presidente da AssociaçãoBeneficente Santa Rita Durão (desativada), conta que só existiauma pista de senti<strong>do</strong> único. O Retiro está entre os bairros da calhaprincipal <strong>do</strong> Rio Camarajipe; neste bairro, existe também um cursod´água, antes conheci<strong>do</strong> como Beira Rio, que hoje é apenas umesgoto a céu aberto.Para Alberto de Jesus, o bairro se desenvolveu pouco, uma vezque lhe falta um comércio melhor estrutura<strong>do</strong>.O Retiro possui uma população de 1.298 habitantes, o que correspondea 0,05% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,05% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 32,33% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo. No querefere à escolaridade, constata-se que 41,39% <strong>do</strong>s seus chefes defamília têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.116 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 117


IAPIO bairro <strong>do</strong> IAPI surgiu no entorno de um <strong>do</strong>s primeiros conjuntoshabitacionais <strong>do</strong> Brasil e o maior da cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> - o ConjuntoIAPI. Construí<strong>do</strong> pelo Instituto de Aposenta<strong>do</strong>rias e Pensões<strong>do</strong>s Industriários, <strong>em</strong> 1951, suas iniciais formaram a siglaque deu nome ao bairro.Antes disso, segun<strong>do</strong> Orlan<strong>do</strong> Car<strong>do</strong>so, o local era chama<strong>do</strong>de Areia da Cruz <strong>do</strong> Cosme. Os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> IAPI costumavamse deslocar, utilizan<strong>do</strong> o bonde que passava na Baixa de Quintas.A diversidade <strong>do</strong> processo de ocupação, segun<strong>do</strong> o líder comunitárioda Vila Antonio Balbino, Nelson Santos, reflete-se na multiplicidade<strong>do</strong> perfil <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res deste local. O Rio Camarajipepassa próximo <strong>do</strong> limite <strong>do</strong> bairro.Na década de oitenta, o IAPI foi considera<strong>do</strong> um bairro de contrastes,por nele existir<strong>em</strong> pobres e ricos, cuja oposição era especialmentepercebida no confronto entre o con<strong>do</strong>mínio JardimRua Conde de Porto AlegreEl<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> e as ocupações como Nova Divinéia e B<strong>em</strong> Ama<strong>do</strong>.De qualquer mo<strong>do</strong>, o IAPI pode ser caracteriza<strong>do</strong> como um bairrodensamente povoa<strong>do</strong>, marca<strong>do</strong> pela existência de um vigorosocomércio, ao longo da sua rua principal, a Avenida Conde de PortoAlegre.O bairro é margea<strong>do</strong> por um córrego no limite com Pau Miú<strong>do</strong>e pelo Rio Calafate, que hoje está canaliza<strong>do</strong> e o seu curso seguesob a Av. San Martin.Entre os principais equipamentos deste bairro estão o ColégioEstadual Helena Celestino Magalhães, os Cofres Luso-Brasileiro,a Igreja São Paulo, o Esporte Clube Tejo e o Hospital PsiquiátricoMario Leal Ferreira, considera<strong>do</strong>, por Nelson Santos, comouma referência no bairro.O bairro <strong>do</strong> IAPI possui uma população de 22.025 habitantes,o que corresponde a 0,90% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,89% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,61% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, 29,74% <strong>do</strong>s seus chefes defamília têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na Avenida General San Martin, por onde segue até o seu cruzamento com o Largo <strong>do</strong> Retiro, seguin<strong>do</strong> até a sua interseção com a Avenida Barros Reis. Segue até o seu cruzamento com a Travessa Doutor Ladislau Cavalcanti. Segue até aRua <strong>do</strong> Canal, seguin<strong>do</strong> por este logra<strong>do</strong>uro até a sua confluência com a Rua Antônio Balbino, até alcançar a 6ª Travessa Pinheiro. Desse ponto segue <strong>em</strong> linha reta, excluin<strong>do</strong> os hospitais, até alcançar a Rua Conde de Porto Alegre. Segue contornan<strong>do</strong>a Praça Conselheiro João Alfre<strong>do</strong>, até o seu cruzamento com a Avenida Santiago, seguin<strong>do</strong> pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Conde de Porto Alegre, inclusive. Segue incluin<strong>do</strong> o Esporte Clube Tejo, por onde segue até a Rua DoutorEduar<strong>do</strong> Santos, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Conde de Porto Alegre. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até a Vila <strong>do</strong>s Guar<strong>das</strong>, por onde segue até a Rua Conde de Porto Alegre (inclusive), até a Rua Doutor Arlin<strong>do</strong> Teles. Segue por estelogra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua São Ju<strong>das</strong> Tadeu, por onde segue até a sua interseção com a Rua Santo Antônio de Pádua, seguin<strong>do</strong> até a sua interseção com a Rua Jardim Vera Cruz, seguin<strong>do</strong> até a encosta. Daí segue por esta curva denível até a Rua Catanduvas, por onde segue <strong>em</strong> linha reta até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.118 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 119


COINF / SEDHAM / PMS, 2006SANTA MÔNICAO bairro de Santa Mônica surgiu <strong>do</strong> loteamento <strong>do</strong> laranjal de“Dr. Jair” e de ocupações espontâneas na década de setenta, nasencostas e vales <strong>do</strong> terreno, quan<strong>do</strong> no local só existia o SanatórioSanta Mônica. Segun<strong>do</strong> Maria Dionísia de Assis, antiga mora<strong>do</strong>ra<strong>do</strong> bairro, na época da sua formação não havia infra-estrutura nenhumae o nome <strong>do</strong> bairro era “Baixa da Santa Mônica”; posteriormente,ficou conheci<strong>do</strong> como “Rua da Santa Mônica” e mais adiante“Baixa Fria da Santa Mônica”.Três histórias circulam entre os novos e os antigos mora<strong>do</strong>ressobre a orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> bairro; Raimun<strong>do</strong> Bonfim, porex<strong>em</strong>plo, explica que no IAPI existiam o Jardim Vera Cruz eo Jardim El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong> então construí<strong>do</strong> o Jardim SantaMônica; assim, estes nomes seriam uma homenag<strong>em</strong> àstrês cidades <strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s Uni<strong>do</strong>s, chama<strong>das</strong> Vera Cruz, El<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>e Santa Mônica. Já, Dionísia de Assis, mora<strong>do</strong>ra antiga,afirma que “o bairro se chama Santa Mônica por contada existência de uma Igreja Católica no local com o nome deSanta Mônica”. Por fim, fala-se ainda que esse batismo possater si<strong>do</strong> <strong>em</strong> decorrência <strong>do</strong> já cita<strong>do</strong> sanatório que t<strong>em</strong> omesmo nome.Segun<strong>do</strong> Joselita <strong>do</strong>s Reis Lacerda, líder comunitária <strong>do</strong> local, nosdias de hoje não existe nenhuma festa que mobilize a comunidade.Antigamente, “eu era madrinha de um grupo chama<strong>do</strong> Leva. Fazíamosfesta na rua e entrávamos nas casas, comíamos e bebíamos...hoje já não existe mais esse elo de amizade. De vez <strong>em</strong> quan<strong>do</strong>, organizama Primavera”. Raimun<strong>do</strong> Bonfim ressalta que “agora há somenteas ro<strong>das</strong> de capoeira de mestre Olavo. To<strong>do</strong> ano, há uma concentraçãomuito forte de turistas, t<strong>em</strong>os visitas de holandeses, franceses,argentinos... para jogar capoeira. Eles se formam aqui e to<strong>do</strong>ano eles voltam para fazer reciclag<strong>em</strong>”.Existe, <strong>em</strong> Santa Mônica, a Fonte Conjunto Bahia. Os mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> local costumam engarrafar suas águas, que são consumi<strong>das</strong>como água mineral.O bairro de Santa Mônica possui uma população de 6.206 habitantes,o que corresponde a 0,25% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,25% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 23,94% <strong>do</strong>s chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, 39,19% <strong>do</strong>s seus chefes defamília têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.120 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 121


PERO VAZAté mea<strong>do</strong>s da década de 1960, quan<strong>do</strong> o bonde foi extinto, obairro <strong>do</strong> Pero Vaz era conheci<strong>do</strong> como Corta-Braço e, até então,não passava de uma rua <strong>do</strong> bairro da Liberdade. Somente nos anos70 é que o Pero Vaz ganhou a feição de bairro.Eval<strong>do</strong> Souza, ex-diretor da Associação de Mora<strong>do</strong>res, afirma quealguns historia<strong>do</strong>res relacionam o primeiro nome <strong>do</strong> bairro a uma brigana qual “um cidadão cortou o braço <strong>do</strong> outro”. Entretanto, durant<strong>em</strong>uito t<strong>em</strong>po, os mais velhos no bairro diziam que o antigo nome erapor causa de um malandro que roubava bolsas e outros pertences<strong>do</strong>s transeuntes e, perversamente, cortava o braço de qu<strong>em</strong> passavasenta<strong>do</strong> no bonde.O atual batismo é uma homenag<strong>em</strong> a Pero Vaz de Caminha, oescrivão da esquadra de Pedro Álvares Cabral, quan<strong>do</strong> da chegadaao Brasil.Na história deste bairro, a resistência é uma forte marca, uma vezque o fato <strong>do</strong> Pero Vaz ter se expandi<strong>do</strong> <strong>em</strong> terras particulares, levouos mora<strong>do</strong>res mais antigos a lutar para permanecer no local. Quan<strong>do</strong>ainda se chamava Corta-Braço, a população da época resistiu àpolícia, que queria desalojá-los <strong>do</strong> terreno ocupa<strong>do</strong>.Segun<strong>do</strong> Marcionílio A<strong>do</strong>rno, um <strong>do</strong>s primeiros ativistas da AssociaçãoBeneficente, Recreativa e Protetora <strong>do</strong> Pero Vaz, asituação com a polícia só foi resolvida com a interferência <strong>do</strong> entãogoverna<strong>do</strong>r Otávio Mangabeira, que indenizou ao proprietário<strong>do</strong> terreno e assim regularizou os lotes. A<strong>do</strong>rno fala ainda de outrointeressante momento da história <strong>do</strong> bairro: “a Associação <strong>do</strong>Pero Vaz não nasceu com propósitos tão comunitários, (...) ela foiCentro Educacional Carneiro Ribeiro – Escola Classe IIEval<strong>do</strong> Souzafundada para que os homens pudess<strong>em</strong> jogar <strong>do</strong>minó com tranqüilidade.É que o jogo era feito nas portas <strong>das</strong> casas e caso a políciaaparecesse, levava as pedras, o tabuleiro e os joga<strong>do</strong>res”. Entretanto,com o t<strong>em</strong>po a Associação se transformou <strong>em</strong> um instrumentode luta por novas condições de vida e moradia. Essa entidadefoi responsável, por ex<strong>em</strong>plo, pela instalação da Escola ManoelQuirino – que <strong>em</strong> 1966 passou a chamar-se Escola MunicipalBarão de Rio Branco.Atualmente, duas localidades se destacam no Pero Vaz: a AvenidaPeixe, que já foi um grande dique no qual se pescava to<strong>do</strong>tipo de peixe e, hoje, segun<strong>do</strong> Joselita <strong>do</strong>s Santos, mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong>bairro, <strong>do</strong> grande manancial de água só restou um estreito canalcheio de detritos, devi<strong>do</strong> aos constantes aterros e à Travessa <strong>das</strong>Ostras que, no passa<strong>do</strong>, foi o local onde os vende<strong>do</strong>res de mariscos,principalmente ostras, comercializavam suas merca<strong>do</strong>rias.Nas imediações deste bairro passa o leito <strong>do</strong> Rio Camarajipe.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> PeroVaz estão a Escola Municipal Pero Vaz Velho, a EscolaMunicipal Nossa Senhora da Boa Fé e as EscolasClasse I e Classe II <strong>do</strong> Centro Educacional CarneiroRibeiro.O Pero Vaz possui uma população de 26.557 habitantes,o que corresponde a 1,09% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 1,04% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong>24,38% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa derenda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No que se referea escolaridade, 32,31% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.COINF / SEDHAM / PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Avenida Peixe com a Baixa <strong>do</strong> Céu, por onde segue até sua confluência com a Rua Professor Walson Lopes. Segue até o seu cruzamento com a Ladeira <strong>do</strong> Céu. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento coma Rua Pero Vaz, por onde segue <strong>em</strong> linha reta até a Rua Mário Kertész. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Travessa 12 de Dez<strong>em</strong>bro. Desse ponto segue <strong>em</strong> linha reta até a Baixa Paulista, por onde segue até sua interseçãocom a 5ª Travessa Padre Antônio. Desse ponto segue <strong>em</strong> linha reta até a Travessa Padre Antônio por onde segue até o ponto localiza<strong>do</strong> na sua interseção com a Rua Sargento Sabino. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a AvenidaSão Teotônio, por onde segue até a Travessa Lima. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até a Rua Doutor Aristides de Oliveira, exclusive, até a Rua Virgílio Gonçalves. Segue até a Vila Aires. Segue até o ponto situa<strong>do</strong> nos limites <strong>do</strong> Colégio Estadual ÁlvaroAugusto da Silva, inclusive. Daí segue até a Rua Conde de Porto Alegre, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Doutor Eduar<strong>do</strong> Santos. Segue <strong>em</strong> linha reta até a Rua <strong>das</strong> Ostras, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Guarimã,por onde segue até seu cruzamento com a Rua Juazeiro. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até a sua interseção com a Avenida Peixe, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.122 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 123


CURUZUO bairro <strong>do</strong> Curuzu nasceu da expansão <strong>do</strong> bairro da Liberdade.Em um passa<strong>do</strong> distante, foi uma fazenda de criação de ga<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong>Carlos Cruz da Conceição (Piloto), antes de se chamar Curuzu,o bairro era conheci<strong>do</strong> como Alto <strong>do</strong> Bonfim.A sua atual denominação, segun<strong>do</strong> os mais velhos, resulta <strong>do</strong> fatode um índio chama<strong>do</strong> Curuzu ter mora<strong>do</strong> na área.O Curuzu também é conheci<strong>do</strong> como “o mais negro de to<strong>do</strong>s osbairros negros de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>”. Nele, estão às sedes <strong>do</strong> MovimentoNegro Unifica<strong>do</strong> e <strong>do</strong>s blocos afro Muzenza e Ilê Aiyê.Funda<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1974, o Ilê Aiyê nasceu <strong>das</strong> mãos de jovens negros<strong>do</strong> próprio bairro que, <strong>em</strong> plena ditadura militar, ousaram reivindicarAntonio Carlos Cruz – PilotoRua <strong>do</strong> Curuzuigualdade de direitos para o povo negro. Três escolas trabalham <strong>em</strong>prol <strong>do</strong> resgate da auto-estima da população negra, são elas: EscolaMãe Hilda, Escola de Percussão Band’Erê e a Escola Profissionalizante.A matriarca <strong>do</strong> bloco Ilê Aiyê, Mãe Hilda Jitolu, vivenciou to<strong>das</strong> astransformações pelas quais o bairro passou. Quan<strong>do</strong> chegou ao local,<strong>em</strong> 1930, o Curuzu era muito menor, as ladeiras eram estreitase não havia luz elétrica; o mato tomava conta <strong>do</strong> bairro. “Isso aqui tinhaa aparência de quilombo, desses que você só ouviu falar. (...) To<strong>do</strong>sos mora<strong>do</strong>res eram negros, alguns eram escravos libertos, muitoseram africanos mesmo - mas a maioria era de filhos deles, os filhosda escravidão”. Existia, no Curuzu, um dique que foi aterra<strong>do</strong>;como não havia água encanada, as pessoas iam buscar água nasdiversas fontes existentes no local; a mais famosa delas era a Fonte<strong>do</strong>s Frades, que hoje <strong>em</strong> dia não existe mais...O Curuzu foi considera<strong>do</strong> pelo Ministério da Cultura como territórionacional da cultura afro-brasileira. O bairro conta hoje com oProjeto Corre<strong>do</strong>r Cultural, parceria da Prefeitura Municipal <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>com a Faculdade de Turismo Olga Mettig, que t<strong>em</strong> como objetivopotencializar as atividades turísticas <strong>do</strong> local e estimular a geraçãode <strong>em</strong>prego e de renda para os mora<strong>do</strong>res.O bairro possui uma população de 17.239 habitantes, o que correspondea 0,71% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,70% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,12% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere a escolaridade, 27,93% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm de11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na Avenida General San Martin, por onde segue até a 2ª Travessa Nadir de Jesus, por onde segue até a Rua Elísio até a Travessa Doutor Aristides de Oliveira. Segue por esta travessa até o seu cruzamento com a 1ª Avenida <strong>das</strong> Cravinas,de onde segue até seu cruzamento com a Baixa <strong>das</strong> Cravinas, até alcançar a Rua Ipojucan. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até a Avenida Adilson, por onde segue até a sua interseção com a 1ª Avenida Adilson, até a Rua Mário Kertész. Segue por estelogra<strong>do</strong>uro até a sua confluência com a 2ª Travessa Tenente Mário Alves, até alcançar a Rua Tenente Mário Alves, na sua interseção com a Rua Adelino Santos. Segue até alcançar a Rua <strong>do</strong> Curuzu, até seu cruzamento com a Avenida Jerusalém.Segue por este logra<strong>do</strong>uro até a Rua Cyrilo Gonçalves de Oliveira, por onde segue até a sua interseção com a Rua Agra, até a confluência da Rua da Alegria com a Rua Rio Negro, por onde segue até o limite <strong>do</strong> Colégio Estadual Rub<strong>em</strong> Dario.Contorna a escola e alcança a Avenida General San Martin, seguin<strong>do</strong> até o cruzamento com a Avenida Uni<strong>do</strong>s, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.124 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 125


LIBERDADEEm 02 de Julho de 1823, as tropas que lutaram na Bahia pela Independência<strong>do</strong> Brasil entraram vitoriosas pela então Estrada <strong>das</strong>Boia<strong>das</strong>, por isso, hoje, um <strong>do</strong>s lugares que margeiam essa estradafaz referência a esse passa<strong>do</strong>: o bairro da Liberdade.Vários equipamentos compõ<strong>em</strong> o cenário deste bairro. O PlanoInclina<strong>do</strong> da Liberdade, inaugura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1981, é um equipamentoreferência não só <strong>do</strong> bairro, mas da cidade, uma vez que foi concebi<strong>do</strong>para facilitar o cotidiano <strong>do</strong>s habitantes de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, que subiam edesciam suas inúmeras ladeiras. A Escola Duque de Caxias, inaugurada<strong>em</strong> 1938, é considerada por Nilza Barbosa como o símbolo<strong>do</strong> bairro. A Escola Municipal Abrigo Filhos <strong>do</strong> Povo e a Feira <strong>do</strong>Nilza BarbosaRua Lima e SilvaJapão, situa<strong>das</strong> <strong>em</strong> uma <strong>das</strong> transversais da Estrada da Liberdade,são pontos tradicionais da Liberdade. “É uma feira espetacular,onde to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> se encontra”, diz Nilza Barbosa. Nas “esquinas”<strong>do</strong> bairro, costuma-se dizer que esse nome é por causa <strong>do</strong> seu funcionamentoirregular, s<strong>em</strong> um horário específico, fazen<strong>do</strong> jus à diferençade horário entre Brasil e Japão.Faz<strong>em</strong> parte ainda da configuração urbana da Liberdade, a Estradada Liberdade – a principal rua <strong>do</strong> bairro – e as localidades: BairroGuarani, um <strong>do</strong>s últimos espaços daquela região a ser ocupa<strong>do</strong>,além de Sieiro, São Lourenço, Alegria, Estica e São Cristovão.Nesta última localidade, existe a Fonte <strong>do</strong> Estica que, segun<strong>do</strong>Barbosa, outrora abasteceu toda a comunidade da região e hoje seencontra aban<strong>do</strong>nada, cercada por lixo, sen<strong>do</strong> utilizada principalmentepara lavag<strong>em</strong> de carros. Nilza Barbosa l<strong>em</strong>bra que “as pessoaspenavam para acordar ce<strong>do</strong> e pegar água nessa fonte”.Entre as l<strong>em</strong>branças <strong>do</strong> bairro estão os grupos culturais que seformaram antes <strong>do</strong> Ilê Aiyê, como o “Olorum Baba Mi” e a “TurmaElegante”. As segun<strong>das</strong> - feiras de carnaval também são l<strong>em</strong>bra<strong>das</strong>,pois nesse dia o bairro recebia as visitas <strong>do</strong>s Filhos de Gandhy,<strong>do</strong>s Cavaleiros de Bagdá, <strong>do</strong>s Filhos da Resistência, <strong>do</strong> VaiLevan<strong>do</strong> e <strong>do</strong> Trio Elétrico Saborosa. Nilza Barbosa l<strong>em</strong>bra aindaas festas de Cosme e Damião, os santos padroeiros <strong>do</strong> bairro, e afesta de Santo Expedito.A Liberdade possui uma população de 43.457 habitantes, o quecorresponde a 1,78% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,71%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,45% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 28,40% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na encosta, próximo ao Shopping Liberdade, inclusive. Segue pela encosta até a Travessa Cabo Bartholomeu, segue até o cruzamento com a Rua Barão da Vila da Barra de Baixo. Segue até até a Vila Vicente. Segue pela encosta até a RuaPedreira Franco, seguin<strong>do</strong> até o Largo <strong>do</strong> Tanque, o qual contorna até a sua interseção com a Avenida General San Martin. Daí segue até o cruzamento com a Avenida Uni<strong>do</strong>s, até alcançar a Rua Cyrilo Gonçalves de Oliveira, por onde segue até aAvenida Jerusalém, até alcançar a Rua <strong>do</strong> Curuzu, por onde segue até a Rua Adelino Santos, até sua confluência com a Rua Tenente Mário Alves, até alcançar a Rua Pero Vaz, até o seu cruzamento com a Ladeira <strong>do</strong> Céu. Segue por essa ladeiraaté o seu cruzamento com a Rua Professor Walson Lopes, até a Rua Euzébio de Queiroz, até a 1ª Travessa <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong>. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong>, por onde segue até o seu cruzamento com a 2ªTravessa <strong>do</strong> Ouro. Segue até a sua interseção com a Rua Coronel Manoel Duarte de Oliveira, por onde segue até a sua confluência com a 1º Travessa <strong>do</strong> Ouro, até a Rua Gonçalves Le<strong>do</strong>, até o seu cruzamento com a Estrada da Liberdade. Desseponto segue <strong>em</strong> linha reta até ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.126 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 127


SÃO GONÇALOMarcos NogueiraEscola Municipal Murilo Celestino CostaEntre o bairro <strong>do</strong> Cabula e a ro<strong>do</strong>via BR 324, surgiu, nos anoscinquenta, a partir de sucessivas ocupações espontâneas, o bairrode São Gonçalo. Segun<strong>do</strong> mora<strong>do</strong>res, este bairro é forma<strong>do</strong> porpessoas oriun<strong>das</strong> <strong>do</strong> Recôncavo Baiano e da Região Metropolitanade <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. São Gonçalo acompanha a topografia acidentadaque margeia a BR 324, o que provoca deslizamentos de terra ealagamentos na parte baixa deste local.Segun<strong>do</strong> Marcos Nogueira, líder comunitário, São Gonçalo cresceu<strong>em</strong> torno <strong>do</strong> Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, símbolo <strong>do</strong> local desdeo início <strong>do</strong> século XX. O bairro é forma<strong>do</strong> por trabalha<strong>do</strong>res, partedeles ocupada no merca<strong>do</strong> formal e os d<strong>em</strong>ais, como ambulantes.Sob o coman<strong>do</strong> da Ialorixá Maria Stela de Azeve<strong>do</strong>, mais conhecidacomo Mãe Stela de Oxóssi, o Opô Afonjá, da nação ketu, foifunda<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1910 por Mãe Aninha, fruto da divisão <strong>do</strong> Terreiro daCasa Branca no Engenho Velho da Federação.Segun<strong>do</strong> Mãe Stela, esse terreiro é uma “pequena cidade”, poisnão é um Axé apenas de culto a orixás. No local, exist<strong>em</strong> projetos deeducação, de higiene, possuin<strong>do</strong> inclusive museu e biblioteca. Atualmente,abriga <strong>em</strong> suas terras a Escola Municipal Eugenia Ana<strong>do</strong>s Santos.Para Nogueira, “esse terreiro é a grande referência não só para<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, como para Bahia e para o Brasil”. Segun<strong>do</strong> esse líder comunitário,apesar <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> bairro ser uma homenag<strong>em</strong> ao santoSão Gonçalo (padroeiro <strong>do</strong> local), a festa mais tradicional é a Festade Santo Antônio. Neste bairro, está localizada a sede da Aliança<strong>do</strong>s Cegos da Bahia.Entre as curiosidades <strong>do</strong> bairro, Marcos Nogueira destaca o celeirode artistas que viv<strong>em</strong> ali. Nogueira diz ainda que existe muitaágua subterrânea na região, “no final <strong>do</strong> terreiro havia uma nascenteque, com a construção <strong>das</strong> casas, foi fechada”.São Gonçalo possui uma população de 17.434 habitantes, o quecorresponde a 0,71% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,68%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,63% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 34,93% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.COINF / SEDHAM/ PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BR-324, de onde segue até a Rua Milton Gomes Costa, por onde segue pela encosta até a Rua São Carlos, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao muro <strong>do</strong> Con<strong>do</strong>mínio Recanto <strong>das</strong> Mangueiras, exclusive. Segue <strong>em</strong> direção a Estrada <strong>das</strong>Barreiras, até seu cruzamento com a Rua Silveira Martins, até alcançar a Rua da Adutora. Segue nesta via, até a Travessa Alto <strong>do</strong> Guaraci e a Rua Ilha de Maré até a Rua Tenente Valmir Alcântara, por onde segue até o seu cruzamento com a RuaBaixa de Santo Antônio. Segue nesta via o seu cruzamento com a Ro<strong>do</strong>via BR-324, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.128 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 129


PAU MIÚDOOutrora uma área rural, o bairro <strong>do</strong> Pau Miú<strong>do</strong> é hoje forma<strong>do</strong>pela sua rua principal – Marquês de Maricá – e algumas ruas quese interligam. Segun<strong>do</strong> Laudelino Conceição, ex-presidente da AssociaçãoBeneficente e Recreativa XII de Outubro, alguns historia<strong>do</strong>ressuger<strong>em</strong> a seguinte hipótese sobre o nome <strong>do</strong> bairro: “porvolta <strong>do</strong>s anos vinte <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, onde hoje está assenta<strong>do</strong>o bairro de Cidade Nova, existia uma localidade chamada de Cidadede Palha, pelo fato <strong>das</strong> moradias ser<strong>em</strong> de palha. Com o passar<strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, os mora<strong>do</strong>res, começaram a substituir as casas de palhapor casas de barro, que eram arma<strong>das</strong> com pedaços de paus miú<strong>do</strong>s.As pessoas durante o dia, subiam e desciam a ladeira de Quintascom destino ao local onde existia a madeira e, ao ser<strong>em</strong> pergunta<strong>das</strong>de onde vinham, com um feixe de paus miú<strong>do</strong>s na cabeça, davama seguinte resposta: venho <strong>do</strong> pau miú<strong>do</strong>”.Segun<strong>do</strong>, Osmário <strong>do</strong>s Santos, líder comunitário, a expansão <strong>do</strong>bairro se deu depois da desapropriação de <strong>do</strong>is can<strong>do</strong>mblés. Com ofim <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé de Seu Irineu, foi construí<strong>do</strong> o Colégio Marquêsde Maricá e com a desapropriação <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé <strong>do</strong> “Mata Carneiro”construiu-se a Escola Classe III. Deste último terreiro, restou umahistória até hoje contada e comentada nas ruas e esquinas <strong>do</strong> bairro:diz-se que o <strong>do</strong>no desse can<strong>do</strong>mblé era muito rico e como naquelaépoca não existia facilidade para guardar dinheiro <strong>em</strong> banco,Osmário <strong>do</strong>s SantosEscola Municipal <strong>do</strong> Pau Miu<strong>do</strong>ele escondeu um pote de dinheiro <strong>em</strong> algum lugar da Escola ClasseIII, que até hoje não foi encontra<strong>do</strong>. “A própria família de ‘Mata Carneiro’tentou encontrar esse pote e nada”.Osmário <strong>do</strong>s Santos l<strong>em</strong>bra ainda que o lugar já foi “polo <strong>das</strong>quadrilhas juninas”. Dentre as curiosidades <strong>do</strong> bairro, Santos citaa presença de Otávio Mangabeira, a convite de alguns mora<strong>do</strong>res.Quan<strong>do</strong> não tinha água encanada na região, a população ia buscarágua na fonte próxima à pedreira. Assim, como forma de reivindicarágua para o Pau Miú<strong>do</strong>, o então governa<strong>do</strong>r foi convida<strong>do</strong> parair até o bairro e, junto à comunidade, descer a ribanceira. “Ele veio!”afirmou Santos e, dias depois, começou a construção de um chafarizque hoje não existe mais.Hoje, o rio Camarujipe, que margeia o bairro na parte baixa, naaltura da Avenida Barros Reis, está poluí<strong>do</strong>. Antes havia uma quedad´água e a Embasa utilizava essa água para o abastecimento<strong>do</strong> bairro. Hoje, a população reivindica a melhoria <strong>do</strong> abastecimentono local.Entre as atividades sociais mais importantes <strong>do</strong> bairro estão aFesta de Natal e a passeata <strong>do</strong> Dia da Consciência Negra. Além <strong>das</strong>já cita<strong>das</strong> escolas, serv<strong>em</strong> a comunidade os seguintes equipamentospúblicos: Hospital Otávio Mangabeira, a Maternidade de ReferênciaProfessor José Maria de Magalhães Neto e o Posto deSaúde Maria da Conceição Imbassahy.O Pau Miú<strong>do</strong> possui uma população de 21.071 habitantes, o quecorresponde a 0,86% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,85%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,75% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, 34,46% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm de11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.COINF / SEDHAM/ PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Rua Conde de Porto Alegre, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> linha reta pelo limite <strong>do</strong> Complexo Hospitalar Cesar Vaz (inclusive), por onde segue até a Rua Antônio Balbino, até sua confluência com a Rua <strong>do</strong> Canal, por onde segue até o cruzamento com a RuaDalmiro São Pedro. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até a Travessa Doutor Ladislau Cavalcanti, por onde segue até o seu cruzamento com a Avenida Barros Reis. Segue por esta avenida até o seu cruzamento com a Rua <strong>do</strong>s Ro<strong>do</strong>viários, e Avenida HeitorDias. Segue por este último logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua Padre Arsênio da Fonseca, até sua interseção com a Rua Eufrosina Miranda, até alcançar a Rua Madalena Paraguassu, por onde segue até a sua interseção com a Rua VeraCruz. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a 2ª Travessa Nova <strong>do</strong> Cruzeiro, até a Rua <strong>do</strong>s Pirineus de Baixo. Segue <strong>em</strong> linha reta até a Rua Wanderlei Almeida, até o seu cruzamento com a Rua Vinte e Cinco de Dez<strong>em</strong>bro, seguin<strong>do</strong>até o cruzamento com a Rua Dois de Fevereiro. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o cruzamento com a Avenida Alzira, por onde segue até a Rua Capitão Abelar<strong>do</strong> Andréa, por onde segue até a Rua Rodrigo de Menezes. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até asua interseção com a Praça Conselheiro João Alfre<strong>do</strong>, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.130 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 131


COINF / SEDHAM/ PMS, 2006LUIZ ANSELMOEm uma área antes composta por chácaras e roças, sen<strong>do</strong> aprincipal delas a fazenda Ferraro, surgiu o bairro de Luiz Anselmo.Segun<strong>do</strong> Neumário Almeida Santos, coordena<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Centro SocialUrbano de Luiz Anselmo, este bairro foi também uma regiãoquilombola, onde até hoje é comum a extração de um fruto africanochama<strong>do</strong> abricó.Neumário Almeida SantosQuan<strong>do</strong> d<strong>em</strong>arcada, a rua principal tornou-se uma <strong>das</strong> vias <strong>do</strong>bairro, porém, devi<strong>do</strong> à ocupação espontânea <strong>das</strong> suas encostas, olocal foi ganhan<strong>do</strong> características de bairro tipicamente residencial.Seu nome é uma homenag<strong>em</strong> a Luiz Anselmo, um hom<strong>em</strong> negro,professor de medicina, que lutou contra a escravidão.No lugar, <strong>do</strong>is importantes equipamentos se destacam: o TerreiroMaroiá Láji, conheci<strong>do</strong> como casa de mãe Olga de Alaketo, tomba<strong>do</strong>pelo IPHAN, <strong>em</strong> 2005, como patrimônio histórico nacional, e uma estaçãoda CHESF, distribui<strong>do</strong>ra de energia para bairros de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.A mata virg<strong>em</strong> <strong>do</strong> entorno da Vila Militar é um patrimônio <strong>do</strong> bairro,que traz prazer <strong>em</strong> viver nesse lugar, diz Neumário Santos. Essamata está <strong>em</strong> processo de extinção provocada por novas construções.Santos t<strong>em</strong> como uma <strong>das</strong> suas l<strong>em</strong>branças mais fortes o grupode samba de roda Barro Vermelho, que disputava com outrosgrupos a melhor performance <strong>em</strong> época de São João.Neste bairro corr<strong>em</strong> o Rio Camarajipe e o canal <strong>do</strong> Alaketo, quesegun<strong>do</strong> Almeida Santos, hoje estão degrada<strong>do</strong>s, “mas t<strong>em</strong> uma nascenteque se for tratada pode ser recuperada”.Luiz Anselmo possui uma população de 10.486 habitantes, o quecorresponde a 0,43% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,43%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 18,45% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 29,94% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Rua Luiz Anselmo com a Rua Rio Amazonas, até encontrar a Rua Arman<strong>do</strong> Tavares, seguin<strong>do</strong> até a Travessa São Luiz. Segue por este logra<strong>do</strong>uro, até seu cruzamento com a Rua Arman<strong>do</strong> Tavares, até alcançar a AvenidaChurupita, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua Professor João Andréa. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até alcançar a Travessa Santa Maria, até alcançar a Rua Luis Negreiro. Seue pro este logra<strong>do</strong>uro até alcançar a Rua Raul Leite, por onde segue até a AvenidaHeitor Dias. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até seu cruzamento com a Avenida Antonio Carlos Magalhães, seguin<strong>do</strong> até o Acesso Norte, por onde segue até seu cruzamento com a Avenida Mário Leal Ferreira, até alcançar a Rua Edson Saldanha, até seucruzamento com a Rua Metropolitana, por onde segue até alcançar a Rua São Benedito, seguin<strong>do</strong> até a Rua Pedro Veloso Gordilho, até alcançar a Rua Átila Amaral. Segue por esta rua até a Rua Professor Fernan<strong>do</strong> Tude de Souza, por onde seguecontornan<strong>do</strong> os fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis com frente para Rua São Geral<strong>do</strong>, até encontrar os fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis com frente para Rua Luiz Anselmo, até alcançar o muro <strong>do</strong> Posto de Combustível, com frente para a Rua Rio Amazonas,por onde segue até alcançar a Rua Luiz Anselmo, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.132 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 133


CIDADE NOVAGilberto NascimentoCOINF / SEDHAM/ PMS, 2006Escola Municipal da Cidade NovaOriginalmente chama<strong>do</strong> de Cidade de Palha, por causa <strong>do</strong> materialutiliza<strong>do</strong> nas construções <strong>do</strong> bairro, Cidade Nova ainda preservaas características <strong>do</strong> início <strong>do</strong> século XX, quan<strong>do</strong> se formou: residencial,pequeno e com construções horizontais. Alguns <strong>do</strong>s seusmora<strong>do</strong>res e transeuntes o identificam como “um verdadeiro labirintode ruas e ladeiras que se entrecortam”.O atual nome <strong>do</strong> bairro, segun<strong>do</strong> Gilberto Nascimento, presidenteda Associação Beneficente da Cidade Nova, surgiu quan<strong>do</strong> osimóveis <strong>do</strong> local passaram a ser construí<strong>do</strong>s com tijolos e telhas e oloteamento tornou-se um bairro.Na história da Cidade Nova, a cerimônia a “Santo Antonio <strong>do</strong>sHomens” marca um importante momento para a comunidade local.Francisco Rios, mora<strong>do</strong>r antigo <strong>do</strong> bairro, conta que a primeiracelebração ocorreu <strong>em</strong> 1970, quan<strong>do</strong> uma enxurrada derrubouvárias casas e, na tentativa de salvar o que fosse possível, cincoamigos encontraram uma imag<strong>em</strong> de Santo Antônio, que logo foirestaurada e, a partir de então, a reza passou a acontecer durantetrês noites na Rua 25 de Dez<strong>em</strong>bro. Atualmente, a reza ocorrena Rua Trazíbulo Ferraz entre os dias 11 e 13 de junho. Riosdiz que, até hoje, a organização de toda a cerimônia permanececomo antigamente – os homens ficam na linha de frente e as mulheresapenas assist<strong>em</strong>. Depois da parte religiosa, o licor e as comi<strong>das</strong>típicas da época faz<strong>em</strong> a festa. Outro evento que mobilizao bairro é a Caminhada da Paz, na primeira sexta-feira de cadaano. Às 4 horas da madrugada, um grupo sai pelas ruas da CidadeNova até o bairro <strong>do</strong> Bonfim e na volta é recebi<strong>do</strong> com sambae feijoada no meio da rua.Nas l<strong>em</strong>branças <strong>do</strong>s antigos mora<strong>do</strong>res da Cidade Nova, estãoo Carnaval, no qual desfilava o bloco Chuck, a Queima deJu<strong>das</strong>, no sába<strong>do</strong> de Aleluia, o São João, considera<strong>do</strong> o melhorda cidade, e a Festa da Primavera, que elegia to<strong>do</strong> ano a<strong>do</strong>na da coroa.Para Nascimento, o extinto Cine Mercúrio, o antigo serviço deautofalante, feito por Silvio Mendes (radialista e locutor esportivo) ea atual fábrica de santos de gesso são a marca <strong>do</strong> bairro. Registraseainda como importante referência no bairro a Rua 24 de Junho,mais conhecida como Ladeira de São João.Entre os principais equipamentos públicos locais estão a IgrejaSão Ju<strong>das</strong> Tadeu, a Escola Visconde <strong>do</strong> Rio Branco, PrincesaIsabel e a Igreja Senhor da Paz. Compõe ainda o cenário <strong>do</strong> bairroa Fonte <strong>das</strong> Pedreiras, utilizada com freqüência pela população,para banhos, para lavar roupas e carros, para uso <strong>do</strong>méstico e lazer<strong>das</strong> crianças.A Cidade Nova possui uma população de 17.822 habitantes, o quecorresponde a 0,73% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,72%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 21,34% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, 32,87% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Rua Rodrigo de Menezes com a Rua Capitão Abelar<strong>do</strong> Andréa, até o seu cruzamento com a Rua Osório Villas Boas e com a Travessa Osório Villas Boas. Segue por este último logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a AvenidaAlzira, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Primeiro de Dez<strong>em</strong>bro e com a Rua Dois de Fevereiro, seguin<strong>do</strong> até o cruzamento com a Rua Vinte e Cinco de Dez<strong>em</strong>bro, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Wanderlei Almeida.Segue por este logra<strong>do</strong>uro até a Rua <strong>do</strong>s Pirineus de Baixo, seguin<strong>do</strong> pela encosta, seguin<strong>do</strong> até a 2ª Travessa Nova <strong>do</strong> Cruzeiro, até a Rua Madalena Paraguassu. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até a sua confluência com a Rua Eufrosina Miranda até oseu cruzamento com a Rua Padre Arsênio da Fonseca, seguin<strong>do</strong> até o cruzamento com a Avenida Serrão, por onde segue contornan<strong>do</strong> os limites <strong>do</strong> C<strong>em</strong>itério de Quinta <strong>do</strong>s Lázaros e <strong>do</strong> C<strong>em</strong>itério da Ord<strong>em</strong> Terceira de São Francisco até a Rua <strong>das</strong>Almas. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua da União, por onde segue até seu cruzamento com a Ladeira Quintas <strong>do</strong>s Lázaros. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua Quintas <strong>do</strong>s Lázaros, por onde segueaté a sua confluência com a Rua Rodrigo de Menezes, retornan<strong>do</strong> ao ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.134 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 135


VILA LAURAO bairro de Vila Laura nasceu <strong>do</strong> loteamento de uma antiga fazendae durante muito t<strong>em</strong>po foi considera<strong>do</strong> um prolongamento <strong>do</strong>bairro <strong>do</strong> Matatu. Espalha<strong>do</strong> sobre colinas, seu nome, segun<strong>do</strong> JoséSebastião de Almeida (Sebá), presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>res,está relaciona<strong>do</strong> à história da antiga fazenda de Frederico Costa,que tinha três filhas chama<strong>das</strong> Laura Costa, Maria Laura e LauraSilva e, por isso, batizou a fazenda com o nome de Laura Catarina.Já, Anna Maria Santos Portela, neta de Frederico Costa, afirmaJosé Sebastião de AlmeidaRua Raul Leite, final da década de 70que o nome <strong>do</strong> bairro é uma homenag<strong>em</strong> a sua avó Laura, esposade Frederico Costa.Com o desenvolvimento urbano, as plantações de laranjeiras ecajazeiras, assim como toda a área de criação de ga<strong>do</strong>, foram destruí<strong>das</strong>para dar lugar a grandes construções e, onde antes era a sededa fazenda, foi construí<strong>do</strong> um pequeno shopping.Atualmente, a vida festiva e cultural da Vila Laura é bastante intensa.José de Almeida diz que o São João antecipa<strong>do</strong>; o Natal Solidário;a Queima de Ju<strong>das</strong> e o Pau de Sebo, na s<strong>em</strong>ana da Páscoa,são tradições <strong>do</strong> bairro.Existe um projeto <strong>em</strong> parceria com a UFBA chama<strong>do</strong> de “LazerCidadão”, no qual estudantes de Educação Física e Pedagogia comparec<strong>em</strong>aos sába<strong>do</strong>s, exercen<strong>do</strong> atividades de lazer com os mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> bairro.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro, o Colégio FredericoCosta, a Igreja Nossa Senhora da Saúde e o Shopping VilaLaura se destacam.Segun<strong>do</strong> Almeida, existia no bairro um riacho denomina<strong>do</strong> SantoAntonio, que fazia divisa entre a Vila Laura e o bairro de Luiz Anselmo,atualmente transforma<strong>do</strong> num esgoto.Vila Laura possui uma população de 10.236 habitantes, o quecorresponde a 0,42% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,45%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 33,50% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 51,88% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Rua Luiz Anselmo com a Rua Rio Amazonas, segue <strong>em</strong> direção à Rua Raul Leite, por onde segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis com frente para Rua <strong>do</strong>s Bandeirantes e Rua Lalita Costa, até alcançar os imóveiscom frente para a Rua Laura Costa, contornan<strong>do</strong> os limites da Fábrica Lua Nova, exclusive, até alcançar a Rua Cônego Pereira. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até alcançar o Largo <strong>do</strong>s Dois Leões, seguin<strong>do</strong> por este logra<strong>do</strong>uro até seu cruzamento com aAvenida Heitor Dias, por onde segue até o cruzamento com a Rua Raul Leite. Segue por este logra<strong>do</strong>uro, até alcançar a Rua Luis Negreiro, por onde segue até alcançar o prolongamento da Travessa Santa Maria, por onde segue até a Rua ProfessorJoão Andréa, por onde segue até alcançar a Avenida Churupita. Segue por este até alcançar a Rua Arman<strong>do</strong> Tavares, até alcançar o cruzamento com a Travessa São Luiz. Segue por este logra<strong>do</strong>uro, até alcançar os fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis comfrente para a Rua Arman<strong>do</strong> Tavares e Rua Amazonas, a te alcançar os fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Luiz Anselmo, por onde segue contornan<strong>do</strong> os lotes até alcançar a Rua Amazonas, por onde segue até o ponto de início dadescrição deste bairro.136 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 137


BAIXA DE QUINTASNo local onde é hoje o bairro Baixa de Quintas, existia uma imponentecasa de repouso, a Casa de Campo <strong>do</strong> Colégio da Bahia,que fora construída pelos jesuítas portugueses, no século XVI. Naquelaépoca, o casarão, no qual funciona atualmente o Arquivo Público,chamava-se Quinta <strong>do</strong> Tanque, devi<strong>do</strong> à existência de umarepresa dentro <strong>do</strong>s seus <strong>do</strong>mínios - este local também foi morada deAntônio Vieira por 17 anos.Segun<strong>do</strong> Luiz Eduar<strong>do</strong> Dórea, autor <strong>do</strong> livro “Histórias de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>nome <strong>das</strong> ruas”, após a expulsão <strong>do</strong>s jesuítas <strong>do</strong> Brasil, <strong>em</strong>1787, esse casarão tornou-se um leprosário. Assim, o nome Quinta<strong>do</strong>s Lázaros estaria relaciona<strong>do</strong> à fundação <strong>do</strong> primeiro leprosárioda Bahia: o Hospital São Cristóvão <strong>do</strong>s Lázaros.Quan<strong>do</strong> essa colônia de internação <strong>do</strong>s <strong>do</strong>entes foi transferida, olocal ficou aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> e a área pertencente à Quinta <strong>do</strong> Tanque começoua ser ocupada, dan<strong>do</strong> início ao bairro Baixa de Quintas.Conforme Dórea, “a forma correta desse topônimo é Baixa <strong>das</strong>Quintas, ao contrário <strong>do</strong> que se usa no cotidiano – Baixa de Quintas”,uma vez que, outrora, toda a área era conhecida como Quinta<strong>do</strong>s Padres, pois compreendia a Quinta <strong>do</strong> Tanque e a Quinta deSão Cristóvão, daí então o nome de Baixa <strong>das</strong> Quintas.O bairro é também conheci<strong>do</strong> pela existência <strong>do</strong> C<strong>em</strong>itério daQuinta <strong>do</strong>s Lázaros, que data de 1785, inicialmente construí<strong>do</strong> paraArquivo Público - 2009abrigar os restos mortais <strong>do</strong>s leprosos. Em 1911, o Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>transformou-o <strong>em</strong> c<strong>em</strong>itério público, onde se encontram os corposde Lampião, Maria Bonita e Cosme de Farias. Existe ainda no bairroa Igreja da Quinta <strong>do</strong>s Lázaros, fundada <strong>em</strong> 1885, hoje tombadapelo Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.O bairro é corta<strong>do</strong> pelo rio <strong>das</strong> Tripas, que atualmente é um esgotoa céu aberto. Havia também uma lagoa, que foi aterrada paraa construção da Av. Glauber Rocha.Além <strong>do</strong>s marcos históricos cita<strong>do</strong>s, este bairro t<strong>em</strong> entre seusprincipais equipamentos a Maternidade Tsylla Balbino e o GinásioAntônio Calmon. O bairro abriga ainda o Arquivo Públicoda Bahia, considera<strong>do</strong> como patrimônio histórico e arquitetônicode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Segun<strong>do</strong> Roberto Santos, líder comunitário e representante <strong>do</strong>smora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Alto <strong>do</strong> Céu, o dia 12 de outubro é marcante parato<strong>do</strong> o bairro. Neste dia, uma grande festa é realizada <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong>às crianças e a Nossa Senhora Aparecida, padroeira <strong>do</strong> bairro,com a distribuição de brinque<strong>do</strong>s e muitas brincadeiras duranteto<strong>do</strong> o dia.A Baixa de Quintas possui uma população de 2.738 habitantes,o que corresponde a 0,11% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,11% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,85% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere a escolaridade, constata-se que 31,22% <strong>do</strong>schefes de família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Aline FariasDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Estrada da Rainha com a Ladeira <strong>do</strong> Paiva, seguin<strong>do</strong> até alcançar Avenida Gaspar, seguin<strong>do</strong> até a Vila Gaspar, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua Freitas Henrique e Rua Quinta <strong>do</strong>s Lázaros. Segue <strong>em</strong> linha reta até a 2ª TravessaParaíso, até sua confluência com a Travessa Paraíso. Segue até alcançar a Zravessa Ivanil. Segue até sua confluência com a Rua Domingos Pereira Baião, até seu cruzamento com a Rua Aurélio Rodrigues da Silva, por onde segue até sua interseçãocom a Rua Antonio Macha<strong>do</strong> Peçanha, de onde segue até a Rua Gonçalo Muniz, inclusive, até alcançar a Rua Antonio Macha<strong>do</strong> Peçanha, por onde segue até Rua Rodrigo de Menezes, até seu encontro com a Rua Quinta <strong>do</strong>s Lázaros, seguin<strong>do</strong> atéseu cruzamento com a Ladeira Quintas <strong>do</strong>s Lázaros. Segue até a Rua <strong>das</strong> Almas. Segue contornan<strong>do</strong> os limites <strong>do</strong>s c<strong>em</strong>itérios até alcançar a Avenida Serrão, segue até o seu cruzamento com a Avenida Heitor Dias. Daí segue até o Largo Dois Leões,Rua General Argollo, por onde segue até a Vila Barletta. Segue por esse logra<strong>do</strong>uro até a Ladeira <strong>do</strong> Jacaré, por onde segue até o seu cruzamento com a Travessa Aluísio Azeve<strong>do</strong>. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até a sua interseção com a Rua CoronelFelisberto Caldeira, por onde segue até o seu cruzamento com a Estrada da Rainha, por onde segue até o ponto se início da descrição deste bairro.138 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 139


CAIXA D’ÁGUAUma antiga fazenda chamada Santo Antonio <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong> que,após a instalação de um reservatório de água, mesmo com muito matoe poucas casas, passou a ser considerada como o bairro da CaixaD’Água. Assim pode ser resumida a história deste bairro.Esse reservatório substituiu duas caixas de água que abasteciam,além <strong>do</strong> próprio bairro, os locais circunvizinhos, desde mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> séculoXIX. Foi o primeiro reservatório de alvenaria construí<strong>do</strong> e a primeiracompanhia de água canalizada <strong>do</strong> país. Esse fato se transfor-Manuel Natividade – NatinhoQueimadinho – Século XIXmou <strong>em</strong> um referencial tão forte para a comunidade local que, alémde atrair novas pessoas para a área e encher de orgulho sua população,acabou dan<strong>do</strong> nome ao bairro.A Caixa D’Água é um lugar cuja geografia é marcada por becose travessas, ten<strong>do</strong> como ponto central a Rua Saldanha Marinho,onde se concentra to<strong>do</strong> o comércio e de onde part<strong>em</strong> as diversas bifurcaçõesque levam aos bairros adjacentes.Na história da Caixa D’Água, vale ainda ressaltar um grande símboloda educação pública: a Escola Parque, concebida por AnísioTeixeira e tombada pelo Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Artístico Cultural daBahia – IPAC, fundada <strong>em</strong> 1950, pelo então governa<strong>do</strong>r Otávio Mangabeira,sen<strong>do</strong> a primeira escola com perío<strong>do</strong> integral no país.Segun<strong>do</strong> Manuel Natividade Passos, presidente da AssociaçãoBeneficente <strong>do</strong> Bairro da Caixa D’Água, o Dia <strong>das</strong> Mães, o Dia<strong>do</strong>s Pais e o Dia <strong>das</strong> Crianças são momentos de grande mobilizaçãono bairro.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro, além <strong>do</strong> CentroEducacional Carneiro Ribeiro (Escola Parque), estão o HospitalGeral Ana Nery e o Centro de M<strong>em</strong>ória da Água.A Caixa D’Água possui uma população de 23.803 habitantes,o que corresponde a 0,97% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,98% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 18.39% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 37,37% <strong>do</strong>sseus chefes de família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Estrada da Rainha com a Rua Vale <strong>do</strong> Queimadinho, seguin<strong>do</strong> até a Rua Saldanha Marinho e Rua Neves da Rocha, seguin<strong>do</strong> até o cruzamento com a Rua Eng. Abelar<strong>do</strong> Paulo da Mata, até o cruzamento com a Rua DarcyVargas, seguin<strong>do</strong> até a 3ª Travessa Darcy Vargas, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Avenida Peixe por onde segue até a Rua Juazeiro, até o seu cruzamento com a Rua Guarimã, seguin<strong>do</strong> até o seu cruzamento com a Rua <strong>das</strong> Ostras, até alcançar a AvenidaFerreira. Segue pelo fun<strong>do</strong> de lote <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Conde de Porto Alegre até a Avenida Santiago, até a Rua Rodrigo de Menezes, segue contornan<strong>do</strong> os imóveis com frente para Rua Gonçalo Muniz, exclusive, até a Rua AntonioMacha<strong>do</strong> Peçanha, por onde segue até a Rua Aurélio Rodrigues da Silva, seguin<strong>do</strong> até a sua interseção com a Rua Domingos Pereira Baião. Segue até a Travessa Ivanil, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Ivanil. Segue pelos fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>simóveis com frente para a 2ª Travessa Paraíso, até o cruzamento da Rua Freitas Henrique com a Vila Gaspar, seguin<strong>do</strong> até o seu cruzamento com a Avenida Flor Gomes. Desse ponto segue pelos fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Avenida Gaspar,exclusive, até o Ladeira <strong>do</strong> Paiva, por onde segue até o seu cruzamento com a Estrada da Rainha, retornan<strong>do</strong> até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.140 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 141


MATATUSegun<strong>do</strong> Florisval<strong>do</strong> Souza Ribeiro, presidente da Associação 8de Set<strong>em</strong>bro, o bairro <strong>do</strong> Matatu começou a se formar a partir da regiãoque hoje corresponde ao bairro de Luiz Anselmo. Ele conta que“as terras pertenciam a Lalita Costa, mas acabaram lotea<strong>das</strong> por umcidadão chama<strong>do</strong> Chiquinho Elói”. Dessa forma, o local começou aser ocupa<strong>do</strong> e a se desenvolver.Atualmente, Ubiratan de Jesus Souza, mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro há 39Ubiratan Souza - BiraLadeira <strong>do</strong>s Galésanos, considera o bairro como um local habita<strong>do</strong> por segmentos daclasse média e da classe média alta, com um comércio que evoluiusignificativamente.A orig<strong>em</strong> <strong>do</strong> nome “Matatu” desperta pelo menos três versões.Segun<strong>do</strong> o historia<strong>do</strong>r Theo<strong>do</strong>ro Sampaio, é uma palavra de orig<strong>em</strong>tupi que significa “mata escura” ou “floresta negra”. Já, a professoraYeda Pessoa de Castro, afirma que Matatu é um africanismo deorig<strong>em</strong> bantu, cujo significa<strong>do</strong> é “lugar deserto”. E, para Mauro Carreira,este vocábulo t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> indígena e seu significa<strong>do</strong> é “ondeo terreno cai a pique”.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro estão: a EscolaEstadual Brigadeiro Eduar<strong>do</strong> Gomes, a Igreja de Santa Ritade Cássia, a Igreja de Santa Tereza D’Ávila e a Fonte Nova, quesegun<strong>do</strong> Azeve<strong>do</strong> (1969), apesar de sua água ser “grossa” e “pesada”,servia para beber; hoje, seu principal uso é para lavag<strong>em</strong> decarros, de roupas e para banhos, além de os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> entornoutilizar<strong>em</strong>-na, quan<strong>do</strong> há falta de água encanada.Matatu possui uma população de 11.520 habitantes, o que correspondea 0,47% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,49% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 23,04% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 42,37% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Elba Veiga142 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 143


MACAÚBASO bairro de Macaúbas já foi uma área de moradia de barõese fidalgos. Seu nome inclusive é uma homenag<strong>em</strong> ao barão deMacaúbas, uma <strong>das</strong> personalidades baianas <strong>do</strong> século XIX, qu<strong>em</strong>orou na rua hoje batizada com seu nome. A palavra é de orig<strong>em</strong>tupi e, segun<strong>do</strong> Mauro Carreira, autor de trabalho sobre aBahia de To<strong>do</strong>s os Nomes, Macaúbas é definida como “palmeirade fruto comestível e aroma agradável. Conforme ConsueloPonde de Sena, reportan<strong>do</strong>-se a Teo<strong>do</strong>ro Sampaio traduz Macauba,por macaiba, corruptela de maká +yba, ou seja, árvorese makaba, desde quan<strong>do</strong> macá, bacaba, bacá é o fruto da palmeira+ yba = pé. O plural de macauba, com s final, denuncia influênciada língua portuguesa. Portanto Macaíba, Macauba significamárvore da macaba. Exist<strong>em</strong> formas altera<strong>das</strong>: macauba,macayuba, bocayuba”.A geografia <strong>do</strong> bairro espelha também a sua divisão social, pois,segun<strong>do</strong> Joanice Ferreira Lopo, presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>resde Macaúbas, o local é dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> duas partes: “a maisalta, onde resid<strong>em</strong> os mora<strong>do</strong>res situa<strong>do</strong>s <strong>em</strong> faixa de renda maiselevada, e a parte baixa, onde viv<strong>em</strong> os mora<strong>do</strong>res de menor poderaquisitivo, sen<strong>do</strong> que esta é dividida <strong>em</strong> duas. Uma chama-se ‘Matança’,pois diz<strong>em</strong> os mais antigos, matava-se boi nessa área. Noentanto, o nome oficial <strong>do</strong> local é Rua Felisberto Caldeira. A outra,já teve o nome de Alto da Esperança.Para Lopo, morar <strong>em</strong> Macaúbas é um privilégio, pois exist<strong>em</strong> centrosde saúde, não há dificuldade de transporte, o comércio atendeaos mora<strong>do</strong>res e é um bairro central.A presidente da Associação <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res de Macaúbas faz aindaum “diagnóstico” interessante sobre o perfil <strong>do</strong>s seus residentes:“os mora<strong>do</strong>res de Macaúbas têm orgulho por morar<strong>em</strong> <strong>em</strong> um bairros<strong>em</strong> grandes dificuldades”.Joanice Ferreira Lopo diz ainda que no bairro existe um brejoonde foi feita uma horta, cujos produtos são comercializa<strong>do</strong>s no própriolocal, além <strong>do</strong> Mina<strong>do</strong>uro <strong>do</strong> Pedreira.Macaúbas possui uma população de 7.625 habitantes, o que correspondea 0,31% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,31% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 19,70% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, 33,11% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm de11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Vista aérea <strong>do</strong> Final de Linha da Rua Barão de MacaúbasOrtofotos SICAD / PMS – 2006Descrição resumida:Inicia-se na Estrada da Rainha, por onde segue até o cruzamento com a Rua Coronel Felisberto Caldeira. Daí segue até seu cruzamento com a Travessa Aluísio Azeve<strong>do</strong>, por onde segue até o seu cruzamento com a Ladeira <strong>do</strong> Jacaré. Segue até a suainterseção com a 2ª Travessa Barletta, até o seu cruzamento com a Vila Barletta, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua General Argollo. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até sua confluência com o Largo Dois Leões. Segue por este logra<strong>do</strong>uroaté o seu cruzamento com a Rua Cônego Pereira, por onde segue até sua interseção com a Rua Fortunato Benjamin Saback. Segue por essa rua até o cruzamento com a Rua Esperança. Segue pelos fun<strong>do</strong>s de lotes <strong>do</strong>s imóveis com frente para aRua Vila Regina até alcançar a Rua Anfilófio de Carvalho. Daí segue até sua interseção com a Avenida Boa Vista, contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> de lotes <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Vila Imbassahy, seguin<strong>do</strong> a confluência da Rua Doutor Rocha Leal com aRua Barão de Macaúbas, acompanhan<strong>do</strong> o vale, situa<strong>do</strong> entre as ruas Ibirapuera, Ministro Pacheco de Oliveira e Rua Delfim, até a Estrada da Rainha, ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.146 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 147


BARBALHOO Barbalho está localiza<strong>do</strong> <strong>em</strong> terras que pertenceram a LuizBarbalho Bezerra, de onde v<strong>em</strong> o seu nome de batismo. O bairroguarda, no passa<strong>do</strong> <strong>das</strong> suas ruas, um grande número de batalhas<strong>em</strong> prol da independência <strong>do</strong> país. Não é por acaso que o Barbalhoestá inseri<strong>do</strong> no circuito cívico <strong>das</strong> festas <strong>do</strong> Dois de Julho.Na história deste bairro, um monumento marca presença: o Forte<strong>do</strong> Barbalho. Considera<strong>do</strong> o marco zero, foi construí<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1638 ese constituiu <strong>em</strong> um <strong>do</strong>s principais baluartes na Bahia para expulsão<strong>do</strong>s holandeses.Esse Forte já foi cadeia pública, enfermaria para coléricos,centro de isolamento para leprosos e ainda serviu de prisão parapresos políticos nos anos 1970, <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong>José Carlos Zanetti, ex-preso político, esse local “era o principalcentro de tortura da Bahia. No Forte <strong>do</strong> Barbalho, funcionavamas atividades <strong>do</strong> Quartel e à noite funcionavam as salasde tortura”.Além <strong>do</strong> Forte, as fontes públicas também são importantes monumentosque faz<strong>em</strong> parte da história <strong>do</strong> Barbalho. Encontram-seJosé Carlos Zanettineste bairro a Fonte <strong>do</strong>s Perdões, reedificada <strong>em</strong> 1889, estan<strong>do</strong>convertida hoje <strong>em</strong> poço de água – ela está <strong>em</strong> condições precárias,s<strong>em</strong> nenhum tipo de uso.Entre os anos 40 e 60 <strong>do</strong> século XX, o Barbalho viveu um perío<strong>do</strong>de modernização arquitetônica e de agitação cultural. A modernizaçãose fez presente com a introdução de um novo perfil deconstrução (casas de mais de um pavimento) e coma chegada de segmentos da classe média para morarno bairro. A construção da Escola Normal, hojeo Instituto Central de Educação Isaias Alves –ICEIA, <strong>em</strong> 1936, e a inauguração <strong>do</strong> seu teatro <strong>em</strong>1939, (na época, o maior e melhor teatro de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>)transformaram essa região <strong>em</strong> um ponto deatração <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Hoje, o Barbalho tornou-se umpolo educacional da rede pública, com importantesinstituições como o Instituto Federal de EducaçãoTecnológica da Bahia – IFBA; o Instituto Centralde Educação Isaías Alves – ICEIA, a Escola de 1ºGrau Getúlio Vargas e o Colégio Estadual ProfessoraSuzana Imbassahy.O Barbalho possui uma população de 9.367 habitantes,o que corresponde a 0,39% da populaçãode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,41% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade,estan<strong>do</strong> 26,52% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliana faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-seque 44,07% <strong>do</strong>s chefes de família têm entre 11 eColegio ICEIA 14 anos de estu<strong>do</strong>.COINF / SEDHAM/ PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se no ponto na Avenida Presidente Castelo Branco, segue contornan<strong>do</strong> os limites da SUCOP, inclusive. Daí <strong>em</strong> linha reta até o cruzamento da 2ª Vila Domingos Caetano com a Travessa Domingos Caetano, seguin<strong>do</strong> até a interseção com a RuaManoel Caetano. Daí segue até a Rua Engenheiro João Pimenta Bastos, seguin<strong>do</strong> até a Rua Vital Rego. Segue a Ladeira <strong>do</strong> Canto da Cruz até a sua confluência com a Ladeira da Soledade, até alcançar a Estrada da Rainha. Daí segue acompanhan<strong>do</strong>o vale localiza<strong>do</strong> entre as Ruas Ministro Pacheco de Oliveira, Rua Ibirapuera e Rua Delfim, na confluência da Rua Barão de Macaúbas com a Rua Doutor Rocha Leal. Daí segue s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> linha reta até as proximidades <strong>do</strong> ICEIA, inclusive. Segue <strong>em</strong>linha reta pela Avenida Boa Vista, até a interseção com a Rua Anfilófio de Carvalho. Daí segue pela Rua Esperança, excluin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os imóveis situa<strong>do</strong>s na Vila Regina. Daí segue até o encontro com a Rua Fortunato Benjamin Saback. Daí segue essarua até sua interseção com a Rua Cônego Pereira, margean<strong>do</strong> o Largo <strong>das</strong> Sete Portas, exclusive, e o Merca<strong>do</strong> Sete Portas, inclusive, até a Avenida José Joaquim Seabra, até alcançar a Ladeira <strong>do</strong> Arco, até sua interseção com a Avenida PresidenteCastelo Branco, retornan<strong>do</strong> ao ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.148 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 149


LAPINHARuas largas, vielas estreitas, casarões antigos, novos estabelecimentoscomerciais... Assim é o bairro da Lapinha. No Largoda Lapinha estão a Igreja da Lapinha, fundada <strong>em</strong> 1771, ondese pratica a devoção a Nossa Senhora da Lapa, o Pavilhão <strong>do</strong>2 de Julho, construí<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1918, onde se guarda o carro da caboclae <strong>do</strong> caboclo e o busto <strong>do</strong> general Labatut, militar francêsque se juntou aos solda<strong>do</strong>s baianos na luta pela Independênciada Bahia.Diz-se que o nome <strong>do</strong> bairro está associa<strong>do</strong> à tradição religiosalocal, pois quan<strong>do</strong> da fundação da Igreja se armava lapinhas (presépios)para com<strong>em</strong>orar o Natal e o Dia de Reis, daí então, surgiu onome <strong>do</strong> Largo e depois o <strong>do</strong> bairro.Segun<strong>do</strong> Glória Melo, professora e m<strong>em</strong>bro da Paróquia da Igrejada Lapinha, o bairro existe desde a construção da Igreja e é fruto<strong>do</strong> desm<strong>em</strong>bramento <strong>do</strong> bairro <strong>do</strong> Santo Antonio. Gloria afirmatambém que uma <strong>das</strong> marcas <strong>do</strong> bairro é a preservação de muitas<strong>das</strong> suas antigas tradições como o Terno de Reis e o Desfile <strong>do</strong> 2de Julho.O ex-pároco <strong>do</strong> local, José Souza Pinto, afirma que a tradição decom<strong>em</strong>oração <strong>do</strong> Dia de Reis é anterior à fundação da igreja, poisCorre<strong>do</strong>r da LapinhaGlória Meloa Lapinha era referência para a vinda de ternos e ranchos de reis- grupos que dedicavam cânticos ao Menino Jesus e saudavam osReis Magos. Atualmente, o Dia de Reis faz parte <strong>do</strong> calendário defestas populares da Bahia.Para muitos mora<strong>do</strong>res, dentre as mudanças mais significativas<strong>do</strong> bairro, está o fato de a Lapinha ter se torna<strong>do</strong> um local de passag<strong>em</strong>,ao invés de destino final, como era antes. Além disso, o bairrov<strong>em</strong> perden<strong>do</strong> suas características residenciais para dar lugar a umintenso comércio. Entre seus principais equipamentos estão a 2º CP- Delegacia de Polícia, a Organização <strong>do</strong> Auxílio Fraterno– OAF, Escola Técnica Estadual Luiz Navarrode Brito, o Colégio Estadual Carneiro Ribeiro Filhoe o Convento da Lapinha.Compõe também o cenário histórico da Lapinhaa Fonte <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong>, construída <strong>em</strong> 1801. Nessaépoca, conforme Azeve<strong>do</strong> (1969) e Vilhena (1969), aFonte <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong> tinha excelente água para bebere era uma importante fonte de abastecimento daquelesque moravam no seu entorno. Hoje ela é tombadapelo Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Artístico Cultural daBahia – IPAC e é muito freqüentada pelos mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> bairro.A Lapinha possui uma população de 4.951 habitantes,o que corresponde a 0,20% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 0,22% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong>24,25% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa derenda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No que se refereà escolaridade, 43,15% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na Ladeira <strong>do</strong> Canto da Cruz, seguin<strong>do</strong> até a Rua Barão da Vila da Barra. Segue até a Ladeira São Francisco de Paula. Daí segue pela encosta, até os limites da Escola Pirajá da Silva, inclusive e Shopping Liberdade, exclusive, até o cruzamentoda Estrada da Liberdade com a Rua Gonçalves Le<strong>do</strong>, por onde segue até a 1ª Travessa <strong>do</strong> Ouro. Daí segue até o seu cruzamento com a Rua Coronel Manoel Duarte de Oliveira, por onde segue até a 2ª Travessa <strong>do</strong> Ouro. Daí segue por esse eixo até aconfluência da 2º Travessa <strong>do</strong> Ouro, Avenida Santa Isabel, Vila Vicentina e Rua <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong>. Segue até o cruzamento com a 1ª Travessa <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong>, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Euzébio de Queiroz. Daí segue até o cruzamentocom a Rua Darcy Vargas, até o cruzamento com a Rua Engenheiro Abelar<strong>do</strong> Paulo da Mata. Daí segue até o seu cruzamento com a Rua Neves da Rocha. Segue contornan<strong>do</strong> os limites da EMBASA, até o cruzamento da Rua Saldanha Marinho com aRua Vale <strong>do</strong> Queimadinho. Daí segue até a interseção com a Estrada da Rainha, até a Ladeira da Soledade. Segue até a confluência com a Rua São José de Cima, Rua São José de Baixo e a Ladeira <strong>do</strong> Canto da Cruz. Daí desce a Ladeira <strong>do</strong> Cantoda Cruz até <strong>do</strong> ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.150 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 151


SAÚDEO bairro da Saúde nasceu <strong>em</strong> uma <strong>das</strong> cumea<strong>das</strong> mais altas daCidade da Bahia, no século XVII, quan<strong>do</strong> da presença <strong>do</strong>s holandeses<strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Foi o primeiro bairro a se desenvolver na direção opostaà Baía de To<strong>do</strong>s os Santos. Seu nome de batismo é <strong>em</strong> louvor à santapadroeira dessa área - Nossa Senhora da Saúde e Glória.Inaugurada <strong>em</strong> 1724, segun<strong>do</strong> Manoel Pereira Passos, a Igrejada Saúde e Glória tornou-se o marco zero <strong>do</strong> bairro, que até hoje émarca<strong>do</strong> por esse monumento e por ruas de traça<strong>do</strong>s bastante irregulares.No século XIX, a Saúde tornou-se o lugar de morada da eliteeconômica e intelectual da cidade. A partir <strong>do</strong>s anos 70, <strong>do</strong> séculopassa<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> a cidade começou a se expandir para a Orla Atlântica,o perfil de ocupação <strong>do</strong> bairro começou a mudar.Estão localiza<strong>do</strong>s na Saúde o Asilo Santa Isabel, construí<strong>do</strong> <strong>em</strong>1848, a Casa da Providência, que <strong>em</strong>bora tenha si<strong>do</strong> fundada <strong>em</strong>1855, foi transferida para a Saúde <strong>em</strong> 1866, equipamentos essestomba<strong>do</strong>s pelo Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Artístico Cultural da Bahia –IPAC, e a casa <strong>em</strong> que morou Ernesto Simões, onde hoje funcionao Coro de Câmara Barroco da Bahia.Neste bairro, muitas <strong>das</strong> casas ainda existentes foram construí<strong>das</strong>no século XIX, sen<strong>do</strong> várias tomba<strong>das</strong> pelo IPAC. Estão localiza<strong>das</strong>no bairro as casas onde moraram Gilberto Gil e Batatinha.Para Irakitan Santana, músico e mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro há cerca de20 anos, a Saúde t<strong>em</strong> uma história muito interessante <strong>em</strong> relaçãoao nome <strong>das</strong> suas ruas que, <strong>em</strong> geral, são oriun<strong>do</strong>s de mitos cria<strong>do</strong>spor antigos mora<strong>do</strong>res. O Beco da Agonia, por ex<strong>em</strong>plo, era localonde os escravos eram castiga<strong>do</strong>s; a Rua <strong>do</strong> Godinho refere-se aum fazendeiro da região; a Rua <strong>do</strong> Alvo era a rua onde se guardavaos armamentos militares; a Rua Jogo <strong>do</strong>Carneiro abrigava um rebanho desses animais;o Largo da Glória é <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong>ao próprio bairro.Santana afirma que este ainda é um bairrode artistas, porém, com o passar <strong>do</strong>s anos, operfil <strong>do</strong>s seus mora<strong>do</strong>res t<strong>em</strong> muda<strong>do</strong>. Paraele, o bairro está no coração de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e,por isso, é muito bom de se morar. Segun<strong>do</strong>depoimento dele, no bairro existia uma <strong>das</strong>nascentes <strong>do</strong> rio <strong>das</strong> Tripas (também conheci<strong>do</strong>como rio da Barroquinha), que foisoterrada pela urbanização.A Saúde possui uma população de 5745habitantes, o que corresponde a 0,24% da populaçãode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,29% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 23,22% <strong>do</strong>s seuschefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de rendamensal de 5 a 10 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, 40,26% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Casa Barroco da BahiaIrakitan SantanaFoto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Avenida José Joaquim Seabra, na altura <strong>do</strong> Largo de São Miguel, segue até a interseção com a Avenida Presidente Castelo Branco, também conhecida como Vale de Nazaré, até alcançar a Travessa Marquês de Barbacena por onde seguepelo eixo até encontrar a Avenida Joana Angélica, seguin<strong>do</strong> por esta via. Daí segue pelo limite <strong>do</strong> imóvel localiza<strong>do</strong> na esquina da Avenida Joana Angélica com a Rua da Poeira, inclusive, e daí pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Avenida JoanaAngélica. Daí segue pelos fun<strong>do</strong>s de lotes da Rua da Poeira. Deste último ponto segue pelo caminho que dá acesso ao entroncamento da Ladeira <strong>do</strong> Desterro com a Rua da Fonte Nova <strong>do</strong> Desterro. Segue então pelo eixo deste último logra<strong>do</strong>uro atéo Largo de São Miguel, inclusive, e daí até o ponto inicial da descrição <strong>do</strong> limite localiza<strong>do</strong> no eixo da Avenida José Joaquim Seabra.152 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 153


SANTO ANTÔNIOO Santo Antonio é um <strong>do</strong>s bairrosmais antigos de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Seu primeiroregistro r<strong>em</strong>onta ao século XVII e oseu nome de batismo é uma homenag<strong>em</strong>a Santo Antônio.Este é um bairro com um vasto lega<strong>do</strong>histórico, pois nele estão localiza<strong>do</strong>sigrejas e monumentos seculares,como a Igreja de Santo AntônioAlém <strong>do</strong> Carmo (construída primeirocomo capela, <strong>em</strong> 1594, e reconstruída<strong>em</strong> 1813), e o Forte de mesmo nome– uma construção erguida na segundametade <strong>do</strong> século XVII, para proteger oacesso norte da cidade, que atualmenteé tombada pelo Instituto <strong>do</strong> PatrimônioArtístico Cultural da Bahia – IPAC. Para o Padre Pithon, ex-pároco daIgreja, esses <strong>do</strong>is monumentos são marcas <strong>do</strong> bairro.Na Igreja de Santo Antônio acontec<strong>em</strong> duas festas tradicionais, qu<strong>em</strong>obilizam to<strong>do</strong> o bairro: a Festa de Pentecoste, quan<strong>do</strong> se celebra afesta <strong>do</strong> Espírito Santo e ocorre a libertação de presos <strong>em</strong> vias de ganhara liberdade, e a Festa de Santo Antônio Além <strong>do</strong> Carmo, queFundação Gregório de MatosForte de Santo Antônio, 2009Foto: Elba Veigaabre o calendário de festas juninas na Bahia, a partir de primeiro de junho,quan<strong>do</strong> começam as trezenas <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> ao Santo. No diatreze de junho, encerra-se esse ciclo de orações com uma procissãopelas ruas <strong>do</strong> bairro. No largo, <strong>em</strong> frente à igreja, são monta<strong>das</strong> barracas,onde os festejos acontec<strong>em</strong>, com música e venda de comi<strong>das</strong> típicas.Há no Bairro a Fonte <strong>do</strong> Baluarte, bastante antiga, atualmentetombada pelo Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Artístico Cultural da Bahia.O Forte de Santo Antônio Além <strong>do</strong> Carmo já serviu como casade Detenção e abrigou o Centro de Cultura Popular. Hoje, o Forte ésede <strong>do</strong>s grupos de capoeira <strong>do</strong> mestre João Pequeno, que lá chegou<strong>em</strong> 1982 e <strong>do</strong> Grupo de Capoeira Angola Pelourinho, organiza<strong>do</strong> peloMestre Moraes, que chama atenção para a relação um pouco difícil entreos mora<strong>do</strong>res e os capoeiristas, quan<strong>do</strong> estes lá chegaram.Exist<strong>em</strong> ainda outros monumentos muito importantes para a história<strong>do</strong> bairro e de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> como a Igreja e o Convento <strong>do</strong> Carmoque, <strong>em</strong> 1823, durante as lutas pela Independência, foi ocupa<strong>do</strong>pelas tropas portuguesas. Vale ainda registrar a existência <strong>do</strong> PlanoInclina<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pilar e a Cruz <strong>do</strong> Pascoal.Santo Antonio possui uma população de 3.791 habitantes, o quecorresponde a 0,16% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,16%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,04% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, 42,28 % <strong>do</strong>s seus chefes de família têmde 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.154 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 155


CENTRO HISTÓRICOO bairro <strong>do</strong> Centro Histórico de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> abrange o primeiro núcleoda cidade, quan<strong>do</strong> esta ainda era limitada pelas Portas de SantaLuzia ao Sul (onde hoje é a Praça Castro Alves) e as portas deSanta Catarina ao Norte (no Largo <strong>do</strong> Pelourinho).Quan<strong>do</strong> a feira da cidade foi transferida para a Porta de SantaCatarina, o Pelourinho, “símbolo formal <strong>do</strong> poder obrigatório <strong>em</strong> to<strong>das</strong>as vilas e cidades”, foi junto. De acor<strong>do</strong> com Cid Teixeira, “aqueleposte com argolas onde o almoçaté – autoridade da maior importância– expunha ao escárnio público aqueles que negociavam comimprobidade na feira que ali se realizava”, esteve tanto t<strong>em</strong>po noLargo <strong>das</strong> Portas <strong>do</strong> Carmo, que transmitiu seu nome ao logra<strong>do</strong>uro:Largo <strong>do</strong> Pelourinho.Segun<strong>do</strong> o presidente da Associação <strong>do</strong>s Comerciantes <strong>do</strong>Centro Histórico e <strong>do</strong> Projeto Cultural Cantina da Lua, Clarin<strong>do</strong>Silva, até a década de quarenta, o Pelourinho era o grande centrosocial, político e econômico da cidade. A partir de então, as famíliastradicionais <strong>do</strong> Centro Histórico começaram a migrar para locaiscomo Graça, Vitória e Barra. No início <strong>do</strong>s anos setenta, com a saídade atividades comerciais, serviços e de instituições <strong>do</strong> local, essaregião sofreu um esvaziamento ainda maior.Hoje, entre as principais referências <strong>do</strong> Centro Histórico estão aPraça Municipal, de 1549, e a Câmara, também datada de 1549,sen<strong>do</strong> sua construção primeira de taipa e palha. Somente <strong>em</strong> 1551,uma nova edificação de pedra, cal e barro foi erguida e ocupada naparte inferior pela cadeia e pelo açougue. A atual estrutura arquitetônicadata de 1696.Clarin<strong>do</strong> SilvaPelourinhoA Igreja e o Convento de São Francisco foram funda<strong>do</strong>s <strong>em</strong>1587, a Igreja e Santa Casa da Misericórdia tiveram sua construçãoiniciada no século XVII. A Catedral Basílica também data <strong>do</strong>século XVII e a Igreja de Nossa Senhora <strong>do</strong> Rosário <strong>do</strong>s Pretos,cuja construção teve inicio <strong>em</strong> 1704, congrega a Irmandade <strong>do</strong>sHomens Pretos (que data <strong>do</strong> fim <strong>do</strong> século XVII). O Eleva<strong>do</strong>r Lacerdafoi construí<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1874 e o Palácio Rio Branco, inaugura<strong>do</strong><strong>em</strong> 1919.A Rua Chile, outrora chamada de Rua Direita <strong>do</strong> Palácio, recebeuo atual batismo <strong>em</strong> 1902. Essa rua já foi o símbolo da riqueza eelegância baiana, até o começo <strong>do</strong> século XX.O Centro Histórico foi tomba<strong>do</strong> como Patrimônio Histórico daHumanidade <strong>em</strong> 1985, o que deu visibilidade à área. Em 1991, foifeita a reforma <strong>do</strong> Pelourinho, projeto eiva<strong>do</strong> de polêmica, sobretu<strong>do</strong>por excluir antigos e históricos mora<strong>do</strong>res, para ceder espaçoà iniciativa privada. Para Clarin<strong>do</strong> Silva, dentre as curiosidades <strong>do</strong>Centro Histórico, estão os “tipos” que desfilaram por lá como Cuícade Santo Amaro e Cosme de Farias. Hoje se vê Jaime Figura,Bule-Bule e Riachão.Localizam-se ainda neste bairro a Fonte Redenção <strong>do</strong> Pelourinho,considerada de grande valor histórico, cuja orig<strong>em</strong> r<strong>em</strong>ontaao século XVIII e há referências de que foi utilizada até a década de1930. A outra fonte, a Fonte <strong>do</strong> Pereira, segun<strong>do</strong> Gabriel Soares,foi descoberta por um <strong>do</strong>s tripulantes <strong>das</strong> naus de Tomé de Souza,sen<strong>do</strong> atualmente utilizada para banho e lavag<strong>em</strong> de roupas, pelosmora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> seu entorno.O Centro Histórico possui uma população de 2.573 habitantes, oque corresponde a 0,11% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,12%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,04% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 26,21 <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 e 7 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de Matos156 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 157


COSME DE FARIASOrtofotos SICAD / PMS – 2006Da fazenda Quintas <strong>das</strong> Beatas ao bairro Cosme de Farias.Muitos <strong>do</strong>s seus mora<strong>do</strong>res costumam relatar que, após a morte <strong>das</strong>freiras, proprietárias da fazenda, as terras foram incorpora<strong>das</strong> ao patrimônioda Igreja Católica, <strong>em</strong> 1951.Segun<strong>do</strong> Arnold Lobo, um <strong>do</strong>s primeiros mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> local, osurgimento <strong>do</strong> bairro data da década de sessenta, com a ocupação<strong>das</strong> encostas e baixa<strong>das</strong> que margeavam a sua rua principal.Seu atual batismo é uma homenag<strong>em</strong> ao Major Cosme de Farias,muito conheci<strong>do</strong> como “advoga<strong>do</strong> <strong>do</strong>s pobres”, pois, apesar deter sua formação <strong>em</strong> jornalismo, atuava defenden<strong>do</strong> o povo mais humildeque o procurava pedin<strong>do</strong> ajuda. Em sua constante luta pelosmenos favoreci<strong>do</strong>s, criou a Liga Contra o Analfabetismo; foi verea<strong>do</strong>rda cidade e deputa<strong>do</strong> estadual.A presença de Cosme de Farias foi tão significativa no bairro, quehoje a casa onde ele morou, juntamente com o prédio onde funcionamas Obras Assistenciais Franciscanas e a praça que leva o seunome e abriga o seu busto, tornaram-se referências locais. Isaltinode Oliveira, assistente social <strong>do</strong> Centro de Saúde Cardeal da Silva,afirma ainda que a Praça Cosme de Farias é um lugar que caracterizab<strong>em</strong> o bairro, pois lá “é onde as pessoas se movimentam, seMarco Antonio Almeida Sampaio, Isaltinode Oliveira e Antonio Marcos Almeida Sampaioencontram para conversar, as crianças brincam na gangorra... t<strong>em</strong> aigreja de um la<strong>do</strong>, a escola <strong>do</strong> outro, t<strong>em</strong> mercadinho e bar. Na praçaacontece to<strong>do</strong> ano a Feira de Saúde <strong>do</strong>s Terreiros de can<strong>do</strong>mblés eà noite costuma-se fazer a reza <strong>do</strong> Santo Antônio”.A fonte que existia no bairro foi destruída. Alguns diz<strong>em</strong> que foiencontrada uma imag<strong>em</strong> de Santo Antônio na fonte e, por isso, foiconstruída a igreja no local, aterran<strong>do</strong> a fonte. Os mora<strong>do</strong>res se queixam<strong>do</strong> intenso desmatamento <strong>do</strong> bairro.Dentre as l<strong>em</strong>branças mais fortes <strong>do</strong> bairro para os gêmeos MarcoAntônio Almeida Sampaio e Antonio Marcos Almeida Sampaio,integrantes <strong>do</strong> Conselho de Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Alto <strong>do</strong> Cruzeiro, estáo antigo carnaval de Cosme de Farias que foi retira<strong>do</strong>por administrações municipais anteriores. A festa mobilizavaa maioria <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, gerava renda e aindatinha um baile de máscaras, que rel<strong>em</strong>brava os antigoscarnavais. Vários blocos carnavalescos saíram<strong>do</strong> local, como o T<strong>em</strong>pero de Negro e o Alafim, umbloco afro “fortíssimo <strong>em</strong> Cosme de Farias”.Atualmente, faz<strong>em</strong> parte <strong>do</strong> bairro as localidades <strong>do</strong>Alto <strong>do</strong> Cruzeiro, Campo Velho, Alto de Formoso, Baixada Paz, Baixa <strong>do</strong> Sossego, Baixa <strong>do</strong> Silva e a Baixa<strong>do</strong> Tubo, que leva esse nome devi<strong>do</strong> aos enormestubos de água e esgoto que atravessam o local.Cosme de Farias possui uma população de 37.226habitantes, o que corresponde a 1,52% da populaçãode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,46% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade,estan<strong>do</strong> 24,68% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de meio a 1 salário mínimo.No que se refere à escolaridade, constata-seque 39,02% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm de 4 a 7anos de estu<strong>do</strong>.Córrego <strong>das</strong> BeatasDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Avenida Mário Leal Ferreira com a Rua Edson Saldanha, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Metropolitana, por onde segue até alcançar a Rua São Benedito, seguin<strong>do</strong> até a Rua Pedro Veloso Gordilho, atéalcançar a baixa <strong>do</strong> Coqueiro. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até alcançar a Rua Vale <strong>do</strong> Matatu. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até alcançar a Rua José Petitinga, até alcançar a muro da EMBASA (Matatau),por onde segue contornan<strong>do</strong> até alcançar o Largo<strong>do</strong>s Paranhos. Segue <strong>em</strong> direção a Rua Cosme de Farias, contornan<strong>do</strong> os limites da FUNDAC, até alcançar a portaria da instituição, até alcançar a Avenida Mario Leal Ferreira, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.158 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 159


BROTASBrotas nasceu de uma fazenda pertencente à família Saldanha,há pouco mais de <strong>do</strong>is séculos. Entretanto, estu<strong>do</strong>s de Maria HildaBaqueiro Paraíso suger<strong>em</strong> que, neste bairro, ainda no séculoXVI, existiu a Aldeia São Paulo, criada pelo então governa<strong>do</strong>r-geral,M<strong>em</strong> de Sá. Com o t<strong>em</strong>po, a aldeia desapareceu e a região foielevada à condição de freguesia, sob a invocação de Nossa Senhora<strong>das</strong> Grotas. Inclusive, o nome <strong>do</strong> bairro, conforme Luiz Eduar<strong>do</strong>Dórea, v<strong>em</strong> da corruptela popular de grotas, e passou a ser conheci<strong>do</strong>como brotas.Brotas é um bairro da grande concentração residencial e é “<strong>do</strong>no”de um intenso e diversifica<strong>do</strong> comércio, situa<strong>do</strong> ao longo da AvenidaD. João VI, que <strong>em</strong> nada mais faz l<strong>em</strong>brar o bairro da décadade 40, quan<strong>do</strong> era o local ideal para a cura da tuberculose, pelo seuclima saudável.Para Nadson Oliveira, presidente da ONG Coletivo Viva Brotas,este bairro é “o retrato da sociedade brasileira, da perversa desigualdadesocial brasileira...”, pois, se de um la<strong>do</strong> os luxuosos edifícios <strong>do</strong>Horto Florestal ostentam a riqueza <strong>do</strong> bairro, as casas simples <strong>das</strong>Avenida D. João VIocupações espontâneas da Polêmica e <strong>do</strong> Alto <strong>do</strong> Saldanha mostramque <strong>em</strong> Brotas também exist<strong>em</strong> contrastes.Para Oliveira, não existe um perfil único para definir o mora<strong>do</strong>r deBrotas: “são <strong>do</strong>is tipos com qu<strong>em</strong> você convive, o elitiza<strong>do</strong>, da class<strong>em</strong>édia, que vai para escola e no final de s<strong>em</strong>ana sai com seu carropara passear, e o mora<strong>do</strong>r trabalha<strong>do</strong>r, pobre, assalaria<strong>do</strong>, quefaz ‘bico’ para sustentar a família”, por isso, então, não há um eventoque mobilize to<strong>do</strong> o bairro; o que existe agora são com<strong>em</strong>oraçõesrestritas às suas respectivas localidades.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão o Hospital AristidesMaltez, o Hospital Evangélico, o Instituto Guanabara e osColégios Estaduais Luiz Viana e Góes Calmon. Existe a Fonte <strong>do</strong>Davi, situada <strong>em</strong> área particular e pouco conhecida na re<strong>do</strong>ndeza,e a Fonte <strong>do</strong> Terreiro Ilê Oyá Tununjá, utilizada para usos <strong>do</strong>mésticos,consumo e rituais religiosos.Brotas possui uma população de 63.439 habitantes, o que correspondea 2,60% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 2,77% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 21,82% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 39,17% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento <strong>do</strong> Acesso Norte com a Avenida Antonio Carlos Magalhães. Segue até o cruzamento com a Ladeira Cruz da Redenção. Segue até a Rua José Pedreira, até alcançar a Travessa <strong>do</strong> Candeal, e Rua Monsenhor Antonio Rosa. Segueaté alcançar a Rua Paulo Afonso, por onde segue até alcançar a Alameda Bons Ares. Segue <strong>em</strong> direção a Rua Wald<strong>em</strong>ar Falcão, inclusive, até alcançar a Rua Santo Heládio e Rua Jucati, por onde segue pela encosta até alcançar a Avenida JuracyMagalhães Junior . Segue pela meia encosta, contornan<strong>do</strong> o Parque Lucaia, até alcançar a Rua Wald<strong>em</strong>ar Falcão, por onde segue até alcançar o limite <strong>do</strong> muro da Verd<strong>em</strong>ar, até alcançar a Avenida Vasco da Gama, por onde segue até o cruzamentocom a Ladeira <strong>do</strong> Hospital Geral, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua Jardim Santa Madalena, seguin<strong>do</strong> pelo vale até alcançar o Boulevard Copacabana, até alcançar a Avenida Dom João VI, por onde segue até a Ladeira <strong>do</strong> Acupe, exclusive, até alcançar aAvenida General Graça Lessa. Segue <strong>em</strong> direção a Rua Boa vista de Brotas, por onde segue até alcançar a Rua Frederico Costa, por onde segue contornan<strong>do</strong> a CODESAL, inclusive.Segue até alcançar a Rua Frederico Costa, e Ladeira <strong>do</strong> Pepino, poronde segue até alcançar a Avenida Vasco da Gama. Segue <strong>em</strong> direção a Avenida Mário Leal Ferreira, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.160 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 161


Pernambués – 1978Fundação Gregório de MatosPERNAMBUÉSOriginalmente o bairro de Pernambués surgiu de uma fazenda,na qual os mora<strong>do</strong>res sobreviviam venden<strong>do</strong> frutas no Pelourinho,na Feira <strong>das</strong> Sete Portas e na Feira <strong>do</strong>s Sete (Água de Meninos).Com a implantação <strong>do</strong> shopping Iguat<strong>em</strong>i, a construção da novaEstação Ro<strong>do</strong>viária e a consequente mudança nos vetores de expansãoda cidade, o bairro se expandiu e se consoli<strong>do</strong>u.Com o t<strong>em</strong>po, a ocupação desordenada <strong>do</strong> local foi urbanizada ehoje abriga as localidades da Baixa <strong>do</strong> Manu, Baixa da Horta e Baixada Guiné. Sua rua principal, Thomaz Gonzaga, t<strong>em</strong> o nome de um<strong>do</strong>s personagens e poetas que atuaram na Inconfidência Mineira.Sobre o nome Pernambués, algumas versões circulam no bairro.Segun<strong>do</strong> Luiza Pinto <strong>do</strong> Nascimento, coordena<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> Terno de ReisRosa Menina, o nome está associa<strong>do</strong> a “brejo”, <strong>em</strong> alusão às pequenaslagoas ali existentes. Conforme Valdeluce Nascimento, integrante<strong>do</strong> Clube <strong>das</strong> Mães da Comunidade <strong>em</strong> Ação de Pernambués,diz<strong>em</strong> que o bairro antigamente era passag<strong>em</strong> para grandes fazendeirosque se deslocavam com boia<strong>das</strong>, passan<strong>do</strong> assim a chamálode “Pés de boi”, o que teria da<strong>do</strong> orig<strong>em</strong> ao nome de Pernambués.Luiza Nascimento l<strong>em</strong>bra também que há qu<strong>em</strong> diga que Pernambuéssignifica “Perna de Boi <strong>em</strong> idioma africano”.Este bairro t<strong>em</strong> um grande patrimônio: o Terno de Reis Rosa Menina,um <strong>do</strong>s mais antigos de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, funda<strong>do</strong> por Silvano Francisco<strong>do</strong> Nascimento, <strong>em</strong> 1945, e motivo de orgulho <strong>do</strong>s seus mora<strong>do</strong>res.Segun<strong>do</strong> Frederico Luz, m<strong>em</strong>bro <strong>do</strong> CENPA (Coordenação Especial<strong>do</strong> Núcleo de Proteção a AIDS), atualmente não há uma únicafesta que mobilize toda a comunidade; o que existe são manifestaçõesisola<strong>das</strong>, estan<strong>do</strong> as festas de maior expressão apenas nasl<strong>em</strong>branças <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res mais antigos, como Paulo Roberto, quenão esquece o antigo carnaval <strong>do</strong> final de linha.Atualmente, exist<strong>em</strong> no bairro importantes instituições que atuamno cotidiano <strong>do</strong>s seus mora<strong>do</strong>res: a Associação Beneficente10 de Julho; a Associação de Mora<strong>do</strong>res da Avenida São Paulo;a Associação 1º de Maio; a Coordenação Especial <strong>do</strong> Núcleode Proteção a AIDS – CENPA; o Clube <strong>das</strong> Mães e a ComissãoUnida de Pernambués.Em Pernambués existiam muitas fontes, hoje aterra<strong>das</strong>: “Nós íamosaté as fontes buscar água, quan<strong>do</strong> faltava, elas estavam localiza<strong>das</strong><strong>em</strong> propriedades particulares. Geralmente, as pessoas nãovendiam essa água. Era um ato comunitário”, conta Frederico Luz.No bairro, hoje, exist<strong>em</strong> três córregos, to<strong>do</strong>s poluí<strong>do</strong>s.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro estão o CentroSocial Urbano, a Escola Municipal Hildete Bahia de Souza eo Colégio Estadual Ministro Aliomar Baleeiro.Pernambués possui uma população de 58.542 habitantes, o quecorresponde a 2,40% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 2,42%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,17% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 30% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Rua <strong>do</strong>s Ro<strong>do</strong>viários, por onde segue até o cruzamento com a Rua Thomaz Gonzaga. Segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Silveira Martins, até o afluente <strong>do</strong> Rio Pernambués. Segue este curso d`água até AvenidaLuís Eduar<strong>do</strong> Magalhães, por onde segue até a Avenida Luís Viana, até alcançar a Avenida Tancre<strong>do</strong> Neves. Segue nesta via até a Avenida Antônio Carlos Magalhães, por onde segue até o cruzamento com o Acesso Norte, retornan<strong>do</strong> até o ponto deinício da descrição deste bairro.162 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 163


SARAMANDAIAEm mea<strong>do</strong>s da década de 1970, uma notícia ecoava pela cidadede <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: “há um fazendão sen<strong>do</strong> ocupa<strong>do</strong> atrás da ro<strong>do</strong>viária!”.Tratava-se <strong>do</strong> que é hoje o bairro da Saramandaia. O lugarera o Fazendão Pompilho e, segun<strong>do</strong> Marisa Miranda, uma<strong>das</strong> primeiras mora<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> local, “só havia mato, bananeiras, aipim,batata-<strong>do</strong>ce, muita formiga e sucuri”. Na época, a iluminaçãoera na base <strong>do</strong> fifó. Antonio Carlos Alves de Araújo, líder comunitário<strong>do</strong> bairro, diz: “as casas eram daquele plástico preto... outraseram feitas com palha de nicori, de dendê. Casa de taipa era umamansão naquela época”.A ocupação espontânea começou a partir da construção <strong>do</strong> novoterminal, cujo nome é inspira<strong>do</strong> na fictícia cidade de Saramandaia,novela de Dias Gomes, levada ao ar <strong>em</strong> 1976.Na história deste bairro, a garra, a luta e a determinação <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>ressão as maiores marcas. Araújo faz questão de ressaltar que,se não fosse isso, as pessoas não teriam permaneci<strong>do</strong> no local, poisquan<strong>do</strong> a ocupação foi se amplian<strong>do</strong>, a polícia começou a intervir,geran<strong>do</strong> grandes conflitos com os mora<strong>do</strong>res.Dentre as histórias de resistência, Marisa Miranda conta comoconseguiu a primeira escola para o bairro: “acho que foi no final <strong>do</strong>sanos 70. A gente queria falar com o secretário da Educação. Chegamosce<strong>do</strong> e diziam que ele não estava. Ficamos na porta <strong>do</strong> gabinetee nada... Mandamos comprar pão e pedimos água para o lanche.Antonio Carlos AraújoDepois de muitas negativas, o secretário saiu da sala e foi ao banheiro,a gente foi atrás e quan<strong>do</strong> ele saiu não teve jeito, levou to<strong>do</strong>mun<strong>do</strong> para o gabinete e assim conseguimos a escola”.Culturalmente, o bairro t<strong>em</strong> muita afinidade com o teatro, a dança,a capoeira e a percussão. Entre seus principais equipamentosestão a Escola Marisa Baqueiro Costa, a Paróquia São Franciscode Assis, a Escola Municipal Risoleta Neves e a FundaçãoCidade Mãe.Conforme Antônio de Araújo, existe no bairro o Lago da Saramandaia,“anteriormente era uma lagoa que foi aterrada para a construção<strong>do</strong> DETRAN, junto com ela, aterraram algumas nascentes queali existiam. As hortas que exist<strong>em</strong> aqui são rega<strong>das</strong> com águas qu<strong>em</strong>inam de pedras, de nascentes. Se não foss<strong>em</strong> as pessoas que cuidam<strong>das</strong> hortas, essas nascentes já teriam si<strong>do</strong> aterra<strong>das</strong>”.Saramandaia possui uma população de 10.267 habitantes, o quecorresponde a 0,42% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,39%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 30,03% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de meio a 1 salário mínimo.No que se refere à escolaridade, constata-se que 35,71% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.COINF / SEDHAM/ PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Rua Chorrochó, de onde segue até a Rua Jaquaquara, por onde segue até o cruzamento com Rua Amargosa, por onde segue até alcançar a Rua Jaqueira da Saramandaia. Segue nesta via até a 1ª Travessa Alto da Mangueira. Segue nestavia até a Rua <strong>do</strong> Tubo, de onde segue até o cruzamento com a 1ª Travessa <strong>do</strong> Tubo. Segue contornan<strong>do</strong> o muro <strong>do</strong> Terminal Ro<strong>do</strong>viário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, exclusive, até a Rua da Ro<strong>do</strong>viária. Segue ate á Rua Santa Bárbara de Saramandaia, por onde segueaté cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Chorrochó, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.164 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 165


RESGATE“Ali era uma passag<strong>em</strong>,Nela transitava mascate,Onde mulher e criançaRoubavam fruta no disfarce,Era o Beco <strong>do</strong> Francelino,Hoje Nossa Senhora <strong>do</strong> Resgate”.Assim, Antonio Aderbal de Souza Gomes, autor <strong>do</strong> livro “Cabula:A Historia de um Bairro e sua População”, descreve o bairro <strong>do</strong>Resgate, outrora, Beco <strong>do</strong> Francelino.Segun<strong>do</strong> Gomes, há 30 anos, nas terras que pertenceram à famíliaMartins Catarino, não havia comércio. As lojas, farmácias e merca<strong>do</strong>s,hoje tão presentes no local, só começaram a chegar depoisque a região foi asfaltada.Garibalde Alves Gonzaga, mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro há 44 anos, l<strong>em</strong>bra:“aqui era terrível, tinha uma cerca de arame farpa<strong>do</strong> na frente epouquíssimas casas; no inverno era muita lama, no verão muita poeira.Onde hoje é o fim de linha, era a Fazenda Coqueiro, no início<strong>do</strong> bairro, era a Fazenda Santo Antonio”.Final de Linha <strong>do</strong> ResgateNas l<strong>em</strong>branças de Luzia Car<strong>do</strong>so, mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> local há 30 anos,a casinha de palha de Seu Didi é uma forte l<strong>em</strong>brança: “comprávamosverdura e pão no balaio, na casinha”. Ela também l<strong>em</strong>bra quenesse t<strong>em</strong>po os táxis n<strong>em</strong> entravam no Resgate.Segun<strong>do</strong> Gonzaga, o nome <strong>do</strong> bairro está relaciona<strong>do</strong> à Igrejade Nossa Senhora <strong>do</strong> Resgate, pois há muito t<strong>em</strong>po ele ouviua seguinte história: “quan<strong>do</strong> os solda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> 19º Batalhão de Caça<strong>do</strong>resforam para uma guerra, passaram nessa igrejinha e pediramque Nossa Senhora resgatasse eles de lá. Hoje esta igrejat<strong>em</strong> o nome de Anunciação <strong>do</strong> Senhor e está localizada na RuaSilveira Martins”.Atualmente o Resgate t<strong>em</strong>, entre seus principais equipamentos,o Colégio Estadual Adroal<strong>do</strong> Ribeiro Costa, o RestauranteTropical, muito freqüenta<strong>do</strong> por artistas baianos, e um pequenoshopping.O Resgate possui uma população de 6.861 habitantes, o que correspondea 0,28% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,30% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 33,48% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 55,79% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Tonny Bittencourt, 2009166 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 167


Cruzamento da Rua <strong>do</strong> Timbó com a Alameda <strong>das</strong> EspatódeasFoto: Elba VeigaCAMINHO DAS ÁRVORESO bairro <strong>do</strong> <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Árvores surgiu no perío<strong>do</strong> de construção<strong>do</strong> shopping Iguat<strong>em</strong>i. É dessa época a iniciativa de implantar umloteamento para segmentos de classe média alta <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> – oque consoli<strong>do</strong>u a expansão da cidade <strong>em</strong> direção à Avenida LuizViana Filho.O projeto inicial previa a implantação de um loteamento, comimóveis estritamente residenciais e uni<strong>do</strong>miciliares. Atualmente, aAlameda <strong>das</strong> Espatódias concentra as atividades comerciais eWolfgang Roddewigde prestação de serviço <strong>do</strong> bairro, atrain<strong>do</strong> compra<strong>do</strong>res de todaa cidade.Os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro têm luta<strong>do</strong> contra a intensificação <strong>do</strong> usocomercial no bairro desde a década de 1990 – fato esse, a intensificação<strong>do</strong> comércio, que já se tornou parte <strong>do</strong> cotidiano <strong>do</strong>s antigos e novosmora<strong>do</strong>res. Segun<strong>do</strong> Wolfgang Roddewig, presidente da Associação<strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Árvores, os mora<strong>do</strong>res tiveramuma grande vitória ao assegurar, no PDDU de 2008, a ratificação dalei que determina que o <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Árvores deve ser unirresidenciale ter uma área restrita para a atividade comercial.O presidente da Associação <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res afirma ainda que onome <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Árvores está relaciona<strong>do</strong> ao fato de que, quan<strong>do</strong>Noberto Odebrecht idealizou este <strong>em</strong>preendimento, o local era umafazenda bastante arborizada. É por isso, inclusive, que as 17 alame<strong>das</strong>que compõ<strong>em</strong> o bairro têm nomes de árvores: cajazeiras, umbuzeiros,eritrinas...Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão o ShoppingCenter Iguat<strong>em</strong>i, o Jornal A TARDE, a Casa <strong>do</strong> Comércio, o <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>Trade Center e a Praça São Vicente, recent<strong>em</strong>ente reformada.O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Árvores possui uma população de 10.065 habitantes,o que corresponde a 0,41% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,41% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 51,41% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de mais de 20 saláriosmínimos. No refere à escolaridade, constata-se que 54,40% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm 15 anos de estu<strong>do</strong> ou mais.168 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 169


STIEPAs primeiras casas, no bairro <strong>do</strong> STIEP,foram levanta<strong>das</strong> <strong>em</strong> 1968 para formar umconjunto residencial de trabalha<strong>do</strong>res <strong>das</strong> indústriasliga<strong>das</strong> ao ramo petrolífero. Inicialmente,o local recebeu o nome de ConjuntoResidencial Vale <strong>do</strong> Camarujipe; no entanto,como o terreno foi adquiri<strong>do</strong> pelo Sindicato<strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res nas Indústriasde Extração de Petróleo, prevaleceu a siglada entidade: STIEP.Segun<strong>do</strong> Miguel Francisco Marques, um<strong>do</strong>s funda<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro e da Associação, oSTIEP era uma fazenda de propriedade dafamília Duplat. Depois, passou a ser considera<strong>do</strong>como a fazendinha <strong>do</strong> Esporte ClubeBahia, que já teve no local sua sede ecampo de treinamento.José de Souza Filho, atual presidente da Associação <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> STIEP, afirma que entre os anos de 1968 e 1969, “davame<strong>do</strong> de entrar” no bairro, pois só existia a via da Avenida OtávioMangabeira e o terreno era to<strong>do</strong> de barro. Hoje, o bairro já está inseri<strong>do</strong>no contexto urbano de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e ainda consegue manter atranqüilidade e a qualidade <strong>do</strong>s t<strong>em</strong>pos de outrora.Seu desenvolvimento está relaciona<strong>do</strong> à mudança <strong>do</strong> eixo econômicoe social da cidade para o vetor norte. José Filho conta que,Miguel Marques e José FilhoOrtofotos SICAD / PMS – 2006Lagoa <strong>do</strong>s Fradespor ter si<strong>do</strong> um bairro de sindicalistas, as reivindicações feitas aopoder público municipal eram constant<strong>em</strong>ente retalia<strong>das</strong> pelo entãoprefeito da época.Da abundante natureza <strong>do</strong> STIEP no passa<strong>do</strong>, restaram apenas<strong>do</strong>is mananciais naturais: a revitalizada Lagoa <strong>do</strong>s Frades e a degradadaLagoa <strong>do</strong>s Pássaros. Na década de setenta, a lagoa existenteformava um ecossist<strong>em</strong>a único, um grande espelho d’água,cerca<strong>do</strong> por dunas. A região foi ocupada e a lagoa dividida <strong>em</strong> duas.Apenas a Lagoa <strong>do</strong>s Frades foi preservada e se constituiu como umaárea de lazer e entretenimento desde 2001, quan<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>bairro acionaram o Ministério Público Estadual e conseguiram evitara destruição total <strong>do</strong> ecossist<strong>em</strong>a.O STIEP caracteriza-se hoje pelo padrão <strong>do</strong> seu conjunto deedificações comerciais e residenciais e importantes equipamentoscomo a sede da Federação <strong>das</strong> Indústrias da Bahia (FIEB), o Tribunalde Contas, o Hospital Sara Kubitschek, a UNIFACS, a EscolaEstadual Edval<strong>do</strong> Boaventura e a FIB – Faculdades Integra<strong>das</strong>da Bahia.O STIEP possui uma população de 11.875 habitantes, o que correspondea 0,49% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,51% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,49% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 43,96% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Luís Viana. Segue <strong>em</strong> linha reta até o Hospital Sarah Kubitscheck, inclusive. Daí segue contornan<strong>do</strong> os limites <strong>do</strong> Hospital e <strong>do</strong> Santuário de Mãe Rainha até a Estrada <strong>do</strong> Curralinho,por onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveiscom frente para a Rua Ro<strong>do</strong>lpho Coelho Cavalcanti até a Avenida Professor Manoel Ribeiro. Desse ponto segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Doutor Augusto Lopes Pontes, exclusive, junto ao posto de combustível STIEP, exclusive.Desse ponto segue <strong>em</strong> linha reta até a Rua Doutor Augusto Lopes Pontes, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Arthur de Azevê<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong>. Daí segue <strong>em</strong> linha reta até o leito <strong>do</strong> Rio Camaragipe. Segue por este rio até a Avenida Tancre<strong>do</strong>Neves. Daí segue por esta avenida até o seu cruzamento com a Avenida Luís Viana, também conhecida como Paralela. Daí segue por esta avenida até o ponto de descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.170 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 171


COSTA AZULFoz <strong>do</strong> Rio Camarajipe no Costa Azul, 2009Em função da realização de obras de saneamento, o Rio Camarajipefoi desvia<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu curso original, desaguan<strong>do</strong> atualmenteno bairro Costa Azul. Por conta <strong>do</strong> comprometimento da qualidade<strong>das</strong> águas desse rio, a sua foz exala, <strong>em</strong> determina<strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s<strong>do</strong> ano, um forte o<strong>do</strong>r.Até a década de 1960, o bairro era composto por casas deveraneio, próximas a um areal onde hoje é a Rua MonsenhorGaspar Sa<strong>do</strong>ck. Atualmente, o Costa Azul é <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> de importantesequipamentos para a vida cotidiana <strong>do</strong>s seus mora<strong>do</strong>res,como o Colégio Cândi<strong>do</strong> Portinari, restaurantes, pequenos shoppings,uma biblioteca pública e uma enorme área de lazer quese tornou o símbolo <strong>do</strong> bairro: o Parque Costa Azul. Neste bairro,há ainda o Colégio Estadual Thales de Azeve<strong>do</strong>, um importanteequipamento público que atende mora<strong>do</strong>res de vários bairrosda cidade.Antes da construção <strong>do</strong> Parque, o local abrigava o antigo ClubeCosta Azul, que acabou por batizar o bairro. O senhor VandervalLima, mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> local há quinze anos, afirma que era comumo uso <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> Clube Costa Azul como referência para indicar oloteamento que surgiu da ampliação <strong>do</strong> Parque Nossa Senhora daLuz: Costa Azul teria, então, cerca de 30 anos”.Segun<strong>do</strong> Dimas Genestreti, mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro há 13 anos, o CostaAzul é sossega<strong>do</strong> e t<strong>em</strong> bom acesso. É um bairro pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>enteresidencial; sobre a vida cultural, Dimas Genestreti e VandervalLima destacam <strong>do</strong>is eventos importantes: o forró que acontece<strong>em</strong> maio, realiza<strong>do</strong> pela Associação <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> CostaAzul (AMOCA) e a extinta Lavag<strong>em</strong> <strong>do</strong> Bar de Jonas, que atraíaquase to<strong>do</strong> o Costa Azul.Na história <strong>do</strong> bairro, é interessante ressaltar a fundação da Paróquiacom o nome Santa Rosa de Lima, a primeira santa <strong>do</strong> continentelatino-americano.O Costa Azul possui uma população de 16.123 habitantes, o quecorresponde a 0,66% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,75%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, e 22,93% <strong>do</strong>s seus chefes de família estãositua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 42,95% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm 15 ou mais anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Professor Manoel Ribeiro, junto ao Hotel Holliday Inn. Daí segue por esta avenida até a Rua Doutor Augusto Lopes Pontes. Segue por este logra<strong>do</strong>uro, excluin<strong>do</strong> o Centro de Convenções da Bahia, até alcançar a Rua CatarinaFogaça. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua Doutor João Mendes da Costa Filho, por onde segue na linha de costa até a foz <strong>do</strong> Rio Camarajipe. Daí segue o leito <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> rio até as proximidades da Associação Atlética Baneb– AAB, inclusive. Desse ponto segue <strong>em</strong> linha reta até o cruzamento da Rua Arthur de Azevê<strong>do</strong> Macha<strong>do</strong> com a Rua Doutor Augusto Lopes Pontes. Daí segue, pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Doutor Augusto Lopes Pontes até o pontode início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.172 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 173


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu)Localizada integralmente no município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Bacia <strong>do</strong>Rio <strong>das</strong> Pedras que inclui a sub-bacia <strong>do</strong> Rio Pituaçu, possui umaárea de 27,05km 2 , o que corresponde a 8,76% <strong>do</strong> território municipal,sen<strong>do</strong> considerada a quarta maior bacia hidrográfica <strong>do</strong> Município,<strong>em</strong> termos de superfície. Encontra-se limitada ao Norte pelaBacia <strong>do</strong> Rio Passa Vaca, a Leste pela Bacia de Drenag<strong>em</strong> de Armação/Corsário,a Oeste pela Bacia <strong>do</strong> Cobre e ao Sul pela Bacia<strong>do</strong> Camarajipe. Com uma população de 275.781 habitantes e densidadepopulacional de 10.194,31hab./km 2 é a terceira Bacia mais populosa<strong>do</strong> Município. Possui 75.892 <strong>do</strong>micílios que correspond<strong>em</strong> a11,49% <strong>do</strong> total de <strong>do</strong>micílios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> (IBGE, 2000).A situação socioeconômica <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res dessa bacia pode sercaracterizada a partir <strong>do</strong> rendimento <strong>do</strong>s chefes de família que se encontramnas seguintes faixas de renda mensal: 33,89%, receb<strong>em</strong> até1 SM, enquanto que 31,98 % estão na faixa entre 1 e 3 SM e apenas2,27% receb<strong>em</strong> mais de 20 SM. Os índices de escolaridade <strong>do</strong>schefes de família desta Bacia estão distribuí<strong>do</strong>s da seguinte maneira:15,31 % possu<strong>em</strong> de 1 a 3 anos de estu<strong>do</strong>; 27,44 % têm entre 4e 7 anos; 14,56% estão na faixa de 8 a 10 anos de estu<strong>do</strong> e 27,83%entre 11 e 14 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).O Rio <strong>das</strong> Pedras é forma<strong>do</strong> pelos Rios Cascão, Saboeiro e Cachoeirinha,pela marg<strong>em</strong> direita e <strong>do</strong> Rio Pituaçu, pela marg<strong>em</strong> esquerda.Originalmente, segun<strong>do</strong> registro de 1910 <strong>do</strong> Engenheiro Teo<strong>do</strong>ro Sampaio,o Rio Pituaçu era o mais poderoso afluente <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras.O Rio <strong>das</strong> Pedras possui um pequeno curso, pois como é forma<strong>do</strong>pela confluência <strong>do</strong>s rios acima cita<strong>do</strong>s, somente é chama<strong>do</strong>de Rio <strong>das</strong> Pedras <strong>em</strong> seu curso final, com menos de três quilômetrosde comprimento, durante sua passag<strong>em</strong> pelo bairro da Boca <strong>do</strong>Rio, onde deságua.O Rio Cascão nasce nos grotões da área verde onde está localiza<strong>do</strong>o Quartel <strong>do</strong> Batalhão de Caça<strong>do</strong>res – 19 BC, <strong>do</strong> Exército, nobairro <strong>do</strong> Cabula. As suas nascentes ainda se mantêm <strong>em</strong> boas condições,<strong>em</strong> função da preservação da mata, floresta ombrófila, comcobertura vegetal estimada <strong>em</strong> 248ha, <strong>em</strong> estágio médio e inicial derecuperação no entorno da referida unidade militar.Ao longo <strong>do</strong> seu curso esse rio forma a Represa <strong>do</strong> Cascão, aindano mesmo bairro. Em seguida ele é sobreposto (atravessa<strong>do</strong>)pela Av. Luís Viana Filho, na altura <strong>do</strong> bairro <strong>do</strong> Imbuí, onde encontrao Rio Saboeiro. Em seu trecho inicial no Imbuí, o Rio Cascão estásen<strong>do</strong> objeto de intervenção e terá como consequência o encapsulamentode seu leito e implantação de equipamentos.O Rio Saboeiro t<strong>em</strong> suas nascentes <strong>em</strong> grotões da localidade CA-BULA VII, bairro Beiru/Tancre<strong>do</strong> Neves. Na travessia pelo bairro <strong>do</strong> Imbuí,esse rio foi retifica<strong>do</strong> e está totalmente canaliza<strong>do</strong>, sob leito de terra,passan<strong>do</strong> por terrenos baldios, o que facilita o grande carregamentode resíduos sóli<strong>do</strong>s e o constante assoreamento <strong>do</strong> seu leito. Este rioalterna trechos de alta poluição com trechos menos impacta<strong>do</strong>s.O Rio Cachoeirinha nasce no bairro de Sussuarana, <strong>em</strong> colinasnão superiores a 100m de altitude. Entre o CAB e o Cabula VI, esserio foi barra<strong>do</strong>, forman<strong>do</strong> a Represa da Cachoeirinha. Após a represa,o rio segue até encontrar o Rio <strong>das</strong> Pedras.Já o Rio Pituaçu, cujo nome de orig<strong>em</strong> indígena significa “camarão”é o maior e principal afluente da Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras, t<strong>em</strong>suas cabeceiras próximas ao divisor de drenag<strong>em</strong> da Bacia <strong>do</strong> Camarajipe,próximo à BR-324, atravessan<strong>do</strong>, ao longo <strong>do</strong> seu cursode aproximadamente 9,4km, os bairros de Pau da Lima, Sussuarana,Nova Sussuarana, CAB e Pituaçu. Na área desta Bacia ainda estãoos bairros de Porto Seco Pirajá, Granjas Rurais Presidente Vargas,Jardim Cajazeiras, Novo Horizonte, Beiru/Tancre<strong>do</strong> Neves, Engomadeira,Arenoso, Cabula VI, Doron, Narandiba, Cabula, Saboeiro, Imbuíe Boca <strong>do</strong> Rio. Existe uma fonte nessa Bacia, a Fonte Santo Antônio<strong>do</strong> Cabula, localizada na Av. Luís Eduar<strong>do</strong> Magalhães.Essa bacia possui uma área de drenag<strong>em</strong> de, aproximadamente,27km 2 . A sua parte alta possui, <strong>em</strong> média, 170ha de florestas <strong>em</strong>estágio médio e inicial de regeneração. Na parte baixa, o Rio Pituaçufoi barra<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1906, forman<strong>do</strong> a Represa de Pituaçu, um lago com200.000m 2 de espelho d’água, antigo manancial de abastecimento,localiza<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong> Parque Metropolitano de Pituaçu. Este Parquepossui área de 440ha, com cobertura vegetal de r<strong>em</strong>anescentes <strong>do</strong>ecossist<strong>em</strong>a de floresta ombrófila, integrante <strong>do</strong> bioma Mata Atlântica,além de grande variedade de árvores frutíferas.Os Rios <strong>das</strong> Pedras e Pituaçu, por sua vez, se encontram nas proximidadesda Represa de Pituaçu, seguin<strong>do</strong> juntos com o nome deRio <strong>das</strong> Pedras até a foz, na praia da Boca <strong>do</strong> Rio. Ao passar pela 2ªponte da Av. Octávio Mangabeira, próxima à <strong>em</strong>bocadura, com o largocanal de retificação <strong>do</strong> seu leito, o Rio <strong>das</strong> Pedras aparenta grandevolume, sobretu<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> da maré cheia (com uma progressivaadução de água salgada que avança rio adentro).O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 175


Nessa bacia há um equilíbrio entre os usos residenciais, não residenciais(parte <strong>do</strong> DINURB e CAB), e áreas de preservação ambiental.Nas áreas residenciais existe grande densidade d<strong>em</strong>ográfica,além de ocupação desordenada de encostas e vales. Para análise<strong>do</strong>s parâmetros bacteriológicos e físico-químicos, a Bacia foi cont<strong>em</strong>pladacom nove pontos amostrais, sen<strong>do</strong> analisa<strong>do</strong>s não só os riosprincipais (Pituaçu e Pedras), mas também seus principais afluentes,dentre eles, o Rio Saboeiro.O quadro 01 apresenta as observações <strong>do</strong> PAR nas estações decoleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras e Pituaçu.Quadro 01. Observações <strong>do</strong> PAR nas estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu).ParâmetrosPIT 01PIT 02PIT 03PIT 04PIT 05PIT 06PIT 07PIT 08PIT 09Tipo de ocupação<strong>das</strong> margensResidencialResidencialVegetaçãonaturalComercialadministrativoResidencialResidencial;Comercial;AdministrativoVegetaçãonaturalResidencialResidencialEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> leito<strong>do</strong> rioAssorea<strong>do</strong>Assorea<strong>do</strong>Barrag<strong>em</strong>Assorea<strong>do</strong>Revesti<strong>do</strong>Natural (cursolivre)Assorea<strong>do</strong>Revesti<strong>do</strong>Natural (cursolivre)Encapsula<strong>do</strong>Revesti<strong>do</strong>Assorea<strong>do</strong>Mata ciliarAusente (solodescoberto)Pavimenta<strong>do</strong>Dominância degramíneasVegetaçãonativa (árvorese arbustos)Pavimenta<strong>do</strong>Dominância degramíneasAusente (solodescoberto)Pavimenta<strong>do</strong>Vegetaçãonativa (árvores earbustos)Ausente (solodescoberto)Pavimenta<strong>do</strong>Dominância degramíneasPlantas aquáticasAusentePerifítonabundante ebiofilmeMacrófitaspequenas <strong>em</strong>usgosAusenteAusentePerifitonabundante ebiofilmePerifítonabundante ebiofilmeAusenteMacrófitasgrandesconcentra<strong>das</strong>O<strong>do</strong>r da águaMédioMédioNenhumLeveForte (esgoto)MédioLeveForte (esgotos)MédioOleosidade da águaAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteTransparência daáguaOpaca oucoloridaOpaca oucoloridaLev<strong>em</strong>enteescurecidaTurvaOpaca oucoloridaMuito escuraMuito escuraMuito escuraMuito escuraTipo de fun<strong>do</strong>LixoLixoNãovisualiza<strong>do</strong>Areia/LamaMarcas deantropização(entulho) LixoMarcas deantropização(entulho) LixoLama/AreiaLixoMarcas deantropização(entulho) LixoNão visualiza<strong>do</strong>LixoFluxo de águasLâmina d’água<strong>em</strong> 75% <strong>do</strong> leitoLâmina d’água<strong>em</strong> 75% <strong>do</strong> leitoBarrag<strong>em</strong>Maior parte<strong>do</strong> substratoexpostoFluxo igual <strong>em</strong>toda a larguraLâmina d’água<strong>em</strong> 75% <strong>do</strong> leitoFluxo igual <strong>em</strong>toda a larguraFluxo igual <strong>em</strong>toda a larguraLâmina d’água<strong>em</strong> 75% <strong>do</strong> leitoObs.: Perifíton são organismos que viv<strong>em</strong> aderi<strong>do</strong>s a vegetais ou a outros substratos suspensos; Macrófitas aquáticas são plantas herbáceas que cresc<strong>em</strong> na água, <strong>em</strong> soloscobertos por água ou <strong>em</strong> solos satura<strong>do</strong>s com água.Quadro 02. Coordena<strong>das</strong> <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (ePituaçu) – <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 2009Qualidade <strong>das</strong> ÁguasEstaçãoCoordenada XCoordenada YReferênciaA análise da qualidade<strong>das</strong> águas na Bacia <strong>do</strong>Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu)foi realizada <strong>em</strong> 09(nove) estações ao longoda Bacia, conforme coordena<strong>das</strong>apresenta<strong>das</strong> noquadro 02 e figura 01.PIT 01PIT 02PIT 03PIT 04PIT 05PIT 06PIT 07PIT 08PIT 09560573,0987561482,9807562280,0642561759,8981562121,4927562604,8245560171,4337559871,8323561928,45428570925,9888570166,6888567504,6318566698,8288566020,748565397,3848569671,8488567786,2968566251,571Via Pituaçu (Sussuarana), ponte de ferro, próximo ao trevo.Via Pituaçu (Nova Sussuarana), Beira Rio próximo ao campo de futebol.Acesso pela Rua da Bolandeira, Pituaçu (Barrag<strong>em</strong>).Imbuí (encapsulada antes da coleta de amostra <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> chuvoso)Boca <strong>do</strong> RioBoca <strong>do</strong> RioBeiru/Tancre<strong>do</strong> NevesNarandibaImbuíFigura 01. Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu) e localização <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água176 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 177


A figura 02 apresenta os resulta<strong>do</strong>s de Coliforme Termotolerantescom os maiores valores nas estações PIT08 e PIT06 na campanhapiloto e com valores acima <strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução n. CO-NAMA 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2 nas estações PIT01, PIT02,PIT07, PIT08, PIT09, PIT05 e PIT06 na campanha de perío<strong>do</strong> seco. Aestação PIT03, que apresentou os menores valores nas campanhas,está localizada na represa de Pituaçu.765praticamente to<strong>das</strong> as estações, com valores eleva<strong>do</strong>s nas estaçõesPIT08, PIT07, PIT01, PIT02 e PIT06.4003007A figura 08 mostra o comportamento <strong>das</strong> concentrações de FósforoTotal nas estações de coleta de amostras de água no perío<strong>do</strong> chuvosoe no perío<strong>do</strong> seco, que ultrapassam 0,1mg/L, valor estabeleci<strong>do</strong>na Resolução CONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2, excetona estação PIT03, sen<strong>do</strong> que as menores concentrações ocorr<strong>em</strong> noperío<strong>do</strong> chuvoso, devi<strong>do</strong> ao aporte de água <strong>das</strong> chuvas.43200521001010N =481Figura 02. Coliformes Termotolerantes na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras(e Pituaçu)PILOTOCHUVOSOSECOFigura 04. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de OD (mg/L) naBacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu) nas 3 Campanhas-100N =8PILOTOFigura 06. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de DBO (mg/L) naBacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu) nas 3 Campanhas8CHUVOSO8SECOFigura 08. Fósforo Total na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu)Segun<strong>do</strong> o Índice de Qualidade <strong>das</strong> Águas - IQA, <strong>das</strong> estaçõesmonitoriza<strong>das</strong> nos Rios <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu), as estações PIT01,PIT02, PIT07, PIT08, PIT09, PIT05 e PIT06 são classifica<strong>das</strong> na categoriaPéssimo para a campanha de perío<strong>do</strong> seco e na categoria Ruimna campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso. Já na estação PIT03, a classificaçãose mantém na categoria Boa, tanto na campanha de perío<strong>do</strong> secocomo na de perío<strong>do</strong> chuvoso, como mostra a figura 09.Figura 03. OD na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu)A figura 03 mostra a concentração de OD menor que 5,0mg/L <strong>em</strong>praticamente to<strong>das</strong> as estações, violan<strong>do</strong> ao estabeleci<strong>do</strong> na ResoluçãoCONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2, <strong>em</strong> exceto naPIT03 na campanha piloto.Figura 05. DBO na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu)Na campanha <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> seco, conforme mostram as figuras 05 e06, as concentrações de DBO ultrapassam 5mg/L, valor estabeleci<strong>do</strong>pela Resolução CONAMA n. 357/05, para águas <strong>do</strong>ces classe 2, <strong>em</strong>Figura 07. NitrogênioTotal na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu)Das estações monitoriza<strong>das</strong> no perío<strong>do</strong> chuvoso e no perío<strong>do</strong>seco, as maiores concentrações de Nitrogênio Total ocorreram nasestações PIT01, PIT02, PIT07 e PIT08, conforme mostra a figura 07.Figura 09. IQA nas estações da Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu)178 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 179


Os bairros inseri<strong>do</strong>s nessa Bacia são atendi<strong>do</strong>s pelo Sist<strong>em</strong>a deEsgotamento Sanitário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Exist<strong>em</strong> ligações clandestinasde esgoto à rede pluvial, <strong>em</strong> função de dificuldades topográficas, resistênciapor parte de cidadãos <strong>em</strong> conectar seus imóveis à rede coletorade esgotamento sanitário, ocupação desordenada, com a existênciade imóveis sobre galerias e canais de drenag<strong>em</strong> (como, porex<strong>em</strong>plo, a ocupação <strong>do</strong> canteiro central da Av. Edgard Santos), <strong>em</strong>fun<strong>do</strong>s de vale e encostas geran<strong>do</strong> dificuldades de implantação darede coletora de esgoto, além de reformas e ampliações de imóveiss<strong>em</strong> a devida regularização junto à Prefeitura Municipal.Visan<strong>do</strong> conhecer a vazão <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras, realizou-se tambéma medição de descarga líquida <strong>em</strong> uma estação (PIT 05), situada naRua da Mangabeira, Imbuí, coordena<strong>das</strong> geográficas Latitude 38º 25’37,9” e Longitude 12º 58’ 14,83”, <strong>em</strong> 14/08/2008 (T<strong>em</strong>po Chuvoso),que apresentou como resulta<strong>do</strong> da primeira medição Q1=0,506m 3 /se Q2=0,464m 3 /s, com uma vazão média, Qm=0,485m 3 /s.No momento de realização da medição de vazão foi coletadaamostra de água para análise de qualidade, o que permitiu o cálculoda carga no Rio (estação PIT05), apresentada na tabela 01, paraos parâmetros DBO5, Nitrogênio Total e Fósforo Total.Tabela 01. Resulta<strong>do</strong>s <strong>das</strong> medições de vazão e <strong>das</strong> cargas de DBO5, Nitrogênio Total e Fósforo TotalEstaçãoPIT 05VazãoMédia m 3 /s0,506DBO5mg/L17,3DBO5t/dia8,75NitrogênioTotal mg/L N14,3NitrogênioTotal t/dia0,62FósforoTotal mg/L P1,9FósforoTotal t/diaAtualmente estão sen<strong>do</strong> executa<strong>das</strong> obras de extensão de rede coletora de esgotamento sanitário e ligações intra<strong>do</strong>miciliares nos bairrosinseri<strong>do</strong>s nessa bacia, objetivan<strong>do</strong> a melhoria da qualidade ambiental.Vale ressaltar que esses valores de carga são indicativos apenas de uma data e somente ilustrativos, consideran<strong>do</strong>-se a necessidade dese analisar resulta<strong>do</strong>s qualitativos e quantitativos de uma série histórica, para uma representatividade da realidade da Bacia.0,08Vale <strong>do</strong> Rio CachoeirinhaFoto: Adriano Negreiros, 2009180 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 181


PORTO SECO PIRAJÁPorto Seco Pirajá é um bairro tipicamente industrial, situa<strong>do</strong> àsmargens da Ro<strong>do</strong>via BR-324, destina<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> o Decreto 5.105de março de 1977, a atividades comerciais, industriais e de serviços.O projeto de construção de uma área tipicamente industrial partiu danecessidade de retirar-se <strong>do</strong> centro da cidade o movimento de cargae descarga <strong>das</strong> pequenas e médias <strong>em</strong>presas.Construí<strong>do</strong> nas terras da antiga Fazenda Pirajá, durante a suaexecução, os trabalha<strong>do</strong>res recruta<strong>do</strong>s para levantar este <strong>em</strong>preendimentoforam <strong>do</strong> local e, até hoje, grande parte <strong>das</strong> pessoas quetrabalha na área mora <strong>em</strong> suas imediações. Nele localizam-se grandes<strong>em</strong>presas como Tec Mar Transportes, VEDACIT, M Dias Branco,White Martins, Sama Auto Peças e a San R<strong>em</strong>y Transportese Logística.Porto Seco Pirajá t<strong>em</strong> aproximadamente uma população de 1.550habitantes, o que corresponde a 0,06% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,concentra 0,06% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,91% <strong>do</strong>s chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, 36,37% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Ortofotos SICAD / PMS, 2006Área Industrial de Porto Seco de PirajáDescrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BR-324. Desse ponto segue pelos limites <strong>do</strong> Centro de Distribuição <strong>do</strong> Wal Mart, inclusive, até a Rua <strong>do</strong>s Franciscanos. Segue até a sua interseção com a Rua <strong>do</strong>s Cursilhistas, até sua confluência com a Rua Genaro de Carvalho.Segue até o seu cruzamento com a Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua da Bolívia. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Ro<strong>do</strong>via BR-324, por onde segue até o ponto de início da descrição<strong>do</strong> limite desse bairro.182 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 183


GRANJAS RURAIS PRESIDENTE VARGASGranjas Rurais Presidente Vargas é um bairro pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>enteindustrial que surgiu no início da década de 1950. Constituiuseno primeiro <strong>em</strong>preendimento imobiliário projeta<strong>do</strong> para ocupaçãoindustrial e serviços conexos.Este loteamento contribuiu para a ocupação da Ro<strong>do</strong>via BR–324e seu entorno com aglomera<strong>do</strong>s espontâneos e planeja<strong>do</strong>s. Nele localiza-seuma <strong>das</strong> nascentes <strong>do</strong> Rio Pituaçu.Segun<strong>do</strong> Jorge Campelo Leão, mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro há sete anos,a configuração <strong>do</strong> local pouco mu<strong>do</strong>u, continua um lugar s<strong>em</strong> escolase Associação de Mora<strong>do</strong>res, o transporte é distante e t<strong>em</strong> umcomércio deficiente; aos <strong>do</strong>mingos, são os mora<strong>do</strong>res que organizamum mutirão e limpam as ruas <strong>do</strong> lugar. Por outro la<strong>do</strong>, ele avaliaque Granjas Rurais é um bairro calmo, s<strong>em</strong> violência e com umaRua da In<strong>do</strong>nésiaforte convivência familiar, “t<strong>em</strong> muita gente aqui que é da mesma família”,diz Leão.Apesar de ser um lugar marca<strong>do</strong> por indústrias como, Moinho deSergipe e Gitirana Guin<strong>das</strong>tes, Jorge Leão afirma que os mora<strong>do</strong>reslocais não trabalham nas <strong>em</strong>presas <strong>do</strong> bairro e que a relação estabelecidacom elas é bastante difícil. ”Há pouco t<strong>em</strong>po uma <strong>em</strong>presa d<strong>em</strong>inério perfurou um mina<strong>do</strong>uro, algo assim, e esburacou a rua. Levamosa situação até a <strong>em</strong>presa e eles disseram que não tinham nadahaver com isso, fomos à prefeitura e lá disseram que era responsabilidadeda <strong>em</strong>presa, ficamos muito t<strong>em</strong>po com a rua desse jeito”.Granjas Rurais Presidente Vargas possui uma população de 947habitantes, o que corresponde a 0,04% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,concentra 0,04% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 29,10% <strong>do</strong>s chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 30,33%<strong>do</strong>s chefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Tonny Bittencourt, 2009Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Ro<strong>do</strong>via BR-324 e a Rua da Bolívia, por onde segue até Avenida Eliomar Baleeiro, até alcançar a Rua da Etiópia. Segue até alcançar a Rua da Alegria, por onde segue até a Via Pituaçu, seguin<strong>do</strong> até o Rio Piuaçu, até alcançara Rua Mariazumba. Segue até seu cruzamento com Rua <strong>do</strong> Nepal, por onde segue até o cruzamento da Rua da Nigéria e a Avenida Cardeal Avelar Brandão Vilela, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua da Estação Nova Esperança, próximo a EstaçãoPirajá, inclusive. Segue nesta até a Ro<strong>do</strong>via BR-324, seguin<strong>do</strong> por esta via até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.184 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 185


JARDIM CAJAZEIRASSegun<strong>do</strong> Maria Rivaneide de Araújo, coordena<strong>do</strong>ra da CrecheComunitária Menino <strong>do</strong> De<strong>do</strong> Verde e representante da IrmandadeReligiosa Medianeiras da Paz, o bairro Jardim Cajazeiras na décadade 1960, “compreendia três fazen<strong>das</strong> e uma área <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>”.Ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, ocupações espontâneas provocaram neste localuma série de conflitos entre os m<strong>em</strong>bros da PolíciaMilitar e mora<strong>do</strong>res que então se firmavam na área.José Dias de Sales, presidente da Associação deMora<strong>do</strong>res de Jardim Cajazeiras - AMOJAC, conta:“havia um policial que administrava essa área daPM. Alguém construía, ele mandava derrubar. Traziagente da Prefeitura para derrubar casas já prontas.Foi um sufoco dana<strong>do</strong>, até a coisa acontecer, muitagente sofreu. Somente quan<strong>do</strong> a PM começou aconstruir casas aqui para cabos e solda<strong>do</strong>s, foi queo povão que já estava aqui se acomo<strong>do</strong>u”.Neste t<strong>em</strong>po, Jardim Cajazeiras não tinha águaencanada, luz elétrica e transporte público, ”tu<strong>do</strong>isso foi consegui<strong>do</strong> com muita luta da comunidade”,afirma José Sales. Desse mo<strong>do</strong>, não é um acaso,a existência neste bairro de diferentes organizaçõessociais, assim como de líderes comunitárioscom distintos perfis. Já atuaram no bairro: o Núcleode Direitos Humanos; as Irmãs Campostrinie os Padres Combonianos, que ao la<strong>do</strong> dacomunidade construíram a igreja local. Hoje estãopresentes: a Associação de Mora<strong>do</strong>res de JardimCajazeiras e a Irmandade Religiosa Medianeirasda Paz, cuja principal ação é voltada para criançase a<strong>do</strong>lescentes – objetivan<strong>do</strong> afastá-las <strong>do</strong> caminho<strong>das</strong> drogas e da violência.Para Sales, a grande cajazeira que dá nomeao bairro é a referência dessa comunidade, quese vê mobilizada no <strong>do</strong>mingo de carnaval quan<strong>do</strong>um grupo chama<strong>do</strong> As Inocentes (homens vesti<strong>do</strong>sde mulher) faz brincadeiras pelas ruas afora.Destaca-se neste bairro o Colégio Estadual Deputa<strong>do</strong>Rogério Rego.Segun<strong>do</strong> Araújo, corria no bairro “um rio quecom o passar <strong>do</strong>s anos foi secan<strong>do</strong> e não pode serFoto: Danilo Bandeiraconsidera<strong>do</strong> mais, um rio. Virou um terreno encharca<strong>do</strong>, um charco.Se cavar, com certeza encontra água”.Jardim Cajazeiras possui uma população de 8.601 habitantes,o que corresponde a 0,35% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,33% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,62% <strong>do</strong>s chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 36,68% <strong>do</strong>s chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Rua Luciano GomesDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Pastor Rodrigues Santana. Segue por este até o Rio Pituaçu, por onde segue até a Rua Local II, por onde segue até o seu cruzamento com a Via Pituaçu, por ondesegue até Rua da Alegria, por onde segue até sua interseção com a Rua da Etiópia. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.186 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 187


PAU DA LIMADiz-se que na década de 1930, na região quedeu orig<strong>em</strong> ao bairro Pau da Lima, existiam apenascinco casas de taipa, “uma aqui, outra ali, outra b<strong>em</strong>distante...”. Seu povoamento ocorreu quan<strong>do</strong> os lotesda Fazenda Pau da Lima foram arrenda<strong>do</strong>s e novasfamílias começaram a habitar o local. O crescimento<strong>do</strong> bairro está associa<strong>do</strong> à consolidação daocupação <strong>do</strong> centro geográfico de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, atravésda expansão de ocupações espontâneas.Pau da Lima começou a formar-se nos anoscinquenta e, segun<strong>do</strong> Gilberto Fonseca, presidente<strong>do</strong> Conselho Fiscal da Associação <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>resde Pau da Lima – AMPLI, o nome <strong>do</strong> bairrofoi da<strong>do</strong> por um grupo de mora<strong>do</strong>res, que residiano local neste t<strong>em</strong>po, e se deve à existênciade pés de lima na região. Há ainda outra versãoque associa o nome <strong>do</strong> bairro ao nome da fazendaque lhe deu orig<strong>em</strong>.Hoje localiza<strong>do</strong> no “miolo” de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, Pau daLima é corta<strong>do</strong> pelo Rio Pituaçu e t<strong>em</strong> entre seusprincipais equipamentos públicos o Colégio EstadualMaria Amélia, o Colégio Estadual SociedadeFraternal, o Colégio Alvorada, a Unidade O<strong>do</strong>ntológicaMunicipal, a 10ª Delegacia de Polícia eo Balcão de Justiça e Cidadania.Para Fonseca, as principais referências <strong>do</strong> bairrosão o Centro Espírita Mansão <strong>do</strong> <strong>Caminho</strong>, umainstituição muito presente na vida cotidiana da comunidade,que “ajuda muito nossas mães” e a IgrejaNossa Senhora Auxilia<strong>do</strong>ra, na qual, to<strong>do</strong> ano seorganiza a Festa de Nossa Senhora Auxilia<strong>do</strong>ra.Outro evento importante é a Passeata da ConsciênciaNegra, que mobiliza to<strong>do</strong> o bairro.Pau Lima possui uma população de 23.616 habitantes,o que corresponde a 0,97% da populaçãode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,94% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade,estan<strong>do</strong> 20,87% <strong>do</strong>s seus chefes de famílias<strong>em</strong> rendimento. No que se refere à escolaridade,constata-se que 34,20% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliatêm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Danilo BandeiraIgreja Nossa Senhora Auxilia<strong>do</strong>raDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até 1ª Vila São José, por onde segue até o seu cruzamento com a Vila São José, por onde segue até alcançar a Travessa 2 de Julho de Vila Canária, por onde segue até sua confluência com a TravessaSão Pedro, por onde segue até o leito <strong>do</strong> Rio Cambunas, por onde segue até alcançar a Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua da Ascensão. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até alcançar o Rio <strong>do</strong> Coroa<strong>do</strong>, poronde segue a jusante pelo vale. Segue até alcançar a Rua Jayme Vieira Lima, próximo a Escola Municipal Roberto Correia, inclusive. Daí segue até o Largo de Pau da Lima. Segue até a sua interseção com a Rua São Marcos, por onde segue até oseu cruzamento com a Rua São Benedito de Pau da Lima, por onde segue até sua confluência com a Rua Local –1, por onde segue até a Via Pituaçu. Segue pr este, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Local II, por onde segue até o RioPituaçu, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua Pastor Rodrigues Santana, por onde segue até o seu cruzamento com Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.188 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 189


SUSSUARANAConforme Luiz Eduar<strong>do</strong> Dórea, autor <strong>do</strong> livro “História de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>nos nomes <strong>das</strong> suas ruas”, nas matas nas quais surgiram o bairrode Sussuarana, eram numerosos os ex<strong>em</strong>plares de suçuarana,também conheci<strong>do</strong>, segun<strong>do</strong> Edelweiss, como jaguaruna, leão-baio,onça-parda e onça-vermelha. O nome <strong>do</strong> bairro seria, assim, umareferência a este animal.Da imensa vegetação que um dia fora abrigo da suçuarana poucorestou. Entretanto, Raimun<strong>do</strong> José Silva Santos, líder comunitáriode Sussuarana, ainda l<strong>em</strong>bra <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que o bairro era compostopor “chácaras e fazen<strong>das</strong> de ga<strong>do</strong> com muitos pés de caju e jenipapo.Onde é hoje o Conjunto Habitacional Sussuarana, chamávamos de‘roça <strong>do</strong> velho’ lá havia cobras e muitos animais peçonhentos”.O líder comunitário conta que as fazen<strong>das</strong> começaram a ser desm<strong>em</strong>bra<strong>das</strong>nas déca<strong>das</strong> de quarenta e cinquenta. Todavia, esta áreacomeçou a ser mais densamente povoada com as ocupações espontâneasposteriores <strong>do</strong> Loteamento Jardim Guiomar. Neste t<strong>em</strong>po,“a maioria <strong>das</strong> casas era de taipa, não tinha luz elétrica e n<strong>em</strong> águaencanada, comprávamos água no burrinho, até surgir o chafariz deseu Martins”.Em Sussuarana está uma <strong>das</strong> nascentes <strong>do</strong> Rio Pituaçu e a nascente<strong>do</strong> Rio Cachoeirinha, o que faz Santos l<strong>em</strong>brar <strong>do</strong>s cursosd’águas que corriam no local: “nossas mães lavavam roupas nos riose não poluíam, pois as águas eram muito fortes e renováveis. Hojeé uma rede de esgoto, há manilhas no rio. A gente ouvia o som <strong>das</strong>águas. Hoje, o Rio Pituaçu, nosso rio, virou um esgoto”.Segun<strong>do</strong> Santos, neste bairro exist<strong>em</strong> diferentes movimentos culturaisque organizam eventos isoladamente. “Em 2008, criamos o Dia<strong>do</strong> Abraço ao Posto de Saúde, pois, abraçan<strong>do</strong> este equipamento,abraçamos to<strong>do</strong> o bairro”. Dentre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairroestão: a Creche Cecy Andrade, a Escola Municipal Maximinianoda Encarnação e o Colégio Estadual Daniel Comboni,Sussuarana possui uma população de 23.423 habitantes, o quecorresponde a 0,96% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,92%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,03% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 33,02% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Vale <strong>do</strong> Rio Pituaçu, 2009Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na Via Pituaçu, por onde segue até o Rio Pituaçu, por onde segue até alcançar a Rua Moisés Mendes, por onde segue até o seu cruzamento com a Avenida Ulysses Guimarães, por onde segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis da Rua Janaínae transversais, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao vale até alcançar o Rio Cachoeirinha ou da Prata, seguin<strong>do</strong> pelo vale, até alcançar a Avenida Cardeal Avelar Brandão Villela, por onde segue até o afluente <strong>do</strong> Rio Pituaçu, por onde segue até alcançar a RuaSantíssima Trindade, por onde segue até o seu cruzamento com a Via Pituaçu no ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.190 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 191


NOVO HORIZONTE“Quan<strong>do</strong> cheguei com minha família, o bairro Novo Horizonteainda fazia parte de Sussuarana. Com a chegada de mais pessoas,nos organizamos através de uma associação de mora<strong>do</strong>res, e apartir de então começamos nos mobilizar <strong>em</strong> busca de melhorias”,diz José Silvino Gonçalves <strong>do</strong>s Santos, presidente <strong>do</strong> Conselho deMora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Novo Horizonte.Segun<strong>do</strong> o presidente <strong>do</strong> Conselho, há 11 anos foi feito um plebiscitoentre os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> local para escolher o nome <strong>do</strong> novo bairroque ora se formava. Na oportunidade, três nomes foram apresenta<strong>do</strong>s:Novo Horizonte, Bairro Guará e Sol Nascente. Novo Horizontefoi o mais vota<strong>do</strong> e escolhi<strong>do</strong> para batizar o novo bairro.Definida a identidade <strong>do</strong> bairro, o próximo passo, segun<strong>do</strong> Santos,foi a busca de melhorias para o local: “passamos a verificar ascarências, começamos a ir <strong>em</strong> busca <strong>do</strong>s serviços públicos básicos:transporte, escola, posto de saúde... Fiz<strong>em</strong>os manifestações,ofícios, entramos <strong>em</strong> contato com secretarias e conseguimos algumascoisas...” entre elas, a única escola <strong>do</strong> local, a Escola MunicipalNovo Horizonte.Os nomes <strong>das</strong> ruas de Novo Horizonte, segun<strong>do</strong> José Silvino, estãodiretamente relaciona<strong>do</strong>s à realidade <strong>do</strong> local. Ele conta que <strong>em</strong>uma determinada rua tinha um rapaz com o apeli<strong>do</strong> de Jacaré, daío nome Rua <strong>do</strong> Jacaré, <strong>em</strong> outra, prestou-se homenag<strong>em</strong> a umagarota deficiente física, assim a rua passou a chamar-se Rua Estela.T<strong>em</strong> ainda a Rua Guará, pois imaginava-se que existia um guaráneste local, muitas outras ruas também levam o nome <strong>do</strong>s primeirosmora<strong>do</strong>res.Neste perío<strong>do</strong>, ele conta que a comunidade foi descobrin<strong>do</strong> a históriada região. A primeira mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> local, Dona Julieta, e o Sr.Antônio, conheci<strong>do</strong> como “Capoeira”, costumavam falar sobre antigasreferências <strong>do</strong> local. Ela falava muito <strong>do</strong> Rio da Prata, que divideNovo Horizonte <strong>do</strong> bairro Arenoso e <strong>do</strong> Rio Orifugi, limite entreo Centro Administrativo da Bahia - CAB e o Novo Horizonte,no vale situa<strong>do</strong> atrás <strong>do</strong> Tribunal de Justiça e da antiga <strong>Secretaria</strong>de Educação.Para Dona Julieta, o Rio da Prata t<strong>em</strong>esse nome porque a água era bastante cristalinae diziam que nele tinha muita prata.Já o Rio Orifugi, nome da<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>resmais velhos, através de suas nascentes,formava-se uma fonte que a comunidadecostumava chamar de bica. Muitodegradada atualmente, esta bica já foi umimportante espaço de lazer para a comunidade“nos finais de s<strong>em</strong>ana, famílias inteirasiam para lá fazer piquenique e se banhar”,a prova disso, é que é muito comumque diversos mora<strong>do</strong>res tenham diferenteshistórias a contar sobre esta bica.Novo Horizonte é forma<strong>do</strong> por uma populaçãode 6.520 habitantes, o que correspondea 0,27% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,concentra 0,26% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade,estan<strong>do</strong> 27,10% <strong>do</strong>s chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de1 a 2 salários mínimos. No que se refereà escolaridade, constata-se que 37,12%<strong>do</strong>s seus chefes de família têm até 4 a 7anos de estu<strong>do</strong>s.COINF / SEDHAM/ PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Ulysses Guimarães, por onde segue até alcançar leito <strong>do</strong> Rio Cachoeirinha ou da Prata, por onde segue até sua confluência com o Rio Orifugi, por onde segue pelo vale até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.192 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 193


NOVA SUSSUARANASegun<strong>do</strong> Aloísio Ferreira Dias, funda<strong>do</strong>r e diretor da Escola ComunitáriaSanta Izabel e da Associação e Creche Santa Izabel,o bairro de Nova Sussuarana é a segunda etapa <strong>do</strong> bairro de Sussuarana.Ele conta que o local começou a ser povoa<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> osdesabriga<strong>do</strong>s de uma grande ocupação incendiada foram leva<strong>do</strong>spara essa área.Em suas antigas l<strong>em</strong>branças, quan<strong>do</strong> Nova Sussuarana foiformada, quase não havia mora<strong>do</strong>res; não tinha energia elétrica,linha de ônibus regular e água encanada, a comunidade utilizavaa água <strong>do</strong> mina<strong>do</strong>uro conheci<strong>do</strong> como “olho d’água”. As ruasnão eram asfalta<strong>das</strong> e só existia uma escola, a Escola Ruth Pacheco.Atualmente, entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão,além da Escola Ruth Pacheco, a Escola Municipal Jesus de Nazaré,a Escola Comunitária Santa Izabel, a Escola Moderna SantaIzabel, também comunitária e o Fórum Teixeira de Freitas.O Rio Pituaçu passa nas imediações deste bairro durante o seucurso <strong>em</strong> direção à represa de mesmo nome.Nova Sussuarana possui uma população de 11.015 habitantes, o quecorresponde a 0,45% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,39% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 31,07% <strong>do</strong>s chefes de família s<strong>em</strong> rendimentos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 36,48% <strong>do</strong>schefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Vale <strong>do</strong> Rio Pituaçu, 2009Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na Via Pituaçu, por onde segue até alcançar o muro <strong>do</strong> DNOCS, exclusive. Segue contornan<strong>do</strong> o muro, até alcançar a Avenida Ulysses Guimarães, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Moisés Mendes. Segue por este logra<strong>do</strong>uroaté o Rio Pituaçu, por onde segue até alcançar a Via Pituaçu, no ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.194 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 195


CENTRO ADMINISTRATIVOO Centro Administrativo da Bahia - CAB é um bairro de usopre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente institucional, onde se localiza a maior parte <strong>das</strong>secretarias e órgãos de Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia, como a Ass<strong>em</strong>bléiaLegislativa e o Tribunal de Justiça. Em suas imediaçõespassa o Rio Pituaçu.O CAB foi inaugura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1973, <strong>em</strong> uma área cuja maioria <strong>das</strong>terras pertencia a Adilson Ataíde da Fonseca. Segun<strong>do</strong> Ivan Barbosa,engenheiro civil, coordena<strong>do</strong>r de fiscalização e supervisor geral<strong>das</strong> obras de edificação <strong>do</strong> CAB, a implantação <strong>do</strong> Centro Administrativona Avenida Luiz Viana Filho, mais conhecida como AvenidaParalela justificou-se na década de setenta, porque o Centro daCidade dava sinais de fadiga.A expansão <strong>em</strong> direção ao “Miolo” de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> era o movimentonatural. A Paralela, com apenas uma pista, colocava a possibilidadede polarização e crescimento da cidade <strong>em</strong> direção ao Norte.Barbosa avalia que o CAB teve uma participação muito importanteno desenvolvimento da cidade, uma vez que após a sua implantaçãoapareceu o Shopping Iguat<strong>em</strong>i e bairros como o <strong>Caminho</strong><strong>das</strong> Árvores.Ivan BarbosaHoje o CAB está situa<strong>do</strong> <strong>em</strong> área com grande concentração debairros ocupa<strong>do</strong>s pela população situada nas menores faixas derenda, entr<strong>em</strong>eada por usos e ocupações de padrão de renda elevada.Para Ivan Barbosa, ”o Centro Administrativo da Bahia foi umprojeto importante, que cumpriu seu papel, mas que precisa passarpor uma repaginação, uma vez que estão postas novas d<strong>em</strong>an<strong>das</strong><strong>do</strong>s usuários como também <strong>do</strong>s bairros <strong>do</strong> seu entorno. É precisoum reestu<strong>do</strong> <strong>do</strong> ponto de vistaurbano, principalmente quantoà acessibilidade ao CAB. Hoje, aParalela já passa por sérios probl<strong>em</strong>asno trafego e corre-se o riscode criar situações de estrangulamentos<strong>em</strong>elhantes ao existentesno antigo Centro na décadade setenta.”O Centro Administrativo possuiuma população de 1.575 habitantes,o que corresponde a 0,06%da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,07% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade,estan<strong>do</strong> 20,31% <strong>do</strong>s chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa derenda mensal de meio a 1 saláriomínimo. No que se refere à escolaridade,constata-se que 28,92%<strong>do</strong>s chefes de família têm de 11Edifício Balança – CAB a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Tonny Bittencourt, 2009Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Luís Viana, por onde segue até a Via Pituaçu, segue pela encosta até alcançar o muro <strong>do</strong> DNOCS, inclusive. Segue <strong>em</strong> linha reta até a Avenida Ulysses Guimarães, por onde segue <strong>em</strong> direção ao Rio Orifugi, seguin<strong>do</strong> leito <strong>do</strong> mesmoa jusante até a sua confluência com o Rio da Cachoeirinha ou da Prata, por onde segue até alcançar a Avenida Luís Viana, até alcançar o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.196 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 197


BEIRU/TANCREDO NEVESSegun<strong>do</strong> o Pai Pequeno <strong>do</strong> Terreiro São Roque, Edson AraújoLage, o bairro Beiru/Tancre<strong>do</strong> Neves está situa<strong>do</strong> nas terras <strong>do</strong> quefora no século XIX a Fazenda Campo Seco. O pai pequeno explicaque uma área desta fazenda chamada de Capoeirão, teria si<strong>do</strong> <strong>do</strong>ada<strong>em</strong> 1845, pela família Silva Garcia a um ex-escravo, de orig<strong>em</strong>iorubá, Gbeiru que a partir de então, tornou-se o responsável pelaadministração de toda a terra.O sucesso de sua administração fez <strong>do</strong> lugar um quilombo, ondenegros libertos e fugi<strong>do</strong>s eram abriga<strong>do</strong>s. Com a morte <strong>do</strong> ex-escravo(Araújo Lage estima que tenha si<strong>do</strong> no final <strong>do</strong> século XIX), a áreaque ele <strong>do</strong>minava tornou-se a Fazenda Beiru. A atual configuração<strong>do</strong> bairro só começou a delinear-se na década de vinte, quan<strong>do</strong> partedessas terras foram adquiri<strong>das</strong> por José Evangelista de Souza quearren<strong>do</strong>u-as, dividin<strong>do</strong> <strong>em</strong> vários lotes. A partir daí, toda a região ficouconhecida como Beiru.A mudança <strong>do</strong> nome para Tancre<strong>do</strong> Neves ocorreu após um plebiscito<strong>em</strong> 1985, ocasião <strong>em</strong> que o presidente da República, Tancre<strong>do</strong>Neves, morreu. Conforme Dionísio Juvenal, à época presidente<strong>do</strong> Conselho de Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Beiru, entre os motivos que levarama população local a rebatizar o bairro, a analogia feita entre oEscola Estadual Zumbi <strong>do</strong>s Palmaresnome Beiru, a violência da região e as possibilidades de rimas “imorais”que a terminação da palavra sugeria.Porém, <strong>em</strong> 2005, o Fórum Comunitário <strong>em</strong> Defesa <strong>do</strong> Beirulançou uma campanha reivindican<strong>do</strong> a mudança <strong>do</strong> nome <strong>do</strong> bairropara o que foi outrora Beiru.Segun<strong>do</strong> Ari Alves, presidente da Associação Ari Alves, o momento<strong>em</strong> que to<strong>do</strong> o bairro se mobiliza é no último sába<strong>do</strong> de set<strong>em</strong>bro, quan<strong>do</strong>a Escola Nova Infância faz uma apresentação de personagens históricosbrasileiros como, por ex<strong>em</strong>plo, José Bonifácio e D. Pedro I. “É umarepresentação que costuma reunir cerca de dez mil pessoas no bairro.Outras 1.600 pessoas participam entre ban<strong>das</strong> e alunos, ocorr<strong>em</strong> desfilesde ban<strong>das</strong> marciais e grupos de fanfarra”, diz Alves.Para Ari Alves, a m<strong>em</strong>ória <strong>do</strong> negro Beiru está entre as referências<strong>do</strong> bairro que t<strong>em</strong> entre seus principais equipamentos públicos,a 11º Delegacia de Policia, o Colégio Estadual Edval<strong>do</strong> Fernandes,a Escola Estadual Zumbi <strong>do</strong>s Palmares, e o Colégio EstadualLuís Eduar<strong>do</strong> Magalhães.Beiru/Tancre<strong>do</strong> Neves possui uma população de 45.279 habitantes,o que corresponde a 1,85% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra1,81% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,44% <strong>do</strong>s chefes defamília situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 33,07% <strong>do</strong>s chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Cardeal Avelar Brandão Vilella, de onde segue até alcançar o Rio Cachoeirinha ou da Prata, por onde segue até alcançar a Travessa São Jorge da Bela Vista, por onde segue até o cruzamento com a Rua São Jorge da Bela Vista.Segue até a Rua São José, por onde segue até a Rua Manoel Rufino. Segue até alcançar a linha de transmissão até alcançar a Rua Mário de Aleluya Rosa, por onde segue até a Rua São Jorge de Tancre<strong>do</strong> Neves, e Rua Filomena. Segue até alcançara Rua Santa Tereza, por onde segue até a Rua Ari Alex Brust, por onde segue até a Rua Joana Rosa Texeira. Segue nesta via até o Rio <strong>do</strong> Saboeiro, por onde segue pela encosta até alcançar a a Rua Asteca e a Travessa Asteca, por onde segueo cruzamento com a Rua Corina Barra<strong>das</strong>, por onde segue até a Estrada <strong>das</strong> Barreiras. Segue nesta até seu cruzamento com a Avenida Cardeal Avelar Brandão Vilella, até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.198 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 199


ENGOMADEIRAMora<strong>do</strong>res mais antigos <strong>do</strong> bairro da Engomadeira, como Antonietada Conceição Souza Santos, presidente <strong>do</strong> Conselho deMora<strong>do</strong>res da Engomadeira (COMOBE), costumam afirmar que aação f<strong>em</strong>inina foi decisiva na formação <strong>do</strong> bairro, já que para elesforam as lavadeiras e engomadeiras da região que renderam ao lugaro atual batismo.Antonieta da Conceição conta que havia um grupo de mulheresque lavavam e engomavam as roupas <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Quartel <strong>do</strong>19º Batalhão de Caça<strong>do</strong>res e por isso receberam o título de melhoreslavadeiras e engomadeiras da região. Quan<strong>do</strong> a Prefeitura Municipalde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> implantou os serviços de água e luz, os mora<strong>do</strong>rescomeçaram a chamar o bairro de Engomadeira. Entretanto, umanova geração sugere outra explicação para o nome <strong>do</strong> bairro. “Engomadeira”teria orig<strong>em</strong> na palavra de orig<strong>em</strong> bantu “ngoma”, quesignifica tambor no can<strong>do</strong>mblé de Angola.O acelera<strong>do</strong> crescimento urbano <strong>do</strong> bairro desenhou ao longo <strong>do</strong>t<strong>em</strong>po uma paisag<strong>em</strong> que hoje não l<strong>em</strong>bra <strong>em</strong> nada o que foi o localaté mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX, quan<strong>do</strong> era forma<strong>do</strong> por fazen<strong>das</strong> de coronéise chácaras onde se praticava a agricultura de subsistência.Antonieta da Conceição Santos diz que quan<strong>do</strong> chegou ao bairrona década de 1970, ainda encontrou um pouco deste cenário, “tinhaum chafariz no final de linha onde as pessoas pegavam água eaqui era forra<strong>do</strong> de mangueiras, jaqueiras, to<strong>do</strong> tipo de fruta. L<strong>em</strong>bro-meque alcancei na fronteira com Tancre<strong>do</strong> Neves, uma casa defarinha - desativada é claro”.As grandes festas <strong>do</strong> bairro encontram-se apenas na l<strong>em</strong>brança deseus mora<strong>do</strong>res. Antonieta Santos relata: “havia um evento da Prefeiturachama<strong>do</strong> ‘Boca de Brasa’, que acontecia <strong>em</strong> vários outros bairrostambém, tinha um concurso de novos talentos, no qual as meninasimitavam seus í<strong>do</strong>los, declamavam poesias e i<strong>do</strong>sos faziam quadrinha.O melhor da noite era escolhi<strong>do</strong> e depois disputava com as indica<strong>das</strong>de outros bairros, era muito legal... Mas acabou há muitos anos.A Fundação Gregório de Matos realizou <strong>em</strong> parceria com os mora<strong>do</strong>reshá <strong>do</strong>is anos, uma feira comunitária; a Prefeitura armava barracaspadroniza<strong>das</strong> e a comunidade apresentava o que tinha de bom,foi um trabalho maravilhoso... Aqui tambémjá houve o carnaval da Engomadeira, realiza<strong>do</strong>por um verea<strong>do</strong>r, qu<strong>em</strong> não ia para oCentro brincava assim mesmo”.Entre os principais equipamentos públicosdeste bairro estão a Escola MunicipalÁlvaro Franco da Rocha, a EscolaMunicipal Nizete Alves e a Escola Municipalda Engomadeira.No vale situa<strong>do</strong> entre o bairro de Engomadeirae Beiru/Tancre<strong>do</strong> Neves correo Rio Saboeiro, onde há uma cachoeirinha.Atualmente, o rio recebe uma cargaconsiderável de esgotos <strong>do</strong>mésticosda região.A Engomadeira possui uma populaçãode 10.841 habitantes, o que corresponde a0,44% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,42% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong>26,05% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade,constata-se que 34,23% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Escola Municipal da EngomadeiraCOINF / SEDHAM/ PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na encosta, por onde segue até alcançar o Rio Saboeiro, por onde segue contornan<strong>do</strong> o muro <strong>do</strong>s lotes que possu<strong>em</strong> frente para a Rua Miguel Santana e para a Rua da Engomadeira. Segue por esta via até o cruzamento com a Estrada <strong>das</strong>Barreiras, por onde segue até a 2ª Travessa São Francisco, por onde segue margean<strong>do</strong> o muro <strong>do</strong> Conjunto Residencial Maestro Wanderley, até alcançar o Rio Saboeiro, por onde segue até a Rua Capitão Tadeu, de onde segue <strong>em</strong> linha reta até oponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.200 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 201


ARENOSOConforme José Ney de Brito Santos, líder comunitário e diretorda Escola Luz e Vida, o bairro <strong>do</strong> Arenoso t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> <strong>em</strong> uma fazendachamada ‘Flor <strong>do</strong> Beirú’. “Segun<strong>do</strong> contam, os tataranetos<strong>do</strong> antigo proprietário da fazenda estavam <strong>em</strong> débito com o governo<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, que na época exigiu o pagamento da divida. O governodeterminou que caso não fosse efetua<strong>do</strong> o pagamento, tomariaas terras e <strong>do</strong>aria à população, e assim foi feito”. Entretanto, háqu<strong>em</strong> afirme que este bairro surgiu <strong>do</strong> desm<strong>em</strong>bramento de Beiru/Tancre<strong>do</strong> Neves.José Ney de Brito Santos explica que o bairro t<strong>em</strong> esse nomeporque no local tinha muito arenoso; era tão grande a quantidadeque “para construir não comprávamos n<strong>em</strong> arenoso n<strong>em</strong> areia lavada.Quan<strong>do</strong> chovia, escorria lá de cima areia lavada. Depois da pavimentação<strong>das</strong> ruas, não existe mais essa areia”.No Arenoso não existe nenhuma festa característica <strong>do</strong> bairro,no entanto, nas datas 2 de Julho e 7 de Set<strong>em</strong>bro, e na S<strong>em</strong>anada Primavera, as escolas públicas de Arenoso desfilam no bairro deBeiru/Tancre<strong>do</strong> Neves.Para o líder comunitário, a Escola Luz e Vida é uma grande referência<strong>do</strong> bairro. Ao la<strong>do</strong> da Escola Municipal Sergio Carneiro,da Escola Estadual Luiz Eduar<strong>do</strong> Magalhães e da Escola Municipal<strong>do</strong> Arenoso, compõe os principais equipamentos públicos deArenoso.Para Santos, a degradação ambiental <strong>das</strong> águas <strong>em</strong> Arenosoocorreu devi<strong>do</strong> ao aumento da população. “Jogaram os esgotos paraos rios e mataram-nos”. Nas áreas mais baixas <strong>do</strong> bairro, <strong>em</strong> pontosalagadiços, corre o rio Suvaco <strong>das</strong> Cobras.Arenoso possui uma população de 11.976 habitantes, o que correspondea 0,49% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,45% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 30,74% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de meio a 1 salário mínimo. No que serefere à escolaridade, constata-se que 38,23% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Transversal da Rua Reinal<strong>do</strong> Praxedes, 2009Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na confluência <strong>das</strong> Ruas Manoel Rufino e São José, por onde segue até alcançar a Travessa São Jorge da Bela Vista, por onde segue até no Rio Cachoeirinha ou da Prata, por onde segue até alcançar a 2ª Travessa Marluce Barreto Sales.Segue <strong>em</strong> direção a linha de transmissão, até a Rua Manoel Rufino, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua São Jose, que constitui o ponto de início da descrição deste bairro.202 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 203


CABULA VISegun<strong>do</strong> Paulo José de Macha<strong>do</strong> Ramalho, presidente da AssociaçãoDesportiva Cultural e Social <strong>do</strong> Cabula VI, o bairro <strong>do</strong> CabulaVI já foi parte de um quilombo, cujas terras, anos mais tarde, setornaram propriedade da família de José Camilo <strong>do</strong>s Santos. O bairroteve início a partir de um conjunto habitacional, <strong>em</strong> 1980, construí<strong>do</strong>pelo Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (que se chamava Conjunto ResidencialDeputa<strong>do</strong> Estadual Teodulo de Albuquerque).Embora o bairro seja <strong>do</strong>ta<strong>do</strong> de um dinâmico comércio, a infraestruturaurbana é considerada insuficiente pelos mora<strong>do</strong>res. Atualmente,não há nenhuma festa que mobilize os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> CabulaVI, no entanto, Macha<strong>do</strong> Ramalho recorda que era comum com<strong>em</strong>orara fundação <strong>do</strong> bairro.Conforme Ramalho, neste bairro existia muita água, “a represada Cachoeirinha aqui no Cabula VI, já abasteceu <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> hámais de 40 anos e hoje é uma represa poluída”; o Rio Bitifilim há28 anos era cristalino, hoje “é esgoto puro”.O Cabula VI t<strong>em</strong> entre seus principais equipamentos a IgrejaCatólica <strong>do</strong> Cabula VI, a Casa <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r, a Escola EstadualHeitor Villa Lobos, a Escola Estadual Elizabete Chaves Velosoe a Praça <strong>das</strong> Mangueiras, que para Paulo José de Macha<strong>do</strong>Ramalho é uma referência no local.O Cabula VI possui uma população de 7.180 habitantes, o quecorresponde a 0,29% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,33%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 30,45% <strong>do</strong>s chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 56,78% <strong>do</strong>s chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Vista <strong>do</strong> Cabula, 2009Foto: Adriano NegreirosDescrição resumida:Inicia-se na 3ª Travessa Marluce Barreto Sales, por onde segue até alcançar o Rio Cachoeirinha ou da Prata, por onde segue, atravessan<strong>do</strong> a Represa <strong>do</strong> Cachoeirinha, por onde segue até o muro da COELBA – Edifício Sede, exclusive, por onde segueaté alcançar o vale, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Avenida Edgard Santos. Segue nesta via até alcançar a linha de transmissão, até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.204 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 205


DORONO bairro <strong>do</strong> Doron teve orig<strong>em</strong> com a construção de um conjuntoresidencial, na década de 1980, pela antiga URBIS. Devi<strong>do</strong> à intensificaçãoda ocupação, novos pontos comerciais e de prestaçãode serviços que foram surgin<strong>do</strong> para suprir as necessidades da população.Com a as linhas próprias de ônibus, o local foi ganhan<strong>do</strong>autonomia e modifican<strong>do</strong> a sua configuração inicial.“Por volta de 1982, o Doron era visto como um conjunto de prédiosbaixos. Cerca<strong>do</strong>s de árvores por to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s, mais pareciauma cidadezinha <strong>do</strong> interior, com casas, umas sobre as outras. Nascercanias, algumas poucas barracas improvisa<strong>das</strong> abasteciam osmora<strong>do</strong>res e transeuntes”, ressalta Ailton Ferreira.O batismo <strong>do</strong> bairro é uma referência ao nome da construtora responsávelpelas obras <strong>do</strong> conjunto, a Construtora Doron. Foi esta<strong>em</strong>presa que dividiu o conjunto <strong>em</strong> Doron A e Doron B. Neste bairrodestacam-se a Igreja Nossa Senhora da Assunção e a EscolaMunicipal Deputa<strong>do</strong> Gersino Coelho.Doron possui uma população de 6.008 habitantes, o que correspondea 0,25% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,27% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 21,35% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No que se refereà escolaridade, constata-se que 45,46% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Danilo BandeiraIgreja de Nossa Senhora AssunçãoUnidade Básica de Saúde <strong>do</strong> DorornCOINF / SEDHAM/ PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Rua Ana Lúcia Torres, por onde segue até Rua Merca<strong>do</strong> da Carne. Segue nesta via até Avenida Edgard Santos, no ponto onde se situa a Escola Municipal Deputa<strong>do</strong> Gersino Coelho, inclusive. Segue nesta via até alcançar o Centro ComercialBosque da Lagoa, por onde segue contornan<strong>do</strong> até alcançar Lagoa <strong>do</strong> Paraíso/Doron, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao Rio <strong>do</strong> Saboeiro, por onde segue <strong>em</strong> direção ao ponto de início da descrição deste bairro.206 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 207


NARANDIBAPrimeiro foi um rio, depois uma represa, <strong>em</strong> seguidauma horta, daí veio o aterro e logo depoispequenas casas, igreja, construções mais arroja<strong>das</strong>,comércio... Dessa maneira o bairro de Narandibasurgiu e cresceu e hoje, onde era brejo, coexist<strong>em</strong>ruas aperta<strong>das</strong> com casas pequenas e bastantesimples.Os mais antigos na comunidade costumam contarque neste lugar tinha um rio que foi represa<strong>do</strong> e t<strong>em</strong>posdepois aterra<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong> ao afogamento de duascrianças que brincavam no local. Os mora<strong>do</strong>res diz<strong>em</strong>que mesmo com o aterramento <strong>do</strong> rio os terrenosficaram férteis, o que dá condições à comunidadeplantar hortaliças no local.No final <strong>do</strong>s anos de 1970, a ocupação dessaárea ganhou nova dimensão com a iniciativa <strong>do</strong> governa<strong>do</strong>rRoberto Santos, de criar “uma nova cidade”para famílias de trabalha<strong>do</strong>res situa<strong>do</strong>s nas menoresfaixas de renda la<strong>do</strong> da Avenida Luiz VianaFilho.Com as segui<strong>das</strong> ocupações espontâneas no final da década de1980, os mora<strong>do</strong>res decidiram lotear a área pertencente ao HospitalRoberto Santos, geran<strong>do</strong> uma série de conflitos com a Prefeitu-Foto: Elba VeigaHospital Juliano MoreiraFoto: Danilo BandeiraRio Saboeiro, 2009ra Municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Algumas casas chegaram a ser derruba<strong>das</strong>,mas a resistência da comunidade e um acor<strong>do</strong> com a diretoriadeste hospital tornou a ocupação vitoriosa.Conforme Consuelo Pondé de Sena, Narandiba é um termohíbri<strong>do</strong>, forma<strong>do</strong> por el<strong>em</strong>ento de línguas diversas. Como os índiostupi não pronunciavam o fon<strong>em</strong>a L, chamavam a laranja denarã. Narã, como assinala Teo<strong>do</strong>ro Sampaio, é uma adaptaçãoda palavra laranja . O final diba é o mesmo tyba, significa muitos,<strong>em</strong> grande quantidade, logo laranjal, ou seja, lugar de muitospés de laranja.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro estão oHospital Psiquiátrico Juliano Moreira, transferi<strong>do</strong> para o atuallocal, <strong>em</strong> 1982; a sede da CONDER; e o Centro Social Urbano(CSU).Narandiba possui uma população de 13.757 habitantes, o quecorresponde a 0,56% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,58%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,23% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 30,28% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida:Inicia-se na Rua Silveira Martins, de onde até alcançar o muro <strong>do</strong> Hospital Geral Roberto Santos, exclusive, por onde segue pela encosta até alcançar a Rua Paulo Jackson, por onde segue até alcançar o Rio Saboeiro, por onde segue até o Rua JoanaRosa Teixeira, por onde segue até o cruzamento com a Rua Ari Alex Brust, por onde segue até a confluência com a Rua Santa Tereza, por onde segue até a Rua Filomena, por onde segue até a Rua Mario Aleluia Rosa, de onde segue até a TravessaBoa Vista. Segue nesta via até a Avenida Edgard Santos, até alcançar o muro da (CONDER - Sede), por onde segue contornan<strong>do</strong>, pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> lote <strong>do</strong> CSU Narandiba, seguin<strong>do</strong> até alcançar o muro da (COELBA – Edifício Sede), inclusive, poronde segue contornan<strong>do</strong> até alcançar o Rio Cachoeirinha, até Avenida Luís Viana, por onde segue até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Saboeiro, por onde segue <strong>em</strong> direção a Lagoa <strong>do</strong> Paraíso/Doron, até alcançar a Avenida Edgard Santos, por onde segueaté a Rua Merca<strong>do</strong> da Carne, por onde segue até Rua Ana Lúcia Torres, até alcançar o Rio Saboeiro, por onde segue contornan<strong>do</strong> fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis da Avenida Edgard Santos, por onde segue até alcançar a Rua Silveira Martins, por onde segueaté o ponto de início da descrição deste bairro.208 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 209


CABULAAs terras que hoje compreend<strong>em</strong> o bairro <strong>do</strong> Cabula foram <strong>do</strong>a<strong>das</strong>ainda no século XVI a Antonio de Ataíde, o conde Castanheira.Mais tarde, a área localizada para além <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> urbaniza<strong>do</strong> da cidade,foi arrendada ao senhor Natal Cascão, que então construiu aCapela de Nossa Senhora <strong>do</strong> Resgate, atualmente conhecida porIgreja de Assunção. Nos arre<strong>do</strong>res desta igreja formou-se um pequenopovoa<strong>do</strong>.Segun<strong>do</strong> José Tarcísio Vasconcelos, presidente da Associaçãode Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Parque Residencial Planalto, a atualconfiguração <strong>do</strong> bairro começou a desenhar-se no início da décadade 1970, quan<strong>do</strong> começaram a ser ergui<strong>do</strong>s os primeirosconjuntos habitacionais, pois até os anos de 1940, to<strong>do</strong> o bairroera forma<strong>do</strong> por chácaras e fazen<strong>das</strong> cuja principal produçãoera de laranjas.Com o t<strong>em</strong>po, esse laranjal foi destruí<strong>do</strong> e as antigas fazen<strong>das</strong> vendi<strong>das</strong>e dividi<strong>das</strong> <strong>em</strong> lotes menores. Vasconcelos assim comenta: “foi aconstrutora que eu trabalhavana época que começoua desmatar e a construir osconjuntos que hoje integramo bairro, pois até a AvenidaParalela era só mato”.Segun<strong>do</strong> o etnólogo eprofessor Valdeloir Rego,o nome deste bairro é deorig<strong>em</strong> africana. Ele afirmaque “o termo Cabula v<strong>em</strong><strong>do</strong> quincongo Kabula, quealém de ser verbo, é nomepróprio, personativo f<strong>em</strong>ininoe também o nome deum ritmo religioso muito toca<strong>do</strong>,canta<strong>do</strong> e dança<strong>do</strong>,daí o bairro tomar o nome<strong>do</strong> ritmo frequente naquelaárea, sen<strong>do</strong> suas matasutiliza<strong>das</strong> pelos sacer<strong>do</strong>tesquincongos”.Na história deste bairro,a instalação e a permanência<strong>do</strong> Quartel <strong>do</strong> 19º Batalhão de Caça<strong>do</strong>res foi de fundamentalimportância para o desenvolvimento <strong>do</strong> bairro, uma vez quefoi o Quartel que estimulou a ligação <strong>do</strong> Cabula com outros lugares.Na área <strong>do</strong> Quartel existe uma lagoa, que segun<strong>do</strong> José TarcísioVasconcelos, é preservada pelos militares; é a nascente <strong>do</strong>Rio Cascão.Neste bairro estão abriga<strong>do</strong>s um <strong>do</strong>s maiores hospitais públicosda cidade, o Hospital Central Roberto Santos e algumas escolasestaduais como o Colégio Polivalente <strong>do</strong> Cabula, o Colégio EstadualGoverna<strong>do</strong>r Roberto Santos e a Escola Estadual Viscondede Itaparica. No Cabula encontra-se a Fonte Santo Antônio <strong>do</strong>Cabula, comumente utilizada para abastecimento <strong>do</strong>méstico, principalmentepara beber.O Cabula possui uma população de 23.096 habitantes, o que correspondea 0,95% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 1% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 29,04% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No que se refereà escolaridade, constata-se que 49,56% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Campus da UNEB, Lagoa da Pedreira e entornoOrtofotos SICAD / PMS – 2006Descrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BR-324, de onde segue até a Rua Baixa de Santo Antônio, por onde segue até a Rua Tenente Valmir Alcântara, por onde segue margean<strong>do</strong> a Rua Ilha de Maré, a Travessa Alto <strong>do</strong> Guaraci e a Rua da Adutora, por onde seguealcançar a Rua Silveira Martins, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Estrada <strong>das</strong> Barreiras, por onde segue até a Rua da Engomandeira, por onde segue até a Rua Jardim Oliveira até alcançar o Rio Saboeiro, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua Paulo Jackson, atéalcançar o muro <strong>do</strong> Hospital Central Roberto Santos, inclusive, contornan<strong>do</strong> até alcançar a Rua Silveira Martins, por onde segue até o Rio Cascão, segue, cortan<strong>do</strong> a Represa <strong>do</strong> Cascão, até alcançar a Avenida Luís Viana. Segue até alcançar aAvenida Luís Eduar<strong>do</strong> Magalhães, por onde segue até alcançar o Rio Pernambués, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção a encosta até alcançar a Rua Silveira Martins. Segue nesta via até o cruzamento com a Rua Nossa Senhora <strong>do</strong> Resgate, por onde segue pelaencosta até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Silveira Martins, até alcançar a Rua Thomaz Gonzaga. Segue esta via até a Rua <strong>do</strong>s Ro<strong>do</strong>viários, por onde segue até alcançar a Ro<strong>do</strong>via BR-324,por onde segue até o ponto de início dadescrição deste bairro.210 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 211


Igreja da Santíssima Trindade, 2009SABOEIROSitua<strong>do</strong> no “Miolo” de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro <strong>do</strong> Saboeiro, segun<strong>do</strong>a Dona Hilda Santos Oliveira, mora<strong>do</strong>ra a 76 anos <strong>do</strong> local, até mea<strong>do</strong>s<strong>do</strong> século XX era composto por diversas roças e uma exuberantenatureza com muitas lagoas. “Meu pai tinha terras aqui, existiaa roça 40, que pertencia a Al<strong>em</strong>ão, tinha a <strong>do</strong> Coronel Quinquin,<strong>do</strong>s pais de Cristóvão Ferreira...”.A urbanização <strong>do</strong> bairro começou “quan<strong>do</strong> a CHESF chegou aqui<strong>em</strong> 1954 e acabou com to<strong>do</strong> meio de vida que tínhamos. Essa Companhiadestruiu alguns hectares além <strong>do</strong> permiti<strong>do</strong> e não nos ressarciu,por isso, começamos a lotear pedaços de terra e a viver disso.Depois outros proprietários venderam mais terrenos e assim, aspessoas foram chegan<strong>do</strong>, construin<strong>do</strong> casas e dan<strong>do</strong> início ao povoamento<strong>do</strong> Saboeiro. Antes disso, havia apenas os antigos <strong>do</strong>nose seus afilha<strong>do</strong>s” afirma Oliveira.Nesta época, ainda existia no local a Represa <strong>do</strong> Saboeiro, cujaságuas iam para a central de tratamento da EMBASA na Bolandeira paraser<strong>em</strong> trata<strong>das</strong> e abastecer a cidade. Conforme Hilda Oliveira, a represadeixou de ter essa função e as pessoas passaram a utilizá-la paratomar banho e lavar roupas. Com o decorrer <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, o entorno darepresa foi sen<strong>do</strong> ocupa<strong>do</strong> e aterra<strong>do</strong>, a ponto de virar esgoto.Há qu<strong>em</strong> afirme que o nome <strong>do</strong> bairro é devi<strong>do</strong> à existência deuma fábrica de sabão no local. Oliveira discorda dessa versão e insisteque nunca houve fábrica na região <strong>do</strong> Saboeiro. Ela explicaque este topônimo existe desde o século XIX <strong>em</strong> razão da presençade gias nas inúmeras lagoas da região. Elas escondiam seus ovoscom uma camada grande de espuma que elas próprias produziam.Assim, quan<strong>do</strong> as pessoas seguiam na direção destas lagoas costumavamdizer ”vou no Saboeiro”.Atualmente não há mais nenhuma festa que mobilize a comunidade<strong>do</strong> Saboeiro, porém, Dona Hilda Oliveira afirma que hámais ou menos 50 anos, na S<strong>em</strong>ana Santa, havia queima de Ju<strong>das</strong>e corrida de saco, corrida com ovo na colher. No São Joãoas pessoas armavam fogueiras, iam à casa <strong>do</strong> outro tomar licore no Natal se organizava uma grande festa, com um rapaz carregan<strong>do</strong>a cruz e sen<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> por uma procissão. Entreos principais equipamentos <strong>do</strong> bairro está: o Colégio EstadualOtavio Mangabeira.Saboeiro possui uma população de 6.054 habitantes, o que correspondea 0,25% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,28% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,83% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 42,44% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Rua Silveira Martins, por onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Avenida Edgard Santos até o Rio Saboeiro. Segue este curso d´água até alcançar a Avenida Luís Viana, por onde segue até alcançar o Rio <strong>do</strong> Cascão.Segue este rio, cortan<strong>do</strong> a Represa <strong>do</strong> Cascão, até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes da Alameda Zulmira Ferreira, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.212 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 213


Imbuí – 1980Fundação Gregório de MatosIMBUÍÀs margens da Avenida Luiz Viana Filho, <strong>em</strong> meio a dunas, lagoase aos Rios Pedras, Saboaeiro e Cascão surgiu <strong>em</strong> 1978 obairro <strong>do</strong> Imbuí, um lugar planeja<strong>do</strong> por construtoras, cuja paisag<strong>em</strong>verticalizada não l<strong>em</strong>bra <strong>em</strong> nada as características <strong>do</strong> lugar30 anos atrás.Neste perío<strong>do</strong>, Paulo Rogério Pinto de Oliveira, um <strong>do</strong>s primeirosmora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro, l<strong>em</strong>bra que o local era ocupa<strong>do</strong> principalmentepor trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Pólo Petroquímico de Camaçari, “o pão eracompra<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma Kombi que passava to<strong>do</strong>s os dias, e os taxistassó entravam aqui se a gente pagasse a viag<strong>em</strong> de volta”.O nome Imbuí, que para alguns significa “pequena fruta agreste,re<strong>do</strong>nda e roxa” e para outros, “rio <strong>das</strong> cobras”, está relaciona<strong>do</strong>,segun<strong>do</strong> Paulo Rogério, ao fato de ter existi<strong>do</strong> nesta região uma fazendachamada Imbuí. Em função da proximidade com esta fazenda,a construtora responsável pelas obras, deu este nome ao lugarque estava sen<strong>do</strong> projeta<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Consuelo Ponde de Sena, estevocábulo comporta duas acepções: Ymbuí = de imbú - umbú - fruta+ y (i) água, rio, logo rio <strong>do</strong>s umbus, poden<strong>do</strong> proceder de mboy - y= rio <strong>das</strong> cobras ou água da cobra.Nossa Senhora Aparecida, padroeira <strong>do</strong> Brasil, é também a padroeira<strong>do</strong> Imbuí. To<strong>do</strong> ano no dia 12 de outubro, já se tornou tradiçãouma alvorada às 05 horas da manhã, com quermesse ao longo<strong>do</strong> dia e procissão – trata-se de uma festa tipicamente católica.O bairro t<strong>em</strong> entre seus principais equipamentos públicos, a EscolaEstadual Rômulo Almeida, a Praça Nossa Senhora Aparecidae o Posto de Saúde.Uma marca significativa <strong>do</strong> Imbuí para Paulo Rogério é o uso, principalmentepelos a<strong>do</strong>lescentes e jovens, <strong>do</strong> playground <strong>do</strong>s edifícioscomo espaço de comunicação e interação, o que é qualifica<strong>do</strong> comoum comportamento conheci<strong>do</strong> como “cultura <strong>do</strong> playground”.Hoje <strong>em</strong> dia, duas questões estão no centro <strong>das</strong> atenções <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Imbuí: o projeto de urbanização <strong>do</strong> canal por onde passao Rio Cascão e a possibilidade de relocação <strong>das</strong> barracas, que funcionamcomo “barzinhos” ao longo da Rua Alberto Fiúza. No momentoda formação <strong>do</strong> bairro, essas barracas serviam como o únicolocal de alimentação <strong>do</strong>s operários. Hoje, serv<strong>em</strong> como ponto de lazerpara os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro e da re<strong>do</strong>ndeza e estão sen<strong>do</strong> objetode polêmica, uma vez que foram construí<strong>das</strong> sobre uma rota deadutoras da EMBASA.Na história <strong>do</strong> Imbuí, uma peculiaridade não pode deixar de sercitada: <strong>em</strong> 2003 um grupo de mora<strong>do</strong>res criou um portal comunitário,o primeiro da Bahia, segun<strong>do</strong> Paulo Rogério. Assim, um novoconceito de mídia digital foi elabora<strong>do</strong> e o jornalismo parte da comunidadeque informa sobre arte, cin<strong>em</strong>a, serviços, os probl<strong>em</strong>as e asnotícias <strong>do</strong> bairro, da cidade e até <strong>do</strong> país.O Imbuí possui uma população de 22.331 habitantes, o que correspondea 0,91% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,97% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,85% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 46,06% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Luís Viana, próximo ao Hospital Sarah Kubitscheck, exclusive, seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua da Bolandeira, inclusive. Daí, incluin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os imóveis da Rua da Bolandeira, segue <strong>em</strong> linha retaaté a Avenida Jorge Ama<strong>do</strong>, por onde segue até alcançar a Rua da Mangueira. Daí segue contornan<strong>do</strong> os limites <strong>do</strong> Con<strong>do</strong>mínio Jardim <strong>das</strong> Acácias, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua Jayme Sapolnik. Daí segue até o cruzamento com a Rua Professor Pintode Aguiar, seguin<strong>do</strong> até a sua interseção com a Estrada <strong>do</strong> Curralinho. Daí segue contornan<strong>do</strong> os limites <strong>do</strong> Santuário de Mãe Rainha e <strong>do</strong> Hospital Sarah Kubitscheck (exclusive), até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.214 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 215


PITUAÇUFoto: Danilo BandeiraNo início da década de 1970, centenas de casas de taipa foramergui<strong>das</strong> às margens <strong>do</strong> Rio Pituaçu. Eram homens e mulheresque, <strong>em</strong> busca de moradias, fixaram-se neste local, aindacerca<strong>do</strong> por grandes dunas, animais selvagens e uma exuberanteMata Atlântica.Dessa forma, foram da<strong>do</strong>s os primeiros passos para o que hoje é obairro de Pituaçu. Entretanto, há qu<strong>em</strong> diga que não foi unicamente anecessidade de ter uma moradia que levou muitas pessoas a construír<strong>em</strong>casas neste local, diversas famílias ergueram casas neste bairro apenas paraveranear.Edílson de Azeve<strong>do</strong> Lima, presidente da Associação Comunitária<strong>do</strong> B<strong>em</strong>-Estar e Lazer, conta: “Eu vi tu<strong>do</strong> isso se transformar...Aqui não tinham água encanada, luz elétrica, telefone e hoje está tu<strong>do</strong>urbaniza<strong>do</strong>”. Atualmente, o bairro é composto pelas localidades: Alto<strong>do</strong> São João, Golfo Pérsico, Irmã Dulce, Selva e Bananal.Diz-se que este bairro fez parte da Fazenda Piaçabeira, conhecidatambém como Três Amores, e que os herdeiros desta fazenda,com o passar <strong>do</strong>s anos, venderam as terras a pesca<strong>do</strong>res, fazen<strong>do</strong>destes os primeiros mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> local. Segun<strong>do</strong> mora<strong>do</strong>res, o nome<strong>do</strong> bairro t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> tupi e significa “pitu grande”, o que é confirma<strong>do</strong>por Consuelo Ponde de Sena, segun<strong>do</strong> a qual, Pitú é corruptelade Py - tú - a pele ou casca escura. É o camarão cascu<strong>do</strong> da água<strong>do</strong>ce. Antigamente dizia-se poty e potuassú.Localiza<strong>do</strong> na Orla Atlântica de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, neste bairro encontra-sea foz <strong>do</strong> Rio Pituaçu. Entre os principais equipamentos destebairro estão o Centro Municipal de Educação Infantil José MariaMagalhães Neto, a Escola Estadual Piratini, um campus da UniversidadeCatólica <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o Centro de Tradições Gaúchas,cujo terreno abrigava uma lagoa, fruto de um mina<strong>do</strong>uro e que atualmenteencontra-se degradada.O Parque Metropolitano de Pituaçu, um projeto <strong>do</strong> governo RobertoSantos, de 1978, surgiu como resulta<strong>do</strong> da iniciativa de preservaçãoambiental. O projeto <strong>do</strong> Parque cont<strong>em</strong>plava um Horto ProfessorAlexandre Leal, um Museu de Ciência e Tecnologia, cicloviae um complexo esportivo, incluin<strong>do</strong> o Estádio de Pituaçu, recent<strong>em</strong>entereinaugura<strong>do</strong>.Hoje <strong>em</strong> dia, o Parque t<strong>em</strong> cerca de 400 hectares de extensão edesde 1995 (data da nova inauguração), se constituiu <strong>em</strong> importanteárea de lazer, não só para os mora<strong>do</strong>res locais, mas para os habitantesda cidade <strong>em</strong> geral. Em seu espaço, encontram-se ciclovia, serviçosde bares, parques infantis e uma imensa e bela lagoa, a Lagoade Pituaçu, muito utilizada pelos soteropolitanos para o lazer.Pituaçu possui uma população de 10.912 habitantes, o que correspondea 0,45% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,44% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 23,27% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 27,64% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Parque de PituaçuDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Avenida Luís Viana com a Avenida Professor Pinto de Aguiar, por onde segue até seu cruzamento com a Avenida Octávio Mangabeira. Segue <strong>em</strong> linha reta até a linha de costa atlântica, por onde segue até alcançar a AvenidaOctávio Mangabeira, por onde segue até o cruzamento da Rua Carimbamba com a Avenida Jorge Ama<strong>do</strong>. Daí segue por esta avenida até seu cruzamento com a Rua Fernan<strong>do</strong> José Guimarães Rocha, por onde segue até alcançar a Travessa <strong>do</strong> BateFacho, por onde segue contornan<strong>do</strong> os imóveis com frente para a Rua da Bolandeira, exclusive, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Avenida Luís Viana. Daí segue até o seu cruzamento com a Avenida Professor Pinto de Aguiar no ponto de início da descrição<strong>do</strong> limite desse bairro.216 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 217


BOCA DO RIOEm um passa<strong>do</strong> distante, a área que compreende hoje o bairroda Boca <strong>do</strong> Rio era formada por dunas e lagoas, e na Praiade Armação, antiga Praia <strong>do</strong> Chega Nego, atracavam os naviosnegreiros vin<strong>do</strong>s da África carrega<strong>do</strong>s de homens e mulheres queeram deixa<strong>do</strong>s na Casa de Pedra (uma senzala), até ser<strong>em</strong> negocia<strong>do</strong>s.Há qu<strong>em</strong> afirme que as primeiras casas foram construí<strong>das</strong> nosanos 1940, nas imediações da Sede de Praia <strong>do</strong> Esporte ClubeBahia, na Rua <strong>do</strong> Caxundé e no Alto <strong>do</strong> São Francisco. Segun<strong>do</strong>Holário Alves Calixto, antigo mora<strong>do</strong>r da Boca <strong>do</strong> Rio, nestaépoca, os habitantes moravam <strong>em</strong> casas de taipa com telha<strong>do</strong>de palha. O bairro já foi uma antiga vila de pesca<strong>do</strong>res e o lugarpreferi<strong>do</strong> de artistas, jornalistas e intelectuais baianos na décadade 1970. Segun<strong>do</strong> Luiz Eduar<strong>do</strong> Dórea, autor <strong>do</strong> livro “História de<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos nomes <strong>das</strong> suas ruas”, o bairro t<strong>em</strong> seu nome relaciona<strong>do</strong>,à existência da foz <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras que lança suaságuas na praia <strong>do</strong> bairro.As atuais características da Boca <strong>do</strong> Rio têm orig<strong>em</strong> na década de1960, quan<strong>do</strong> antigos mora<strong>do</strong>res <strong>das</strong> localidades “Bico de Ferro” e“Alto de Ondina” foram transferi<strong>do</strong>s para este bairro, por conta deuma intervenção da prefeitura naquela área. Neste perío<strong>do</strong>, houveFoz <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedrasum significativo aumento populacional e a formação de um aglomera<strong>do</strong>de casas “a tijolo nu”, algumas ruas foram calça<strong>das</strong> e o bairrorecebeu linha de ônibus.Assim, é importante observar que apesar <strong>das</strong> mudanças ao longo<strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, a Boca <strong>do</strong> Rio mantém muitas características <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>,como por ex<strong>em</strong>plo, as áreas de ocupação espontânea nãoverticalizada.O bairro é marca<strong>do</strong> por contrastes, uma vez que moradias simplescontrastam com os luxuosos restaurantes que se instalaramno local.Para Patrício Bastos, m<strong>em</strong>bro associa<strong>do</strong> da Colônia de Pesca<strong>do</strong>resda Boca <strong>do</strong> Rio e Lourdes Silva, aposentada, atualmente,não exist<strong>em</strong> condições <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res da Boca <strong>do</strong> Rio utilizar<strong>em</strong> aságuas que corr<strong>em</strong> no bairro, uma vez que estão poluí<strong>das</strong>. Ele afirmaque outrora, os mora<strong>do</strong>res utilizavam a Lagoa <strong>do</strong>s Frades.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão a “Praça daMãe Preta”, a Igreja de São Francisco e o Instituto Municipal deEducação Prof. José Arapiraca – IMEJA.A Boca <strong>do</strong> Rio possui uma população de 39.430 habitantes, o quecorresponde a 1,61% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 1,62%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,23% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 28,91% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida: Inicia-se na Avenida Jorge Ama<strong>do</strong>, junto ao Museu de Ciência e Tecnologia, inclusive. Segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua da Bolandeira, exclusive, até a Travessa <strong>do</strong> Bate Facho, por ondesegue até a Rua Fernan<strong>do</strong> José Guimarães Rocha. Daí segue até seu cruzamento com a Avenida Jorge Ama<strong>do</strong>, próximo à UNIFACS, exclusive. Daí segue por esta via até sua interseção com a Rua Carimbamba, de onde segue até a Avenida OctávioMangabeira, por onde segue até alcançar a linha de costa atlântica, por onde segue até alcançar a Avenida Octávio Mangabeira, por onde segue até a Praça Ibero-Americana, por onde segue até o cruzamento com a Rua Novo Paraíso. Segue atéalcançar a Rua João Nunes da Mata, por onde segue até a Avenida Professor Manoel Ribeiro. Segue por esta via até alcançar o Centro de Convenções da Bahia, exclusive, seguin<strong>do</strong> pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Ro<strong>do</strong>lpho CoelhoCavalcanti, por onde segue até a Estrada <strong>do</strong> Curralinho, até alcançar o seu cruzamento com a Rua Professor Pinto de Aguiar, seguin<strong>do</strong> até a Rua Jayme Sapolnik, próximo ao Con<strong>do</strong>mínio Jardim <strong>das</strong> Acácias, exclusive. Daí segue pelos limites dessecon<strong>do</strong>mínio até a Rua da Mangueira, até alcançar a Avenida Jorge Ama<strong>do</strong>, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.218 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 219


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Passa VacaLocalizada integralmente na cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Bacia <strong>do</strong>Rio Passa Vaca possui uma área de 3,72km 2 , o que correspondea 1,20% da área <strong>do</strong> município. Encontra-se limitada ao Norte e aOeste pela Bacia de Jaguaribe e ao Sul pela Bacia Hidrográfica <strong>do</strong>Pedras/Pituaçu e pela Bacia de Drenag<strong>em</strong> de Armação/Corsário.Com uma população de 9.770 habitantes e densidade populacionalde 2.627,74hab./km 2 , possui 2.887 <strong>do</strong>micílios, o que correspondea 0,44% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> (IBGE, 2000).Até então, o Rio Passa Vaca era considera<strong>do</strong> um afluente <strong>do</strong> RioJaguaribe. O III Fórum de Discussão <strong>do</strong> Projeto Qualidade <strong>das</strong> Águase da Vida Urbana de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> decidiu separar a Bacia <strong>do</strong> Rio PassaVaca da Bacia <strong>do</strong> Rio Jaguaribe, partin<strong>do</strong> <strong>do</strong> princípio que os principaisrios só estão uni<strong>do</strong>s nas imediações da foz, concluin<strong>do</strong>-se, portanto,que configuram duas unidades distintas.O Rio Passa Vaca nasce nobairro de São Rafael, é sobrepostopela Av. Paralela, atravessan<strong>do</strong>depois, to<strong>do</strong> o bairrode Patamares e lá desaguan<strong>do</strong>no mesmo estuário que oRio Jaguaripe. O território daBacia é ocupa<strong>do</strong> por uma populaçãocuja renda mensal<strong>do</strong>s chefes de família encontra-sedistribuída da seguinteforma: 11,51% estão na faixade até 1 SM; 14,78 % estão entr<strong>em</strong>ais de 1 até 3 SM; 14,18% estão na faixa entre 3 a 5SM, 26,85 % estão entre 5 a10 SM, 12,21 % receb<strong>em</strong> d<strong>em</strong>ais de 10 a 15 SM, 6,76 %entre 15 a 20 SM e 13,72% receb<strong>em</strong>mais de 20 SM. Em relaçãoaos índices de escolaridade<strong>do</strong>s chefes de família,são os seguintes: 1,35% nãoapresentam nenhum ano deinstrução, 10,62 % estão na faixa de 8 a 10 anos de estu<strong>do</strong>, 51,24% possu<strong>em</strong> de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong> e 24,22 % possu<strong>em</strong> mais de15 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).Na foz desse Rio localiza-se o manguezal <strong>do</strong> Passa Vaca, últimor<strong>em</strong>anescente de manguezal no meio urbano na Orla Atlânticade <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. É um Rio com importância para a vida marinha, poisserve de nasce<strong>do</strong>uro e berçário de várias espécies. Apesar disso,o Rio Passa Vaca v<strong>em</strong> sen<strong>do</strong> degrada<strong>do</strong> pelo lançamento de esgotose resíduos sóli<strong>do</strong>s de loteamentos e assentamentos irregulares,comprometen<strong>do</strong>, consequent<strong>em</strong>ente, o manguezal e to<strong>do</strong>s os ecossist<strong>em</strong>asa ele associa<strong>do</strong>s. Além da vegetação de mangue, no LoteamentoPatamares e <strong>em</strong> parte da Av. Paralela que fica na área daBacia, existe Floresta Ombrófila <strong>em</strong> estágio avança<strong>do</strong>, <strong>em</strong> área bastanteexpressiva.Ortofotos SICAD / PMS – 2009O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 221


Na área <strong>do</strong> manguezal existe o Parque <strong>do</strong> Manguezal <strong>do</strong> PassaVaca, uma APP – Área de Preservação Permanente – implantadapor meio <strong>do</strong> Decreto n. 19.752, de 13/07/2009.Antes <strong>do</strong> processo de ocupação da área dessa Bacia, o manguezalpossuía expressiva vegetação, com uma variada fauna. Assim,sua sustentação era mantida pelo processo de circulação deenergia e nutrientes, próprio deste ecossist<strong>em</strong>a. Entretanto, a açãoantrópica ao longo <strong>do</strong>s anos, oriunda da implantação de conjuntoshabitacionais, con<strong>do</strong>mínios e loteamentos na área de abrangência<strong>do</strong> manguezal, v<strong>em</strong> causan<strong>do</strong> vários probl<strong>em</strong>as ambientais,como a descaracterização <strong>do</strong> ecossist<strong>em</strong>a, comprometen<strong>do</strong>a sua integridade físico-biótica e provocan<strong>do</strong> o seu “estressamentoambiental”.Nas águas <strong>do</strong> Rio Passa Vaca pode ser observada grande quantidadede “Baronesas” (Eicchornia crassipes), indican<strong>do</strong> que existeum acelera<strong>do</strong> processo de eutrofização <strong>das</strong> suas águas. Na área deabrangência <strong>do</strong> manguezal, exist<strong>em</strong> resíduos sóli<strong>do</strong>s de diferentestipos, espalha<strong>do</strong>s indiscriminadamente e, na vegetação, existe a presençade parasitas que provocam o apodrecimento <strong>do</strong>s caules, el<strong>em</strong>entosque associa<strong>do</strong>s, contribu<strong>em</strong> para a modificação <strong>do</strong> regimehidrológico e hídrico deste estuário.O quadro 01 apresenta as observações <strong>do</strong> Protocolo de AvaliaçãoRápida - PAR na estação estabelecida para coleta de amostrasde água na Bacia <strong>do</strong> Rio Passa Vaca.Quadro 01. Observação <strong>do</strong> PAR na estação de coleta de amostrasde água da Bacia <strong>do</strong> Rio Passa VacaParâmetrosTipo de ocupação <strong>das</strong> margensEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> leito <strong>do</strong> rioMata ciliarPlantas aquáticasO<strong>do</strong>r da águaOleosidade da águaJAG 15Vegetação naturalResidencialAssorea<strong>do</strong>Dominância de gramíneasVegetação nativa parcialAusenteNenhumAusenteQualidade da ÁguaA análise da qualidade <strong>das</strong> águas na Bacia de Passa Vaca foirealizada <strong>em</strong> apenas uma estação (JAG15) na Bacia, conforme coordena<strong>das</strong>apresenta<strong>das</strong> no quadro 02 e mostrada na figura 01.Quadro 02. Coordena<strong>das</strong> da estação de coleta de amostra deágua da Bacia de Passa Vaca - <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 2009EstaçãoJAG 15Coordenada X563432,4969Coordenada Y8569228,787ReferênciaPatamaresOs resulta<strong>do</strong>s da análise <strong>do</strong>s parâmetros bacteriológicos e físicoquímicosda Bacia <strong>do</strong> Rio Passa Vaca são aqueles obti<strong>do</strong>s <strong>das</strong> análises<strong>das</strong> amostras da estação JAG15. Os Coliformes Termotolerantesapresentaram resulta<strong>do</strong>s de 3,6x10 6 UFC/100ml na campanha piloto,10UFC/100ml na campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso e 1,6x10 4 UFC/100ml na campanha de perío<strong>do</strong> seco.Em relação ao Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong>, nas campanhas de perío<strong>do</strong>schuvoso e seco os valores foram, respectivamente, 3,9mg/Le 2,6mg/L, abaixo <strong>do</strong> estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA n.357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2. Quanto à DBO5 os resulta<strong>do</strong>sna estação foram de 212mg/L, não detectável e 2,3mg/L,nas campanhas piloto, perío<strong>do</strong> chuvoso e perío<strong>do</strong> seco, respectivamente.No que diz respeito a Nitrogênio Total, os valores encontra<strong>do</strong>s foram3,2mg/L na campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso e 8,3mg/L na campanhade perío<strong>do</strong> seco. Já <strong>em</strong> relação a Fósforo Total, os resulta<strong>do</strong>sforam de 0,096mg/L e de 0,326mg/l nas campanhas de perío<strong>do</strong>schuvoso e seco, respectivamente.O Índice de Qualidade <strong>das</strong> Águas - IQA na Bacia <strong>do</strong> RioPassa Vaca se apresentou na categoria Regular com valoresde 40, 5 e 38,1 nas campanhas de perío<strong>do</strong> chuvoso e perío<strong>do</strong>seco, respectivamente, configuran<strong>do</strong>-se, junto com as Bacias<strong>do</strong>s Rios <strong>do</strong> Cobre e Ipitanga, como de melhor IQA no municípiode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Transparência da águaTipo de fun<strong>do</strong>Fluxo de águasOpaca ou coloridaLama/AreiaCom deposição de lixoMaior parte <strong>do</strong> substrato expostoFigura 01. Bacia <strong>do</strong> Rio Passa Vaca e localização da estação de coleta de amostras de água222 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 223


SÃO RAFAELHospital São RafaelO bairro de São Rafael localiza-se no “Miolo” de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e, segun<strong>do</strong>Ubiratan Nascimento, presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Recanto São Rafael, surgiu <strong>do</strong> desm<strong>em</strong>bramento <strong>do</strong> bairrode São Marcos. Nascimento conta que a Avenida São Rafael chamava-seSão Marcos e que o atual nome deste logra<strong>do</strong>uro, assim comode to<strong>do</strong> bairro, está relaciona<strong>do</strong> à presença <strong>do</strong> Hospital São Rafael,instala<strong>do</strong> no local desde o início da década de 1990.O presidente da Associação também l<strong>em</strong>bra que acerca de quarentaanos, o bairro era isola<strong>do</strong> <strong>do</strong> Centro de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; não tinha luz elétrica,não existia água encanada, havia apenas chafarizes e fontes nosquais pegava-se água para beber e tomar banho. Toda a região tinhamuita jaca, umbu e caju. Não havia colégio e só um ônibus que saíade manhã e retornava à tarde para Pau da Lima, fazia o transporte <strong>do</strong>smora<strong>do</strong>res. “Qu<strong>em</strong> perdesse esse ônibus na volta, tinha que <strong>do</strong>rmir narua, qu<strong>em</strong> tinha carroça, cobrava centavos de réis naquela época, saíadaqui 7 horas da manhã e chegava na cidade a tarde”.Cerca<strong>do</strong> pela Mata Atlântica localiza-se no bairro uma <strong>das</strong> nascentes<strong>do</strong> Rio Passa Vaca e <strong>em</strong> sua área também passa o Rio Pituaçu.Atualmente é forma<strong>do</strong> por grandes con<strong>do</strong>mínios como Colinasde Pituaçu e Bosque Imperial.Existe no bairro a Escola Municipal Orlan<strong>do</strong> Imbassahy, o ColégioEstadual Professor David Mendes e a Casa da Criança comCâncer. O bairro possui um comércio bastante varia<strong>do</strong> que atendeas necessidades básicas da população local.Entre as curiosidades <strong>do</strong> bairro, Nascimento relata duas históriasque permeiam o imaginário <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res de São Rafael: “tenho aquium amigo que diziam que ele era lobisom<strong>em</strong>. Andava de roupa preta,desaparecia de dia, e só aparecia à noite. Perguntava ao povo porque eles tinham me<strong>do</strong> dele, e me respondiam que era porque ele viravalobisom<strong>em</strong>. Provei que isso era mentira. Atocaiei meu amigo eo prendi durante quinze dias, inclusive <strong>em</strong> noite de lua cheia, percebientão que ele se vestia de preto, porque queria ser diferente <strong>do</strong>soutros. Falan<strong>do</strong> <strong>em</strong> lobisom<strong>em</strong>, o povo também t<strong>em</strong> uma cisma comigo.O pessoal diz pra eu não visitá-los caso estejam interna<strong>do</strong>s,porque minha profissão causa me<strong>do</strong>, porque trabalho numa funeráriaaqui na comunidade, me chamam até de ‘papa defunto’. Quan<strong>do</strong>uma pessoa fica <strong>do</strong>ente, eu não vou visitar, pois tenho o costume dedar o cartão. E aí a pessoa se assusta, achan<strong>do</strong> que estou dan<strong>do</strong> ocartão pra comprar o caixão na minha mão”.São Rafael possui uma população de 23.795 habitantes, o quecorresponde a 0,97% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 1,10%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 29,11% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 52,95% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Maria Lúcia, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> linha reta até alcançar o Rio <strong>do</strong> Coroa<strong>do</strong>. Segue pelo rio até alcançar a Estrada da Muriçoca, por onde segue até Conjunto Mora<strong>das</strong> <strong>do</strong> Campo, inclusive, até o Rio Passa Vaca. Daí segue pelo leito desserio, no limite da CHESF – inclusive, até a Avenida Luís Viana, por onde segue até a Via Pituaçu. Segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Avenida Oceano Pacífico, inclusive, seguin<strong>do</strong> até Casa da Criança com Câncer, e a EscolaMunicipal Doutor Orlan<strong>do</strong> Imbassahy, inclusive, até Avenida São Rafael, por onde segue até seu cruzamento com a Avenida Maria Lúcia. Segue por esta avenida até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.224 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 225


PATAMARESPraia de PatamaresFoto: Danilo BandeiraNo início da década de 1970, jornais de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> noticiavamo projeto <strong>do</strong> que fora considera<strong>do</strong> o primeiro bairrointegra<strong>do</strong> da América Latina: Patamares. Assim, a áreacorrespondente às fazen<strong>das</strong> Jaguaripe e Biribeira, na OrlaAtlântica da cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, foi projetada por grandesnomes, como Burle Marx e Maria Elisa Costa, para ser umespaço urbaniza<strong>do</strong>, com muita área verde e edificaçõesSegun<strong>do</strong> Eloy Lorenzo, colabora<strong>do</strong>r da Associação deMora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Loteamento Colina C, Patamares foi construí<strong>do</strong>no meio de uma floresta e sua urbanização só aconteceua partir de 1976. “No começo muitas pessoas ficaramcom me<strong>do</strong> de se instalar<strong>em</strong> aqui, e por isso, o <strong>em</strong>preendimentonão decolou como merecia, ficou quase metade <strong>do</strong>loteamento s<strong>em</strong> ser vendi<strong>do</strong>”.Para Caroline Lorenzo, mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> bairro, Patamaresmu<strong>do</strong>u muito: “eu nasci aqui e convivia com diversos animaissilvestres. Eu tinha visitas diárias de teiús, gambás,marsupiais, micos, tamanduás... e hoje a frequência delesno nosso cotidiano é b<strong>em</strong> menor. Sinto falta também de trêslagoas gigantes, com areia ao re<strong>do</strong>r, <strong>das</strong> dunas, que existiampor aqui, eu tomava muito banho nelas. O Rio Jaguaripeera totalmente limpo e o Rio Passa Vaca tinha umalargura enorme, hoje <strong>em</strong> dia, só exist<strong>em</strong> resquícios dessanatureza”.Por isso, conforme Caroline Lorenzo há uma preocupaçãoconstante da comunidade <strong>em</strong> manter os corre<strong>do</strong>resecológicos que restam, realizan<strong>do</strong> um trabalho no Rio PassaVaca que des<strong>em</strong>boca <strong>em</strong> Patamares. “A comunidade lutapela preservação e limpeza dessas águas”.Mora<strong>do</strong>res mais antigos diz<strong>em</strong> que o nome <strong>do</strong> bairroestá relaciona<strong>do</strong> à existência de lin<strong>das</strong> colinas que, com alturasvaria<strong>das</strong>, permit<strong>em</strong> a configuração de vários relevos,ou seja, vários patamares...Patamares possui uma população de 4021 habitantes, oque corresponde a 0,16% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,16% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,90%<strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de5 a 10 salários mínimos. No que se refere à escolaridade,constata-se que 47,99% <strong>do</strong>s chefes de família têm de 11 a14 anos de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Luís Viana, no seu cruzamento com a Avenida Tamburugy, por onde segue, excluin<strong>do</strong> o Loteamento Vere<strong>das</strong> <strong>do</strong> Sol, e o Con<strong>do</strong>mínio Jardim Gantois, e incluin<strong>do</strong> o Con<strong>do</strong>mínio Vere<strong>das</strong> <strong>do</strong> Atlântico, até alcançar a linha de costaatlântica, por onde segue até cruzamento da Avenida Octávio Mangabeira com a Avenida Professor Pinto de Aguiar, junto ao Salvamar, exclusive. Daí segue por esta avenida até seu cruzamento com a Avenida Luís Viana, por onde segue até o pontode início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.226 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 227


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio JaguaribeLocalizada integralmente no município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Bacia <strong>do</strong> RioJaguaribe possui uma área de 52,76km 2 , o que corresponde a 17,08%<strong>do</strong> território soteropolitano, sen<strong>do</strong> considerada a segunda maior Bacia<strong>do</strong> Município, <strong>em</strong> superfície. Encontra-se limitada ao Norte pelaBacia <strong>do</strong> Rio Ipitanga e pela Bacia de Drenag<strong>em</strong> de Stella Maris, aLeste pelo Oceano Atlântico, a Oeste pela Bacia <strong>do</strong> Cobre e ao Sulpelas Bacias <strong>do</strong> Pedras/Pituaçu e Passa Vaca. Com uma populaçãode 348.591 habitantes e densidade populacional de 6.606,9hab/km 2é a segunda Bacia mais populosa <strong>do</strong> Município. Possui 30.043 <strong>do</strong>micílios,que correspond<strong>em</strong> a 13,96% unidades habitacionais de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>(IBGE, 2000).Com suas nascentes nos bairros de Águas Claras, Valéria eCastelo Branco, o Rio Jaguaribe, cujo nome de orig<strong>em</strong> tupi, significa‘Rio <strong>das</strong> Onças’, percorre uma distância de, aproximadamente,15,2km, passan<strong>do</strong> pelo Jardim Nova Esperança, CajazeirasVIII, Nova Brasília, Trobogy, Mussurunga, Bairro da Paz e deságua<strong>em</strong> Piatã, na 3ª Ponte da Av. Octávio Mangabeira. Apresentavários afluentes de grande vazão, entre eles os Rios Trobogy,Cambunas, Mocambo, Águas Claras, Cabo Verde, Coroa<strong>do</strong>,Leprosário, Córrego <strong>do</strong> Bispo, entre outros, que atravessam osbairros de Águas Claras, Cajazeiras II, IV, V, VI, VII e X, CasteloBranco, Sete de Abril, Canabrava, Novo Marotinho, Dom Avelar,São Marcos, Sete de Abril, Vale <strong>do</strong>s Lagos, Vila Canária eAlto <strong>do</strong> Coqueirinho.Essa bacia, portanto, drena áreas urbanas densamente povoa<strong>das</strong>,grande parte com infraestrutura urbana precária (drenag<strong>em</strong>, pavimentação,habitação, coleta de lixo e esgotamento sanitário). Nessaárea exist<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as descentraliza<strong>do</strong>s de esgotamento sanitárioque atend<strong>em</strong> a conjuntos habitacionais e, atualmente, estão sen<strong>do</strong>implanta<strong>das</strong> redes coletoras e estações elevatórias, para ampliaçãoda cobertura de atendimento <strong>em</strong> esgotamento sanitário, cujo destinofinal será o Sist<strong>em</strong>a de Disposição Oceânica <strong>do</strong> Jaguaribe, <strong>em</strong>construção.Em relação à faixa de renda mensal, os chefes de família encontram-sedistribuí<strong>das</strong> da seguinte maneira: 16,79% receb<strong>em</strong> até 1 SM;33,77% estão entre 1 e 3 SM e 12,51% entre 3 e 5 SM. Os índices deescolaridade mais significativos desses chefes de família são: 16,36% possu<strong>em</strong> de 1 a 3 anos de estu<strong>do</strong>; 29,83 % encontram-se entre 4e 7 anos; 17,29 % estão na faixa de 8 a 10 anos e 24,42 % possu<strong>em</strong>de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).A presença <strong>do</strong> antigo lixão e, posteriormente, aterro controla<strong>do</strong>de resíduos sóli<strong>do</strong>s de Canabrava constitui-se <strong>em</strong> fator de risco paraos mananciais superficiais e subterrâneos, com drenag<strong>em</strong> <strong>do</strong> lixivia<strong>do</strong>,especialmente para os Rios Trobogy e Mocambo. Nessa baciaexist<strong>em</strong> importantes r<strong>em</strong>anescentes de vegetação nativa, característicos<strong>do</strong> bioma Mata Atlântica, no entorno superior <strong>do</strong> Rio Jaguaribe,área entre a Av. Aliomar Baleeiro e a Av. Octávio Mangabeira.Na porção média da bacia, exist<strong>em</strong>, aproximadamente, 641ha deFloresta Ombrófila, <strong>em</strong> estágios médios e iniciais de regeneração.Essa faixa de área verde serve, inclusive, como refúgio para muitasespécies animais. Além disso, parte de sua área abrange a APA <strong>do</strong>Abaeté, criada pelo Decreto Estadual n. 2.540/93. Exist<strong>em</strong> duas fontesnesta bacia: a Fonte <strong>do</strong> Terreiro Onzo Nguzo Za Nkisi DandalundaYe T<strong>em</strong>po, no Trobogy e a Fonte <strong>do</strong> Terreiro Ilê Omo Ketá PassuDetá, <strong>em</strong> São Marcos.Observou-se que na maioria <strong>das</strong> estações amostra<strong>das</strong>, o Rio Jaguaribee seus afluentes apresentam-se assorea<strong>do</strong>s e com grandeconcentração de macrófitas, principalmente <strong>em</strong> sua foz, o que caracterizauma carga muito alta de material orgânico, além da presençade resíduos sóli<strong>do</strong>s <strong>em</strong> várias partes da sua extensão. Aságuas <strong>do</strong> Rio Jaguaribe influenciam diretamente a balneabilidadede algumas praias importantes de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> – Patamares, Jaguaribee Piatã – muito frequenta<strong>das</strong> pela população local e por turistas,para lazer de contato primário. Apesar disso, da<strong>do</strong>s da monitorizaçãoda qualidade <strong>das</strong> águas <strong>das</strong> praias realiza<strong>das</strong> pelo Institutode <strong>Meio</strong> Ambiente-IMA indicam condições adequa<strong>das</strong> de balneabilidade.O quadro 01 apresenta as observações <strong>do</strong> PAR nas 14 (quatorze)estações de coleta de amostras de água <strong>do</strong> Rio Jaguaribe eafluentes, onde se constata ser grave a situação <strong>em</strong> que se encontraa bacia, com diversos processos antrópicos, com pouco ou quasenenhum controle.O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 229


Quadro 01. Observações <strong>do</strong> PAR nas estações de coleta de amostras de água <strong>do</strong> Rio Jaguaribe e afluentesParâmetrosJAG 01JAG 02JAG 03JAG 04JAG 05JAG 06JAG 07JAG 08JAG 09JAG 10JAG 11JAG 12JAG 13JAG 14Tipo deocupação<strong>das</strong> margensResidencialResidencialResidencialResidencialResidencialComercial /AdministrativoResidencialComercialAdministrativoComercialAdministrativoComercial/AdministrativoResidencialÁreasdesmata<strong>das</strong>ResidencialResidencialComercial/AdministrativoEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong>leito <strong>do</strong> rioMata ciliarAssorea<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasAssorea<strong>do</strong>VegetaçãoNativa parcialAssorea<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasAssorea<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasAssorea<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasRevesti<strong>do</strong>Dominância degramíneasNatural (cursolivre)Vegetaçãonativa parcialNatural (cursolivre)Dominância degramíneasPavimenta<strong>do</strong>Natural (cursolivre)Dominância degramíneasAssoreamentoDominânciade gramíneasPavimenta<strong>do</strong>Assorea<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasAssorea<strong>do</strong>Vegetaçãonativa parcialRevesti<strong>do</strong>Dominânciade gramíneasNatural (cursolivre)Dominância degramíneasPlantasaquáticasPerifítonabundante ebiofilmeAusenteAusenteAusenteMacrófitasgrandesconcentra<strong>das</strong>Perifítonabundante ebiofilmesMacrófitasgrandesconcentra<strong>das</strong>Macrófitasgrandesconcentra<strong>das</strong>Macrófitasgrandesconcentra<strong>das</strong>AusentePerifítonabundante ebiofilmesPerifítonabundante ebiofilmesAusenteMacrófitasgrandesconcentra<strong>das</strong>O<strong>do</strong>r da águaLeveNenhumMédioMédioMédioMédioNenhumLeveMédioMédioForte(esgotos)Forte(esgotos)Forte(esgotos)LeveOleosidadeda águaAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteTransparênciada águaTurvaTurvaOpaca oucoloridaMuito escuraOpaca oucoloridaMuito escuraTurvaTurvaTurvaOpaca oucoloridaOpaca oucoloridaMuito escuraOpaca oucoloridaTurvaTipo de fun<strong>do</strong>Comdeposiçãode lixoLama / areiaLama / areiaLama / areiaComdeposiçãode lixoComdeposiçãode lixoComdeposiçãode lixoCom deposiçãode lixo Marcasde antropização(entulhos)Comdeposiçãode lixoComdeposiçãode lixoLama/AreiaComdeposiçãode lixoComdeposiçãode lixoComdeposiçãode lixoComdeposiçãode lixoCom deposiçãode lixoFluxo deáguasLâminad’águaapenas <strong>em</strong>r<strong>em</strong>ansosMaior parte<strong>do</strong> substratoexpostoLâminad’água <strong>em</strong>mais de 75%<strong>do</strong> leitoFormaçãode pequenas“ilhas”Formaçãode pequenas“ilhas”Lâmina d’águaapenas <strong>em</strong>r<strong>em</strong>ansosLâmina d’água<strong>em</strong> 75%<strong>do</strong>leitoFluxo igual <strong>em</strong>toda a larguraFluxo igual <strong>em</strong>toda a larguraLâminad’água <strong>em</strong>75% <strong>do</strong> leitoLâminad’água <strong>em</strong>75% <strong>do</strong> leitoLâminad’água <strong>em</strong>75% <strong>do</strong> leitoLâminad’água <strong>em</strong>75%<strong>do</strong> leitoFluxo igual <strong>em</strong>toda a larguraObs.: Perifíton são organismos que viv<strong>em</strong> aderi<strong>do</strong>s a vegetais ou a outros substratos suspensos; Macrófitas aquáticas são plantas herbáceas que cresc<strong>em</strong> na água, <strong>em</strong> soloscobertos por água ou <strong>em</strong> solos satura<strong>do</strong>s com água.Quadro 02. Coordena<strong>das</strong> <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio Jaguaribe– <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 2009EstaçãoCoordenada XCoordenada YReferênciaJAG 01561783,30128576025,588Águas ClarasJAG 02563234,85958575552,243Águas ClarasA análise da qualidade <strong>das</strong>águas na Bacia <strong>do</strong> Rio Jaguaribefoi realizada <strong>em</strong> 14 (onze) estaçõesao longo da Bacia, conformecoordena<strong>das</strong> apresenta<strong>das</strong>no quadro 02 e figura 01.JAG 03JAG 04JAG 05JAG 06JAG 07JAG 08JAG 09560824,1195563108,8133563569,5618567230,6126567052,6321566763,0857565508,23268573989,7168573345,3428573042,0188571084,818569694,1038567913,7818567205,187Águas ClarasJardim Nova EsperançaJardim Nova EsperançaTrobogyBairro da PazPiatãPiatãRio JaguaribeJAG 10569720,88468571530,406MussurungaJAG 11568199,94938570097,906ItapuãJAG 12561951,78868570995,96São RafaelJAG 13564024,31988570021,125CanabravaJAG 14566573,98928567837,2PiatãFigura 01. Bacia <strong>do</strong> Rio Jaguaribe e localização <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água230 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 231


Qualidade <strong>das</strong> Águas5120Os resulta<strong>do</strong>s <strong>das</strong> análises <strong>do</strong>s parâmetros bacteriológicos efísico-químicos dessa Bacia pod<strong>em</strong> ser observa<strong>do</strong>s nas figuras02 a 08.410012338011602401820Figura 08. Fósforo Total na Bacia <strong>do</strong> Rio JaguaribeFigura 02. Coliformes Termotolerantes na Bacia <strong>do</strong> Rio JaguaribeA figura 02 mostra que as estações JAG012, JAG04, JAG03,JAG01, JAG07, JAG11, JAG10, JAG13 e JAG05 apresentaramvalores de Coliformes Termotolerantes que violaram ao estabeleci<strong>do</strong>na Resolução CONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>cesclasse 2.0-1N =10PILOTOFigura 04. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de OD (mg/L) na Bacia<strong>do</strong> Rio Jaguaribe nas 3 Campanhas14CHUVOSO12SECOA concentração de OD é menor que 5mg/L estabelecida pelaResolução CONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2 <strong>em</strong>to<strong>das</strong> as estações e <strong>em</strong> to<strong>das</strong> as campanhas conforme mostraa figura 03. A comparação de concentrações de OD mostra osmenores valores na campanha piloto e na campanha de perío<strong>do</strong>seco, como pode ser visto na figura 04.0-20N =14PILOTO11CHUVOSO13SECOFigura 06. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de DBO (mg/L) na Bacia<strong>do</strong> Rio Jaguaribe nas 3 CampanhasA figura 05 mostra que a DBO é elevada nas estações JAG03(afluente), JAG12 (outro afluente), JAG04, JAG1, JAG05, JAG11 eJAG07 nas campanhas realiza<strong>das</strong> e a figura 06 mostra que as concentraçõesde DBO foram próximas nas campanhas piloto e de perío<strong>do</strong>chuvoso e menores na campanha de perío<strong>do</strong> seco.As figuras 07 e 08 mostram que as concentrações de NitrogênioTotal e Fósforo Total maiores <strong>em</strong> to<strong>das</strong> as estações, tanto na campanhade perío<strong>do</strong> chuvoso quanto na de perío<strong>do</strong> seco, que o valor estabeleci<strong>do</strong>na Resolução CONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe2. As concentrações de Nitrogênio total foram menores nas estaçõesJAG02 e JAG06 na campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso e menores aindanas estações JAG11, JAG10, JAG14 e JAG13 na campanha de perío<strong>do</strong>seco. As estações que apresentaram menores concentraçõesde Fósforo Total foram JAG02, JAG01, JAG 08, JAG14 e JAG09 nacampanha de perío<strong>do</strong> chuvoso e JAG14, JAG02, JAG13, JAG10 eJAG11 na campanha de perío<strong>do</strong> seco.O Índice de Qualidade <strong>das</strong> Águas - IQA <strong>das</strong> estações monitoriza<strong>das</strong>no Rio Jaguaribe classifica-se na categoria Péssimo nas estaçõesJAG03, JAG09, JAG04 e JAG06 na campanha de perío<strong>do</strong>seco e nas estações JAG13 e JAG14 na categoria Regular e <strong>em</strong> to<strong>das</strong>as outras da campanha <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> chuvoso na Categoria Ruim,como mostra a figura 09.Figura 03. OD na Bacia <strong>do</strong> Rio JaguaribeFigura 05. DBO na Bacia <strong>do</strong> Rio JaguaribeFigura 07. Nitrogênio Total na Bacia <strong>do</strong> Rio JaguaribeFigura 09. IQA nas estações da Bacia <strong>do</strong> Rio Jaguaribe232 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 233


Visan<strong>do</strong> conhecer a vazão <strong>do</strong> Rio Jaguaribe, realizou-se tambéma medição de descarga líquida <strong>em</strong> uma estação (JAG06), situadana Av. Paralela, coordena<strong>das</strong> geográficas Latitude 38 O 22’ 47,1” eLongitude 12 O 55’ 32,2”, <strong>em</strong> 13/08/2008 (T<strong>em</strong>po Chuvoso). O resulta<strong>do</strong>obti<strong>do</strong> na primeira medição foi de Q 1 =0,975m 3 /s e na segundamedição de Q 2 =0,825m 3 /s, com uma vazão média, Q m =0,900m 3 /s.No momento de realização da medição de vazão foi coletadaamostra de água para análise de qualidade, o que permitiu o cálculoda carga no Rio (JAG06), apresentada na tabela 01, para os parâmetrosDBO 5 , Nitrogênio Total e Fósforo Total.Tabela 01. Resulta<strong>do</strong>s <strong>das</strong> medições de vazão e <strong>das</strong> cargas de DBO 5 , Fósforo Total e Nitrogênio TotalEstaçãoVazãoMédia m 3 /sDBO5mg/LDBO5t/diaNitrogênioTotal mg/L NNitrogênioTotal t/diaFósforoTotal mg/L PFósforoTotal t/diaOrtofotos SICAD / PMS – 2006JAG 060,90011,80,929,80,760,660,05Vale ressaltar que esses valores de carga são indicativos apenasde uma data e somente ilustrativos, consideran<strong>do</strong>-se a necessidadede se analisar resulta<strong>do</strong>s qualitativos e quantitativos de uma sériehistórica, para uma representatividade da realidade da Bacia.Parte <strong>do</strong>s bairros inseri<strong>do</strong>s nessa Bacia é atendida pelo Sist<strong>em</strong>ade Esgotamento Sanitário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Os d<strong>em</strong>ais estão sen<strong>do</strong> cont<strong>em</strong>pla<strong>do</strong>scom obras de implantação de redes coletoras de esgotamentosanitário e estações elevatórias. Exist<strong>em</strong> ligações clandestinasde esgotos sanitários à rede pluvial, <strong>em</strong> função de dificuldadestopográficas, resistência por parte de cidadãos <strong>em</strong> conectar seusimóveis à rede coletora pública de esgotamento sanitário, ocupaçãodesordenada, com a existência de imóveis sobre galerias e canaisde drenag<strong>em</strong>, <strong>em</strong> fun<strong>do</strong>s de vale e encostas geran<strong>do</strong> dificuldadesde implantação da rede coletora de esgoto, além de reformas e ampliaçõesde imóveis s<strong>em</strong> a devida regularização junto à PrefeituraMunicipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Juaguaribe234 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 235


COINF / SEDHAM/ PMS, 2006Fundação Gregório de MatosCASTELO BRANCOO bairro Castelo Branco teve orig<strong>em</strong> com a construção <strong>do</strong> conjuntohabitacional, na década de 1970, para abrigar funcionários <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Atualmente, é dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> cinco etapas e pouco l<strong>em</strong>bra o t<strong>em</strong>po<strong>em</strong> que foi cria<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Fernanda Paula Conceição, presidente <strong>do</strong>Conselho de Mora<strong>do</strong>res de Castelo Branco, há mais de vinte anosocorr<strong>em</strong> ocupações espontâneas no local, que modificaram desde asua paisag<strong>em</strong> urbana até a vida socioeconômica da população. Elaconta: “o bairro recebeu uma comunidade circunvizinha que promoveuum grande crescimento. Com a vinda de novos mora<strong>do</strong>res, o comércioteve que se adequar e os serviços tiveram que ser otimiza<strong>do</strong>s”.O nome original <strong>do</strong> bairro era Conjunto Habitacional CidadeCastelo Branco, <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> ao ex-presidente da República,Humberto de Alencar Castelo Branco. Na Praça da Primeira Etapaestá situa<strong>do</strong> o busto <strong>do</strong> ex-presidente e é onde acontece a feira livre,considerada por Conceição como ponto de referência <strong>do</strong> bairro.“Atualmente leva o nome de Praça Mestre Gude, uma homenag<strong>em</strong>a um cidadão daqui da comunidade, que vivia nessa praça”.Castelo Branco é margea<strong>do</strong> pelo Rio Camarajipe no limite com obairro de Campinas de Pirajá, nele, também se encontra a principalnascente <strong>do</strong> Rio Jaguaripe. Conforme Fernanda Conceição, no limitecom o bairro Águas Claras, havia o rio Águas Claras que, alémde abastecer a região, era o entretenimento da comunidade.Apesar de pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente residencial, Castelo Branco t<strong>em</strong>entre seus principais equipamentos públicos: o Posto de Saúde CecyLargo Castelo Branco – 1ª etapa <strong>do</strong> bairro, 2009Andrade, o 20º Centro de Saúde, a Escola Estadual Dona ArleteMagalhães, a Escola Municipal Castelo Branco, o Colégio EstadualRaimun<strong>do</strong> Almeida Gouveia, o Colégio Municipal Luiz Rogério,o Centro Social Urbano e a Colônia Lafayete Coutinho,antiga Pedra Preta, custódia de presos a penas privativas de liberdade,<strong>em</strong> regime s<strong>em</strong>i-aberto.Há 20 anos, to<strong>do</strong> sába<strong>do</strong> de carnaval, o bloco “As Derruba<strong>das</strong>”desfila pelas ruas de Castelo Branco. São homens vesti<strong>do</strong>s de mulher,com roupas padroniza<strong>das</strong> e s<strong>em</strong> cor<strong>das</strong>. Surgiu com um grupode i<strong>do</strong>sos que, por morar<strong>em</strong> longe <strong>do</strong> circuito oficial <strong>do</strong> carnaval, resolveramfazer sua própria folia.Entre as peculiaridades <strong>do</strong> bairro, Conceição destaca mora<strong>do</strong>resque trabalham no Ban<strong>do</strong> de Teatro Olodum, no filme “O Pai Ó”. T<strong>em</strong>ainda Dona Dete que “veio de outro Esta<strong>do</strong> com dinheiro para pagarapenas um mês de aluguel, começou venden<strong>do</strong> mingau na feirae hoje <strong>em</strong>prega 18 pessoas <strong>do</strong> próprio bairro. Cresceu aqui dentro,gerou <strong>em</strong>prego e renda, isso para mim é uma lição muito positiva”.A Acad<strong>em</strong>ia da Capoeira é também um destaque no bairro,pois entrou no Guiness Book por “realizarmos 30 horas de capoeiraaqui na comunidade. Realizamos o maior t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> uma roda decapoeira, e trouxeram para cá o ator Dennis Glover”.Castelo Branco t<strong>em</strong> uma população de 30.351 habitantes, o quecorresponde a 1,24% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,22%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,98% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 33,57% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Via Regional, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Rio Cambonas, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Aloísio Ribeiro. Daí segue por esta via até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Cambonas. Daí segue pelo leito desse rioaté a Rua da Luz, por onde segue até alcançar a Rua Genaro de Carvalho, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua <strong>do</strong>s Franciscanos, por onde segue até a Rua Apostola<strong>do</strong>s da Oração, por onde segue até sua interseção com a Travessa <strong>do</strong>sFranciscanos. Segue por esta via até sua confluência com a Rua Doutor Oswal<strong>do</strong> Cruz, por onde segue pelo leito <strong>do</strong> curso d’água, até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.236 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 237


ÁGUAS CLARASSegun<strong>do</strong> Sabina de Andrade Oliveira, vice-presidente <strong>do</strong> Conselhode Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Loteamento João de Barro I e II, Águas Claras,há 40 anos, o bairro Águas Claras só tinha casas de taipa. Nãohavia água encanada, luz elétrica n<strong>em</strong> transporte coletivo: “tirávamoso material da mata que existia onde hoje é Cajazeiras III”. Por to<strong>do</strong> lugarcorria água muito limpa e cristalina, “o rio que cortava essa áreaera chama<strong>do</strong> de ‘Praia <strong>do</strong>s Pretos’,oficialmente denomina<strong>do</strong> de RiachoCabo Verde, onde costumávamos descer para pescar. Levávamoscarne para assar e passávamos to<strong>do</strong> o dia nos divertin<strong>do</strong>”.Hospital Dom Rodrigo de MenesesOliveira afirma que o nome <strong>do</strong> bairro está relaciona<strong>do</strong> à existênciade águas límpi<strong>das</strong>, que fluíam quan<strong>do</strong> o local ainda erao Sítio da Apresentação. Por causa disso, os proprietários <strong>do</strong>sítio, passaram a chamar o rio e o local de Águas Claras. “Nofun<strong>do</strong> <strong>do</strong> Hospital Rodrigo de Menezes, ainda exist<strong>em</strong> resquíciosdesse patrimônio ambiental, só que as águas estão poluí<strong>das</strong>.”Os riachos Águas Claras e Cabo Verde são nascentes <strong>do</strong>Rio Jaguaripe.Águas Claras está situa<strong>do</strong> nas margens da Ro<strong>do</strong>via BR – 324.A constituição <strong>do</strong> bairro está vinculada à instalação <strong>do</strong> HospitalDom Rodrigo de Menezes, <strong>em</strong> 1949, e à construção de casas parafuncionários públicos – quan<strong>do</strong> então foi aberta a rua principal. Coma construção de um mata<strong>do</strong>uro e de casas para os seus funcionários,o povoamento se tornou mais denso, sen<strong>do</strong> consolida<strong>do</strong> com aconstrução <strong>do</strong>s conjuntos habitacionais <strong>do</strong> Complexo Cajazeiras/Fazenda Grande, <strong>em</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s anos setenta.A instalação <strong>do</strong>s serviços urbanos no bairro foi fruto da luta daAssociação de Mora<strong>do</strong>res e de um grupo de mulheres. Apesar daantiga URBIS ter construí<strong>do</strong> o Loteamento João de Barro I e II, foia luta <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res que garantiu a presença da comunidade no loteamento:“só qu<strong>em</strong> recebia os lotes era gente <strong>em</strong>pregada, o povonão tinha direito, assim, nos reunimos e invadimos esse loteamento.Tomamos surra da policia, bat<strong>em</strong>os nos funcionários da URBIS,queimamos carro... mas conseguimos”.Em Águas Claras exist<strong>em</strong> diversas organizações comprometi<strong>das</strong>com a melhoria da qualidade de vida <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>bairro. A Cooperativa Arte Mãos reúne mulheres desde 1997<strong>em</strong> torno <strong>do</strong> trabalho de confecção de bonecas de pano negras.A Cooperativa se constituiu <strong>em</strong> 2004, com o apoio da ONG VidaBrasil. O Movimento de Reintegração <strong>das</strong> Pessoas Atingi<strong>das</strong>pela Hanseníase (MORHAN) desde 1987 oferece serviços desaúde à comunidade e desenvolve oficinas de capoeira, dança ecomputação. A Creche-Escola Tia Sabina, fundada há 35 anos,é dirigida por Sabina Oliveira e atende às crianças da região. AJuventude Ativista de Cajazeiras (JACA) agrega jovens dispostosa promover ações dentro da comunidade, como articulare promover grupos culturais e criar um jornal comunitário.Águas Claras possui uma população de 31.805 habitantes, o quecorresponde a 1,30% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,25%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,51% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 35,50% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BR-324, na altura da sede da LIMPURB, por onde segue até a Rua Caramuru, por onde segue até o Riacho Cabo Verde, por onde segue até alcançar a Rua Professor Jaime de Sá Menezes, por onde segue até a confluênciacom a Estrada <strong>do</strong> Mata<strong>do</strong>uro. Segue até o cruzamento com a Rua São Paulo, por onde segue até o cruzamento com Travessa São Paulo, por onde segue até o Rio Águas Claras. Segue este curso d`água até alcançar a Via Regional, por onde seguecoordena<strong>das</strong> x= 560672,641 y= 8574052,792, de onde segue pelo vale até alcançar o muro da DESAL, inclusive, a partir de onde segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Ro<strong>do</strong>via BR-324 até o ponto de início da descrição deste bairro.Foto: Danilo Bandeira238 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 239


DOM AVELARLocaliza<strong>do</strong> no “miolo” de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro Dom Avelar surgiu<strong>do</strong> loteamento da Chácara São José, há mais de trinta anos. Nessaépoca, ainda existia uma reserva da Mata Atlântica, não haviatransporte coletivo, luz elétrica n<strong>em</strong> água encanada, e o local chamava-seSão José.Conforme Antonia Silva, antiga mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> bairro, parte da chácarafoi <strong>do</strong>ada à Igreja Católica, que t<strong>em</strong> grande influência no bairro. Onome <strong>do</strong> bairro é uma homenag<strong>em</strong> a D. Avelar Brandão Vilela, CardealPrimaz <strong>do</strong> Brasil, que faleceu <strong>em</strong> dez<strong>em</strong>bro de 1986. O símbolo <strong>do</strong> bairro,na opinião de Elisângela da Silva, é a Igreja de São José Operário,suas ruas têm nomes católicos e a festa que mobiliza toda a comunidadeacontece no dia 1º de maio, <strong>em</strong> louvor a São José Operário.Igreja São José OperárioA falta de planejamento e as construções irregulares, ao longo <strong>do</strong>t<strong>em</strong>po, represaram um riacho que corria na Rua Bartolomeu Dias,a ponto de ele tornar-se um charco e causar sérios probl<strong>em</strong>as desaneamento básico.Segun<strong>do</strong> Elisângela Dias da Silva, vice-presidente da Associaçãode Mora<strong>do</strong>res Força e Luz, os equipamentos públicos comoa Escola Municipal Dona Isabel Brandão Vilela, a Escola EstadualConselheiro Vicente Pacheco e o Posto de Saúde atend<strong>em</strong>b<strong>em</strong> a população.Dom Avelar t<strong>em</strong> uma população de 9.854 habitantes, o que correspondea 0,40% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,39% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 23,48% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 35,06% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Rua Genaro de Carvalho com a Rua <strong>do</strong>s Cursilhistas, de onde segue até seu cruzamento com a Rua <strong>do</strong>s Franciscanos. Daí segue até alcançar os limites <strong>do</strong> Centro de Dustribuição <strong>do</strong> Wal Mart, LIMPURB, e DESAL, exclusive,até alcançar a Rua Doutor Oswal<strong>do</strong> Cruz, por onde segue até sua interseção com a Travessa <strong>do</strong>s Franciscanos. Daí segue por até o seu cruzamento com a Rua Apostola<strong>do</strong>s da Oração, por onde segue até a Rua <strong>do</strong>s Franciscanos. Seguepor este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua Genaro de Carvalho, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.240 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 241


CAJAZEIRAS IV, V, VII, VIII, X, VI, IIOs bairros de Cajazeiras, na seqüência indicada no titulo, surgirama partir <strong>do</strong> final da década de 1970 com o porte de uma cidad<strong>em</strong>édia, <strong>em</strong> área de antigas fazen<strong>das</strong> que foram desapropria<strong>das</strong>,pelo então governa<strong>do</strong>r Roberto Santos. “Uma cidade de 150mil habitantes está nascen<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>”. “É o maior bairro daAmérica Latina, com 16 milhões de metros quadra<strong>do</strong>s”. São referências,corriqueiras, atribuí<strong>das</strong> há déca<strong>das</strong>, a estes bairros, pelaimprensa local.O projeto previa a construção de uma cidade de porte médio nessaregião, <strong>do</strong>tada de sist<strong>em</strong>a viário, esgotamento sanitário, abastecimentode água, luz e equipamentos comunitários. Hoje, esse complexoencontra-se desm<strong>em</strong>bra<strong>do</strong>, forman<strong>do</strong> os bairros: CajazeirasIV, Cajazeiras V, Cajazeiras VII, Cajazeiras VIII, Cajazeiras X, CajazeirasVI e Cajazeiras II.Em 1977, a Hidroservice estruturou o Plano Urbanístico Integra<strong>do</strong>Cajazeiras que previa a urbanização de uma área de dezesseismilhões de metros quadra<strong>do</strong>s. Dois anos depois, o plano foi revistopela Empresa de Habitação e Urbanismo da Bahia - URBIS efoi integra<strong>do</strong> à área de Fazenda Grande, passan<strong>do</strong> a ser então denomina<strong>do</strong>de Plano Urbanístico Integra<strong>do</strong> Cajazeira/Fazenda Grande.Finalmente, <strong>em</strong> 1981, foi construí<strong>do</strong> o primeiro setor com a nomenclaturaCajazeiras IV.O “novo” núcleo urbano foi projeta<strong>do</strong> para ter sete creches, quatorzeescolas de educação pré-escolar, dezenove escolas de 1º graue três de 2º grau, onze centros de saúde, uma delegacia, <strong>do</strong>is postospoliciais, sete centros comunitários, <strong>do</strong>is postos de gasolina eum clube. Hoje, Cajazeiras IV, segun<strong>do</strong> Luís Carlos Pinto, presidenteda Associação de Mora<strong>do</strong>res de Cajazeiras IV, conta com a EscolaEstadual Edval<strong>do</strong> Brandão Correia, um Posto de Saúde daFamília e uma Indústria Comunitária que atende algumas atividadescomo confecções. Na Via Regional, há uma nascente, na qual carrospipas se abastec<strong>em</strong>.Ao final da década de 1980, o conjunto <strong>das</strong> Cajazeiras já era vistocomo uma “verdadeira cidade na periferia de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>”. A sua extensãofez nascer a Uamerci (União <strong>das</strong> Associações de Mora<strong>do</strong>rese Entidades Representativas <strong>das</strong> Cajazeiras), que reúne trintae uma entidades locaisConstruí<strong>do</strong> sobre colinas, o verde é abundante e enorme é aquantidade de árvores frutíferas como jaqueiras, mangueiras e coqueiros.Os bairros têm um clima muito aprazível, por isso, ape-Foto: Danilo BandeiraCajazeiras Vsar da distância <strong>do</strong> centro da cidade e <strong>das</strong> dificuldades estruturais,seus mora<strong>do</strong>res, consideram as Cajazeiras um bom lugar para seviver.Cajazeiras IV possui uma população de 3.150 habitantes, o quecorresponde a 0,13% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,12%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,15% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de mais de 1 a 2 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 34,75% <strong>do</strong>s seus chefes defamília têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Cajazeiras V é <strong>do</strong>tada pelos seguintes equipamentos públicos:a Escola Estadual Batista Neves; a Unidade de Saúde daFamília Cajazeiras V; a Paróquia da Santíssima Virg<strong>em</strong> Mariade Nazaré; a Escola Deputa<strong>do</strong> Naomar Alcântara; o Centrode Especialidades O<strong>do</strong>ntológicas e a Escola Estadual ElysioAtaíde.Cajazeiras V possui uma população de 4.700 habitantes, o quecorresponde a 0,19% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,19%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,76% <strong>do</strong>s seus chefes de famí-Cajazeiras VIIIlia situa<strong>do</strong>s na faixa de mais de 3 a 5 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 38,86% <strong>do</strong>s seus chefes defamília têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Em Cajazeiras VII, o Bar <strong>do</strong> Joel, segun<strong>do</strong> Rute Cortes Nascimento,presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>res de Cajazeiras VII, éa marca <strong>do</strong> bairro. É lá que se realizam as festividades <strong>do</strong> Dia <strong>das</strong>Mães, São João e Dia <strong>do</strong>s Pais. Entre os principais equipamentosdeste bairro estão: o Colégio Estadual Luis Fernan<strong>do</strong> de Mace<strong>do</strong>Costa e a Escola Municipal Irmã Dulce.Cajazeiras VII possui uma população de 4.455 habitantes, o quecorresponde a 0,18% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,18%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,25% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 30,19% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.O Loteamento Jardim Mangabeira, situa<strong>do</strong> <strong>em</strong> Cajazeiras VIII éum grande destaque neste bairro. Esta localidade formou-se a partirde uma ocupação espontânea, muito carente de serviços básicos, eFoto: Elba Veiga242 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 243


que hoje conta com um posto de saúde, a Escola Municipal PedroRibeiro e a Escola Municipal Sônia Cavalcante.Cajazeiras VIII possui uma população de 11.425 habitantes, o quecorresponde a 0,47% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,48%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,37% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de mais de meio a 1 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 31,05% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Em Cajazeiras X foi cria<strong>do</strong> o Projeto CajaArte que há mais deum ano promove palestras nas escolas públicas de to<strong>das</strong> as Cajazeiras.Neste bairro, o Colégio Estadual Mora Guimarães, o ColégioEstadual Nelson Barros, a 13ª Delegacia de Polícia e a FundaçãoBradesco são os principais equipamentos. To<strong>do</strong>s os anos,no dia 12 de set<strong>em</strong>bro, aniversário <strong>do</strong> bairro, a União de Associação<strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res e Entidades Representativas <strong>das</strong> Cajazeirase Adjacências, realiza a Feira de Ação Global, um evento culturale educativo.Cajazeiras X possui uma população de 7.690 habitantes, o quecorresponde a 0,31% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,30%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,16% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de mais de 1 a 2 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 27,82% <strong>do</strong>s seus chefes defamília têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Cajazeiras VI, conta com os seguintes equipamentos públicos:Colégio Estadual Ana Bernardes e a Escola Municipal Oscar daPenha e possui uma população de 6.745 habitantes, o que correspondea 0,28% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,27% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 21,05% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de mais de 1 a 2 salários mínimos. No que se refereà escolaridade, constata-se que 35,78% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliatêm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Em Cajazeiras II, o último conjunto a ser construí<strong>do</strong>, destaca-seo Riacho <strong>do</strong> Leprosário, um <strong>do</strong>s afluentes <strong>do</strong> Rio Jaguaripe. Estebairro conta com os seguintes equipamentos: o Colégio EstadualGuiomar Florence, o Hospital Especializa<strong>do</strong> Dom Rodrigo deMenezes e o Hospital de Cajazeiras II.Cajazeiras II possui uma população de 1.339 habitantes, o quecorresponde a 0,05% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,06%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 28,85% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 3 a 5 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 51,92% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Praça Jardim <strong>das</strong> MangueirasFoto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Via Regional, na direção da Rua Sílvio Leal, de onde segue até alcançar a Rua Sílvio Leal. Segue até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Águas Claras, por onde segue, passan<strong>do</strong> pela lagoa de estabilização, por onde segue até alcançar a Estrada <strong>do</strong>Mata<strong>do</strong>uro, por onde segue até o cruzamento com a Rua Deputa<strong>do</strong> Herculano Menezes. Segue nesta via até alcançar a Via Regional, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.244 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 245


Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento entre a Rua Deputa<strong>do</strong> Herculano Menezes com a Estrada <strong>do</strong> Mata<strong>do</strong>uro, por onde segue até alcançar a lagoa de estabilização, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao Rio Águas Claras, passan<strong>do</strong> pela lagoa de estabilização, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong>direção ao Rio Caji e pelo Riacho Águas Claras, por onde segue pelo vale até alcançar a Rua Deputa<strong>do</strong> Herculano Menezes, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Rua São Paulo com a Estrada <strong>do</strong> Mata<strong>do</strong>uro, por onde segue até a Rua <strong>do</strong> Boiadeiro, de onde segue até alcançar a Rua Professor Jaime de Sá Menezes, por onde segue até a lagoa de estabilização, até alcançar o RioÁguas Claras, de onde segue até a Estrada <strong>do</strong> Mata<strong>do</strong>uro. Segue nesta via até fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a mesma, de onde volta a alcançar o eixo da Estrada <strong>do</strong> Mata<strong>do</strong>uro no ponto de início da descrição deste bairro.246 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 247


Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Estrada da Paciência com a Via Regional, por onde segue pelo vale, até alcançar a Rua Deputa<strong>do</strong> Herculano Menezes, por onde segue até encontra um curso d´água, por onde segue até alcançar a Avenida Engenheiro Raymun<strong>do</strong>Carlos Nery, por onde segue até o cruzamento com a Estrada <strong>do</strong> Coqueiro Grande, por onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Washington Halye, de onde segue, passan<strong>do</strong> pela referida rua, até alcançar o Rio Jaguaribe,por onde segue até alcançar a Via Regional, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.Descrição resumida:Inicia-se na Rua Deputa<strong>do</strong> Herculano Menezes, de onde segue até o Rio Águas Claras, por onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Avenida Engenheiro Raymun<strong>do</strong> Carlos Nery. Segue pelo fun<strong>do</strong> destes lotes até alcançar novamentea Avenida Engenheiro Raymun<strong>do</strong> Carlos Nery, por onde segue até a rotatória entre as vias: Avenida Engenheiro Raymun<strong>do</strong> Carlos Nery, Estrada <strong>do</strong> Coqueiro Grande e Estrada da Paciência. Segue pelo vale e depois <strong>em</strong> direção a Rua Deputa<strong>do</strong>Herculano Menezes, por onde segue . Segue nesta via até o ponto de início da descrição deste bairro.248 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 249


Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Rua São Paulo com a Estrada <strong>do</strong> Mata<strong>do</strong>uro, por onde segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para esta rua até alcançá-la novamente, de onde segue até o Rio Águas Claras, por onde segue, passan<strong>do</strong> pela lagoa de estabilização,de onde segue <strong>em</strong> direção a Rua Sílvio Leal. Segue até alcançar a Via Regional, por onde segue até o Rio Águas Claras. Segue até alcançar a 4ª Travessa São Paulo, por onde segue até o seu cruzamento com a Travessa São Paulo. Seguenesta até seu cruzamento com a Rua São Paulo, por onde segue até seu cruzamento com a Estrada <strong>do</strong> Mata<strong>do</strong>uro, por onde segue para o ponto de início se descrição deste bairro.Descrição resumida:Inicia-se no Rio Águas Claras, por onde segue, passan<strong>do</strong> pelas lagoas de estabilização, por onde segue pelo Rio <strong>do</strong> Leprosário até alcançar o Riacho Cabo Verde até retornar ao Rio Águas Claras , ponto de início da descrição deste bairro.250 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 251


SETE DE ABRILO bairro Sete de Abril, segun<strong>do</strong> Eduar<strong>do</strong> José da Cruz, diretorda Associação Beneficente <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res de Sete de Abril -ABEMSA, surgiu na década de 1960, a partir <strong>do</strong> loteamento de umagrande fazenda, pertencente à família Barreto de Alencar. Ele contaque, pouco t<strong>em</strong>po depois <strong>do</strong> loteamento, foi construí<strong>do</strong> na área umconjunto habitacional, pela antiga URBIS, cuja data de inauguração,07 de abril de 1965, terminou por nomear o bairro.Para Cruz: “o bairro Sete de Abril começou a ganhar forma <strong>em</strong> 1966,quan<strong>do</strong> o prefeito de então construiu o fim de linha. Aos poucos, muitascasas foram surgin<strong>do</strong> e, <strong>em</strong> 1975, teve início a pavimentação da ruaprincipal, a iluminação pública e a instalação da rede de água”.Entre os equipamentos a serviço da comunidade estão: a EscolaEstadual Eral<strong>do</strong> Tinoco, o Centro Municipal de Educação InfantilHélcio Trigueiro, a Escola Municipal Afrânio Peixoto, umPosto de Saúde e a Associação Cultural de Capoeira Mangangá,idealizada pelo cantor Tonho Matéria.Há anos, to<strong>do</strong> dia 19 de março, a comunidade de Sete de Abrilmobiliza-se para a Festa de São José, com procissão, missas festivase queima de fogos. “É muito bonita a festa”, afirma Cruz.Sete de Abril t<strong>em</strong> aproximadamente uma população de 15.307habitantes, o que corresponde a 0,63% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 0,59% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,80% <strong>do</strong>s seuschefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 35,80%<strong>do</strong>s seus chefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Fim de Linha de Sete de Abril, 2009Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Via Regional, por onde segue até sua confluência com a Avenida Maria Lúcia, por onde segue até alcançar o Rio <strong>do</strong> Coroa<strong>do</strong>, por onde segue o leito <strong>do</strong> rio até alcançar Rua da Ascensão. Daí segue até seu cruzamento com a Avenida AliomarBaleeiro, por onde segue pelo vale, até alcançar a na Rua Aloísio Ribeiro, por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Rio Cambonas. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.254 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 255


SÃO MARCOSO bairro São Marcos surgiu de ocupações espontâneas e cresceudesordenadamente, mas, segun<strong>do</strong> Nival<strong>do</strong> Jaqueira, presidentee funda<strong>do</strong>r da Liga Desportiva Cleriston Andrade, é um lugarprivilegia<strong>do</strong>, uma vez que: “estamos próximos à Orla e aos <strong>do</strong>isprincipais estádios da cidade. T<strong>em</strong>os a melhor praça de esportesde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e daqui saíram pessoas como Ludmila, terceira colocadano concurso ‘Fama’, Jimerson, um joga<strong>do</strong>r da nossa Liga ehoje está na seleção brasileira sub-17, jogan<strong>do</strong> no Cruzeiro. T<strong>em</strong>osainda um campeão sul-americano de boxe e uma campeã Norte-Nordeste de capoeira”.Segun<strong>do</strong> o presidente da Liga Desportiva, há 30 anos, São Marcosera um lugar com muitas frutas e poucas casas. O terreno era debarro, o que l<strong>em</strong>brava a fazenda que lhe deu orig<strong>em</strong>. No local, tambémexistia uma lagoa, comumente utilizada pelos mora<strong>do</strong>res paratomar banho que, com o passar <strong>do</strong>s anos, foi aterrada. Nival<strong>do</strong> Jaqueiraainda explica que o nome <strong>do</strong> lugar é uma referência a “SeuMarcos”, antigo <strong>do</strong>no da propriedade.Atualmente, a vida <strong>do</strong> bairro é muito marcada pelo futebol. PorEscola Municipal São Marcosmeio da Liga Desportiva Cleriston Andrade os mora<strong>do</strong>res desenvolv<strong>em</strong>trabalho social com crianças, desde 1984.Para Nival<strong>do</strong> Jaqueira a Lavag<strong>em</strong> <strong>do</strong> Coroa<strong>do</strong>, no dia 07 de set<strong>em</strong>bro,com cortejo e trio elétrico, é uma festa que mobiliza os mora<strong>do</strong>resde São Marcos. “É uma tradição que, <strong>em</strong> 2009, faz 25 anos”afirma Jaqueira que considera a praça de esportes, como uma referência<strong>do</strong> bairro.Em São Marcos, são muitos os equipamentos a serviço da comunidade.No bairro exist<strong>em</strong> o Jardim Botânico, o Centro de Saúde SãoMarcos, a Fundação Cidade Mãe, o Colégio Estadual Rogério Rego,o Colégio Estadual Cleriston Andrade, a Escola Municipal São Marcose um Centro de Esporte e Lazer. Neste bairro, encontra-se tambéma Fonte <strong>do</strong> Terreiro Ilê Omo Ketá Passu Detá, muito utilizada, antesda instalação da rede de abastecimento da EMBASA, para diversos fins.Atualmente, a fonte é utilizada para atividades de cunho religioso.São Marcos t<strong>em</strong> aproximadamente uma população de 25.317 habitantes,o que corresponde a 1,04% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,98% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,36% <strong>do</strong>s seuschefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 35,58%<strong>do</strong>s seus chefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.COINF / SEDHAM/ PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Maria Lúcia, por onde segue até seu cruzamento com a Avenida São Rafael, por onde segue pelo fun<strong>do</strong> da Escola Municipal Doutor Orlan<strong>do</strong> Imbassahy, e da Casa da Criança com Câncer – exclusive. Segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveiscom frente para a Avenida Oceano Pacífico, exclusive, até alcançar a Via Pituaçu. Segue por esta via até seu cruzamento com a Rua Local-1. Daí segue até sua confluência com a Rua São Benedito de Pau da Lima, por onde segue até o seu cruzamentocom a Rua São Marcos. Daí segue até a interseção com o Largo de Pau da Lima. Daí segue por este largo até sua confluência com a Rua Jayme Vieira Lima, por onde segue até as proximidades <strong>do</strong> terreno da Escola Municipal Roberto Correia,exclusive, de onde segue pelo vale, acompanhan<strong>do</strong> o curso d’água, <strong>em</strong> direção a sua jusante, de onde segue até alcançar o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.256 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 257


NOVO MAROTINHOSegun<strong>do</strong> Marilda Tapareli, presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>resde Novo Marotinho, a história <strong>do</strong> bairro Novo Marotinho r<strong>em</strong>ontaà década de 1970, quan<strong>do</strong> <strong>em</strong> São Caetano existia uma ocupaçãoespontânea chamada de Marotinho. “Em 1976, o prefeito manifestouinteresse <strong>em</strong> retirar esta comunidade <strong>do</strong> local. Houve umaresistência muito grande <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res, a policia apareceu para d<strong>em</strong>oliras casas até que a cidade inteira se mobilizou. Muitos políticose o Movimento Estudantil deram apoio aos mora<strong>do</strong>res, até o bispotambém se pronunciou. Depois de muita pressão, o então governa<strong>do</strong>r<strong>do</strong>ou esta área para esse povo”.A presidente da Associação diz ainda que, depois <strong>do</strong> loteamento <strong>do</strong>terreno, foi travada mais uma luta pela regularização fundiária e hojegrande parte <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res t<strong>em</strong> a propriedade da terra. Para vencermais esta batalha, muitas famílias tiveram que improvisar suas residências:“então tinha muita casa de plástico, papelão, madeirite”.Depois da comunidade estabelecida, o local passou a ser chama<strong>do</strong>de Novo Marotinho, uma referência à localidade Marotinho, <strong>em</strong>São Caetano. No dia 05 de outubro de 1976, foi fundada a Associaçãode Mora<strong>do</strong>res. Nessa época, ali não havia água encanada, luzelétrica n<strong>em</strong> transporte, tinha muito mato e mais nada. Dessa forma,Igreja de Nossa Senhora <strong>das</strong> Doresfoi por meio da associação e <strong>do</strong> esforço coletivo da comunidade queNovo Marotinho ergueu-se. O material de construção foi consegui<strong>do</strong>com a colaboração de um padre <strong>do</strong> bairro Fazenda Grande <strong>do</strong> Retiroa as casas foram construí<strong>das</strong> pelos próprios mora<strong>do</strong>res que, com ot<strong>em</strong>po, também conseguiram água encanada e luz elétrica.Atualmente, não existe nenhuma festa que mobilize toda a comunidade,mas, no passa<strong>do</strong>, com<strong>em</strong>orava-se o aniversário de desm<strong>em</strong>bramentode Novo Marotinho e São Caetano. Com o t<strong>em</strong>po, a associaçãonão teve mais condições financeiras de realizar o aniversárioe a violência impede a realização de festas de largo no bairro. A Associaçãode Mora<strong>do</strong>res de Novo Marotinho desenvolve trabalhoscom jovens. “Trabalhamos com projetos de futebol, t<strong>em</strong>os capoeirae um grupo de dança e boxe. O grupo de teatro que tínhamos acabou.Fiz<strong>em</strong>os muitos cursos profissionalizantes, além de reforço escolarde diversas disciplinas. Tu<strong>do</strong> isso com esforços próprios”. Entreos principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro estão o Posto deSaúde e a Escola Municipal Novo Marotinho.Novo Marotinho t<strong>em</strong> aproximadamente uma população de 3104habitantes, o que corresponde a 0,13% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 0,12% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,65% <strong>do</strong>s seuschefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 38,77%<strong>do</strong>s seus chefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Via Regional com a 3ª Travessa José Teixeira, próximo a Escola Municipal Arte e Alegria, exclusive. Segue por esta via até seu cruzamento com a Avenida José Teixeira. Daí segue até sua interseção com a Travessa Arcoverde,seguin<strong>do</strong> pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a 3º Travessa José Teixeira e Rua Renato Oliveira, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Avenida Aliomar Baleeiro, de onde segue s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> linha reta, até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Mocambo. Daí segue pelo leitodesse rio até próximo ao Estádio Manoel Barra<strong>das</strong>, exclusive, até alcançar a Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até o seu cruzamento com a Via Regional. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.258 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 259


JARDIM NOVA ESPERANÇADiz-se que, há 40 anos, <strong>em</strong> uma planície próxima a um vale d<strong>em</strong>ata atlântica, o babalorixá João Albertino Torres, o Caboclinho,construiu seu terreiro de can<strong>do</strong>mblé, tornan<strong>do</strong>-se pioneiro na ocupação<strong>do</strong> bairro Jardim Nova Esperança.Com o t<strong>em</strong>po, a área foi sen<strong>do</strong> loteada e aos poucos foram surgin<strong>do</strong>novas casas. Ilmar Santos, presidente <strong>do</strong> Conselho de Mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Jardim Nova Esperança, conta que, quan<strong>do</strong> ele chegouao local, há 34 anos, esta região ainda era a Fazenda Sete deAbril, depois se tornou o Loteamento São José e, há cerca de 15anos, passou a ser chamada de Jardim Nova Esperança.Segun<strong>do</strong> o presidente <strong>do</strong> Conselho, o atual batismo deve está relaciona<strong>do</strong>ao fato de haver muita vegetação no local. “Aqui era umagrande área verde e tinha um rio que cortava nosso bairro conheci<strong>do</strong>como ‘Rio de Paté’, no qual tomávamos banho, lavávamos roupa,mas hoje está bastante poluí<strong>do</strong>”.Localiza<strong>do</strong> no “miolo” de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o Jardim Nova Esperançat<strong>em</strong> os seguintes equipamentos públicos: a Escola Estadu-al Padre José Vasconcelos, a Escola Municipal de Nova Esperançae a Praça da Rua Santo André que, ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> Largo<strong>do</strong> Vital, são considera<strong>do</strong>s por Santos, o símbolo de JardimNova Esperança. Há também, no local, o Projeto Tambores daEsperança, um trabalho voluntário desenvolvi<strong>do</strong> com as crianças<strong>do</strong> bairro.Segun<strong>do</strong> Santos, o momento <strong>em</strong> que toda a comunidade de JardimNova Esperança se mobiliza é na Sexta Feira Santa, quan<strong>do</strong> homens,vesti<strong>do</strong>s de mulher, percorr<strong>em</strong> as ruas <strong>do</strong> bairro com um carrode som e depois vão jogar o “baba <strong>do</strong> vinho”.No Loteamento Daniel Gomes, encontra-se a Fonte <strong>do</strong> TerreiroUmbanda, utilizada apenas para atividades de cunho religioso.Em seu entorno, exist<strong>em</strong> poucas residências e no bairro tambémpassa o Rio Jaguaripe.Jardim Nova Esperança t<strong>em</strong> uma população de 8.079 habitantes,o que corresponde a 0,33% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,33% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,32% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 0,5 a 1 saláriomínimo. No que se refere à escolaridade, constata-se que 35,26%<strong>do</strong>s seus chefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Praça da Rua Santo AndréFoto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Via Regional, de onde segue <strong>em</strong> linha reta até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Jaguaripe. Daí segue pelo leito desse rio, <strong>em</strong> direção a sua jusante, até o afluente <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, por onde segue até alcançar o Convento Dom Aman<strong>do</strong>, exclusive, eCentro de treinamento da COELBA, exclusive, até alcançar a Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue <strong>em</strong> direção ao vale até alcançar o Riacho <strong>do</strong> Campo, por onde segue até sua confluência com o Rio Mocambo, seguin<strong>do</strong> pelo vale, até retornar aAvenida Aliomar Baleeiro. Segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Renato Oliveira e 3º Travessa José Teixeira, exclusive, até alcançar a Travessa Arcoverde, por onde segue até o cruzamento com a Avenida José Teixeira. Segue até seucruzamento com a 3º Travessa José Teixeira, por onde segue até a Via Regional. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.260 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 261


JAGUARIPE ISegun<strong>do</strong> José Pinto <strong>do</strong>s Santos, vice-presidente <strong>do</strong> Conselhode Mora<strong>do</strong>res de Jaguaripe I – COMJA, a área que hoje correspondeao bairro de Jaguaripe I fora propriedade de MamedePaes Men<strong>do</strong>nça que, após um acor<strong>do</strong> com o Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>da Bahia, transferiu para o poder público a responsabilidade sobreo terreno.Santos explica que a formação <strong>do</strong> bairro está relacionada aodeslocamento de inúmeras famílias, de diferentes lugares de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,num perío<strong>do</strong> de intensas chuvas. “Houve uma época de enchentes<strong>em</strong> toda cidade, com vários desabriga<strong>do</strong>s. O então governa<strong>do</strong>rPaulo Souto, resolveu agregar parte desse povo aqui, veiogente de vários lugares, r<strong>em</strong>ovi<strong>das</strong> de locais s<strong>em</strong> condições d<strong>em</strong>oradia”.Colegio Estadual Dona Leonor CalmonJaguaripe I é fort<strong>em</strong>ente marca<strong>do</strong> pela presença de terreiros decan<strong>do</strong>mblé. Conforme Consuelo Pondé de Sena, Jaguaripe significaîgûara = onça + y + pe = no rio da onça. A palavra iagûara, converteu-se<strong>em</strong> jaguara = jaguar. O bairro é dividi<strong>do</strong> pelo Rio Jaguaripe,que o separa da localidade Jaguaripe II, bairro Nova Brasília.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão o Colégio EstadualLeonor Calmon, a Praça 12 de Outubro e a Praça ViverMelhor, considerada, por Santos, como símbolo <strong>do</strong> bairro. “Dia de<strong>do</strong>mingo, to<strong>do</strong> mun<strong>do</strong> se acomoda nesta praça, velho, criança, carroscom som liga<strong>do</strong>...”.Jaguaripe I possui uma população de 4.816 habitantes, o que correspondea 0,20% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,21% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 33,68% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 32,89% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.COINF / SEDHAM/ PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se no leito <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, por onde segue até o cruzamento com a Rua Manuel da Tabua, seguin<strong>do</strong> pelo afluente <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, por onde segue até alcançar o limite <strong>do</strong> Atakadão e Maternidade Albert Sabin, exclusive, até alcançar a Rua“A“ – Jaguaripe I, por onde segue pela Rua Jerusalém de Cajazeiras, por onde segue até alcançar o Acesso “D” – Jaguaripe I, por onde segue <strong>em</strong> direção ao vale até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, de onde segue até o ponto de início da descrição<strong>do</strong> limite desse bairro.262 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 263


COINF / SEDHAM/ PMS, 2006NOVA BRASÍLIASitua<strong>do</strong> no “miolo” de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro Nova Brasília surgiucom o loteamento da Fazenda Nova Brasília. Segun<strong>do</strong> AntoniaSilva Souza, mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> local há mais de 40 anos: “osprimeiros mora<strong>do</strong>res foram os trabalha<strong>do</strong>res da Feira de Águade Meninos, que foram r<strong>em</strong>ovi<strong>do</strong>s para cá, logo após o incêndio.Vim morar aqui <strong>em</strong> 1965, quan<strong>do</strong> ainda tinha pouquíssimoshabitantes. Com o t<strong>em</strong>po, as pessoas foram compran<strong>do</strong>seus lotes e assim o bairro foi crescen<strong>do</strong>. Nesta época, não tinhaluz elétrica e água encanada, o que existia era muito verdee um grande areal”.Este bairro é corta<strong>do</strong> pelo Rio Jaguaripe e Souza l<strong>em</strong>bra que, notrecho que por ali passa, o rio tinha uma água limpa e cristalina e eracomum as pessoas tomar<strong>em</strong> banho e lavar roupa <strong>em</strong> suas águas.Foi depois <strong>do</strong> intenso povoamento <strong>do</strong> bairro que o rio se converteu<strong>em</strong> um canal de esgoto, cerca<strong>do</strong> de lixo.Em Nova Brasília, não há mais a Lavag<strong>em</strong> <strong>do</strong> bairro n<strong>em</strong> a Festade São José Operário, momentos <strong>em</strong> que os mora<strong>do</strong>res se mobilizavam.Hoje, segun<strong>do</strong> Cláudio Jesus, presidente da Liga DesportivaNova Brasília, a alegria <strong>do</strong> bairro é o campeonato de futebol. Paraele, “só o esporte movimenta o bairro, estamos fazen<strong>do</strong> um campeonatode escolas, o Campeonato Sub-17 e ainda t<strong>em</strong> o campeonatode futebol f<strong>em</strong>inino”.O bairro, cuja principal referência, na opinião de Cláudio Jesus,é o final de linha, é servi<strong>do</strong> pelos seguintes equipamentos públicos:o Colégio Estadual Vera Lux, a Escola Municipal Adauto Pereirade Souza e um Posto de Saúde.Dentre as notoriedades de Nova Brasília, o presidente da Ligadestacou o boxea<strong>do</strong>r Pedro Lima, mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> local e vence<strong>do</strong>r damedalha de ouro no Pan-Amenricano, de 2007, no Rio de Janeiro:“quan<strong>do</strong> ele ganhou a medalha, Nova Brasília foi <strong>em</strong> peso ao Aeroportorecebê-lo”. Para Cláudio Jesus, o boxe é o esporte de maiorrelevância na comunidade. Ele afirma que os maiores boxea<strong>do</strong>resda Bahia são de Nova Brasília.Nova Brasília t<strong>em</strong> uma população de 12.820 habitantes, o quecorresponde a 0,53% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,48%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 27.25% <strong>do</strong>s seus chefes de famílias<strong>em</strong> rendimento. No que se refere à escolaridade, constataseque 35,73% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm de 4 a 7 anos deestu<strong>do</strong>s.Descrição resumida:Inicia-se no prolongamento da Rua Senhor <strong>do</strong>s Passos, até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, por onde segue até a confluência com um afluente <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, por onde segue até alcançar a Avenida Aliomar Baleeiro, próximo ao C<strong>em</strong>itério Bosqueda Paz. Segue por esta via até as proximidades da localidade de Vila Mar, inclusive, segue contornan<strong>do</strong> pelo vale <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Mocambo, por onde segue até alcançar a Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue incluin<strong>do</strong> o Convento Dom Aman<strong>do</strong>e Centro de treinamento da COELBA, inclusive, por onde segue até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, por onde segue, <strong>em</strong> direção a jusante, até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.264 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 265


CANABRAVASegun<strong>do</strong> Liliane Tavares, bióloga e líder comunitária, a ocupaçãode Canabrava se deu nos primeiros anos da década de 1970, quan<strong>do</strong>no local ainda existia uma grande área da Mata Atlântica. Foramtransferi<strong>das</strong> para esta área as famílias desabriga<strong>das</strong> pelas chuvase aquelas provenientes da Avenida Vasco da Gama, cujas casasforam desapropria<strong>das</strong> pela Prefeitura Municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e peloGoverno <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> da Bahia.Nesse perío<strong>do</strong>, to<strong>do</strong> o lixo da cidade era deposita<strong>do</strong> <strong>em</strong> Canabravae nesse contexto surgiram os “badameiros”, homens e mulheresque sobreviviam <strong>do</strong> que encontravam no lixo e era possívelcomercializar. Assim, esta comunidade convive até hoje com gravesprobl<strong>em</strong>as sócio-ambientais, decorrentes <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> queexistia o “lixão” no local. Conforme Tavares: ”apesar de não se disporde estu<strong>do</strong>s <strong>das</strong> conseqüências da presença <strong>do</strong> lixão na saúdeda população e <strong>do</strong>s “badameiros”, t<strong>em</strong>-se registros de casos de<strong>do</strong>enças respiratórias, tuberculose e de diarréias. Além <strong>do</strong>s prejuízoscausa<strong>do</strong>s aos recursos naturais, o lixo tirou da comunidade acondição de mora<strong>do</strong>res de um bairro, estigmatizan<strong>do</strong>-a como mora<strong>do</strong>resde um lixão”.Em 1997, “foram retira<strong>do</strong>s <strong>do</strong> ‘lixão’ cerca de 700 ‘badameiros’,que foram ca<strong>das</strong>tra<strong>do</strong>s e inscritos na Central de Badameiros - CEN-BA - com possibilidade de efetivação <strong>do</strong> trabalho. Os cata<strong>do</strong>res passaram,então, a desenvolver suas atividades nesse local específico,receben<strong>do</strong> equipamentos de proteção individual”, afirma Tavares.Nesse mesmo perío<strong>do</strong>, foi implanta<strong>do</strong> no bairro o Projeto CriançaCanabrava, que proporcionou a retirada de muitas crianças e a<strong>do</strong>lescentesdessa atividade.Desde então, Canabrava v<strong>em</strong> sen<strong>do</strong> cenário de várias ações como objetivo de dignificar o trabalho com o lixo. Associação de Paise Amigos da Comunidade de Canabrava – ACAC, o Terreiro <strong>do</strong>Boiadeiro e a Organização de Mulheres Odara são algumas <strong>das</strong>organizações que atuam no bairro, com o objetivo de resgatar a autoestimada população.Segun<strong>do</strong> Liliane Tavares, exist<strong>em</strong> duas versões para o nome <strong>do</strong>bairro: a primeira é que há no local um tipo de planta chamada Canabrava,que não serve como alimento, mas serve para os passarinhosconstruír<strong>em</strong> seus ninhos. A segunda versão conta que o nomefoi da<strong>do</strong> pela assistente social Ester Felix, que trabalhou na comunidadena época <strong>do</strong> lixão e, juntamente com outros técnicos da LIM-PURB, deu esse nome ao lugar.Foto: Elba VeigaRio MocamboEste bairro também é conheci<strong>do</strong> como Nossa Senhora da Vitória.Entretanto, Tavares garante que nunca foi o nome oficial, ten<strong>do</strong>surgi<strong>do</strong> pelo fato de o Estádio Manuel Barra<strong>das</strong>, pertencente aoEsporte Clube Vitória, estar instala<strong>do</strong> <strong>em</strong> Canabrava, então, sugerirammudar o nome <strong>do</strong> bairro, para desvincular a imag<strong>em</strong> de Canabrava<strong>do</strong> lixo. Tavares ressalta, inclusive, que há uma luta da comunidadepara que esse estádio inclua <strong>em</strong> seu quadro funcional osmora<strong>do</strong>res locais.Para Tavares, a Lavag<strong>em</strong> de Canabrava é o momento <strong>em</strong> quea comunidade mobiliza-se. ”Neste evento diversos grupos se reún<strong>em</strong>para fazer apresentações, também são convida<strong>do</strong>s grupos deoutras comunidades, acontec<strong>em</strong> espetáculos de dança e música euma gincana, na qual são arrecada<strong>do</strong>s alimentos para ser<strong>em</strong> distribuí<strong>do</strong>sàs famílias mais pobres <strong>do</strong> bairro”.Entre os principais equipamentos de Canabrava estão: a EscolaComunitária Municipal de Canabrava, construída pelos própriosmora<strong>do</strong>res através de um mutirão; a Escola Municipal de Canabrava;<strong>do</strong>is postos de saúde da família; o Parque Sócio-Ambiental,construí<strong>do</strong> <strong>em</strong> 2003 pela Prefeitura Municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e a FundaçãoCidade Mãe.Este bairro é corta<strong>do</strong> pelo Rio Mocambo, afluente <strong>do</strong> Rio Jaguaripe.Outrora, nesta comunidade, existiam duas fontes utiliza<strong>das</strong> paralavag<strong>em</strong> de roupas e para banhos.Canabrava t<strong>em</strong> uma população de 12.047 habitantes, o que correspondea 0,49% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,53% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 21% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 39,24% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Luis Viana, por onde segue, incluin<strong>do</strong> a Faculdade Jorge Ama<strong>do</strong> e excluin<strong>do</strong> o Con<strong>do</strong>mínio Lagoa Verde, seguin<strong>do</strong> até alcançar o Rio <strong>do</strong> Coroa<strong>do</strong>. Daí segue pelo leito desse rio, <strong>em</strong> direção a sua montante, seguin<strong>do</strong> até alcançara Rua Artêmio Castro Valente, por onde segue até o leito <strong>do</strong> Rio Trobogy por onde segue pelo vale até alcançar a Avenida Maria Lúcia. Segue por esta via até seu cruzamento com a Avenida Aliomar Baleeiro, seguin<strong>do</strong> até alcançar o Estádio ManoelBarra<strong>das</strong>, inclusive. Daí segue s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> linha reta até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Mocambo, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.266 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 267


VALE DOS LAGOSSegun<strong>do</strong> Antonia Maristela Moreira, líder comunitária e uma <strong>das</strong>primeiras mora<strong>do</strong>ras <strong>do</strong> local, o bairro Vale <strong>do</strong>s Lagos foi projeta<strong>do</strong>e construí<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma imensa área verde, há mais de 20 anos. Surgiu<strong>do</strong> Conjunto Residencial Vale <strong>do</strong>s Lagos e expandiu-se coma construção de outros con<strong>do</strong>mínios.Naquela época, o lugar “era mato por to<strong>do</strong>s os la<strong>do</strong>s, não tinhaasfalto, era barro puro, os ônibus não podiam ter acesso, não haviaágua encanada, usávamos a água <strong>do</strong> rio Rio Trobogy e comprávamoságua no carro-pipa”, diz Moreira.Para a líder comunitária, à medida que o bairro foi melhoran<strong>do</strong><strong>em</strong> infra-estrutura, com a chegada <strong>do</strong> asfalto, <strong>do</strong> transporte e daágua encanada, passou também a sofrer grande degradação ambiental,principalmente <strong>em</strong> suas águas. “Quan<strong>do</strong> construíram oscon<strong>do</strong>mínios aqui, não foi feito nenhum projeto de tratamento deágua”. Moreira conta que o Rio Trobogy tinha uma água cristalinae que a comunidade recém-chegada costumava tomar banhonele. Existia também uma cachoeira que os mora<strong>do</strong>res freqüentavamnos finais de s<strong>em</strong>ana. Atualmente, o rio foi transforma<strong>do</strong> <strong>em</strong>um esgoto.Vista <strong>do</strong> Conjunto Vale <strong>do</strong>s Lagos, 2009O Vale <strong>do</strong>s Lagos está situa<strong>do</strong> no “miolo” de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e, como opróprio nome indica, fica <strong>em</strong> uma baixada onde exist<strong>em</strong> várias nascentesd´água. Tanto na opinião de Moreira, quanto na de Maria RaimundaVieira, presidente da Associação <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res da VilaSão Francisco, os bares locais, especialmente, o Bar <strong>do</strong> Américo,com seu famoso cozi<strong>do</strong>, são importantes referenciais <strong>do</strong> bairro.A população local dispõe de um pequeno e varia<strong>do</strong> comércio eabriga os seguintes equipamentos públicos: o Colégio Estadual Vale<strong>do</strong>s Lagos, o Instituto Anísio Teixeira – IAT, a Escola Aplicaçãoe a Creche Municipal Lírio <strong>do</strong> Vale. Em seu entorno, exist<strong>em</strong> ain<strong>das</strong>hoppings e uma faculdade.No Vale <strong>do</strong>s Lagos, não há uma festa ou evento tradicional qu<strong>em</strong>obilize to<strong>do</strong> o bairro, entretanto, no ano de 2008, o Dia <strong>das</strong> Criançasfoi com<strong>em</strong>ora<strong>do</strong> com uma grande festa. “Nós, aqui da Vila SãoFrancisco, fiz<strong>em</strong>os uma festa na entrada <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong>s Lagos paraatender to<strong>das</strong> as crianças”, diz Raimunda Vieira.Vale <strong>do</strong>s Lagos t<strong>em</strong> aproximadamente uma população de 13.138habitantes, o que corresponde a 0,54% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 0,59% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 29,87% <strong>do</strong>s seuschefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 50,91%<strong>do</strong>s seus chefes de família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Rua Artêmio Castro Valente, por onde segue até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Coroa<strong>do</strong>. Daí segue pelo leito desse rio, <strong>em</strong> direção a sua jusante, até alcançar o Con<strong>do</strong>mínio Lagoa Verde, inclusive, e excluin<strong>do</strong> a Faculdade Jorge Ama<strong>do</strong>, atéalcançar a Avenida Luis Viana. Daí segue por esta avenida até alçcançar o leito <strong>do</strong> Rio Passa Vaca, até o Conjunto Mora<strong>das</strong> <strong>do</strong> Campo, exclusive, até alcançar a Estrada da Muriçoca, por onde segue pelo vale, até alcançar o Rio <strong>do</strong> Coroa<strong>do</strong>, por ondesegue até o alcançar o limite entre o Conjunto Nova Cidade, exclusive e Jardim <strong>das</strong> palmeiras, inclusive, até o alcançar o vale, por onde até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.268 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 269


TROBOGYEm uma área cercada por matas, lagos e riachos surgiu o bairroTrobogy. Inicialmente, a região era composta por chácaras que,no final da década de 1970, foram sen<strong>do</strong> lotea<strong>das</strong>. Segun<strong>do</strong> SelmaRamos Fernandes, presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>Con<strong>do</strong>mínio Trobogy, naquela época, “não tínhamos nenhum tipode serviço, não tinha transporte, linha telefônica, não tinha comércio,não tinha nada...”.Conforme Cristóvão Bispo <strong>do</strong>s Santos, vice-presidente da Associaçãode Mora<strong>do</strong>res da Vila Dois de Julho, o primeiro ponto a serpovoa<strong>do</strong> foi a Vila Dois de Julho. T<strong>em</strong>pos depois, surgiram os conjuntoshabitacionais tão característicos <strong>do</strong> bairro, dentre eles, o Aldeia<strong>das</strong> Pedras, o Asa e o Conjunto Habitacional Trobogy, quedeu nome a to<strong>do</strong> bairro.Nos dias atuais, a natureza, tão exuberante outrora, está sen<strong>do</strong>devastada pela especulação imobiliária. Entretanto, Selma Fernandes,afirma que ainda exist<strong>em</strong> árvores centenárias e animais silvestresno bairro e que eles estão morren<strong>do</strong>, atropela<strong>do</strong>s, na AvenidaParalela, uma vez que a devastação da mata tira-lhes o seu habitatnatural.Ela l<strong>em</strong>bra que o Rio Trobogy era limpo e muitas pessoas pescavamnele. Existia uma lagoa enorme na qual esse rio des<strong>em</strong>bocava.Com o passar <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, o rio tornou-se poluí<strong>do</strong> e a lagoa foi reduzidaà metade, devi<strong>do</strong> aos sucessivos aterramentos da Avenida Paralela.Neste bairro, a Fonte <strong>do</strong> Terreiro Onzo Nguzo Za Nkisi DandalundaYe T<strong>em</strong>po é muito utilizada nos rituais religiosos.O Trobogy t<strong>em</strong> aproximadamente uma população de 5.347 habitantes,o que corresponde a 0,22% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,26% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 32,31% <strong>do</strong>s seuschefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 56,30%<strong>do</strong>s seus chefes de família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Vale <strong>do</strong> Rio TrobogyOrtofotos SICAD / PMS – 2006Descrição resumida:Inicia-se no leito <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, por onde segue, <strong>em</strong> direção a jusante até Avenida Luís Viana, por onde segue até o leito <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Mocambo. Daí segue pelo vale até alcançar a Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até as proximidades <strong>do</strong>C<strong>em</strong>itério Bosque da Paz, exclusive, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao vale, que contorna as localidades de Granjas Rurais/Alameda <strong>das</strong> Nações, por onde segue pelo até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong>limite desse bairro.270 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 271


MUSSURUNGANa década de 1970, a questão habitacional era um grave probl<strong>em</strong>ana cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. O então governa<strong>do</strong>r Roberto Santos decidiupela implantação de quatro núcleos habitacionais, dentre eles,Mussurunga I.De conjunto habitacional a um bairro às margens da Avenida LuizViana (Paralela), Mussurunga surgiu a partir da desapropriação deuma fazenda de mesmo nome e teve sua primeira etapa concluída<strong>em</strong> 1978. Apesar de planeja<strong>do</strong>, as ocupações espontâneas imprimiramao local um ritmo de crescimento acelera<strong>do</strong>, o que levou à devastaçãode grande parte <strong>do</strong>s recursos ambientais da região.Este bairro é corta<strong>do</strong> pelo Rio Jaguaripe e, segun<strong>do</strong> Cristina Alves,coordena<strong>do</strong>ra da ONG Cacto e Trevo, “havia áreas de preservaçãoambiental <strong>em</strong> Mussurunga, que hoje praticamente não se vê. Existiammuitas lagoas, e hoje só existe a Lagoa <strong>do</strong> Setor L, as outras estãosen<strong>do</strong> aterra<strong>das</strong>, certamente as nascentes foram prejudica<strong>das</strong>”.Os mora<strong>do</strong>res mais antigos <strong>do</strong> bairro costumam dizer que Mussurungaé uma palavra de orig<strong>em</strong> indígena e que seu significa<strong>do</strong> estárelaciona<strong>do</strong> a uma espécie de cobra.Para Alves, Mussurunga é um bairro muito rico culturalmente,“descobrimos aqui pessoas que esculp<strong>em</strong> na madeira, rezadeiras,pessoas que conhec<strong>em</strong> propriedades <strong>das</strong> plantas. OSr. Ulisses fabrica instrumentos, confecciona berimbau e t<strong>em</strong>ainda a presença <strong>do</strong> Sr. Severiano, o ‘prefeito’ de Mussurunga”.O símbolo <strong>do</strong> local, <strong>em</strong> sua opinião, é a Rótula da Feirinhaonde estão o Centro Social Urbano, algumas escolas e ocomércio <strong>do</strong> bairro.Entre seus principais equipamentos estão o 13º Centro de SaúdeEduar<strong>do</strong> Bizarria Mamede, a Escola Municipal Célia Nogueira, aEscola Estadual Raul Sá, o Colégio Estadual Leila Rub<strong>em</strong> da Fonseca,a Escola Estadual Nilton Sucupira e a ONG Cacto e Trevo,que desenvolve um trabalho sócio-educativo com crianças e a<strong>do</strong>lescenteentre 8 e 16 anos e um trabalho profissionalizante com jovensacima de 16 anos.Mussurunga possui uma população de 30.213 habitantes, o quecorresponde a 1,24% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,21%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,04% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 30,52% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Vista <strong>do</strong> Bairro MussurungaFoto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Luís Viana, por onde segue até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Jaguaripe. Daí segue pelo leito desse rio até a Avenida Aliomar Baleeiro. Daí segue por esta avenida até o alcançar o vale, que contorna a localidade Vila Verde, inclusive, atéalcançar a Avenida Aliomar Baleeiro. Daí segue até o seu cruzamento com a Rua Adriano de Azeve<strong>do</strong> Ponde, por onde segue até alcançar o vale, por onde segue até alcançar a Rua da Capela, por onde segue até Rua da Adutora. Segue por este logra<strong>do</strong>uroaté alcançar o limite da Codisman Veículos, exclusive, até alcançar a Avenida Luís Viana, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.272 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 273


BAIRRO DA PAZNa década de 1980, casas de lona preta com madeirite e latad’água na cabeça era o cenário mais comum da antiga Invasão <strong>das</strong>Malvinas, atual Bairro da Paz. Segun<strong>do</strong> Edna Silva Santos, auxiliarde enfermag<strong>em</strong> e coordena<strong>do</strong>ra da Pastoral da Criança, a ocupaçãoespontânea deste local “começou na mesma época da Guerra<strong>das</strong> Malvinas. Nós ocupamos a área e declaramos guerra contra opoder público que não aceitava nossa ocupação. Por isso, o localera chama<strong>do</strong> Malvinas, porque também estávamos <strong>em</strong> guerra. Depoisde muita luta, conseguimos ficar e através de um plebiscito foiescolhi<strong>do</strong> o nome Bairro da Paz”.A luta pela permanência e melhoria <strong>do</strong> local, para Santos, é a referência<strong>do</strong> Bairro da Paz. Os mora<strong>do</strong>res mais antigos contam que eracomum as pessoas construír<strong>em</strong> suas casas à noite e ao amanhecera polícia destruir. Fala-se que a última “derruba” foi <strong>em</strong> 1988, quan<strong>do</strong>a população interditou pela primeira vez a Avenida Luiz Viana.Atualmente, o Bairro da Paz t<strong>em</strong> as seguintes localidades: Praça,Areal, Baixa <strong>do</strong> Tubo, Bela Vista, Morro da Felicidade, SetorII e Área Verde. O bairro é margea<strong>do</strong> pelo Rio Jaguaripe que, nestetrecho, não está preserva<strong>do</strong>, uma vez que o esgoto <strong>do</strong>méstico foijoga<strong>do</strong> no Rio Mangabeira.Neste bairro, os festejos católicos costumam mobilizar a populaçãolocal. “Somos dividi<strong>do</strong>s <strong>em</strong> seis comunidades, cada uma comseu padroeiro, e praticamente de <strong>do</strong>is <strong>em</strong> <strong>do</strong>is meses t<strong>em</strong>os festasde padroeiro aqui. Os padroeiros são: Nossa Senhora da Paz, NossaSenhora <strong>do</strong> Perpétuo Socorro, Santo Antonio, Nossa Senhora Aparecida,São José e ainda o Cristo Redentor”.O Bairro da Paz t<strong>em</strong> o Coral Cantan<strong>do</strong> o Amanhecer, forma<strong>do</strong>pelas crianças da comunidade, que to<strong>do</strong> ano, no Natal, integra o Coralda Cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e se apresenta na Praça da Sé.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão: o Posto deSaúde, a Praça <strong>das</strong> Decisões, local onde se discutia as ações dacomunidade, antes de ser construída a sede <strong>do</strong> Conselho de Mora<strong>do</strong>res,a Praça da Paz Celestial, a Escola Municipal Nossa Senhorada Paz, a Escola Municipal Nova <strong>do</strong> Bairro da Paz e a EscolaEstadual Mestre Paulo <strong>do</strong>s Anjos.O Bairro da Paz t<strong>em</strong> uma população de 17.438 mil habitantes,o que corresponde a 0,71% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,69% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 31,45% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo.No que se refere à escolaridade, constata-se que 38,15% <strong>do</strong>sseus chefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Danilo BandeiraIgreja Nossa Senhora da Paz, 2009Inicia-se o na Avenida Luís Viana. Daí segue por esta avenida até o cruzamento com a Rua Luís Eduar<strong>do</strong> Magalhães. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até a sua interseção com a Rua Vale <strong>do</strong> Tubo. Daí segue por esta rua até o Riacho da Mangabeira.Daí segue pelo leito desse riacho até sua confluência com o Rio Jaguaripe. Daí segue pele leito desse rio até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.274 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 275


Foto: André CarvalhoALTO DO COQUEIRINHOO bairro Alto <strong>do</strong> Coqueirinho surgiu da ocupação espontâneada Fazenda São Francisco, no início da década de 1980. Reinal<strong>do</strong>Oliveira Costa, presidente <strong>do</strong> Conselho de Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Alto <strong>do</strong>Coqueirinho, conta: “depois de três anos da área ser ocupada, játínhamos água encanada, luz elétrica e asfalto na via principal. Naépoca da ocupação, um batalhão da PM queria nos expulsar. Formamosuma comissão de mora<strong>do</strong>res e começamos a negociar como governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, que nos deu a posse da terra”.Conforme Costa, o nome deste bairro resulta <strong>do</strong> fato de que “aquitinha muitos coqueiros e licuris”. Por meio de votação, os mora<strong>do</strong>resescolheram entre os nomes Parque Residencial Yeda Barra<strong>das</strong>Carneiro e Alto <strong>do</strong> Coqueirinho.A Lavag<strong>em</strong> <strong>do</strong> Alto <strong>do</strong> Coqueirinho, <strong>em</strong>bora não aconteça há<strong>do</strong>is anos, para Costa, era o momento <strong>em</strong> que o bairro se mobilizava.O presidente <strong>do</strong> Conselho explica que o evento não era apenas diversão,era também um meio de protesto, de manifestação popular, paraexpressar os anseios da comunidade. Eram três dias de festa com ban<strong>das</strong>e grupos da própria comunidade, que tinham a oportunidade de sair<strong>do</strong> anonimato. Costa ainda afirma que nessas Lavagens foram cria<strong>do</strong>sdiversos grupos de pagode, reggae, hip-hop e arrocha.Em 2006, o Conselho de Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Alto <strong>do</strong> Coqueirinhocriou a Escola de Panificação e Confeitaria. O curso de panificaçãoé destina<strong>do</strong> a jovens entre 15 e 19 anos e t<strong>em</strong> como objetivoiniciá-los <strong>em</strong> uma profissão. Já o curso de confeitaria é volta<strong>do</strong>para mulheres que têm a possibilidade de compl<strong>em</strong>entar a rendafamiliar, confeitan<strong>do</strong> bolos, fazen<strong>do</strong> <strong>do</strong>ces e salga<strong>do</strong>s <strong>em</strong> suaprópria casa.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão a Unidade deSaúde da Família <strong>do</strong> Alto <strong>do</strong> Coqueirinho, o Colégio EstadualYeda Barra<strong>das</strong> Carneiro, a Creche Geórgia Barra<strong>das</strong> Carneiro ea Associação de Mora<strong>do</strong>res.Na localidade Baixa <strong>do</strong> Tubo, há um mina<strong>do</strong>uro que forma o Córrego<strong>do</strong> Bispo, também conheci<strong>do</strong> como Rio Xangô, que hoje estábastante poluí<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> aos dejetos constant<strong>em</strong>ente lança<strong>do</strong>s. Entretanto,<strong>em</strong> sua nascente, segun<strong>do</strong> Costa, a água é cristalina, umavez que “as pessoas tiveram o cuida<strong>do</strong> de murar o local e essa águanunca fica parada, ela brota e flui ...”.O Alto <strong>do</strong> Coqueirinho t<strong>em</strong> uma população de 9.076 habitantes,o que corresponde a 0,37% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,36% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,68% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 30,52% <strong>do</strong>schefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Inicia-se no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Baixa <strong>do</strong> Tubo, inclusive. Daí segue contornan<strong>do</strong> os imóveis com frente para a Baixa <strong>do</strong> Tubo até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Alameda <strong>das</strong> Roseiras, inclusive, até alcançar o eixoda referida via, por onde segue até seu cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Cabo Branco. Daí segue até a Rua <strong>das</strong> Acácias. Daí segue até o seu cruzamento com a Rua Bonsucesso, até sua confluência com a Rua da Natividade. Segue por este até seu cruzamentocom a Travessa Juazeiro. Daí segue até o seu cruzamento com a Rua Juazeiro, até alcançar a interseção com a Rua Nova Esperança. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até o cruzamento com a Travessa Nova Esperança, por onde segue até alcançara Baixa <strong>do</strong> Tubo, por onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Baixa <strong>do</strong> Tubo, inclusive, até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.276 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 277


PIATÃSônia Pereira Ribeiro, representante da AMA Jaguaribe - Associação<strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res e Amigos <strong>do</strong> Rio Jaguaribe, afirma que, <strong>em</strong>1979, a área que hoje compreende o bairro de Piatã tinha característicasrurais. No lugar, existia apenas o Con<strong>do</strong>mínio Jardim Placafor,uma pequena fazenda de ga<strong>do</strong> da família Capinam, um brejo e matopor toda parte. “Era comum ver cobra atravessan<strong>do</strong> a pista”.O nome <strong>do</strong> bairro é de orig<strong>em</strong> tupi, popularmente é conheci<strong>do</strong>como “o persistente, o obstina<strong>do</strong>”. Segun<strong>do</strong> Consuelo Ponde de SenaPiatâ significa: pý = pé + atã = duro, resistente, logo pyatã significa:pé duro, força ou resistência nos pés.Para Sonia Ribeiro, o processo de urbanização começou <strong>em</strong> umritmo lento, mas, nos últimos 15 anos, tornou-se acelera<strong>do</strong> e atédesordena<strong>do</strong>. “A ocupação <strong>em</strong> torno <strong>do</strong> rio foi feita de uma maneiraque não se respeitou os limites da área de preservação, o queacabou comprometen<strong>do</strong> seu leito. Quan<strong>do</strong> vim morar aqui, esse rionão tinha sinais de poluição, podia-se tomar banho. Atrás de mi-nha casa passa o Riacho <strong>do</strong> Chico, um braço desse rio, nele tinhapeixes grandes. Hoje devi<strong>do</strong> aos esgotos lança<strong>do</strong>s no rio, aágua é escura, estan<strong>do</strong> as margens completamente assorea<strong>das</strong>,com lixo e entulho”.A representante da AMA Jaguaribe afirma que a degradação <strong>do</strong>rio, as constantes enchentes e a ocupação desordenada fomentaramo surgimento dessa entidade, <strong>em</strong> 1998, cujo objetivo é o deproteger o Rio Jaguaripe. O estuário desse rio também se encontrano bairro.Situa<strong>do</strong> na Orla Atlântica de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, Piatã é um bairro tipicamenteresidencial, caracteriza<strong>do</strong> por uma ocupação horizontal e pelaexistência de con<strong>do</strong>mínios. Na opinião de Sônia Ribeiro, o bairro t<strong>em</strong>na Praia <strong>do</strong> Coqueiral uma <strong>das</strong> suas principais referências.Piatã t<strong>em</strong> aproximadamente uma população de 11.069 habitantes,o que corresponde a 0,45% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,42% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 33,09% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de mais de 20 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 43,05%<strong>do</strong>s seus chefes de família têm mais de 15 anos de estu<strong>do</strong>.Placaford, 2009Inicia-se no na Avenida Luis Viana, próximo a Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC, inclusive. Segue por esta avenida até o leito <strong>do</strong> Rio Jaguaripe, por onde segue até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Mangabeira, por onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>simóveis com frente para a Baixa <strong>do</strong> Tubo, até sua interseção com a Rua Deputa<strong>do</strong> Paulo Jackson. Daí segue até a Rua Des<strong>em</strong>barga<strong>do</strong>r João Azeve<strong>do</strong> Cavalcante. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até o seu cruzamento com a Rua Princesa Isabel, poronde segue até sua interseção com a Avenida Princesa Isabel e a 1º Travessa Princesa Isabel. Daí segue até alcançar a Rua Juiz Orlan<strong>do</strong> Heleno de Melo, por onde segue até sua interseção com a Rua Guaraçaima. Segue até a Rua Carapeba, poronde segue até seu cruzamento com a Rua Sargento Walmir Bannach. Daí segue até linha de costa atlântica, por onde segue até alcançar o limite Con<strong>do</strong>mínio Vere<strong>das</strong> <strong>do</strong> Atlântico (exclusive), seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frentepara a Avenida Ibirapitanga e Avenida Tamburugy (exclusive), incluin<strong>do</strong> o Loteamento Vere<strong>das</strong> <strong>do</strong> Sol e o Con<strong>do</strong>mínio Jardim Gantois, até o a Avenida Tamburugy, por onde segue até o seu cruzamento com a Avenida Luís Viana no ponto de início dadescrição <strong>do</strong> limite desse bairro.278 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 279


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> CobreOcupan<strong>do</strong> grande parcela <strong>do</strong> território <strong>do</strong> Subúrbio Ferroviário dacidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, paralela aos vetores de expansão da cidade, aBacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre t<strong>em</strong> uma área de 20,65km 2 , o que correspondea 6,69% da área de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, sen<strong>do</strong> considerada a quinta maiorBacia <strong>do</strong> Município. Encontra-se limitada ao Norte pela Bacia <strong>do</strong> Ipitanga,a Leste pela Bacia <strong>do</strong> Jaguaribe, a Oeste pela Bacia <strong>do</strong> Paraguarie pela Bacia de Drenag<strong>em</strong> de Plataforma e ao Sul pelas BaciasPedras/Pituaçu, Camarajipe e de Drenag<strong>em</strong> de Itapagipe.Com uma população de 89.188 habitantes, que corresponde a 6,69%da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, densidade populacional de 4.319,56hab./km 2 , possui 22.747 unidades habitacionais, que equival<strong>em</strong> a 3,45%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade (IBGE, 2000).O Rio <strong>do</strong> Cobre t<strong>em</strong> sua principal nascente na Lagoa da Paixão,no bairro Mora<strong>das</strong> da Lagoa. É corta<strong>do</strong> pela BA-528 (Estrada da BaseNaval de Aratu), sen<strong>do</strong> barra<strong>do</strong> <strong>em</strong> seu médio curso pela represa d<strong>em</strong>esmo nome – outrora importante manancial de abastecimento da região,área protegida e enquadrada como “Parque Florestal da Represa<strong>do</strong> Cobre”. A Represa <strong>do</strong> Cobre separa alguns bairros da marg<strong>em</strong> direita(Alto da Terezinha e Rio Sena), de Pirajá, na marg<strong>em</strong> esquerda,passa pelo Parque São Bartolomeu e deságua na Enseada <strong>do</strong> Cabrito,onde as pressões urbanas são maiores, comprometen<strong>do</strong>, portanto,a qualidade <strong>das</strong> águas <strong>do</strong> estuário e da referida enseada.Além <strong>do</strong>s anteriormente menciona<strong>do</strong>s, também faz<strong>em</strong> parte dessaBacia, os seguintes bairros: Valéria, Porto Seco Pirajá (parte destebairro encontra-se também na Bacia <strong>do</strong> Pedras/Pituaçu) e São João<strong>do</strong> Cabrito. Em relação às faixas de renda mensal mais expressivas, oschefes de família dessa bacia situam-se nas seguintes faixas: 44,21%não possu<strong>em</strong> rendimento ou chegam até 1 SM e 37,21% estão entre1 até 3 SM. Os índices de escolaridade mais significativos <strong>do</strong>s chefesde família dessa bacia são: 18,28% possu<strong>em</strong> de 1 a 3 anos de estu<strong>do</strong>;36,37% entre 4 e 7 anos; 18,29% estão na faixa de 8 a 10 anos;16,74% possu<strong>em</strong> de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).A Bacia <strong>do</strong> Cobre encontra-se relativamente conservada, apresentan<strong>do</strong>considerável área de cobertura vegetal, com significativosr<strong>em</strong>anescentes de ecossist<strong>em</strong>as no diversifica<strong>do</strong> mosaico <strong>do</strong> biomaMata Atlântica, especialmente, no entorno da Represa <strong>do</strong> Cobre, ondeexiste uma área de, aproximadamente, 653ha de r<strong>em</strong>anescentes florestaise Floresta Ombrófila, <strong>em</strong> estágios iniciais e médios de regeneração.A conservação dessa mata pode colaborar com a proteção<strong>do</strong>s mananciais que alimentam a Represa <strong>do</strong> Cobre.É uma bacia que t<strong>em</strong> uma grande importância ambiental, nãoapenas pelo aspecto ecológico, mas também pelo aspecto históricoe cultural. Foi nessa área que ocorreu a Batalha de Pirajá, na lutapela Independência da Bahia, entre finais de junho e manhã de 2 dejulho de 1823. Algumas Unidades de Conservação estão na áreade abrangência dessa bacia, dentre elas a APA da Bacia <strong>do</strong> Cobre /São Bartolomeu, o Parque Metropolitano de Pirajá e o Parque Municipalde São Bartolomeu.A APA da Bacia <strong>do</strong> Cobre / São Bartolomeu, criada pelo Decreton. 7.970/2001, localiza-se na borda oriental da Baía de To<strong>do</strong>s osSantos, nos municípios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Simões Filho. Possui uma áreade 1.134ha e uma grande importância histórica e cultural, <strong>em</strong> virtudeda existência, dentro de sua área, <strong>do</strong> Parque São Bartolomeu,com uma área de 75ha, e uma grande diversidade de ambientes –Mata Atlântica, manguezal, áreas <strong>em</strong>breja<strong>das</strong> e alagadiças (pântano),entre outras. Além da sua importância ecológica, esse Parquepossui áreas sagra<strong>das</strong> para o Povo de Santo (Can<strong>do</strong>mblé e outroscultos), como as nascentes e cascatas de Nanã, Oxum, a nascentee a queda d’água de Oxumaré e as rochas da Pedra <strong>do</strong> T<strong>em</strong>po eO <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 281


Pedra de Omolú. Um <strong>do</strong>s importantes afluentes <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre éo Riacho Mané Dendê.O Parque Metropolitano de Pirajá, referência histórica nas lutaspela Independência da Bahia, possui uma área de 1.550ha e englobao referi<strong>do</strong> Parque de São Bartolomeu (75ha).Em relação à qualidade de suas águas, foram escolhi<strong>das</strong> seis estaçõesamostrais na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre, para análise bacteriológicae físico-química. O quadro 01 apresenta as observações <strong>do</strong>PAR nas estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio<strong>do</strong> Cobre.Quadro 01. Observações <strong>do</strong> PAR nas estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> CobreParâmetrosCOB 01COB 02COB 03COB 04COB 05COB 06COB 07Tipo de ocupação<strong>das</strong> margensÁreas desmata<strong>das</strong>ResidencialResidencialÁrea com vegetaçãoarbóreaVegetação naturalResidencialResidencialEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> leito<strong>do</strong> rioAssorea<strong>do</strong>Revesti<strong>do</strong>Revesti<strong>do</strong>Não se aplica(represa)Natural (curso livre)Assorea<strong>do</strong>Assorea<strong>do</strong>Mata ciliarDominância degramíneasAusente (solodescoberto)Ausente (solodescoberto)Dominância de matasecundáriaVegetação nativaparcialDominância degramíneasVegetação nativaparcialPlantas aquáticasMacrófitas ePerifítonAusenteAusenteMacrófitasMacrófitas PerifítonMacrófitas grandesconcentraçãoAusenteO<strong>do</strong>r da águaNenhumNenhumNenhumNenhumNenhumNenhumMédioOleosidade daáguaAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteAusentePequenas manchasTransparência daáguaTurvaTurvaTurvaEscuraLev<strong>em</strong>enteescurecidaTurvaOpaca ou coloridaTipo de fun<strong>do</strong>Lama/AreiaLixoLixoNão se aplica(represa)Pedras/CascaloLixoLixoFluxo de águasFluxo igual <strong>em</strong>toda a larguraLâmina d’água <strong>em</strong>75% <strong>do</strong> leitoLâmina d’água <strong>em</strong>75% <strong>do</strong> leitoNão se aplica(represa)Fluxo igual <strong>em</strong> todaa larguraLâmina d’água <strong>em</strong>75% <strong>do</strong> leitoFluxo igual <strong>em</strong> toda alarguraObs.: Macrófitas aquáticas são plantas herbáceas que cresc<strong>em</strong> na água, <strong>em</strong> solos cobertos por água ou <strong>em</strong> solos satura<strong>do</strong>s com água; Perifíton são organismos que viv<strong>em</strong>aderi<strong>do</strong>s a vegetais ou a outros substratos suspensos.Qualidade <strong>das</strong> ÁguasA análise da qualidade <strong>das</strong> águasna Bacia <strong>do</strong> Cobre foi realizada <strong>em</strong> 07(sete) estações de coleta de amostrasde água ao longo da Bacia, conformecoordena<strong>das</strong> apresenta<strong>das</strong> no quadro02 e figura 01.Quadro 02. Coordena<strong>das</strong> <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio Cobre - <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,2009EstaçãoCOB 01COB 02COB 03COB04COB 05COB 06COB 07Coordenada X560239,9348559753,9196559272,2788558504,3041557387,475557244,7689556897,9713Coordenada Y8579395,0438579013,3558578566,3498574753,6338573981,9738573823,6238573584,55ReferênciaRua Morada da Lagoa, Lagoa da Paixão, Fazenda Coutos.Rua Morada da LagoaRua da Base Naval, 2ª travessaEstrada da Barrag<strong>em</strong>, Represa <strong>do</strong> CobreParque São Bartolomeu – Próximo ao afluente “ManéDendê”, com Acesso pela Av.Suburbana.Estrada <strong>do</strong> Subúrbio – PirajáAv. Suburbana, ponte próxima à Av. Afrânio Peixoto – Rua1º Nov<strong>em</strong>bro.Figura 01. Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre e localização <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água282 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 283


Quanto aos resulta<strong>do</strong>s da análise de alguns parâmetros bacteriológicose físico-químicos de amostras de água <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre,eles poderão ser visualiza<strong>do</strong>s nas figuras 02 a 08.5040108306203410Figura 08. Fósforo Total na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> CobreFigura 02. Coliformes Termotolerantes na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> CobreA figura 02 apresenta valores muito eleva<strong>do</strong>s de Coliformes Termotolerantesnas estações situa<strong>das</strong> à jusante da Represa <strong>do</strong> Cobre(COB05, COB06 e COB07) na campanha de perío<strong>do</strong> seco, quan<strong>do</strong>a concentração de esgotos sanitários torna-se mais representativano fluxo total <strong>do</strong> curso d’água.0-10N =6PILOTOFigura 04. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de OD na Bacia <strong>do</strong> Rio<strong>do</strong> Cobre nas 3 Campanhas6CHUVOSO7SECOAs figuras 03 e 04 mostram a ocorrência de valores de ODacima de 5,0mg/L, nas estações de amostrag<strong>em</strong>, entretanto, conformea Resolução CONAMA n. 357/05, para águas <strong>do</strong>ces classe2, qualquer amostra de água, deve apresentar valores superioresa 5,0 mg/L.20N =6PILOTO8CHUVOSO7SECOFigura 06. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de DBO na Bacia <strong>do</strong>Rio <strong>do</strong> Cobre nas 3 CampanhasAs figuras 05 e 06 mostram os maiores valores de DBO, que nãoatend<strong>em</strong> a Resolução CONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe2, nas estações à jusante da Represa <strong>do</strong> Cobre (COB05, COB06e COB07), tanto nas campanhas de perío<strong>do</strong> chuvoso quanto de perío<strong>do</strong>seco. Salienta-se que apenas as estações COB03 e COB04não violam o estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA n. 357/05 paraáguas <strong>do</strong>ces classe 2 na campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso.A mesma tendência acontece para Nitrogênio Total e Fósforo Total,com as maiores concentrações nas estações COB05, COB06 eCOB07, conforme mostra<strong>do</strong> nas figuras 07 e 08.O Índice de Qualidade <strong>das</strong> Águas - IQA <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre se classificana categoria Boa nas estações COB01 (Lagoa da Paixão), COB02e COB04 (Represa <strong>do</strong> Cobre), Regular na estação COB06 e Ruimnas estações COB03, COB05 e COB07 (próximo à sua foz) na campanhade perío<strong>do</strong> chuvoso, e na categoria Boa nas estações COB01e COB04, Regular na estação COB02, Ruim nas estações COB03,COB05 e COB06 e Péssimo na estação COB07 na campanha de perío<strong>do</strong>seco, como mostra a figura 09, configuran<strong>do</strong>-se, mesmo assim,como o de melhor IQA entre os rios <strong>do</strong> município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Figura 03. OD na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> CobreFigura 09. IQA na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> CobreFigura 05. DBO na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> CobreFigura 07. NitrogênioTotal na Bacia <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> CobreVisan<strong>do</strong> conhecer a vazão <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre, realizou-se tambéma medição de descarga líquida na estação COB 06, situada284 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 285


na Estrada Velha <strong>do</strong> Cabrito, Parque São Bartolomeu, coordena<strong>das</strong>geográficas Latitude 38 O 28’ 20” e Longitude 12 O 54’ 01”, <strong>em</strong>14/08/2008 (T<strong>em</strong>po Chuvoso). O resulta<strong>do</strong> da primeira medição foide Q 1 =0,360m 3 /s e o da segunda foi de Q 2 =0,341m 3 /s, com uma vazãomédia, Qm=0,350m 3 /s.No momento da medição de vazão foi coletada amostra de águapara análise de qualidade, o que permitiu o cálculo da carga no Rio,apresentada na tabela 01, para os parâmetros DBO 5 , Fósforo Totale Nitrogênio Total.Tabela 01. Resulta<strong>do</strong>s <strong>das</strong> medições de vazão e de cargas deDBO5, Fósforo Total e Nitrogênio TotalEstaçãoVazãoMédia m 3 /sDBO5mg/LDBO5t/diaCOB 060,3508,50,26continuaçãoNitrogênioTotal mg/L NNitrogênioTotal t/diaFósforoTotal mg/L PFósforoTotal t/dia0,880,037,60,23Vale ressaltar que esses valores de carga são indicativos apenasde uma data e somente ilustrativos, consideran<strong>do</strong>-se a necessidadede se analisar resulta<strong>do</strong>s qualitativos e quantitativos de uma sériehistórica, para uma representatividade da realidade da Bacia.Os bairros inseri<strong>do</strong>s nessa bacia são parcialmente atendi<strong>do</strong>spelo Sist<strong>em</strong>a de Esgotamento Sanitário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Exist<strong>em</strong> ligaçõesclandestinas de esgoto à rede pluvial, <strong>em</strong> função de dificuldadestopográficas, resistência por parte de cidadãos <strong>em</strong> conectarseus imóveis à rede pública de esgotamento sanitário, ocupaçãodesordenada, com a existência de imóveis sobre galerias e canaisde drenag<strong>em</strong>, <strong>em</strong> fun<strong>do</strong>s de vale e encostas geran<strong>do</strong> dificuldadesde implantação da rede coletora de esgotamento sanitário, alémde reformas e ampliações de imóveis s<strong>em</strong> a devida regularizaçãojunto à Prefeitura Municipal.Atualmente estão sen<strong>do</strong> executa<strong>das</strong> obras de extensão derede coletora de esgotamento sanitário, ligações intra<strong>do</strong>miciliarese algumas intervenções de requalificação urbana nos bairrosinseri<strong>do</strong>s nessa bacia, objetivan<strong>do</strong> a melhoria da qualidadeambiental.Cachoeira <strong>do</strong> Parque São BartolomeuFoto: André Carvalho286 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 287


MORADAS DA LAGOASegun<strong>do</strong> Adenilson da Silva, presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Conjunto Habitacional Coutos IV, o bairro Mora<strong>das</strong> daLagoa, situa<strong>do</strong> no Subúrbio Ferroviário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, surgiu há 25anos. “Vi nascer esta comunidade com o nome de Conjunto HabitacionalCoutos, que nesta época era uma localidade <strong>do</strong> bairro FazendaCoutos. Além de arenoso, aqui tinha um grande matagal”.Pelo projeto <strong>do</strong> Conjunto Mora<strong>das</strong> da Lagoa, mora<strong>do</strong>res de ruadeveriam ser resgata<strong>do</strong>s, garantin<strong>do</strong> trabalho e moradia. O loteamentoprevia a horta comunitária, pomar, creche, escola, igreja, posto desaúde, centro comunitário e de formação para o trabalho.T<strong>em</strong>pos depois surgiram outras construções como o Conjunto Recantoda Lagoa, o Jardim Valéria I e II e Mora<strong>das</strong> da Lagoa I e II,a Escola Municipal Darcy Ribeiro, a Escola Municipal Ítalo Gaudenzi,a Escola Municipal Olga Metting, e um centro de saúde.Para Adenilson Silva, a Lagoa da Paixão é patrimônio <strong>do</strong>bairro. Apesar de atualmente estar muito poluída e cercada porocupações espontâneas, no passa<strong>do</strong> atraiu muita gente por suabeleza. Conforme Silva, ela leva este nome porque segun<strong>do</strong> alenda, as pessoas se apaixonavam por suas águas, “tanto quelá ficavam...” A Lagoa da Paixão é a principal nascente <strong>do</strong> rio<strong>do</strong> Cobre.O fato é que há registros de que muitas pessoas morreram afoga<strong>das</strong>nesta Lagoa. Entre as curiosidades <strong>do</strong> bairro, Silva destacaas pessoas talentosas que viv<strong>em</strong> no local e que levam para o mun<strong>do</strong>o nome Mora<strong>das</strong> da Lagoa, “t<strong>em</strong>os os dançarinos que trabalhamcom Daniela Mercury e no Balé Folclórico”.Mora<strong>das</strong> da Lagoa possui uma população de 4.381 habitantes,o que corresponde a 0,18% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, t<strong>em</strong> 0,19 <strong>do</strong>micílios,estan<strong>do</strong> 26,32% da sua população situada na faixa de rendamensal de 1 a 2 salários mínimos e 35,22% <strong>do</strong>s seus chefes defamília têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Lagoa da Paixão, 2009Foto: André CarvalhoDescrição resumida:Inicia-se na Via Bronze, por onde segue até o cruzamento com a Estrada Nova Brasília, por onde segue até alcançar a Lagoa da Paixão. Deste ponto segue até alcançar a Avenida Valéria. Segue nesta via até a Ro<strong>do</strong>via BA-528, por onde segue atéo ponto de início da descrição deste bairro.288 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 289


VALÉRIALocaliza<strong>do</strong> às margens da Ro<strong>do</strong>via BR-324, conforme Jorge BastosBorges, líder comunitário, o bairro de Valéria surgiu <strong>do</strong> desm<strong>em</strong>bramentode cinco fazen<strong>das</strong>. Seu batismo é uma homenag<strong>em</strong> a uma<strong>das</strong> três filhas de um cidadão que habitava no local antes <strong>das</strong> fazen<strong>das</strong>ser<strong>em</strong> vendi<strong>das</strong>. Inicialmente, o lugar abrigava sedes de grandesfábricas, duas pedreiras e várias transporta<strong>do</strong>ras.Este bairro começou a ser povoa<strong>do</strong> no final da década de 1960,“nesta época não tínhamos unidade de saúde e éramos cerca<strong>do</strong>spor mato, havia muita área verde” diz Borges.Atualmente, os mora<strong>do</strong>res de Valéria admit<strong>em</strong> que apesar da ausênciade infraestrutura (o que levou a comunidade a organizar ummovimento pela <strong>em</strong>ancipação <strong>do</strong> bairro <strong>em</strong> 2001), exist<strong>em</strong> algunsbenefícios <strong>em</strong> morar nesta área: “o acesso é fácil, pois t<strong>em</strong> saídapara vários lugares e não t<strong>em</strong>os probl<strong>em</strong>as de deslizamento, pois oterreno é plano e s<strong>em</strong> paredões” afirma José Luís Rodrigues França,mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> bairro.Lagoa da Paixão, 2009Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro estão: o CentroSocial Urbano, a Escola Municipal Afonso T<strong>em</strong>poral, a EscolaEstadual Nossa Senhora de Fátima, a Escola Estadual ProfªNoêmia Rego, a Escola Municipal Milton Santos e a Escola MunicipalDinah Gonçalves. Há também o Posto de Saúde Frei Benjamim,inicialmente administra<strong>do</strong> pela ord<strong>em</strong> <strong>do</strong>s Capuchinhos, t<strong>em</strong>posdepois, a gestão foi transferida para a Prefeitura Municipal de<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.A Festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira <strong>do</strong> bairro,momento <strong>em</strong> que toda a comunidade se mobiliza, acontece na primeiras<strong>em</strong>ana de dez<strong>em</strong>bro. A população se reúne, contrata algumasatrações, arma barracas para vender bebida e alimentos. Uma<strong>das</strong> nascentes <strong>do</strong> Rio Jaguaripe encontra-se neste bairro.Valéria possui uma população de 27.688 habitantes, o que correspondea 1,13% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 1,08% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 31,83% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, 37,83% <strong>do</strong>s chefes de família têm de 4 a 7anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BA – 528, de onde segue até a Avenida Valéria, por onde segue até o sumi<strong>do</strong>uro da Lagoa da Paixão, por onde segue até alcançar a Estrada Nova Brasília, por onde segue até a Via Bronze. Segue nesta via até o limite municipalentre <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Simões Filho. Segue contornan<strong>do</strong> este limite até a Ro<strong>do</strong>via BR-324, por onde segue até o muro <strong>do</strong> lote com frente para a Ro<strong>do</strong>via BR-324, exclusive, contornan<strong>do</strong> a Rua Sargento Bonifácio, até alcançar o Rio Coruripe. Segue este cursod`água até alcançar o Riacho Cabo Verde. Segue neste canal até alcançar a Ro<strong>do</strong>via BR-324, por onde segue até a Ro<strong>do</strong>via BA-528, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.290 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 291


RIO SENASitua<strong>do</strong> no Subúrbio Ferroviário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro Rio Senafoi defini<strong>do</strong> por Clélia Matos, representante da Associação JoanaD’Arc, como um lugar ainda <strong>em</strong> processo de formação... Assim comooutros bairros desta região, no século XVII, esse foi um local ondegrandes proprietários de terra estabeleceram casas de veraneio.Rio Sena é resulta<strong>do</strong> de sucessivas ocupações espontâneas desdea década de 1960. Neste t<strong>em</strong>po, Matos conta que “era um loteamentocom casas de taipa e algumas poucas de bloco, cerca<strong>das</strong>por grandes árvores, não tinha transporte, andávamos muito parapegar o tr<strong>em</strong>. O nome <strong>do</strong> local naquela época era Loteamento JardimPraia Grande”.Diz-se que o nome Rio Sena surgiu de um abaixo-assina<strong>do</strong> lidera<strong>do</strong>por uma antiga mora<strong>do</strong>ra. A idéia era homenagear Joana D’Arc,que teve suas cinzas joga<strong>das</strong> no Rio Sena <strong>em</strong> Paris. Na época to<strong>do</strong>sos mora<strong>do</strong>res concordaram e a prefeitura oficializou o nome. CléliaMatos explica que o lugar passou a se chamar Rio Sena quan<strong>do</strong> veioo transporte <strong>em</strong> 1982. No vale que separa o bairro Rio Sena <strong>do</strong> Altoda Terezinha, corre o Riacho Mané Dendê.No bairro, cuja referência é a Praça <strong>do</strong> Rio Sena, a Festa daPrimavera é o momento <strong>em</strong> que toda a comunidade se mobiliza. Háaproximadamente 10 anos, os estudantes <strong>das</strong> escolas locais desfilamcom fanfarras pelas ruas <strong>do</strong> bairro.Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro, estão: oColégio Municipal Carneiro da Rocha, o Colégio Estadual SaraVioleta de Melo Kertesz e a Escola Municipal Cidade de Itabuna,um marco histórico para Rio Sena, uma vez que na década de1970 serviu de abrigo para famílias vítimas de um grande t<strong>em</strong>poral.Na época, um s<strong>em</strong>inarista visitou o local e a partir da sua visita formou-seum grupo religioso que cresceu e construiu a primeira igreja<strong>do</strong> bairro.Rio Sena possui uma população de 11.999 habitantes, o que correspondea 0,49% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,45% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,83% <strong>do</strong>s seus chefes de famílias<strong>em</strong> rendimentos. No que se refere à escolaridade, constata-se que40,60% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.COINF / SEDHAM / PMS, 2006Descrição resumida: Inicia-se no cruzamento da Rua Rio Sena com a Rua Cabaceiras, por segue até seu cruzamento com a Rua Pajussara, por segue até seu cruzamento com a Rua Direta da Terezinha, por onde segue até alcançar o valesitua<strong>do</strong> no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Cardeal Jean, por onde segue até alcançar a Rua Cardeal Jean, por onde segue até seu cruzamento com Rua São Jorge, por onde segue até seu cruzamento com Rua Madalena PontesMendes, por onde segue até seu cruzamento com Rua Patrícia Karine. Segue até alcançar a Praça Rio Sena, seguin<strong>do</strong> até seu cruzamento com 1ª Travessa Rio Sena de Cima, até alcançar a confluência com a Rua Antonio Duplat, por onde segueaté seu cruzamento com Rua Nossa Senhora de Lourdes, por onde segue até seu cruzamento com Rua Direta <strong>do</strong> Cruzeiro. Segue por esta até encontrar a Rua Alto <strong>do</strong> Tanque, por onde segue até seu cruzamento com a Travessa Daiana Carla, poronde segue até seu cruzamento com a Rua Daiana Carla, seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Irecê. Segue até seu cruzamento com a Rua Rio Pajeú, por onde segue até alcançar a Rua Mirag<strong>em</strong>, seguin<strong>do</strong> até a RuaAmbrosina Arruda, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Evandro oliveira, seguin<strong>do</strong> até alcançar a 3ª Travessa Evandro oliveira, por onde segue contornan<strong>do</strong> a área arborizada <strong>do</strong> Parque São Bartolomeu, por onde segue até alcançar a RuaRio Sena, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.292 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 293


PIRAJÁEm seu Trata<strong>do</strong> Descritivo <strong>do</strong> Brasil de 1587, Gabriel Soares deSouza caracteriza o local que hoje corresponde ao bairro de Pirajácomo: “um engenho de açúcar da sua Majestade, que ali está feitocom uma Igreja de São Bartolomeu, freguesia daquele limite”.Para o referi<strong>do</strong> autor, Pirajá significa na língua tupi “viveiro de peixes”,já para o historia<strong>do</strong>r Cid Teixeira Pirajá significa “chuva miúdaou garoa”.José Milton Rodrigues, funda<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Grupo Pirajá Rumo ao TerceiroMilênio, afirma que parte <strong>das</strong> terras que correspond<strong>em</strong> ao bairro,já pertenceu à União Fabril e que aos poucos foram sen<strong>do</strong> ocupa<strong>das</strong>.“As pessoas foram chegan<strong>do</strong>, chegan<strong>do</strong> e eles resolveramlotear a área. Muita gente pagava aos proprietários, mas não tinhaa escritura, tinha a posse, eram rendeiros. Hoje <strong>em</strong> dia é que muitagente conseguiu a propriedade da terra”.Nesta época, Pirajá não tinha transporte coletivo n<strong>em</strong> água encanada.Segun<strong>do</strong> Rodrigues, a água consumida era <strong>das</strong> cisternasque existiam <strong>em</strong> cada casa. Segun<strong>do</strong> João Guedes, presidente daAssociação Beneficente <strong>do</strong> Bairro de Pirajá, existe uma estaçãode tratamento de água da EMBASA na Represa <strong>do</strong> Cobre, que trataágua e distribui para os bairros circunvizinhos.Hoje, o bairro está dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> Pirajá Velha, onde está situada aIgreja de São Bartolomeu (1638) e o Panteão de Labatut e PirajáNova, área que surgiu a partir de 1980 e é composta pelas localidadesPantanal, Sapolândia e Irecê e por diversos conjuntos habitacionais.Em 1972 esse bairro passou à condição de Parque Histórico porJoão GuedesJosé Milton RodriguesFundação Gregório de MatosEstrada Nova de Pirajá –1976Decreto Municipal, pois foi na região que compreende além de Pirajá,os bairros <strong>do</strong> Alto <strong>do</strong> Cabrito e Campinas de Pirajá que foramtrava<strong>das</strong>, <strong>em</strong> 08 de nov<strong>em</strong>bro de 1822, as batalhas que culminaramna Independência da Bahia <strong>em</strong> 02 de Julho de 1823. Ad<strong>em</strong>ais, aEstrada Campinas de Pirajá foi o caminho percorri<strong>do</strong> pelas tropasque vieram <strong>do</strong> Recôncavo Baiano, lidera<strong>das</strong> pelo General Labatut,para combater e expulsar os portugueses da Bahia.Por esta razão, com<strong>em</strong>ora-se neste histórico bairro a Guerra deIndependência com fanfarras, grupos musicais e cortejos de blocos,to<strong>do</strong>s os anos a partir <strong>do</strong> dia 01 de Julho, com a chegada <strong>do</strong> fogosimbólico à Praça General Labatut.Guedes conta que a população deste bairro também se mobilizauma s<strong>em</strong>ana após o 2 de Julho, na Festa de Labatut, existentedesde 1853, quan<strong>do</strong> iniciou-se uma romaria ao túmulo <strong>do</strong> GeneralLabatut na Igreja de São Bartolomeu. “São 3 dias de festa e no <strong>do</strong>mingoos mora<strong>do</strong>res sa<strong>em</strong> <strong>em</strong> blocos, transforman<strong>do</strong> o bairro numverdadeiro carnaval”. Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong>bairro estão a Escola General Labatut e a Creche Escola ComunitáriaMiguel Fróes.Pirajá possui uma população de 32.899 habitantes, o que correspondea 1,35% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 1,28% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 23% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>s nafaixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No que se refereà escolaridade, constata-se que 35,44% <strong>do</strong>s chefes de família têmde 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BA-528, por onde segue até a Ro<strong>do</strong>via BR-324. Segue nesta via até a Rua da Bolívia, por onde segue até a Estrada Campinas de Pirajá, por onde segue até o Riacho Pirajá, por onde segue atravessan<strong>do</strong> a Dique de Campinas,por onde segue até a Rua Represa de Pirajá, por onde segue até alcançar a Estrada <strong>do</strong> Cabrito, por onde segue até o Rio <strong>do</strong> Cobre, por onde segue até a Rua Rio Sena. Segue nesta via até alcançar a 2ª Travessa Manoelito Teixeira, por onde segue,margean<strong>do</strong> a Rua Daniel Além, seguin<strong>do</strong> margean<strong>do</strong> a área ocupada, até o Rio <strong>do</strong> Cobre, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.294 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 295


SÃO JOÃO DO CABRITOConforme Valdeci Teixeira Barbosa, coordena<strong>do</strong>ra geral <strong>do</strong> GrêmioComunitário Cultural e Carnavalesco Afoxé Filhos de Ogumde Ronda, a área que corresponde hoje ao bairro de São João <strong>do</strong>Cabrito, foi o primeiro local a ter casas sob palafitas. “Toda essa áreaaqui era mangue, tiv<strong>em</strong>os muito trabalho para entulhar isso tu<strong>do</strong>, morávamos<strong>em</strong> cima <strong>do</strong> mangue sob palafitas, pegávamos barro na Suburbanae carregávamos na cabeça para aterrar”. Neste bairro encontra-sea foz <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre.São João <strong>do</strong> Cabrito é um bairro marca<strong>do</strong> por ocupações espontâneas,cuja população <strong>em</strong> geral vive da pesca e dispõe <strong>do</strong>s seguintesequipamentos: uma Colônia de Pesca<strong>do</strong>res, o Posto de Saúdeda Família Antonio Lazaroto, o Colégio Estadual Bertol<strong>do</strong> Cirilo<strong>do</strong>s Reis, a Escola Municipal Macha<strong>do</strong> de Assis e a SociedadePrimeiro de Maio, onde funciona a creche e Grêmio ComunitárioCultural e Carnavalesco Afoxé Filhos de Ogum de Ronda,que desenvolve um trabalho sócio cultural na comunidade comoficinas de dança, musica, maculelê, capoeira, puxada de rede, entreoutras atividades, o grupo também faz <strong>do</strong>ações de cesta básicase brinque<strong>do</strong>s e promove palestras educacionais.Sobre o nome <strong>do</strong> bairro, Valdeci Barbosa explica que a primeiraparte <strong>do</strong> bairro era chamada de Cabrito, porque havia um mora<strong>do</strong>r,<strong>do</strong>no de muitos cabritos que pastavam nesta área; o fim de linhachamava-se São João porque existia um engenho com este nome.Com o t<strong>em</strong>po, o poder público juntou os nomes e to<strong>do</strong> o local passoua chamar-se de São João <strong>do</strong> Cabrito.Segun<strong>do</strong> Valdeci Barbosa havia no bairro muitos mina<strong>do</strong>uros ehoje não há mais nada; o “Rio de Maria Zambetão”, que atravessavaa Avenida Suburbana e onde lavava-se roupa e o feijão <strong>do</strong>acarajé, hoje <strong>em</strong> dia cai direto <strong>em</strong> uma rede de esgoto e não existequase nada.Para Valdeci Barbosa, a referência <strong>do</strong> bairro é a ponte <strong>do</strong> tr<strong>em</strong> eas festas que mobilizam a comunidade são a Mudança de São João<strong>do</strong> Cabrito e a Festa <strong>do</strong>s Pesca<strong>do</strong>res, na qual o sagra<strong>do</strong> e profanose misturam com procissão, missa e pagode.São João <strong>do</strong> Cabrito possui uma população de 22.761 habitantes,o que corresponde a 0,93% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 0,86% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,80%<strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de0,5 a 1 salário mínimo. No que se refere à escolaridade, constata-seque 36,81% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm entre 4 a 7anos de estu<strong>do</strong>Enseada <strong>do</strong> Cabrito, 2009Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, segue <strong>em</strong> direção a o cruzamento da Avenida Beira Mar de Lobato com a Rua Paraíso. Segue <strong>em</strong> linha reta até alcançar a Avenida Afrânio Peixoto, até seu cruzamento com a Estada <strong>do</strong> Cabrito, por onde segueaté seu cruzamento com a Avenida Afrânio Peixoto. Segue até seu cruzamento com Rua <strong>do</strong> Araçás, até seu cruzamento com a Rua Chile, por onde segue até seu cruzamento com a Praça 15 de Abril, por onde segue até seu cruzamento com a RuaFormosa São João, até alcançar a Rio São Pedro, por onde segue até seu cruzamento com a Rua <strong>do</strong>s Ferroviários, por onde segue até seu cruzamento com a Travessa Sá Oliveira, por onde segue <strong>em</strong> direção a linha de costa, contornan<strong>do</strong> até o pontode início da descrição deste bairro.296 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 297


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio ParaguariLocalizada no Subúrbio Ferroviário <strong>do</strong> município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, aBacia <strong>do</strong> Rio Paraguari, t<strong>em</strong> uma área de 5,84km 2 , o que corresponde1,89% <strong>do</strong> território municipal, sen<strong>do</strong> uma <strong>das</strong> menores da capital<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. Encontra-se limitada ao Norte e a Leste pela bacia <strong>do</strong>Cobre, a Oeste pela Baía de To<strong>do</strong>s os Santos e ao Sul pela Baciade Drenag<strong>em</strong> de Plataforma.Seu principal rio, o Paraguari, t<strong>em</strong> suas nascentes <strong>em</strong> várias lagoase áreas <strong>em</strong>breja<strong>das</strong> e alagadiças na região da Estrada Velhade Periperi, <strong>em</strong> Coutos. Seu curso passa pelo bairro de Nova Constituinte,área de ocupação espontânea, que possui diversos imóveissitua<strong>do</strong>s <strong>em</strong> cima da calha inundável, edifica<strong>do</strong>s <strong>em</strong> áreas ocupa<strong>das</strong>sobre o Rio, com lançamentos de excretas humanos e esgotossanitários ocorren<strong>do</strong> diuturnamente. Segun<strong>do</strong> Consuelo Pondé deSena, Paraguari significa rio <strong>do</strong>s papagaios, (paraguá, significa papagaioe y (i), rio, água).Com uma população de 75.563 habitantes, que correspondea 3,09% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, densidade populacional de12.946,17hab/km 2 , possui 19.410 unidades habitacionais, o que correspondea 2,49% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios soteropolitanos (IBGE, 2000).Em relação às faixas de renda mensal, os chefes de família dessabacia encontram-se distribuí<strong>do</strong>s nas seguintes faixas: 41,63%não possu<strong>em</strong> rendimento ou chegam até 1 SM; 33,92% estão nafaixa entre 1 até 3 SM e apenas 0,49% receb<strong>em</strong> mais de 20 SM.Os índices de escolaridade mais representativos <strong>do</strong>s chefes de famíliadessa bacia são: 17,76% possu<strong>em</strong> de 1 a 3 anos de estu<strong>do</strong>;31,84% estão entre 4 e 7 anos; 17,22% encontram-se na faixa de8 a 10 anos de estu<strong>do</strong>, 22,83% possu<strong>em</strong> entre 11 e 14 anos de estu<strong>do</strong>(IBGE, 2000).O Rio Paraguari apresenta-se bastante degrada<strong>do</strong>, com sinaisde antropização <strong>em</strong> toda a sua extensão, inclusive com a presençade macrófitas ao longo de seu curso. Boa parte <strong>do</strong> rio, sobretu<strong>do</strong>no terço final, sofreu intervenção com processos de impermeabilização,encontran<strong>do</strong>-se retifica<strong>do</strong> e revesti<strong>do</strong> e suas águasapresentam resíduos sóli<strong>do</strong>s e forte o<strong>do</strong>r de esgotos, com ausênciatotal da mata ciliar marginal. No estuário <strong>do</strong> Rio Paraguari, nobairro de Periperi, na praia de mesmo nome, as terras contíguassão <strong>em</strong> geral úmi<strong>das</strong>.Além <strong>do</strong> Paraguari, exist<strong>em</strong> na área pequenas sub-baciasque nasc<strong>em</strong> nas vertentes acima da Av. Afrânio Peixoto. Emtoda a região suburbana, com alta densidade populacional, sãoidentifica<strong>do</strong>s diversos impactos socioambientais que promov<strong>em</strong>a degradação ambiental <strong>do</strong>s corpos hídricos receptores, queconduz<strong>em</strong> poluentes, contaminantes, sedimentos suspensos eresíduos flutuantes, gera<strong>do</strong>s por varia<strong>das</strong> e amplia<strong>das</strong> atividadeshumanas, provocan<strong>do</strong> per<strong>das</strong> irreparáveis à qualidade devida. Existe nesta bacia uma fonte no Terreiro Ilê Axé Jagun,<strong>em</strong> Coutos.Em relação à qualidade <strong>das</strong> águas, foram eleitas três estaçõesde coleta no Rio Paraguari. O quadro 01 apresenta as observações<strong>do</strong> Protocolo de Avaliação Rápida - PAR nas estações de coleta deamostras de água dessa bacia.Quadro 01. Observações <strong>do</strong> PAR nas estações de coleta deamostras de água da Bacia <strong>do</strong> ParaguariParâmetrosTipo deocupação <strong>das</strong>margensEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> leito<strong>do</strong> rioMata ciliarPlantasaquáticasO<strong>do</strong>r da águaOleosidade daáguaTransparênciada águaTipo de fun<strong>do</strong>SUB 01ResidencialAssorea<strong>do</strong>Dominância degramíneasAusenteForte (esgotos)AusenteOpaca oucoloridaLixoSUB 02ResidencialRevesti<strong>do</strong>Pavimenta<strong>do</strong>MacrófitasgrandesconcentraçãoForte (esgotos)AusenteOpaca oucoloridaLixoSUB 03ResidencialRevesti<strong>do</strong>Pavimenta<strong>do</strong>Perifítonabundante ebiofilmesForte (esgotos)AusenteOpaca oucoloridaObs.: Perifíton são organismos que viv<strong>em</strong> aderi<strong>do</strong>s a vegetais ou a outrossubstratos suspensos; Macrófitas aquáticas são plantas herbáceas quecresc<strong>em</strong> na água, <strong>em</strong> solos cobertos por água ou <strong>em</strong> solos satura<strong>do</strong>scom água.LixoO <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 299


Qualidade <strong>das</strong> ÁguasA análise da qualidade <strong>das</strong> águas na Bacia <strong>do</strong> Rio Paraguari foirealizada <strong>em</strong> 03 (três) estações ao longo da Bacia, conforme coordena<strong>das</strong>apresenta<strong>das</strong> no quadro 02 e figura 01.Quadro02. Coordena<strong>das</strong> <strong>das</strong> estações de coleta de amostras deágua da Bacia <strong>do</strong> Rio Paraguari - <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 2009EstaçãoCoordenada XCoordenada YReferênciaSUB 01SUB 02SUB 03558356,1532557006,0167556509,83028577621,8008578139,3138578337,761Rua <strong>das</strong> Pedrinhas,3ª Travessa daRodag<strong>em</strong> – EstradaVelha de PeriperiRua da Glória– Periperi (sobre aponte)Av. Suburbana(canaliza<strong>do</strong>– influência marinha)Figura 03. OD na Bacia <strong>do</strong> Rio Paraguari43Quanto aos resulta<strong>do</strong>s da análise <strong>do</strong>s parâmetros bacteriológicose físico-químicos dessa bacia, eles poderão ser visualiza<strong>do</strong>s nasfiguras 02 a 08.210Figura 01. Bacia <strong>do</strong> Rio Paraguari e localização <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de águaFigura 02. Coliformes Termotolerantes na Bacia <strong>do</strong> Rio ParaguariA figura 02 mostra valores eleva<strong>do</strong>s de Coliformes Termotolerantesna estação SUB01 na campanha <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> chuvoso, b<strong>em</strong> como podeser observa<strong>do</strong> <strong>em</strong> to<strong>das</strong> as estações nas duas campanhas, valoressuperiores ao estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA n. 357/05 paraáguas <strong>do</strong>ces classe 2.-1N =3CHUVOSOFigura 04. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de OD (mg/L) na Bacia<strong>do</strong> Rio Paraguari nas 2 Campanhas2SECOAs figuras 03 e 04 mostram valores de Oxigênio Dissolvi<strong>do</strong> (OD)abaixo de 5,0mg/L nas estações SUB01, SUB02 e SUB03, não atenden<strong>do</strong>ao estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA n. 357/05 para águas<strong>do</strong>ces classe 2, com valores muito baixos nas três estações na campanha<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> seco.300 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 301


Figura 05. DBO na Bacia <strong>do</strong> Rio Paraguarimg/L35,0030,0025,0020,0015,0010,005,000,00SUB01 SUB02 SUB03CampanhaPerío<strong>do</strong>Chuvoso CampanhaPerío<strong>do</strong>SecoFigura 07. Nitrogênio Total na Bacia <strong>do</strong> Rio ParaguariFigura 09. IQA nas estações da Bacia <strong>do</strong> Rio ParaguariOs bairros inseri<strong>do</strong>s nessa Bacia são atendi<strong>do</strong>s pelo Sist<strong>em</strong>a deEsgotamento Sanitário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Exist<strong>em</strong> ligações clandestinas deesgoto à rede pluvial, <strong>em</strong> função de dificuldades topográficas, resistênciapor parte de cidadãos <strong>em</strong> conectar seus imóveis à rede públicade esgotamento sanitário, ocupação desordenada, com a existênciade imóveis sobre galerias e canais de drenag<strong>em</strong>, <strong>em</strong> fun<strong>do</strong>s de valee encostas geran<strong>do</strong> dificuldades de implantação da rede coletora deesgotamento sanitário, além de reformas e ampliações de imóveiss<strong>em</strong> a devida regularização junto à Prefeitura Municipal.Atualmente estão sen<strong>do</strong> executa<strong>das</strong> obras de extensão de redecoletora de esgotamento sanitário e ligações intra<strong>do</strong>miciliares nosbairros inseri<strong>do</strong>s nessa bacia, objetivan<strong>do</strong> a melhoria da qualidadeambiental.10080604020Figura 08. Fósforo Total na Bacia <strong>do</strong> Rio Paraguari0N =3CHUVOSO3SECOFigura 06. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de DBO (mg/L) na Bacia<strong>do</strong> Rio Paraguari nas 2 CampanhasA figura 05 mostra os valores de D<strong>em</strong>anda Bioquímica de Oxigênio(DBO) nas três estações, tanto na campanha <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> chuvosoquanto no perío<strong>do</strong> seco, violan<strong>do</strong> ao estabeleci<strong>do</strong> na ResoluçãoCONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2. Ressalta-se quea estação SUB01 mostrou os maiores valores para esse parâmetronas duas campanhas.Os valores de Nitrogênio Total e Fósforo Total violam os estabeleci<strong>do</strong>spela Resolução CONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe2 <strong>em</strong> to<strong>das</strong> as estações e nas campanhas de perío<strong>do</strong> chuvoso eseco, com valores maiores na campanha de perío<strong>do</strong> seco, conform<strong>em</strong>ostra<strong>do</strong> nas figuras 07 e 08.O Índice de Qualidade <strong>das</strong> Águas - IQA <strong>do</strong> Rio Paraguari estáclassifica<strong>do</strong> na categoria Ruim <strong>em</strong> to<strong>das</strong> as estações (SUB01, SUB02e SUB03) na campanha de perío<strong>do</strong> chuvoso e nas estações SUB02e SUB03 na campanha de perío<strong>do</strong> seco, e na categoria Péssimo naestação SUB01 na campanha de perío<strong>do</strong> seco (Figura 9). Assim, oRio Paraguari encontra-se entre os rios que apresentam o mais baixoIQA no município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio ParaguariOrtofotos SICAD / PMS – 2006302 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 303


NOVA CONSTITUINTEConforme Ângela Maria <strong>do</strong>s Santos, presidente da Associaçãode Mora<strong>do</strong>res de Nova Constituinte, o bairro Nova Constituintesurgiu a partir de sucessivas ocupações espontâneas no final dadécada de 1980 <strong>em</strong> uma fazenda de bananas. “A líder da ocupaçãofoi Lígia Bonfim. Começou com um barraquinho ali, outro aqui, houveuma resistência e persistência da população diante <strong>do</strong> <strong>do</strong>no dafazenda que se chamava Almáchio. Foi na terceira tentativa de ocupação,<strong>em</strong> fevereiro de 1987, que se consoli<strong>do</strong>u a permanência dacomunidade”.Antes de chamar-se Nova Constituinte, o local era conheci<strong>do</strong>como Invasão Waldir Pires. Santos explica que o atual nome é umareferência à Constituição Brasileira. “Em 1988 houve a votação daConstituição e aí resolveram colocar o nome <strong>do</strong> local de Nova Constituinte”.Nesta época, segun<strong>do</strong> Edson Freire Andrade, presidente daAssociação Cultural Filhos de Ojossun, quan<strong>do</strong> chovia um dia, tinhaque esperar sete dias para secar a lama que se formava no lugar.Não existia luz elétrica, n<strong>em</strong> água encanada, a água vinha deVale <strong>do</strong> Rio Paraguarium chafariz. Para Ângela Santos, “aqui só veio se desenvolver mesmoquan<strong>do</strong> instalou a luz <strong>em</strong> 1998”.Na história deste bairro, vale ressaltar a primeira Associação deMora<strong>do</strong>res. Fundada <strong>em</strong> 14 de Fevereiro de 1987. Esta entidade eraresponsável pela entrega <strong>do</strong> leite, da cesta básica, marcava e loteavaos terrenos para ser<strong>em</strong> vendi<strong>do</strong>s, abriu a rua principal e construiua creche.Situa<strong>do</strong> no Subúrbio Ferroviário, no cenário de Nova Constituintefigura uma <strong>das</strong> nascentes <strong>do</strong> Rio Paraguari. O curso desterio também passa por este bairro, servin<strong>do</strong> de despejo para ligaçõesclandestinas de esgoto.O bairro dispõe atualmente <strong>do</strong>s seguintes equipamentos públicos:a Unidade de Saúde da Família de Nova Constituinte, inaugurada<strong>em</strong> 2004 e a Escola Comunitária Nova Constituinte.Nova Constituinte possui uma população de 11.250 habitantes,o que corresponde a 0,46% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,45% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 31,41% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo.No que se refere à escolaridade, constata-se que 36,71% <strong>do</strong>sseus chefes de família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Ortofotos SICAD / PMS – 2006Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Rua 22 de Março com a Rua <strong>das</strong> Pedrinhas, por onde segue até alcançar o Vale <strong>do</strong> Rio Paraguari, por onde segue até alcançar a Rua da Glória, por onde segue até seu cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Congo, por onde segueaté seu cruzamento com a Rua Alto Cerqueira, por onde segue até seu cruzamento com a 2 ª Travessa 22 de Março, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Santo Inácio, por onde segue até seu cruzamento com a Rua 22 de Março, até oponto de início da descrição deste bairro.304 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 305


PERIPERISitua<strong>do</strong> no Subúrbio Ferroviário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro de Periperisurgiu na década de 1920, a partir da instalação de uma oficina ferroviária,para consertos de vagões e locomotivas. A Estação Ferroviáriafoi construida <strong>em</strong> 1860 e reformada <strong>em</strong> 1938. Com a fixação <strong>do</strong>soperários, as casas começaram a ser construí<strong>das</strong> acompanhan<strong>do</strong> a linhaférrea, e famílias inteiras vieram viver nesse local. Conforme ConsueloPondé de Sena, Peri significa junco (plantas herbáceas <strong>das</strong> famílias<strong>das</strong> ciperáceas e juncáceas, que habitam lugares úmi<strong>do</strong>s), sen<strong>do</strong>a repetição Peri-peri, um indicativo de quantidade. Nesse bairro, JorgeAma<strong>do</strong> ambientou o seu livro “Os velhos marinheiros”.Aos poucos, Periperi tornou-se um balneário e começou a atrairveranistas que buscavam um lugar tranquilo. Entretanto, nos anosde 1960, <strong>em</strong> virtude <strong>do</strong> custo da terra <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o local passou aser utiliza<strong>do</strong> como residência daqueles que buscavam realizar o sonhoda casa própria.Foi nesta época, que Vald<strong>em</strong>iro Silva, representante da AssociaçãoAliança da Jaqueira (ASA), chegou a Periperi. Ele conta: “quan<strong>do</strong>cheguei aqui não tinha luz elétrica n<strong>em</strong> água encanada, existiamnascentes onde o pessoal pegava água – a água era transportada<strong>em</strong> barris carrega<strong>do</strong>s por burro. O transporte era o pior possível, sóse saía daqui de tr<strong>em</strong>”.Em mea<strong>do</strong>s da década de 1970, foi construída a Avenida AfrânioPeixoto, e Periperi, assim, como outros bairros <strong>do</strong> Subúrbio Ferroviário,ganhou novos contornos. O ar bucólico, tão marcante no local,deu lugar a um <strong>em</strong>aranha<strong>do</strong> de construções desordena<strong>das</strong>.Após o carnaval, acontece <strong>em</strong> Periperi, o Perifolia. ”É uma festaque t<strong>em</strong> trio elétrico, muito samba e alegria. T<strong>em</strong> de tu<strong>do</strong> e dura trêsdias”, diz Val<strong>do</strong>miro Silva. O Rio Paraguari corta este bairro e des<strong>em</strong>bocana Praia de Periperi. Na década de 1980, a drenag<strong>em</strong> dessaárea era uma <strong>das</strong> principais reivindicações da comunidade que,<strong>em</strong> época de chuva forte, via o rio transbordar e alagar muitas ruas,a ex<strong>em</strong>plo da Rua da Glória. “Para mim, o Rio Paraguari não exist<strong>em</strong>ais, ele foi canaliza<strong>do</strong> e se misturou com água de esgoto. Esse rionunca foi muito utiliza<strong>do</strong>, n<strong>em</strong> dava pra tomar banho, era um riozinhoque servia só à garotada mesmo”, diz Vald<strong>em</strong>iro Silva.Nas l<strong>em</strong>branças mais fortes <strong>do</strong>s antigos mora<strong>do</strong>res deste bairroestá o Esporte Clube Periperi, um clube que nos anos de 1970e 1980 competiu com outras agr<strong>em</strong>iações esportivas da cidade ehoje não existe mais. Atualmente, Periperi abriga <strong>em</strong> suas ruas aPraça da Revolução, inaugurada<strong>em</strong> 1970 e considerada <strong>em</strong> sua primeirainauguração um marco deurbanização no Subúrbio Ferroviário;a 5ª Delegacia, a DelegaciaEspecial de Atendimento à Mulher,o Posto de Saúde Dr. Adroal<strong>do</strong>Albergaria, a Escola MunicipalAgripino de Barros e a EstaçãoFerroviária de Periperi, datada<strong>do</strong> século XIX.Periperi possui uma populaçãode 40.380 habitantes, o que correspondea 1,65% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 1,57% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 20,18%<strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2salários mínimos. No que se refereà escolaridade, constata-se que30,98% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliaCanal <strong>do</strong> Rio Paraguari, 2009 têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: André CarvalhoDescrição resumida: Inicia-se no cruzamento da Ro<strong>do</strong>via BA-528 com a Rua <strong>das</strong> Pedrinhas, por onde segue até alcançar o Vale <strong>do</strong> Rio Paraguari, por onde segue até alcançar a Rua da Glória, por onde segue até seu cruzamento com a Rua<strong>do</strong> Congo, por onde segue até alcançar a 1ª Travessa da Galiléia, por onde segue até o cruzamento com a Rua da Galiléia, por onde segue até o cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Congo, por onde segue até o cruzamento com a Rua 14 de Julho, por ondesegue até o cruzamento com a Rua Tirana, por onde segue até alcançar a linha de costa, seguin<strong>do</strong> até o cruzamento da Rua Pedro <strong>do</strong>s Reis Gordilho com a Rua Boa Esperança, por onde segue até o cruzamento com a Rua Carlos Gomes, por ondesegue até o cruzamento com a Rua da Prefeitura, por onde segue até o cruzamento com a Ladeira da Colombina, por onde segue até o cruzamento com a Rua Direta <strong>do</strong> Cruzeiro. Segue por esta até encontrar a Rua Alto <strong>do</strong> Tanque, por onde segueaté seu cruzamento com a Travessa Daiana Carla, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Daiana Carla, seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Irecê. Segue até seu cruzamento com a Rua Rio Pajeú, por onde segueaté alcançar a Rua Mirag<strong>em</strong>, seguin<strong>do</strong> até a Rua Ambrosina Arruda, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Evandro Oliveira, por onde segue contornan<strong>do</strong> a área arborizada <strong>do</strong> Parque São Bartolomeu, por onde segue até alcançar a Ro<strong>do</strong>viaBA-528, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.306 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 307


COUTOSConforme Gerson Teixeira Barbosa, presidente da Sociedade Beneficentee Cultural <strong>em</strong> Defesa <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res de Coutos, o bairro de Coutosdurante o século XVIII era um engenho de cana-de-açúcar pertencenteao senhor Manoel Argolo de Meneses. Até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XX, estebairro era pouco habita<strong>do</strong> e cerca<strong>do</strong> por abundante natureza, “tinha umasquarenta a cinquenta casas, não tínhamos luz. Quan<strong>do</strong> surgiu a televisão,nós descíamos para assistir TV com os funcionários da ferrovia, o pessoalda Viação Ferroviária Leste Brasileiro”.Para Barbosa, Coutos começou a desenvolver-se após a construção daAvenida Afrânio Peixoto, e o nome <strong>do</strong> bairro é o sobrenome de uma famíliaproprietária de muitas terras nessa região.Hoje, existe no bairro, entre outros equipamentos públicos, a EscolaEstadual Ana Tereza Mata Pires, a Escola Estadual Anfrísia Santiago,a Escola Estadual Monteiro Lobato, a Escola Municipal Francisca deSândi e a Unidade de Saúde <strong>do</strong> Alto de Coutos. Para o líder comunitário,a Igreja de São Francisco de Assis é a referência <strong>do</strong> bairro.Barbosa conta que muitas festas tradicionais no bairro acabaram, masainda assim, <strong>em</strong> Coutos com<strong>em</strong>ora-se o Dia de Reis, o Dia <strong>do</strong> Índio, o SãoJoão, o Santo Antônio, o Dois de Julho, a S<strong>em</strong>ana da Pátria e o Sete deSet<strong>em</strong>bro. O Encontro <strong>do</strong> Batuque, com a atuação <strong>do</strong> grupo Berequetuê,com o objetivo de resgatar o samba, é um destaque no bairro.No bairro exist<strong>em</strong> lagoas e áreas <strong>em</strong>breja<strong>das</strong> que são nascentes <strong>do</strong> rioParaguari. Também passa no bairro o Rio <strong>do</strong> Grilo, afluente <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre.Conforme Barbosa, este rio não está poluí<strong>do</strong>, corre o ano to<strong>do</strong>, <strong>do</strong> invernoao verão.Faz parte da história <strong>das</strong> águas deste bairro, a Fonte <strong>do</strong> Terreiro IlêAxé Jagun, utilizada <strong>em</strong> rituais religiosos, para beber e para atividades <strong>do</strong>mésticas.A Fonte Vista Alegre de Baixo, é utilizada para beber e abastecimentoresidencial.Coutos possui uma população de 27.395 habitantes, o que correspondea 1,12% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,05% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 24,70% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>s nafaixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No que se refere à escolaridade,constata-se que 33,40% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm entre4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Coutos, 2009Foto: Tonny BittencourtDescrição resumida:Inicia-se na linha de costa, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao continente na direção <strong>do</strong> cruzamento da Avenida Afrânio Peixoto com a Rua da Fraternidade por onde segue até o cruzamento com a Rua José <strong>do</strong> Patrocínio, por onde segue até o cruzamento coma Rua Deo<strong>do</strong>ro da Fonseca, por onde segue até o cruzamento com a Rua São Lourenço, por onde segue <strong>em</strong> direção ao vale, atravessa a Travessa Manoel Fernandes e a Travessa Mo<strong>em</strong>a, até alcançar a Ro<strong>do</strong>via BA-528, por onde segue até o cruzamentocom a Rua <strong>das</strong> Pedrinhas, por onde segue até o cruzamento com a Rua 22 de Março, por onde segue até o cruzamento com a Rua Santo Inácio, por onde segue até o cruzamento com a 2ª Travessa 22 de Março. Segue por esta via até alcançara Rua <strong>do</strong> Congo, por onde segue até alcançar a 1ª travessa da Galiléia, por onde segue até o cruzamento com a Rua da Galiléia, por onde segue até o cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Congo, por onde segue até o cruzamento com a Rua 14 de Julho,por onde segue até o cruzamento com a Rua Tirana, por onde segue até alcançar a linha de costa, seguin<strong>do</strong> até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.308 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 309


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio IpitangaLocalizada na parte Norte – zona setentrional <strong>do</strong> município de<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Bacia <strong>do</strong> Rio Ipitanga é uma sub-bacia hidrográfica <strong>do</strong>Rio Joanes, pela marg<strong>em</strong> direita e possui uma área de 60,28km 2 , oque corresponde a 19,52% <strong>do</strong> território municipal, sen<strong>do</strong> consideradaa maior Bacia <strong>do</strong> Município, <strong>em</strong> superfície e volume d’água. Encontra-selimitada ao Norte pelos municípios de Simões Filho e Laurode Freitas, a Leste pela Bacia de Drenag<strong>em</strong> de Stella Maris, a Oestepela Bacia <strong>do</strong> Cobre e ao Sul pela Bacia <strong>do</strong> Jaguaribe.Com uma população de 114.852 habitantes e densidade populacionalde 1.905,32hab./km 2 (IBGE, 2000), é a sexta bacia mais populosa<strong>do</strong> Município. Possui 30.043 <strong>do</strong>micílios, que correspond<strong>em</strong>a 4,55% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios <strong>do</strong> município.O Rio Ipitanga possui três barramentos para o abastecimento humano(as Represas Ipitanga I, II e III), que aflu<strong>em</strong> para o Rio Joanes,integran<strong>do</strong>-se ao sist<strong>em</strong>a de barragens Joanes-Ipitanga, que são opera<strong>das</strong>(planeja<strong>das</strong>, gerencia<strong>das</strong> e administra<strong>das</strong>) pela EMBASA, para oatendimento de parte da Região Metropolitana de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> – RMS.O nome Ipitanga t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> no tupi e significa “água vermelha”.Esse rio nasce no vizinho município de Simões Filho, na localidadede Pitanguinha, cercanias da Represa Ipitanga III, desenvolven<strong>do</strong>-sepela planície litorânea e, já <strong>em</strong> território municipal de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, atravessaos bairros de Nova Esperança, Cassange, Cajazeiras XI, FazendaGrande II, Boca da Mata, São Cristovão, Jardim <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong>,Itinga e Aeroporto, sofre pressão por d<strong>em</strong>an<strong>das</strong> habitacionais <strong>em</strong> áreasque faz<strong>em</strong> linde com o município de Lauro de Freitas. Na área deabrangência da Bacia estão ainda, os bairros de Areia Branca, FazendaGrande I, III e IV e Palestina. Em relação ao padrão de renda, oschefes de família dessa bacia encontram-se distribuí<strong>do</strong>s da seguinteforma: 39,81% receb<strong>em</strong> por mês até 1 SM e 38,22% estão entre 1 até3 SM. Os índices de escolaridade desses chefes de família estão assimdistribuí<strong>do</strong>s: 10,83% não têm instrução; 17,62% possu<strong>em</strong> de 1 a3 anos de estu<strong>do</strong> e 31,37% entre 4 e 7 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).Apesar da forte pressão por moradia e expansão da mineraçãopor pedreiras e cascalheiras, é uma bacia que apresenta coberturavegetal compatível com as áreas de proteção <strong>do</strong>s mananciais, nocaso: as Represas Ipitanga I (totalmente dentro <strong>do</strong> território municipalde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>) e Ipitanga II, que separa os municípios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>(marg<strong>em</strong> esquerda) e Simões Filho (marg<strong>em</strong> direita).Segun<strong>do</strong> os estu<strong>do</strong>s ambientais <strong>do</strong> Plano Diretor de DesenvolvimentoUrbano de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> (2004), os índices de cobertura vegetal da área chegama 41%. Na área de abrangência dessa bacia encontram-se duasUnidades de Conservação: a APA Joanes-Ipitanga e o Parque IpitangaI. A APA Joanes-Ipitanga, instituída pelo Decreto Estadual n. 7.596, <strong>em</strong>05/06/1999, que envolve parte considerável <strong>do</strong>s municípios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,Simões Filho, Candeias, São Francisco <strong>do</strong> Conde, São Sebastião<strong>do</strong> Passé, Camaçari, Dias D’Ávila e Lauro de Freitas, possui uma áreade mais de 600.000ha nas Bacias <strong>do</strong> Joanes e <strong>do</strong> Ipitanga, com nascentes,represas e estuários (forma<strong>do</strong>s por restingas, dunas e manguezais),na praia de Buraquinho, que separa os municípios de Lauro de Freitase Camaçari. A cobertura vegetal na referida APA está representada porum mosaico de ecossist<strong>em</strong>as diversifica<strong>do</strong>s, composto por vegetação derestinga, r<strong>em</strong>anescentes de floresta ombrófila e manguezais, to<strong>do</strong>s associa<strong>do</strong>sao bioma Mata Atlântica. Já o Parque Metropolitano Ipitanga I,está localiza<strong>do</strong> nos municípios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Simões Filho, possuin<strong>do</strong>uma área de 667ha <strong>em</strong> torno da represa de mesmo nome.Além desse parque, a porção média dessa bacia apresenta r<strong>em</strong>anescentesde Mata Atlântica (floresta ombrófila <strong>em</strong> vários estágios)como cobertura vegetal pre<strong>do</strong>minante. Assim, o bom índicede cobertura vegetal, as baixíssimas densidades d<strong>em</strong>ográficas e osgrandes vazios urbanos são fatores que influenciam positivamentena qualidade de suas águas.A Bacia <strong>do</strong> Rio Ipitanga contida na área de drenag<strong>em</strong> da Bacia<strong>do</strong> Rio Joanes, t<strong>em</strong> como principais afluentes os Riachos Poti, Cabuçue Cururipe. O Rio Ipitanga deságua a jusante da barrag<strong>em</strong> JoanesI, numa área declarada como de proteção de mananciais, pelaLei Estadual n. 3.858/80.Para análise de parâmetros bacteriológicos e físico-químicos, foramescolhi<strong>do</strong>s cinco pontos de coleta, uma vez que a EMBASA faz a monitorizaçãocontínua nos reservatórios dessa bacia. A estação referente àproximidade da nascente (IPI 01) (Figura 01), foi o que apresentou índicessubjetivos de melhor qualidade, com pouca influência antrópica. Aestação próximo à área limítrofe <strong>do</strong> município de Lauro de Freitas (IPI04) (Figura 01) apresentou um paisagismo que valoriza o rio.O quadro 01 apresenta as observações <strong>do</strong> Protocolo de AvaliaçãoRápida – PAR nas estações de coleta de amostras de água daBacia <strong>do</strong> Rio Ipitanga.O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 311


Quadro 01. Observações <strong>do</strong> PAR nas estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio IpitangaParâmetrosIPI 01IPI 02IPI 03IPI 04IPI 05Tipo de ocupação<strong>das</strong> margensResidencialResidencialResidencialVegetação naturalComercial/administrativoResidencialEsta<strong>do</strong> <strong>do</strong> leito<strong>do</strong> rioNatural (cursolivre)Assorea<strong>do</strong>Revesti<strong>do</strong>Natural (curso livre)Natural (curso livre)Mata ciliarVegetação nativaparcialmenteDominância degramíneasAusente (solodescoberto)Vegetação nativa parcialDominância degramíneasPlantas aquáticasAusenteAusentePerifíton abundantee biofilmesMacrófitas e PerifítonAusenteO<strong>do</strong>r da águaNenhumLeveForte (esgotos)NenhumNenhumOleosidade daáguaAusenteAusenteAusenteAusenteAusenteTransparência daáguaTotalTurvaTurvaLev<strong>em</strong>ente escurecidaMuito escuraTipo de fun<strong>do</strong>Lama/AreiaLama/AreiaLixoLama/AreiaLama/AreiaFluxo de águasFluxo igual <strong>em</strong>toda a larguraLâmina d’água <strong>em</strong>75% <strong>do</strong> leitoLâmina d’água <strong>em</strong>75% <strong>do</strong> leitoFluxo igual <strong>em</strong> toda alarguraFluxo igual <strong>em</strong> todaa larguraObs.: Perifíton são organismos que viv<strong>em</strong> aderi<strong>do</strong>s a vegetais ou a outros substratos suspensos; Macrófitas aquáticas são plantas herbáceas que cresc<strong>em</strong> na água, <strong>em</strong> soloscobertos por água ou <strong>em</strong> solos satura<strong>do</strong>s com água.Assim, de acor<strong>do</strong> com os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>Protocolo de Avaliação Rápida (PAR)pode-se concluir que o tipo de ocupação<strong>das</strong> margens <strong>do</strong> rio Ipitanga épre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente residencial, comexceção da área localizada nas imediações<strong>do</strong> IPI 04, <strong>em</strong> Lauro de Freitas,onde o tipo de ocupação é comercial/administrativo.Qualidade <strong>das</strong> ÁguasA análise da qualidade <strong>das</strong> águasna Bacia <strong>do</strong> Rio Ipitanga foi realizada<strong>em</strong> 05 (cinco) estações ao longo daBacia, conforme coordena<strong>das</strong> apresenta<strong>das</strong>no quadro 02 e figura 01.Quadro 02. Coordena<strong>das</strong> <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água da Bacia <strong>do</strong> Rio Ipitanga- <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 2009EstaçãoIPI 01IPI 02IPI 03IPI 04IPI 05Coordenada X569312,0649570148,7556570318,0302572111,9481572967,0811Coordenada Y8577119,3628573610,6588573932,7618572989,4168574052,800ReferênciaFinal de linha <strong>das</strong> Vans (Itinga),Parque São Paulo, Rua SãoGeral<strong>do</strong> de CimaRua <strong>das</strong> Quaresmeiras, RuaPapoulas Brancas – Jardim <strong>das</strong>Margari<strong>das</strong>Rua Antônio Neves, acesso àsede <strong>do</strong> Esporte Clube BahiaAcesso à Base AéreaViaduto, junto ao GinásioMunicipal de Esportes <strong>em</strong> Laurode FreitasFigura 01. Bacia <strong>do</strong> Rio Ipitanga e localização <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de água312 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 313


Os resulta<strong>do</strong>s da análise <strong>do</strong>s parâmetros bacteriológicos e físicoquímicosdessa bacia estão apresenta<strong>do</strong>s nas figuras 02 a 08.540430320210Figura 08. Fósforo Total na Bacia <strong>do</strong> Rio IpitangaFigura 02. Coliformes Termotolerantes na Bacia <strong>do</strong> Rio IpitangaA figura 02 apresenta os maiores valores de Coliformes Termotolerantesnas estações IPI03 e IPI05 no perío<strong>do</strong> seco, com os menoresvalores nas outras estações tanto na campanha de perío<strong>do</strong>seco quanto no chuvoso.10N =5CHUVOSOFigura 04. Comparação <strong>das</strong> Concentrações de OD (mg/L) na Bacia<strong>do</strong> Rio Ipitanga nas 2 Campanhas3SECONas duas campanhas, <strong>em</strong> to<strong>das</strong> as estações, a concentração deOD não atingiu ao estabeleci<strong>do</strong> pela Resolução CONAMA n. 357/05para águas <strong>do</strong>ces classe 2, sen<strong>do</strong> que os menores resulta<strong>do</strong>s ocorreramnas estações IPI02 e IPI04 (


Visan<strong>do</strong> conhecer a vazão <strong>do</strong> Rio Ipitanga, realizou-se também amedição de descarga líquida <strong>em</strong> duas estações (IPI03 e IPI 05), sen<strong>do</strong>que a estação IPI 03, situada no final de linha <strong>do</strong>s ônibus (Pontepróxima à Rua Antônio Fernandes Neves, final de linha <strong>do</strong>s ônibus,Bairro Jardim <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong>), coordena<strong>das</strong> geográficas Latitude 38 O21’ 07,15” e Longitude 12 O 53’ 58,51”, <strong>em</strong> 13/8/2008 (T<strong>em</strong>po Chuvoso),apresentou como resulta<strong>do</strong> da primeira medição Q1=0,375m 3 /se da segunda Q2=0,361m 3 /s, com uma vazão média, Qm=0,368m 3 /s. Já a estação IPI05, situada à Av. Beira Rio, (próximo ao ginásioMunicipal de Esportes de Lauro de Freitas), coordena<strong>das</strong> geográficasLatitude 38 O 19’ 39,27” e Longitude 12 O 53’ 52,65”, <strong>em</strong> 13/8/2008(T<strong>em</strong>po Chuvoso), apresentou como resulta<strong>do</strong> da primeira mediçãoQ 1 =0,783m 3 /s e da segunda Q 2 =0,865m 3 /s, com uma vazão média,Qm=0,824m 3 /s.No momento de realização <strong>das</strong> medições de vazão foram coleta<strong>das</strong>nas duas estações amostras de água para análise de qualidade,o que permitiu o cálculo <strong>das</strong> cargas no Rio, apresenta<strong>das</strong> na tabela01, para os parâmetros DBO5, Nitrogênio Total e Fósforo Total.Tabela 01. Resulta<strong>do</strong>s <strong>das</strong> medições de vazão e <strong>das</strong> cargas de DBO5, Nitrogênio Total e Fósforo TotalEstaçãoIPI 03IPI 05VazãoMédia m 3 /s0,3680,824DBO5mg/L19,127,2DBO5t/dia0,611,94NitrogênioTotal mg/L N3,56,2NitrogênioTotal t/dia0,110,44FósforoTotal mg/L P0,5910,898FósforoTotal t/dia0,020,06Vale ressaltar que esses valores de carga são indicativos apenasde uma data e somente ilustrativos, consideran<strong>do</strong>-se a necessidadede se analisar resulta<strong>do</strong>s qualitativos e quantitativos de uma sériehistórica, para uma representatividade da realidade da Bacia.Os bairros inseri<strong>do</strong>s nesta Bacia são parcialmente atendi<strong>do</strong>s peloSist<strong>em</strong>a de Esgotamento Sanitário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, <strong>em</strong> virtude da baixadensidade da rede coletora e da pequena densidade d<strong>em</strong>ográfica,com núcleos urbanos afasta<strong>do</strong>s entre si.Atualmente estão sen<strong>do</strong> executa<strong>das</strong> obras de adensamento darede coletora de esgotamento sanitário e ligações intra<strong>do</strong>miciliaresnos bairros de São Cristóvão e Jardim <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong>, objetivan<strong>do</strong>a melhoria da qualidade ambiental.Rio IpitangaOrtofotos SICAD / PMS – 2009316 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 317


NOVA ESPERANÇAMora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro Nova Esperança afirmam que o bairro surgiude uma ocupação espontânea na Fazenda Barro Duro, nomeque durante muito t<strong>em</strong>po acompanhou esta comunidade. Com a instalaçãoda Central de Abastecimento da Bahia - CEASA, o localtornou-se conheci<strong>do</strong> com o nome desta <strong>em</strong>presa.A festa de São Lucas, padroeiro da comunidade, é o momento<strong>em</strong> que to<strong>do</strong> o bairro se mobiliza. Entre os principais equipamentospúblicos estão o Posto Saúde da Família e a Escola MunicipalArx Tourinho.Situa<strong>do</strong> no limite <strong>do</strong>s municípios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, Lauro de Freitase Simões Filho, neste bairro localiza-se o Aterro Metropolitano Cen-tro, importante equipamento que recebe os resíduos sóli<strong>do</strong>s de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,de Lauro de Freitas e Sinões Filho.Em Nova Esperança encontra-se um <strong>do</strong>s tributários <strong>do</strong> RioIpitanga, que está assorea<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à existência da atividadede extração de areia, que acabou com a mata ciliar. Segun<strong>do</strong> osmora<strong>do</strong>res: “a nascente vive da mata, tiraram a mata, a nascentefoi morren<strong>do</strong>, agora estão aterran<strong>do</strong>, não vai sobrar n<strong>em</strong> vestígiodela”.Nova Esperança possui uma população de 4.728 habitantes, o quecorresponde a 0,19% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,19%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 36,31% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 30,79% <strong>do</strong>s seus chefesde família estão na faixa de s<strong>em</strong> instrução.COINF / SEDHAM / PMS, 2006Inicia-se na Via BA-535 no limite entre o município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Lauro de Freitas. Daí segue até sua interseção com a Ro<strong>do</strong>via BA-526. Daí segue por esta ro<strong>do</strong>via até a Estrada da Barrag<strong>em</strong> de Ipitanga. Segue por este logra<strong>do</strong>uro até sua interseçãocom a Estrada da Carobeira. Daí segue até a Estrada <strong>das</strong> Pedreiras. Daí segue por essa estrada até sua confluência com a Rua da Pedreira de Aratu, por onde segue até a Represa de Ipitanga II. Daí segue pelo limite entre o município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> eSimões Filho, por onde segue até o limite entre os municípios de Simões Filho, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Lauro de Freitas. Daí segue pelo limite entre o município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Lauro de Freitas até a Via BA-535, ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.318 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 319


AREIA BRANCASegun<strong>do</strong> Analice Santos da Paz, presidente da Associaçãode Mora<strong>do</strong>res de Areia Branca, até o final da década de 1980,o bairro de Areia Branca não tinha asfalto, n<strong>em</strong> água encanada(havia um poço artesiano comunitário) e estava cerca<strong>do</strong> poruma vasta natureza, na qual, dunas de areia bastante alvas marcavamo ambiente, como o próprio nome <strong>do</strong> bairro sugere. Dessasareias, restaram apenas resquícios <strong>em</strong> rua próxima à entrada<strong>do</strong> bairro.Analice Santos conta ainda, que antigamente o bairro era chama<strong>do</strong>de Areia Branca <strong>do</strong> Sotero e explica que Sotero, além deser o proprietário dessas areias, foi um <strong>do</strong>s primeiros mora<strong>do</strong>resda área.Entre as peculiaridades <strong>do</strong> lugar, ela destaca as mulheres quecultivam mandioca e produz<strong>em</strong> o beiju pois, até hoje elas faz<strong>em</strong> afarinha e levam no balaio para as feiras livres “essas mulheres merec<strong>em</strong>ser homenagea<strong>das</strong>, reconheci<strong>das</strong> por preservar essa cultura”,diz Analice Santos.Em Areia Branca, to<strong>do</strong>s os anos, organiza-se a Festa de NossaSenhora da Conceição, uma tradição muito antiga no local. Ness<strong>em</strong>omento, os mora<strong>do</strong>res armam barracas e comercializam diversosprodutos; faz<strong>em</strong> brincadeiras e comi<strong>das</strong> típicas; na atualidade, perdeu-seum pouco dessas características.Atualmente o bairro dispõe <strong>do</strong>s seguintes equipamentos: a EscolaMunicipal Tenente Gustavo <strong>do</strong>s Santos e o C<strong>em</strong>itério Municipal.Areia Branca possui uma população de 4.742 habitantes, o quecorresponde a 0,19% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,18%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 45,90% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo. No quese refere à escolaridade, constata-se que 37,03 % <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 1 a 3 anos de estu<strong>do</strong>.Vista aérea de Areia Branca, 2009Ortofotos SICAD / PMS – 2006Inicia-se na interseção da Ro<strong>do</strong>via BA-526 com a Via BA-535. Daí segue até o limite entre o município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Lauro de Freitas. Daí segue pelo limite entre os municípios, por onde segue até a Rua <strong>do</strong> Casarão por onde segue até a Ro<strong>do</strong>via BA-526. Daí segue por esta ro<strong>do</strong>via até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.320 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 321


CASSANGEUm cenário tipicamente rural... Chão de barro, muita área verde,sítios e pequenas casas ainda distantes, assim é o bairro Cassange.Situa<strong>do</strong> na Área de Proteção Ambiental, o lugar é parte deuma região rica <strong>em</strong> mananciais, rodea<strong>do</strong> pela Represa Ipitanga I eRepresa Ipitanga II.Sua configuração atual ainda l<strong>em</strong>bra o t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que o local eradelimita<strong>do</strong> pelas fazen<strong>das</strong> Tapera, Raposo e Cassange. Na contade luz, o endereço indica<strong>do</strong> é Fazenda Tapera e, ao circular pela região,os mora<strong>do</strong>res costumam dizer que viv<strong>em</strong> <strong>em</strong> Tapera, <strong>em</strong> Raposoou <strong>em</strong> Cassange.“Quan<strong>do</strong> as fazen<strong>das</strong> viraram uma coisa só, o nome <strong>do</strong> bairro ficouCassange”, diz Rosenice Souza, líder comunitária. Carlos Antônioda Silva, presidente da Associação Comunitária Pôr <strong>do</strong> Sol,explica que este termo é de orig<strong>em</strong> africana, <strong>em</strong>bora, ele não saibaexatamente de que região.Cassange é servi<strong>do</strong> pela Escola Municipal Raimun<strong>do</strong> L<strong>em</strong>osSantana, o Colégio Estadual José Tourinho Dantas e a EscolaJuarez Góes.O bairro, cuja referência, na opinião de Silva é a Represa <strong>do</strong> IpitangaI, possui também vários terreiros de can<strong>do</strong>mblés e grupos decapoeira. Entre suas peculiaridades, destacam-se as beijuzeiras, sen<strong>do</strong>os quitutes produzi<strong>do</strong>s de mo<strong>do</strong> artesanal e vendi<strong>do</strong>s nas feiraslivres de Itapuã, Sete Portas e São Joaquim.O Rio Ipitanga passa pelo bairro e, segun<strong>do</strong> Silva, este rio “depoisque passa por São Cristóvão e Itinga, começa a sofrer degradação,isso tu<strong>do</strong> por falta de saneamento básico no decorrer <strong>do</strong> rio.Ele deságua no Rio Joanes já poluí<strong>do</strong>, também pelas ocupações espontânease <strong>do</strong> esgoto joga<strong>do</strong> no rio”.Cassange possui uma população de 4.906 habitantes, o que correspondea 0,20% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,19% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios dacidade, estan<strong>do</strong> 36,44% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de rendamensal de 0,5 a 1 salário mínimo. No que se refere à escolaridade, constata-seque 30,89% <strong>do</strong>s chefes de família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Represa <strong>do</strong> Rio Ipitanga IIFoto: André CarvalhoInicia-se na Ro<strong>do</strong>via BA-526, por onde segue a montante pelo leito <strong>do</strong> Rio Ipitanga até alcançar a Estrada da Barrag<strong>em</strong>, por onde segue até a Represa de Ipitanga I até o limite entre o município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Simões Filho até a Represa de Ipitanga II. Segueaté alcançar a Rua da Pedreira de Aratu, por onde segue até a Estrada da Carobeira. Segue até seu cruzamento com a Estrada da Barrag<strong>em</strong> de Ipitanga, por onde segue até a Ro<strong>do</strong>via BA-526, ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.322 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 323


ITINGAConforme antigos mora<strong>do</strong>res, na área onde hoje está localiza<strong>do</strong>o bairro de Itinga, no século XVIII existia um engenho de açúcarcom o mesmo nome. O bairro surgiu de loteamentos populares nadécada de setenta, quan<strong>do</strong> no local só existia mato. O Rio Ipitangacorta este bairro.Entretanto, foram os conjuntos habitacionais construí<strong>do</strong>s nosanos noventa, como o Parque Santa Rita, que impulsionaram ocrescimento <strong>do</strong> local. Este conjunto deu nome a uma <strong>das</strong> localidadesmais conheci<strong>das</strong> <strong>do</strong> bairro. Além da localidade <strong>do</strong> ParqueSanta Rita, exist<strong>em</strong> também as localidades de Parque SãoPaulo, Jardim da Independência, Jardim Metrópole e JardimCentenário, to<strong>das</strong> corta<strong>das</strong> pelos municípios de Lauro de Freitase <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Situa<strong>do</strong> na divisa entre <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Lauro de Freitas, Itinga é mar-ca<strong>do</strong> pelos conjuntos habitacionais e por abrigar a sede <strong>do</strong> EsporteClube Bahia. Entre os principais equipamentos públicos <strong>do</strong> bairro estãouma agência <strong>do</strong>s correios e escolas municipais que, apesar de selocalizar<strong>em</strong> no município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, são administra<strong>das</strong> por Lauro deFreitas: Escola Municipal Senhora Valentina Silvina Santos, EscolaMunicipal Governa<strong>do</strong>r Mário Covas e Escola Municipal Mercedes<strong>do</strong> Espírito Santo.Itinga possui <strong>em</strong> sua área a Quinta da Beneficência, conhecidahoje <strong>em</strong> dia por Quinta Portuguesa, criada <strong>em</strong> 1982 pela instituiçãoSociedade Portuguesa de Beneficência Dezesseis de Set<strong>em</strong>bro. Éum espaço para repouso <strong>em</strong> meio à bela natureza <strong>do</strong> local.Itinga possui uma população de 7.276 habitantes, o que correspondea 0,30% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,29% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 28,39% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 34,99% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.FazendãoFoto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BA-526, por onde segue até a Rua <strong>do</strong> Casarão, por onde segue até alcançar o vale, seguin<strong>do</strong> até o limite entre o município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Lauro de Freitas. Daí segue pelo limite entre os municípios até a Ro<strong>do</strong>via BA-099. Daí seguepor esta ro<strong>do</strong>via até o Rio Ipitanga. Daí segue pelo leito desse rio até sua confluência com o Rio Itinga. Segue pelo leito <strong>do</strong> Rio Itinga, por onde segue pelo vale até a Ro<strong>do</strong>via BA-526, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limitedesse bairro.324 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 325


Escola Municipal de Cajazeiras XICAJAZEIRAS XIMiral<strong>do</strong> Manoel Fernandes, presidente <strong>do</strong> Conselho <strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> Conjunto Habitacional Cajazeiras XI, afirma que o quehoje compreende o bairro de Cajazeiras XI, foi o último setor a surgirquan<strong>do</strong> o complexo de Cajazeiras foi construí<strong>do</strong>. Nesta época,“havia poucos mora<strong>do</strong>res e o transporte só ia até Cajazeiras X”, contaFernandes.Hoje, Miral<strong>do</strong> Fernandes avalia que Cajazeiras XI representa omaior território de Cajazeiras, assim como t<strong>em</strong> a melhor frota de transportee o melhor posto de saúde da região, ten<strong>do</strong> cresci<strong>do</strong> muito. Obairro também abriga a Escola Municipal Manoel Almeida Cruz, aEscola Municipal de Cajazeiras XI, Escola Municipal 15 de Maio,e a Escola Municipal Maria Antonieta Alfaranas.O bairro é composto pelas localidades: Loteamento Santo Antônio,Parque Ipitanga I e II, Rua Maria Antonieta Alfaranas, RuaGeral<strong>do</strong> Brasil e a Rua Maria <strong>das</strong> Dores Leite. Nesta rua, “há trêsou quatro mina<strong>do</strong>uros da Barrag<strong>em</strong> de Ipitanga. Atualmente essaárea está cheia de casas, quan<strong>do</strong> chove alaga tu<strong>do</strong>; na Rua Eral<strong>do</strong>Tinoco passa o Rio <strong>do</strong>s Frades, hoje totalmente poluí<strong>do</strong>”, diz Fernandes.Além deste, a Represa também margeia o bairro.Para Miral<strong>do</strong> Manoel Fernandes, a grande referência <strong>do</strong> bairroé a Escola Municipal Manoel Almeida Cruz. Ele afirma que <strong>em</strong> nenhuma<strong>das</strong> outras Cajazeiras há uma escola tão equipada comoesta – e esse foi o resulta<strong>do</strong> da luta da comunidade pela implantaçãoda escola.Há seis anos desfila <strong>em</strong> Cajazeiras XI o “Bloco <strong>das</strong> Virgens”, quecomeçou, segun<strong>do</strong> Miral<strong>do</strong> Fernandes, com umas quinze pessoas ehoje agrega mais de três mil – o bloco sai antes <strong>do</strong> Rei Momo.Cajazeiras XI possui uma população de 10.093 habitantes, o quecorresponde a 0,41% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,41%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 23,47% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 32,91% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.COINF / SEDHAM / PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Engenheiro Raymun<strong>do</strong> Carlos Nery, <strong>em</strong> frente a <strong>Caminho</strong> “01-Qd D”- Faz. Grande I. Deste ponto segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a referida avenida até alcançar o Rio Águas Claras, por onde segue, passan<strong>do</strong> pelo RioCaji. Segue até alcançar a Represa <strong>do</strong> Ipitanga I, de onde segue até alcançar a Rua Geral<strong>do</strong> Brasil, por onde segue nesta via até o cruzamento com a Rua Juscelino Kubitschek, por onde segue até a confluência com a Via Coletora “B”- Cajazeiras eAvenida Engenheiro Raymun<strong>do</strong> Carlos Nery, de onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.326 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 327


FAZENDA GRANDE I, II, III e IVA área que hoje compreende os bairros de Fazenda GrandeI, II, III e IV resulta da ampliação <strong>do</strong> projeto habitacional Cajazeiras,implanta<strong>do</strong> pelo Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> nas déca<strong>das</strong> de 1970 e1980. Originalmente existia na região uma fazenda de propriedade<strong>do</strong> Senhor Justino que a partir <strong>do</strong>s anos 1940 loteou o terreno.Uma <strong>das</strong> grandes lutas <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res destes quatros bairros, <strong>em</strong>parceria os <strong>das</strong> oito Cajazeiras, é a implantação da UniversidadeComunitária com o objetivo de d<strong>em</strong>ocratização <strong>do</strong> acesso ao ensinosuperior, fazen<strong>do</strong> da graduação um sonho possível para diversosjovens da região.Em Fazenda Grande I, encontra-se a Escola de Educação Básicae Profissional Fundação Bradesco, importante instituição para odesenvolvimento <strong>do</strong>s jovens <strong>do</strong> local, um <strong>do</strong>s Campos da Pronaica,local utiliza<strong>do</strong> para eventos <strong>do</strong> bairro, a Escola Municipal UlissesGuimarães e a Paróquia Santa Mônica. Neste bairro existe um localchama<strong>do</strong> de Pedra da Onça, área pertencente ao antigo QuilomboBuraco <strong>do</strong> Tatu. Conta a lenda que lá existia uma pedra, utilizadacomo passag<strong>em</strong> e esconderijo <strong>do</strong>s escravos persegui<strong>do</strong>s, através daqual se conseguia escapar da perseguição <strong>do</strong>s feitores.Fazenda Grande I possui uma população de 10.580 habitantes,o que corresponde a 0,43% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,41% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,24% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 34,99% <strong>do</strong>sseus chefes de família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Fazenda Grande II integra uma Área de Proteção Ambiental (APA)<strong>do</strong> Rio Joanes – Ipitanga. “Apesar de ser uma APA, o local não possuinenhuma fiscalização. As pedreiras jogam detritos no rio que jáestá assorea<strong>do</strong>”, diz<strong>em</strong> m<strong>em</strong>bros da ONG Cajaverde. Destas pedreirassão extraí<strong>do</strong>s minérios a céu aberto, a poeira resultante da extraçãode pedra, degrada o meio ambiente, uma vez que provoca aerosão e o assoreamento <strong>do</strong> Rio Ipitanga e seus afluentes e a qualidadede vida <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res <strong>em</strong> seu entorno, que conviv<strong>em</strong> com osconstantes abalos causa<strong>do</strong>s pelas explosões. Uma <strong>das</strong> pedreiras jáfoi a principal fonte de poluição da Represa Ipitanga I. Esta represamargeia o bairro de Fazenda Grande II, que t<strong>em</strong> entre seus principaisequipamentos: a Maternidade Albert Sabin, a Escola MunicipalFazenda Grande II, a Terceira Companhia Independente dePolícia Militar e a Casa <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r.Fazenda Grande II possui uma população de 10.995 habitan-tes, o que corresponde a 0,45% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,45% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 21,43% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de mais de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 41,79% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.A ponte localizada na Avenida Aliomar Baleeiro, construída naépoca da II Guerra Mundial, e considerada patrimônio histórico, gerainúmeras reclamações <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res de Fazenda Grande III e FazendaGrande IV, pelo descaso <strong>em</strong> relação a sua utilização e conservação.Destacam-se <strong>em</strong> Fazenda Grande III, a Escola MunicipalProfessora Elise Saldanha e o Serviço de Atendimento aoCidadão.Fazenda Grande III possui uma população de 6.982 habitantes,o que corresponde a 0,29% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,27% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 21,48% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 38,47% <strong>do</strong>sseus chefes de família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Entre os principais equipamentos públicos de Fazenda GrandeIV encontram-se a Escola Cecy Ramos e a Escola Municipal Recanto<strong>do</strong> Sol.Fazenda Grande IV possui uma população de 7.514 habitantes,o que corresponde a 0,31% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,30% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,18% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 30,677% <strong>do</strong>sseus chefes de família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Unidade de Saúde da FamíliaCOINF / SEDHAM / PMS, 2006328 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 329


Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Engenheiro Raymun<strong>do</strong> Carlos Nery, próximo a rotatória entre esta, Estrada <strong>do</strong> Coqueiro Grande e Estrada da Paciência. Segue pela referida avenida, passan<strong>do</strong> pela até a confluência com Via Coletora “B”- Cajazeiras e Avenida EngenheiroRaymun<strong>do</strong> Carlos Nery, por onde segue até a Rua Juscelino Kubitschek, por onde segue até a Rua Geral<strong>do</strong> Brasil. Segue até alcançar a Via Coletora “B”- Cajazeiras, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Avenida Assis Valente. Segue até alcançar a nestavia até a Rua Jornalista Marcos Vita, por onde segue para o ponto de início da descrição deste bairro.Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Alameda São Joaquim e a Estrada <strong>do</strong> Coqueiro Grande, por onde até o muro <strong>do</strong> Atacadão Cajazeiras, por onde segue até o seu encontro com o muro da Maternidade Albert Sabin, inclusive, até Rua Jerusalém de Cajazeiras,por onde segue até o vale, até alcançar o Acesso “D”- Jaguaripe I, por onde segue até a Rua Washington Halye, a partir de onde segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para esta mesma rua até a Estrada <strong>do</strong> Coqueiro Grande. Segue até o cruzamentocom a Estrada da Paciência e Avenida Engenheiro Raymun<strong>do</strong> Carlos Nery, por onde segue até o <strong>Caminho</strong> “16-Qd A”- Faz. Grande I, seguin<strong>do</strong> até alcançar o vale até alcançar a Avenida Assis Valente, por onde segue pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong> lote comfrente para a Via Coletora “B”- Cajazeiras, por onde segue até alcançar a Represa Ipitanga I, retornan<strong>do</strong> <strong>em</strong> seguida a Via Coletora “B”- Cajazeiras, na altura da Rua Jornalista Arman<strong>do</strong> Lobracci Neto seguin<strong>do</strong> até alcançar a Avenida Assis Valente, poronde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.330 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 331


Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Assis valente, na direção da projeção <strong>do</strong> prolongamento da Rua Abdias, seguin<strong>do</strong> até cruzar a Via Local “B-A-Qd.C” – Faz. Grande III, por onde segue pela Rua Pardal <strong>do</strong> Recanto <strong>do</strong> Sol, por onde segue <strong>em</strong> direção ao vale até alcançara Estrada <strong>do</strong> Coqueiro Grande. Segue pela Rua Heráclito, <strong>em</strong> direção ao vale, até alcançar o prolongamento da Vila Car<strong>do</strong>so, seguin<strong>do</strong> pelo vale até retornar à Estrada <strong>do</strong> Coqueiro Grande, por onde segue até alcançar a Alameda São Joaquim,seguin<strong>do</strong> contornan<strong>do</strong> o conjunto, até alcançar a ligação da Avenida Assis Valente com a Estrada <strong>do</strong> Coqueiro Grande, até a Avenida Assis Valente, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Assis Valente, na direção da projeção <strong>do</strong> prolongamento da Rua Abdias, seguin<strong>do</strong> até cruzar a Via local “B-A-Qd.C” – Faz. Grande III, por onde segue pela Rua Pardal <strong>do</strong> Recanto <strong>do</strong> Sol, por onde segue <strong>em</strong> direção ao vale atéalcançar a Estrada <strong>do</strong> Coqueiro Grande. Segue pela Rua Heráclito, <strong>em</strong> direção ao vale, até alcançar o prolongamento da Vila Car<strong>do</strong>so, de onde segue pelo até a Rua Manuel da Tábua, por onde segue até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Jaguaribe. Segueaté alcançar a Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até encontrar o vale que corta o prolongamento da 3ª Travessa Djalma Batista. Segue pelo vale até alcançar a Avenida Assis Valente, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limitedesse bairro.332 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 333


PALESTINAescolher um novo nome para o local. Foi marcada uma reunião e Palestinaacabou vencen<strong>do</strong> porque era o nome de um lugar onde gentepobre também lutava por espaço para viver, travava batalhas, eraSitua<strong>do</strong> às margens da Ro<strong>do</strong>via BR-324, o bairro da Palestina, um lugar como o nosso”.no final da década de 1960, era conheci<strong>do</strong> como Beco <strong>do</strong> Bi<strong>do</strong>. Em 2003, o bairro foi destaque na imprensa nacional quan<strong>do</strong> umConforme José Antônio Souza, presidente da Associação Zumbi tratorista, influencia<strong>do</strong> pela comunidade local, recusou-se a derrubar<strong>do</strong>s Palmares, nesta época grande parte <strong>do</strong> local era uma fazendaque pertencia à Companhia Empório <strong>do</strong> Norte, da família de Luis cial foi feita atenden<strong>do</strong> à solicitação impetrada pelo proprietário <strong>do</strong>algumas casas habita<strong>das</strong>, apesar da ord<strong>em</strong> judicial. A decisão judi-Tarquínio. ”Foi de repente que descobriram gente moran<strong>do</strong> e plantan<strong>do</strong>nessas terras. Com a notícia, novas pessoas foram mobilizanos<strong>das</strong> casas entraram com liminar, mas perderam. A Associaçãoterreno, que pedia a reintegração de sua posse há dez anos. Os <strong>do</strong><strong>das</strong>para ocupar a área”.de Mora<strong>do</strong>res convocou os estudantes, os professores e os mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> bairro para resolver o impasse cria<strong>do</strong> e, a solução encon-Desde a sua formação, este bairro é composto por pessoas oriun<strong>das</strong><strong>do</strong> Recôncavo Baiano. Nessa época, a população vivia <strong>em</strong> casas trada, foi pedir ao tratorista que descesse <strong>do</strong> veículo e não derrubasseas casas. “Levaram o tratorista a um posto de saúde e quan-de madeira, não havia água encanada, n<strong>em</strong> luz elétrica. Souza contaque não existiam ruas, eram caminhos estreitos de barro e que as pessoascostumavam pegar água no Rio Coruripe para beber. Este rio de-Naquele momento, a decisão da justiça foi <strong>em</strong>bargada”. O presiden<strong>do</strong>ele voltou começou a chegar advoga<strong>do</strong>s e pessoas de influência.ságua na Barrag<strong>em</strong> de Ipitanga e hoje está bastante poluí<strong>do</strong>.te da Associação Zumbi <strong>do</strong>s Palmares fez questão de ressaltar queSobre o nome <strong>do</strong> bairro, José Alves, antigo líder <strong>do</strong> bairro, explica:“o povo se uniu através da liderança <strong>do</strong> Sargento Bonifácio para mora<strong>do</strong>ra continua no imóvel até hoje.o <strong>em</strong>presário que moveu a ação de derrubada já é faleci<strong>do</strong> e que aPara José Antônio de Souza, o Largoda Palestina é uma referência no bairro,que atualmente conta com os seguintesequipamentos públicos: a Escola Municipalda Palestina, a Escola Maria RosaFreire e a Unidade de Saúde da Famíliada Palestina.Hoje <strong>em</strong> dia, segun<strong>do</strong> Souza, não exist<strong>em</strong>ais nenhuma grande festa que mobilizeto<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res. “As tradições culturaisdaqui como o Natal, a Páscoa e o SãoJoão, estão cain<strong>do</strong> muito. O que ainda existesão festinhas, eventos religiosos, passeiosrealiza<strong>do</strong>s pela Igreja de São JoséOperário, o padroeiro da Palestina,...”A Palestina possui uma população de6.168 habitantes, o que corresponde a 0,25%da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,23%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 28,31%<strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa derenda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo.No que se refere à escolaridade, constataseque 39,22% <strong>do</strong>s chefes de família têmRua Sargento Bonifácio, 2009 de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Tonny BittencourtDescrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BR-324, por onde segue até o Rio Cururipe, por onde segue até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Ro<strong>do</strong>via BR-324, seguin<strong>do</strong> por esta ro<strong>do</strong>via até o ponto de início da descrição deste bairro.334 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 335


Foto: André CarvalhoRepresas Ipitanga IBOCA DA MATADa desapropriação de três fazen<strong>das</strong> próximas à Ro<strong>do</strong>via BR-324, surgiu o bairro de Boca da Mata <strong>em</strong> 1990. Segun<strong>do</strong> Maria Madalenada Silva Rodrigues, presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>resde Boca da Mata.Embora a área verde continue preservada, Maria Madalena Rodriguesavalia que a configuração urbana <strong>do</strong> local mu<strong>do</strong>u bastante,uma vez que surgiram novos loteamentos e no entorno <strong>do</strong> conjuntoapareceram ocupações espontâneas. O perfil <strong>do</strong> mora<strong>do</strong>r tambémmu<strong>do</strong>u muito.Para Rodrigues, Boca da Mata não t<strong>em</strong> apenas um símbolo esim vários, pois diferentes el<strong>em</strong>entos compõ<strong>em</strong> o local, sen<strong>do</strong> referênciasneste bairro: a Barrag<strong>em</strong> de Ipitanga, os mora<strong>do</strong>res, a áreaverde e Dona Catarina, a barraqueira mais antiga <strong>do</strong> local. Em 2004foi cria<strong>do</strong> <strong>em</strong> Boca da Mata o Movimento Jov<strong>em</strong> Cidadão de Bocada Mata com o objetivo de desenvolver cursos profissionalizantes epromover palestras entre outras atividades.Atualmente, a festa que mobiliza Boca da Mata é o aniversário <strong>do</strong>bairro no dia 28 de julho. Entre seus principais equipamentos estão:a Casa <strong>do</strong> Trabalha<strong>do</strong>r, a Escola Municipal Cristo Rei, o Postode Saúde da Família e um módulo policial.A Represa <strong>do</strong> Rio Ipitanga atravessa este bairro, que tambémpossui <strong>em</strong> suas terras, um mina<strong>do</strong>uro, conheci<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>rescomo “a Bica”, que foi muito castiga<strong>do</strong> e hoje está poluí<strong>do</strong>. Quan<strong>do</strong>abr<strong>em</strong> as comportas da barrag<strong>em</strong>, há o encontro da bica coma água da barrag<strong>em</strong>.Boca da Mata possui uma população de 6.887 habitantes, o quecorresponde a 0,28% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,28%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,02% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 41,24% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Assis Valente, próximo à Rua Abel. Segue pela avenida, até alcançar a lagoa de decantação, por onde segue <strong>em</strong> direção a encosta, até próximo a Rua Arman<strong>do</strong> Sá, por onde segue até alcançar a Via Coletora “B”- Cajazeiras, poronde segue <strong>em</strong> direção a Represa Ipitanga I, por onde segue <strong>em</strong> direção a Estada da Barrag<strong>em</strong>, até alcançar a Avenida Assis Valente, por onde segue para o ponto de início da descrição deste bairro.336 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 337


SÃO CRISTÓVÃOSitua<strong>do</strong> próximo ao limite de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro de SãoCristóvão surgiu <strong>do</strong> loteamento da Fazenda Cachoeira eteve seu desenvolvimento relaciona<strong>do</strong> à construção <strong>do</strong> Aeroportode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Atualmente é um bairro densamente povoa<strong>do</strong>,com ocupações espontâneas, a ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> Planeta<strong>do</strong>s Macacos, além de um varia<strong>do</strong> comércio.Maria Enaura Lima, mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> local, afirma que a 50anos atrás, as poucas casas que existiam eram de palhae taipa, não havia luz elétrica, n<strong>em</strong> água encanada. ConformeEdval<strong>do</strong> Egidio de Souza, presidente da SociedadeRecreativa <strong>em</strong> Defesa de São Cristóvão, apenas a pistaprincipal era asfaltada e tinha “uma imensidão de árvoresfrutíferas”.Souza diz ainda que o bairro outrora chamava-se Cascalheira<strong>em</strong> virtude da grande quantidade de cascalho existenteno lugar. A atual denominação <strong>do</strong> bairro resulta de umamissão religiosa católica <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> a São Cristóvão. Dess<strong>em</strong>o<strong>do</strong>, há anos, no dia 25 de julho (Dia de São Cristóvão) esta comunidad<strong>em</strong>obiliza-se na Festa Popular <strong>do</strong> Bairro de São Cristóvão.“Desde que começamos a construção da Igreja de São Cristóvão,por volta de 1970, fazíamos quermesses, tocávamos violão,cantávamos... Isso foi crescen<strong>do</strong>, tomou corpo e virou a festa popular<strong>do</strong> padroeiro <strong>do</strong> bairro”.Foto: Elba VeigaIgreja Matriz de Sao CristovaoProximidades da segunda rótula <strong>do</strong> AeroportoFoto: Danilo BandeiraSão Cristóvão é corta<strong>do</strong> pelo Rio Ipitanga que alimenta a Lagoade Santo Agostinho, na baixa da Rua Santo Agostinho. Souza dizque atualmente este rio encontra-se bastante poluí<strong>do</strong> por conta <strong>das</strong>ocupações que o cercam e canalizam águas usa<strong>das</strong> para esse cursod’água. Entretanto, este rio n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre foi assim, “quan<strong>do</strong> criançatomava banho no Rio Ipitanga cuja água era cristalina. Neste bairrohá também o Córrego <strong>do</strong> Bispo ou Rio Xangô, um canal de escoamentoda Lagoa de Santo Agostinho.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão: o Centro deReferência da Assistência Social - CRAS, programa <strong>do</strong> governofederal executa<strong>do</strong> pelo município, que realiza trabalho destina<strong>do</strong> àprestação de serviços e programas socioassistenciais de proteçãosocial básica às famílias e indivíduos; a Escola Estadual XV de Nov<strong>em</strong>bro,a Escola Estadual Vinte e Cinco de Julho, a Escola MunicipalOsval<strong>do</strong> Gordilho, a Unidade Básica de Saúde, a Unidadede Saúde da Família, a Praça Matriz, onde está localizada a Igrejade São Cristóvão, a feirinha de frutas e ervas; o parque infantil ea 49ª Companhia de Polícia.São Cristóvão possui uma população de 33.893 habitantes, o quecorresponde a 1,39% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,35%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 27,48% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 35,36% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Avenida Aliomar Baleeiro, por onde segue até alcançar o Riacho Itapuã Mirim. Segue pelo leito desse rio até sua confluência com o Rio Ipitanga, por onde segue até alcançar a Ro<strong>do</strong>via BA-526. Seegue por esta até a Praça Alberto Santos Dumont.Daí segue contornan<strong>do</strong> essa praça até sua interseção com a Avenida Carybé, por onde segue até sua confluência com a Avenida Luís Viana, por onde segue <strong>em</strong> direção a Codisman Veículos, inclusive, até a Rua da Adutora, por onde segue até a Ruada Capela, por onde segue até o Córrego <strong>do</strong> Bispo ou Rio Xangô, até alcançar a Rua Adriano de Azeve<strong>do</strong> Ponde, por onde segue até a Avenida Aliomar Baleeiro. Daí segue por essa avenida até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.338 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 339


JARDIM DAS MARGARIDAS“Aqui era a Fazenda Margari<strong>das</strong>, que deu lugar ao Conjunto ResidencialJardim <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong> por volta de 1980”, afirma MiguelPaulino Sobrinho, ex-presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>res deJardim <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong>, referin<strong>do</strong>-se à história <strong>do</strong> bairro Jardim <strong>das</strong>Margari<strong>das</strong>.Ele conta que o conjunto foi projeta<strong>do</strong> para os funcionários daPETROBRÁS, porém, como muitos deles desistiram de morar neste<strong>em</strong>preendimento, ele foi aberto para outras pessoas.Para Sobrinho, o bairro v<strong>em</strong> se expandin<strong>do</strong> assusta<strong>do</strong>ramente.Quan<strong>do</strong> ele chegou, <strong>em</strong> 1983, o local era parte <strong>do</strong> bairro São Cristóvão,não havia água encanada, linha telefônica, n<strong>em</strong> transporte coletivoe o fluxo de pessoas era b<strong>em</strong> menor. As ruas eram denomina<strong>das</strong>por letras, Rua A, Rua B, Rua C..., e por tratar-se de área afastada<strong>do</strong> centro da cidade, as pessoas utilizavam para veraneio.Vista <strong>do</strong> Jardim <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong>, 2009Hoje, o Jardim <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong> é forma<strong>do</strong> por quadras, com viasplanas e asfalta<strong>das</strong>, foi dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> duas etapas, sen<strong>do</strong> os imóveisda primeira, menores <strong>do</strong> que os da segunda. As ruas têm o nomede flores: Rua <strong>das</strong> Acácias, Bromélias Brancas, Hortênsia, Margari<strong>das</strong>Amarelas, Papoulas Brancas, Quaresmeira....Ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, as águas deste bairro sofreram uma intensadegradação. “Quan<strong>do</strong> aqui cheguei, o Rio Itinga e o Rio Ipitangaque corta o bairro e des<strong>em</strong>boca no Rio Joanes, eram tão limposque a vizinhança pescava nesses rios. Hoje esses rios têm sucata,pneus, garrafas pet,... Havia também o Riacho <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong> quefoi sen<strong>do</strong> soterra<strong>do</strong> até virar um córrego”.Jardim <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong> possui uma população de 5.383 habitantes,o que corresponde a 0,22% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,21% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,54% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 29,30% <strong>do</strong>sseus chefes de família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na Ro<strong>do</strong>via BA-526. Daí segue <strong>em</strong> linha reta até alcançar o afluente <strong>do</strong> Rio itinga, por onde segue até o leito <strong>do</strong> Rio Itinga, por onde segue até sua confluência com o Rio Ipitanga. Daí segue pelo leito desse rio até a Ro<strong>do</strong>via BA-099. Daí seguepor esta ro<strong>do</strong>via até o seu cruzamento com a Praça Alberto Santos Dumont, por onde segue até seu cruzamento com a Ro<strong>do</strong>via BA-526. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.340 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 341


AEROPORTOO que hoje se define como bairro <strong>do</strong> Aeroportoestá circunscrito pela localização <strong>do</strong> AeroportoInternacional Deputa<strong>do</strong> Luiz Eduar<strong>do</strong> Magalhães,sen<strong>do</strong> restrito o uso e ocupação <strong>do</strong>solo nessa área.Segun<strong>do</strong> o historia<strong>do</strong>r Cid Teixeira, os aviõescomeçaram a aterrissar <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> na décadade 1920, <strong>em</strong> um pequeno campo de pousoentre a Pituba e Amaralina, construí<strong>do</strong> peloengenheiro Paul Vachet.Em 1932, os norte-americanos construíramum hidroporto na Enseada <strong>do</strong>s Tainheiros, naRibeira, onde funcionou até 1943, quan<strong>do</strong> transferiu-separa o atual lugar, na condição de Campode Pouso de Santo Amaro <strong>do</strong> Ipitanga.Já nos anos de 1950, tornou-se o Aeroporto 2de Julho, <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> à Independência daBahia. Em 1998 o nome <strong>do</strong> aeroporto foi modifica<strong>do</strong>para Aeroporto Internacional Deputa<strong>do</strong>Luiz Eduar<strong>do</strong> MagalhãesO Aeroporto está situa<strong>do</strong> a 28 km <strong>do</strong> centro,<strong>em</strong> uma área de dunas e vegetação nativa,entre os municípios de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Laurode Freitas. Um <strong>do</strong>s seus maiores destaquesé o bambuzal, nos <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s <strong>das</strong> pistasde acesso/saída <strong>do</strong> Aeroporto, forman<strong>do</strong>um túnel verde por onde os veículos passam.Discute-se atualmente a necessidade e pertinênciada ampliação de suas instalações <strong>em</strong>função de possíveis danos ao ecossist<strong>em</strong>ano qual situa-se.A área que compreende o Aeroporto possuiuma população de 1.729 habitantes, o que correspondea 0,07% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,concentra 0,08% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong>24,80% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade,constata-se que 46,15% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Tonny BittencourtAcesso ao AeroportoDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Carybé, por onde segue até sua interseção com a Praça Alberto Santos Dumont. Daí segue até seu cruzamento com a Ro<strong>do</strong>via BA-099, por onde segue até o limite entre o município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e Lauro de Freitas, até alcançar aRua Santo Antônio de Ipitanga. Daí segue <strong>em</strong> linha reta até Rua Itagi. Segue me linha reta até o cruzamento da Alameda Cabo Frio com a Rua José Augusto Tourinho Dantas, por onde segue até cruzamento com a Alameda Rio da Prata. Daí segues<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> linha reta até a Alameda Praia de Guaratuba, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.342 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 343


Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural da Vitória/ContornoA Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural da Vitória e Contorno fica localizadana porção su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Município; possui uma área de 1,001km 2, comuma população de 14.762 habitantes, que corresponde a 0,60% <strong>do</strong>smora<strong>do</strong>res de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Sua densidade populacional é de 0,32hab./km 2 e os índices mais expressivos de renda mensal <strong>do</strong>s chefes defamília dessa bacia, encontram-se distribuí<strong>do</strong>s nas seguintes faixas:23,69% de 5 a 10 SM e 15,10% com mais de 20 SM. Esses mesmoschefes de família possu<strong>em</strong> como índices de escolaridade mais significativosos seguintes percentuais: 37,98% entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>e 30,29% com mais de 15 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).Pertenc<strong>em</strong> a essa bacia, os bairros da Vitória e <strong>do</strong> Centro. A Vitóriaé um bairro situa<strong>do</strong> no espigão da parte alta da escarpa da falha geológicada cidade, onde se instalaram as residências <strong>do</strong>s políticos, industriais,grandes comerciantes e proprietários de terras no início <strong>do</strong> processode expansão da cidade, <strong>em</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s séculos XVII e XVIII.Depois de passar por um processo de descaracterização <strong>do</strong> padrãoinicial de ocupação, intensifica-se o uso residencial com prédiosde luxo, com teleféricos e piers exclusivos. Nas calça<strong>das</strong> da AvenidaSete de Set<strong>em</strong>bro, cujo logra<strong>do</strong>uro neste trecho é conheci<strong>do</strong> como“Corre<strong>do</strong>r da Vitória”, encontram-se ex<strong>em</strong>plares de oitizeiros, planta<strong>do</strong>sdesde a abertura da via com o atual nome, e uma mangueiracom mais de cento e cinquenta anos, reconhecida como ex<strong>em</strong>plar dereferência, que tornam essa área muito especial. Além disso, a Vitoriapossui museus, escolas, centros culturais e a tradicional Igreja deNossa Senhora da Vitória, que foi tombada <strong>em</strong> outubro de 2007 peloInstituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). A encostada Vitória/Contorno, voltada para a entrada da Baía de To<strong>do</strong>sos Santos, possui uma vegetação densa e diversificada, ainda integran<strong>do</strong>o Sist<strong>em</strong>a de Áreas Verdes <strong>do</strong> município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.O Centro da Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> é uma área extensa, que abrangeas localidades <strong>do</strong> Campo Grande, Aflitos, Mercês, Rosário, Piedade,largo Dois de Julho, Sodré e São Pedro, dentre outros. A cidadenasceu nessa área. Fundada <strong>em</strong> 1549, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> possuía limitesb<strong>em</strong> defini<strong>do</strong>s: entre as portas de São Bento até Santo Antônioalém <strong>do</strong> Carmo. A escolha <strong>do</strong> sítio ocorreu <strong>em</strong> função da segurançaproporcionada pelo relevo (uma muralha de 70m de altura e 15kmde extensão) e pela proximidade <strong>do</strong> porto.Na área dessa bacia exist<strong>em</strong> várias fontes, dentre elas a FonteOrtofotos SICAD / PMS, 2006Pedreira ou da Preguiça, na marg<strong>em</strong> da Av. Lafayete Coutinho (Av.Contorno) e a Fonte <strong>do</strong> Unhão, no Solar <strong>do</strong> Unhão.Essa bacia t<strong>em</strong> peculiaridades <strong>em</strong> relação à drenag<strong>em</strong>, pois a quasetotalidade de sua ocupação é a montante e na escarpa da falha geológica.No entanto, a construção da Av. Lafayete Coutinho, na alturada metade <strong>das</strong> curvas de níveis e a urbanização da área <strong>do</strong> Solar <strong>do</strong>Unhão a jusante, caminho natural de escoamento <strong>das</strong> águas, agrava<strong>das</strong>pelas inúmeras intervenções urbanísticas <strong>do</strong> centro da cidade, queencobriram canalizações antigas, concentraram o escoamento na declividade<strong>das</strong> Lafayete Coutinho e Sete de Set<strong>em</strong>bro. Porém, há umadescida na localidade da Gamboa que lança ao mar, as contribuições<strong>do</strong> antigo rio São Pedro, canaliza<strong>do</strong> e s<strong>em</strong> vazão expressiva, junto comoutras redes sobrepostas de captação e lançamento pluviais.Embora a qualidade <strong>das</strong> águas dessa bacia não tenha si<strong>do</strong> monitorizada,as mesmas sofr<strong>em</strong> alterações devi<strong>do</strong> aos materiais e substânciascarrea<strong>do</strong>s pela drenag<strong>em</strong> pluvial, b<strong>em</strong> como ao lançamentode esgotos sanitários de <strong>do</strong>micílios ainda não liga<strong>do</strong>s à rede coletora<strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a público de esgotamento sanitário.O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 345


VITÓRIASegun<strong>do</strong> Ana Fernandes, professora da Faculdade de Arquiteturada Universidade Federal da Bahia, o bairro da Vitória “marca oprocesso de expansão da cidade entre os séculos XIX e XX, a partirda abertura <strong>do</strong>s portos – o que possibilitou que outros países tivess<strong>em</strong>relação comercial com o Brasil”.Sua história, conforme Monsenhor Gaspar Sa<strong>do</strong>ck, vigário da Paróquiade Nossa Senhora da Vitória, r<strong>em</strong>onta ao t<strong>em</strong>po <strong>das</strong> CapitaniasHereditárias, quan<strong>do</strong> Francisco Pereira Coutinho ergueu aIgreja Nossa Senhora da Vitória, que Sa<strong>do</strong>ck defende ser a primeirada Bahia e <strong>do</strong> Brasil. Para ele, a Igreja de Nossa Senhora daGraça, que alguns afirmam ter si<strong>do</strong> a primeira <strong>do</strong> país, foi construídana mesma época, mas não foi a primeira. Os portugueses costumavamconstruir igrejas volta<strong>das</strong> para o mar, com o objetivo de darsinais às <strong>em</strong>barcações que chegass<strong>em</strong> à noite <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, “portanto,não iam deixar de construir essa aqui pra construir a da Graça”conclui o vigário.Há qu<strong>em</strong> afirme que o nome <strong>do</strong> bairro é uma homenag<strong>em</strong> a NossaSenhora da Vitória, entretanto, Sa<strong>do</strong>ck conta que o bairro t<strong>em</strong> essenome porque houve nesta região um <strong>em</strong>bate <strong>do</strong> <strong>do</strong>natário PereiraCoutinho com os índios – sen<strong>do</strong> venci<strong>do</strong> pelo <strong>do</strong>natário que passoua chamar a região de Vitória.Sua localização, no centro da cidade e a bela vista para a Baíade To<strong>do</strong>s os Santos, estão entre as características que fizeramdeste local uma área muito procurada pelas famílias mais abasta<strong>das</strong>da Bahia, no século XIX. A expansão imobiliária nas últimasCorre<strong>do</strong>r da Vitória – primeira metade <strong>do</strong> séulo XXdéca<strong>das</strong> levou à substituição <strong>do</strong>s antigos casarões. Recent<strong>em</strong>entea Vitória t<strong>em</strong> passa<strong>do</strong> por um intenso processo de requalificaçãocom a construção de luxuosos edifícios, alguns incorporan<strong>do</strong>os antigos casarões à nova paisag<strong>em</strong> <strong>do</strong> bairro. Dessa maneira,não faz muito t<strong>em</strong>po, o Corre<strong>do</strong>r da Vitória foi palco de outra batalhaentre <strong>em</strong>preende<strong>do</strong>res imobiliários e segmentos interessa<strong>do</strong>s<strong>em</strong> preservar os antigos casarões. Com o tombamento deste sítiopelo Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN,algumas edificações tornaram-se protegi<strong>das</strong> contra adulterações ed<strong>em</strong>olições e mesmo aquelas não tomba<strong>das</strong>, deverão passar pelaavaliação <strong>do</strong> IPHAN.Na Vitória está presente o mais antigo museu <strong>do</strong> esta<strong>do</strong>, o Museude Arte da Bahia, com peças <strong>do</strong>s séculos XVIII e XIX, que aola<strong>do</strong> <strong>do</strong> Museu Carlos Costa Pinto, <strong>do</strong> Museu Geológico da Bahiaonde funciona uma sala de cin<strong>em</strong>a, constitu<strong>em</strong> marcas da vida culturaldeste bairro. A Vitória é um bairro pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente residencial,nele está presente o Colégio Estadual O<strong>do</strong>rico Tavares.To<strong>do</strong>s os anos, no mês de nov<strong>em</strong>bro, acontece no bairro a Feirada Fraternidade, organizada pela paróquia: “são três dias com ban<strong>das</strong>,barracas, tu<strong>do</strong> para arrecadar fun<strong>do</strong>s para as pessoas pobres” diz Sa<strong>do</strong>ck.Dentre as curiosidades <strong>do</strong> bairro, Gaspar Sa<strong>do</strong>ck cita o fato <strong>do</strong>Esporte Clube Vitória, ter esse nome por ter nasci<strong>do</strong> no bairro.A Vitória possui uma população de 5.638 habitantes, o que correspondea 0,23% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,26% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 37,37% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 51,34% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 15 anos e mais de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na linha de costa da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, localiza<strong>do</strong> junto ao Iate Clube da Bahia, exclusive, seguin<strong>do</strong> pela encosta, até alcançar o limite entre os edifícios Maiza – inclusive – e Delcampo – exclusive – até alcançar a Avenida Sete deSet<strong>em</strong>bro. Segue até alcançar a Avenida Reitor Miguel Calmon, até a interseção com a Rua Engenheiro Souza Lima. Segue <strong>em</strong> linha reta pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua da Graça, até alcançar a Avenida Sete de Set<strong>em</strong>bro. Daí segue<strong>em</strong> linha reta pelo limite entre a Aliança Francesa – exclusive e a CATO. Daí segue pelos fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Avenida Sete de Set<strong>em</strong>bro, trecho Ladeira da Barra. Segue pela encosta, incluin<strong>do</strong> a Vila Brandão, até o ponto deinício da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.346 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 347


CENTROO Centro da Cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> t<strong>em</strong> uma importância históricapara a cidade. O Largo Campo Grande, outrora conhecida comoPraça Dois de Julho, durante o século XIX foi cenário de combatesque precederam a luta pela Independência da Bahia. Na Praça daPiedade a justiça portuguesa elevou no centro desta praça uma forca,prevista no livro 5º <strong>das</strong> Ordenações Filipinas, e não foram poucosos que ali foram suplicia<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> o caso mais <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ático o <strong>do</strong>srevoltosos da Conjuração Baiana <strong>em</strong> 1798 – Lucas Dantas, ManuelFaustino, Luís Gonzaga <strong>das</strong> Virgens e João de Deus.O Centro é perpassa<strong>do</strong> pela Avenida Sete de Set<strong>em</strong>bro, tradicionalárea de comércio, e refletiu ao longo <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po as transformaçõespelas quais passou a economia de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> – de sofisticadaárea de comércio e prestação de serviços a um vigoroso shoppingcenter popular a céu aberto.A Praça da Piedade é um habitual ponto de encontro <strong>do</strong>s que circulampelo Centro da cidade e nas suas re<strong>do</strong>ndezas estão a Faculdadede Ciências Econômicas da Bahia, o Instituto Geográficoe Histórico da Bahia e a Igreja de São Pedro (construída <strong>em</strong> substituiçãoà antiga Igreja de São Pedro, destruída quan<strong>do</strong> da reformaurbana realizada no governo de J. J. Seabra, entre 1912-1916). Localiza-seainda na Piedade, o Gabinete Português de Leitura.Mais adiante, na Avenida Sete de Set<strong>em</strong>bro, encontra-se a PraçaBarão <strong>do</strong> Rio Branco, popularmente conhecida como Largo <strong>do</strong> Relógiode São Pedro. Cecília Luz da Silva, autora <strong>do</strong> livro “A Cidade <strong>do</strong><strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos seus 454 Anos”, afirma que este relógio, chegou paraapagar as l<strong>em</strong>branças <strong>do</strong> “Tiro <strong>das</strong> Nove”, pois antes <strong>do</strong> relógio, apopulação de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> costumava se orientar pelo “tiro <strong>das</strong> nove”,deflagra<strong>do</strong> to<strong>das</strong> as noites neste horário, <strong>do</strong> Forte de São Marcelo,como um “aviso” de que era hora de <strong>do</strong>rmir. Ainda hoje este equipamentoé uma referência de horário para os transeuntes.Marca<strong>do</strong> por importantes e históricos lugares, na opinião de JoséSantos de Oliveira, integrante da Associação de Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Doisde Julho e Adjacências, não é possível citar uma única referênciano Centro, para ele, o Campo Grande, a Praça da Piedade e a PraçaCastro Alves são locais muito marcantes para o bairro.Segun<strong>do</strong> Paulo Cezar Souza, que mora na rua D<strong>em</strong>ocrata, aescolha desse lugar para moradia se deve à vista maravilhosa e àtranquilidade –seu prédio fica acima da Marinha e não t<strong>em</strong> o incômo<strong>do</strong><strong>do</strong> trânsito intenso no entorno imediato. Segun<strong>do</strong> Paulo Cezar,a intervenção urbanística no Largo Dois de Julho. Tirou o espaçode circulação e estacionamento, o que t<strong>em</strong> produzi<strong>do</strong> engarrafamentosconstantes. Esqueceu-se que o largo é um entrepostocomercial, merca<strong>do</strong> de alimentos, de material de construção e derestaurantes. Além disso, os edifícios antigos não dispõ<strong>em</strong> de garagense os mora<strong>do</strong>res estacionam na rua. Os comerciantes estãose queixan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as de circulação e da queda da frequência.“Fomos presentea<strong>do</strong>s com um playground, só se esqueceramde perguntar se era isso que os mora<strong>do</strong>res e comerciantes <strong>do</strong> largoprecisavam”. Em relação ao Centro, segun<strong>do</strong> Paulo Cezar Souza,“apesar da decadência, têm lugares <strong>em</strong> processo de recuperaçãoe vale a pena viver aqui – pra mim a Cidade da Bahia vai atéo Rio Vermelho”.No Centro da Cidade encontram-se a Fonte<strong>do</strong> Unhão erigida no século XVII, queatualmente está para banho e consumo e,a Fonte São Pedro, construída no séculoXIX, que está aban<strong>do</strong>nada, s<strong>em</strong> nenhumtipo de uso pela comunidade.O Centro possui uma população de 15.688habitantes, o que corresponde a 0,64% dapopulação de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,90% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 28,01% <strong>do</strong>schefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de rendamensal de 5 a 10 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-seque 43,07% <strong>do</strong>s chefes de família têm de11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Ladeira de São Bento – Século XIXFundação Gregório de MatosDescrição resumida: Inicia-se no na Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, por onde segue até próximo a Bahia Marina, exclusive. Contorna a Praia <strong>do</strong> Unhão e segue até alcançar a Avenida Lafayete Coutinho por onde segue até a Ladeira da Preguiça,por onde segue até a Praça Almirante Paula Guimarães, exclusive, prolongan<strong>do</strong>-se até o início da Ladeira da Montanha, até sua confluência com a Praça Castro Alves e Rua Carlos Gomes. Segue pela Ladeira da Barroquinha até as imediações <strong>do</strong>Largo da Barroquinha, exclusive, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> linha reta até a Ladeira <strong>do</strong> Castanheda, até alcançar o Terminal da Barroquinha, inclusive, até alcançar a Rua <strong>do</strong> Paraíso. Segue por esta rua até a interseção com a Rua Nova de São Bento, até encontrocom a Avenida Joana Angélica, por onde segue até a Rua Portão da Piedade, até alcançar a Praça da Piedade, por onde segue até a Ladeira <strong>do</strong>s Barris. Segue até alcançar a Rua Alegria <strong>do</strong>s Barris, até alcançar a Rua <strong>do</strong> Salete, por onde segueaté seu cruzamento até a Rua Direita da Piedade, até alcançar a Avenida Vale <strong>do</strong>s Barris. Daí segue até o encontro com a Rua Clóvis Spínola, por onde segue retornan<strong>do</strong> a Rua Direita da Piedade, que percorre até a encosta <strong>do</strong> estacionamento <strong>do</strong>Vale <strong>do</strong>s Barris, até alcançar a Rua Politeama de Baixo, até a Ladeira da Fonte, por onde segue até a Rua Forte de São Pedro, seguin<strong>do</strong> até a Rua João <strong>das</strong> Botas, por onde segue <strong>em</strong> direção a Avenida Araújo Pinho. Segue até alcançar o fun<strong>do</strong><strong>das</strong> edificações <strong>do</strong> Largo <strong>do</strong> Campo Grande, inclusive, seguin<strong>do</strong> até a Avenida Sete de Set<strong>em</strong>bro. Segue por esta avenida até ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro, na linha de costa da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos.348 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 349


Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de Amaralina/PitubaLocalizada na porção sudeste da Orla Atlântica <strong>do</strong> Município, a Baciade Drenag<strong>em</strong> Natural de Amaralina / Pituba, possui uma área de2,616km 2 , com uma população de 47.277 habitantes, que correspondea 1,94 % <strong>do</strong>s habitantes de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Sua densidade populacionalé de 0,85 hab./km 2 e os índices mais expressivos de renda mensal <strong>do</strong>schefes de família dessa bacia encontram-se distribuí<strong>do</strong>s nas seguintesfaixas: 22,09% entre 5 a 10 SM e 25,53% com mais de 20 SM. Essesmesmos chefes de família possu<strong>em</strong> como índices de escolaridade maissignificativos, os seguintes percentuais: 37,27% entre 11 e 14 anos deestu<strong>do</strong> e 42,91% acima de 15 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).Pertenc<strong>em</strong> a essa bacia, os bairros de Amaralina e Pituba. Amaralinaé um bairro pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente habitacional, <strong>em</strong>bora possuaum comércio varia<strong>do</strong> nas ruas principais. Foi urbaniza<strong>do</strong> na décadade 1930, com o nome de Cidade Balneário da Amaralina.Uma curiosidade sobre essa bacia, contada por seus mora<strong>do</strong>res,é que onde existe hoje a Praça <strong>do</strong>s Ex-Combatentes, situada entreo antigo 14º Batalhão de Artilharia Anti-aérea, atual Centro de Amaralinae a Rua Visconde de Itaboraí, havia uma lagoa, que desapareceucom o crescimento da cidade.O bairro da Pituba, também com pre<strong>do</strong>minância de ocupações residenciais,mas com forte presença de serviços e atividades comerciais,sustentan<strong>do</strong> um expressivo comércio <strong>em</strong> suas aveni<strong>das</strong> e ruas transversais.Nas déca<strong>das</strong> de 1960 e 1970 <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>, houve um acelera<strong>do</strong>processo de verticalização e expansão local, com a construção eimplantação da Avenida Antônio Carlos Magalhães e de grandes <strong>em</strong>preendimentosimobiliários e shopping centers. Atualmente essa área possuiuma grande variedade de opções de lazer e entretenimento como bares,restaurantes, teatros, galerias, centros comerciais e boates.No bairro da Pituba exist<strong>em</strong> algumas dunas já bastante descaracteriza<strong>das</strong>devi<strong>do</strong> à expansão imobiliária. Apesar da existência depraças como as de Nossa Senhora da Luz, Ana Lúcia Magalhães,Aníbal Jorge Ramos Souza (Lagoa Vela Branca) e, Guilhard Muniz,entre outras, as principais áreas verdes nessa bacia estão localiza<strong>das</strong>na Pituba, no espaço interno ao Colégio Militar de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e noParque da Cidade – Joventino Silva. Este Parque, implanta<strong>do</strong> peloDecreto Municipal n. 4.552, de 1976, merece destaque, pois representauma área de 70ha de r<strong>em</strong>anescentes florestais <strong>do</strong> bioma MataAtlântica, com uma pequena área de restinga com dunas.Ortofotos SICAD / PMS – 2006A área da bacia correspondente ao bairro da Pituba é origináriade uma configuração espacial planejada, especialmente para árearesidencial, com o Loteamento Cidade Luz, aprova<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1964. Depoisvieram outros loteamentos e <strong>em</strong>preendimentos, que resultaramno cobrimento asfáltico <strong>das</strong> ruas e aveni<strong>das</strong>, na implantação de passeiose na consequente impermeabilização <strong>do</strong> solo. O espaço da Pitubafoi planeja<strong>do</strong> para atender à d<strong>em</strong>anda de um público de alta <strong>em</strong>édia renda, geran<strong>do</strong> como consequência à implantação de melhorinfraestrutura, maior valor <strong>do</strong> solo.To<strong>do</strong> esse processo de impermeabilização <strong>do</strong> solo, associa<strong>do</strong> àinadequada manutenção <strong>das</strong> redes de drenag<strong>em</strong>, têm leva<strong>do</strong> a constantesalagamentos de aveni<strong>das</strong> e áreas desta bacia. Ainda nestabacia, na franja da Orla Âtlantica, foram concentra<strong>das</strong> grandes obrasde macrodrenag<strong>em</strong> com lançamento na praia, pelas transversais daAvenida Manoel Dias da Silva, seu principal logra<strong>do</strong>uro. Entretanto,é preciso rever a manutenção <strong>das</strong> estruturas de macro e microdrenag<strong>em</strong>,b<strong>em</strong> como repensar os condicionantes de licenciamento denovos <strong>em</strong>preendimentos para a área, de mo<strong>do</strong> a permitir o desenvolvimentode mecanismos de interceptação da água da chuva antesde atingir a rede de drenag<strong>em</strong> pluvial.A qualidade <strong>das</strong> águas dessa bacia não foi monitorizada, porém amesma sofre alterações devi<strong>do</strong> aos materiais e substâncias carrea<strong>do</strong>spela drenag<strong>em</strong> pluvial, b<strong>em</strong> como ao lançamento de esgotos sanitáriosde <strong>do</strong>micílios ainda não liga<strong>do</strong>s à rede coletora <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a público deesgotamento sanitário ou que não dispõ<strong>em</strong> de solução para o destinoadequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s excretas humanos e <strong>das</strong> águas servi<strong>das</strong>.350 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 351


AMARALINALocaliza<strong>do</strong> na Orla Atlântica de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o território que hojecompreende o bairro de Amaralina pertenceu à família Amaral. Aospoucos, esta área foi sen<strong>do</strong> loteada e arrendada e, com a progressivaocupação, o lugar foi crescen<strong>do</strong> e se urbanizan<strong>do</strong>.Pedro Jorge Weber, representante da Associação Surf Amaralina,afirma que, na década de 1970, “na rua principal de Amaralina, aVisconde de Itaboraí, só havia casas cola<strong>das</strong> umas nas outras, to<strong>do</strong>mun<strong>do</strong> se conhecia. O São João aqui era fantástico, tinha fogueiranos <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s da rua e a pesca era abundante, pegava-se muito Xaréue Xixarro. Não havia barracas de praia, o mar era mais revolto ederrubava a balaustrada na época <strong>das</strong> ressacas. Existia uma grandelagoa que foi aterrada para construir a Rua Osval<strong>do</strong> Cruz”.Sobre seu batismo, diferentes versões permeiam o imaginárioda população local. Segun<strong>do</strong> Weber, Amaralina é a junção <strong>do</strong> sobrenomeAmaral com o nome Lina, “um <strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros dessa famíliaconheceu uma mulher chamada Lina, com a junção <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is nomesformou o nome <strong>do</strong> bairro”. Em outra versão, o nome <strong>do</strong> bair-ro t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> na iniciativa de José <strong>do</strong> Amaral, “que queria dar mais<strong>do</strong>çura ao lugar e acrescentou a terminação ‘ina’, para formar umapalavra f<strong>em</strong>inina.”Em Amaralina, no local onde hoje é o Largo <strong>das</strong> Baianas, símbolo<strong>do</strong> bairro, na opinião Weber, ficava o fim de linha <strong>do</strong>s bondesaté a década de cinquenta. Atualmente, o bairro abriga o Centro deReferência <strong>em</strong> Doenças Cardiovasculares Dr. Adriano Pondé, aEscola Estadual Cupertino de Lacerda, o Centro Municipal deArte e Educação Mário Gusmão e o 14º Batalhão de InfantariaAntiaérea <strong>do</strong> Exercito.O momento de maior mobilização no bairro é quan<strong>do</strong> acontece aFesta <strong>do</strong>s Pesca<strong>do</strong>res: “não t<strong>em</strong> mais aquela configuração de antese acontece no segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>mingo de janeiro. Nessa festa, os pesca<strong>do</strong>resjogam no mar os presentes a Y<strong>em</strong>anjá”.Amaralina possui uma população de 6.778 habitantes, o que correspondea 0,28% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,33% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,29 % <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 41,64 % <strong>do</strong>s seus chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Av. AmaralinaFundação Gregório de MatosInicia-se na linha de costa próximo ao Centro de Amaralina, inclusive, por onde segue <strong>em</strong> linha reta, acompanhan<strong>do</strong> seu limite e o limite <strong>do</strong> Edifício Mirante <strong>do</strong> Atlântico, até a Rua Marquês de Monte Santo, por ondesegue até a Rua Oswal<strong>do</strong> Cruz até a interseção com a Rua Professora Natália Vinhais seguin<strong>do</strong> por este logra<strong>do</strong>uro. Daí <strong>em</strong> linha reta até a Rua <strong>do</strong> Leste, seguin<strong>do</strong> até a Rua Mestre Bimba. Daí <strong>em</strong> linha reta, pelo fun<strong>do</strong> da Vila Militar de Amaralina, inclusive,até alcançar a Rua Oswal<strong>do</strong> Cruz, por onde segue até a sua confluência com a Ladeira <strong>do</strong> Nordeste e com a Rua Visconde de Itaborahy. Desse último logra<strong>do</strong>uro segue até o cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Norte, por onde segue até a sua confluênciacom a Rua Doutor Edgard Barros, por onde segue até a sua interseção com a Rua Adelmário Pinheiro, por onde segue <strong>em</strong> inha reta até alcançar a 2ª Travessa 19 de Set<strong>em</strong>bro, até seu cruzamento com a Rua 19 de Set<strong>em</strong>bro. Segue por este logra<strong>do</strong>uroaté a Travessa <strong>do</strong> Balneário. Daí segue até seu cruzamento com a Rua Balneário, por onde segue até a Rua Jânio Quadros. Daí segue até a confluência com a Rua Investiga<strong>do</strong>r Wilson Palmeira. Segue por esta até alcançar o fun<strong>do</strong> de lote<strong>do</strong>s imóveis com frente para a Avenida Manoel Dias da Silva até a Rua Doutor Guilherme Reis por onde segue até sua confluência com a Rua Wandick Badaró e Rua <strong>das</strong> Ubaranas. Daí segue pela Rua <strong>das</strong> Ubaranas até o seu cruzamento com a RuaFernan<strong>do</strong> de Noronha. Daí segue até alcançar a linha de costa, margean<strong>do</strong>, até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.352 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 353


PITUBAA história <strong>do</strong> bairro da Pituba r<strong>em</strong>onta ao século XVI, ocasião <strong>em</strong>que suas terras foram <strong>do</strong>a<strong>das</strong> ao conde de Castanheira. Até o fim<strong>do</strong> século XIX, a Fazenda Pituba, <strong>em</strong> sua porção litorânea, tinha umgrande coqueiral com produção agrícola no seu interior e com poucainserção no contexto urbano da cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Conforme Consuelo Pondé de Sena, reportan<strong>do</strong>-se a Teo<strong>do</strong>roSampaio, a palavra Pituba <strong>em</strong> tupi significa brisa, sopro, hálito, bafo,exalação. Além de substantivo, Pituba também pode ser um verbotransitivo, e neste este caso significa: untar, tingir, ou estranhamente,cansar, resfolegar.Nas primeiras déca<strong>das</strong> <strong>do</strong> século XX, <strong>em</strong> 1918, Manoel Dias daSilva, o então proprietário destas terras, <strong>em</strong> parceria com o engenheiroTeo<strong>do</strong>ro Sampaio, começou a projetar o que seria, à época,o mais novo bairro de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. T<strong>em</strong>pos depois, começou a ser implanta<strong>do</strong>o núcleo original <strong>do</strong> bairro (Loteamento Cidade Luz), ondehoje é a Praça Nossa Senhora da Luz.Até os anos 40 só havia duas possibilidades de acesso à Pituba:ou se chegava pelo “interior”, via Brotas, passan<strong>do</strong> pelos morros<strong>do</strong> atual bairro <strong>do</strong> Itaigara, ou, mais comumente, via Amaralina,utilizan<strong>do</strong> o bonde, a linha 15, até o antigo Quiosque <strong>das</strong> Baianas.Mesmo na década 1950, depois da construção da Igreja Nossa Senhorada Luz, substituin<strong>do</strong> a capela local (existente desde o séculoXVII), e <strong>do</strong> início <strong>das</strong> obras <strong>do</strong> Colégio Militar, <strong>em</strong> 1958, o bairroainda tinha a configuração de um vasto campo.Foi na década de 1960 que a Pituba realmente se inseriu no contextourbano da cidade. Em 1960, através da Lei 1.038, tornou-se bairro<strong>do</strong> subdistrito de Amaralina.Em 1965, foi feita a pavimentaçãoda Avenida Paulo VI e <strong>em</strong>1968 foi construída a AvenidaAntonio Carlos Magalhães eo logra<strong>do</strong>uro que hoje é a AvenidaTancre<strong>do</strong> Neves. Na déca<strong>das</strong>eguinte, o crescimentourbano <strong>do</strong> bairro se aceleroue a construção <strong>do</strong> Parque JúlioCésar foi um importante incentivoà consolidação <strong>do</strong> atualperfil deste bairro.Maria Lúcia CarvalhoNesse mesmo t<strong>em</strong>po, afir-Fundação Gregório de Matosma Maria Lúcia Cunha de Carvalho, mora<strong>do</strong>ra da Pituba desde 1989,foi criada no bairro uma festa que marcou época, a Lavag<strong>em</strong> da Pituba;porém, ela não acontece há mais de quinze anos. Segun<strong>do</strong>uma voluntária da Paróquia de Nossa Senhora da Luz, a festa aconteciana última segunda-feira <strong>do</strong> mês de janeiro: “começava com umaalvorada de fogos e procissão marítima e logo após, esperava-se achegada <strong>do</strong> cortejo <strong>das</strong> baianas, vin<strong>das</strong> da região <strong>do</strong> bairro conhecidacomo Umburana. Essas baianas lavavam a escadaria da igreja,que ficava durante toda a festa fechada”.Atualmente, a Pituba constitui-se <strong>em</strong> um importante centro comerciale presta<strong>do</strong>r de serviços, sen<strong>do</strong> considerável o volume de impostosarrecada<strong>do</strong>s, além <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> valor <strong>do</strong> solo urbano. Adriano BittencurtAndrade, mestre <strong>em</strong> geografia, afirma: “o Esta<strong>do</strong>, os promotoresimobiliários, os proprietários <strong>das</strong> grandes <strong>em</strong>presas e as organizaçõessociais foram os agentes pre<strong>do</strong>minantes na construção eorganização da Pituba, entre 1968 e 2000. Desenhan<strong>do</strong> inclusive acomposição socioeconômica <strong>do</strong> bairro”.Entretanto, apesar da intensa e acelerada urbanização, a Pitubaainda preserva espaços naturais de lazer e entretenimento paramuitos <strong>do</strong>s seus mora<strong>do</strong>res. Por ex<strong>em</strong>plo, a Lagoa Vela Branca, outrorasituada <strong>em</strong> uma região de dunas e o Parque Joventino Silva,mais conheci<strong>do</strong> como Parque da Cidade, que ainda conserva resquíciosda mata atlântica.Entre os principais equipamentos públicos deste bairro estão: aPraça Newton Rique e a Praça Nossa Senhora da Luz, onde foiconstruída, neste século, a Fonte Nossa Senhora da Luz.A Pituba possui uma população de 49.342 habitantes, o que correspondea 2,02% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 2,26% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 32,91% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 53,34% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm de 15 anos ou mais de estu<strong>do</strong>.Inicia-se no ponto localiza<strong>do</strong> na Avenida Tancre<strong>do</strong> Neves, até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Camarajipe, por onde segue até sua foz, seguin<strong>do</strong> pela linha de costa. Segue <strong>em</strong> linha reta até o ponto localiza<strong>do</strong> no cruzamentoda Avenida Octávio Mangabeira com a Rua Fernan<strong>do</strong> de Noronha por onde segue até a sua interseção com a Rua <strong>das</strong> Ubaranas, por onde segue até a Travessa Doutor Arthur Napoleão Carneiro Rego, por onde segue até interseção com a Rua Pará,seguin<strong>do</strong> até a interseção com o Beco da Cultura, exclusive, até a interseção da Rua Cícero Simões com a Avenida Nova República. Desse ponto segue pelos limites <strong>do</strong> Parque da Cidade Joventino Silva, inclusive, até a Rua Onze de Nov<strong>em</strong>bro poronde segue até sua interseção com a Avenida Juracy Magalhães Junior. Daí segue por esta avenida até a sua confluência com a Avenida Antônio Carlos Magalhães, por onde segue até o cruzamento com a Rua Sílvio Valente, seguin<strong>do</strong> até a Rua FlorentinoSilva, até alcançar a Rua Manoel Correia Garcia, por onde segue até sua confluência com a Rua Padre Manoel Barbosa, por onde segue até alcançar a Rua <strong>das</strong> Hortênsias. Daí segue até seu cruzamento com a Avenida Paulo VI, por onde segueaté alcançar a Rua <strong>do</strong> Cipreste, até alcançar a Rua Várzea de Santo Antônio. Segue por esta rua até a Rua <strong>do</strong> Jacaratiá, por onde segue até alcançar a Rua Aristides Fraga Lima. Segue pela Rua Clara Nunes, até a Avenida Professor MagalhãesNeto, por onde segue até sua interseção com a Avenida Tancre<strong>do</strong> Neves, ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.354 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 355


Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural <strong>do</strong> ComércioLocalizada na porção su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Município, a Bacia de Drenag<strong>em</strong>Natural <strong>do</strong> Comércio possui uma área de 1,735km 2 , com umapopulação de 7.586 habitantes, que corresponde a 0,31% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>resde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Sua densidade populacional é de 0,56 hab./km 2 eos índices mais expressivos de renda mensal <strong>do</strong>s chefes de famíliadesta bacia, encontram-se distribuí<strong>do</strong>s nas seguintes faixas: 15,86%de meio a 1 SM e 18,06% de 5 a 10 SM. Estes mesmos chefes defamília possu<strong>em</strong> como índices de escolaridade mais significativos,os seguintes percentuais: 23,78% de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong> e 34,97%de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).Esta bacia é composta por parte considerável <strong>do</strong> bairro <strong>do</strong> Comércioe parte <strong>do</strong>s bairros <strong>do</strong> Barbalho, Centro Histórico, Santo Antônioe Lapinha. Suas principais referências são a Baía de To<strong>do</strong>s osSantos e a escarpa da falha geológica de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.A expansão de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> para essa área deu-se a partir <strong>do</strong> Portode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, considera<strong>do</strong> à época da colonização e por mais 200anos, como o principal porto <strong>do</strong> comércio marítimo, tanto da costabrasileira, quanto <strong>das</strong> Américas e <strong>do</strong> H<strong>em</strong>isfério Sul. Por esseporto e pelo Comércio, passavam os principais produtos agrícolasque movimentavam a economia baiana, geran<strong>do</strong> riquezas para obairro e seu entorno, visíveis na suntuosidade de seus casarõese prédios comerciais É uma área que traz as marcas da históriada cidade da Bahia. Uma <strong>das</strong> primeiras construções dessa áreaé a Igreja da Conceição da Praia. À sua frente, sobre um bancode areia, foi construí<strong>do</strong> o Forte <strong>do</strong> Mar ou de São Marcelo, inicialmentechama<strong>do</strong> de Forte de Santa Maria del Popolo. Na áreadessa bacia estão vários pontos de referência da cidade como oEleva<strong>do</strong>r Lacerda, o Plano Inclina<strong>do</strong> Gonçalves, o Plano Inclina<strong>do</strong><strong>do</strong> Pilar, o Centro Náutico de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o Merca<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ouro eo Merca<strong>do</strong> Modelo.Outro importante destaque é a Feira de São Joaquim, que reúne<strong>em</strong> um espaço de 60 mil metros quadra<strong>do</strong>s, produtos varia<strong>do</strong>s da culturae culinária <strong>do</strong> recôncavo, <strong>das</strong> ilhas da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos.A área <strong>do</strong> Comércio se manteve, durante muito t<strong>em</strong>po, como centrocomercial e financeiro da cidade. A nova dinâmica urbana da cidadena década de 1970 trouxe consigo a mudança <strong>do</strong> pólo econômicode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. A área hoje ainda concentra um grande número deinstituições financeiras e serviços, mas a área <strong>do</strong> comércio propriamentedita, passa por um intenso processo de redefinição de suasfunções urbanas no contexto da cidade.Essa área possui algumas fontes e dentre elas, destaca-se: Fontede Santa Luzia, localizada na Igreja de Santa Luzia, na rua <strong>do</strong> Pilar;Fonte <strong>do</strong> Baluarte, na Ladeira de Água Brusca e a Fonte da Ladeira<strong>do</strong> Taboão. Como a área <strong>do</strong> Comércio é densamente ocupada, aimpermeabilização <strong>do</strong> seu solo é expressiva, com taxas de infiltraçãomínimas, o que sobrecarrega a rede de drenag<strong>em</strong> pluvial local.Esta bacia apresenta s<strong>em</strong>elhanças topográficas e morfológicas,<strong>em</strong> relação à bacia de drenag<strong>em</strong> natural de Itapagipe, com o paredãoda falha geológica a montante e os caminhos naturais <strong>das</strong> águasintercepta<strong>do</strong>s ou indefini<strong>do</strong>s pela declividade. O escoamento da drenag<strong>em</strong>pluvial também é caótico, com redes lançan<strong>do</strong> <strong>em</strong> outras redes,com concentração de lançamentos <strong>em</strong> poucos pontos, por baixode galpões e áreas, como a da CODEBA. Atualmente está sen<strong>do</strong>concluída a execução da macrodrenag<strong>em</strong> da sub-bacia na AvenidaEngenheiro Oscar Pontes, com o encaminhamento <strong>do</strong> canal pela viade acesso ao sist<strong>em</strong>a de transporte <strong>do</strong> ferry-boat, alivian<strong>do</strong> inclusive,o sist<strong>em</strong>a da Calçada.A qualidade <strong>das</strong> águas dessa Bacia não foi monitorizada, porémsofre alterações devi<strong>do</strong> aos materiais e substâncias carrea<strong>do</strong>spela drenag<strong>em</strong> pluvial, b<strong>em</strong> como ao lançamento de esgotossanitários de <strong>do</strong>micílios ainda não liga<strong>do</strong>s à rede coletora <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>apúblico de esgotamento sanitário ou que não dispõ<strong>em</strong> desolução para o destino adequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s excretas humanos e <strong>das</strong>águas servi<strong>das</strong>.356 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 357Ortofotos SICAD / PMS – 2006


COMÉRCIOO bairro <strong>do</strong> Comércio surgiu a partir de sucessivos aterros e ampliaçõesda área de praia original, que, no século XVI, chegava ao péda “montanha”. Nesta área “foram construí<strong>das</strong> fortificações, as marrasde naus, cais para saveiros e depósitos de merca<strong>do</strong>rias que iame vinham de to<strong>das</strong> as partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>”, diz Cecília Luz da Silva, autora<strong>do</strong> livro “A cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos seus 454 anos”.Desde a chegada <strong>do</strong>s portugueses à Bahia que o local era entrepostocomercial e des<strong>em</strong>barque <strong>do</strong>s navios europeus. No séculoXVIII, tornou-se enfim, o principal centro comercial de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Coma abertura <strong>do</strong>s Portos às nações amigas o porto começou a recebernavios de várias nacionalidades. Comerciantes árabes tinham seusestabelecimentos firma<strong>do</strong>s no Merca<strong>do</strong> Modelo, o capital estrangeirocirculava no Comércio e vários bancos surgiram nesse momento.O nome Comércio é uma referência ao intenso fluxo de merca<strong>do</strong>riasque circulavam no local.Segun<strong>do</strong> Paulo Villa, diretor executivo da USOPORT (Associaçãode Usuários <strong>do</strong> Porto), <strong>em</strong> 1921 com a instalação de indústrias comoo Moinho da Bahia, até a década de 1970, este sítio histórico era ocoração da cidade. Com o crescimento da cidade <strong>em</strong> direção ao eixoNorte, ou seja, para a área que hoje é denominada popularmente deIguat<strong>em</strong>i, a paisag<strong>em</strong> de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> começou a modificar-se.Para o professor Cid Teixeira: “por mais que se estendam a outrosbairros da cidade, as atividades mercantis – shoppings, hipermerca<strong>do</strong>s,lojas, bancos – quan<strong>do</strong> falamos na Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,no Comércio, estamos, evident<strong>em</strong>ente nos referin<strong>do</strong> à mesma áreadestinada ao comércio, à atividade mercantil <strong>do</strong>s primeiros dias dacidade, à praia da cidade, ao porto da Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>”Nesta área situa-se a Igreja da Conceição da Praia, cuja basefoi erguida <strong>em</strong> 1549, o Forte de São Marcelo, edifica<strong>do</strong> <strong>em</strong> mea<strong>do</strong>s<strong>do</strong> século XVII, o Merca<strong>do</strong> Modelo (1861), o antigo porto <strong>do</strong>s savei-Comércio, 2009Fundação Gregório de MatosFeira de São Joaquimros que atravessavam a Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, o Eleva<strong>do</strong>r Lacerdaque teve sua primeira torre inaugurada <strong>em</strong> 1873, com o nome deParafuso da Conceição, a Feira de São Joaquim, que já se chamouFeira de Água de Meninos e a Feira <strong>do</strong> Sete – segun<strong>do</strong> umtrabalha<strong>do</strong>r dessa feira, Joel Anunciação.Para Anunciação, esta feira é um espaço d<strong>em</strong>ocrático no Comércio.Seus clientes sent<strong>em</strong>-se à vontade, como se estivess<strong>em</strong> <strong>em</strong>suas casas. É muito comum <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, dizer que “nenhum acarajéé mordi<strong>do</strong>, s<strong>em</strong> tirar um pedaço da Feira de São Joaquim”. A feiraé um símbolo <strong>do</strong> sincretismo religioso, pois no local vend<strong>em</strong>-se artigosevangélicos, católicos, <strong>do</strong> Can<strong>do</strong>mblé e da Umbanda e, <strong>em</strong> sen<strong>do</strong>assim, a própria feira é uma representação da cidade.Além <strong>do</strong>s diversos registros históricos já cita<strong>do</strong>s, compõ<strong>em</strong> aindao cenário deste bairro a Fonte <strong>do</strong> Taboão, uma construção <strong>do</strong>sséculos XVI e XVII e uma <strong>das</strong> mais antigas de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Fonte <strong>do</strong>Mugunga, datada <strong>do</strong> século XVIII, que funcionou até 1952 fornecen<strong>do</strong>água para os feirantes de Água de Meninos e saveiros que ancoravamna enseada vizinha. A Fonte Banheiro <strong>do</strong>s Jesuítas, datadatambém <strong>do</strong> século XVIII, a Fonte de Santa Luzia, que guarda a tradição<strong>das</strong> águas milagrosas, que curam as enfermidades <strong>do</strong>s olhos.Por conta desta crença seu uso é exclusivo para lavar os olhos oubeber. A Fonte da Preguiça, uma <strong>das</strong> mais antigas da cidade, já citada<strong>em</strong> 1587 por Gabriel Soares de Souza, é tombada pelo Instituto<strong>do</strong> Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, sen<strong>do</strong> atualmente muitoutilizada para banhos, lavagens de carros e roupas e para abastecimentoresidencial.O Comércio possui uma população de 2.006 habitantes, o quecorresponde a 0,08% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,09%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,44% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo. No quese refere à escolaridade, constata-se que 33,01% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida: Inicia-se na orla da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, por onde segue até o Centro Múltiplo Oscar Cordeiro (exclusive). Cruza a Avenida Engenheiro Oscar Pontes até o eixo da Avenida Jequitaia, <strong>em</strong> frente à Igreja de São Joaquim,por onde até o Mercantil Rodrigues, exclusive, até a Travessa Cabo Bartolomeu. Segue por essa travessa até o limite <strong>do</strong> Colégio <strong>do</strong>s Órfãos de São Joaquim, d<strong>em</strong>ais imóveis com frente para a Avenida Jequitaia, pela encosta até alcançar a Ladeira SãoFrancisco de Paula, <strong>em</strong> sua interseção com a Rua Barão da Vila da Barra. Segue pela encosta até a Ladeira <strong>do</strong> Canto da Cruz, por onde segue até a Ladeira da Água Brusca. Segue pela encosta até alcançar o fun<strong>do</strong> de lotes <strong>do</strong>s imóveis com frentepara a Avenida Jequitaia, excluin<strong>do</strong> toda encosta de Santo Antônio até a contenção na parte superior <strong>do</strong> Túnel Américo Simas, seguin<strong>do</strong> até a Ladeira <strong>do</strong> Pilar. Daí segue pela encosta até o Plano Inclina<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pilar. Segue pela encosta até o <strong>Caminho</strong>Novo <strong>do</strong> Tabuão, por onde segue até a Rua <strong>do</strong> Tabuão por onde segue até encontrar o Beco da Frazão, seguin<strong>do</strong> pela encosta, cortan<strong>do</strong> o Plano Inclina<strong>do</strong> Gonçalves transversalmente e prosseguin<strong>do</strong> pela encosta até a Ladeira da Misericórdia, por ondesegue até seu encontro com a Ladeira da Montanha, seguin<strong>do</strong> até a Rua <strong>do</strong> Sodré até o seu entroncamento com a Ladeira da Preguiça, por onde segue até a Rua Visconde de Mauá, até a Rua Fagundes Varela, até o seu cruzamento com a AvenidaLafayete Coutinho, seguin<strong>do</strong> pela orla atlântica, na linha de costa da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.358 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 359


Praia <strong>do</strong> AeroclubeBacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de Armação/CorsárioOrtofotos SICAD / PMS – 2006Localiza-se na porção sudeste da Orla Atlântica <strong>do</strong> Município,possui uma área de 3,233km 2 , com uma população de 27.402 habitantes,que corresponde a 0,16% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Suadensidade populacional é de 1,12hab./km 2 e os índices mais expressivosde renda mensal <strong>do</strong>s chefes de família desta bacia encontramsedistribuí<strong>do</strong>s nas seguintes faixas: 15,12% entre meio e 1 SM e20,65% com mais de 1 e menos de 2 SM. Esses mesmos chefes defamília possu<strong>em</strong> como índices de escolaridade mais significativos, osseguintes percentuais: 24,76% com 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong> e 26,45%entre 11 e 14 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).Pertence a essa bacia, o bairro de Jardim Armação, distante 13km<strong>do</strong> centro da cidade e localiza<strong>do</strong> <strong>em</strong> frente à praia de Armação – denominaçãorelacionada a existência de armações da caça à baleia,como as Armações <strong>do</strong> Saraiva e <strong>do</strong> Saldanha. Denominada anteriormentede Chega Nego, a praia recebia navios negreiros que vinhamda África durante o perío<strong>do</strong> <strong>em</strong> que o tráfico oficial foi proibi<strong>do</strong>no País. Os escravos eram des<strong>em</strong>barca<strong>do</strong>s na praia e ficavam escondi<strong>do</strong>snuma espécie de “senzala” construída à beira-mar, até ser<strong>em</strong>comercializa<strong>do</strong>s. Ainda nesta bacia fica a praia <strong>do</strong> Corsário, quedevi<strong>do</strong> às suas fortes on<strong>das</strong> recebe muitos surfistas. A vegetação característicadesta bacia é a restinga, com pre<strong>do</strong>minância de gramínease algumas dunas. Ainda restam muitos ex<strong>em</strong>plares de coqueiros<strong>das</strong> antigas fazen<strong>das</strong> litorâneas.A ocupação nesta bacia foi feita por meio de loteamentos, s<strong>em</strong> planejamentoadequa<strong>do</strong> quanto à correção de cota e sist<strong>em</strong>a de drenag<strong>em</strong>pluvial, o que faz com que, <strong>em</strong> vários trechos, as vias estejam <strong>em</strong>cotas inferiores aos pontos de captação <strong>das</strong> águas na Avenida OctávioMangabeira, para lançamento na praia. Assim, a drenag<strong>em</strong> pluvial sedá por infiltração no solo <strong>em</strong> direção ao mar. Há um lançamento nasimediações <strong>do</strong> Shopping Aeroclube que capta contribuições de veiosd’água naturais da área da Boca <strong>do</strong> Rio, que não contribu<strong>em</strong> para abacia <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras. Também é preocupante o processo de impermeabilizaçãoque v<strong>em</strong> ocorren<strong>do</strong> nesta bacia, <strong>em</strong> função <strong>do</strong> acelera<strong>do</strong>processo de urbanização registra<strong>do</strong> na área nesta última década.A qualidade <strong>das</strong> águas dessa bacia não foi monitorizada, porémsofre alterações devi<strong>do</strong> aos materiais e substâncias carrea<strong>do</strong>s peladrenag<strong>em</strong> pluvial, b<strong>em</strong> como ao lançamento de esgotos sanitáriosde <strong>do</strong>micílios ainda não liga<strong>do</strong>s à rede coletora <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a público deesgotamento sanitário ou que não dispõ<strong>em</strong> de solução para o destinoadequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s excretas humanos e <strong>das</strong> águas servi<strong>das</strong>.360 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 361


JARDIM ARMAÇÃOLocaliza<strong>do</strong> na Orla Atlântica de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro Jardim Armação– segun<strong>do</strong> João Carlos de Melo Carvalho, engenheiro aposenta<strong>do</strong>e mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> local há 33 anos – era uma fazenda pertencenteà família de Edgard Santos, chamada de Armação Saraivaque, <strong>em</strong> 1967, tornou-se o Loteamento Jardim Armação.João Carlos de Melo CarvalhoCentro de ConvençõesAssim, o nome <strong>do</strong> bairro está relaciona<strong>do</strong> a este loteamento.“Aqui era muito tranquilo, quan<strong>do</strong> vim para cá na década de setentatinha muita areia. Praticamente construí a Rua Anquises Reis.Troux<strong>em</strong>os então água encanada, luz elétrica e linha telefônica...”diz Carvalho.Hoje <strong>em</strong> dia, cada vez mais verticaliza<strong>do</strong>, o Jardim Armação, t<strong>em</strong>um merca<strong>do</strong> imobiliário dinâmico, e apresenta uma feição b<strong>em</strong> distinta<strong>do</strong> passa<strong>do</strong> tranquilo.Conforme Carvalho, a realização da Trezena de Santo Antônioé o momento <strong>em</strong> que a comunidade local se mobiliza. Acontece naCapela de Santo Antônio, uma edificação de 1953 e, ao seu re<strong>do</strong>r,organiza-se uma quermesse com muitas barraquinhas.Entre os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro estão: o Centro deConvenções inaugura<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1979, considera<strong>do</strong> pelo mora<strong>do</strong>r aposenta<strong>do</strong>como uma referência, além da Escola Estadual Luiza Mahine o Colégio Estadual Pedro Calmon, que os mora<strong>do</strong>res locais costumamajudar fornecen<strong>do</strong> material didático.Jardim Armação possui uma população de 3.982 habitantes, o quecorresponde a 0,16% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,17%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,30% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de mais de 20 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 40,77% <strong>do</strong>s chefesde família têm mais de 15 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se no ponto localiza<strong>do</strong> na Avenida Professor Manoel Ribeiro, próximo ao Centro de Convenções da Bahia, inclusive, seguin<strong>do</strong> por esta avenida, até alcançar a Rua João Nunes da Mata por onde segue até sua interseção com a Rua Novo Paraíso.Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até a sua interseção com a Avenida Simon Bolívar e com a Praça Ibero-Americana. Desse ponto segue <strong>em</strong> linha reta até a Avenida Octávio Mangabeira, por onde segue até o ponto localiza<strong>do</strong> na linha de costa atlântica,por onde segue até o cruzamento da Avenida Octávio Mangabeira com a Rua Doutor João Mendes da Costa Filho. Daí segue por este último logra<strong>do</strong>uro até a sua interseção com a Rua Catarina Fogaça, por onde segue até a Rua Doutor Augusto LopesPontes, retornan<strong>do</strong> ao ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.362 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 363


Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de ItapagipeCom localização lindeira à Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, topografiasuave e clima refrescante, a Península de Itapagipe, compõe a áreada bacia de drenag<strong>em</strong> natural de Itapagipe, que possui uma áreade 9,979km 2 , e população de 159.050 habitantes, correspondente a6,51% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Conforme Consuelo Pondé de Sena, reportan<strong>do</strong>-se a Theo<strong>do</strong>roSampaio, a palavra Itapagipe deriva de itapé - gy - pe, que se traduzcomo “no rio da laje”, na língua <strong>do</strong>s Tupinambá, antigos mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> local. Nesse caso, o itapé seria um encurtamento <strong>do</strong> vocábuloitapeba, de ita, que significa pedra e peba, que significa chata,pedra chata ou laje. Theo<strong>do</strong>ro Sampaio ainda assinala que o nomefoi inicialmente usa<strong>do</strong> para designar um riacho que, próximo ao Engenhoda Conceição, se despenha <strong>do</strong> pene<strong>do</strong>, na encosta da montanha,e vai ter ao mar, ao Norte da Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. É o riachoque, outrora, se chamava de Itapagipe de cima.Pertenc<strong>em</strong> a esta bacia os seguintes bairros: Boa Viag<strong>em</strong>, Bonfim,Calçada, <strong>Caminho</strong> de Areia, Jardim Cruzeiro/Vila Ruy Barbosa,Lobato, Mangueira, Mares, Massaranduba, Monte Serrat, Ribeira,Roma, Santa Luzia e Uruguai. A densidade populacional dessabacia é de 3,23hab./km 2 e os índices mais expressivos de rendamensal <strong>do</strong>s chefes de família desta bacia encontram-se distribuí<strong>do</strong>snas seguintes faixas: 21,10% de meio a 1 SM e 20,33% entre1 e 2 SM. Esses mesmos chefes de família possu<strong>em</strong> como índicesde escolaridade mais significativos, os seguintes percentuais: 29,66de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong> e 29,54% entre 11 e 14 anos de escolaridade(IBGE, 2000).A Bacia de Itapagipe é uma área que t<strong>em</strong> vida própria, guardan<strong>do</strong>ainda <strong>em</strong> muitos locais, um estilo de vida tradicional, sob muitosaspectos, no qual o senti<strong>do</strong> de pertencimento faz-se presente nasrelações com o lugar e com os vizinhos, que ainda mantêm <strong>em</strong> váriosbairros, o hábito de colocar as cadeiras na porta e “prosear” coma vizinhança.Canal <strong>do</strong> Bate Estaca, 2006Ortofotos SICAD / PMS – 2006364 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 365


Segun<strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>res, a Península de Itapagipe chegou a sercogitada para ser o local da fundação da cidade de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, no entanto,por motivos de segurança, a “Cidade Fortaleza” foi edificadana parte alta da falha. A ocupação da área data <strong>do</strong> século XVI, inicialmentepor casas de famílias de segmentos sociais situa<strong>do</strong>s nasmaiores faixas de renda, que as construíram para morar ou passart<strong>em</strong>pora<strong>das</strong>. Entretanto, a urbanização mais intensa de fato, veio aocorrer apenas a partir <strong>do</strong> século XVIII.Outro perío<strong>do</strong> de intensa ocupação de Itapagipe aconteceu nofim <strong>do</strong> século XIX, com a instalação de várias indústrias, notadamente,as de teci<strong>do</strong> de algodão. Na metade <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>a área da península já estava quase que completamente ocupada,com extensas áreas de mar aterra<strong>das</strong>, além da construção depalafitas que avançavam sobre a Enseada <strong>do</strong>s Tainheiros e a <strong>do</strong>Cabrito (SALVADOR, 2006). Atualmente, a Península de Itapagipeapresenta muitas marcas de uma ocupação desordenada e deprecária infraestrutura.Uma questão ambiental preocupante nessa bacia é a pesca predatóriacom a utilização de bombas que, além de pôr <strong>em</strong> risco a vidade pesca<strong>do</strong>res, dizima inúmeras espécies marinhas, abala as estruturas<strong>das</strong> edificações, algumas inclusive, de expressivo valor histórico,artístico e cultural. Outra questão relevante é a contaminação<strong>das</strong> águas por mercúrio proveniente de uma antiga indústria da área– Companhia Química <strong>do</strong> Recôncavo - CQR, b<strong>em</strong> como por esgotos<strong>do</strong>mésticos e águas de drenag<strong>em</strong> pluvial. A Enseada <strong>do</strong>s Tainheiros,na região de Itapagipe e parte <strong>do</strong> Subúrbio Ferroviário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,é considerada por especialistas como a área de maior contaminaçãopor esgotos e metais pesa<strong>do</strong>s da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos.Além disso, a história dessa Península é marcada pela presençade inúmeras fábricas (cigarros, chocolates, refrigerantes, óleo d<strong>em</strong>amona, teci<strong>do</strong>s, entre outras), que provocaram diversas formas depoluição, além de modificar<strong>em</strong> seu aspecto urbano e social. Entreas indústrias que se instalaram <strong>em</strong> Itapagipe, destacam-se a SouzaCruz (tabaco), a Chadler (chocolates), a Fratelli Vita e a Crush (refrigerantes),a Alfred (roupas), entre outras.Várias fontes faz<strong>em</strong> parte da história dessa bBacia, dentre elas aFonte Banheiro <strong>do</strong>s Jesuítas, situada na Casa Pia e Colégio <strong>do</strong>s Órfãosde São Joaquim (o bairro <strong>do</strong> Comércio t<strong>em</strong> a sua maior porçãoterritorial situada na Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural <strong>do</strong> Comércio, entretanto,essas fontes estão situa<strong>das</strong> na porção <strong>do</strong> bairro <strong>do</strong> Comércioque está contida na bacia de Itapagipe); a Fonte da Pedra Furadae a Fonte <strong>do</strong> Buraquinho, situa<strong>das</strong> <strong>em</strong> Monte Serrat.El<strong>em</strong>entos da arquitetura militar, religiosa e civil, como os fortes,as igrejas, os monumentos e os solares têm presença marcantena história da área dessa bacia. Merec<strong>em</strong> destaque o M<strong>em</strong>orialIrmã Dulce, o Solar Ama<strong>do</strong> Bahia, a Igreja <strong>do</strong> Bonfim, a da Penha,da Boa Viag<strong>em</strong>, a <strong>do</strong>s Mares, a Igreja da Ord<strong>em</strong> Terceira da SantíssimaTrindade, a Igreja de São Francisco de Paula e a de MonteSerrat, o Palácio de Verão <strong>do</strong> Arcebispo, o Forte de Monte Serrat,o Farol de Humaitá, o Mirante da Sagrada Família, o Abrigo D. PedroII, o Hidroporto da Ribeira e o Solar Marback. Não se pode deixarde mencionar também o famoso “Sorvete da Ribeira”, que já fazparte <strong>do</strong> roteiro turístico da Cidade. Uma manifestação cultural expressivada comunidade local e soteropolitana é a Procissão Marítima<strong>do</strong> Bom Jesus <strong>do</strong>s Navegantes, que ocorre to<strong>do</strong>s os anos no dia1º de janeiro, quan<strong>do</strong> a imag<strong>em</strong> <strong>do</strong> Senhor é devolvida para a Igrejada Boa Viag<strong>em</strong>.No que se refere à drenag<strong>em</strong> <strong>das</strong> águas pluviais, essa bacia caracteriza-sepelo aterro da área de maré. A baixa declividade, a impermeabilização<strong>do</strong> solo e a influência da maré na vazão de escoamento,são fatores determinantes <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a de macro e microdrenagens<strong>das</strong> águas pluviais desta área.De uma forma geral, estes bairros foram urbaniza<strong>do</strong>s após a consolidaçãoda ocupação, sen<strong>do</strong> os lançamentos intercepta<strong>do</strong>s por el<strong>em</strong>entos,como edificações ou cotas de aterros que invert<strong>em</strong> a “declividadeno trecho”, geran<strong>do</strong> uma intricada rede de canais, não dimensiona<strong>do</strong>spara o acréscimo <strong>das</strong> contribuições.As intervenções de macrodrenag<strong>em</strong>, características da região, sãoos canais <strong>das</strong> ruas Regis Pacheco, Lopes Trovão e Princesa Isabel,de um la<strong>do</strong> da bacia; <strong>do</strong> outro, há as galerias de drenag<strong>em</strong> pluvial<strong>em</strong> arruamentos de urbanização planejada com adensamento posterior,com seus acréscimos de redes n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre adequa<strong>do</strong>s. Háainda os canais que receb<strong>em</strong> contribuição da falha geológica a montantee que formavam seções naturais de escoamento, <strong>em</strong>bora hoje,<strong>em</strong> sua maioria, encontr<strong>em</strong>-se confina<strong>do</strong>s por redes ou por edificações,como é o caso <strong>das</strong> ruas Nilo Peçanha, Voluntários da Pátria,Luiz Maria e <strong>do</strong> Impera<strong>do</strong>r.A qualidade <strong>das</strong> águas dessa bacia não foi monitorizada, porémsofre alterações devi<strong>do</strong> aos materiais e substâncias carrea<strong>do</strong>spela drenag<strong>em</strong> pluvial, b<strong>em</strong> como ao lançamento de esgotossanitários de <strong>do</strong>micílios ainda não liga<strong>do</strong>s à rede coletora <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>apúblico de esgotamento sanitário ou que não dispõ<strong>em</strong> desolução para o destino adequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s excretas humanos e <strong>das</strong>águas servi<strong>das</strong>.Península de ItapagipeOrtofotos SICAD / PMS – 2006366 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 367


LOBATODiferente de outros bairros situa<strong>do</strong>s no Subúrbio Ferroviáriode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, que começaram a se desenvolver com a construçãoda Avenida Afranio Peixoto, o Lobato ganhou destaque <strong>em</strong> 1939quan<strong>do</strong> foi descoberto o primeiro poço de petróleo brasileiro na Rua<strong>do</strong> Amparo.Assim, a historia deste bairro está diretamente ligada a essa descoberta.Isaltina <strong>do</strong>s Santos, antiga mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> local, l<strong>em</strong>brou a época<strong>das</strong> primeiras prospecções: “eu estava com a perna quebrada el<strong>em</strong>bro-me <strong>do</strong>s operários dan<strong>do</strong> quentinha para a gente não ir parao fogão e botar fogo <strong>em</strong> tu<strong>do</strong>”.Antes de 1933, data <strong>em</strong> que o engenheiro Manoel Inácio Barretotomou conhecimento <strong>do</strong> óleo negro utiliza<strong>do</strong> pelos mora<strong>do</strong>res nocandeeiro, 18 experiências de prospecção já tinham si<strong>do</strong> feitas <strong>em</strong>outros esta<strong>do</strong>s brasileiros. O escritor Monteiro Lobato tinha inicia<strong>do</strong>uma campanha, ainda na década de 1930, sobre o petróleo no Brasil,na qual afirmava a importância daquela fonte de energia parao progresso da sociedade brasileira. Com a descoberta na Bahia,o escritor foi homenagea<strong>do</strong> na década seguinte, <strong>em</strong>prestan<strong>do</strong> seunome ao bairro.A única l<strong>em</strong>brança que ainda permanece <strong>do</strong> “ouro negro” é a réplicade um cavalo (equipamento usa<strong>do</strong> para bombear o petróleo) fixadana Praça Manoel Inácio Bastos.O bairro <strong>do</strong> Lobato tornou-se mais intensamente povoa<strong>do</strong> na décadade setenta, depois que uma forte chuva destruiu casas e desabrigouLobato, 1973famílias que viviam <strong>em</strong> regiões próximas a este bairro. Para resolver asituação <strong>do</strong>s desabriga<strong>do</strong>s, o Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> construiu casas noLobato e deslocou as pessoas desabriga<strong>das</strong> para o bairro.A Escola Estadual Raimun<strong>do</strong> Mata Pires, a Escola Tereza HelenaMata Pires, a Escola Municipal Tomé de Souza e o CentroComunitário Monteiro Lobato, estão entre os equipamentos públicosque compõ<strong>em</strong> atualmente o cenário <strong>do</strong> bairro.O Lobato possui uma população de 24.691 habitantes, o que correspondea 1,01% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,94% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 25,23% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 35,44% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Capela de São Vicente de PaulaFundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na linha de costa, na direção da Travessa Antônio Peixoto <strong>do</strong> Joanes por onde segue até a Rua <strong>do</strong> Paraíso, por onde segue até a Avenida Afrânio Peixoto. Segue até seu cruzamento com a Rua Ana Piedade, por onde segue até o cruzamentoentre esta rua, a Rua São Cornélio e a Estrada Lobato Campinas. Segue pela encosta até alcançar o leito <strong>do</strong> Rio Camarajipe, por onde segue até a Rua Humberto Barreto. Segue nesta via até o cruzamento entre a referida rua e a Rua Nova Direta, poronde segue até a Rua Sansué, por onde segue até alcançar a o cruzamento <strong>das</strong> vias Rua Nova Sansué e a Rua Raimunda Pinheiro, por onde segue até o cruzamento entre esta via e a Rua Renilda Coutinho. Segue nesta via até a Travessa RenildaCoutinho, por onde segue até a Vila Mel, por onde pela encosta até a Rua Voluntários da Pátria, por onde segue até a Avenida Afrânio Peixoto. Segue nesta via até a Travessa Afrânio Peixoto <strong>do</strong> Joanes, por onde segue até o ponto de início da descriçãodeste limite.Foto: Tonny Bittencourt368 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 369


SANTA LUZIASitua<strong>do</strong> no Subúrbio Ferroviário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro de SantaLuzia – segun<strong>do</strong> Antônio Luiz Alves, vice-presidente da Associaçãode Mora<strong>do</strong>res de Santa Luzia – surgiu de sucessivas ocupações espontâneas,a partir da instalação da linha férrea, no século XIX.Antônio Alves l<strong>em</strong>bra que há cinquenta anos, o bairro estava localiza<strong>do</strong>entre a linha férrea e a maré. Do la<strong>do</strong> da via férrea existiammuitas cocheiras, pastos e casas com quintais; enquanto <strong>do</strong> la<strong>do</strong>da maré, estava a sobrevivência e a diversão da comunidade, poisdessas águas tirava-se o alimento de cada dia e garantia-se o lazer,nadan<strong>do</strong> até a Ribeira ou alugan<strong>do</strong> canoa para ir a uma ilhota b<strong>em</strong>próxima. Para Alves, Santa Luzia era outro lugar e, diferente <strong>do</strong> queocorrera com os d<strong>em</strong>ais bairros <strong>do</strong> Subúrbio, a construção da AvenidaAfranio Peixoto trouxe invisibilidade para o local.Conforme Antônio Alves, toda a área <strong>em</strong> que hoje o bairro se localiza,era muito pantanosa. No local, não havia água encanada e apopulação vivia <strong>das</strong> fontes naturais e mina<strong>do</strong>uros até ser<strong>em</strong> instala<strong>do</strong>salguns chafarizes. Ainda hoje, esses mina<strong>do</strong>uros têm uma vazãode água significativa, principalmente <strong>em</strong> épocas de chuvas.Unidade de Saúde da Familia, 2009Atualmente, a população de Santa Luzia vive <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> informale dispõe no bairro <strong>do</strong> Colégio Estadual Dantas Júnior, da EscolaMunicipal Coração de Jesus, da Escola Municipal Orlan<strong>do</strong>Teles e <strong>do</strong> Campo <strong>das</strong> Pedreiras, onde a comunidade realiza seuseventos esportivos, além da Capela de Santa Luzia.Alves conta que o nome <strong>do</strong> bairro é uma homenag<strong>em</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>resda linha férrea a Santa Luzia, que se tornou, <strong>em</strong> sua opinião,o símbolo <strong>do</strong> local. Para ele, o evento que mobiliza a comunidadeé o desfile de Sete de Set<strong>em</strong>bro pelo bairro.Entre as peculiaridades <strong>do</strong> bairro, Alves destaca a permanência<strong>das</strong> pessoas mais antigas no local e as características incomuns queo bairro t<strong>em</strong>, “aqui t<strong>em</strong> pessoas que moram há oitenta anos; paramim, aqui tomou a feição de um gueto, há poucos quilômetros <strong>do</strong>centro da cidade existe um bairro com hortas, uma pequena pecuáriae uma atividade pesqueira”.Santa Luzia possui uma população de 6.821habitantes, o quecorresponde a 0,28% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,27%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 27,33% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 34,58% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.COINF / SEDHAM / PMS, 2006Descrição resumida:Inicia-se na Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, segue <strong>em</strong> direção ao continente até alcançar a Travessa Afrânio Peixoto <strong>do</strong> Joanes, por onde segue até o cruzamento com a Avenida Afrânio Peixoto, por onde segue até o viaduto que dá acesso à Rua Aterro <strong>do</strong>Joanes, seguin<strong>do</strong> até a Rua Voluntários da Prata. Após cruzamento desta com a Avenida Celestino, segue <strong>em</strong> direção a encosta, seguin<strong>do</strong> por esta até alcançar a Rua Mamorama, atravessan<strong>do</strong>-a até alcançar o fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s imóveis com frente para aRua da Horta, por onde segue até alcançar a Avenida Sanches, seguin<strong>do</strong> pela encosta cortan<strong>do</strong> a Avenida Esperança e a Ladeira <strong>do</strong>s Fiais, seguin<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong> sob o Viaduto <strong>do</strong>s Motoristas, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua Pedreira Franco, seguin<strong>do</strong> atéRua Nilo Peçanha, por onde segue até alcançar a feira <strong>do</strong> Curtume, por onde segue até alcançar a Avenida Suburbana, seguin<strong>do</strong> por esta até alcançar o Canal da Rua 1º de Janeiro. Segue por esta via até a Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, por onde segueaté o ponto de início da descrição deste limite.370 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 371


URUGUAIO bairro <strong>do</strong> Uruguai, assim como outros da Bacia de Itapagipe,surgiu de um processo de ocupações espontâneas <strong>em</strong> terrenos alagadiçose afirmou-se a partir da luta de seus mora<strong>do</strong>res para permanecer<strong>em</strong>no local. Francisco Aguiar <strong>do</strong>s Santos, antigo mora<strong>do</strong>r<strong>do</strong> bairro, conta que <strong>em</strong> torno de trinta anos atrás, as casas da região,<strong>em</strong> geral, eram de palafitas. Segun<strong>do</strong> ele, muitas <strong>das</strong> melhorias<strong>em</strong>preendi<strong>das</strong> no bairro são resulta<strong>do</strong>s da reunião de esforçosda comunidade.Na história deste bairro, a Igreja de Nossa Senhora <strong>do</strong>s Alaga<strong>do</strong>smerece destaque. Localizada no alto da colina, foi inaugurada <strong>em</strong>1980 <strong>em</strong> meio a casas ergui<strong>das</strong> sob palafitas. No Uruguai encontra-se oBahia Outlet Center construí<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1997, com a proposta de trazer devolta a esta região os investimentos no setor têxtil. Esse shopping desenvolveum Programa de Requalificação da Península de Itapagipe eseu Entorno, com ações comunitárias e <strong>em</strong>presariais para a região.Rua Direta <strong>do</strong> Uruguai – primeira metade <strong>do</strong> século XXO Uruguai possui a Escola Municipal Carmelitana <strong>do</strong> MeninoJesus e a Creche Escola Comunitária Flor de Primavera.Há mais de uma década, o Uruguai faz o seu próprio Arraiá. Começoude forma tímida, com a organização <strong>do</strong> artista plástico Raimun<strong>do</strong>Aragão e da mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> bairro Edna Santana. Com o t<strong>em</strong>po,a festa ganhou maiores proporções e hoje buscam o apoio decomerciantes para o patrocínio <strong>do</strong> evento.O Uruguai abriga o Projeto APL, Arranjo Produtivo Local, propostade parceria da sociedade civil, <strong>em</strong>presários e governo, comfoco no desenvolvimento sustentável. Este projeto visa o desenvolvimentode um parque industrial no Uruguai, com destaque para as<strong>em</strong>presas de confecção e pronta entrega.Uruguai possui uma população de 33.384 habitantes, o que correspondea 1,37% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,30% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 23,55% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo. No quese refere à escolaridade, constata-se que 31,89% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na confluência da Rua 26 de Dez<strong>em</strong>bro com a Avenida Afrânio Peixoto, por onde segue até alcançar o Canal da Rua 1º de Janeiro. Segue por esta via até a Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, por onde segue contornan<strong>do</strong> a Ilha <strong>do</strong> Rato, até alcançaro prolongamento da Rua princês Isabel. Segue depois pelos logra<strong>do</strong>uros Rua Bela Vista e Rua Marechal Teixiera Lott, por esta até alcançar a Rua Professor José Santana, até alcançar a Rua Professor Gelásio de Farias, até o cruzamento com a RuaAraújo Bulcão, por onde segue até a Rua 24 de Janeiro, segue contornan<strong>do</strong> a Praça Hélio Macha<strong>do</strong>, por onde segue pela Rua Jerônimo de Albuquerque, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao final da 2ª Travessa da Palestina, contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis comfrente para Rua 24 de Janeiro, exclusive, por onde segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para Avenida Conselheiro Zacarias, até alcançar a Rua <strong>do</strong> Uruguay, por onde segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para o Largo <strong>do</strong>sMares e Rua <strong>do</strong> Impera<strong>do</strong>r, até alcançar o final da Rua Inácio de Loyola, seguin<strong>do</strong> pela Rua Francisco Xavier de Oliveira, até seu cruzamento com Rua Couceiros de Abreu, seguin<strong>do</strong> até a confluência com a Rua Luiz Régis Pacheco, por onde segue ocruzamento com a Rua 26 de Dez<strong>em</strong>bro, por onde segue até alcançar o ponto de início da descrição deste limite.372 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 373


CALÇADAO bairro da Calçada nasceu a partir da construção da Viação FerroviáriaLeste Brasileiro - Estação Leste, inaugurada <strong>em</strong> 28 de junhode 1860, com o nome de Estação Jequitaia. A estação foi uma importanteligação entre <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e as cidades <strong>do</strong> Recôncavo.Os trens cruzavam as aveni<strong>das</strong> da Cidade Baixa, passan<strong>do</strong> pordentro da Feira de São Joaquim, rente às barracas. Por isso, só podiamtrafegar no horário da madrugada. Com a construção <strong>do</strong> Portode Aratu, a linha férrea ligan<strong>do</strong> a Calçada ao Porto de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> deixoude ser utilizada, sen<strong>do</strong> desativada na segunda metade da décadade noventa. Os trilhos ainda exist<strong>em</strong> no local, cobertos pelo asfalto,mas ainda são visíveis <strong>em</strong> alguns pontos <strong>do</strong> Largo da Calçadae <strong>em</strong> São Joaquim.Em 1925, houve na Estação de Trens da Calçada a recepção<strong>das</strong> tropas baianas que participaram da batalha <strong>em</strong> Catanduvas,palco de uma <strong>das</strong> batalhas da Revolução de 1924, conhecidacomo movimento “Tenentista”. A Estação da Calçada sofreu umagrande reforma <strong>em</strong> 1936 e outra <strong>em</strong> 1981. Hoje ela é administradapela CBTU - Companhia Brasileira de Transportes Urbanos eLargo da Calçada, 2009no seu interior guarda uma antiga locomotiva movida a vapor, <strong>do</strong>modelo da Maria Fumaça.Nos anos de 1948-1950, a Calçada já se constituía como bairro,tornan<strong>do</strong>-se famosa na época, pela realização de grandes carnavais,com desfile da rainha acompanhada de ônibus elétrico até a CidadeAlta. O bairro da Calçada, hoje, está pre<strong>do</strong>minant<strong>em</strong>ente liga<strong>do</strong>ao Comércio e continua sen<strong>do</strong> ponto de partida e chegada de usuários<strong>do</strong>s trens da antiga Estação Leste, que se deslocam <strong>do</strong> Largoda Calçada ao Subúrbio Ferroviário.Em suas ruas existe uma grande concentração de pequenos hotéis,lojas e lojinhas, estan<strong>do</strong> a função residencial <strong>em</strong> franca substituição.A área também abriga entre outros equipamentos, uma guarnição <strong>do</strong>Corpo de Bombeiros, responsável por toda a Cidade Baixa e subúrbio,a Escola Estadual Hamilton de Jesus Lopes, a Escola EstadualLandulfo Alves e o Hospital de Custódia e Tratamento.A Calçada possui uma população de 5.114 habitantes, o que correspondea 0,21% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,22% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,96% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 32,97% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Elba VeigaDescrição resumida: Inicia-se na confluência da Rua Barão de Cotegipe com a Rua <strong>do</strong> Impera<strong>do</strong>r, por onde segue até alcançar o Largo <strong>do</strong>s Mares, por onde segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para Rua <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r, até alcançara Rua José Martins Tourinho, por onde segue até a Rua Fernandes Vieira. Segue pela Praça Teive e Argollo até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Inácio de Loyola, por onde segue pela Rua Francisco Xavier de Oliveira, até seu cruzamentocom Rua Couceiros de Abreu, seguin<strong>do</strong> até a confluência com a Rua Luiz Régis Pacheco, por onde segue o cruzamento com a Rua 26 de Dez<strong>em</strong>bro, por onde segue até alcançar a Avenida Afrânio Peixoto, por onde segue até alcançar o cruzamentocom Rua Luiz Maria, por onde segue contornan<strong>do</strong> parte da Feira <strong>do</strong> Curtume, inclusive, atravessa a linha férrea, seguin<strong>do</strong> até alcançar a rua Nilo Peçanha, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Pedreira Franco, por onde segue pela encosta,cortan<strong>do</strong> a Rua São José e Vila Vicente, até alcançar a Rua São Domingos de Gusmão, seguin<strong>do</strong> pela 1ª Travessa São Domingos até seu cruzamento com o Beco <strong>do</strong> Sabão, por onde segue pela encosta até alcançar a Rua Alto <strong>do</strong> Bom Gosto, por ondesegue até seu cruzamento com a Travessa Alto <strong>do</strong> Bom Gosto, por onde segue pela encosta contornan<strong>do</strong> fun<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s imóveis da Avenida Sabiá, até alcançar a Rua Mello Moraes, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Barão da Vila da Barrade Baixo, até seu cruzamento com a Travessa Cabo Bartholomeu, por onde segue contornan<strong>do</strong> o limite <strong>do</strong> Mercantil Rodrigues, inclusive,seguin<strong>do</strong> até atravessar as Aveni<strong>das</strong> Jequitaia e Eng. Oscar Pontes, alcançan<strong>do</strong> a linha de costa, contornan<strong>do</strong> oCentro Múltiplo Oscar Cordeiro, inclusive, seguin<strong>do</strong> pela até alcançar o prolongamento da Rua Frederico Lisboa, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Barão de Cotegipe, por onde segue até o ponto de início da descrição deste limite.374 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 375


MARESNão se sabe ao certo como surgiu o nome deste bairro, mas o lugaré conheci<strong>do</strong> por sua igreja, que está situada no ponto mais altoda Cidade Baixa, construída <strong>em</strong> estilo gótico. O Largo hoje t<strong>em</strong> umapraça de mesmo nome, muito b<strong>em</strong> cuidada e arborizada, uma <strong>das</strong>poucas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.No Largo <strong>do</strong>s Mares está situada a obra de arte <strong>do</strong> controversoPadre Pinto, <strong>em</strong> com<strong>em</strong>oração aos 450 anos da Diocese de<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 500 anos de Brasil e 2.000 anos <strong>do</strong> Cristianismo. Assenta<strong>do</strong>sobre base triangular representan<strong>do</strong> a Santíssima Trindade,o monumento executa<strong>do</strong> <strong>em</strong> fibra de vidro, representan-Largo <strong>do</strong>s Mares, 2009<strong>do</strong> uma chama de vela, t<strong>em</strong> ao centro um feto, l<strong>em</strong>bran<strong>do</strong> o nascimentode Jesus Cristo, <strong>do</strong> Brasil e da Arquidiocese. O bairrotambém t<strong>em</strong> uma estátua de autor desconheci<strong>do</strong>, representan<strong>do</strong>a Imaculada Conceição, <strong>em</strong> bronze, sobre pedestal de granitorosa de forma piramidal. Aplicada ao pedestal, uma efígie <strong>do</strong>Papa Pio XII, também <strong>em</strong> bronze. Destaca-se nos Mares a EscolaCastro Alves.Mares possui uma população de 1.813habitantes, o que correspondea 0,7% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,08% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 24,35% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixade renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 44,78% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na confluência da Rua Barão de Cotegipe com a Rua <strong>do</strong> Impera<strong>do</strong>r, por onde segue até alcançar o Largo <strong>do</strong>s Mares, por onde segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para Rua <strong>do</strong> impera<strong>do</strong>r, até alcançar a Rua José Martins Tourinho,por onde segue até a Rua Fernandes Vieira. Segue pela Praça Teive e Argollo até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes com frente para a Rua Inácio de Loyola, por onde segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para o Largo <strong>do</strong>s Mares, inclusive,seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua <strong>do</strong> Uruguay, por onde segue o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis da Avenida Conselheiro Zacarias, inclusive, até alcançar a Rua Frederico Lisboa, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Barão de Cotegipe, por ondesegue até o ponto de início da descrição deste limite.376 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 377


MANGUEIRA“Uma mangueira solidáriaUm mangue refúgioUma rua <strong>em</strong> formaçãoUm bairro <strong>em</strong> construçãoMangueira, hoje”Neste verso está um pouco da história <strong>do</strong> bairro Mangueira, contadapor Aluisio Simão Pereira, representante <strong>do</strong> Instituto de ServiçoPara Uma Ação Comunitária. Conforme, ele explica: Mangueirasolidária era a árvore encravada próxima à maré, na Península deItapagipe, <strong>em</strong> uma área já aterrada, na qual se juntavam pesca<strong>do</strong>res,mulheres e crianças para com<strong>em</strong>orar, no início da década de 1960,a vitória alcançada por cada pescaria. Segun<strong>do</strong> Aluisio Simão Pereira,“ali tu<strong>do</strong> se conversava, coisas da terra e coisas <strong>do</strong> mar, eramgrandes histórias, aventuras e pia<strong>das</strong>, gozan<strong>do</strong> com os que foram ecom os que ficaram...”No manguezal espalha<strong>do</strong> perto da maré, habitat natural de caranguejoe outros crustáceos, refugiaram-se aqueles que s<strong>em</strong> ter aondeviver construíram sob palafitas suas novas moradias. Na década seguinte,o mangue-refúgio foi aterra<strong>do</strong> e <strong>em</strong> cima dele ergueu-se umaLargo da Mangueira, 2009rua: a Rua da Mangueira, hoje, Rua Rafael Uchôa. Juntaram-se aela a Rua Vicêncio Constantino Figueire<strong>do</strong> (Nova da Mangueira),a Travessa Rub<strong>em</strong> Amorim, entre tantas outras que surgiram.A Rua da Mangueira tornou-se o marco zero <strong>do</strong> bairro <strong>em</strong> construçãoque, como to<strong>do</strong>s os outros da região, foi fruto de ocupaçõesespontâneas, convergin<strong>do</strong> para o mar, com ruas estreitas e com sériosprobl<strong>em</strong>as de infraestrutura urbana.“Mangueira, hoje, já não é mais como antigamente. O seu povonão para de construir, de melhorar, devagar e permanent<strong>em</strong>ente, asua moradia – que fica cada vez mais diferente”, afirma Aluisio Simão.Neste bairro encontram-se atualmente a Associação Livre deMora<strong>do</strong>res da Mangueira e a Escola Comunitária Educar paraLibertar.A árvore que inspirou o nome <strong>do</strong> bairro já não existe mais, porém,para Aluisio Simão, a mangueira continua sen<strong>do</strong> o símbolo <strong>do</strong>bairro, cujo nome lhe rende homenag<strong>em</strong>.O bairro da Mangueira possui uma população de 9.986 habitantes,o que corresponde a 0,41% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,40% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,76% <strong>do</strong>s chefes defamília situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo.No que se refere à escolaridade, constata-se que 36,49 % <strong>do</strong>s chefesde família têm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s.Foto: Tonny Bittencourt, 2009Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia com a Rua Doutor Mário Augusto Teixeira de Freiras, por onde segue até o cruzamento com Travessa Rafael Uchoa, por onde segue até o cruzamento com a Rua Rafael Uchoa, por onde seguecontornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Santos Titara, até alcançar a Rua Genésio Sales, por segue até seu cruzamento com a Rua São João, por onde segue contornan<strong>do</strong> os imóveis da Avenida Senhor <strong>do</strong> Bonfim da Massaranduba,até alcançar a Travessa <strong>do</strong> Leblon, por onde segue até seu cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Leblon, por onde segue <strong>em</strong> linha reta até alcançar a linha de costa da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, por onde segue contornan<strong>do</strong>, até alcançar o prolongamento da RuaMangueira da Ribeira, por onde segue até alcançar a Rua Capitão Eugenio, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Jorge Leal Gonçalves, por onde segue até alcançar o limite <strong>do</strong> muro <strong>do</strong> Centro Comercial Gold Center, segue contornan<strong>do</strong> atéalcançar a Rua Canto <strong>do</strong> Buriti, por onde limite <strong>do</strong> terreno da Rádio Excelsior da Bahia, por onde segue até alcançar a Rua Jardim Alvalice, por onde segue até seu cruzamento com a Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia, por onde segue até o ponto de início dadescrição deste limite.378 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 379


MASSARANDUBACasas de palafitas ergui<strong>das</strong> sobre o mangue da Península Itapagipana– esses são registros marcantes no bairro de Massaranduba,cuja formação r<strong>em</strong>onta aos antigos Alaga<strong>do</strong>s.Na década de 1950 teve início a urbanização <strong>do</strong> bairro que, comPaulo BritoAlaga<strong>do</strong>so passar <strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, foi dividi<strong>do</strong> <strong>em</strong> lotes e construí<strong>das</strong> casas de tijoloe cimento. Como o processo de urbanização fez-se lentamente,as sucessivas atividades de aterramento através de entulho, danificoua infraestrutura instalada, trazen<strong>do</strong> grandes probl<strong>em</strong>as para obairro.Segun<strong>do</strong> Paulo Faria Brito, cria<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Grupo Cultural ItapagipeCanta e integrante <strong>do</strong> Conselho e Articulação de Mora<strong>do</strong>resda Península de Itapagipe, o mora<strong>do</strong>r de Massaranduba sente-seorgulhoso e com a autoestima elevada por morar <strong>em</strong> um bairro comtais manifestações artísticas.Neste bairro está instalada a Igreja de Nossa Senhora da Piedade(no século XIX foi um <strong>do</strong>s locais de sepultamento da cidade) ea Igreja Nossa Senhora <strong>do</strong>s Alaga<strong>do</strong>s, inaugurada pelo Papa JoãoPaulo II <strong>em</strong> 1980. Entre seus principais equipamentos estão a Praçada Redenção, a Praça de Massaranduba (pontos de encontro elazer) e o Colégio Estadual Primeiro de Maio.Massaranduba possui uma população de 18.575 habitantes, o quecorresponde a 0,76% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,74%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 26,29% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo. No quese refere à escolaridade, constata-se que 35,12% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia com a Rua Resende Costa, por onde segue até o cruzamento com a Rua Princesa Isabel, até alcançar a linha de costa da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, por onde segue contornan<strong>do</strong> até alcançar oprolongamento da Rua <strong>do</strong> Leblon, por onde segue até seu cruzamento com a Travessa <strong>do</strong> Leblon, por onde segue contornan<strong>do</strong> os imóveis da Avenida Senhor <strong>do</strong> Bonfim da Massaranduba, inclusive, até alcançar a Rua São João, por segue até seucruzamento com a Rua Genésio Sales, por onde segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Santos Titara, até alcançar o cruzamento da Rua <strong>do</strong> Leblon com a Rua Rafael Uchoa, por onde segue até o cruzamento com a TravessaRafael Uchoa, até seu cruzamento com a Rua Doutor Mário Augusto Teixeira de Freiras, por onde segue até seu cruzamento como a Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia, por onde segue até o ponto de início da descrição deste limite.380 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 381


VILA RUY BARBOSA/JARDIM CRUZEIROAntigamente forma<strong>do</strong> por áreas alaga<strong>das</strong>, o bairro de Vila RuyBarbosa começou com a construção de palafitas. O bairro ganhouidentidade a partir <strong>do</strong>s sucessivos aterros e persistente trabalho deseus mora<strong>do</strong>res.Em 1949, situa<strong>do</strong> às margens <strong>do</strong> <strong>Caminho</strong> de Areia, <strong>em</strong> local conheci<strong>do</strong>como Jardim Cruzeiro, as moradias avançavam mar à dentro.A d<strong>em</strong>anda por novas moradias e o alto custo da terra urbana levouos trabalha<strong>do</strong>res situa<strong>do</strong>s nas menores faixas de renda – vincula<strong>do</strong>sao setor informal da economia – a “invadir o mar”, <strong>em</strong> busca de alternativas.Os mora<strong>do</strong>res utilizaram uma estratégia para se proteger<strong>em</strong><strong>das</strong> ações de despejo: deram ao local o nome de Villa Ruy Barbosa.Segun<strong>do</strong> mora<strong>do</strong>res antigos, a mudança de nome deu resulta<strong>do</strong>e constrangeu o poder público, que não teve corag<strong>em</strong> de continuara <strong>em</strong>preitada contra uma Vila que levava o nome de Ruy Barbosa.Rua Resende CostaO comércio local t<strong>em</strong> grande importância na vida <strong>do</strong> bairro, commercadinhos, padarias, farmácias, feiras, lojas de produtos diversos,sorveteria, pizzaria. Encontra-se ainda <strong>em</strong> Vila Ruy Barbosa/JardimCruzeiro a Escola Municipal Santa Bárbara, a Escola União Comunitária,o Centro Integra<strong>do</strong> de Saúde de Alaga<strong>do</strong>s e a CrecheComunitária Flora Gomes.Com atuação de destaque, a ONG Bagunçaço, desenvolve umasérie de ações comunitárias no bairro. Além disso, dev<strong>em</strong> ser registra<strong>das</strong>as atividades desenvolvi<strong>das</strong> pela Associação União Comunitáriae a Paróquia de São Jorge.Vila Ruy Barbosa/Jardim Cruzeiro possui uma população de18.467 habitantes, o que corresponde a 0,76% da população de<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,72% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong>19,39% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de rendamensal de 1 a 2 salários mínimos. No que se refere à escolaridade,constata-se que 34,04% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm entre11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia com a Rua Jardim Castro Alves, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Professor Gelásio de Farias, até o cruzamento com a Rua 25 de Junho, por onde segue até seu cruzamento coma Rua Marechal Teixiera Lott, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Bela Vista, por onde segue até cruzamento com a Rua Resende Costa, por onde segue até cruzamento com a Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia, por onde segue até o ponto deinício da descrição deste limite.382 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 383


COINF / SEDHAM / PMS, 2006EscolaMunicipalConstançaMedeiras, 2009caminho de areiaLadean<strong>do</strong> os bairros <strong>do</strong> Bonfim, Ribeira, Vila Ruy Barbosa/JardimCruzeiro e Massaranduba, a Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia se constituihoje <strong>em</strong> um bairro.Na Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia, passava o bonde da linha de número20, que conduzia os passageiros até a Ribeira. Sua curiosidadeera ter os trilhos passan<strong>do</strong> sobre a areia, pois o caminho foi abertono areal, o que originou o nome da avenida e mais tarde <strong>do</strong> bairro.Hoje, nada mais l<strong>em</strong>bra o caminho de areia antigo e n<strong>em</strong> o bondeque abriu caminho sobre ele; existe apenas asfalto e ônibus parato<strong>do</strong>s os cantos da cidade.O comércio da área atrai clientes de toda a Península deItapagipe, com variedade de produtos e com preços acessíveis.Neste bairro encontra-se os seguintes equipamentos: a EscolaMunicipal Constança Medeiros, a Escola Municipal Tiradentese a Escola 13 de Maio.<strong>Caminho</strong> de Areia possui uma população de 11.396 habitantes,o que corresponde a 0,47% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 0,45% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 20,20% <strong>do</strong>sseus chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de0,5 a 1 salário mínimo. No que se refere à escolaridade, constata-seque 35,89% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm entre 11 a14 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia com a Rua Henrique Dias, por onde segue até alcançar o cruzamento com a Rua Travasso de Fora, por onde segue até seu cruzamento com o Beco João <strong>do</strong> Boi, por onde segue até seucruzamento da Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Jardim Castro Alves, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Professor Gelásio de Farias, até o cruzamento com a Rua 25 de Junho, por ondesegue até seu cruzamento com a Rua Marechal Teixiera Lott, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Professor José Santana. Segue até alcançar a Rua Professor Gelásio de Farias, até o cruzamento com a Rua Araujo Bulcão, por ondesegue até seu cruzamento com a Rua 24 de Janeiro, segue contornan<strong>do</strong> a Praça Hélio Macha<strong>do</strong>, seguin<strong>do</strong> pela Rua macha<strong>do</strong> Monteiro, por onde segue até seu cruzamento com a Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia, por onde segue até o ponto de inícioda descrição deste limite.384 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 385


ROMAO Bairro de Roma t<strong>em</strong> como referência principal o Largo que tinhao mesmo nome. A denominação <strong>do</strong> referi<strong>do</strong> largo t<strong>em</strong> orig<strong>em</strong> nos séculosXVIII e XIX, por conta da existência de uma casa chamada “Roma”com uma capela, resulta<strong>do</strong> da invocação de Nossa Senhora de Roma,construída pelas carmelitas. Os mora<strong>do</strong>res antigos diz<strong>em</strong> que esse largoera um centro de lazer <strong>em</strong> Itapagipe, onde circos e parques eraminstala<strong>do</strong>s e famílias de ciganos montavam acampamentos.Atualmente, <strong>em</strong> homenag<strong>em</strong> à Irmã Dulce e às ações por ela realiza<strong>das</strong>junto à população carente, o Largo de Roma foi batiza<strong>do</strong> “PraçaIrmã Dulce”. Em seu entorno fica a sede <strong>das</strong> Obras Sociais de IrmãDulce, o antigo Cine Roma, além <strong>do</strong> Abrigo Dom Pedro II, um solarurbano da primeira metade <strong>do</strong> século XX. O abrigo cuida de i<strong>do</strong>sos.O Cine-teatro Roma abrigava, nos finais de s<strong>em</strong>ana, várias manifestaçõesculturais, principalmente musicais. Muitos artistas da cidadepassaram por lá, como o cantor e compositor Raul Seixas. Ocin<strong>em</strong>a chegou a ter a maior tela de to<strong>do</strong>s os cin<strong>em</strong>as da cidade.Hoje, no prédio <strong>do</strong> antigo Cine Roma está sen<strong>do</strong> construída a Igrejada Imaculada Conceição da Mãe de Deus.Praça Irmã DulceO antigo Largo de Roma, hoje Praça Irmã Dulce, t<strong>em</strong> <strong>em</strong> seu entornoo Conselho Tutelar de Roma, órgão municipal que zela peloEstatuto da Criança e <strong>do</strong> A<strong>do</strong>lescente, o Hospital São Jorge, a FundaçãoCidade Mãe e um pequeno comércio.As Obras Sociais de Irmã Dulce são marcantes na história <strong>do</strong>bairro. Tu<strong>do</strong> começou <strong>em</strong> 1949, quan<strong>do</strong> Irmã Dulce, abrigou 70 <strong>do</strong>entesno galinheiro <strong>do</strong> Convento <strong>das</strong> Irmãs Missionárias da ImaculadaConceição da Mãe de Deus. Em agosto de 1959, nascia no locala Associação Obras Sociais Irmã Dulce, instituição filantrópica queabriga o Hospital Santo Antônio, além de núcleo <strong>das</strong> áreas de Saúde,Assistência Social, Educação, Pesquisa Científica, Ensino Médicoe M<strong>em</strong>ória.Em Roma destaca-se os seguintes equipamentos: o Hospital SãoJorge, a Fundação Cidade Mãe, a Escola Geral<strong>do</strong> Tavares e o ConselhoTutelar.Roma possui uma população de 3.617 habitantes, o que correspondea 0,15% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,15% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micíliosda cidade, estan<strong>do</strong> 26,70% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos. No quese refere à escolaridade, constata-se que 43,34% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Elba VeigaDescrição resumida:Inicia-se na Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, segue <strong>em</strong> direção ao continente no cruzamento da Rua Praia de Cantagalo, com a Rua Frederico Lisboa, por onde segue o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis da Avenida Conselheiro Zacarias, por onde segue o fun<strong>do</strong><strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis da Rua 24 de Janeiro, até alcançar a Rua Jerônimo de Albuquerque, por onde segue até alcançar a Rua 24 de Janeiro, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Macha<strong>do</strong> Monteiro, por onde segue até seu cruzamento coma Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia, até alcançar a Praça Irmã Dulce, contornan<strong>do</strong> até alcançar seu cruzamento com a Avenida Luís Tarquínio, por onde segue até alcançar o muro <strong>do</strong> Abrigo Dom Pedro II, exclusive, contornan<strong>do</strong>-o, até alcançar a Rua Praiada Boa Viag<strong>em</strong>, por onde segue atravessan<strong>do</strong> até alcançar a linha de costa, seguin<strong>do</strong> até o ponto de início da descrição deste limite.386 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 387


RIBEIRAA ocupação <strong>do</strong> bairro da Ribeira resulta de extensão da atividadenaval. Segun<strong>do</strong> o historia<strong>do</strong>r Cid Teixeira: “a Ribeira <strong>das</strong> Naus juntoà Conceição da Praia já não era bastante para atender a d<strong>em</strong>andade construção e reparos de navios. Adiante, na Península de Itapagipe,implantou-se a Ribeira <strong>do</strong>s Galeões que terminou por transferiro seu nome a to<strong>do</strong> o bairro”.Ribeira é uma expressão portuguesa que, segun<strong>do</strong> Mauro Carreira,quer dizer ancora<strong>do</strong>uro para reparação de naus. Este bairro écerca<strong>do</strong> pelas águas da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos e pelas águasda Enseada <strong>do</strong>s Tainheiros. Inicialmente, fora ocupa<strong>do</strong> por pesca<strong>do</strong>rese, no século XX, foi um lugar de veraneio <strong>do</strong>s ricos e nobresda cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.No final da década de 1940, quan<strong>do</strong> no bairro se instalaram indústrias,houve um significativo crescimento populacional. No entanto, como passar <strong>do</strong>s anos a população local foi reduzin<strong>do</strong>, uma vez que antigosmora<strong>do</strong>res e veranistas passaram a migrar para outros bairrosda cidade, <strong>em</strong> função da poluição ambiental causada pelas indústrias.Atualmente, o Largo da Ribeira, também conheci<strong>do</strong> como Largo daPenha, é o centro <strong>do</strong> bairro. Foi nesta área que, segun<strong>do</strong> o historia<strong>do</strong>rLuiz Henrique Dias Tavares, a família Garcia D’Ávila iniciou sua trajetóriade enriquecimento, fundan<strong>do</strong> no local uma olaria e um curral.No Largo da Ribeira também se pode encontrar o Clube de RegatasItapagipe, o teatro Espaço Cultural Cena Um e, no la<strong>do</strong>oposto, junto à Ponta da Penha, a Marina da Penha, uma boa opçãopara festas e shows.Cecy RamosFundação Gregório de MatosPorto <strong>do</strong>s TainheirosNa Avenida <strong>do</strong>s Tainheiros foi construí<strong>do</strong> o primeiro aeroporto de<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, ou melhor, o primeiro hidroporto, entre 1937 e 1939. Osaviões, chama<strong>do</strong>s de hidroaviões decolavam e amerissavam naságuas da Baía.Tradicionalmente, to<strong>do</strong> ano no bairro, acontece a Segunda-FeiraGorda da Ribeira, uma festa popular realizada após a Lavag<strong>em</strong> <strong>do</strong>Bonfim, mas que hoje não t<strong>em</strong> mais o vigor de antigamente. Paraenfrentar a situação e não deixar a tradição acabar, os comercianteslocais realizam, toda segunda- feira, o Dia <strong>do</strong> Cozi<strong>do</strong>. Cecy Ramos,mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> bairro, conta que esta festa atrai gente de váriosoutros municípios, como Simões Filho, Candeias e Madre de Deus.Para ela, é um acontecimento bastante típico <strong>do</strong> bairro.Parte significativa da história da Ribeira está representada naIgreja de Nossa Senhora da Penha (1742), na Igreja de Nossa Senhora<strong>do</strong> Rosário da Penha (construída pelos escravos que não tinhampermissão para freqüentar a Igreja da Penha) e no Solar Ama<strong>do</strong>Bahia (1901). Porém, a referência que marca a vida <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>resdesse bairro, na opinião de Ramos, é a famosa Sorveteria daRibeira inaugurada <strong>em</strong> 1931, pelo italiano Mário Tosta.Exist<strong>em</strong> no bairro os seguintes equipamentos: a Biblioteca PúblicaMunicipal Edgard Santos, a Sociedade Pestalozzi – escolapara crianças especiais e a Escola Estadual Presidente Costae Silva.A Ribeira possui uma população de 19.565 habitantes, o que correspondea 0,80% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra 0,76% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 19,18% <strong>do</strong>s chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. No que serefere à escolaridade, constata-se que 36,01% <strong>do</strong>s chefes de famíliatêm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Descrição resumida:Inicia-se na Linha de Costa <strong>em</strong> frente a Travessa Porto <strong>do</strong> Bonfim. Segue pela Linha de Costa até a Rua Mangueira da Ribeira, por onde segue até a Rua Capitão Eugênio. Segue nesta via até encontro entre a referida rua e a Rua Jorge Leal Gonçalves,por onde segue até o muro <strong>do</strong> SESI Ribeira, por onde segue até a Rua Jardim Alvalice. Segue nesta via até o cruzamento com a Avenida Porto <strong>do</strong>s Mastros, por onde segue até a Ria Visconde de Caravelas, por onde segue até o cruzamento com aTravessa Porto <strong>do</strong> Bonfim. Segue nesta via até alcançar o ponto de onde teve início a descrição deste limite.388 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 389


BONFIMO bairro <strong>do</strong> Bonfim é sinônimo de religiosidade e devoção. Afinal,é onde culmina a mais rica celebração religiosa <strong>do</strong> país, a Lavag<strong>em</strong><strong>do</strong> Bonfim, festa na qual as escadarias da Basílica <strong>do</strong> SenhorBom Jesus <strong>do</strong> Bonfim são lava<strong>das</strong> pelas baianas com água decheiro e é feita uma procissão para agradecer ao santo, as graçasalcança<strong>das</strong>.No início, a lavag<strong>em</strong> era feita pelos mora<strong>do</strong>res <strong>das</strong> vizinhanças.Com o t<strong>em</strong>po, o evento foi atrain<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res de outrosLavag<strong>em</strong> <strong>do</strong> Bonfimbairros e hoje é um evento que mobiliza toda a cidade. A festa <strong>do</strong>Bonfim s<strong>em</strong>pre associou o sagra<strong>do</strong> ao profano. O Marquês de SantaCruz, Dr. Manuel Victorino Pereira, chefe <strong>do</strong> Governo Provisório<strong>em</strong> 1890, consideran<strong>do</strong> que essa cerimônia tinha assumi<strong>do</strong> umcaráter não-condizente com o local santo, proibiu a lavag<strong>em</strong> no interior<strong>do</strong> t<strong>em</strong>plo.O bairro, até a década de setenta, abrigava famílias situa<strong>das</strong> nasmaiores faixas de renda da Cidade Baixa. Como r<strong>em</strong>iniscências destepassa<strong>do</strong>, ainda exist<strong>em</strong> muitos casarões no local. Do alto da ColinaSagrada pode ser vislumbrada uma <strong>das</strong> mais belas vistas da cidade:<strong>do</strong>s espigões da Barra e Vitória aos antigos casarões <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>resda cidade baixa.No local encontram-se, além da Igreja <strong>do</strong> Senhor <strong>do</strong>Bonfim, a Praça Divina, atualmente local de lazer na noiteitapagipana; a Casa <strong>do</strong> Romeiro, construída no entornoda igreja pela irmandade, cuja intenção era acolher osromeiros que vinham pagar promessas. O bairro t<strong>em</strong> aindao Convento da Sagrada Família, prédio construí<strong>do</strong>na colina que já abrigou o Hospital Português e que, <strong>em</strong>1937, foi adquiri<strong>do</strong> pela Congregação Franciscana Hospitaleirada Imaculada Conceição e, <strong>em</strong> 1938, recebeua atual denominação. Além disso, o bairro possui o TeatroSão José e a Praça <strong>do</strong>s Dendezeiros.Muitas <strong>das</strong> mudanças urbanísticas ocorri<strong>das</strong> no bairroresultam da ação da Irmandade <strong>do</strong> Nosso Senhor <strong>do</strong>Bonfim, que construiu as vias de acesso até a Igreja – aúnica forma de chegar até a igreja era pelo mar. A Irmandad<strong>em</strong>an<strong>do</strong>u abrir a estrada <strong>do</strong> Bonfim, hoje Av. Dendezeiros,que tornou-se a ligação entre o Largo de Roma eo Bonfim. Construíram também o Cais <strong>das</strong> Amarras e aLadeira da Lenha, ao la<strong>do</strong> da Igreja.A festa mais importante <strong>do</strong> bairro, com certeza, é a Lavag<strong>em</strong><strong>do</strong> Bonfim, no entanto, não é a única que mobiliza obairro e, n<strong>em</strong> mesmo é a única que ocorre nesse dia, poisa Lavag<strong>em</strong> <strong>do</strong> Beco <strong>do</strong> Morotó ocorre como uma festaalternativa, instituída durante a Lavag<strong>em</strong> <strong>do</strong> Bonfim.O Bonfim possui uma população de 9.401 habitantes, oque corresponde a 0,38% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,39% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 29,93%<strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensalde 5 a 10 salários mínimos. No que se refere à escolaridade,constata-se que 46,97% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliatêm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Fundação Gregório de MatosDescrição resumida: Inicia-se no cruzamento da Praça Irmã Dulce com a Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Henrique Dias, por onde segue até alcançar o cruzamento com a Rua Travasso de Fora, por onde segue atéseu cruzamento com o Beco João <strong>do</strong> Boi, por onde segue até seu cruzamento da Avenida <strong>Caminho</strong> de Areia, por onde na direção <strong>do</strong> Supermerca<strong>do</strong> Bompreço <strong>do</strong> Largo <strong>do</strong> Papagaio, exclusive, por onde segue até alcançar a Ria Visconde de Caravelas, por onde segue até ocruzamento com a Travessa Porto <strong>do</strong> Bonfim, por onde segue até atravessar a Avenida Beira Mar, por onde segue até alcançar a linha de costa. Segue contornan<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis da Rua Baden Powell, por onde segue até alcançar a Rua Professora AméliaCosta, por onde segue até alcançar novamente o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis da Rua Baden Powell, por onde segue até alcançar o limite <strong>do</strong> Hospital Sagrada Família, por onde segue até alcançar o prolongamento da Rua <strong>do</strong>s Namora<strong>do</strong>s, por onde segue até seu cruzamento com aRua Plínio de Lima, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Rio São Francisco, por onde segue até seu cruzamento com a Avenida Matos, seguin<strong>do</strong> pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes até alcançar a Avenida Sócrates, por onde segue até seu cruzamento com a Travessa Dr. CoutoMaia, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Dr. Couto Maia, por onde segue até seu cruzamento com a Rua da Imperatriz, por onde segue até seu cruzamento com a Travessa Carlos Ferreira. Segue até seu cruzamento com Rua Poly<strong>do</strong>ro Bitencourt, por onde seguecontornan<strong>do</strong> a Capela Nossa Senhora <strong>das</strong> Graças e o Centro Municipal de Educação Infantil Nossa Senhora <strong>das</strong> Graças, inclusive, até alcançar a 1ª Avenida Dominguinho, por onde segue contornan<strong>do</strong> a Vila da Polícia Militar <strong>do</strong> Bonfim, inclusive, segue até alcançar o limite<strong>do</strong> Hospital Santo Antonio até alcançar a Avenida Luis Tarquínio, por onde segue até seu cruzamento com a Praça Irmã Dulce, por onde segue até alcançar o ponto de início a descrição deste limite.390 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 391


MONTE SERRATLocaliza<strong>do</strong> na Península de Itapagipe, o bairro de Monte Serraté marca<strong>do</strong> por importantes monumentos históricos. Na Ponta de Humaitá,ponto turístico de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, é possível apreciar um belo pôr<strong>do</strong>-sole vista panorâmica da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos. Neste localencontra-se a Igreja de Nossa Senhora de Monte Serrat e o Fortede Monte Serrat, edificações da segunda metade <strong>do</strong> século XVI, oantigo Iate Clube de Monte Serrat, casas no estilo <strong>do</strong> século XIX eum farol, construí<strong>do</strong> no começo <strong>do</strong> século XX, para guiar as <strong>em</strong>barcaçõesque passavam pela região.Segun<strong>do</strong> alguns historia<strong>do</strong>res, Tomé de Souza havia recebi<strong>do</strong>ordens <strong>do</strong> rei de Portugal, D. João III, para construir um povoa<strong>do</strong> eum forte. O lugar escolhi<strong>do</strong> pelo governa<strong>do</strong>r geral foi onde, hoje, selocaliza o bairro de Monte Serrat. Suas origens, portanto, r<strong>em</strong>et<strong>em</strong>a essa escolha e à construção <strong>do</strong> Forte de Monte de Serrat, conheci<strong>do</strong>também como Fortaleza de São Felipe ou Castelo de Itapagipe.O forte também abriga o Museu <strong>das</strong> Armas, onde estão as armashistóricas <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.Seu batismo faz referência à imag<strong>em</strong> da Virg<strong>em</strong> espanhola, trazidapor um padre jesuíta que era devoto de Nossa Senhora de Monteserrat.Atualmente, este bairro t<strong>em</strong> <strong>em</strong> seu cenário os seguintesequipamentos públicos: Centro de Recursos Ambientais, HospitalCouto Maia; Maternidade e Hospital Sagrada Família.Em Monte Serrat, a Pedra Furada é um ponto turístico da cidade,sen<strong>do</strong> a culinária baiana um grande atrativo. Nesta localidade,a Fonte da Pedra Furada é utilizada com bastante frequência pelapopulação local, principalmente <strong>em</strong> perío<strong>do</strong> de falta d’água.Próximo a este equipamento, na Rua Rio Negro existe também aFonte <strong>do</strong> Buraquinho no quintal de algumas casas. Assim como aFonte da Pedra Furada, t<strong>em</strong> uma utilização <strong>do</strong>méstica (lavag<strong>em</strong> deroupas, de casas, banhos, cozinhar alimentos e beber). Sua águaflui diretamente de uma grande rocha.O Monte Serrat possui uma população de 8.100 habitantes, o quecorresponde a 0,33% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,34%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,29% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 41,56% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Ponta de Humaitá, 2008Foto: Tonny BittencourtDescrição resumida:Inicia-se no cruzamento da Rua Rio Itapicuru com a Rua da Boa Viag<strong>em</strong>, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção à praia, até alcançar a linha de costa, por onde segue até o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis da Rua Baden Powell, por onde segue até alcançar a Rua Professora AméliaCosta, por onde segue até alcançar novamente o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis da Rua Baden Powell, por onde segue até alcançar o limite <strong>do</strong> Hospital Sagrada Família, por onde segue até alcançar o prolongamento da Rua <strong>do</strong>s Namora<strong>do</strong>s, por onde segue até seucruzamento com a Rua Plínio de Lima, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Rio São Francisco, por onde segue até seu cruzamento com a Avenida Matos, seguin<strong>do</strong> pelo fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes até alcançar a Avenida Sócrates, por onde segue atéseu cruzamento com a Travessa Dr. Couto Maia, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Dr. Couto Maia, por onde segue até seu cruzamento com a Rua da Imperatriz, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Rio Paraguaçu, por ondesegue até alcançar o muro da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viag<strong>em</strong>, e da Escola Paroquial Nossa Senhora da Boa Viag<strong>em</strong>, exclusive, até alcançar a Rua Santa Rita Durão, por onde segue até alcançar os imóveis com frente para a Rua da BoaViag<strong>em</strong>, exclusive, por onde segue até alcançar a Rua Rio Itapicuru, seguin<strong>do</strong> até o ponto de início da descrição deste limite.392 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 393


BOA VIAGEMO bairro de Boa Viag<strong>em</strong> surgiu no entorno da Igreja de NossaSenhora da Boa Viag<strong>em</strong>, fundada entre 1712 e 1714, de estilo barrocoportuguês. Segun<strong>do</strong> a cantora Margareth Menezes, o nome <strong>do</strong>bairro está relaciona<strong>do</strong> à presença da Igreja, considerada por ela umareferência no local. É exatamente esta Igreja que traz para o bairroa Festa da Boa Viag<strong>em</strong>. “É um evento que t<strong>em</strong> grande importânciacultural e religiosa, é uma tradição. Além de mobilizar pessoas, t<strong>em</strong>a linda procissão marítima”.A festa acontece desde o dia 31 de dez<strong>em</strong>bro, quan<strong>do</strong> mora<strong>do</strong>resarmam barracas no entorno da Igreja e as pessoas vão se aglomeran<strong>do</strong>dan<strong>do</strong> início à festa profana. No dia primeiro são celebra<strong>do</strong>s,na Igreja de Nossa Senhora da Boa Viag<strong>em</strong>, o Bom Jesus <strong>do</strong>sNavegantes e a Nossa Senhora da Boa Viag<strong>em</strong>, com procissão marítimae entrega de presentes pelos pesca<strong>do</strong>res na Galeota <strong>do</strong> Senhor<strong>do</strong>s Navegantes.Até fins da década de 1880, a imag<strong>em</strong> <strong>do</strong> Bom Jesus era transportadana Galeota Imperial, que era cedida para a cerimônia. A partirde então, carpinteiros, saveiristas e muitos devotos juntaram-se paraa fabricação de uma nova galeota, que foi nomeada “Galeota <strong>do</strong> Senhor<strong>do</strong>s Navegantes”. Em 1º de janeiro de 1892 estreou a nova galeota,e a festa da Boa Viag<strong>em</strong> deste ano foi ainda mais celebrada,afinal to<strong>do</strong>s estavam muito orgulhosos <strong>do</strong> feito.Na história deste bairro merece destaque a antiga vila operáriaIgreja de Boa Viag<strong>em</strong>da Boa Viag<strong>em</strong>, a primeira de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Construída por Luiz Tarquíniopara abrigar os funcionários da Empório Industrial <strong>do</strong> Norte,a vila contava com praça arborizada, <strong>do</strong>is coretos, farmácia, armazém,biblioteca e os filhos <strong>do</strong>s funcionários tinham acesso à educação,além <strong>do</strong>s cursos noturnos para adultos; creche, assistênciamédica e dentária. O projeto da Vila foi inspira<strong>do</strong> nos con<strong>do</strong>míniosoperários britânicos e sua inauguração deu-se no ano de1892 – a pretensão de Luiz Tarquínio era fazer dessa vila a melhornesse estilo.Em Boa Viag<strong>em</strong> existe o Colégio Estadual Luiz Tarquínio, aEscola Estadual Luiz Tarquínio, a Escola Municipal Dr. AugustoLopes Pontes e o Abrigo Dom Pedro II. Em anexo à Igreja deNossa Senhora da Boa Viag<strong>em</strong>, existe um prédio construí<strong>do</strong> com afinalidade de abrigar pessoas porta<strong>do</strong>ras de probl<strong>em</strong>as mentais. Estacasa de recuperação foi <strong>do</strong>ada por D. Lorenço Maria à Ord<strong>em</strong> <strong>do</strong>sFranciscanos, <strong>em</strong> 1710.A Praia da Boa Viag<strong>em</strong> t<strong>em</strong> formação de arrecifes, com piscinasnaturais e vista panorâmica para o Farol da Barra. Margareth Menezeslamenta que hoje a praia esteja poluída, pois o banho de mar naPraia da Boa Viag<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre foi muito bom.A Boa Viag<strong>em</strong> possui uma população de 3.328 habitantes, o quecorresponde a 0,14% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,15%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,04% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 47,60% <strong>do</strong>s seuschefes de família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Tonny Bittencourt, 2009Descrição resumida:Inicia-se na Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, segue <strong>em</strong> direção ao continente, cruza a Rua Praia de Boa Viag<strong>em</strong>, por onde segue até alcançar o muro <strong>do</strong> Abrigo Dom Pedro II, inclusive, contornan<strong>do</strong>-o, até alcançar a Avenida Luis Tarquínio, por onde segueaté alcançar o limite <strong>do</strong> Hospital Santo Antonio, exclusive, por onde segue contornan<strong>do</strong> a Vila da Polícia Militar <strong>do</strong> Bonfim, exclusive, até alcançar a 1ª Avenida Dominguinho, por onde segue contornan<strong>do</strong> a Capela Nossa Senhora <strong>das</strong> Graças e o CentroMunicipal de Educação Infantil Nossa Senhora <strong>das</strong> Graças, exclusive, até alcançar a Rua Poly<strong>do</strong>ro Bitencourt, por onde segue até seu cruzamento com Travessa Carlos Ferreira, por onde segue até seu cruzamento com a Rua da Imperatriz, por ondesegue até seu cruzamento com a Rua Rio Paraguaçu, por onde segue até alcançar o muro da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viag<strong>em</strong>, e da Escola Paroquial Nossa Senhora da Boa Viag<strong>em</strong>, inclusive, até alcançar a Rua Santa Rita Durão, poronde segue até alcançar os imóveis com frente para a Rua da Boa Viag<strong>em</strong>, inclusive, por onde segue até alcançar a Rua Rio Itapicuru, por onde segue até seu cruzamento com a Rua da Boa Viag<strong>em</strong>, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção à praia, até alcançar a linhade costa, seguin<strong>do</strong> até o ponto de início da descrição deste limite.394 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 395


Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de PlataformaLocalizada na região <strong>do</strong> Subúrbio Ferroviário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a Baciade Drenag<strong>em</strong> Natural de Plataforma possui uma área de 3,961km 2 , comuma população de 63.313 habitantes, correspondente a 2,59% da populaçãode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Pertenc<strong>em</strong> a essa bacia os seguintes bairros: Plataforma,Itacaranha, Alto da Terezinha e Praia Grande. Sua densidadepopulacional de 1,28hab./km 2 e os índices mais expressivos de rendamensal <strong>do</strong>s chefes de família dessa bacia encontram-se distribuí<strong>do</strong>snas seguintes faixas: 22,13% mais de meio a 1 SM e 22,69% entre 1a 2 SM.. Esses mesmos chefes de família possu<strong>em</strong> como índices deescolaridade mais significativos, os seguintes percentuais: 34,67% entre4 a 7 anos de estu<strong>do</strong> e 19,41% entre 8 a 10 (IBGE, 2000).O bairro de Plataforma, que dá nome à bacia – assim como os d<strong>em</strong>aisbairros que dela faz<strong>em</strong> parte – situa-se no Subúrbio Ferroviáriode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, banha<strong>do</strong> pelas águas da Enseada <strong>do</strong> Cabrito e da Baía deTo<strong>do</strong>s os Santos. Essa área t<strong>em</strong> um histórico relaciona<strong>do</strong> à construçãode várias indústrias, dentre elas a Fábrica de Teci<strong>do</strong>s São Braz.Enseada <strong>do</strong> CabritoEssa Bacia, assim como toda a área <strong>do</strong> Subúrbio Ferroviário de<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, possui um solo <strong>do</strong> tipo massapé, que de acor<strong>do</strong> com especialistas,<strong>em</strong>bora seja resistente quan<strong>do</strong> seco, se expande sob aação da água sofren<strong>do</strong> grandes deformações, resultantes da decomposição<strong>do</strong> calcário. Esta área da Cidade foi, portanto, edificada sobrea falha geológica <strong>em</strong> uma região rica <strong>em</strong> solo que se expandecom a umidade e se contrai com a seca, causan<strong>do</strong> grande instabilidade.Desta forma, a expansão urbana <strong>em</strong> área com essas características,associada aos processos de impermeabilização <strong>do</strong> solo,provoca processos erosivos que culminam com os deslizamentos deterra e enchentes.Na bacia de drenag<strong>em</strong> natural de Plataforma existe o canal de drenag<strong>em</strong>pluvial Aliança <strong>em</strong> Escada, o Canal da Terezinha, a macrodrenag<strong>em</strong>da Ilha Amarela, a macrodrenag<strong>em</strong> da Rua <strong>do</strong>s Ferroviáriose os sangramentos dispersos <strong>do</strong> Dique de Campinas para a enseada<strong>do</strong> Cabrito, como ocorre com o Canal da Travessa União. Tornasenecessária a adequada manutençãodesta rede de drenag<strong>em</strong>pluvial, merecen<strong>do</strong> especial atençãopara o descarte de lixo nasvias públicas e nas redes de drenag<strong>em</strong>,o que contribui para o assoreamento<strong>das</strong> mesmas e para ainundação nos perío<strong>do</strong>s de chuvaintensa.A qualidade <strong>das</strong> águas dessaBacia que não foi monitoriza<strong>das</strong>ofre alterações devi<strong>do</strong> aosmateriais e substâncias carrea<strong>do</strong>spela drenag<strong>em</strong> pluvial, b<strong>em</strong>como ao lançamento de esgotossanitários de <strong>do</strong>micílios ainda nãoliga<strong>do</strong>s à rede coletora <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>apúblico de esgotamento sanitárioou que não dispõ<strong>em</strong> desolução para o destino adequa<strong>do</strong><strong>do</strong>s excretas humanos e <strong>das</strong>águas servi<strong>das</strong>.Ortofotos SICAD / PMS – 2006396 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 397


PRAIA GRANDEO bairro de Praia Grande era constituí<strong>do</strong> de terras com fazen<strong>das</strong>de ga<strong>do</strong> e cana de açúcar. O transporte <strong>das</strong> merca<strong>do</strong>rias ali produzi<strong>das</strong>para exportação era feito de barcos, caravelas, galeões ecanoas.Toda a região era repleta por fazen<strong>das</strong> e, desde a época de suapovoação, este local recebeu o nome de Praia Grande. Dizia-se tambémque essa região era formada por áreas alagadiças e por pomares,onde se podia descansar à sombra <strong>das</strong> árvores.Antes da Segunda Guerra Mundial, Praia Grande era refúgio deproprietários de terra e de indústrias, localiza<strong>das</strong> <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e suaregião. A partir da década de cinquenta, o bairro foi sen<strong>do</strong> ocupa<strong>do</strong>pela população situada nas menores faixas de renda, o que foi dan-<strong>do</strong>, aos poucos, a sua atual configuração. Praia Grande fica localizadaentre Periperi, Itacaranha e Alto da Terezinha.Hoje, o local é habita<strong>do</strong> por pesca<strong>do</strong>res, professores e trabalha<strong>do</strong>res<strong>do</strong> comércio informal. Apresenta ainda casarões e chácaras,registros de um t<strong>em</strong>po que já não existe mais. Em Praia Grande tambémpode ser encontra<strong>do</strong> um pequeno comércio, a Vara Distrital daJustiça, Circunscrição Policial, associações de mora<strong>do</strong>res, agr<strong>em</strong>iaçõesrecreativas, <strong>em</strong>presas de transporte coletivo, escolas públicase da rede privada.Praia Grande possui uma população de 4.998 habitantes, o quecorresponde a 0,20% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,19%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 21,3% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 31,5% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>..Vista da Rua Noêmia Fagundes, 2009Foto: Tonny Bittencourt, 2009Descrição resumida:Inicia-se na linha de costa, na altura <strong>do</strong> cruzamento da Rua Pedro <strong>do</strong>s Reis Gordilho com a Rua Boa Esperança, por onde segue até o cruzamento com a Rua Carlos Gomes, por onde segue até o cruzamento com a Rua da Prefeitura, por onde segueaté o cruzamento com a Ladeira da Colombina, por onde segue até o cruzamento com a Rua Direta <strong>do</strong> Cruzeiro. Segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Belo Horizonte, por onde segue até alcançar a Rua Nova Aliança, segueaté atravessar a Rua Volts, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua Ad<strong>em</strong>ir Peixoto, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> linha reta até cruzar a Avenida Afrânio Peixoto, seguin<strong>do</strong> até alcançar o cruzamento da Rua Almeida Brandão com a Avenida Beira Mar, seguin<strong>do</strong> até alcançar alinha de costa, por onde segue até o ponto de início da descrição deste bairro.398 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 399


ALTO DA TEREZINHA“Há cinqüenta anos, aqui era tu<strong>do</strong> mato, tinha muitas arvores enascentes de rios e pouquíssimas casas. Não havia ônibus, somenteo tr<strong>em</strong>. Tínhamos que descer para pegá-lo, não existia pista, erauma trilha que, quan<strong>do</strong> chovia, era lama pura. Precisávamos lavar opé na maré para pegar o tr<strong>em</strong>. Depois começaram a trazer cascalhoe posteriormente chegou o asfalto, o que melhorou a vida da comunidade”.Dessa maneira, Claudionor Bispo da Paixão, líder comunitário,descreve o bairro Alto da Terezinha e a vida <strong>do</strong>s seus mora<strong>do</strong>res,no passa<strong>do</strong>.Claudionor da Paixão diz ainda que hoje as nascentes estãopoluí<strong>das</strong> e os mina<strong>do</strong>uros sumiram. O Rio da Terezinha, muitoutiliza<strong>do</strong>, no passa<strong>do</strong>, para pesca, lavag<strong>em</strong> de roupa e para banhos,atualmente está bastante poluí<strong>do</strong>, devi<strong>do</strong>, entre outras coisas,ao lançamento de águas servi<strong>das</strong> pelas ocupações espontâneas<strong>em</strong> seu entorno. Para ele, ainda hoje, o bairro carece deinfra-estrutura.Os principais equipamentos deste bairro são: o Colégio Munici-Vista da Baía de To<strong>do</strong>s os Santospal Santa Terezinha, a Escola Municipal Pinheiro, o Colégio EstadualSara Violeta de Melo Kertezs e a Unidade de Saúde da Família.O bairro também abriga a Igreja de Santa Terezinha, consideradapor Paixão uma referência no bairro. Aos jovens são ofereci<strong>do</strong>scursos profissionalizantes pela Associação Criança e Família,apesar desta estar localizada no Rio Sena.Segun<strong>do</strong> o líder comunitário, o nome <strong>do</strong> bairro está relaciona<strong>do</strong>à Escola Municipal Santa Terezinha. “Quan<strong>do</strong> eu nasci, <strong>em</strong> 1953, jáexistia esse colégio e o bairro também já tinha esse nome. Desconheçooutra denominação”.Entre as revelações <strong>do</strong> bairro, Claudionor da Paixão destaca omora<strong>do</strong>r e joga<strong>do</strong>r de futebol Oseías. Ele conta que o joga<strong>do</strong>r, artilheiro<strong>do</strong> Campeonato Brasileiro pelo Atlético, <strong>em</strong> 1996, “nasceu” nocampo de futebol de Santa Terezinha.O Alto da Terezinha possui uma população de 15.812 habitantes,o que corresponde a 0,65% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra0,60% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 29,3% <strong>do</strong>s seus chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 36,04% <strong>do</strong>sseus chefes de família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Foto: Tonny BittencourtDescrição resumida: Inicia-se na linha de costa, na altura <strong>do</strong> cruzamento da Rua Almeida Brandão com a Avenida Beira Mar, por onde segue até cruzar a Avenida Afrânio Peixoto, por onde segue pela Rua Ad<strong>em</strong>ir Peixoto, seguin<strong>do</strong> atéalcançar a Rua Nova Aliança. Segue contornan<strong>do</strong> o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Belo Horizonte, até alcançar a Rua Direta <strong>do</strong> Cruzeiro, por onde segue até alcançar a Rua Nossa Senhora de Lourdes, por onde segue até alcançar aTravessa Saramandaia, por onde segue até alcançar a 1ª Travessa Rio Sena de Cima. Segue até alcançar a Praça Rio Sena, por onde segue até alcançar o cruzamento com a Rua Patrícia Karine, por onde segue até alcançar o cruzamento com a RuaMadalena Pontes Mendes, por onde segue até alcançar o cruzamento com a Rua São Jorge, por onde segue até alcançar o vale situa<strong>do</strong> no fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s lotes <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Cardeal Jean, por onde segue até alcançar a Rua Diretada Terezinha, por onde segue até alcançar o cruzamento com a Rua Pajussara, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Vila Francismar, por onde segue até alcançar o cruzamento com a Avenida Teskei, por onde segue até alcançar o cruzamento com a Rua NiltonLopes, por onde segue até a Rua da Cascata, por onde segue até contornar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Bela Vista, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Avenida Carlota Joaquina, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Ladeira da Terezinha, por onde segue atéalcançar a Rua Pedra Azul, por onde segue até alcançar a Rua Almeida Brandão, seguin<strong>do</strong> até alcançar a linha de costa, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.400 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 401


ITACARANHASitua<strong>do</strong> no Subúrbio Ferroviário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro de Itacaranhajá teve um passa<strong>do</strong> bucólico, quan<strong>do</strong> era apenas um local de veraneioe moradia <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res locais. Segun<strong>do</strong> Jorge Francisco Mota,presidente da Associação de Mora<strong>do</strong>res de Itacaranha, até hoje exist<strong>em</strong>ali as casas de veraneio antigas, depreda<strong>das</strong> pelo t<strong>em</strong>po.Há quarenta anos, “aqui tinha muito mato, onde viviam diferentesanimais, existiam raposas, cobras, macaquinhos... o único transporteera o tr<strong>em</strong>, havia poucas casas, podíamos contar as casas <strong>do</strong>bairro”, diz Jorge Francisco Mota. Hoje, apesar da configuração urbanaser bastante diferente e <strong>do</strong> desenvolvimento <strong>do</strong> comércio local,o bairro é servi<strong>do</strong> apenas pelo Colégio Estadual Cleriston Andradee um Posto de Saúde da Família.Atrás da estação ferroviária fica a Praia de Itacaranha, muitoconhecida como “Praia <strong>do</strong> Oi”. Para Mota, essa praia já foi referência<strong>em</strong> to<strong>do</strong> o subúrbio e hoje é o símbolo <strong>do</strong> bairro, com suaspoucas barraquinhas. Ele conta que, no segun<strong>do</strong> <strong>do</strong>mingo de agosto,acontece na comunidade a Festa de Nossa Senhora, padroeira<strong>do</strong> bairro. “Acontece novena, procissão pelas ruas, depois t<strong>em</strong>bingo e seresta”. Entre as revelações <strong>do</strong> bairro, Jorge Mota des-Estação de Tr<strong>em</strong> de Itacaranha, 2009taca a presença <strong>do</strong> pintor e artista plástico, conheci<strong>do</strong> na cidadecomo Menelau Sete.Itacaranha possui uma população de 15.096 habitantes, o quecorresponde a 0,62% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,60%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 24,8% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 32,6% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Igreja Nossa Senhora de Escada, 2009Esperança BrasilFoto: Elba VeigaDescrição resumida: Inicia-se na linha de costa, na altura <strong>do</strong> cruzamento da Rua Almeida Brandão com a Rua Pedra Azul, por onde segue até alcançar a Ladeira da Terezinha, por onde segue até o cruzamento com a Avenida CarlotaJoaquina, seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Bela Vista, por onde segue até o cruzamento com a Rua da Cascata, por onde segue até o cruzamento com a Rua Nilton Lopes, por onde segue até seu cruzamentocom a Avenida Teskey, seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Rua Teskey, atravessa a Rua da Tijuca, seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Travessa Teskey, por onde segue até o cruzamento com aRua cabaceiras, por onde segue até o cruzamento com Avenida Muritiba, por onde segue até o cruzamento com Rua Muritiba. Segue pela Rua Cachoeira, até alcançar a Rua da Serrinha, por onde segue até o cruzamento com Rua São Felix, poronde segue retornan<strong>do</strong> para a Rua da Serrinha, até alcançar a Avenida Afrânio Peixoto, por onde segue até o cruzamento com a Rua Antonio Balbino, por onde segue até o cruzamento com a 1ª Travessa Mabaço de Cima, por onde segue até ocruzamento com a Rua Mabaço de Cima, por onde segue até o cruzamento com Rua Baptista Macha<strong>do</strong>, seguin<strong>do</strong> até a Travessa Batista Macha<strong>do</strong>, por onde segue até cruzar a Rua Almeida Brandão, até alcançar a linha de costa, por onde segueaté o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.402 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 403


PLATAFORMACom muitas ladeiras e casas antigas, o bairro de Plataforma possuiuma <strong>das</strong> mais privilegia<strong>das</strong> vistas de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, de onde se podever a Cidade Alta, a Ilha de Itaparica, a Ilha de Maré e a Ribeira. Onome <strong>do</strong> bairro surgiu por conta da existência de uma fortificação <strong>do</strong>século XVI, situada onde hoje se localiza a fábrica São Braz.Para o historia<strong>do</strong>r Cláudio Silva, havia um engenho movi<strong>do</strong> porbois, aos pés <strong>do</strong> morro, onde estava a plataforma de defesa de VicenteÁlvares, com canhões para a proteção e segurança da freguesiade Pirajá. A história da fortificação está, como a de muitos outrosFortes, ligada à defesa de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, contra as invasões, principalmentede holandeses. Em 16 de abril de 1638, o príncipe holandês,Maurício de Nassau, des<strong>em</strong>barcou na praia de Plataforma.Em 1851, o fazendeiro Almeida Brandão construiu uma usina que,nove anos depois, foi transformada na Fábrica São Braz. Essa fábricaproduzia o teci<strong>do</strong> que abastecia, inclusive, boa parte <strong>do</strong> Nordeste.Conta a lenda que, <strong>do</strong> piso até o telha<strong>do</strong> da fábrica, to<strong>do</strong>s os materiaisteriam vin<strong>do</strong>, <strong>em</strong> navio, da Europa e que até mesmo os engenheirose arquitetos eram ingleses. Ainda outra fábrica compõe ahistória de Plataforma: a União Fabril <strong>do</strong>s Fiais, de propriedade dafamília Martins Catharino. Essas fábricas tiveram grande importânciapara o bairro, uma vez que foi a sua instalação que estimulou opovoamento da região.Por volta de 1638, os jesuítas ergueram de “taipa”, próxima a umaaldeia indígena, a Capela de São Brás. Um ano depois, ela serviu deabrigo para os invasores holandeses. Em 1919, essa capela foi re-Fundação Gregório de MatosPraça São Brás – Plataforma - 1971formada e a imag<strong>em</strong> de São Brás, levada para restauração <strong>em</strong> Portugal– e nunca mais voltou. A imag<strong>em</strong> existente hoje na igreja foitrazida pela família Almeida Brandão, <strong>do</strong>na da fábrica São Braz. Nodia 3 de janeiro, acontece a festa <strong>do</strong> padroeiro <strong>do</strong> bairro, com lavag<strong>em</strong>da capela e banda de música.O bairro t<strong>em</strong> um local chama<strong>do</strong> Morada de Oxum, onde exist<strong>em</strong>que<strong>das</strong> d’água, porém impróprias para banho, devi<strong>do</strong> ao comprometimentoda qualidade <strong>das</strong> suas águas. Antigamente, era um lugarmuito utiliza<strong>do</strong> para banhos e lazer.Plataforma possui uma população de 28.286 habitantes, o quecorresponde a 1,16% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 1,08%<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,69% <strong>do</strong>s seus chefes de famíliasitua<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos. Noque se refere à escolaridade, constata-se que 34% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Enseada <strong>do</strong> Cabrito, século XXFundação Gregório de MatosDescrição resumida: Inicia-se na linha de costa, por onde segue até alcançar o prolongamento da Travessa Sá Oliveira, por onde segue até o cruzamento com a Rua Almeida Brandão, por onde segue até o cruzamento com a Rua São Paulo,por onde segue até o cruzamento com Rua formosa São João, por onde segue até o cruzamento com a Praça 15 de Abril, por onde segue até o cruzamento com a Rua Chile, por onde segue até o cruzamento com a Rua <strong>do</strong>s Araçás, por onde segue até ocruzamento com a Avenida Afrânio Peixoto, por onde segue até o cruzamento com a Rua São Bartolomeu, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Estrada <strong>do</strong> Cabrito, por onde segue contornan<strong>do</strong> a área arborizada <strong>do</strong> Parque São Bartolomeu, exclusive, por onde segueaté alcançar a Rua Cabaceiras, por onde segue até alcançar o prolongamento da Vila Francismar, seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Vila Teskey, até cruzar a Rua Tijuca, seguin<strong>do</strong> até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis com frente paraa Travessa Teskey, seguin<strong>do</strong> até alcançar a Rua cabaceiras, por onde segue até o cruzamento com Avenida Muritiba, por onde segue até o cruzamento com Rua Muritiba. Segue pela Rua Cachoeira, até alcançar a Rua da Serrinha, por onde segue até ocruzamento com Rua São Felix, por onde segue retornan<strong>do</strong> para a Rua da Serrinha, até alcançar a Avenida Afrânio Peixoto, por onde segue até o cruzamento com a Rua Antonio Balbino, por onde segue até o cruzamento com a 1ª Travessa Mabaço de Cima,por onde segue até o cruzamento com a Rua Mabaço de Cima, por onde segue até o cruzamento com Rua Baptista Macha<strong>do</strong>, seguin<strong>do</strong> até a Travessa Batista Macha<strong>do</strong>, por onde segue até cruzar a Rua Almeida Brandão, até alcançar a linha de costa, poronde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.404 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 405


Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de Stella MarisLocalizada na porção extr<strong>em</strong>o nordeste <strong>do</strong> Município, a Baciade Drenag<strong>em</strong> Natural de Stella Maris possui uma área de13,189km 2 com uma população de 26.141 habitantes, que correspondea 1,0% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Sua densidade populacionalde 4,27hab./km 2 e os índices mais expressivos de rendamensal <strong>do</strong>s chefes de família desta bacia encontram-se distribuí<strong>do</strong>snas seguintes faixas: 22,51% entre 5 e 10 SM e 14,70% commais de 20 SM. Esses mesmos chefes de família possu<strong>em</strong> comoíndices de escolaridade mais significativos as seguintes percentuais:42,93% entre 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong> e 26,17% acima de15 anos. (IBGE, 2000)Pertenc<strong>em</strong> a essa bacia os bairros de Itapuã e Stella Maris. Obairro de Itapuã, imortaliza<strong>do</strong> pela poesia de Vinícius de Moraes, éum local à beira-mar, que abriga uma população com característicassocioeconômicas varia<strong>das</strong>, da Colônia de Pesca<strong>do</strong>res (Z-3) aosmora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s modernos villages. Localiza-se nesse bairro a Lagoa<strong>do</strong> Abaeté.O bairro de Stella Maris é também litorâneo e fica situa<strong>do</strong> nos limites<strong>do</strong> município de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> com o de Lauro de Freitas, distante,aproximadamente, 24km <strong>do</strong> centro da cidade e sedian<strong>do</strong> o AeroportoInternacional de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. As praias de Stella Maris e Flamengosão as preferi<strong>das</strong> <strong>do</strong>s jovens para a prática de esportes como o surf,o jet-ski e o bodyboard e há muito t<strong>em</strong>po v<strong>em</strong> manten<strong>do</strong>-se comopoints <strong>do</strong> verão <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.O processo de urbanização da área teve início nas déca<strong>das</strong> de1960/1970, sen<strong>do</strong> que as duas últimas déca<strong>das</strong> <strong>do</strong> século XX representaramum vertiginoso crescimento urbano para esta bacia, com apre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s con<strong>do</strong>mínios <strong>do</strong> tipo village <strong>em</strong> toda a área. Apesarde contar com muitas moradias de caráter permanente, os bairrosdessa Bacia ainda são escolhi<strong>do</strong>s para veraneio. Essa aceleradaurbanização gerou várias consequências, dentre elas, a impermeabilizaçãode extensas áreas, o que v<strong>em</strong> se refletin<strong>do</strong> na redução <strong>do</strong>sespelhos d’água nos perío<strong>do</strong>s de estiag<strong>em</strong>, b<strong>em</strong> como no aumento<strong>do</strong> escoamento superficial <strong>das</strong> águas de chuva.A vegetação característica dessa bacia é a restinga, com pre<strong>do</strong>minânciade gramíneas e muitas dunas. Também são encontra<strong>do</strong>smuitos ex<strong>em</strong>plares de coqueiros, planta<strong>do</strong>s para produção de coconas fazen<strong>das</strong> <strong>do</strong> litoral.Exist<strong>em</strong> algumas lagoas <strong>em</strong> avança<strong>do</strong> estágio de eutrofização.Parte da área dessa Bacia está situada dentro da APA <strong>das</strong> Lagoase Dunas <strong>do</strong> Abaeté (Dec. Estadual n. 351/87) e no Parque Municipalcom o mesmo nome, instituí<strong>do</strong> pela Lei Municipal n. 3.932/88,com uma área de 1.410ha, caracteriza<strong>do</strong> pela presença de extensasdunas com vegetação típica de restinga, que margeiam a Lagoa<strong>do</strong> Abaeté.A intensificação <strong>do</strong> processo de urbanização dessa Bacia v<strong>em</strong>provocan<strong>do</strong> mudanças na paisag<strong>em</strong> natural, dan<strong>do</strong> lugar a estruturasde concreto que substitu<strong>em</strong> a cobertura vegetal original e alteramo comportamento <strong>do</strong> escoamento superficial, crian<strong>do</strong> assimobstáculos para o movimento natural <strong>das</strong> águas pluviais, por meioda impermeabilização <strong>do</strong> solo com a pavimentação de ruas, calça<strong>das</strong>e edificações.Apesar da aceleração <strong>do</strong> adensamento de ocupação pormeio de loteamentos e con<strong>do</strong>mínios, essa Bacia não foi cont<strong>em</strong>pladacom um planejamento <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a de drenag<strong>em</strong> pluvialpúblico e os investimentos imobiliários restring<strong>em</strong> suas obrasà área <strong>do</strong> <strong>em</strong>preendimento, muitas vezes promoven<strong>do</strong> o aterrode pequenas lagoas de retenção. Será necessário determinar,para os novos <strong>em</strong>preendimentos, o estabelecimento d<strong>em</strong>edi<strong>das</strong> adequa<strong>das</strong> ao desenvolvimento da drenag<strong>em</strong> pluvialurbana. Uma ação indispensável é a implantação de medi<strong>das</strong>compensatórias, como as áreas de infiltrações naturais ou artificiais,como pavimentos permeáveis, trincheiras de infiltraçãoe reservatórios residenciais que aumentam a infiltração e retardamo escoamento, controlan<strong>do</strong> na fonte a questão da drenag<strong>em</strong>,manten<strong>do</strong> as vazões máximas iguais ou menores às condiçõesnaturais, afinal, a solução mais viável para proteger-secontra as cheias urbanas é interceptar a água da chuva antesque esta atinja a rede de drenag<strong>em</strong> pluvial.A qualidade <strong>das</strong> águas dessa bacia não foi monitorizada e sofrealterações devi<strong>do</strong> aos materiais e substâncias carrea<strong>do</strong>s peladrenag<strong>em</strong> pluvial, b<strong>em</strong> como ao lançamento de esgotos sanitáriosde <strong>do</strong>micílios não conecta<strong>do</strong>s à rede coletora <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a públicode esgotamento sanitário, onde existente, ou que não dispõ<strong>em</strong>de solução para o destino adequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s excretas humanos e <strong>das</strong>águas servi<strong>das</strong>.406 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 407


ITAPUÃSitua<strong>do</strong> na Orla Atlântica de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, osíndios foram os primeiros habitantes <strong>do</strong> que hojeé o bairro de Itapuã, vocábulo de orig<strong>em</strong> tupi quesignifica “pedra de ponta”. Até mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> séculoXX, o bairro era pouco povoa<strong>do</strong>, só morava “agente”, que trabalhava por lá ou nas proximidades.Francisca Passos, mora<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> bairro, diz:“quan<strong>do</strong> chegaram os primeiros transportes decargas por terra, vieram os veranistas. Em 1933havia um caminhão pau-de-arara que trazia pessoase cargas da Calçada. Vinha pelo caminhoque hoje é a Estrada Velha <strong>do</strong> Aeroporto (atualAvenida Aliomar Baleeiro)”.Nesse t<strong>em</strong>po, mesmo com a construção da Avenida Otávio Mangabeirana década de cinquenta, Itapuã ainda era um lugar bucólico,que mais tarde serviria de inspiração para Toquinho e Viníciusde Moraes cantar<strong>em</strong> <strong>em</strong> Tarde <strong>em</strong> Itapuã os encantos <strong>do</strong> lugar. Somenteno final <strong>do</strong>s anos sessenta, Itapuã se transformou <strong>em</strong> um <strong>do</strong>spontos de articulação entre o centro da cidade e a <strong>em</strong>ergente zonaindustrial da Região Metropolitana de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o que estimulou aocupação <strong>do</strong> bairro.Ainda hoje Itapuã preserva uma grande singularidade entre osbairros de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> – pitoresco <strong>em</strong> suas paisagens naturais, sugestivopara “passar uma tarde” e plural <strong>em</strong> suas manifestações – estelugar guarda <strong>em</strong> sua história momentos significativos da vida cultural,religiosa e festiva da cidade. A Lavag<strong>em</strong> de Itapuã é uma referênciaimportante para o bairro. Essa festa teve início há mais de 100anos e inicialmente foi uma homenag<strong>em</strong>, <strong>do</strong>s arpoa<strong>do</strong>res de baleiae depois <strong>do</strong>s pesca<strong>do</strong>res e marisqueiras, a Y<strong>em</strong>anjá (Nossa Senhorada Conceição, no sincretismo religioso). Na década de sessentaos governos estadual e municipal criaram um calendário oficial defestas populares e esta festa passou a acontecer s<strong>em</strong>pre na quintafeirada s<strong>em</strong>ana anterior ao carnaval. Desde então, a Lavag<strong>em</strong> deItapuã tornou-se uma festa que mistura o sagra<strong>do</strong> e o profano, lavaseas escadarias da Igreja Nossa Senhora da Conceição de Itapuã(existente desde 1625, como capela), com um ritual religioso e<strong>em</strong> seguida, com os trios elétricos tocan<strong>do</strong>. A Festa da Baleia tambémt<strong>em</strong> um significa<strong>do</strong> especial <strong>em</strong> Itapuã. Idealizada <strong>em</strong> 1987 pelocompositor e escritor Waly Salomão, para Yves Quaglia, mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong>local e coordena<strong>do</strong>r da Agenda 21, essa festa é um momento mui-Fundação Gregório de Matosto significativo para a população <strong>do</strong> bairro, “a festa t<strong>em</strong> um caráterde resgate. Rel<strong>em</strong>bra a pesca da baleia, antigamente uma atividad<strong>em</strong>uito importante para a economia de Itapuã. Ocorre na quarta-feirade cinzas, com o cortejo de uma réplica da baleia Jubarte, desfilan<strong>do</strong><strong>em</strong> carro alegórico. Os mora<strong>do</strong>res oferec<strong>em</strong> presentes à baleia,que no final, é jogada ao mar”.Entre as principais referências <strong>do</strong> bairro, estão a Lagoa <strong>do</strong> Abaeté,o Farol de Itapuã e o Bloco Afro Male Debalê. A Lagoa <strong>do</strong>Abaeté, durante muito t<strong>em</strong>po, foi uma <strong>das</strong> principais fontes de renda<strong>das</strong> pessoas <strong>do</strong> bairro, que pescavam e lavavam roupas. Hoje,este ecossist<strong>em</strong>a compõe o Parque <strong>do</strong> Abaeté e foi transformada<strong>em</strong> área de preservação ambiental. O Farol de Itapuã, ergui<strong>do</strong> sobrea pedra de Piraboca, <strong>em</strong> dez<strong>em</strong>bro de 1873, além de ser um cartãopostal da cidade, até hoje serve de orientação para os navegantes,uma vez que essa é uma área cercada por recifes. O Bloco Malê Debalêfoi funda<strong>do</strong> <strong>em</strong> 1979 por um grupo de mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro; seunome é uma homenag<strong>em</strong> aos Malês, negros muçulmanos que lutaramcontra o processo de escravidão, protagonistas de uma granderevolta no século XIX <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.Os principais equipamentos <strong>do</strong> bairro são: o Centro ComunitárioEsportivo de Itapuã; o Colégio Estadual Lomanto Júnior; aPraça Dorival Caymmi e a Praça Vinícius de MoraesItapuã t<strong>em</strong> aproximadamente uma população de 53,706 habitantes,o que corresponde a 2,20% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra2,17% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 18,54% <strong>do</strong>s chefes defamília situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 1 a 2 salários mínimos.No que se refere à escolaridade, constata-se que 30,79% <strong>do</strong>s chefesde família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Descrição resumida: Inicia-se na Avenida Luís Viana, por onde segue até a Alameda Praia <strong>do</strong> Flamengo, por onde segue até alcançar a linha de costa atlântica. Daí segue pelo até a projeção <strong>do</strong> cruzamento da Rua Albacora com a RuaSargento Walmir Bannach, por onde segue até a Rua Carapeba por onde segue até o seu cruzamento com a Rua Guaraçaima. Segue até seu cruzamento com a Rua Juiz Orlan<strong>do</strong> Heleno de Melo, por onde segue até a 1º Travessa Princesa Isabel, poronde segue até alcançar a Rua Princesa Isabel, por onde segue até seu cruzamento com a Rua Des<strong>em</strong>barga<strong>do</strong>r João Azeve<strong>do</strong> Cavalcante. Daí segue até seu cruzamento com a Rua Deputa<strong>do</strong> Paulo Jackson, por onde segue até sua confluência coma Baixa <strong>do</strong> Tubo. Daí até o cruzamento da Travessa Nova Esperança com a Rua Nova Esperança, por onde segue até cruzamento com a Rua Juazeiro, por onde segue até a Travessa Juazeiro. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até Rua da Natividade,até alcançar a Rua Bonsucesso. Daí segue até a Rua <strong>das</strong> Acácias, até o seu cruzamento com a Rua <strong>do</strong> Cabo Branco, até alcançar o fun<strong>do</strong> de lote <strong>do</strong>s imóveis com frente para a Alameda <strong>das</strong> Roseiras, exclusive, até alcançar o fun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s imóveis comfrente para a Baixa <strong>do</strong> Tubo, exclusive, até a Rua Rafael Pastore Neto até o leito <strong>do</strong> Rio da Mangabeira, por onde segue até a Rua Vale <strong>do</strong> Tubo, até alcançar a Rua Luís Eduar<strong>do</strong> Magalhães, por onde segue até o seu cruzamento com a Avenida LuísViana no ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.408 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 409


STELLA MARISStella Maris situa-se na Orla Atlântica de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e “aindaguarda os encantos de um lugar de veraneio”. Sormani FerrazTeixeira, presidente da ONG Amil Lagoas, afirma que antigamentea região compreendia a Fazenda Paranaguá e as terras da DEILCONSTRUTORA LTDA – e que aos poucos toda a área foi sen<strong>do</strong>loteada. “Em 1978, foi inaugura<strong>do</strong> o Loteamento Praia <strong>do</strong> Flamengo,entretanto, os grandes con<strong>do</strong>mínios surgiram a partir de 1995com o boom imobiliário”. Teixeira ressalta ainda que a PETRO-BRÁS contribuiu muito com o crescimento deste bairro ao compraruma grande área e construir um clube e um con<strong>do</strong>mínio paraseus funcionários.Conforme Paulo César Sales, mora<strong>do</strong>r <strong>do</strong> local, o bairro de StellaMaris “não tinha estrada, transporte, água encanada e esgotamentosanitário”; foi através da luta da Associação de Mora<strong>do</strong>res que obairro conseguiu a pavimentação <strong>das</strong> ruas e a melhoria da iluminaçãopública. Segun<strong>do</strong> Teixeira, o nome <strong>do</strong> bairro é uma homenag<strong>em</strong>à companheira de Dorival Caymmi, que se chamava Stella.Para Sormani Teixeira, as dunas de restinga são uma grande referência<strong>do</strong> bairro, “o fato de ainda existir<strong>em</strong> essas dunas aqui <strong>em</strong>Stella Maris é muito importante, pois elas serv<strong>em</strong> de escu<strong>do</strong> para asalinidade que v<strong>em</strong> <strong>do</strong> mar e para o reabastecimento <strong>do</strong>s lençóis fre-áticos”. Ele explica ainda que a preservação <strong>das</strong> águas de Stella Marisestá relacionada com as dunas, pois elas são fundamentais paraa manutenção <strong>das</strong> lagoas que exist<strong>em</strong> no local.Teixeira afirma que muitas dessas lagoas são nascentes, ou seja,são olhos d’água que afloram <strong>do</strong> lençol freático. “As lagoas hoje estãototalmente antropiza<strong>das</strong>, houve uma desord<strong>em</strong> muito grande <strong>do</strong>ponto de vista ambiental. A Lagoa <strong>do</strong> Flamengo, por ex<strong>em</strong>plo, apesarde artificial é um <strong>do</strong>s maiores espelhos d’água de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>”. A impermeabilização<strong>do</strong> solo gera probl<strong>em</strong>as de drenag<strong>em</strong> e acaba porse refletir na diminuição <strong>do</strong>s espelhos d’água.É muito comum no bairro a intervenção da iniciativa privada paraa limpeza e drenag<strong>em</strong> <strong>das</strong> lagoas. Os mora<strong>do</strong>res se preocupam coma preservação desse patrimônio ambiental e solicitam <strong>do</strong>s poderespúblicos atenção com esse ecossist<strong>em</strong>a, de mo<strong>do</strong> inclusive a garantira integridade <strong>das</strong> áreas de preservação ambiental.Em Stella Maris não existe uma festa que mobilize to<strong>do</strong> o bairro.Segun<strong>do</strong> Teixeira, o que existe são festas internas <strong>do</strong>s diversos con<strong>do</strong>míniosexistentes no local.Stella Maris t<strong>em</strong> aproximadamente uma população de 10.057 habitantes,o que corresponde a 0,41% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, concentra0,46% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 28,35,51% <strong>do</strong>s chefesde família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de 5 a 10 saláriosmínimos. No que se refere à escolaridade, constata-se que 49,41%<strong>do</strong>s chefes de família têm de 11 a 14 anos de estu<strong>do</strong>s.Dunas de Stella Maris, a partir da Rua José Augusto Tourinho Dantas, 2009Foto: Danilo BandeiraDescrição resumida:Inicia-se na Avenida Luís Viana, por onde segue até a Alameda Praia de Guaratuba, por onde segue até alcançar a Rua José Augusto Tourinho Dantas, por onde segue até Rua Santo Antônio de Ipitanga. Daí segue por este logra<strong>do</strong>uro até a linha decosta atlântica. Daí segue pelo limite da linha de costa atlântica até alcançar a projeção da Alameda Praia <strong>do</strong> Flamengo, por onde segue até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.410 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 411


Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de São Tomé de ParipeLocalizada na extr<strong>em</strong>a porção continental noroeste <strong>do</strong> Município,a bacia de drenag<strong>em</strong> natural de São Tomé de Paripe possui área de15,809km 2 , com uma população de 89.826 habitantes, que correspondea 3,68% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Pertenc<strong>em</strong> a essa baciaos bairros de São Tomé, Paripe e Fazenda Coutos. Sua densidadepopulacional é de 5,12hab./km 2 e os índices mais expressivos derenda mensal <strong>do</strong>s chefes de família encontram-se distribuí<strong>do</strong>s nasseguintes faixas: 23,40% de meio a 1 SM e 23,02% entre 1 e 2 SM.Estes mesmos chefes de família possu<strong>em</strong> como índices de escolaridad<strong>em</strong>ais significativos os seguintes percentuais: 19,40% de 1 a 3anos de estu<strong>do</strong> e 35,31% de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).Alguns bairros que compõ<strong>em</strong> essa bacia são litorâneos, com praiasde águas tranquilas, sen<strong>do</strong> que algumas delas possu<strong>em</strong> áreas significativascom vegetação r<strong>em</strong>anescente de Mata Atlântica, além deexpressivo manguezal na Baía de Aratu.Em São Tomé existe um manguezal, localiza<strong>do</strong> próximo ao Quilombo<strong>do</strong> Tororó, que abriga uma variedade de animais típicos desse ecossist<strong>em</strong>ae alimenta a maioria <strong>do</strong>s descendentes quilombolas. Segun<strong>do</strong>mora<strong>do</strong>res locais, o quilombo v<strong>em</strong> sen<strong>do</strong> prejudica<strong>do</strong> pelo aterramentoque ocorreu após a implantação da Companhia de Cimento São <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>– COCISA, na década de 1960 e que funcionou até mea<strong>do</strong>s dadécada de 1990, que destruiu uma parte deste manguezal.Outra questão ambiental significativa é a contaminação da Baíade Aratu por efluentes e resíduos industriais que geraram um passivoambiental relaciona<strong>do</strong> à contaminação da água, sedimentos e <strong>do</strong>próprio manguezal com metais pesa<strong>do</strong>s e hidrocarbonetos.A ocupação dessa Bacia é bastante antiga, com um patrimônioreligioso, como igrejas, que datam <strong>do</strong> século XVI. Na Praia de SãoTomé está instalada a Base Naval de Aratu, b<strong>em</strong> próxima ao limitecom o município de Simões Filho.Merec<strong>em</strong> destaque no cenário cultural dessa Bacia o Centro de Artese Cultura Deral<strong>do</strong> Lima, o Centro de Cultura <strong>em</strong> DesenvolvimentoEcologia, a Galeria 13, a ruína da Igreja de Nossa Senhora <strong>do</strong> Ó, festade São Roque, a Capoeira Bantos Brasil, além <strong>do</strong> já menciona<strong>do</strong> Quilombo<strong>do</strong> Tororó, <strong>em</strong> São Tomé, existente há vários séculos, forma<strong>do</strong>originalmente por escravos pesca<strong>do</strong>res que após a abolição continuaramcom a atividade de pesca, passan<strong>do</strong> então a comercializar o produto.Atualmente os quilombolas sobreviv<strong>em</strong> basicamente da pesca e<strong>do</strong> artesanato, manten<strong>do</strong> a herança cultural de seus antepassa<strong>do</strong>s.Essa bacia possui solo <strong>do</strong> tipo massapé, cuja característica é oaspecto pegajoso, textura argilosa, coloração escura e alto teor defertilidade, porém, com alto grau de instabilidade <strong>em</strong> função da suaexpansão sob as águas, tornan<strong>do</strong> essa área vulnerável a deslizamentosde terra ou inundações. Portanto, as características pe<strong>do</strong>lógicasassocia<strong>das</strong> aos processos de impermeabilização, tornam aárea potencialmente propensa a riscos e a saturação <strong>do</strong>s canais dedrenag<strong>em</strong> pluvial.Os canais de macrodrenag<strong>em</strong> pluvial, <strong>em</strong> sua maioria, receb<strong>em</strong>a denominação <strong>das</strong> vias por onde passam ou de algum ponto de referêncialocal, como é o caso <strong>do</strong>s canais da COCISA, São Luís, Tamandaré,da Bélgica e da Rua <strong>do</strong> Colégio da Fazenda Coutos. Alémdeles exist<strong>em</strong> as contribuições para a bacia <strong>do</strong> rio Paraguari, intercepta<strong>das</strong>por el<strong>em</strong>entos diversos, forman<strong>do</strong> canais naturais no ParqueSetúbal, acima da bacia anteriormente mencionada.A qualidade <strong>das</strong> águas dessa bacia não foi monitorizada e sofrealterações devi<strong>do</strong> aos materiais e substâncias carrea<strong>do</strong>s pela drenag<strong>em</strong>pluvial, b<strong>em</strong> como ao lançamento de esgotos sanitários de <strong>do</strong>micíliosnão conecta<strong>do</strong>s à rede coletora <strong>do</strong> sist<strong>em</strong>a público de esgotamentosanitário, onde existente, ou que não dispõ<strong>em</strong> de solução parao destino adequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s excretas humanos e <strong>das</strong> águas servi<strong>das</strong>.412 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 413Saco <strong>do</strong> TororóOrtofotos SICAD / PMS – 2006


Fundação Gregório de MatosFAZENDA COUTOSLocaliza<strong>do</strong> no Subúrbio Ferroviário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, o bairro FazendaCoutos surgiu na década de oitenta a partir da transferência<strong>das</strong> famílias que habitavam a antiga ocupação <strong>das</strong> Malvinas. Pés delicuri, dendê e mato, eram o cenário da região.O bairro abriga a Frente Cultural, um fórum deentidades da região, que costuma promover, alémde “discussões livres”, eventos integran<strong>do</strong> os mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> local. De to<strong>do</strong>s os eventos, a Feira de Artes<strong>das</strong> Escolas e Comunidade de Fazenda Coutos(FESC) é o mais aguarda<strong>do</strong>. Organiza<strong>do</strong> duranteto<strong>do</strong> o ano, nesta Feira de Artes, diferentes gruposapresentam-se e realizam oficinas. Próximo ao Natalum “faxinaço” no bairro também reúne os mora<strong>do</strong>res– é um dia inteiro fazen<strong>do</strong> reparos <strong>em</strong> facha<strong>das</strong>, pintan<strong>do</strong>meio-fios, dentre outras atividades.O Centro Comercial Popular de Fazenda Coutos,a Praça Parque Jur<strong>em</strong>a, a Associação Beneficente<strong>do</strong>s Mora<strong>do</strong>res da 1ª Etapa de Fazenda Coutose a Escola Comunitária Criança Feliz, estãoentre os principais equipamentos deste bairro.Fazenda Coutos possui uma população de 23.059habitantes, o que corresponde a 0,94% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>;concentra 0,83% <strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 30,37%<strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>s na faixa de renda mensal de0,5 a 1 salário mínimo. No que se refere à escolaridade, constata-seque 37,49% <strong>do</strong>s seus chefes de família têm entre 4 a 7anos de estu<strong>do</strong>.Igreja de Santo AntônioFoto: Tonny BittencourtDescrição resumida:Inicia-se nas proximidades <strong>do</strong> cruzamento da Via Bronze com a Ro<strong>do</strong>via BA-528, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao vale situa<strong>do</strong> próximo a Rua Álvaro Leitegel, cruzan<strong>do</strong>-a, seguin<strong>do</strong> pelo vale até alcançar a Rua Almirante Mourão de Sá, por onde segue até ocruzamento com a Rua Santa Rosa, por onde segue até o cruzamento com a Rua José <strong>do</strong> Patrocínio, por onde segue até o cruzamento com a Rua Deo<strong>do</strong>ro da Fonseca da Fraternidade, por onde segue até o cruzamento com a Rua São Lourenço,por onde segue <strong>em</strong> direção ao vale, atravessa a Travessa Manoel Fernandes e a Travessa Mo<strong>em</strong>a, incluin<strong>do</strong> as localidades Fazenda Coutos I, Fazenda Coutos II e Fazenda Coutos III, até alcançar a Ro<strong>do</strong>via BA-528, seguin<strong>do</strong> até o ponto de início dadescrição <strong>do</strong> limite desse bairro.414 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 415


SÃO TOMÉO bairro de São Tomé está situa<strong>do</strong> no Subúrbio Ferroviáriopróximo à Ilha de Maré. Surgiu depois <strong>do</strong> bairro de Paripe e durant<strong>em</strong>uitos anos foi um atrativo para veraneio. Em um passa<strong>do</strong> distante,diz-se que neste lugar existiu o Quilombo <strong>do</strong> Tororó, forma<strong>do</strong>por escravos pesca<strong>do</strong>res.São Tomé de Paripe já abrigou várias fábricas, entre elas a Companhiade Cimento de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> – COCISA. Atualmente, existe no localum cais da Usina Siderúrgica da Bahia - USIBA, que serve comoterminal de descarga de navio de minério, um terminal marítimo paraas ilhas próximas e à Base Naval de Aratu, localizada mais precisamentena Praia de In<strong>em</strong>a, que, conforme Consuelo Pondé de Senasignifica: Y - I = água, n<strong>em</strong>a - fétida, apodrecida, logo In<strong>em</strong>a, apesarde ser uma bela praia, era considerada pelos tupis, que a batizaram,de água fétida, mal cheirosa.O bairro é cerca<strong>do</strong> pela Praia de São Tomé, uma praia de águascalmas, bastante aproveitada, principalmente, pela população <strong>do</strong> Subúrbio.É parte da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos e é dela que a comunidadese sustenta, uma vez que a base econômica <strong>do</strong> local é a pescae a mariscag<strong>em</strong>.A Igreja de São Tomé também é uma marca <strong>do</strong> bairro. Constru-ída pelos jesuítas no século XVI, <strong>em</strong> louvor a São Tomé de Paripe,situa-se no cume de uma colina, ten<strong>do</strong> <strong>em</strong> seu entorno algumas pequenascasas. Segun<strong>do</strong> mora<strong>do</strong>res o nome <strong>do</strong> bairro é uma homenag<strong>em</strong>a este santo.Ainda hoje a população local sofre com a falta de infraestruturae de serviços. O bairro conta com um posto de saúde, a Escola Dr.Otaviano Pimentel, o Colégio Estadual João Caribé e a Associaçãode Mora<strong>do</strong>res que oferece cursos de borda<strong>do</strong> e artesanato.Do ponto de vista artístico e cultural, destaca-se <strong>em</strong> São Tomé deParipe o Centro de Artes e Cultura Deral<strong>do</strong> Lima, cria<strong>do</strong> pelo artistaplástico Deraldino Lima para ser um centro de capacidades e desenvolvimentocultural, o Grupo de Capoeira Bantos Brasil, inaugura<strong>do</strong><strong>em</strong> 2001 e o Centro de Cultura <strong>em</strong> Desenvolvimento Escologia, umprojeto alicerça<strong>do</strong> <strong>em</strong> uma ação de resgate e sedimentação da culturada comunidade enfocan<strong>do</strong> a produção artesanal de <strong>do</strong>ces, cestariae renda de bilros. Além disso, Galeria 13 <strong>do</strong> artista plástico Deral<strong>do</strong>Lima desenvolve trabalho <strong>em</strong> seu atelier com crianças.São Tomé possui uma população de 9.954 habitantes, o que correspondea 0,41% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>; concentra 0,38% <strong>do</strong>s<strong>do</strong>micílios da cidade, estan<strong>do</strong> 22,40% <strong>do</strong>s seus chefes de família situa<strong>do</strong>sna faixa de renda mensal de 0,5 a 1 salário mínimo. No quese refere à escolaridade, constata-se que 32,99% <strong>do</strong>s seus chefesde família têm entre 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>.Praia de São Tomé, 1975Fundação Gregório de MatosDescrição resumida:Inicia-se na Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, nas proximidades da Praia de Tubarão, seguin<strong>do</strong> <strong>em</strong> direção ao continente na altura da Rua Eduar<strong>do</strong> Dotto. Segue pela encosta até alcançar o prolongamento da Rua Humberto Silva, cruzan<strong>do</strong> por onde seguepela encosta, até cruzar a Rua Alto da Bela Vista, seguin<strong>do</strong> até cruzar a 1ª travessa Ailton Mello, seguin<strong>do</strong> até cruzar a Ro<strong>do</strong>via BA-528, seguin<strong>do</strong> até alcançar o limite entre <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> Simões Filho, por onde segue até alcançar a Baía de Aratu, por ondesegue pela linha de costa, contornan<strong>do</strong> a linha de costa, incluin<strong>do</strong> a Base Naval de Aratu, seguin<strong>do</strong> até o ponto de início da descrição <strong>do</strong> limite desse bairro.418 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 419


Bacia Hidrográfica da Ilha de MaréA Bacia da Ilha de Maré possui uma área de 13,79km 2 , que correspondea 4,47% <strong>do</strong> território soteropolitano. T<strong>em</strong> uma populaçãode 4.175 habitantes, que equivale a 0,63% <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>e possui uma densidade populacional de 302,66hab./km 2 . Possui953 <strong>do</strong>micílios, que correspond<strong>em</strong> a 0,14% <strong>do</strong>s levantamentos <strong>do</strong>simóveis residenciais da capital <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> (IBGE, 2000).Sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s mais belos recantos da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos,a Ilha de Maré possui vários povoa<strong>do</strong>s e localidades como Itamoabo,Botelho, Santana, Neves, Praia Grande, Bananeiras, Armenda(que se refere a uma grande amen<strong>do</strong>eira), Maracanã, Porto<strong>do</strong>s Cavalos, Caquende, Oratório e Martelo. Santana é considera<strong>do</strong>o coração ou a “capital” da Ilha, onde se encontra a Igrejade Nossa Senhora de Santana, uma importante referência paraa comunidade. Das onze localidades desta Ilha, apenas a de Botelhopossui atraca<strong>do</strong>uro público. As d<strong>em</strong>ais, excetuan<strong>do</strong>-se Porto <strong>do</strong>sCavalos que possui um atraca<strong>do</strong>uro da Petrobrás, conforme GER-MEN (2004), apesar de mais densamente povoa<strong>das</strong>, não possu<strong>em</strong>nenhum cais para atracação de <strong>em</strong>barcações. Em relação às faixasde renda mensal, 61,15% <strong>do</strong>s chefes de família receb<strong>em</strong> até 1 SMe 30,79% estão na faixa de mais de 1 até 3 SM, não sen<strong>do</strong> registra<strong>do</strong>ninguém com rendimento superior a 20 SM. Em relação à escolaridade,22,85% <strong>do</strong>s chefes de família não têm instrução, 28,27%possu<strong>em</strong> de 1 a 3 anos de estu<strong>do</strong> e 41,66% têm de 4 a 7 anos deestu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).A Ilha de Maré é, até hoje, um mosaico de história, contada pelasruínas <strong>do</strong>s engenhos Bonfim, Santo Antônio e Maré e por seu povo,descendentes de indígenas e de diferentes populações africanas. Nointerior da Ilha ainda exist<strong>em</strong> fazen<strong>das</strong> e sítios produtivos. Possuin<strong>do</strong>um relevo acidenta<strong>do</strong> e variações altimétricas na faixa de 0 a 105m,essa Ilha t<strong>em</strong> a costa muito recortada e caracterizada por reentrânciase saliências, falésias e praias arenosas (GERMEN, 2004).Desde 1982 a Ilha de Maré é considerada como Reserva Ecoló-Figura 01. Bacias Hidrográficas <strong>do</strong>s Rios da Ilha de Maré e localização <strong>das</strong> estações de coleta de amostras de águaIlha de Maré, 2009Foto: Elba Veiga420 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 421


gica Municipal (Decreto Municipal n. 3.207, de 05 de julho de 1982).A vegetação é densa, com significativos r<strong>em</strong>anescentes de MataAtlântica, além de muitas árvores frutíferas, sen<strong>do</strong> a cana brava amatéria-prima utilizada para os trabalhos de cestaria pelos artesãoslocais. Há também uma extensa plantação de bananeiras, cujo frutoé a matéria-prima <strong>do</strong> famoso <strong>do</strong>ce de banana na palha, típico daárea. Do ponto de vista ambiental, vale destacar a existência de belosmanguezais, que des<strong>em</strong>penham importante papel no ecossist<strong>em</strong>alocal, além de formações recifais no Sul da Ilha.A Ilha de Maré apresenta uma baixa dinâmica d<strong>em</strong>ográfica. Paraas comunidades que viv<strong>em</strong> nela, o acesso a serviços de saneamentobásico ainda é um <strong>do</strong>s principais probl<strong>em</strong>as locais. N<strong>em</strong> to<strong>das</strong> aslocalidades têm acesso à água tratada e o esgotamento sanitário émuito deficiente, o que aumenta os riscos de diss<strong>em</strong>inação de <strong>do</strong>ençasrelaciona<strong>das</strong> à água, especialmente, nas localidades com serviçode saúde precário. No passa<strong>do</strong> a falta d’água levou a populaçãoinsular a utilizar soluções alternativas, como a construção de poçosartesianos e reservatórios particulares, entretanto, há mais de dezIlha de Maré, 2007anos foi implanta<strong>do</strong> o Sist<strong>em</strong>a de Abastecimento de Água e está <strong>em</strong>fase de implantação o Sist<strong>em</strong>a de Esgotamento Sanitário. Pela faltade esgotamento é provável que o solo e os lençóis de água estejamcontamina<strong>do</strong>s, além da visível contaminação <strong>das</strong> praias locais.Outro probl<strong>em</strong>a ambiental relevante é a devastação <strong>das</strong> formaçõesrecifais, para a retirada de calcáreo, provocan<strong>do</strong> mudanças fisionômicasno fun<strong>do</strong> rochoso <strong>das</strong> praias.Muitos <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res da Ilha são, além de artesãos de cestaria(notadamente <strong>em</strong> Praia Grande) e rendeiras (principalmente <strong>em</strong>Santana), pesca<strong>do</strong>res e marisqueiros (sobretu<strong>do</strong> <strong>em</strong> Santana e Bananeiras,respectivamente). A renda de bilro é uma <strong>das</strong> atividadesartesanais de maior expressão da Ilha de Maré. A Igreja de NossaSenhora <strong>das</strong> Neves destaca-se como um <strong>do</strong>s principais atrativosturísticos <strong>do</strong> lugar. A referida capela está situada <strong>em</strong> uma pequenacolina e foi construída por volta de 1570 pelos jesuítas, sen<strong>do</strong> o núcleoinicial da povoação de Neves. As festividades <strong>em</strong> honra a NossaSenhora <strong>das</strong> Neves acontec<strong>em</strong> na primeira quinzena de agosto,segun<strong>do</strong> GERMEN (2004).Foto: Fernan<strong>do</strong> TeixeiraAs bacias existentes na ilha estão com um alto grau dedesmatamento <strong>em</strong> diversas nascentes, inclusive com o aterramentode manguezais. A perda da cobertura vegetal nativacausa a diminuição da vazão de suas águas, com grandesmalefícios para a recarga <strong>do</strong> aquífero. Outro fator de grandedegradação ambiental foi o extrativismo mineral submarinopara a fabricação de cimento da fábrica COCISA, que provocoua destruição de flora e fauna de corais presentes no entorno<strong>das</strong> Ilhas de Maré e <strong>do</strong>s Frades.Entre seus principais equipamentos estão: a Escola Municipalde Botelho, a Escola Municipal de Bananeira, EscolaMunicipal Santana, a Escola Municipal Nossa Senhora<strong>das</strong> Candeias, Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima,e um Posto de Saúde da Família.Qualidade <strong>das</strong> ÁguasPor meio de consulta realizada <strong>em</strong> cartografia, foram defini<strong>das</strong>08 (oito) estações para coleta de amostras de água na Ilhade Maré, sen<strong>do</strong> que, a partir <strong>do</strong> trabalho de campo, foi constata<strong>do</strong>que 06 (seis) são <strong>em</strong> rios com influência salina, encapsula<strong>do</strong>s,intermitentes e de baixa vazão (Figura 01).Assim, as estações cont<strong>em</strong>pla<strong>das</strong> para a coleta de amostrasde água foram <strong>em</strong> rio de água <strong>do</strong>ce, cujo curso flui ou nãonaturalmente no ambiente durante o ano, sen<strong>do</strong> defini<strong>das</strong> comoMAR01 e MAR02, ambas localiza<strong>das</strong> <strong>em</strong> Maracanã.Apenas uma campanha foi realizada (no perío<strong>do</strong> chuvoso)e as análises <strong>das</strong> amostras de água nas estações MAR01 eMAR02 apresentaram como resulta<strong>do</strong>s valores de ColiformesTermotolerantes (MAR01=1,2x10 3 UFC/100mL; MAR02=6,4UFC/100mL), DBO (MAR01=1,1mg/L; MAR02=Não detectável), NitrogênioTotal (MAR01 e MAR02=Não detectável) <strong>em</strong> conformidadecom os limites da Resolução CONAMA n. 357/05 paraáguas <strong>do</strong>ces classe 2. Apenas os valores da concentração deOD para as duas estações (MAR01=4,50mg/L; MAR02=4,10mg/L) e de Fósforo Total (MAR02=0,122mg/L) não atenderam àreferida Resolução.Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s parâmetros apresenta<strong>do</strong>s e de outrosparâmetros também analisa<strong>do</strong>s indicam boa qualidade da água<strong>do</strong> rio monitoriza<strong>do</strong> na Ilha de Maré.422 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 423


Bacia Hidrográfica <strong>do</strong>s Rios da Ilha <strong>do</strong>s FradesPassosA Bacia da Ilha <strong>do</strong>s Frades, integrante da região insular <strong>do</strong> municípiode <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, possui uma área de 15,67km 2 , o que corresponde5,07% <strong>do</strong> território soteropolitano. Com uma população de1.005 habitantes, que corresponde a 0,15% <strong>do</strong>s habitantes da capital,t<strong>em</strong> densidade populacional de 64,15hab/km 2 . Possui 234 <strong>do</strong>micílios,que corresponde a 0,04% <strong>do</strong>s espaços residenciais de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>(IBGE, 2000).Em relação às faixas de renda mensal, os chefes de família encontram-sedistribuí<strong>do</strong>s nas seguintes faixas mais significativas: 51,54%não possu<strong>em</strong> rendimento ou chegam até 1 SM e 38,77% de 1 até 3SM. Os índices de escolaridade de maior expressão <strong>do</strong>s chefes defamília dessa bacia são os seguintes: 19,38% não apresentam nenhumano de instrução; 29,07% possu<strong>em</strong> de 1 a 3 anos e 37,44%entre 4 e 7 anos de estu<strong>do</strong> (IBGE, 2000).A Ilha pertencia aos jesuítas e, por isso, o seu turismo não é apenasecológico, mas também religioso-histórico, afinal, a Ilha possuiinúmeros vestígios da ocupação jesuítica, como a Igreja de NossaSenhora <strong>do</strong> Loreto <strong>do</strong> Boqueirão e a Capela de Nossa Senhora deGuadalupe. Em 1748, os frades transferiram a posse da Ilha paraJoão da Costa, estabeleci<strong>do</strong> <strong>em</strong> Itaparica, pois vieram, a saber, sobrea possibilidade de expulsão <strong>do</strong> Brasil pelo Marquês de Pombal,quan<strong>do</strong> de sua reforma, o que realmente ocorreu <strong>em</strong> 1759.Palco de resistência <strong>do</strong>s índios tupinambás aos coloniza<strong>do</strong>res, aIlha recebeu este nome por nela ter<strong>em</strong> se refugia<strong>do</strong> frades que conseguiramsobreviver a um naufrágio, sen<strong>do</strong> devora<strong>do</strong>s por índios. Algumaspessoas afirmam, no entanto, que o topônimo da ilha é devi<strong>do</strong>apenas ao pertencimento e ocupação <strong>do</strong>s jesuítas, que receberamas terras de Tomé de Souza, sen<strong>do</strong> a primeira versão, para estes,apenas uma lenda.A ilha também foi importante entreposto na época da escravidão,pois ai os africanos oriun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> tráfico ficavam de quarentena, ondeesperavam até a venda, sen<strong>do</strong> engorda<strong>do</strong>s para que seu valor subisse.Também foi estabeleci<strong>do</strong> <strong>em</strong> suas áreas um lazareto, para oacolhimento de pessoas que tinham hanseníase.sBacia Hidrográfica <strong>do</strong>sRios da Ilha <strong>do</strong>s FradesFigura 01. Bacias Hidrográficas <strong>do</strong>s Rios da Ilha <strong>do</strong>s Frades e localização <strong>das</strong> estações para coleta de amostras de águaAtraca<strong>do</strong>uro <strong>em</strong> Paramana, 2007Foto: Frnan<strong>do</strong> Teixeira424 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 425


A ilha <strong>do</strong>s Frades possui baixa densidade d<strong>em</strong>ográfica, com cincolocalidades lindeiras ao mar: Paramana, Torto, Costa de Fora,Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe e Loreto. A população éformada por trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Terminal de Madre de Deus e unidadesfabris da Petrobrás, a ex<strong>em</strong>plo da Refinaria Landulpho Alves deMataripe - RLAM, além de pesca<strong>do</strong>res e marisqueiras. Nas localidadesacima menciona<strong>das</strong>, exist<strong>em</strong> fontes de poluição e contaminação,gerada por detritos e despejos <strong>do</strong>mésticos, causa<strong>do</strong>res dediarreias e outras <strong>do</strong>enças por veiculação hídrica. Assim, os pequenoscórregos que passam por esses assentamentos apresentam degradaçãoambiental. Entretanto, encontra-se <strong>em</strong> fase de implantaçãoo Sist<strong>em</strong>a de Abastecimento de Água e o Sist<strong>em</strong>a de EsgotamentoSanitário.Em relação à questão fundiária, a maioria <strong>das</strong> terras da Ilha <strong>do</strong>sFrades pertence à iniciativa privada. É justamente nessas terras ondese encontram as nascentes (altitude máxima de 105m) e a maioria<strong>do</strong>s cursos d’água, os quais não se estend<strong>em</strong> por mais de 2km. Oscaminhos naturais desses filetes d’água e riachos dirig<strong>em</strong>-se até omar da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, através de extensos manguezais,conforme GERMEN (2004). Essa ilha já foi bastante cobiçada pelafartura de água; assim, tripulações de franceses e holandeses a assaltavam,muitas vezes, pela necessidade de reabastecimento. Sobrevivena m<strong>em</strong>ória de visitantes mais antigos o hábito de ir até a Ilha<strong>do</strong>s Frades para servir<strong>em</strong>-se de água limpa para consumo.Desde 1975 que a Ilha <strong>do</strong>s Frades é um Parque (Decreto Estadualn. 24.643, de 28/02/75), com r<strong>em</strong>anescentes de Mata Atlântica,contan<strong>do</strong> ainda com a presença de espécies como o pau-brasil,além de vários ecossist<strong>em</strong>as de manguezais e vegetação de restingaque sofre grande interferência humana com a erradicação da vegetaçãonativa.Qualidade <strong>das</strong> ÁguasPor meio de consulta realizada <strong>em</strong> mapa georreferencia<strong>do</strong>, foramdefini<strong>das</strong> 10 (dez) estações para coleta de amostras de água na Ilha<strong>do</strong>s Frades, sen<strong>do</strong> que, a partir <strong>do</strong> trabalho de campo, foi constata<strong>do</strong>que 06 (seis) são <strong>em</strong> rios com influência salina, encapsula<strong>do</strong>s, intermitentese de baixa vazão (Figura 01).Assim, as estações cont<strong>em</strong>pla<strong>das</strong> para a coleta de amostras deágua foram <strong>em</strong> rio de água <strong>do</strong>ce, cujo curso flui ou não naturalmenteno ambiente durante o ano, sen<strong>do</strong> defini<strong>das</strong> as estações FRA03e FRA04, ambas localiza<strong>das</strong> <strong>em</strong> Tobar e FRA09 e FRA10 <strong>em</strong> Pontade Nossa Senhora, ou seja, <strong>em</strong> <strong>do</strong>is rios da Ilha.Apenas uma campanha foi realizada (no perío<strong>do</strong> chuvoso) e as análises<strong>das</strong> amostras de água nas estações FRA03 e FRA04 apresentaramvalores de Coliformes Termotolerantes (FRA03=1,4UFC/100mL;Foto: Fernan<strong>do</strong> TeixeiraIgreja <strong>em</strong> Loreto, 2009Visão da Ilha <strong>do</strong>s FradesFoto: Fernan<strong>do</strong> TeixeiraFRA04=4,0UFC/100mL), DBO (FRA03=5,29mg/L; FRA04=6,51mg/L),Nitrogênio Total (FRA03=Não detectável; FRA04=1,0mg/L) e FósforoTotal (FRA03=Não detectável; FRA04=0,053mg/L). Já as amostrasde água <strong>das</strong> estações FRA09 e FRA10 apresentaram valores de ColiformesTermotolerantes (FRA09=1,5UFC/100mL; FRA10=1,10UFC/100mL), DBO (FRA09=1,3mg/L; FRA10=3,6mg/L), Nitrogênio Total(FRA09=1,6mg/L; FRA10=1,7mg/L) e Fósforo Total (FRA09=0,048mg/L; FRA10=0,092mg/L) <strong>em</strong> conformidade com os limites da ResoluçãoCONAMA n. 357/05 para águas <strong>do</strong>ces classe 2. Apenas nas estaçõesno Rio de Ponta de Nossa Senhora, os valores da concentraçãode OD para as duas estações (FRA09=3,80mg/L; FRA10=4,30mg/L)não atenderam a referida Resolução.Os resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s parâmetros apresenta<strong>do</strong>s e de outros parâmetrostambém analisa<strong>do</strong>s indicam boa qualidade <strong>das</strong> águas <strong>do</strong>s riosmonitoriza<strong>do</strong>s na Ilha <strong>do</strong>s Frades.426 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 427


Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural da Ilha de Bom Jesus <strong>do</strong>s PassosPassosA bacia de drenag<strong>em</strong> natural da Ilha de Bom Jesus <strong>do</strong>s Passospossui uma área de 0,659km 2 , com uma população de 1.537 habitantes,que corresponde a 0,06% da população de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Sua densidadepopulacional de 2.332,32hab./km 2 , 47,7% <strong>do</strong>s chefes de famíliaperceb<strong>em</strong> por mês de 0 a 2SM e 55,11% <strong>do</strong>s chefes de famíliat<strong>em</strong> de 4 a 7 anos de estu<strong>do</strong>s (IBGE, 2000).A ilha de Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos fica entre as ilhas de Madre deDeus e <strong>do</strong>s Frades, <strong>em</strong> mar de águas calmas, excelente para a pescae a prática de esportes náuticos. Embora sua área esteja dentroda APA da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos, é quase que totalmente desprovidade cobertura vegetal, notan<strong>do</strong>-se apenas um pequeno bolsão deárea verde natural e arborização introduzida pela comunidade.Originalmente a ilha foi habitada por índios tupinambás e, nestaépoca, era chamada de Pataíba Assú. Seu batismo atual ocorreu <strong>em</strong>1776, durante a construção da Igreja de Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos, dearquitetura peculiar, localizada na praça da localidade. A populaçãolocal vive da pesca e da carpintaria ou são funcionários da indústria<strong>do</strong> petróleo ou <strong>das</strong> Prefeituras de Madre de Deus e <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.A Ilha de Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos possui ligeiras ondulações to-pográficas, sen<strong>do</strong> o seu ponto mais alto um outeiro de, aproximadamente,30m, onde fica um Cruzeiro que se tornou o mirante da Ilha.Exist<strong>em</strong> vários probl<strong>em</strong>as ambientais nessa Ilha, a ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> comprometimentoambiental <strong>das</strong> praias e a contaminação <strong>do</strong> solo e <strong>do</strong>lençol freático por esgotos <strong>do</strong>mésticos e pela disposição inadequadade resíduos sóli<strong>do</strong>s, além <strong>do</strong>s probl<strong>em</strong>as causa<strong>do</strong>s por vazamentosde óleo e deriva<strong>do</strong>s de petróleo. A proximidade com os terminais petrolíferosda vizinha Ilha de Madre de Deus deixa toda a área dessaIlha <strong>em</strong> constante esta<strong>do</strong> de potencial risco ambiental.A Ilha não t<strong>em</strong> bacias hidrográficas e até 2007 não havia um sist<strong>em</strong>apúblico adequa<strong>do</strong> de abastecimento de água, fazen<strong>do</strong> com quea comunidade utilizasse um sist<strong>em</strong>a de captação de águas de chuvaconstituí<strong>do</strong> de calhas, que recolh<strong>em</strong> águas <strong>do</strong>s telha<strong>do</strong>s, <strong>das</strong> bicas e<strong>do</strong>s reservatórios. A outra forma de abastecimento dá-se por meio decisternas coletivas, poços artesianos e fontes públicas, merecen<strong>do</strong> oregistro da Fonte da Rua, a Fonte <strong>do</strong> Porrãozinho (bastante degrada<strong>das</strong>)e a Fonte Grande, muito utilizada para o abastecimento de águada população. Em agosto de 2007, foi inaugura<strong>do</strong> e passou a funcionaro sist<strong>em</strong>a público de abastecimento de água, que é opera<strong>do</strong> pelaIlha de Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos, 2009428 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>Foto: Fernan<strong>do</strong> Teixeira


EMBASA. Não existe sist<strong>em</strong>a de esgotamento sanitário e muitas casasnão possu<strong>em</strong> fossas sépticas e sumi<strong>do</strong>uros, lançan<strong>do</strong> seus esgotosa céu aberto, muitas vezes diretamente na praia. Praticamente inexistesist<strong>em</strong>a de drenag<strong>em</strong> de águas pluviais na Ilha. Apesar da pouquíssimavegetação, ainda exist<strong>em</strong> muitas áreas permeáveis, <strong>em</strong> função<strong>do</strong> baixo índice de impermeabilização <strong>do</strong>s solos.A Festa <strong>do</strong> Senhor Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos é uma referência naIlha. Realiza-se entre o final de dez<strong>em</strong>bro e o início de janeiro. Nestafesta ocorre o novenário de Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos e a procissãomarítima <strong>em</strong> louvor a Nossa Senhora <strong>do</strong>s Navegantes, no segun<strong>do</strong>sába<strong>do</strong> <strong>do</strong> ano. A procissão é uma festa centenária e as <strong>em</strong>barcaçõessa<strong>em</strong> de Bom Jesus com destino ao Merca<strong>do</strong> Modelo. Já nocontinente, os fiéis segu<strong>em</strong> para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição.Após a missa, a imag<strong>em</strong> é levada de volta à Ilha, passan<strong>do</strong>por várias comunidades da Baía de To<strong>do</strong>s os Santos. Para os mora<strong>do</strong>res<strong>do</strong> local, este festejo, além de renovar a fé, dinamiza o setorturístico e a economia da Ilha.Faz<strong>em</strong> parte de Bom Jesus, como é chamada popularmente, aPraça Comenda<strong>do</strong>r Neiva, ainda hoje chamada de “começo da ilha”.Nela encontram-se a Casa <strong>do</strong> Caboclo (local onde fica guardada aestátua <strong>do</strong> Caboclo para os festejos <strong>do</strong> Dois de Julho) e a sede daSociedade Cultural Recreativa Lira União <strong>do</strong>s Artistas. Na Ilha existeainda o Largo <strong>do</strong> Cais, onde está situada a Igreja de Bom Jesus<strong>do</strong>s Passos, o Largo da Fonte Nova, o Largo <strong>do</strong> Tanque, a Praia daPontinha e a Praia <strong>do</strong> Padre.Entre os equipamentos de Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos estão: a EscolaMunicipal Antônio Carlos Magalhães; a Colônia de Pesca<strong>do</strong>res deBom Jesus <strong>do</strong>s Passos – Z-3 e o Solar <strong>do</strong>s Duarte. A ocupação urbanafoi feita com a construção de um casario de meia-parede, qu<strong>em</strong>antém um padrão de horizontalidade harmônico.A qualidade <strong>das</strong> águas dessa Bacia não foi monitorizada, porémsofre alterações devi<strong>do</strong> aos materiais e substâncias carrea<strong>do</strong>spela pequena extensão de galerias de drenag<strong>em</strong> pluvial, ou mesmo,escoa<strong>do</strong>s sobre os logra<strong>do</strong>uros públicos, b<strong>em</strong> como ao lançamentoà céu aberto de excretas humanos e <strong>das</strong> águas servi<strong>das</strong> devi<strong>do</strong>a não existência de solução apropriada <strong>do</strong>s mesmos na maioria<strong>do</strong>s <strong>do</strong>micílios.Igreja Senhor <strong>do</strong>s Passos, 2008Foto: Fernan<strong>do</strong> TeixeiraCais da Ilha de Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos, 2008Foto: Fernan<strong>do</strong> Teixeira430 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 431


Foto: Nicholas Costa


As fontes na Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong><strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> é a cidade <strong>das</strong> fontes d’água. Bochicchio (2003) afirmaque Thomé de Souza não pensou duas vezes, quan<strong>do</strong> achou o portoideal, devi<strong>do</strong> à água, para fundação da cidade.Na escolha <strong>do</strong> local para a construçãoda Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, a disponibilidade deágua forçosamente teria que ser considerada.Tanto Azeve<strong>do</strong> (1969), quanto Falcão(1949) relatam que, efetivamente, no regimentoque deu a Thomé de Souza, o rei: “...espero que este seja e deve ser um sítio sadioe de bons ares, e que tenha abastança deáguas, e porto <strong>em</strong> que b<strong>em</strong> possam amarraros navios e varar<strong>em</strong>-se quan<strong>do</strong> cumprir, porqueto<strong>das</strong> estas qualidades ou as mais delaspuder<strong>em</strong> ser, cumpre que tenha dita fortalezae povoação”.As antigas fontes <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> foram construí<strong>das</strong> para facilitar oacesso da população à água e, assim, abastecera cidade (Figura 01). Exist<strong>em</strong> desde aépoca <strong>das</strong> capitanias hereditárias e representaram,durante longos anos, el<strong>em</strong>entode real importância para a população. Hoje,a maioria delas estão parcialmente ou totalmentedestruí<strong>das</strong> e, aos poucos, aguadeirose mulheres com lata d’água na cabeçaforam desaparecen<strong>do</strong> <strong>do</strong> cenário urbanoe <strong>do</strong> cotidiano da cidade.Assim, na primeira metade <strong>do</strong> século XIX, os chafarizes e as fontespúblicas existentes já não atendiam a d<strong>em</strong>anda <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>resda cidade e n<strong>em</strong> às aspirações iluministas de progresso da época.Em 1800, com o aumento da população e aprogressiva expansão da cidade, o númerode fontes havia também cresci<strong>do</strong>. ConformeCarneiro (1980), <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> havia muitasfontes, <strong>em</strong>bora, <strong>em</strong> fins <strong>do</strong> século XVIII, segun<strong>do</strong>Vilhena (1969), não existisse dentroda cidade uma única, cuja água se pudessebeber.Sampaio (2005) relata que, nas casasFigura 01 - Fonte no Largo Dois de Julho (BAHIA, 2003)Figura 02 – Companhia de Água <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong> (BAHIA, 2003)Figura 03 – Casa de vender água (SAMPAIO, 2005)e nos escritórios, a água era armazenada <strong>em</strong> tanques, talhas, potese moringas. No entanto, à medida que a população crescia, a águadiminuía, com isso tornou-se urgente prover a cidade com um sist<strong>em</strong>ade abastecimento constante.Desse mo<strong>do</strong>, com o crescimento populacionale expansão da cidade, <strong>em</strong> 1850, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,com 60 mil habitantes, carecia de umsist<strong>em</strong>a de abastecimento de água (BAHIA,2003). Estabeleceu-se, então, um serviço decanalização pelo qual a província contribuiriacom 150 contos de réis.Em 1852, houve um incentivo para construçãode mais fontes e chafarizes <strong>em</strong> virtudeda Lei nº 451, de 17 de junho de 1852, quecriou o serviço de abastecimento de água potávelpara a cidade (BOCCANERA JÚNIOR, 1921). Este incentivo resultouna criação da Companhia de Água <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong> (Figura 02).Afinal, <strong>em</strong> 7 de janeiro de 1853, começarama funcionar 21 chafarizes, nos principaispontos da cidade (AZEVEDO, 1969;BAHIA, 2003).Em 1870, renova-se o contrato e prorroga-seo privilégio, com a condição da <strong>em</strong>presaexecutar novas obras (BAHIA, 1966).Com esta exigência e para compl<strong>em</strong>entara água <strong>do</strong>s chafarizes insuficientes para oconsumo da cidade, a Companhia organizoua distribuição da água <strong>em</strong> diversas casas, conheci<strong>das</strong> como casasde vender água (Figura 03). Por ter<strong>em</strong> si<strong>do</strong> instala<strong>das</strong> ao términoda Guerra <strong>do</strong> Paraguai, <strong>em</strong> março de 1870, foram designa<strong>das</strong> comos nomes de locais onde houvera vitórias<strong>do</strong> exército brasileiro – Curuzu, Humaitá,etc. (SAMPAIO, 2005).Começa um novo século. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> tinha<strong>em</strong> torno de 250 mil habitantes e um consumoper capita de 35 litros de água por dia:20% <strong>do</strong> necessário. A Companhia de Água,s<strong>em</strong> recursos, não tinha perspectivas de novosinvestimentos (BAHIA, 2003).Fotos: Fundação Gregório de Matos434 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 435


Em 1904, contratou-se o engenheiro Teo<strong>do</strong>ro Sampaio que, combase <strong>em</strong> uma estimativa de que <strong>em</strong> 20 anos a população aumentaria<strong>em</strong> cinquenta por cento, elaborou uma proposta de sist<strong>em</strong>a de abastecimentopara a cidade. Em 1910, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> já dispunha de um novo sist<strong>em</strong>ade abastecimento de água. Nessa época, toda a rede de distribuiçãoda cidade tinha uma extensão de 89 quilômetros (BAHIA, 2003).Mesmo com a o serviço de distribuição de água encanada já implanta<strong>do</strong>,<strong>em</strong> mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XIX, não se conseguiu satisfazer anecessidade de toda a população da cidade. Os mora<strong>do</strong>res continuavama recorrer aos aguadeiros, que faziam um serviço de distribuiçãoparalelo, por meio <strong>das</strong> principais fontes existentes na cidade.(PEREIRA 1994)A mudança <strong>do</strong> uso de fontes públicas para sist<strong>em</strong>a de abastecimentopor canalização foi lenta, pois implantar um sist<strong>em</strong>a com tecnologiadiferente requeria um investimento grande, e não foi possívelque a alteração ocorresse imediatamente <strong>em</strong> sua totalidade.Depois da implantação <strong>do</strong> Sist<strong>em</strong>a de Abastecimento de Água, asfontes, aos poucos, foram perden<strong>do</strong> sua importância como meio deabastecimento, sen<strong>do</strong> progressivamente aban<strong>do</strong>na<strong>das</strong>. Com o passar<strong>do</strong> t<strong>em</strong>po, essa situação foi se agravan<strong>do</strong>, chegan<strong>do</strong> a configurarsenos dias de hoje <strong>em</strong> uma lamentavel situação de degradação, <strong>do</strong>ponto de vista urbano e ambiental. Entretanto, as fontes continuama resistir ao t<strong>em</strong>po e ao descaso – muitas delas enfrentam os séculoscom uma assombrosa imponência. Eram obras feitas para durare cada uma delas tinha uma história particular. Segun<strong>do</strong> Anísio Félix:“Algumas fontes, pobrezinhas, já n<strong>em</strong> choram. Outras, entretanto,velhinhas, ainda resist<strong>em</strong> ao t<strong>em</strong>po e um fio de água continua escorren<strong>do</strong>,fininho, fininho, parecen<strong>do</strong> lágrima” (FÉLIX, 1982).O levantamento da qualidade <strong>das</strong> águas <strong>em</strong> terreiros de Can<strong>do</strong>mblése justifica pelo significa<strong>do</strong> simbólico e pelos usos <strong>das</strong> águas nocontexto da religiosidade de orig<strong>em</strong> africana, <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. A simbologia<strong>das</strong> águas nas religiões de orig<strong>em</strong> africana descortina um universomágico, guardan<strong>do</strong> similaridades com o significa<strong>do</strong> que as águasadquir<strong>em</strong> <strong>em</strong> tantas outras manifestações religiosas. Mircea Eliadeafirma, por ex<strong>em</strong>plo, a universalidade de determina<strong>das</strong> representaçõessobre as águas e o comum significa<strong>do</strong> que determina<strong>do</strong>s el<strong>em</strong>entosda natureza adquir<strong>em</strong> <strong>em</strong> sociedades, as mais diversas. Elecaracteriza o universo religioso a partir da negação da dualidade entrerazão e desrazão e fala-nos de formas de ser no mun<strong>do</strong>, de duasdimensões possíveis da existência humana: a sagrada e a profana.Estes mo<strong>do</strong>s de ser não são excludentes, e a maior d<strong>em</strong>onstraçãodisso é o fato de o hom<strong>em</strong> moderno não ter excluí<strong>do</strong> <strong>do</strong> seu cotidianoo comportamento religioso e mágico. Neste universo, o “sobrenatural”está indissoluvelmente liga<strong>do</strong> ao “natural” e a “sacralidade éuma manifestação completa <strong>do</strong> ser” (Eliade, s.d., p.147).A noção de que as águas preced<strong>em</strong> a toda e qualquer forma e estãoassocia<strong>das</strong> à criação é universal e faz-nos retomar a tese de MirceaEliade de que as águas apresentam idêntico significa<strong>do</strong> nas maisvaria<strong>das</strong> sociedades e religiões. As águas no can<strong>do</strong>mblé, como <strong>em</strong>religiões milenares, significariam o “princípio <strong>do</strong> indiferencia<strong>do</strong> e <strong>do</strong>virtual, fundamento de toda manifestação cósmica, as águas simbolizama substância primordial de que nasc<strong>em</strong> to<strong>das</strong> as formas e paraa qual voltam, por regressão ou cataclismo. Elas foram no princípio,elas voltarão no fim de to<strong>do</strong> ciclo histórico ou cósmico; elas existirãos<strong>em</strong>pre — se b<strong>em</strong> que nunca sós, porque as águas são s<strong>em</strong>pregerminativas, guardan<strong>do</strong> na sua unidade não fragmentada as virtualidadesde to<strong>das</strong> as formas” (Eliade, 1993, p.153).Tal simbolismo <strong>das</strong> águas gira <strong>em</strong> torno <strong>das</strong> noções de fonte devida, meio de purificação e regenerescência. “Numa fórmula sumária,poder-se-ia dizer que as águas simbolizam a totalidade <strong>das</strong> virtualidades;elas são fons et origo, a matriz de to<strong>das</strong> as possibilidades de existência”(Eliade, 1993, p.153). Elas representam, pois, a informalidade,a virtualidade, a infinidade <strong>do</strong>s possíveis, a promessa de desenvolvimento.Encontra-se <strong>em</strong> diferentes culturas formulações sobre aágua como fonte primeira de vida, a “matéria-prima a Prakriti: Tu<strong>do</strong>era água, diz<strong>em</strong> os textos hindus; as vastas águas não tinham margens,diz um texto taoista. Bramanda, o Ovo <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>, é choca<strong>do</strong> àsuperfície <strong>das</strong> Águas. Da mesma forma, o Sopro ou Espírito de Deus,no Gêneses, pairava sobre as águas” (Chevalier; Gheerbrant,1989, p.15). A exaltação <strong>das</strong> águas como fonte de vida, força e purezaé também, ex<strong>em</strong>plarmente, ilustrada no Rig Veda: “Vós, as Águas, quereconfortais, trazei-nos a força, a grandeza, a alegria, a visão!… Soberana<strong>das</strong> maravilhas, regente <strong>do</strong>s povos, as Águas!… Vós, as Águas,dai sua plenitude ao r<strong>em</strong>édio, a fim de que ele seja uma couraça parameu corpo, e que assim eu veja por muito t<strong>em</strong>po o sol!… Vós, as Águas,levai daqui esta coisa, este peca<strong>do</strong>, qualquer que ele seja, que cometi,esse malfeito que fiz, a qu<strong>em</strong> quer que seja, essa jura mentirosa quejurei” (CHEVALIER; GHEERBRANT, 1989, p.15).No universo <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé, a água é o el<strong>em</strong>ento primordial, a partir<strong>do</strong> qual to<strong>das</strong> as coisas se estruturam; as águas purificam, regeneram,curam e realizam desejos. Encontra-se nas len<strong>das</strong> africanas <strong>do</strong>s Orixása universal noção <strong>das</strong> águas primordiais, <strong>do</strong> oceano <strong>das</strong> origens,que situa nas águas o poder cósmico: Olódùmarè, o Deus Supr<strong>em</strong>o<strong>do</strong>s nagôs, que residia no além de um mun<strong>do</strong> que ainda não existia,ordena a Olofin-Odudua que desça até as extr<strong>em</strong>idades de quatrocentasmil correntes e, de onde se vê uma extensão d’água s<strong>em</strong> limites,abra o saco da criação, deixan<strong>do</strong> escorrer daí uma “substância estranhade cor marrom. Essa substância forma um montículo na superfícieda água. É a terra” (Verger, 1985, p.86). Este lugar será só <strong>do</strong>sImalés, lugar onde estes serão numerosos, onde “cada um será umchefe e terá um lugar só para si” (Verger, 1985, p.83). Como afirmaSodré, “na sociedade africana exist<strong>em</strong> muitos mitos, muitas len<strong>das</strong> <strong>em</strong>relação às águas. Águas que se manifestam de várias maneiras. Desdea água-lama, que é o princípio da vida, que é de Nanã, até a águaque ingerimos, até os el<strong>em</strong>entos que estão dentro da gente <strong>em</strong> formade líqui<strong>do</strong>” (Sodré apud SANTOS, 2000, p. 207).No can<strong>do</strong>mblé pratica<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, as águas abr<strong>em</strong> e fechamo ciclo de com<strong>em</strong>orações e estão presentes <strong>em</strong> muitos <strong>do</strong>s seus ritos.“As águas são importantes porque elas abr<strong>em</strong> a casa <strong>do</strong> can<strong>do</strong>mblé,fazen<strong>do</strong> despacho de rua. Ela purifica as pessoas quan<strong>do</strong>você faz um cortejo fúnebre, ela está presente no quotidiano da maceração<strong>das</strong> folhas, ela purifica seu corpo” (Sodré apud SANTOS,2000, p. 207). As águas estão presentes no can<strong>do</strong>mblé de várias formas,“(...) de várias maneiras, até no cozimento <strong>do</strong>s alimentos, naquartinha, nos banhos de purificação, na ingestão de determina<strong>do</strong>sprodutos. Estou falan<strong>do</strong> também de líqui<strong>do</strong>s, <strong>do</strong> sumo de uma folha,de uma fruta, <strong>do</strong> recolhimento de determinada substância. O can<strong>do</strong>mblégira muito <strong>em</strong> torno da terra e da água, <strong>das</strong> coisas da natureza”(Sodré apud SANTOS, 2000, p. 207).À Procura <strong>das</strong> FontesQuadro 01 – Catálogo de FontesNR010203040506FONTE DA GRAÇAFONTE NOVAFONTEFONTE DAS PEDRASFONTE CONJUNTO BAHIAFONTE DE SANTA LUZIAFONTE DO BALUARTETIPOPÚBLICAPÚBLICAPÚBLICAPÚBLICAPÚBLICADESATIVADAO trabalho de caracterização da qualidade urbano-ambiental<strong>das</strong> fontes implicou <strong>em</strong> um árduo trabalho de levantamento <strong>do</strong>cumentale bibliográfico <strong>em</strong> fontes secundárias, como livros antigos,jornais, monografias e dissertações – na leitura de textos que datavam<strong>do</strong> início <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong> até os dias atuais. Foram aindafeitos levantamentos <strong>em</strong> órgãos públicos, que são direta ou indiretamenteresponsáveis pela manutenção, restauração e reforma<strong>das</strong> fontes, a ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> Patrimônio Artístico e Culturalda Bahia (IPAC) e o Instituto de Patrimônio Histórico e ArtísticoNacional (Iphan-Bahia).Com base nesse levantamento, foi estrutura<strong>do</strong> um banco de da<strong>do</strong>sno qual foram cataloga<strong>das</strong> as fontes situa<strong>das</strong> <strong>em</strong> espaços públicose priva<strong>do</strong>s, como também <strong>em</strong> espaços religiosos de orig<strong>em</strong>africana, a ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> Can<strong>do</strong>mblé, que são utiliza<strong>das</strong> <strong>em</strong> ritos religiosose <strong>das</strong> quais não existiam ainda registros escritos. A principalreferência para o levantamento <strong>das</strong> fontes <strong>do</strong>s terreiros foi otrabalho de mapeamento <strong>do</strong>s terreiros, desenvolvi<strong>do</strong> pela UniversidadeFederal da Bahia e pela Prefeitura Municipal <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> -<strong>Secretaria</strong>s Municipais da Reparação e da Habitação da época, <strong>em</strong>parceria com o Centro de Estu<strong>do</strong>s Afro-Orientais da UFBA.Inicialmente foram identifica<strong>do</strong>s 1.162 terreiros, ten<strong>do</strong> os mesmossi<strong>do</strong> investiga<strong>do</strong>s com o objetivo de identificar a existência defontes e seus respectivos usos. Essa pesquisa foi feita levan<strong>do</strong> <strong>em</strong>consideração o ano de fundação <strong>do</strong> terreiro, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> inicialmenteprioriza<strong>do</strong>s os mais antigos, ou seja, aqueles que tiveram a possibilidadede se apropriar de territórios com fontes. Desse levantamento,foram seleciona<strong>das</strong> 10 fontes para análise.Em seguida, foi realizada a campanha de campo, objetivan<strong>do</strong> confirmara presença <strong>do</strong> manancial, capturar a coordenada geográfica,realização de registro fotográfico e coleta de água.Ao final, foram cataloga<strong>das</strong> 41 fontes, apresenta<strong>das</strong> no Quadro01, sen<strong>do</strong> que, destas, corre água <strong>em</strong> 36. As 5 restantes foram incluí<strong>das</strong>devi<strong>do</strong> ao seu grande valor histórico.BairroGRAÇAMATATUNAZARÉSANTA MÔNICACOMÉRCIOSANTO ANTONIOX551706,33554116,93553939,02556181,11553362,33554046,55COORDENADASY8563152,258565359,468565401,048568236,508566368,498567101,72436 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 437


070809101112131415FONTE BANHEIRO DOS JESUITASFONTE DAS PEDREIRASFONTE DO GUETOFONTE DO MUGUNGAFONTE DO PEREIRAFONTE DO QUEIMADOFONTE DA ESTICAFONTE DOS PERDÕES OU S. ANTONIOFONTE PEDREIRA OU DA PREGUIÇADESATIVADAPÚBLICAPÚBLICADESATIVADADESATIVADAPÚBLICAPÚBLICAPÚBLICAPÚBLICACOMÉRCIOCIDADE NOVACANDEALCOMÉRCIOCENTRO HISTÓRICOLAPINHALIBERDADEBARBALHOCOMÉRCIO554345,37555506,11556319,02554167,70553004,633554524,25555113,64554086,41552369,528568395,578567050,658563360,958568046,798565871,808567727,118568839,328566860,798565130,69Os laboratórios que forneceram os da<strong>do</strong>s <strong>das</strong> análises de águapara esta pesquisa foram o Laboratório <strong>do</strong> Departamento de EngenhariaAmbiental-LABDEA/UFBA e o Laboratório da Empresa Baianade Águas e Saneamento- EMBASA. Os parâmetros seleciona<strong>do</strong>s foramCor, pH, Cloreto, DQO, DBO, N nitrato, OD, Turbidez, Ferro Total,Fósforo Total e Coliformes termotolerantes. A análise realizadalevou <strong>em</strong> conta os parâmetros estipula<strong>do</strong>s pela Portaria n. 518/04,<strong>do</strong> Ministério da Saúde, Resolução CONAMA n. 357/05 e a ResoluçãoCONAMA n. 274/00.outros tipos de usos, a ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> que acontece <strong>em</strong> muitas outrasfontes na cidade. Sua deterioração foi acelerada no final da décadade 1960, <strong>do</strong> século XX, ten<strong>do</strong> por principais motivos a construção daAvenida <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Canela e também <strong>das</strong> ruas próximas.A fonte e a praça estão revitaliza<strong>das</strong>, com jardim e parque infantil.As obras foram executa<strong>das</strong> pela então SURCAP, órgão da PrefeituraMunicipal <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> (PMS).Tabela 01 - Qualidade da Água da Fonte da GraçaPrâmetro Limite Conama UnidadeCloreto


Em 1977, essa fonte abastecia os mora<strong>do</strong>res circunvizinhos.Com a reforma efetuada no início século XX, seu maiorprobl<strong>em</strong>a era a ausência de esgoto para escoamento, o quetransformou toda a região num charco, dificultan<strong>do</strong> o acessoà fonte.Em 1800, a Fonte Nova, apesar de ter uma água “grossa” e“pesada”, apresentava condições para se beber, segun<strong>do</strong> Azeve<strong>do</strong>(1969).Conforme pode ser observa<strong>do</strong> na Figura 05, a fonte t<strong>em</strong> o aspectoprecário, <strong>em</strong>bora sua estrutura física esteja intacta, t<strong>em</strong> muitolimo e sujeira. Seu principal uso é para lavag<strong>em</strong> de carros, de roupae para banhos. Os mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> entorno utilizam-na, quan<strong>do</strong> háfalta de água encanada. A vazão é alta.Tabela 02 - Qualidade da Água da Fonte NovaPrâmetro Limite Conama UnidadeCloreto


Tabela 05 - Qualidade da água da Fonte Santa LuziaPrâmetroCloretoCorDBODQOFerro TotalFósforo TotalN.NitratoODpHTurbidezColiformesTermotoleranteConforme da<strong>do</strong>s apresenta<strong>do</strong>s na tabela 05, a potabilidade desuas águas está inadequada, porém pode ser utilizada para banho,segun<strong>do</strong> a Resolução CONAMA n. 274/00.FONTE DO BALUARTELimite Conama


É elevada a vazão dessa fonte, ao longo de to<strong>do</strong> o ano. Ao contráriode outras fontes, como a <strong>das</strong> Pedras, São Pedro e Perdões, afonte <strong>do</strong> Gueto t<strong>em</strong> bacia de recolhimento de pequena dimensão. Noentorno da bica, foi desenvolvi<strong>do</strong> um trabalho artístico com montagensde azulejos quebra<strong>do</strong>s, com destaque para a face de leão, <strong>em</strong>alto relevo, na localização da saída d’água. A decoração da fonte seintegra ao local, área de denso significa<strong>do</strong> cultural, <strong>em</strong> função <strong>do</strong>strabalhos desenvolvi<strong>do</strong>s por Carlinhos Brown no bairro.A localidade onde a fonte se encontra apresenta elevada concentraçãopopulacional e muitas edificações. Com o projeto de urbanizaçãoe benfeitorias realiza<strong>das</strong> no local, a fonte sofreu pequeno deslocamentoe, após a mudança, ficou estrategicamente posicionada,no centro de uma pracinha. Usada pela comunidade para banhos,limpeza de casa, lavag<strong>em</strong> de carros, para beber e ambiente de lazerde crianças, ela t<strong>em</strong> importância social relevante.Antigamente era conhecida como “Fonte de Seu Júlio”, <strong>em</strong> alusão àpessoa que tinha o cuida<strong>do</strong> de mantê-la s<strong>em</strong>pre limpa. Depois, passoua ser reconhecida pelo nome <strong>do</strong> lugar onde está instalada: Gueto.Tabela 07 - Qualidade da água da Fonte <strong>do</strong> GuetoPrâmetro Limite Conama UnidadeCloreto


Tabela 08 - Qualidade da água da Fonte <strong>do</strong> Queima<strong>do</strong>PrâmetroCloretoCorDBODQOFerro TotalFósforo TotalLimite Conama


ca de mármore com detalhes <strong>do</strong>s melhoramentos introduzi<strong>do</strong>s <strong>em</strong>1851 (PEREIRA FILHO, 1977)Muito frequentada por mora<strong>do</strong>res da circunvizinhança, parabanhos, lavag<strong>em</strong> de roupas, carros e para abastecimento residencial.Segun<strong>do</strong> Lima (2005), <strong>das</strong> dez fontes analisa<strong>das</strong>,no perío<strong>do</strong> da pesquisa, esta é a que apresenta maior vazão,com uma média de 6.479,8L/h de água. Contu<strong>do</strong>, esse monumentoestá picha<strong>do</strong>, aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>, descuida<strong>do</strong>, com lixo <strong>em</strong>uito limo.Figura 19 - Fonte Santo Antônio <strong>do</strong> CabulaFONTE DO BURAQUINHOLocalizada na Rua Rio Negro, s/nº - Monte Serrat, precisamenteno quintal de algumas casas, é utilizada para uso <strong>do</strong>méstico (lavag<strong>em</strong>de roupa, de casa, banhos, etc.), assim como para beber e cozinharalimentos (Figura 21)Tabela 11 - Qualidade da água da Fonte da PreguiçaPrâmetroLimite ConamaUnidadeValorTabela 12 - Qualidade da água da Fonte <strong>do</strong> Santo Antônio <strong>do</strong> CabulaCloretoCorDBODQOFerro TotalFósforo TotalN.NitratoODpHTurbidezColiformesTermotolerante


A água flui diretamente de uma grande rocha. Nela, foi esculpidauma pequena bacia de recolhimento, dan<strong>do</strong>-lhe uma característicarústica, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> acrescenta<strong>do</strong> um pequeno muro que seguraa água descartada.Consideran<strong>do</strong> a potabilidade e balneabilidade a fonte se apresentaadequada segun<strong>do</strong> a tabela 14, a Portaria n. 518/04 <strong>do</strong> MS ea Resolução CONAMA n. 274/00.FONTE DO CHEGA NEGOA Fonte <strong>do</strong> Chega Nego está localizada na Av Oceânica, s/n- Ondina, <strong>em</strong> frente à praia da Onda. É um monumento <strong>do</strong>s anos20, <strong>do</strong> século XX, construí<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> o governa<strong>do</strong>r José JoaquimSeabra fez uma <strong>das</strong> maiores intervenções na cidade, abrin<strong>do</strong> aveni<strong>das</strong>(Figura 22).Tabela 15 - Qualidade da água da Fonte <strong>do</strong> Chega NegoPrâmetroCloretoCorDBODQOFerro TotalFósforo TotalN.NitratoODpHTurbidezColiformesTermotoleranteLimite Conama


FONTE DA BICA – SÃO CAETANOFONTE DAVITabela 20 - Fonte DaviLocaliza-se na Ladeira Fonte da Bica – São Caetano, e é basicamenteusada pelos mora<strong>do</strong>res da circunvizinhança para lavag<strong>em</strong> de roupas,carros, abastecimento e banhos no local. A fonte está encravada <strong>em</strong> áreadensamente povoada e com muitas edificações, localidade de topografiamenos elevada, <strong>em</strong> comparação com a área de entorno. Foi registrada apresença de um posto de gasolina nas proximidades (Figura 26)A fonte Davi localiza-se na Rua Emília Couto, s/nº - Brotas, próximoao Hospital Aristides Maltêz.PrâmetroCloretoCorDBODQOFerro TotalFósforo TotalLimite Conama


pela vegetação <strong>do</strong> local onde flui a água. O ambiente se apresenta muitoúmi<strong>do</strong>, por não haver escoamento da água que transborda da fonte.Tabela 21 - Fonte de Biologia - UFBAPrâmetro Limite ConamaCloreto


de N. Nitrato e coliformes termotolerantes, porém pode ser utilizadapara banho, segun<strong>do</strong> a Resolução CONAMA n. 274/00.FONTE DO UNHÃOA Fonte <strong>do</strong> Unhão encontra-se localizada na Avenida Contorno,s/nº, no Solar <strong>do</strong> Unhão - Centro.De acor<strong>do</strong> com a tabela 24 e Portaria n. 518/04, <strong>do</strong> MS, suaságuas estão inadequa<strong>das</strong> para consumo humano, e também parabanho, segun<strong>do</strong> o CONAMA n. 274/00.FONTE SÃO PEDROSituada na ladeira da Fonte, próximo à Concha Acústica – CampoGrande - Centro.Segun<strong>do</strong> a tabela 25 e Portaria n. 518/04, <strong>do</strong> MS, a qualidade <strong>das</strong>ua água apresenta-se inadequada para o uso potável, porém pode serutilizada para banho, segun<strong>do</strong> a Resolução CONAMA n. 274/00.FONTE VISTA ALEGRE DE BAIXOEsta fonte está localizada na rua Topázio, s/nº - Vista Alegre deBaixo - Coutos. Na área <strong>em</strong> torno da fonte exist<strong>em</strong> poucas edificaçõese presença de muita vegetação. A comunidade a utiliza principalmentepara beber; é muito comum encontrar mora<strong>do</strong>res com vasilhamespet de 2 litros e de 20 litros, para suprir o abastecimento residencial(Figura 34).FONTE DO TERREIRO ILÊ OYÁ TUNUNJÁA fonte fica localizada na rua Wald<strong>em</strong>ar Falcão, 1ª. Travessa BuenosAyres, Casa 10, Brotas, <strong>em</strong> terreiro que funciona numa área residencial,especificamente na frente de uma casa, sen<strong>do</strong> o acessorestrito aos próprios mora<strong>do</strong>res (Figura 35).Figura 32 - Fonte <strong>do</strong> UnhãoFoi construída no século XVII e está situada <strong>em</strong> um <strong>do</strong>s mais importantesconjuntos arquitetônicos <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, guardan<strong>do</strong> to<strong>das</strong> ascaracterísticas da sua historia. (SANTOS, 1978) (Figura 32).Essa fonte t<strong>em</strong> estilo diferencia<strong>do</strong> <strong>das</strong> d<strong>em</strong>ais. A água que delamina t<strong>em</strong> descarga através de uma válvula de saída (ladrão de água)numa bacia de recolhimento que fica <strong>do</strong> la<strong>do</strong> externo.Figura 33 - Fonte São PedroEsta fonte, rodeada por edificações, está aban<strong>do</strong>nada, s<strong>em</strong> usopor parte da comunidade. Sua limpeza é realizada pelos mora<strong>do</strong>resque viv<strong>em</strong> perto da fonte, com receio de proliferação <strong>do</strong> mosquito,vetor da dengue. Durante trabalho de campo, observou-se presençade peixes <strong>em</strong> sua bacia de recolhimento (Figura 33).Figura 34 - Fonte Vista Alegre de BaixoTabela 26 - Qualidade da água da Fonte Vista Alegre de BaixoPrâmetro Limite Conama Unidade ValorCloreto


Segun<strong>do</strong> a tabela 27 e Portaria n. 518/04, <strong>do</strong> MS, sua água estáinadequada para consumo humano, porém pode ser utilizada parabanho, segun<strong>do</strong> a Resolução CONAMA n. 274/00FONTE ONZO NGUZO ZA NKISI DANDALUNDA YE TEMPOSituada na rua Heide Carneiro, 89, Vila Dois de Julho, Trobogy.Segun<strong>do</strong> a tabela 28 e Portaria n. 518/04, <strong>do</strong> MS, a água estáinadequada para consumo humano, porém pode ser utilizada parabanho, segun<strong>do</strong> a Resolução CONAMA n. 274/00.FONTE DO TERREIRO ILÊ OMO KETÁ PASSU DETÁA fonte fica localizada na rua San Martins, 140 – São Marcos, sen<strong>do</strong>o seu acesso facilita<strong>do</strong> pela Avenida Gal Costa (Figura 37).Ferro TotalFósforo TotalN.NitratoODpHTurbidezColiformesTermotolerante--


Localizada no jardim de uma residência e encravada <strong>em</strong> área comedificações, próximo à fonte passa um afluente <strong>do</strong> rio Jaguaribe, bastantecomprometi<strong>do</strong> com despejos de resíduos <strong>do</strong>mésticos (Figura 39).Tabela 31 - Fonte <strong>do</strong> Terreiro UmbandaPrâmetro Limite Conama UnidadeCloreto


vestida de tijolos, <strong>em</strong> local gradea<strong>do</strong> e com tampa. O ambientet<strong>em</strong> limpeza regular, a vazão de água é mais elevada <strong>em</strong> perío<strong>do</strong>chuvoso.\Figura 43 - Fonte <strong>do</strong> Terreiro Ilê Iya Omi AxéLocalizada <strong>em</strong> terreno com desnível <strong>em</strong> relação ao terreiro, próximada Rua Anita Garibaldi, o uso da água é específico para os rituaisde can<strong>do</strong>mblé (Figura 43).Tabela 35 - Qualidade da água <strong>do</strong> Terreiro Ilê Iya Omi AxéPrâmetro Limite Conama Unidade ValorCloreto


Considerações Finais e ProposiçõesOs resulta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Projeto de Pesquisa Qualidade Ambiental <strong>das</strong> Águas e da Vida Urbana <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, sobreas águas <strong>do</strong>s rios e fontes de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, revelam uma situação preocupante, que pode comprometer a saúdepública e a qualidade <strong>do</strong> ambiente urbano na cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Como reitera<strong>das</strong> vezes t<strong>em</strong> si<strong>do</strong> coloca<strong>do</strong>,essa situação não é exclusiva da Cidade da Bahia, uma vez que a degradação ambiental, assim comoa exclusão social, são probl<strong>em</strong>as estruturais comuns às grandes metrópoles <strong>do</strong> País. Entretanto, a dimensãoda pobreza urbana <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e a histórica carência de políticas públicas, imprim<strong>em</strong> cores especiais à perversarelação entre cidade e natureza no atual contexto de urbanização.Nossos rios e fontes estão sen<strong>do</strong> degrada<strong>do</strong>s pela ocupação e uso de solo desordena<strong>do</strong>s, pela não implantaçãointegral, <strong>em</strong> pleno século XXI, de um sist<strong>em</strong>a de esgotamento sanitário que atenda a to<strong>das</strong> as áreasurbanas e cama<strong>das</strong> sociais e pela não impl<strong>em</strong>entação de políticas e soluções que vis<strong>em</strong> à universalização<strong>do</strong> acesso às águas, enfim, pela ausência de uma política urbano-ambiental, de caráter inclusive regional, voltadapara a melhoria da qualidade de vida urbana, preservação <strong>do</strong>s recursos ambientais e inclusão social.A ocupação <strong>do</strong> solo pela população situada nas distintas faixas de renda, assim como a ação predatóriade atividades econômicas, cuja principal fonte de renda é a terra urbana (a ex<strong>em</strong>plo <strong>do</strong> setor imobiliário), associa<strong>do</strong>sà regulação permissiva, resultaram na ocupação desordenada <strong>das</strong> zonas de vales, <strong>do</strong>s leitos naturais<strong>do</strong>s nossos rios, suprimin<strong>do</strong> a vegetação ciliar, impermeabilizan<strong>do</strong> o solo e assorean<strong>do</strong> os corpos d’águas.Além disso, as características topográficas da cidade e seu relevo acidenta<strong>do</strong> geram grandes dificuldades adicionaisà impl<strong>em</strong>entação <strong>do</strong> saneamento ambiental, à operação <strong>do</strong>s sist<strong>em</strong>as de esgotamento sanitário, drenag<strong>em</strong>pluvial e coleta de lixo. Estas características dificultam a universalização desses serviços, impactan<strong>do</strong>diretamente na qualidade ambiental <strong>do</strong>s rios urbanos e na saúde da população. Nesse processo, os riostransformaram-se <strong>em</strong> esgotos a céu aberto, que passaram a ser canaliza<strong>do</strong>s e encapsula<strong>do</strong>s – descaracterizan<strong>do</strong>a paisag<strong>em</strong> natural (in<strong>do</strong> de encontro à tendência atual, no mun<strong>do</strong>, da valorização <strong>do</strong>s rios urbanos) eagravan<strong>do</strong> a qualidade ambiental <strong>das</strong> águas, como mostram os baixos Índices de Qualidade <strong>das</strong> Águas-IQAapresenta<strong>do</strong>s nessa pesquisa.O fato é que os índices de atendimento de serviços públicos básicos, considera<strong>do</strong>s como Direito Universal,divulga<strong>do</strong>s pelos institutos oficiais de pesquisa, não retratam a verdadeira situação na qual vive o mora<strong>do</strong>r destacidade. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, nesse começo de século, precisa avançar na superação da estratificação na prestação <strong>do</strong>sserviços básicos e fundamentais de infra-estrutura urbana. A população situada nas menores faixas de rendaainda convive com a intermitência no abastecimento de água, consome águas de fontes s<strong>em</strong> nenhum controlede qualidade e convive, diariamente, com esgotos a céu aberto nas portas de suas casas. O argumento deque a responsabilidade <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> estaria cumprida com a implantação de uma rede coletora de esgotamentosanitário e que caberia ao mora<strong>do</strong>r a ligação <strong>do</strong> seu <strong>do</strong>micílio à rede coletora não ameniza esta situação. Épreciso que sejam coloca<strong>das</strong> <strong>em</strong> prática políticas capazes de superar as dificuldades e limites identifica<strong>do</strong>s epara isso é preciso mobilizar e articular as diversas esferas governamentais volta<strong>das</strong> para o atendimento denecessidades básicas, como o acesso ao saneamento ambiental, ou seja, o abastecimento regular de água eo uso eficiente desta água; o acesso à solução apropriada para os excretas humanos e para águas servi<strong>das</strong>,à rede coletora de esgotamento sanitário e à prática de reuso de água; o manejo adequa<strong>do</strong> <strong>do</strong>s resíduos sóli<strong>do</strong>se a drenag<strong>em</strong> e manejo de águas pluviais urbanas. De forma sintética, os principais fatores de pressãoe as ações mitiga<strong>do</strong>ras propostas estão relaciona<strong>do</strong>s no quadro 01.464 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 465


Quadro 01. Atividades Impactantes Identifica<strong>das</strong> e Ações Mitiga<strong>do</strong>ras Propostas para os Rios Urbanos de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>Fator de PressãoLançamento de efluentes sanitários in natura.Disposição inadequada de resíduos sóli<strong>do</strong>s<strong>do</strong>miciliares “à céu aberto” e nas proximidades<strong>das</strong> margens e calhas fluviais <strong>do</strong>s rios.R<strong>em</strong>oção <strong>das</strong> matas ciliaresLançamento de efluentes de postos de combustíveise lavagens de veículos diretamentenas calhas fluviaisExtração clandestina de areia e argila (arenoso)ao longo <strong>das</strong> margens e leito <strong>do</strong>s rios.Ocupação espontânea/desordenada <strong>das</strong> zonasde vales, <strong>do</strong>s leitos naturais <strong>do</strong>s rios.Contaminação <strong>das</strong> fontes (aquífero fissural)devi<strong>do</strong> infiltração de excretas humanos/esgotossanitários provenientes de fossas sanitáriase da rede coletora de esgotos.Assoreamento <strong>das</strong> calhas fluviais e planíciesde inundações.Uso indiscrimina<strong>do</strong> <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo urbano<strong>em</strong> áreas de preservação permanente, vales<strong>das</strong> drenagens e encostas e talvegues<strong>do</strong>s rios urbanos.Degradação de áreas de nascentes e cabeceiras.Ação• Implantar redes coletoras de esgotamento sanitário, b<strong>em</strong> como ligações <strong>do</strong>miciliares e interligaçãocom as estações de condicionamento prévio <strong>do</strong>s <strong>em</strong>issários submarinos.• Incentivar a a<strong>do</strong>ção de programa de saneamento ecológico.• R<strong>em</strong>over o lixo e entulhos disposto próximo às margens e calhas fluviais <strong>do</strong>s rios e implantarprograma de gerenciamento municipal de resíduos sóli<strong>do</strong>s, cont<strong>em</strong>plan<strong>do</strong> redução dageração na fonte, reutilização, reciclag<strong>em</strong>, com encaminhamento <strong>do</strong> rejeito para o aterrosanitário metropolitano centro.• Implantar projeto de recuperação desenvolvi<strong>do</strong> pela SMA/SEDHAM/PMS e SUCOP/SE-TIN/PMS e pela <strong>SEMA</strong> (INGÁ e IMA) de recomposição <strong>das</strong> matas ciliares ao longo <strong>do</strong>scursos e nascentes.• Promover atividades de conscientização da população que vive no entorno <strong>do</strong>s rios enascentes.• Fiscalizar e coibir a atividade.• Enquadrar infratores de acor<strong>do</strong> com a legislação vigente.• Implantar sist<strong>em</strong>a – separa<strong>do</strong>r água-óleo, diques de contenção e posterior ligações narede coletora de esgotamento sanitário, coibin<strong>do</strong> o lançamento direto nas calhas fluviaise sist<strong>em</strong>a de monitorização <strong>das</strong> águas subterrâneas para identificação de probl<strong>em</strong>as decontaminação <strong>do</strong>s aqüíferos, incluin<strong>do</strong> o ca<strong>das</strong>tramento <strong>do</strong>s postos e situações atual<strong>das</strong> licenças (ambientais alvarás de funcionamento)• Fiscalizar e coibir a atividade.• Enquadrar infratores de acor<strong>do</strong> com a legislação vigente.• Fiscalizar e verificar a situação quanto ao licenciamento ambiental.• Recuperar áreas degrada<strong>das</strong>.• Reassentar mora<strong>do</strong>res e recuperar as áreas degrada<strong>das</strong>.• Implantar projeto de recuperação <strong>das</strong> principais fontes de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e monitorização sist<strong>em</strong>áticae permanente da qualidade de suas águas e divulgação da sua condição depotabilidade ao público, verifican<strong>do</strong> a possibilidade de eliminação <strong>das</strong> fontes pontuaisde poluição/contaminação <strong>das</strong> zonas de recargas.• Realizar operações de limpeza <strong>do</strong>s rios, com a retirada de sedimentos e resíduos sóli<strong>do</strong>s,com o cuida<strong>do</strong> para não afetar o limite <strong>do</strong> substrato lamoso <strong>em</strong> trechos identifica<strong>do</strong>scomo críticos (dragag<strong>em</strong> e desassoreamento).• Promover junto à comunidade local programas de Educação Ambiental, visan<strong>do</strong> a sensibilização,conscientização e ação de mora<strong>do</strong>res e <strong>em</strong>preende<strong>do</strong>res imobiliários, d<strong>em</strong>o<strong>do</strong> a criar uma visão sustentável <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo nas margens <strong>do</strong>s rios e melhoriada qualidade de suas águas, ações a ser<strong>em</strong> incentiva<strong>das</strong> pelo Conselho Municipal de<strong>Meio</strong> Ambiente e PMS.• Impl<strong>em</strong>entar ações de requalificação ambiental nas nascentes, cabeceiras e áreas circundantes<strong>do</strong>s rios, com a identificação e catalogação da vegetação degradada e replantio eacompanhamento e disciplinamento <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo <strong>em</strong> Áreas de Preservação Permanentescom relação a concessões de licenciamentos de <strong>em</strong>preendimentos diversos por parte<strong>do</strong> Conselho Municipal de <strong>Meio</strong> Ambiente.Desse mo<strong>do</strong>, o Projeto de Pesquisa Qualidade Ambiental <strong>das</strong> Águas e da Vida Urbana <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, infelizmenterevela uma situação de grande precariedade <strong>do</strong> ponto de vista urbano-ambiental. Seu mérito équantificar e qualificar, a partir de uma discussão teórica e conceitual, aquilo que a realidade de forma renitenteinsiste <strong>em</strong> revelar. A solução para os probl<strong>em</strong>as identifica<strong>do</strong>s reforça a necessidade de colocar <strong>em</strong> práticadiretrizes já incorpora<strong>das</strong> <strong>em</strong> <strong>do</strong>cumentos oficiais de planejamento, como também <strong>em</strong> estreitar os vínculosentre a Universidade, o Poder Público e a sociedade civil organizada, de mo<strong>do</strong> a produzir, de forma criativa,alternativas capazes de enfrentar os grandes desafios coloca<strong>do</strong>s pelos resulta<strong>do</strong>s dessa pesquisa. A consecuçãodesses objetivos exige o envolvimento interinstitucional, o planejamento, o controle efetivo e sist<strong>em</strong>áticode uso e ocupação <strong>do</strong> solo, o controle social além da construção de cenários que efetivamente reflitam arealidade da cidade e de sua região.A maior contribuição que essa pesquisa oferece a <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> é a reafirmação que urge que os nossos riossejam recupera<strong>do</strong>s e monitoriza<strong>do</strong>s pelo Poder Público e também cuida<strong>do</strong>s, preserva<strong>do</strong>s e utiliza<strong>do</strong>s com parcimôniapela população. Assim, faz-se necessário, por ex<strong>em</strong>plo, que sejam impl<strong>em</strong>enta<strong>das</strong> as diretrizes para aconservação e a manutenção da qualidade ambiental <strong>do</strong>s recursos hídricos no território <strong>do</strong> Município, diretrizesque, inclusive, já estão devidamente estabeleci<strong>das</strong> no art. 21 da Lei n. 7.400/2008, <strong>do</strong> PDDU, quais sejam:I – promoção da conservação, preservação, recuperação e uso sustentável <strong>do</strong>s recursos hídricos superficiaise subterrâneos;II – controle e fiscalização, da ocupação, inclusive da densidade e da impermeabilização <strong>do</strong> solo nas áreasurbaniza<strong>das</strong>, mediante a aplicação de critérios e restrições urbanísticos regulamenta<strong>do</strong>s na legislaçãode ordenamento <strong>do</strong> uso e ocupação <strong>do</strong> solo;III – conservação da vegetação degradada, <strong>em</strong> especial <strong>das</strong> matas ciliares ao longo <strong>do</strong>s cursos d’água eda cobertura vegetal <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s de vale e encostas íngr<strong>em</strong>es e recuperação daquela degradada;IV – desobstrução <strong>do</strong>s cursos d’água e <strong>das</strong> áreas de fun<strong>do</strong> de vale passíveis de alagamento e inundações,manten<strong>do</strong>-as livres de ocupações humanas;V – monitorização e controle <strong>das</strong> atividades com potencial de degradação <strong>do</strong> ambiente, especialmentequan<strong>do</strong> localiza<strong>das</strong> nas proximidades de cursos d’água, de lagos, lagoas, áreas alagadiças e de represasdestina<strong>das</strong> ou não, ao abastecimento humano;VI – estruturação de um sist<strong>em</strong>a de monitorização pelo Município, <strong>em</strong> articulação com a Administração Estadual,para acompanhamento sist<strong>em</strong>ático da perenidade e qualidade <strong>do</strong>s recursos hídricos superficiaise subterrâneos no território de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, destina<strong>do</strong>s ou não ao abastecimento humano;VII – criação de instrumentos institucionais, como o subcomitê Joanes/Ipitanga <strong>do</strong> Comitê da Bacia <strong>do</strong> RecôncavoNorte para a gestão compartilhada <strong>das</strong> bacias hidrográficas <strong>do</strong>s rios Joanes e Ipitanga, tambémresponsáveis pelo abastecimento de água de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, crian<strong>do</strong>-se fóruns de entendimentos sobrea utilização e preservação da qualidade <strong>das</strong> águas e <strong>do</strong> ambiente como um to<strong>do</strong>;VIII – estabelecimento, como fator de prioridade, da implantação e ampliação de sist<strong>em</strong>as de esgotamentosanitário, b<strong>em</strong> como intensificação de ações de limpeza urbana e manejo de resíduos sóli<strong>do</strong>s, d<strong>em</strong>o<strong>do</strong> a evitar a poluição e contaminação <strong>do</strong>s cursos d’água e <strong>do</strong> aquífero subterrâneo, <strong>em</strong> especialnas áreas de proteção de mananciais;IX – a<strong>do</strong>ção de soluções imediatas para as ligações de esgotos <strong>do</strong>miciliares e para os pontos críticos <strong>do</strong>Sist<strong>em</strong>a de Esgotamento Sanitário de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, visan<strong>do</strong> à melhoria da salubridade ambiental, b<strong>em</strong>como desativar as “captações de t<strong>em</strong>po seco” construí<strong>das</strong> nos corpos d’água principais, promoven<strong>do</strong>a revitalização <strong>do</strong>s mesmos (SALVADOR, 2008, p.14-15).466 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 467


Em <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, como <strong>em</strong> muitas <strong>das</strong> nossas metrópoles o desafio consiste, então, <strong>em</strong> transformar proposiçõese determinações legais <strong>em</strong> ações. Não faltam estu<strong>do</strong>s, não faltam idéias, mas falta ação, o que nossitua no campo da vontade e determinação política. Especificamente, trata-se de subordinar o uso <strong>do</strong>s recursosambientais aos interesses coletivos e reforçar a intervenção <strong>do</strong> Poder Público, com especial ênfasena ação <strong>do</strong> Poder Público Municipal, responsável pela gestão urbano-ambiental <strong>do</strong> Município, com açõescomo as relaciona<strong>das</strong> a seguir: (i) reurbanização de áreas ocupa<strong>das</strong> pela população situada nas menoresfaixas de renda, uma vez que a principal fonte de contaminação <strong>do</strong>s rios urbanos é o lançamento de esgotos<strong>do</strong>mésticos in natura; (ii) reassentamento de mora<strong>do</strong>res <strong>das</strong> áreas de APP-Áreas de Preservação Permanentee planícies de inundações, vales e talvegues <strong>das</strong> drenagens; (iii) fiscalização hidro-ambiental articuladae sist<strong>em</strong>ática nas margens <strong>do</strong>s rios; (iv) operação de limpeza <strong>do</strong>s rios, com a retirada de resíduossóli<strong>do</strong>s, s<strong>em</strong> afetar o limite <strong>do</strong> substrato lamoso; (v) promoção junto à comunidade local de programas deEducação Ambiental, visan<strong>do</strong> a sensibilização, conscientização e ação de mora<strong>do</strong>res e <strong>em</strong>preende<strong>do</strong>resimobiliários, de mo<strong>do</strong> a criar uma visão sustentável <strong>do</strong> uso <strong>do</strong> solo nas margens <strong>do</strong>s rios e melhoria da qualidadede suas águas; (vi) impl<strong>em</strong>entação de ações de requalificação ambiental nas nascentes, cabeceirase áreas circundantes <strong>do</strong>s rios, com a identificação e catalogação da vegetação e replantio; (vii) incentivar aa<strong>do</strong>ção de programa de saneamento ecológico.Assim, a Universidade Federal da Bahia espera que seja assumi<strong>do</strong> o compromisso <strong>das</strong> instituiçõesque participaram deste Projeto de Pesquisa <strong>em</strong> contribuir e cuidar <strong>das</strong> águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: o INGÁ coma realização da medição de vazões <strong>do</strong>s corpos d’água superficiais e realizar a outorga da água, e, periodicamente,a monitorização e a fiscalização <strong>do</strong>s rios, águas subterrâneas e fontes; o IMA, a SMA/SE-DHAM com a realização da detecção <strong>das</strong> fontes de poluição e ações de prevenção e controle da poluição;a EMBASA <strong>em</strong> buscar a universalização <strong>do</strong> serviço público de abastecimento de água, realizan<strong>do</strong> ocontrole de qualidade e informan<strong>do</strong> seus resulta<strong>do</strong>s à SMS e à população, b<strong>em</strong> como continuar a monitorizaros corpos d’água que utiliza no Município; a CONDER juntamente com a PMS, com a construçãode uma base de informação estruturada a partir <strong>do</strong>s recortes territoriais de bacia e de bairro; e à UFBA<strong>em</strong> dar continuidade as pesquisas, gerar conhecimento científico sobre as águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, de formainterdisciplinar e divulgar para a população, Poder Público os resulta<strong>do</strong>s da sua investigação. O GrupoÁguas/CIAGS-Escola de Administração da UFBA reitera assim a proposição de que as instituições públicas,pesquisa<strong>do</strong>res e cidadãos que se envolveram de forma apaixonada nesse trabalho, transform<strong>em</strong> oFórum <strong>das</strong> Águas de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, cria<strong>do</strong> para viabilizar a construção dessa pesquisa, <strong>em</strong> um espaço permanentede debate e discussão sobre <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> e as Águas. Afinal, após 12 anos de impl<strong>em</strong>entação daLei <strong>das</strong> Águas no País, urge o aprofundamento <strong>do</strong> debate sobre os desafios de impl<strong>em</strong>entação de umagestão <strong>do</strong>s recursos ambientais no Brasil, nas nossas metrópoles, verdadeiramente d<strong>em</strong>ocrática.Cabe ressaltar a importância <strong>do</strong> Conselho Municipal de <strong>Meio</strong> Ambiente de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, no acompanhamentoe impl<strong>em</strong>entação <strong>das</strong> recomendações aqui sinaliza<strong>das</strong>, no senti<strong>do</strong> de conter os impactos ambientais<strong>do</strong> modelo de processo urbano vigente nesta Cidade.Finalmente, gostaríamos de ser redundantes: aqui, na Cidade da Bahia, as águas têm um valor ambiental,econômico, social, histórico e cultural. Somos e estamos entrecorta<strong>do</strong>s e envoltos pelas águas e nãopod<strong>em</strong>os permitir que, <strong>em</strong> termos de radicalização <strong>do</strong>s processos de mercantilização de el<strong>em</strong>entos da naturezaconsidera<strong>do</strong>s como direito universal, como a água, a escassez torne-se associada à nossa cidade.A reversão desse quadro implica <strong>em</strong> decisões de natureza política, na construção de uma gestão articulada,integrada e d<strong>em</strong>ocrática para <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.ReferênciasReferências Biblográficas de Bairros• BACIA DO RIO DOS SEIXOS (BARRA-CENTENÁRIO)CANELACANELA conserva charme da antiga burguesia. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,01 abr. 1987.CANELA: trânsito difícil e falta de polícia. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 30 mar 2002.É DA COR <strong>do</strong> Canela. 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A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,30 abr. 2006DIVERSIDADE e Contraste são marcas de Brotas. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,23 jun. 2007DÓREA, Luiz Eduar<strong>do</strong>. Histórias de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos nomes <strong>das</strong> suasruas. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: EDUFBA, 2006. 448 p. (Coleção Bahia de To<strong>do</strong>s).PERNAMBUÉSA CIDADE depois <strong>do</strong> viaduto. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 19 maio 2007PERNAMBUÉS, um bairro <strong>em</strong> tensão permanente. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,14 dez. 2002.PRESENTE deseja<strong>do</strong>. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 02 maio 2007.SARAMANDAIASARAMANDAIA derrota a violência. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 07 ago. 2005SARAMANDAIA espera melhorias há 25 anos. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 28maio 2000CAMINHO DAS ÁRVORESCAMINHO <strong>das</strong> Árvores. Jornal Bahia Hoje, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 09 mar. 1994CAMINHO <strong>das</strong> Árvores luta contra o comércio. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 22jul. 2000Correio da Bahia; 21/09/96: “Clima bucólico impera no <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Árvores”.LABIRINTOS de árvores e muros altos. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 17 nov. 2007STIEPANIMAIS desaparec<strong>em</strong> da Lagoa <strong>do</strong>s Pássaros. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,19 mar. 2008ÁREA valorizada com vizinhança barulhenta. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 25 ago.2007OCUPAÇÃO destroi meio ambiente no STIEP. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 07maio 2000STIEP foi construí<strong>do</strong> para a classe média. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 06 out. 2001COSTA AZULCOSTA Azul se firma apesar <strong>das</strong> invasões. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, CadernoLocal, 27 jan. 2001RESIDÊNCIAS pre<strong>do</strong>minam no Costa Azul. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,28 set. 1998SALVADOR. Fundação Gregório de Mattos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, cultura to<strong>do</strong> dia:Costa Azul/Stiep. Disponível <strong>em</strong>: http://www.culturato<strong>do</strong>dia.salva<strong>do</strong>r.ba.gov.br/viven<strong>do</strong>-polo.php?cod_area=5&cod_polo=32 .ago. 1988.VILA LAURADisponível <strong>em</strong>: E DE fazenda fez-se o bairro. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 31 maio 2008.TRANQUILIDADE é marca da Vila Laura. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 22 maio1999.VIOLÊNCIA é um probl<strong>em</strong>a na Vila Laura. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 18 dez.1999.BAIXA DE QUINTASQUINTAS guarda ecos da história. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 18 de outubro2008.CEMITÉRIO é a marca da Baixa de Quintas. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 27 deoutubro de 2001.QUINTAS: uma área de muitos contrastes. A Tarde,12 de dez<strong>em</strong>bro1998.DOREA, Luiz Eduar<strong>do</strong>. História de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos nomes <strong>das</strong> suas ruas.<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: EDUFBA, 2006. 448 p. (Coleção Bahia de To<strong>do</strong>s).CAIXA D’ÁGUACAIXA D’Água conserva tradição da vizinhança. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 18mar. 2000CAIXA D’Água encanta pela tranquilidade. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 20 abr.1994CAIXA D’Água: entre a paz e o sobressalto. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 26 out.2002CAIXA D’Água t<strong>em</strong> serviços de referências. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 15 jul. 2000RESERVATÓRIO deu nome e crescimento ao bairro. Correio da Bahia,<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 02 set. 1991MATATUCRESCIMENTO <strong>do</strong> Matatu acabou antiga mata. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 28jul. 2001• BACIA DO RIO DAS PEDRAS (E PITUAÇU)GRANJAS RURAISBAHIA. <strong>Secretaria</strong> da Indústria e Comércio. Plano Diretor <strong>do</strong> DistritoIndustrial Urbano <strong>do</strong> Município <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: DINURB. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: SIC/DIC, 1983. 153pPORTO SECO PIRAJÁDisponível <strong>em</strong>: SALVADOR. Fundação Gregório de Mattos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, cultura to<strong>do</strong> dia:Porto Seco Pirajá. Disponível <strong>em</strong>: http://www.culturato<strong>do</strong>dia.salva<strong>do</strong>r.ba.gov.br/viven<strong>do</strong>-polo.php?cod_area=4&cod_polo=82 .PAU DA LIMAMORADOR se vê aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong> <strong>em</strong> Pau da Lima. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 04dez. 1999MORADORES sofr<strong>em</strong> com o lixo e a falta de ônibus <strong>em</strong> Pau da Lima. ATarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 06 set. 1988PAU da Lima está cerca<strong>do</strong> por invasões. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,31 jul. 1987SUSSUARANADÓREA, Luiz Eduar<strong>do</strong>. Histórias de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos nomes <strong>das</strong> suasruas. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: EDUFBA, 2006. 448 p. (Coleção Bahia de To<strong>do</strong>s).CENTRO ADMINISTRATIVOSALVADOR. Fundação Gregório de Mattos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, cultura to<strong>do</strong> dia:Centro Administrativo. Disponível <strong>em</strong>: http://www.culturato<strong>do</strong>dia.salva<strong>do</strong>r.ba.gov.br/viven<strong>do</strong>-polo.php?cod_area=4&cod_polo=73.BEIRU/TANCREDO NEVESBEIRU X Tancre<strong>do</strong> Neves: a luta pela mudança <strong>do</strong> nome. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,26 out. 2005O NOME <strong>do</strong> bairro divide mora<strong>do</strong>res de Tancre<strong>do</strong> Neves. Correio daBahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 19 set. 2005472 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 473


ENGOMADEIRACULTURA NO PONTO. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: FGM, 2006. ISSN 1980-3249.DORONDORON: o conjunto que virou bairro. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 12 abr. 2008.NARANDIBACONJUNTO de bairros forma Narandiba. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 10 mar.2001.INVASÃO nasceu no canteiro de uma avenida. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 29out. 2000.SAMPAIO, Theo<strong>do</strong>ro. O tupi na geografia nacional. 5 ed. Com<strong>em</strong>orativa<strong>do</strong> cinquentenário <strong>do</strong> autor. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1987.359 p (Brasiliana n.380). Introdução e Notas <strong>do</strong> Professor FredericoEdelweiss e Assessoramento Técnico da Professora ConsueloPondé de Sena.CABULABARRETO, Ângela. Dos laranjais aos conjuntos. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 14jan. 1984.DÓREA, Luiz Eduar<strong>do</strong>. Histórias de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos nomes <strong>das</strong> suasruas. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: EDUFBA, 2006. 448 p. (Coleção Bahia de To<strong>do</strong>s).DOS LARANJAIS aos conjuntos. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 14 jan. 1984.IMBUÍIMBUÍ: um bairro vertical. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 10 nov. 2007.NO IMBUÍ, uma estrutura de minicidade. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 13 out.2001.SAMPAIO, Theo<strong>do</strong>ro. O tupi na geografia nacional. 5 ed. Com<strong>em</strong>orativa<strong>do</strong> cinquentenário <strong>do</strong> autor. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1987.359 p (Brasiliana n.380). Introdução e Notas <strong>do</strong> Professor FredericoEdelweiss e Assessoramento Técnico da Professora ConsueloPondé de Sena.PITUAÇUESTÁ surgin<strong>do</strong> um bairro às margens <strong>do</strong> Rio Pituaçu. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,29 ago. 1972.HORTO inaugura<strong>do</strong> dá início à implantação <strong>do</strong> Parque de Pituaçu. A Tarde,<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 29 mar. 1978.PITUAÇU – novo bairro que cresce entre a fúria <strong>do</strong> mar e a palidez dalagoa. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>.SAMPAIO, Theo<strong>do</strong>ro. O tupi na geografia nacional. 5 ed. Com<strong>em</strong>orativa<strong>do</strong> cinquentenário <strong>do</strong> autor. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1987.359 p (Brasiliana n.380). Introdução e Notas <strong>do</strong> Professor FredericoEdelweiss e Assessoramento Técnico da Professora ConsueloPondé de Sena.BOCA DO RIOBOCA <strong>do</strong> Rio está no mapa. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 29 abr. 2000.BOCA <strong>do</strong> Rio nasceu de colônia de pesca. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 14 set. 2002.CONTRASTE peculiar. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 07 dez. 1996.LUTA diária. Jornal Bahia Hoje, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 21 abr. 1994.UMA CIDADE dentro da cidade. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 12 maio 2007.• BACIA DO RIO PASSA VACAPATAMARESPATAMARES fica no <strong>Meio</strong> da Natureza. A Tarde, 13 nov. 1999.PROJETO Patamares será incorpora<strong>do</strong> a <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,21 fev. 1973.• BACIA DO RIO JAGUARIBECASTELO BRANCOCOMO qu<strong>em</strong> mora <strong>em</strong> alguma vila <strong>do</strong> interior. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 12jan. 2008.CRIMINALIDADE amedronta Castelo Branco. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 04 set.1999.CAJAZEIRASBUCOLISMO é o que alegra <strong>em</strong> Cajazeiras. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 02 jun.2001.CAJAZEIRAS, capital com jeito de interior. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,30 out. 2001.CAJAZEIRAS, um bairro que virou cidade. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,20 mar. 1988.‘CIDADE’ de médio porte. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 06 set. 1997.MORADORES de Cajazeiras faz<strong>em</strong> caminhada. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,23 maio 2006.PROJETO Cajazeiras vai ter 22 mil habitações. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 06out. 1983.VILA CANÁRIADESCASO com o bairro revolta mora<strong>do</strong>res. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,30 jan. 2002.SAUDADE de pássaros. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 25 out. 2008.SÃO MARCOSLAJE e futebol reflet<strong>em</strong> estilo. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 05 maio 2007.JARDIM NOVA ESPERANÇAJARDIM Nova Esperança é só Pessimismo. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 20 maio2000.JAGUARIPE ISAMPAIO, Theo<strong>do</strong>ro. O tupi na geografia nacional. 5 ed. Com<strong>em</strong>orativa <strong>do</strong>cinquentenário <strong>do</strong> autor. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1987.359p. (Brasiliana n.380). Introdução e Notas <strong>do</strong> Professor Frederico Edelweiss eAssessoramento Técnico da Professora Consuelo Pondé de Sena.CANABRAVASANTOS TAVARES, Liliane. Aspectos Sócio-ambientais e a importânciada formação da Cooperbrava na comunidade de Canabrava:um estu<strong>do</strong> de caso <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 2007. Monografia delicenciatura <strong>em</strong> Ciências Biológicas. Faculdades Jorge Ama<strong>do</strong>.VALE DOS LAGOSNATUREZA e tranquilidade são marcas <strong>do</strong> bairro. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 01set. 2007.TROBOGYDANNEMANN, Maria de Fátima. Trobogy assume ares de grande bairro.A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 19 fev. 2000.MUSSURUNGA‘CIDADE’ de Mussurunga reivindica mais atenção. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,29 maio 1999.CONJUNTO Cabula IV reduz déficit habitacional da grande <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Jornalda Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 09 abr. 1978.MUSSURUNGA é como viver no interior estan<strong>do</strong> na capital. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,28 fev. 1988.RAMOS, Cleidiana. Mussurunga ainda guarda ar de cidade <strong>do</strong> interior. ATarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 15 set. 2007.BAIRRO DA PAZOLIVEIRA, Meire. Persistência e União para construir. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,27 out. 2007.PIATÃDÓREA, Luiz Eduar<strong>do</strong>. Histórias de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos nomes <strong>das</strong>suas ruas. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: EDUFBA, 2006. 448 p. (Coleção Bahia deTo<strong>do</strong>s).SAMPAIO, Theo<strong>do</strong>ro. O tupi na geografia nacional. 5 ed. Com<strong>em</strong>orativa<strong>do</strong> cinquentenário <strong>do</strong> autor. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1987.359 p (Brasiliana n.380). Introdução e Notas <strong>do</strong> Professor FredericoEdelweiss e Assessoramento Técnico da Professora ConsueloPondé de Sena.• BACIA DO RIO DO COBREMORADAS DA LAGOATRABALHO e teto para os que viviam na rua. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,08 e 09 mar. 2003.VALÉRIAARAÚJO NETO, José. Descaso faz Valéria buscar <strong>em</strong>ancipação. A Tarde,<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 31 mar. 2001.VALÉRIA cresce s<strong>em</strong> estrutura. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 11 set. 2008.VALÉRIA, um sonho apenas de progresso. Jornal da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,17 jun. 1973.PIRAJÁA TARDE; 09/08/03: “Via histórica está aban<strong>do</strong>nada”.BELEZA e história ao aban<strong>do</strong>no: Pirajá. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 20 jun.1975.HISTÓRIA não melhora a situação de Pirajá. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 24 abr.1999.INAUGURADO na Bahia o primeiro bairro industrial <strong>do</strong> país. Tribuna daBahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 12 abr. 1978.MORADORES de Pirajá lutam para revitalizar a festa. Correio da Bahia,<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 09 jul. 2007.PIRAJÁ – o nome e a matriz. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 09 ago. 2003.PIRAJÁ vive de suas glórias passa<strong>das</strong>. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 01 jul. 2003.• BACIA DO RIO PARAGUARIPERIPERIESTRADA de ferro foi o início. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 08 jul. 2007.PERIPERI lamenta o declínio <strong>do</strong> Subúrbio. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 19 jun.1999.SAMPAIO, Theo<strong>do</strong>ro. O tupi na geografia nacional. 5 ed. Com<strong>em</strong>orativa<strong>do</strong> cinquentenário <strong>do</strong> autor. São Paulo: Companhia Editora Nacional,1987.359 p. (Brasiliana n.380). Introdução e Notas <strong>do</strong> ProfessorFrederico Edelweiss e Assessoramento Técnico da Professora ConsueloPondé de Sena.COUTOSUM BAIRRO no meio <strong>do</strong> nada. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 26 abr. 2008.• BACIA DO RIO IPITANGACASSANGEUM CANTINHO escondi<strong>do</strong> <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 11 out.2008.ITINGAITINGA: um bairro <strong>em</strong> busca da própria identidade. A Tarde, 25 jan.2008.FAZENDA GRANDE I, II, III E IVLUTA por faculdade une bairros de Cajazeiras. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 10maio 2006.MORADORES de Cajazeiras faz<strong>em</strong> caminhada. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,23 mar. 2006.MORADORES denunciam aban<strong>do</strong>no <strong>do</strong> bairro. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,12 jul. 2005.MORADORES lutam pela preservação. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 05jun. 2006.474 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 475


PEDREIRAS polu<strong>em</strong> represa <strong>em</strong> Fazenda Grande II. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,07 dez. 2004.SURGE uma nova cidade na velha <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,21 out. 1985.PALESTINAARAÚJO NETO, José. Palestina, um bairro <strong>em</strong> luta por melhorias. A Tarde,<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 17 mar. 2001.FONSECA, Adilson. Palestina a 15 km de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,10 nov. 2004.MOURA, Marjorie. Mora<strong>do</strong>res quer<strong>em</strong> Palestina s<strong>em</strong> explosões. A Tarde,<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 18 set. 1999.SÃO CRISTÓVÃOREBOUÇAS, Saniele. A fé no santo deu nome ao bairro. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,01 dez. 2007.JARDIM DAS MARGARIDASRECANTO calmo, mas carente de serviços. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 05 abr. 2008.AEROPORTOAEROPORTO de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> é destaque nacional. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,23 jun. 2006.Disponível <strong>em</strong>: RESGATE da história com o aeroporto 2 de Julho. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,17 jun. 2003.• VITÓRIA-CENTROCENTROSILVA, Cecília Luz da. A Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos seus 454 anos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>:EDUNEB, 2005.VITÓRIAA VITÓRIA já foi assim... A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 06 nov. 1983.CORREDOR imortal. Bahia Hoje, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 02 mar. 1994.OS PRÓS e contras <strong>do</strong> tombamento. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 21 jun. 2003.WEINSTEIN, Mary. Vitória para s<strong>em</strong>pre preservada. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,18 jun. 2003.da Pituba. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 2003. Dissertação de mestra<strong>do</strong>. Instituto de Geociênciasda UFBA.SAMPAIO, Theo<strong>do</strong>ro. O tupi na geografia nacional. 5 ed. Com<strong>em</strong>orativa <strong>do</strong>cinquentenário <strong>do</strong> autor. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1987.359p. (Brasiliana n.380). Introdução e Notas <strong>do</strong> Professor Frederico Edelweiss eAssessoramento Técnico da Professora Consuelo Pondé de Sena.• BACIA COMÉRCIOCOMÉRCIOSILVA, Cecília Luz da. A Cidade <strong>do</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> nos seus 454 anos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>:EDUNEB, 2005.TEIXEIRA, Cid. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: história visual. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>: Correio da Bahia,2001. p. 6-7, v.7.• ITAPAGIPELOBATODE CAMPO de petróleo a portal <strong>do</strong> Subúrbio. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 29mar. 2008.HÁ 70 anos o petróleo jorrou na Rua <strong>do</strong> Amparo. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,21 jan. 2009.MEMÓRIA <strong>do</strong> petróleo se perde no Lobato. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 06 fev.2002.O OURO negro volta ao Lobato. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 21 jan. 2009.SOBRA sujeira e falta água no Lobato. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 02 set. 2000.URUGUAIBAIRROS resgatam tradição. Correio da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 25 jun. 2007.SALVADOR. Fundação Gregório de Mattos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, cultura to<strong>do</strong> dia:Uruguai. Disponível <strong>em</strong>: http://www.culturato<strong>do</strong>dia.salva<strong>do</strong>r.ba.gov.br/viven<strong>do</strong>-polo.php?cod_area=3&cod_polo=103.TEMPLO abençoa<strong>do</strong> pelo Papa. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 23 out. 1988.CALÇADACOMÉRCIO sob o asfalto se mantém vivo na calçada. Tribuna da Bahia,<strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 08 jun. 2006.MARESLARGO <strong>do</strong>s Mares. Tribuna da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 13 abr. 1988.SALVADOR. Fundação Gregório de Mattos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, cultura to<strong>do</strong> dia:Península e Comércio. Disponível <strong>em</strong>: http://www.culturato<strong>do</strong>dia.salva<strong>do</strong>r.ba.gov.br/viven<strong>do</strong>-area.php?cod_area=3.MASSARANDUBACARÊNCIA e exclusão social na Massaranduba. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 23out. 1999.MORADORES consideram a Massaranduba esquecida. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>,26 ago. 2000.SALVADOR. Fundação Gregório de Mattos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, cultura to<strong>do</strong> dia:Península e Comércio. 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Plataforma. Disponível <strong>em</strong>: http://www.culturato<strong>do</strong>dia.salva<strong>do</strong>r.ba.gov.br/viven<strong>do</strong>-polo.php?cod_area=6&cod_polo=15 .• STELLA MARISSTELLA MARISSALVADOR. Fundação Gregório de Mattos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, cultura to<strong>do</strong> dia:Praias <strong>do</strong> Flamengo/Stella Maris. Disponível <strong>em</strong>: http://www.culturato<strong>do</strong>dia.salva<strong>do</strong>r.ba.gov.br/viven<strong>do</strong>-polo.php?cod_area=5&cod_polo=61ITAPUÃITAPUÃ é uma festa. A Tarde, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, 22 jul. 1967.ITAPUÃ, onde <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> vai mais longe. Jornal da Bahia, <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, set. 1978.SALVADOR. Fundação Gregório de Mattos. <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>, cultura to<strong>do</strong> dia:Itapuã. 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SumárioO Almanaque <strong>das</strong> Águas..............................................................09As Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>............................................................ 11A Investigação.........................................................................12Bacias Hidrográficas, de Drenag<strong>em</strong> Natural e Bairros............17Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong>s Seixos...................................19• Canela..................................................................................24• Graça....................................................................................26• Barra.....................................................................................28Bacia Hidrográfica de Ondina................................................31• Alto <strong>das</strong> Pombas...................................................................34• Calabar..................................................................................36• Ondina...................................................................................38Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Lucaia..........................................41• Tororó...................................................................................48• Nazaré..................................................................................50• Barris....................................................................................52• Garcia...................................................................................54• Boa Vista de Brotas..............................................................56• Engenho Velho de Brotas.....................................................58• Federação............................................................................60• Acupe...................................................................................62• Engenho Velho da Federação..............................................64• Itaigara.................................................................................66• Candeal................................................................................68• Santa Cruz............................................................................70• Chapada <strong>do</strong> Rio Vermelho...................................................72• Nordeste de amaralina.........................................................74• Vale <strong>das</strong> Pedrinhas...............................................................76• Rio Vermelho........................................................................78Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Camarajipe..................................81• Alto <strong>do</strong> Cabrito......................................................................90• Marechal Ron<strong>do</strong>n.................................................................92• Campinas de Pirajá..............................................................94• Boa Vista de São Caetano...................................................96• São Caetano.........................................................................98• Capelinha...........................................................................100• Calabetão...........................................................................102• Jardim Santo Inácio............................................................104• Mata Escura.......................................................................106• Bom Juá.............................................................................108• Fazenda Grande <strong>do</strong> Retiro................................................. 110• Arraial <strong>do</strong> Retiro.................................................................. 112• Barreiras............................................................................. 114• Retiro.................................................................................. 116• IAPI..................................................................................... 118• Santa Mônica......................................................................120• Pero Vaz.............................................................................122• Curuzu................................................................................124• Liberdade............................................................................126• São Gonçalo.......................................................................128• Pau Miú<strong>do</strong>..........................................................................130• Luiz Anselmo......................................................................132• Cidade Nova.......................................................................134• Vila Laura...........................................................................136• Baixa de Quintas................................................................138• Caixa D’Água......................................................................140• Matatu................................................................................142• Santo Agostinho.................................................................144• Macaúbas............................................................................146• Barbalho.............................................................................148• Lapinha...............................................................................150• Saúde.................................................................................152• Santo Antônio.....................................................................154• Centro Histórico..................................................................156• Cosme de Farias................................................................158• Brotas.................................................................................160• Pernambués.......................................................................162• Saramandaia......................................................................164• Resgate..............................................................................166• <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Árvores.........................................................168• STIEP.................................................................................170• Costa Azul..........................................................................172Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio <strong>das</strong> Pedras (e Pituaçu).............175• Porto Seco Pirajá................................................................182• Granjas Rurais Presidente Vargas.....................................184• Jardim Cajazeiras...............................................................186• Pau da Lima.......................................................................188• Sussuarana........................................................................190• Novo Horizonte...................................................................192• Nova Sussuarana...............................................................194• Centro Administrativo da Bahia - CAB................................196• Beiru/Tancre<strong>do</strong> Neves........................................................198• Engomadeira......................................................................200• Arenoso..............................................................................202• Cabula VI............................................................................204• Doron..................................................................................206• Narandiba...........................................................................208• Cabula................................................................................210• Saboeiro.............................................................................212• Imbuí..................................................................................214• Pituaçu................................................................................216• Boca <strong>do</strong> Rio........................................................................218Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Passa Vaca................................221• São Rafael..........................................................................224• Patamares..........................................................................228Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Jaguaribe...................................229• Castelo Branco...................................................................236• Águas Claras......................................................................238• Dom Avelar.........................................................................240• Cajazeiras V.......................................................................242• Cajazeiras II........................................................................242• Cajazeiras VII.....................................................................242• Cajazeiras VI......................................................................242• Cajazeiras IV......................................................................242• Cajazeiras X.......................................................................242• Cajazeiras VIII....................................................................242• Vila Canária........................................................................252• Sete de Abril.......................................................................254• São Marcos........................................................................256• Novo Marotinho..................................................................258• Jardim Nova Esperança.....................................................260• Jaguaripe I..........................................................................262• Nova Brasília......................................................................264• Canabrava..........................................................................266• Vale <strong>do</strong>s Lagos...................................................................268• Trobogy..............................................................................270• Mussurunga........................................................................272• Bairro da Paz......................................................................274• Alto <strong>do</strong> Coqueirinho............................................................276• Piatã...................................................................................278Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio <strong>do</strong> Cobre....................................281• Mora<strong>das</strong> da Lagoa..............................................................288• Valéria.................................................................................290• Rio Sena.............................................................................292• Pirajá..................................................................................294• São João <strong>do</strong> Cabrito...........................................................296Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Paraguari...................................299• Nova Constituinte...............................................................304• Periperi...............................................................................306• Coutos................................................................................308Bacia Hidrográfica <strong>do</strong> Rio Ipitanga...................................... 311• Nova Esperança.................................................................318• Areia Branca.......................................................................320• Cassange...........................................................................322• Itinga...................................................................................324• Cajazeiras XI......................................................................326• Fazenda Grande I...............................................................328• Fazenda Grande II..............................................................328• Fazenda Grande III.............................................................328• Fazenda Grande IV............................................................328• Palestina.............................................................................334• Boca da Mata.....................................................................336• São Cristovão.....................................................................338• Jardim <strong>das</strong> Margari<strong>das</strong>.......................................................340• Aeroporto............................................................................342Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural da Vitória/Contorno................345• Vitória.................................................................................346• Centro.................................................................................348Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de Amaralina/Pituba..............351• Amaralina...........................................................................352• Pituba.................................................................................354Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural <strong>do</strong> Comércio...........................357• Comércio............................................................................358480 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 481


Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de Armação/Corsário.............361• Jardim Armação.................................................................362Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de Itapagipe............................365• Lobato................................................................................268• Santa Luzia.........................................................................370• Uruguai...............................................................................372• Calçada..............................................................................374• Mares..................................................................................376• Mangueira...........................................................................378• Massaranduba....................................................................380• Vila Ruy Barbosa/Jardim Cruzeiro......................................382• <strong>Caminho</strong> de Areia...............................................................384• Roma..................................................................................386• Ribeira................................................................................388• Bonfim................................................................................390• Monte Serrat.......................................................................392• Boa Viag<strong>em</strong>........................................................................394Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de Stella Maris........................407• Itapuã.................................................................................408• Stella Maris.........................................................................410Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de São Tomé de Paripe.............413• Fazenda Coutos.................................................................414• Paripe.................................................................................416• São Tomé...........................................................................418Bacias Hidrográficas <strong>do</strong>s rios da Ilha de Maré...................421• Ilha de Maré........................................................................421Bacias Hidrográficas <strong>do</strong>s rios da Ilha <strong>do</strong>s Frades.............425• Ilha <strong>do</strong>s Frades...................................................................425Bacia de Drenag<strong>em</strong> Natural daIlha de Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos....................................................429• Ilha Bom Jesus <strong>do</strong>s Passos................................................429Projeto Qualidade Ambiental<strong>das</strong> Águas e da Vida Urbana <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>Coordenação GeralJosé Antônio Gomes de Pinho – Escola de Administração / UFBAMaria Elisabete Pereira <strong>do</strong>s Santos – Escola de Administração / UFBALuiz Roberto Santos Moraes – Escola Politécnica / UFBAEquipe TécnicaArman<strong>do</strong> Ferreira de Almeida Junior – Fundação OndAzulBenedito Augusto Wenceslau da Silva – SMA / PMSCássio Marcelo Silva Castro – SEDHAM / PMSEduar<strong>do</strong> Mendes da Silva – Instituto de Biologia / UFBAElba Veiga – SEDHAM / PMSJacileda Cerqueira Santos – SEDHAM / PMSJosé Antônio Gomes de Pinho – Escola de Administração / UFBALuiz Roberto Santos Moraes – Escola Politécnica / UFBAMaíra Menezes de Azeve<strong>do</strong> – INGÁMaria Elisabete Pereira <strong>do</strong> Santos – Escola de Administração / UFBAArman<strong>do</strong> Mendes de Lima Filho – FMLF / PMSArtur Ferreira da Silva Filho – IBGEAry da Mata e Souza –<strong>SEMA</strong>Aucimaia de Oliveira Tourinho – UFBABenedicto Augusto W. Silva – SMABruno Jardim da Silva – INGÁCarlos Henrique Car<strong>do</strong>so - CONDERCarlos Pinto da Silva – INGÁCarlos Roberto Brandão – SEDHAM / PMSCássio Marcelo Castro – SEDHAM / PMSChristiane Freitas Pinheiro – INGÁCláudia <strong>do</strong> Espírito Santo Lima – INGÁCláudio Santos – SEDHAM / PMSCléa Maria Cal<strong>das</strong> Pereira Tanajura - SEDHAM / PMSDiego Álvares – UFBAEdgard Álvares Neto – TRENTOEdnilva Sousa de Azeve<strong>do</strong> – SEDHAM / PMSEduar<strong>do</strong> Farias Topázio – INGÁEduar<strong>do</strong> Gabriel Alves Palma – INGÁBacia de Drenag<strong>em</strong> Natural de Plataforma.........................397• Praia Grande......................................................................398• Alto da Terezinha................................................................400• Itacaranha...........................................................................402• Plataforma..........................................................................404As Águas <strong>das</strong> Fontes............................................................432Considerações Finais e Proposições..................................465Referências............................................................................469Maria Lúcia Politano Álvares – Escola de Administração / UFBAPedro Roberto Jacobi – USPRenata Alvarez Rossi – Escola de Administração / UFBARonan Rebouças Cayres de Brito – Instituto de Biologia / UFBARosely Moraes Sampaio – Escola de Administração / UFBAEduar<strong>do</strong> Mendes da Silva – Instituto de Biologia / UFBAElba Alves Silva – INGÁElba Veiga – SEDHAM / PMSFátima Fróes – UFBAFernan<strong>do</strong> Cezar Cabussu Filho – CONDERFernan<strong>do</strong> Pires <strong>do</strong>s Santos – Fundação OndAzulParticipaçãoFernan<strong>do</strong> Teixeira – SEDHAM / PMSAlane Sheila Santos Saraiva – Escola de Administração / UFBAGlauber Araújo Alencar Cartaxo – UFBAAndré Luis Rocha de Souza – Escola de Administração / UFBAIzail Castro – IBGEEdnilva Sousa de Azeve<strong>do</strong> – SEDHAM / PMSJacileda C. Santos – SEDHAM / PMSManuela Ramos da Silva – Escola de Administração / UFBAJail<strong>do</strong> Pereira – <strong>SEMA</strong>Jamile Freire - SEDHAM / PMSFórum <strong>das</strong> Águas de <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>Jennifer C. Carvalho Teixeira de Matos – EMBASAAdalberto Bulhões Filho – SMA / PMSJoão Pedro Vilela – UFBAAlberto Bonfim de Carvalho – CONDERJoelma Gomes da Silva – INGÁAline Farias – CONDERJoilson Rodrigues Souza – IBGEAmália Pinto – IMAJosé Antônio Almeida de Lacerda – IMAAna Cláudia O. Bento Gomes – IMAJosé Antônio Gomes de Pinho – Escola de Administração / UFBAAna Lúcia Álvares Aragão – COINF/SEDHAMJosé Augusto Saraiva Peixoto – FMLF/PMSAnderson Gomes de Oliveira – CONDERJúlia Monteiro – UFBAÂngela Gordilho – SMA / PMSJúlio César Rocha Mota – EMBASAÂngela Santana <strong>do</strong>s Santos – UFBAJussara Queiroz <strong>do</strong>s Santos – CONDERAntônio Marmo – SEDHAM / PMSLafayette Dantas da Luz – Escola Politécnica / UFBAArman<strong>do</strong> Ferreira Almeida Junior – Fundação OndAzulLeonar<strong>do</strong> Dias – CONDER482 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 483


Lívia Castelo Branco Pereira – IMAQualidade <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>Cássio Marcelo Silva Castro – SEDHAM / PMSSusana Silva Cavalcanti – EMBASALívia Maria Gabrielli de Azeve<strong>do</strong> – CONDEREdnilva Sousa de Azeve<strong>do</strong> – SEDHAM / PMSTerezinha Alves Ribeiro – SUCOP / PMSLuciana Santiago Rocha – UFBACoordenaçãoMaria de Fátima Falcão Nascimento – SEDHAM / PMSWilson Carlos Rossi – IMALúcio Sérgio Garcia Mangieri – SUMACAlberto de Magalhães Ferreira Neto – EMBASALuiz Roberto Santos Moraes – Escola Politécnica / UFBAEduar<strong>do</strong> Farias Topázio – INGÁMaíra Azeve<strong>do</strong> – INGÁJennifer Conceição Carvalho Teixeira de Matos – EMBASAFórum de Delimitação deDelimitação de BairrosMárcia Kauark Amoe<strong>do</strong> – EMBASALuiz Roberto Santos Moraes – Escola Politécnica / UFBABaciaS Hidrográfica e DE Drenag<strong>em</strong> NaturalMaria de Fátima Falcão Nascimento – SEDHAM / PMSWilson Carlos Rossi – IMACoordenação GeralMaria Lúcia Politano Álvares – UFBAÁlvaro Góes – IMAAdalberto Bulhões Filho – SMA / PMSMaria Luíza Lins Góes – SEDHAM / PMSEquipe TécnicaAna Claudia O. B. Gomes – IMAAna Lúcia Álvares Aragão – SEDHAM/PMSMariza Zacarias – SIGA/SETAD – PMSAcácia Aragão Souza de Carvalho – EMBASAAnderson Gomes de Oliveira – CONDERAnderson Gomes de Oliveira – CONDERMaurício Gonçalves Lima – INGÁAna Cláudia Bento Gomes – IMAÂngela Gordilho – SMAElba Veiga – SEDHAM PMSNeubler Nilo Ribeiro Cunha – CIAGS / UFBAAucimaia de Oliveira Tourinho – UFBAÂngela Santana – UFBAFernan<strong>do</strong> Cezar Cabussu Filho – CONDERNeyde Maria Santos Gonçalves – Instituto de Geociências / UFBACarlos Romay Pinto da Silva – INGÁAntônio da Rocha Marmo de Oliveira – SEDHAMJussara Queiroz <strong>do</strong>s Santos – CONDERNicholas Carvalho de Almeida Costa – UFBACláudia <strong>do</strong> Espírito Santo – INGÁBenedicto Augusto W. Silva – SMALívia Maria Gabrielli de Azeve<strong>do</strong> – CONDERNielsen de A. Souza – INGÁEquipe da Divisão de Controle de Qualidade – OPTQ – EMBASABruno Jardim da Silva – INGÁ (2008)Nilton Souza Santana – CONDERFernan<strong>do</strong> Pires <strong>do</strong>s Santos – Fundação OndAzulCarlos Romay Pinto da Silva – INGÁEquipe TécnicaRaymun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos Ribeiro – SEDHAM / PMSJeniffer C. C. Teixeira de Matos – EMBASACassio Marcelo Silva Castro – SEDHAM / PMSAlberto Bonfim de Carvalho - CONDERRegina Lúcia Bittencourt de Nora Garcia – CONDERJosé Antônio Almeida de Lacerda – IMAChristiane Freitas Pinheiro – INGÁAnderson de Oliveira - CONDERRenata Alvarez Rossi – Escola de Administração / UFBAJúlio César Mato Grosso de Sousa – EMBASAEdgar Álvares Neto – TRENTOCamila Barreto Coelho de Andrade - CONDER (2007)Ricar<strong>do</strong> A. Souza Macha<strong>do</strong> – INGÁLívia Castello Branco Pereira – IMAEduar<strong>do</strong> Gabriel Alves Palma – INGÁCarlos Roberto Brandão - SEDHAM / PMSRicar<strong>do</strong> Acácio de Almeida – UFBALuiz Roberto Santos Moraes – Escola Politécnica / UFBAElba Alves Silva – INGÁCassio Marcelo Silva Castro - SEDHAM / PMSRita Nélia Ferraz de Melo – SEDHAM / PMSMaíra Azeve<strong>do</strong> – INGÁGlauber Araújo Alencar Cartaxo – UFBAÉrika <strong>do</strong> Carmo Cerqueira - CONDER (2007)Rita Railda Soares Lourenço – <strong>SEMA</strong>Márcia Kauark Amoe<strong>do</strong> – EMBASAJacileda Cerqueira Santos – SEDHAMGilma Brito da Silva – CONDERRobério Ribeiro Bezerra – CERBNicholas Carvalho de Almeida Costa – UFBAJennifer C. C. Teixeira de Matos – EMBASAJamile Freire – SEDHAM / PMSRoberto Falcão – SETINRoberta Henriques de Oliveira Bessa – EMBASAJoelma Gomes da Silva – INGÁJoão Pedro Vilela – UFBARodrigo Maurício Freire Soares - UFBARosane Ferreira de Aquino – INGÁJosé Antônio Almeida Lacerda – IMALeonar<strong>do</strong> Dias Afonso – CONDERRomário Tadeu <strong>do</strong>s Santos – SUCOPSusana Silva Cavalcanti – EMBASAKilson Santana de Melo – CAJAVERDEMaria Angélica Rebouças – CONDERRonan Rebouças Cayres de Brito – Instituto de Biologia / UFBALafayette Dantas da Luz – UFBAMaria Luiza Lins Góes – SEDHAM / PMSRosa Alencar Santana de Almeida – EMBASALívia Castelo Branco Pereira – IMAMariza Zacarias – SETADRosane Ferreira de Aquino – INGÁDelimitação de BaciasLuciana Santiago Rocha – UFBANilton Souza Santana – CONDERRosely Moraes Sampaio – Escola de Administração / UFBAHidrográficas e de Drenag<strong>em</strong> NaturalLucio Sérgio Garcia Mangieri – SUCOPRegina Lúcia Bittencourt de Nora Garcia – CONDERRuth Marcellino da Motta Souza – SUCOM / PMSLuiz Roberto Santos Moraes – Escola Politécnica / UFBARisalva Silva – CONDERSérgio Moreira – SEDHAM / PMSCoordenaçãoMaíra Azeve<strong>do</strong> – INGÁRuth Marcellino da Motta Souza – SUCOM / PMSSeverino Soares Agra Filho – Escola Politécnica / UFBAMaria Lúcia Politano Álvares – UFBAMaurício Gonçalves Lima – INGÁSarah Cristina Araújo Martins – Estagiária de Geografia – CONDERTerezinha Alves Ribeiro – SUCOP / PMSNicholas Carvalho de Almeida Costa – UFBAVitória Régia Martins Sampaio – CONDERThais Góes – UFBAEquipe TécnicaNielsen de A. Souza – INGÁVitória Régia Martins Sampaio – CONDERDiego Álvares - UFBARicar<strong>do</strong> A. Souza Macha<strong>do</strong> – INGÁParticipaçãoWanderley Matos – INGÁHelena Spinelli Álvares – UFBARicar<strong>do</strong> Acácio de Almeida – UFBACléa Maria Cal<strong>das</strong> Pereira Tanajura – SEDHAM / PMSWilson Carlos Rossi – IMAMaria Lúcia Politano Álvares – UFBARita Railda Soares Lourenço – <strong>SEMA</strong>Izail Arnal<strong>do</strong> de Castro – IBGERoberto Falcão – SETINJoilson Rodrigues de Souza – IBGEParticipaçãoRosa Alencar Santana de Almeida – EMBASARaymun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos Ribeiro – SEDHAM / PMSAdalberto Bulhões Filho – SMA / PMSRosane Ferreira de Aquino – INGÁSérgio Moreira – SEDHAM / PMS484 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong> • 485


Coordenação da Pesquisa de CampoJussara Queiroz – Coordena<strong>do</strong>ra de Campo / CONDERReginal<strong>do</strong> Tavares – Supervisor de campo/ CONDERPesquisa<strong>do</strong>resDaniel Brito <strong>do</strong>s SantosFernanda Nascimento de AraújoJosé Cristiano Cruz LimaLeíse da Silva Macha<strong>do</strong>Roberto SanjoséRomário Melo de Jesus FilhoTamires Paloma Oliveira de Tude da RochaHistórico de BairrosAline Farias – CONDERCarlos Henrique Car<strong>do</strong>so – CONDERFátima Froés – UFBAFernanda Nascimento de Araujo – SEDHAM / PMSCadernos CIAGS – O Desafio da Gestão<strong>das</strong> Águas no Século XXIJosé Antônio Gomes de Pinho – Administração/UFBAMaria Elisabete Pereira <strong>do</strong>s Santos – Administração/UFBALuiz Roberto Santos Moraes – Escola Politécnica/UFBANeubler Nilo Ribeiro Cunha – UFBARenata Alvarez Rossi – Administração / UFBARodrigo Maurício Freire Soares – UFBAPublicações Almanaque – O <strong>Caminho</strong><strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>CoordenaçãoCássio Marcelo Silva Castro – SEDHAM / PMSFatima Fróes – UFBAJail<strong>do</strong> Santos Pereira – <strong>SEMA</strong>Neubler Nilo Ribeiro Cunha – UFBARodrigo Maurício Freire Soares – UFBAEquipe TécnicaAline Farias – UFBACarlos Henrique Car<strong>do</strong>so – UFBACarlos Romay Pinto da Silva – INGÁCássio Marcelo Silva Castro – SEDHAM / PMSCláudio Santos – SEDHAM / PMSFernanda Nascimento de Araujo – SEDHAM / PMSJosé Augusto Saraiva Peixoto – FMLF / PMSMaria de Fátima Falcão Nascimento - SEDHAM / PMSRaymun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s Santos Ribeiro – SEDHAM / PMSRenata Alvarez Rossi – Administração / UFBARosely Moraes Sampaio – Administração / UFBARodrigo Maurício Freire Soares – UFBARevisão de TextoLúcia MáximoNícia PadilhaColaboraçãoPaulo Costa Lima – UFBAFundação Gregório de Matos – FGM/PMSLevantamento BibliográficoNeubler Nilo Ribeiro Cunha – UFBABárbara Coelho Neves – UFBANormatização BibliográficaHilda Maria da M. F. Conceição – Fundação Mário Leal Ferreira – FMLF/PMSLucimar Oliveira Silva – Fundação Mário Leal Ferreira – FMLF/PMSRelatório FinanceiroAndré Luís Rocha de Souza Rocha – UFBARelatório CNPqJosé Antônio Gomes de Pinho – Escola de Administração/UFBAMaria Elisabete Pereira <strong>do</strong>s Santos – Escola de Administração/UFBALuiz Roberto Santos Moraes – Escola Politécnica/UFBAPortal Grupo ÁguasElba Veiga – SEDHAM / PMSRodrigo Maurício Freire Soares – UFBA486 • O <strong>Caminho</strong> <strong>das</strong> Águas <strong>em</strong> <strong>Salva<strong>do</strong>r</strong>


UFBAFMLFIBGEInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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