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desafios educacionais diante da crescente colonizacao do mundo ...

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por Marcuse, A<strong>do</strong>rno e Horkheimer. Na base desta ruptura está, por um la<strong>do</strong>, suadistinção entre trabalho e ação comunicativa e, por outro, sua tese de que técnica eciência são, no capitalismo tardio, a principal forma de ideologia, que tem comotarefa principal substituir “a autocompreensão culturalmente determina<strong>da</strong> de ummun<strong>do</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> social pela autocoisificação <strong>do</strong>s homens (Selbstverdinglichung derMenschen) me<strong>diante</strong> categorias <strong>da</strong> ação racional dirigi<strong>da</strong> a fins e <strong>do</strong> comportamentoa<strong>da</strong>ptativo” (HABERMAS, 1978, p. 81-82).Os conceitos de sistema e mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> são centrais na teoria socialhabermasiana e, por conseguinte, são os principais elementos defini<strong>do</strong>res de seupróprio conceito de socie<strong>da</strong>de. A esfera sistêmica abrange <strong>do</strong>is subsistemas deação, a economia e a política, as quais são orienta<strong>da</strong>s, respectivamente, pelodinheiro e pelo poder. Nela se radica a modernização social, responsável pelodesenvolvimento material <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de e pela sobrevivência imediata <strong>da</strong>s pessoas.Pre<strong>do</strong>mina nesta esfera ações de tipo estratégico-instrumentais, onde pessoas einstituições empregam a linguagem, o saber e o poder para, de mo<strong>do</strong> geral,conquistar interesses particulares. Ou seja, na esfera sistêmica as pessoas einstituições se pautam por relações de dinheiro e poder, visan<strong>do</strong> atingir seus finsparticulares ou os fins de seu grupo.Já o mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> representa, segun<strong>do</strong> Habermas, o la<strong>do</strong> oposto <strong>da</strong> esferasistêmica, pois ele é o espaço onde ocorre, de mo<strong>do</strong> espontâneo, natural e intuitivo,a produção simbólica e cultural <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de. A lógica que orienta as ações quenele se desenvolvem não é só o dinheiro e o poder, mas principalmente oentendimento basea<strong>do</strong> num “consenso de fun<strong>do</strong>”. Ao interagirem entre si no mun<strong>do</strong><strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, as pessoas empregam, via de regra, a linguagem como fim para seentenderem mutuamente. Portanto, o que marca a diferença entre mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> esistema é o fato de que a linguagem é emprega<strong>da</strong> no primeiro nem sempre comomeio para se atingir fins particulares, mas sim como fim em si mesma para buscar oentendimento entre os participantes.Entretanto, também no mun<strong>do</strong> <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>, e não só na esfera sistêmica, alinguagem pode ser emprega de mo<strong>do</strong> deturpa<strong>do</strong>. Isto é, pode ocorrer nelesituações de fala emprega<strong>da</strong>s não para a busca <strong>do</strong> entendimento, mas para enganarou trapacear o parceiro <strong>do</strong> diálogo. Isso mostra que a própria ação comunicativa nãoestá isenta de ações estratégico-instrumentais, poden<strong>do</strong> aí a linguagem também seremprega<strong>da</strong> como meio. Justamente aqueles casos em que a ação comunicativa5

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