11.07.2015 Views

ARTIGO - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - Ufma

ARTIGO - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - Ufma

ARTIGO - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação - Ufma

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

"Mina Lassaô"anos, cultuados também na Casa das Minas(Doçú e Sogbô, sendo a segunda uma dasprincipais entida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pai Airton) e os Cambindas(Boço Von Dereji, Meméia), e os orixás,sendo o principal <strong>de</strong>sta casa, Ogum – divinda<strong>de</strong>guerreira consi<strong>de</strong>rada chefe do terreiro e oprincipal santo <strong>de</strong> seu zelador.É bastante presente também nesse terreiroo culto aos encantados nobres e gentis,como Barão <strong>de</strong> Guaré (entida<strong>de</strong> gentil <strong>de</strong> PaiAirton, Dom Luís Rei <strong>de</strong> França, Dom Felipe,Dom João, entre outros) além <strong>de</strong> princesase príncipes, como o príncipe Ricardinho, e aprincesa Flora, etc. e as “moças” ou “meninas”como a Menina do Maracujá e Menina da Pontad’Areia.Segundo Lindoso (2007), há nessa Casatambém o culto a outras diversas categorias<strong>de</strong> caboclos divididos por famílias, é o queShapanan (2001, p. 319) categoriza como“encantaria cabocla”, subdivida em várias famíliascomo a família <strong>de</strong> Rei Sebastião (que elechama <strong>de</strong> Família do Lençol), Turquia, Codó,Gama, Juncal, Mata, dos Marinheiros, das Caravelas,Ban<strong>de</strong>ira, Baía, João <strong>de</strong> Lima, presentesnessa Casa <strong>de</strong> Mina 4 .Ainda sobre as entida<strong>de</strong>s cultuadas nesseterreiro, Oliveira (1989, p. 26 - 27) distribui asentida<strong>de</strong>s espirituais do Tambor <strong>de</strong> Mina, <strong>de</strong>acordo com as suas famílias.Povo Jeje: Zomadonu, Toy Doçu, Toy Abidigá, ToyAgongono, Daco-Donu, Toy Akossú Alogué, XapanãSakpatá, Bosukó, Boçalabê, Badé, Nana buluku, ToyJotim, Toy Averequete, Eowá, Toy Polijobi, Toy Lissá,Abê, Toy Loko. Povo Nagô: Ogum Megê, Ogum Otá,Ogum Mariô, Bessein (Oxumaré), Nana Biokô, Xangô,Vó Missa, Toy Averequete, Badé, Oyá Navezuarina,Oxossi (Agüê), Logun Edé, Oxum, Eowá, Xapanã,(Acossú), Boço Jará. Povo Cambinda: Légua BogiBuá, Boço Von Dereji, Boço Meméia, Boço Lada, Arronoviçavá,Boço In<strong>de</strong>ia. Povo Gentil: Dom Lúis, Rei Sebastião,Dom Manoel, Dom José Floriano, Dom PedroAngaço, Dom João Rei das Minas, Dom João Soeira,Rainha Maria Bárbara Soeira, Rainha Rosa, RainhaMadalena, Rainha Dina, Príncipe Orias, Príncipe <strong>de</strong>Oliveira, Príncipe Alteredo, Gelim, Toy Zezinho, JoãoGuerreiro <strong>de</strong> Alexandria, Princesa Flora, Princesa Luiza,Princesa Rosinha, Menina do Caído, Moça Fina <strong>de</strong>Otá, Dona Oruana, Dona Maria Antônia; Os caboclos:família do Rei Ban<strong>de</strong>ira, família <strong>de</strong> Rei da Turquia,Família <strong>de</strong> Codó ou Caxias, Família <strong>de</strong> Caboclo Roxo,Família <strong>de</strong> João <strong>de</strong> Lima (Botos), Família da Baía.Observa-se com essa citação a varieda<strong>de</strong><strong>de</strong> entida<strong>de</strong>s cultuadas nos terreiros <strong>de</strong>Mina, e po<strong>de</strong>mos constatar também durantenossas visitas ao campo, diferentes comportamentos,danças, músicas, e alguns traços<strong>de</strong> personalida<strong>de</strong> que algumas entida<strong>de</strong>spossuem, dando com isso, uma forma <strong>de</strong> interaçãosocial, tanto com quem está participandocomo a<strong>de</strong>pto do ritual, também comCad. Pesq., São Luís, v. 18, n. 2, maio/ago. 2011.quem está somente assistindo.Outra característica do Ilê Axé OgumSogbô citada por Lindoso (2007), e presenciadadurante as visitas ao campo, são as saídas<strong>de</strong> santo (orixás e voduns) “vestidos” ou paramentados(enfeitados), <strong>de</strong> forma especial coma própria re-significação dos ritos <strong>de</strong>sse terreiro<strong>de</strong> Mina, que, segundo relatos <strong>de</strong> partedo “povo <strong>de</strong> santo” do Maranhão, são elementosi<strong>de</strong>ntitários da matriz africana Baiana, oCandomblé. Há também o uso <strong>de</strong> adjá (sinetaritual <strong>de</strong> várias campânulas) para guiar orixáse voduns incorporados nas saídas, brajás,macans, ritos do padê, <strong>de</strong>spacho <strong>de</strong> Exú noinício do toque, etc.O Ilê Axé Ogum Sogbô tem um calendáriofestivo muito extenso <strong>de</strong> toques em homenagensa santos católicos e entida<strong>de</strong>s, ficandocomplicado <strong>de</strong> assistirem-se a todos essesrituais, mas participou-se da gran<strong>de</strong> maioriadas festas realizadas no primeiro semestre <strong>de</strong>2010, nesse terreiro.A seguir analisam-se em alguns tópicosalgumas festas assistidas no primeiro semestre<strong>de</strong> 2010 com ênfase em seus personagens(entida<strong>de</strong>s).3.1 Caboclo da Ban<strong>de</strong>ira: “João da Matafalado”João da Mata, também conhecido comoCaboclo da Ban<strong>de</strong>ira (Rei da Itália) é umaentida<strong>de</strong> que comanda a família <strong>de</strong> ban<strong>de</strong>ira,os ban<strong>de</strong>irantes. João da Mata era recebidopor Jorge Itacy <strong>de</strong> Oliveira e em algumasvezes é recebido também por Pai Airton, maso encantado da família <strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong> PaiAirton, é Seu “Olho D’água”, membro <strong>de</strong>ssafamília <strong>de</strong> encantados.Dizem que essa linha foi introduzida no Maranhão noantigo Terreiro do Egito. Daí passando para o Terreiro<strong>de</strong> Belém (Apeadouro) como Dona Marcolina,mais on<strong>de</strong> <strong>de</strong>monstrou seu maior po<strong>de</strong>r foi no antigoTerreiro do Engenho Velho do Tirirical, <strong>de</strong> mãe Celestina,hoje extinto. É uma família muito cultuada noMaranhão e hoje em expansão em outros estados.Dominam os rochedos, baías, igarapés, ilhas, terrasfirmes. São mais caçadores e pescadores que guerreiros.(OLIVEIRA, 1989, p. 44).No Terreiro <strong>de</strong> Iemanjá, essa família <strong>de</strong> encantadosé homenageada no dia 8 <strong>de</strong> fevereiro,já no Ilê Axé Ogum Sogbô. Não há toques<strong>de</strong> maneira específica para essa família, sendoque em algumas festas é chamada (manifestada).Percebe-se que as entida<strong>de</strong>s da família <strong>de</strong>ban<strong>de</strong>ira são entida<strong>de</strong>s sérias e também muitoenérgicas, tanto na dança, quanto na forma <strong>de</strong>cantar e se comportar no terreiro.23

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!