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Sistemas de Informação em Saúde para Municípios - Secretaria de ...

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Para gestores municipais <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong><strong>Sist<strong>em</strong>as</strong><strong>de</strong> Informação<strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>para</strong>MunicípiosAndré <strong>de</strong> Oliveira CarvalhoMaria Berna<strong>de</strong>te <strong>de</strong> Paula Eduardo


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EMSAÚDE PARA MUNICÍPIOS


PARA GESTORES MUNICIPAIS DE SERVIÇOS DE SAÚDESISTEMAS DEINFORMAÇÃO EMSAÚDE PARA MUNICÍPIOSAndré <strong>de</strong> Oliveira CarvalhoMaria Berna<strong>de</strong>te <strong>de</strong> Paula EduardoINSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTO DA SAÚDE – IDSNÚCLEO DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR – NAMH/FSP – USPBANCO ITAÚSÃO PAULO1998


Copyright © 1998 by Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Públicada Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São PauloCoor<strong>de</strong>nação do ProjetoGonzalo Vecina Neto, Valéria Terra, Raul Cutaite Luiz Eduardo C. Junqueira MachadoProdução editorial e gráficaEditora Fundação Peirópolis Ltda.Rua Girassol, 128 – Vila MadalenaSão Paulo – SP 05433-000Tel: (011) 816-0699 e Fax: (011) 816-6718e-mail: peiropol@sysnetway.com.brProjeto gráfico e editoração eletrônicaAGWM Artes GráficasDados Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)Carvalho, André <strong>de</strong> Oliveira<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> Municípios, volume 6 / André <strong>de</strong>Oliveira Carvalho, Maria Berna<strong>de</strong>te <strong>de</strong> Paula Eduardo. – – São Paulo : Faculda<strong>de</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, 1998. – – (Série Saú<strong>de</strong> & Cidadania)Realizadores: “Instituto <strong>para</strong> o Desenvolvimento da Saú<strong>de</strong> – IDS, Núcleo <strong>de</strong>Assistência Médico-Hospitalar – NAMH/FSP – USP, Banco Itaú”.1. Informação – <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> armazenag<strong>em</strong> e recuperação – Saú<strong>de</strong> pública 2.Municípios – Governo e administração – Brasil 3. Serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> – Administração– Brasil 4. <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> informação gerencial 5. Tecnologia da informaçãoI. Eduardo, Maria Berna<strong>de</strong>te <strong>de</strong> Paula. II. Título. III. Série.98–4497 CDD–362.1068Índices <strong>para</strong> catálogo sist<strong>em</strong>ático:1. <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> informação : Serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> : Administração :B<strong>em</strong>-estar social 362.1068Tirag<strong>em</strong>3.000 ex<strong>em</strong>plaresÉ autorizada a reprodução total ou parcial<strong>de</strong>ste livro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte.Distribuição gratuitaIDS – Rua Barata Ribeiro, 483 – 6º andar01308-000 – São Paulo – SPe-mail: ids-sau<strong>de</strong>@uol.com.brFSP – Av. Dr. Arnaldo, 715 – 1º andar – Administração Hospitalar01246-904 – São Paulo – SPTel: (011) 852-4322 e Fax: (011) 282-9659e-mail: admhosp@edu.usp.brBanco Itaú – PROAC – Programa <strong>de</strong> Apoio ComunitárioRua Boa Vista, 176 – 2º andar – Corpo I01014-919 – São Paulo – SPFax: (011) 237-2109


REALIZAÇÃOINSTITUTO PARA O DESENVOLVIMENTODA SAÚDEPresi<strong>de</strong>nte: Prof. Dr. Raul CutaitFACULDADE DE SAÚDE PÚBLICA DAUNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – FSP/USPDiretor: Prof. Dr. Jair Lício FerreiraNÚCLEO DE ASSISTÊNCIAMÉDICO-HOSPITALAR – NAMH/FSPCoor<strong>de</strong>nador: Prof. Gonzalo Vecina NetoBANCO ITAÚ S.A.Diretor Presi<strong>de</strong>nte: Dr. Roberto Egydio Setubal


APOIOCONSELHO NACIONAL DE SECRETÁRIOSMUNICIPAIS DE SAÚDEMINISTÉRIO DA SAÚDEORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDEFUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA – UNICEF


AGRADECIMENTOSAgra<strong>de</strong>c<strong>em</strong>os às equipes das secretarias da Saú<strong>de</strong> doscinco municípios que partici<strong>para</strong>m dos módulos <strong>de</strong>treinamento, que, através da troca <strong>de</strong> experiências e sugestões– incorporadas neste manual –, enriqueceramsobr<strong>em</strong>aneira o seu conteúdo.DIADEMADacio <strong>de</strong> Lyra Rabello NetoDenizi <strong>de</strong> Oliveira ReisDouglas Augusto Schnei<strong>de</strong>r FilhoFORTALEZAMaria Zélia RouquayrolRosa Lívia Freitas <strong>de</strong> AlmeidaVOLTA REDONDAMarilena Godinho MollicaFOZ DO IGUAÇUBárbara M. BarrosFrancisco Lacerda BrasileiroLeu<strong>de</strong>s BianchiRose Maria L. BulatyBETIMDelmar Huberto Pereira GomesGilberto Antônio Reis


PREFÁCIOEste conjunto <strong>de</strong> manuais <strong>para</strong> o projeto Saú<strong>de</strong> &Cidadania se insere no trabalho iniciado há cinco anospelo Banco Itaú com a criação do Programa <strong>de</strong> ApoioComunitário (PROAC). Voltado <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a orig<strong>em</strong> <strong>para</strong>programas <strong>de</strong> educação básica e saú<strong>de</strong>, o PROAC t<strong>em</strong><strong>de</strong>senvolvido <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> projetos <strong>de</strong> sucesso. Um dosmelhores ex<strong>em</strong>plos é o Raízes e Asas, elaborado <strong>em</strong>parceria com o Fundo das Nações Unidas <strong>para</strong> a Infância(Unicef) e o Centro <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas <strong>em</strong> Educação,Cultura e Ação Comunitária (Cenpec). Com iniciativascomo essa, o Programa <strong>de</strong> Apoio Comunitáriot<strong>em</strong> recebido diversas manifestações <strong>de</strong> reconhecimentoe pr<strong>em</strong>iações.Os resultados positivos obtidos com os programas jáimplantados levam agora o Itaú a viabilizar este projetodirigido às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>tectadas na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. Oprojeto Saú<strong>de</strong> & Cidadania resulta da honrosa parceriado Banco Itaú, do Instituto <strong>para</strong> o Desenvolvimento daSaú<strong>de</strong> (IDS) e do Núcleo <strong>de</strong> Assistência Médico-Hospitalarda Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo (NAMH/FSP – USP). A meta agora é divulgar <strong>para</strong>os municípios brasileiros o conhecimento e as experiênciasacumuladas por especialistas na área da saú<strong>de</strong>pública, que partici<strong>para</strong>m da elaboração <strong>de</strong>stes manuais,b<strong>em</strong> como os resultados advindos da sua utilização nafase <strong>de</strong> teste <strong>em</strong> cinco municípios. Por meio <strong>de</strong>les preten<strong>de</strong>-seaperfeiçoar a atuação dos gestores municipais


X<strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> a melhoria da qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vida das comunida<strong>de</strong>s a partir <strong>de</strong> noções básicas <strong>de</strong>gestão da saú<strong>de</strong>. Nos manuais, os gestores da saú<strong>de</strong>encontrarão fundamentos sobre planejamento <strong>em</strong>saú<strong>de</strong>, qualida<strong>de</strong> na gestão local <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, vigilânciasanitária, gestão financeira, gerenciamento <strong>de</strong>equipamentos hospitalares, gestão <strong>de</strong> medicamentos <strong>em</strong>ateriais, entre outros.O trabalho <strong>de</strong> divulgação do que po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>radoum dos pilares da saú<strong>de</strong> pública – a viabilizaçãoda otimização dos recursos disponíveis com o objetivo<strong>de</strong> melhorar a qualida<strong>de</strong> do atendimento prestado àpopulação – contará com o apoio da re<strong>de</strong> <strong>de</strong> agênciasdo Itaú que, s<strong>em</strong>pre sintonizadas com as necessida<strong>de</strong>slocais, po<strong>de</strong>rão ajudar a divulgar o material elaboradopelo projeto.A intenção <strong>de</strong>ste programa, vale frisar, será s<strong>em</strong>preaumentar a eficácia da ação dos gestores municipais dasaú<strong>de</strong> quanto às melhores maneiras <strong>de</strong> aproveitar aomáximo todos os recursos que estiver<strong>em</strong> efetivamenteao seu alcance, por mais limitados que possam parecer.Os beneficiários <strong>de</strong>ste trabalho serão as populações dascida<strong>de</strong>s mais carentes, e o Brasil <strong>em</strong> última análise, pormeio da diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> técnicas e experiências <strong>de</strong>última geração.O Banco Itaú, no seu papel <strong>de</strong> <strong>em</strong>presa-cidadã esocialmente responsável, acredita que assim estará contribuindo<strong>para</strong> a melhoria da qualida<strong>de</strong> dos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> e <strong>para</strong> a construção <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> mais justa.ROBERTO EGYDIO SETUBALDiretor Presi<strong>de</strong>nteBanco Itaú S.A.


APRESENTAÇÃOOsetorda saú<strong>de</strong> no Brasil vive hoje ummomento peculiar. O Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS)constitui um mo<strong>de</strong>rno mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização dosserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> que t<strong>em</strong> como uma <strong>de</strong> suas característicasprimordiais valorizar o nível municipal. Contudo,apesar <strong>de</strong> seu alcance social, não t<strong>em</strong> sido possívelimplantá-lo da maneira <strong>de</strong>sejada, <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong>sérias dificulda<strong>de</strong>s relacionadas tanto com seu financiamentoquanto com a eficiência administrativa <strong>de</strong>sua operação. Essa situação fez com que foss<strong>em</strong>ampliados, nos últimos anos, os <strong>de</strong>bates sobre oaumento do financiamento do setor público da saú<strong>de</strong>e a melhor utilização dos limitados recursos existentes.S<strong>em</strong> dúvida, as alternativas passam por novas propostas<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> gestão aplicáveis ao setor e quepreten<strong>de</strong>m redundar, <strong>em</strong> última análise, <strong>em</strong> menos<strong>de</strong>sperdício e melhoria da qualida<strong>de</strong> dos serviçosoferecidos.Os Manuais <strong>para</strong> Gestores Municipais <strong>de</strong> Serviço <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> foram elaborados com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> servircomo ferramenta <strong>para</strong> a mo<strong>de</strong>rnização das práticasadministrativas e gerenciais do SUS, <strong>em</strong> especial <strong>para</strong>municípios. Redigidos por profissionais experientes,foram posteriormente avaliados <strong>em</strong> programas <strong>de</strong>treinamento oferecidos pela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Públicada USP aos participantes das cida<strong>de</strong>s-piloto.Este material é colocado agora à disposição dosresponsáveis pelos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>em</strong> nível municipal.


XIIDaqui <strong>para</strong> a frente, esforços conjuntos <strong>de</strong>verão ser multiplicados<strong>para</strong> que os municípios interessados tenhamacesso não apenas aos manuais, mas também à suametodologia <strong>de</strong> implantação. Mais ainda, a proposta éque os resultados <strong>de</strong>ste projeto possam ser avaliados <strong>de</strong>maneira a, no futuro, nortear <strong>de</strong>cisões técnicas e políticasrelativas ao SUS.A criação <strong>de</strong>stes manuais faz parte do projeto Saú<strong>de</strong>& Cidadania e é fruto dos esforços <strong>de</strong> três instituiçõesque têm <strong>em</strong> comum a crença <strong>de</strong> que a melhoria dascondições sociais do país passa pela participação ativada socieda<strong>de</strong> civil: o Instituto <strong>para</strong> o Desenvolvimentoda Saú<strong>de</strong> (IDS), que é uma organização não-governamental,<strong>de</strong> caráter apartidário, e que congrega indivíduosnão só da área da saú<strong>de</strong>, mas também ligados a outrasativida<strong>de</strong>s, que se propõ<strong>em</strong> a dar sua contribuição <strong>para</strong>a saú<strong>de</strong>; o Núcleo <strong>de</strong> Assistência Médico-Hospitalar daFaculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo (NAMH/FSP – USP), que conta com a participação<strong>de</strong> experiente grupo da aca<strong>de</strong>mia ligado à gestão eadministração; e o Banco Itaú, que, ao acreditar que avocação social faz parte da vocação <strong>em</strong>presarial, apóiaprogramas <strong>de</strong> ampla repercussão social. O apoio oferecidopelo Conselho Nacional <strong>de</strong> Secretários Municipais<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (CONASEMS), pelo Ministério da Saú<strong>de</strong> e pelaOrganização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong> (OPAS) reforça apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> êxito <strong>de</strong>ssa proposta.O sentimento dos que até o momento partici<strong>para</strong>m<strong>de</strong>ste projeto é <strong>de</strong> entusiasmo, acoplado à satisfaçãoprofissional e ao espírito <strong>de</strong> participação social, num legítimoexercício <strong>de</strong> cidadania. A todos os nossos profundosagra<strong>de</strong>cimentos, extensivos à Editora Fundação Peirópolis,que se mostrou uma digna parceira <strong>de</strong>ste projeto.RAUL CUTAITPresi<strong>de</strong>nteInstituto <strong>para</strong> oDesenvolvimento da Saú<strong>de</strong>


NOTAS EXPLICATIVASUM POUCO DE HISTÓRIAAs duas últimas décadas foram marcadas por intensastransformações no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> brasileiro, intimamenterelacionadas com as mudanças ocorridas no âmbitopolítico-institucional. Simultaneamente ao processo <strong>de</strong>re<strong>de</strong>mocratização iniciado nos anos 80, o país passou porgrave crise na área econômico-financeira.No início da década <strong>de</strong> 80, procurou-se consolidar oprocesso <strong>de</strong> expansão da cobertura assistencial iniciadona segunda meta<strong>de</strong> dos anos 70, <strong>em</strong> atendimento àsproposições formuladas pela OMS na Conferência <strong>de</strong>Alma-Ata (1978), que preconizava “Saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> Todos noAno 2000”, principalmente por meio da Atenção Primáriaà Saú<strong>de</strong>.Nessa mesma época, começa o Movimento da ReformaSanitária Brasileira, constituído inicialmente por umaparcela da intelectualida<strong>de</strong> universitária e dos profissionaisda área da saú<strong>de</strong>. Posteriormente, incorporaramseao movimento outros segmentos da socieda<strong>de</strong>, comocentrais sindicais, movimentos populares <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ealguns parlamentares.As proposições <strong>de</strong>sse movimento, iniciado <strong>em</strong> plenoregime autoritário da ditadura militar, eram dirigidasbasicamente à construção <strong>de</strong> uma nova política <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> efetivamente <strong>de</strong>mocrática, consi<strong>de</strong>rando a<strong>de</strong>scentralização, universalização e unificação comoel<strong>em</strong>entos essenciais <strong>para</strong> a reforma do setor.Várias foram as propostas <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> umare<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviços voltada <strong>para</strong> a atenção primária à saú<strong>de</strong>,


XIVcom hierarquização, <strong>de</strong>scentralização e universalização,iniciando-se já a partir do Programa <strong>de</strong> Interiorização dasAções <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e Saneamento (PIASS), <strong>em</strong> 1976. Em1980, foi criado o Programa Nacional <strong>de</strong> Serviços Básicos<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (PREV-SAÚDE) – que, na realida<strong>de</strong>, nunca saiudo papel –, logo seguido pelo plano do ConselhoNacional <strong>de</strong> Administração da Saú<strong>de</strong> Previ<strong>de</strong>nciária(CONASP), <strong>em</strong> 1982, a partir do qual foi impl<strong>em</strong>entada apolítica <strong>de</strong> Ações Integradas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (AIS), <strong>em</strong> 1983.Estas constituíram uma estratégia <strong>de</strong> extr<strong>em</strong>a importância<strong>para</strong> o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização da saú<strong>de</strong>.A 8ª Conferência Nacional da Saú<strong>de</strong>, realizada <strong>em</strong>março <strong>de</strong> 1986, consi<strong>de</strong>rada um marco histórico, consagraos princípios preconizados pelo Movimento daReforma Sanitária.Em 1987 é impl<strong>em</strong>entado o Sist<strong>em</strong>a Unificado eDescentralizado <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUDS), como uma consolidaçãodas AIS, que adota como diretrizes a universalizaçãoe a eqüida<strong>de</strong> no acesso aos serviços, a integralida<strong>de</strong>dos cuidados, a regionalização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> eimpl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> distritos sanitários, a <strong>de</strong>scentralizaçãodas ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> instituiçõescolegiadas gestoras e o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> umapolítica <strong>de</strong> recursos humanos.O capítulo <strong>de</strong>dicado à saú<strong>de</strong> na nova ConstituiçãoFe<strong>de</strong>ral, promulgada <strong>em</strong> outubro <strong>de</strong> 1988, retrata oresultado <strong>de</strong> todo o processo <strong>de</strong>senvolvido ao longo<strong>de</strong>ssas duas décadas, criando o Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>(SUS) e <strong>de</strong>terminando que “a saú<strong>de</strong> é direito <strong>de</strong> todos e<strong>de</strong>ver do Estado” (art. 196).Entre outros, a Constituição prevê o acesso universale igualitário às ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com regionalizaçãoe hierarquização, <strong>de</strong>scentralização com direçãoúnica <strong>em</strong> cada esfera <strong>de</strong> governo, participação da comunida<strong>de</strong>e atendimento integral, com priorida<strong>de</strong> <strong>para</strong> asativida<strong>de</strong>s preventivas, s<strong>em</strong> prejuízo dos serviços assistenciais.A Lei nº 8.080, promulgada <strong>em</strong> 1990, operacionalizaas disposições constitucionais. São atribuiçõesdo SUS <strong>em</strong> seus três níveis <strong>de</strong> governo, além <strong>de</strong> outras,“or<strong>de</strong>nar a formação <strong>de</strong> recursos humanos na área <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>” (CF, art. 200, inciso III).No entanto, um conjunto <strong>de</strong> fatores – como probl<strong>em</strong>asligados ao financiamento, ao clientelismo, à mudança dopadrão epi<strong>de</strong>miológico e <strong>de</strong>mográfico da população, aos


XVcrescentes custos do processo <strong>de</strong> atenção, ao corporativismodos profissionais da saú<strong>de</strong>, entre muitos outros –t<strong>em</strong> se constituído <strong>em</strong> obstáculos expressivos <strong>para</strong>avanços maiores e mais consistentes. Tudo isso redunda<strong>em</strong> uma sensação <strong>de</strong> inviabilida<strong>de</strong> do SUS, apesar <strong>de</strong> ocaminho ser unanim<strong>em</strong>ente consi<strong>de</strong>rado como correto.Existe um consenso nacional <strong>de</strong> que uma políticasubstantiva <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização tendo como foco omunicípio, que venha acompanhada <strong>de</strong> abertura <strong>de</strong>espaço <strong>para</strong> o controle social e a montag<strong>em</strong> <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a<strong>de</strong> informação que permita ao Estado exercer seupapel regulatório, <strong>em</strong> particular <strong>para</strong> gerar ações comcapacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discriminação positiva, é o caminho <strong>para</strong>superar as causas que colocam o SUS <strong>em</strong> xeque.Assim, é necessário <strong>de</strong>senhar estratégias <strong>para</strong> superaro <strong>de</strong>safio da transformação a ser realizada, e uma <strong>de</strong>lasdiz respeito ao gerenciamento do setor da saú<strong>de</strong>. É precisocriar um novo espaço <strong>para</strong> a gerência, comprometidacom o aumento da eficiência do sist<strong>em</strong>a e com a geração<strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong>.Dessa forma, entre outras ações, torna-se imprescindívelrepensar o tipo <strong>de</strong> gerente <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quado <strong>para</strong>essa nova realida<strong>de</strong> e como <strong>de</strong>ve ser a sua formação.Esse novo profissional <strong>de</strong>ve dominar uma gama <strong>de</strong>conhecimentos e habilida<strong>de</strong>s das áreas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>de</strong>administração, assim como ter uma visão geral do contexto<strong>em</strong> que elas estão inseridas e um forte compromissosocial.Sob essa lógica, <strong>de</strong>ve-se pensar também na necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> as organizações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (tanto públicas comoprivadas) adaptar<strong>em</strong>-se a um mercado que v<strong>em</strong> se tornandomais competitivo e às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> um país<strong>em</strong> transformação, <strong>em</strong> que a noção <strong>de</strong> cidadania v<strong>em</strong> seampliando dia a dia.Nesse contexto, as organizações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e as pessoasque nelas trabalham precisam <strong>de</strong>senvolver uma dinâmica<strong>de</strong> aprendizag<strong>em</strong> e inovação, cujo primeiro passo<strong>de</strong>ve ser a capacida<strong>de</strong> crescente <strong>de</strong> adaptação àsmudanças observadas no mundo atual. Dev<strong>em</strong>-se procuraros conhecimentos e habilida<strong>de</strong>s necessários e a melhormaneira <strong>de</strong> transmiti-los <strong>para</strong> formar esse novoprofissional, ajustado à realida<strong>de</strong> atual e pre<strong>para</strong>do <strong>para</strong>acompanhar as transformações futuras.É esse um dos gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>safios a ser<strong>em</strong> enfrentados.


XVIO PROJETO SAÚDE & CIDADANIAA partir da constatação da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> formargerentes <strong>para</strong> o nível municipal, um conjunto <strong>de</strong> instituiçõesarticulou-se <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolver uma estratégia quepu<strong>de</strong>sse dar uma resposta ao <strong>de</strong>safio.Assim, o Instituto <strong>para</strong> o Desenvolvimento da Saú<strong>de</strong>(IDS) e o Núcleo <strong>de</strong> Assistência Médico-Hospitalar daFaculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo (NAMH/FSP – USP), com o apoio político do ConselhoNacional <strong>de</strong> Secretários Municipais <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>(CONASEMS), da Organização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong>(OPAS) e do Ministério da Saú<strong>de</strong>, com o apoio financeirodo Banco Itaú, <strong>de</strong>senvolveram este projeto com osseguintes objetivos:• Apoiar, com fundamento <strong>em</strong> ações, a implantaçãodo Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS).• Criar uma metodologia e organizar um conjunto <strong>de</strong>conhecimentos que possam ser aplicados amplamenteno <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> capacitação gerencial<strong>em</strong> gestão <strong>de</strong> ações e serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> prestados<strong>em</strong> municípios com mais <strong>de</strong> 50.000 habitantes.• Colocar à disposição dos municípios brasileiros umconjunto <strong>de</strong> manuais <strong>de</strong>dicados à gestão local <strong>de</strong>serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, tanto <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> livros como <strong>em</strong>meio magnético e ainda por intermédio da Internet.• Gerar a formação <strong>de</strong> massa crítica <strong>de</strong> recursoshumanos com capacida<strong>de</strong> <strong>para</strong> interpretar, analisare promover mudanças organizacionais <strong>em</strong> favor <strong>de</strong>uma maior eficiência do setor da saú<strong>de</strong>.Mediante a organização e consolidação <strong>de</strong> um conjunto<strong>de</strong> conhecimentos já disponíveis, o projeto <strong>de</strong>senvolveuuma série <strong>de</strong> doze manuais que privilegia a áreagerencial e que, além <strong>de</strong> reunir os conhecimentos existentes<strong>de</strong> cada t<strong>em</strong>a específico, articula as experiênciaspráticas <strong>de</strong> seus autores, gerando um produto finalcapaz <strong>de</strong> oferecer ao usuário um caminho <strong>para</strong> seuaprendizado <strong>de</strong> forma clara e acessível. Portanto, não setrata <strong>de</strong> um simples agrupamento <strong>de</strong> manuais e sim <strong>de</strong>um projeto educativo e <strong>de</strong> capacitação <strong>em</strong> serviço nãotradicional, <strong>de</strong>stinado a criar e fortalecer habilida<strong>de</strong>s econhecimentos gerenciais nos funcionários que ocupampostos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> administrativa nos serviçoslocais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.


XVIIOs manuais que compõ<strong>em</strong> o projeto e seus respectivosautores são os seguintes:1. Distritos Sanitários: Concepção e Organização –Eurivaldo Sampaio <strong>de</strong> Almeida, Cláudio GastãoJunqueira <strong>de</strong> Castro e Carlos Alberto Lisboa.2. Planejamento <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> – Francisco BernardiniTancredi, Susana Rosa Lopez Barrios e JoséHenrique Germann Ferreira.3. Qualida<strong>de</strong> na Gestão Local <strong>de</strong> Serviços e Ações <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> – Ana Maria Malik e Laura Maria CesarSchiesari.4. Gestão da Mudança Organizacional – MarcosKisil. Colaboração <strong>de</strong> Tânia Regina G. B. Pupo.5. Auditoria, Controle e Programação <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> – Gilson Cal<strong>em</strong>an, Marizélia Leão Moreira eMaria Cecília Sanchez.6. <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> Municípios– André <strong>de</strong> Oliveira Carvalho e MariaBerna<strong>de</strong>te <strong>de</strong> Paula Eduardo.7. Vigilância <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> Pública – Eliseu AlvesWaldman. Colaboração <strong>de</strong> Tereza Etsuko da CostaRosa.8. Vigilância Sanitária – Maria Berna<strong>de</strong>te <strong>de</strong> PaulaEduardo. Colaboração <strong>de</strong> Isaura Cristina Soares <strong>de</strong>Miranda.9. Gestão <strong>de</strong> Recursos Humanos – Ana Maria Malik eJosé Carlos da Silva.10. Gestão <strong>de</strong> Recursos Financeiros – Bernard FrançoisCouttolenc e Paola Zucchi.11. Gerenciamento <strong>de</strong> Manutenção <strong>de</strong> EquipamentosHospitalares – Sai<strong>de</strong> Jorge Calil e Marilda SolonTeixeira.12. Gestão <strong>de</strong> Recursos Materiais e Medicamentos –Gonzalo Vecina Neto e Wilson Reinhardt Filho.A METODOLOGIA UTILIZADAApós a elaboração da primeira versão dos manuais,realizaram-se três módulos <strong>de</strong> treinamento com os cincomunicípios indicados pelo CONASEMS (Dia<strong>de</strong>ma-SP,Betim-MG, Foz do Iguaçu-PR, Fortaleza-CE e Volta Redonda-RJ)com o objetivo <strong>de</strong> testá-los e expô-los à crítica.


XVIIIA proposta <strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong>senvolveu-se da seguinteforma:• Módulo 1: apresentação pelo docente do materialproduzido e discussões <strong>em</strong> sala <strong>de</strong> aula, com aproposição <strong>de</strong> sua aplicação ao retornar <strong>para</strong> ocampo.• Módulo 2 (seis s<strong>em</strong>anas após o primeiro): apresentaçãopelos alunos das dificulda<strong>de</strong>s encontradas nocampo e transformação da sala <strong>de</strong> aula <strong>em</strong> umespaço <strong>de</strong> consultoria e troca <strong>de</strong> experiências.• Módulo 3 (seis s<strong>em</strong>anas após o segundo): avaliaçãodos avanços obtidos, das limitações, dos conteúdosdos manuais e do processo como um todo.Cada módulo <strong>de</strong> treinamento dos manuais 1, 2, 3 e 4prolongou-se por quatro dias, contando com cerca <strong>de</strong> cincoparticipantes <strong>de</strong> cada município, <strong>de</strong> preferência do nívelpolítico-administrativo. Para os manuais operacionais(<strong>de</strong> 5 a 12), os treinamentos <strong>de</strong>senvolveram-se <strong>em</strong> módulos<strong>de</strong> três dias, com três participantes por município.Na avaliação final, ficou claro que todo o processo foiextr<strong>em</strong>amente positivo tanto <strong>para</strong> os participantes como<strong>para</strong> os autores, que pu<strong>de</strong>ram enriquecer os conteúdosdos manuais mediante a troca <strong>de</strong> experiências e a colaboraçãodos mais <strong>de</strong> c<strong>em</strong> profissionais que partici<strong>para</strong>mdos s<strong>em</strong>inários.Também ficou evi<strong>de</strong>nciado que, <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimentofuturo do projeto, o primeiro módulo (didático) édispensável <strong>para</strong> o processo <strong>de</strong> aprendizado. Entretanto,é fundamental um momento <strong>de</strong> esclarecimento <strong>de</strong>dúvidas e <strong>de</strong> proposição <strong>de</strong> soluções <strong>para</strong> as dificulda<strong>de</strong>sencontradas, principalmente se isso ocorrer <strong>em</strong>um espaço que permita troca <strong>de</strong> idéias com outras pessoascom experiências s<strong>em</strong>elhantes.O projeto Saú<strong>de</strong> & Cidadania propõe que, <strong>para</strong>lelamenteao uso dos manuais, seja utilizado o projetoGERUS – Desenvolvimento Gerencial <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s Básicas<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, <strong>para</strong> a capacitação <strong>de</strong> gerentes <strong>de</strong>unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> baixa complexida<strong>de</strong>. O GERUS é um projeto<strong>de</strong>senvolvido conjuntamente pelo Ministério daSaú<strong>de</strong> e pela Organização Pan-Americana da Saú<strong>de</strong> quepreten<strong>de</strong> institucionalizar mudanças nos padrões <strong>de</strong>organização dos serviços, com o objetivo <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quá-los


XIXà realida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada localida<strong>de</strong> ou região, e já está <strong>em</strong>uso <strong>em</strong> vários municípios do país.A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETOO material resultante do processo relatado po<strong>de</strong>ser utilizado diretamente pelas secretarias municipais daSaú<strong>de</strong> <strong>para</strong> a capacitação dos profissionais que ocupampostos <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> administrativa.Eventualmente, a simples leitura dos manuais e a discussãoentre seus pares po<strong>de</strong>rão ser consi<strong>de</strong>radas pelosgerentes como insuficientes <strong>para</strong> um melhor <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penhodas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scritas, ou talvez haja a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>um maior aprofundamento das questões levantadas.Nesse caso, o gestor municipal po<strong>de</strong>rá solicitar aoNúcleo <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública ligado à universida<strong>de</strong> maispróxima <strong>de</strong> seu município ou, se houver, à escola <strong>de</strong> formaçãoda secretaria da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> seu Estado, a realização<strong>de</strong> um período <strong>de</strong> treinamento (nos mol<strong>de</strong>s do<strong>de</strong>scrito no módulo 2), tendo como base o material oferecidopelo projeto Saú<strong>de</strong> & Cidadania. Como já foimencionado, esse processo torna-se muito maisproveitoso quando possibilita a troca <strong>de</strong> experiênciasentre profissionais <strong>de</strong> diferentes municípios.Uma outra proposta, ainda <strong>em</strong> fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,é a transformação dos manuais <strong>em</strong> hipertexto,tornando-os disponíveis <strong>em</strong> CD-ROM e <strong>em</strong> site na Internet,este último possibilitando inclusive a criação <strong>de</strong> chats<strong>para</strong> discussão <strong>de</strong> t<strong>em</strong>as específicos e um diálogo diretocom os autores.Nesse entret<strong>em</strong>po, o Núcleo <strong>de</strong> Assistência Médico-Hospitalar da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública <strong>de</strong>verá realizarreuniões com os núcleos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Coletiva que estiver<strong>em</strong>dispostos a formar monitores <strong>para</strong> o processo. Tambémpo<strong>de</strong>rá realizar treinamentos <strong>em</strong> municípios que os solicitar<strong>em</strong>.Para isso, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> entrar <strong>em</strong> contato com a Faculda<strong>de</strong><strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, por meio <strong>de</strong> carta, fax ou e-mail.PERSPECTIVASA cultura organizacional do setor público brasileiro,<strong>em</strong> geral, não estimula a iniciativa e a criativida<strong>de</strong><strong>de</strong> seus trabalhadores. Entretanto, <strong>de</strong>ve-se l<strong>em</strong>brar quetodo processo <strong>de</strong> mudança implica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>profissionais não apenas com boa capacitação técnica,mas com liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> criação e autonomia <strong>de</strong> ação.


XXO projeto Saú<strong>de</strong> & Cidadania oferece aos municípiosum instrumental testado <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> gerentes. O<strong>de</strong>safio agora é utilizá-lo, tendo s<strong>em</strong>pre presente a perspectiva<strong>de</strong> que a transformação está <strong>em</strong> marcha e aindahá um longo caminho a ser percorrido no processo <strong>de</strong>impl<strong>em</strong>entação e viabilização do SUS.GONZALO VECINA NETORAUL CUTAITVALÉRIA TERRACoor<strong>de</strong>nadores do Projeto


SUMÁRIOIntrodução .............................................................................................................. 1<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação .................................................................................... 5<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> ................................................................ 17Tecnologia da Informação................................................................................ 57Desenhando sist<strong>em</strong>as ........................................................................................ 71Consi<strong>de</strong>rações finais .......................................................................................... 93Glossário.................................................................................................................. 95Bibliografia ............................................................................................................ 99Os autores .............................................................................................................. 101


1SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSINTRODUÇÃOEste manual t<strong>em</strong> como objetivo fornecer subsídios <strong>para</strong> a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisõesaos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> responsáveis pela gerência <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> e, mais especificamente, aos encarregados pela impl<strong>em</strong>entação dossist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, isto é, <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>senhos e operacionalização.Assim, preten<strong>de</strong>-se oferecer um conjunto <strong>de</strong> conceitos básicos sobre <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong><strong>de</strong> Informação (SI), <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> (SIS) e Tecnologiada Informação (TI), que, aplicados na construção ou reorganização <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as<strong>de</strong> informação mais eficientes, possam subsidiar o gerenciamento local.Define-se informação como o significado que o hom<strong>em</strong> atribui a um <strong>de</strong>terminadodado, por meio <strong>de</strong> convenções e representações. Um clássico ex<strong>em</strong>plo é odo s<strong>em</strong>áforo <strong>para</strong> regular o trânsito, que utiliza as cores ver<strong>de</strong>, amarelo e vermelho.O significado <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>sses dados foi convencionalmente assim atribuído:ver<strong>de</strong> – seguir, amarelo – atenção, vermelho – <strong>para</strong>r. Toda informação, portanto,<strong>de</strong>ve gerar uma <strong>de</strong>cisão, que, por sua vez, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ará uma ação.Vale dizer que a informação constitui-se <strong>em</strong> suporte básico <strong>para</strong> toda ativida<strong>de</strong>humana e que todo o nosso cotidiano é um processo permanente <strong>de</strong>informação. E, no caso <strong>de</strong> instituições, <strong>em</strong>presas, organizações, conhecer seusprobl<strong>em</strong>as, buscar alternativas <strong>para</strong> solucioná-los, atingir metas e cumprir objetivosrequer<strong>em</strong> conhecimento e, portanto, informação. Por isso, po<strong>de</strong>-se dizerque há um consenso <strong>de</strong> que não é possível exercer gerência <strong>em</strong> nenhum setorse não houver um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> apoio à <strong>de</strong>cisão que se sustente na informação.Da mesma forma, a informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve ser entendida como um instrumento<strong>de</strong> apoio <strong>de</strong>cisório <strong>para</strong> o conhecimento da realida<strong>de</strong> sócio-econômica,<strong>de</strong>mográfica e epi<strong>de</strong>miológica, <strong>para</strong> o planejamento, gestão, organização eavaliação nos vários níveis que constitu<strong>em</strong> o Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.As teorias sobre planejamento <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, visando aprimorar as técnicas <strong>de</strong>reor<strong>de</strong>nação das instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e racionalização <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s,incorporam as noções sobre sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação, com


2SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSbase na “Teoria <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong>”. Segundo essa teoria, a constituição <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>aimplica uma interação entre todos os componentes da realida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>veráser captada por ele. Busca-se, através do sist<strong>em</strong>a, a recomposição <strong>de</strong> umtodo, que será possível mediante o conhecimento e a comunicação (fluxos)entre as partes.Na gerência <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, é básica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cadastros <strong>de</strong>pacientes, cadastro da população, cadastros <strong>de</strong> estabelecimentos, produçãodas ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, conhecimento do perfil <strong>de</strong> doenças atendidas, da mortalida<strong>de</strong>,número <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, número <strong>de</strong> consultórios, leitos,medicamentos utilizados, gastos efetuados e tantas outras informações. Alémdisso, essas informações necessitam ser cruzadas <strong>para</strong> se conhecer o modusoperandt dos serviços, o alcance <strong>de</strong> suas metas, objetivos e impactos. Com certeza,po<strong>de</strong>riam ser processadas manualmente, mas dificilmente <strong>de</strong> forma integradae <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po oportuno <strong>para</strong> a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, mesmo <strong>em</strong> municípiosmuito pequenos.A informática, ciência do tratamento racional da informação, surge comouma resposta às complexida<strong>de</strong>s diferentes dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação, àsnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informações integradas <strong>para</strong> a gerência e a tantas outras<strong>de</strong>mandas da socieda<strong>de</strong> atual. Passa a representar uma forma <strong>de</strong> suporte àadministração <strong>para</strong> o alcance <strong>de</strong> seus objetivos, permitindo agilizar os fluxos <strong>de</strong>informações e seu acesso nas áreas prioritárias da organização. É por esse motivoque, no estágio atual <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento tecnológico, que interfere nas ativida<strong>de</strong>smais simples do cidadão e até nas mais simples e menores formas <strong>de</strong>aglomerações humanas, torna-se difícil falar <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação <strong>para</strong> agerência s<strong>em</strong> se referir, como seu suporte, à informática.No processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões, torna-se essencial conhecer a orig<strong>em</strong>das informações <strong>para</strong> garantir sua fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong>, b<strong>em</strong> como sua relevância,isto é, a importância <strong>de</strong>las no processo <strong>de</strong>cisório. E, sobretudo, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estaroportunamente disponíveis, ou seja, facilmente acessíveis ou recuperáveis, <strong>para</strong>possibilitar uma resposta a<strong>de</strong>quada, <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po i<strong>de</strong>al, que permita subsidiaruma tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.Dessa perspectiva é que se <strong>de</strong>senvolveu este manual, que <strong>de</strong>verá servir <strong>de</strong>guia prático aos profissionais que lidam com a informação, seja no seu <strong>de</strong>senho,na instrumentação e operacionalização <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as, seja na avaliação dasinformações e gerência dos sist<strong>em</strong>as locais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Busca-se também como objetivo, ao apresentar a conceituação básica <strong>em</strong>etodológica, facilitar as relações entre os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e especialistas<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as e computação, condição necessária <strong>para</strong> a impl<strong>em</strong>entação dossist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>.Este manual compreen<strong>de</strong> cinco partes. A primeira refere-se a esta introdução,on<strong>de</strong> se explicitam os objetivos e princípios seguidos. Na segunda, sãoapresentados os conceitos sobre <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação (SI), classificação,contexto e ferramentas <strong>para</strong> o seu <strong>de</strong>senho, impl<strong>em</strong>entação e avaliação. Na


3SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSterceira, apresentam-se as especificida<strong>de</strong>s dos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong>Saú<strong>de</strong> (SIS), os enfoques epi<strong>de</strong>miológicos essenciais <strong>em</strong> sua construção e <strong>para</strong>a avaliação das práticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, relacionando-se os sist<strong>em</strong>as necessários e asfontes dos principais sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>em</strong> nível nacional. Naquarta, são <strong>de</strong>lineados os conceitos sobre Tecnologia da Informação (TI), terminologiautilizada <strong>para</strong> <strong>de</strong>signar as técnicas relativas ao processamento dasinformações, através da informática e suas ferramentas, e discutidas as questõessobre sua aquisição e implantação. E, finalmente, na quinta parte, ex<strong>em</strong>plospráticos são sugeridos como exercício <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>para</strong> omunicípio. Há também um glossário, com as <strong>de</strong>finições das principais terminologiasutilizadas.Vários trabalhos foram consultados e integrados na confecção <strong>de</strong>ste manual,os quais não estão referenciados no corpo do texto, mas relacionados ao finaldo trabalho, como bibliografia consultada ou recomendada.Espera-se, além <strong>de</strong> tudo, estimular a gerência e <strong>de</strong>mais profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>a utilizar as informações produzidas, a produzi-las com fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> e qualida<strong>de</strong>,<strong>para</strong> que cumpram os propósitos pelos quais foram concebidas.


5SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSSISTEMAS DE INFORMAÇÃOUm Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação (SI) po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido como um conjunto <strong>de</strong>procedimentos organizados que, quando executados, provê<strong>em</strong> informação<strong>de</strong> suporte à organização. Um SI <strong>em</strong> geral processa dados, <strong>de</strong>maneira informatizada ou não, e os apresenta <strong>para</strong> os usuários, individuais ougrupos, que são os responsáveis pela sua interpretação. A forma como se processaessa interpretação, uma ativida<strong>de</strong> inerent<strong>em</strong>ente humana, é extr<strong>em</strong>amenteimportante <strong>para</strong> a compreensão da reação da organização às saídas do sist<strong>em</strong>a.São diversos os resultados possíveis <strong>para</strong> uma organização quando elarecebe as saídas <strong>de</strong> um SI. Muitos sist<strong>em</strong>as são usados rotineiramente <strong>para</strong> controlee requer<strong>em</strong> pouco <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> agendamento <strong>de</strong>consultas, por ex<strong>em</strong>plo, requer pouca atenção dos níveis diretivos da organização.Em geral, essas aplicações são altamente estruturadas e previsíveis,sendo necessário somente atenção às exceções. Em contrapartida, outros sist<strong>em</strong>assão mais voltados ao planejamento estratégico da organização, como ossist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> priorização e alocação <strong>de</strong> investimentos. Nesses casos, os sist<strong>em</strong>asdão suporte à <strong>de</strong>cisão dos gerentes. Embora os SI sejam anteriores ao fenômenoda computação eletrônica, e <strong>em</strong> alguns casos não <strong>de</strong>pendam <strong>em</strong> absoluto<strong>de</strong> um computador, a explosão da informação e as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processargran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> dados requer<strong>em</strong> novas ferramentas. Essas ferramentas<strong>para</strong> trabalho da informação, componentes da Tecnologia da Informação, são<strong>de</strong>scritas mais adiante.TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃOÉ importante reconhecer que <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação po<strong>de</strong>m ser classificadossegundo diversas categorias. Um mo<strong>de</strong>lo <strong>para</strong> essa <strong>de</strong>finição é o <strong>de</strong>Keen e Morton, que classifica os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação <strong>em</strong>: <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> InformaçãoTransacional (SIT), <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação Gerencial (SIG) e <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong>


6SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOS<strong>de</strong> Apoio à Decisão (SAD). Cabe observar que as fronteiras entre esses diversossist<strong>em</strong>as não é muito nítida, uma vez que sist<strong>em</strong>as gerenciais são também sist<strong>em</strong>as<strong>de</strong> apoio à <strong>de</strong>cisão. A diferenciação entre esses sist<strong>em</strong>as é <strong>de</strong>finida pelapossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estruturá-los e, conseqüent<strong>em</strong>ente, informatizá-los. Outrasclassificações, como os sist<strong>em</strong>as especialistas, os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação executiva,os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> informação geográfica, são tidos como englobados pelastrês classificações usadas a seguir:<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação Transacional – SITTêm como características:• objetivar tarefas estruturadas, <strong>em</strong> que são claros os procedimentos, asregras <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e os fluxos <strong>de</strong> informação;• visar à eficiência, que po<strong>de</strong> ser traduzida por redução <strong>de</strong> custos, t<strong>em</strong>poou pessoal, ou ainda, por aumento <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>;• relevância indireta dos gerentes.<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação Gerencial – SIGTêm como características:• ajudar gerentes no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>em</strong> tarefas s<strong>em</strong>i-estruturadas;• apoiar e não substituir o julgamento do gerente;• aumentar a efetivida<strong>de</strong> do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>em</strong> vez <strong>de</strong> sua eficiência.<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Apoio à Decisão – SADTêm como características:• apoiar as <strong>de</strong>cisões: prescin<strong>de</strong> <strong>de</strong> estruturação suficiente <strong>para</strong> querecursos analíticos ou computacionais possam fornecer apoio ao discernimentoe julgamento do gerente;• aumentar o alcance e capacida<strong>de</strong> do gerente, assim como sua efetivida<strong>de</strong>;• relevância dos gerentes na criação <strong>de</strong> uma ferramenta <strong>de</strong> suporte, portantonão <strong>de</strong>vendo objetivar automatizar o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, pre<strong>de</strong>finirobjetivos ou impor soluções, mas apenas prover o suporte <strong>para</strong>o processo <strong>de</strong>cisório.Esses sist<strong>em</strong>as têm sido enfocados <strong>em</strong> <strong>para</strong>lelo à evolução do uso dos computadores.A quebra do <strong>para</strong>digma da computação centralizada, focalizada noprocessamento <strong>de</strong> dados, permitiu o surgimento do enfoque <strong>de</strong> uso dos dadoscomo componentes <strong>de</strong> informação <strong>de</strong> apoio à gerência e ao processo <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão. Por outro lado, a evolução das tecnologias, com o advento dos microcomputadores,das re<strong>de</strong>s, da computação distribuída, das ferramentas voltadas


7SISTEMAS DE INFORMAÇÃO<strong>para</strong> o usuário final, a redução global dos custos, permitiram o acesso <strong>de</strong>partamentala dados relevantes, quebrando <strong>de</strong> certa forma o monopólio dos Centros<strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Dados (CPD) no acesso e manipulação dos dados.Portanto, o ambiente propício à criação dos novos SI é gran<strong>de</strong>mente favorecidopelos avanços tecnológicos que tornaram possível o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>aplicações <strong>para</strong> os gerentes e pelos gerentes, <strong>em</strong> contraste com o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> aplicações unicamente funcionais, operacionais e transacionais.FORMAS DE ENQUADRAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DOSSISTEMAS DE INFORMAÇÃOOs <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação po<strong>de</strong>m ser enquadrados segundo seus propósitos.Esse enquadramento po<strong>de</strong> permitir a diferenciação e o posicionamento dosdiversos tipos <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> acordo com seus objetivos, que po<strong>de</strong>m ser:• Planejamento estratégico: voltado <strong>para</strong> as <strong>de</strong>cisões que norteiam osrumos da organização.• Controle gerencial: dirigido <strong>para</strong> o uso eficiente e efetivo dos recursosda <strong>em</strong>presa <strong>para</strong> alcançar seus objetivos.• Controle operacional: voltado <strong>para</strong> a execução das tarefas essenciaisao funcionamento da organização.Cada um <strong>de</strong>sses objetivos, por sua vez, po<strong>de</strong> ser classificado segundo diversasvariáveis, tais como grau <strong>de</strong> certeza, nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe, horizonte <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po,freqüência <strong>de</strong> uso, fonte, abrangência, tipo e duração, conforme apresentadona tabela a seguir:CATEGORIAS/ CONTROLE CONTROLE PLANEJAMENTOVARIÁVEIS OPERACIONAL GERENCIAL ESTRATÉGICOCerteza Alta < > BaixaNível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe Detalhado < > AgregadoHorizonte <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po Presente < > FuturoFreqüência <strong>de</strong> uso Freqüente < > InfreqüenteFonte Interna < > ExternaAbrangência Estreita < > AmplaTipo Quantitativa < > QualitativaDuração Atual < > LongaO enfoque dos SI precisa levar <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração que a base <strong>de</strong> dadosnecessária <strong>para</strong> apoiar uma <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>ve ser construída <strong>de</strong>ntro docontexto <strong>de</strong>ssa <strong>de</strong>cisão e não como um esforço <strong>para</strong>lelo ao processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho<strong>de</strong> bases <strong>de</strong> dados corporativos, na esperança <strong>de</strong> que esses dados venhama ser usados “algum dia”. É importante notar que essa perspectiva leva asupor que as aplicações voltadas <strong>para</strong> o planejamento estratégico e controle


8SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSgerencial <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser se<strong>para</strong>das daquelas <strong>de</strong> controle operacional, enquantoas bases <strong>de</strong> dados po<strong>de</strong>m ser comuns. Somente com a atenção focalizadaprimeiro na <strong>de</strong>cisão, <strong>para</strong> então <strong>de</strong>finir as informações requeridas no seuapoio, po<strong>de</strong> ser possível visualizar quais os dados pertinentes, que merec<strong>em</strong>ser coletados e mantidos, e on<strong>de</strong> essa coleta <strong>de</strong>ve ser feita. A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>bases <strong>de</strong> dados distribuídas <strong>em</strong> re<strong>de</strong>s, acessadas por microcomputadores,ten<strong>de</strong> a facilitar esse enfoque.Os SI po<strong>de</strong>m ser categorizados ainda <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão: estruturada,s<strong>em</strong>i-estruturada e não-estruturada. Ativida<strong>de</strong>s estruturadas po<strong>de</strong>mser automatizadas e não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> intervenção direta do gerente, sendo ofoco dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> controle operacional. Ativida<strong>de</strong>s não estruturadas têmcomo ponto central o processo <strong>de</strong> julgamento e <strong>de</strong>cisão do gerente e dificilmentepo<strong>de</strong>m ser automatizadas. As ativida<strong>de</strong>s intermediárias, s<strong>em</strong>i-estruturadas,são o ambiente on<strong>de</strong> os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> apoio à <strong>de</strong>cisão encontram maiorpotencial <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Alguns ex<strong>em</strong>plos <strong>de</strong> aplicações segundo as categorias anteriormente<strong>de</strong>finidas e o tipo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão são <strong>de</strong>scritos na tabela abaixo:TIPO DE CONTROLE CONTROLE PLANEJAMENTO APOIODECISÃO/ OPERACIONAL GERENCIAL ESTRATÉGICO NECESSÁRIOATIVIDADEEstruturada Pedido <strong>de</strong> Programação Localização Processamentoestoque <strong>de</strong> campanha <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> dados<strong>de</strong> vacinação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>S<strong>em</strong>i- Definição <strong>de</strong> Definição <strong>de</strong> Definição <strong>de</strong> SADestruturada turnos <strong>de</strong> orçamento priorida<strong>de</strong>strabalho e <strong>para</strong> material <strong>para</strong> ações <strong>de</strong>plantões <strong>de</strong> consumo saú<strong>de</strong>Não- Seleção <strong>de</strong> Contratação Definição <strong>de</strong> Intuiçãoestruturada capa <strong>para</strong> <strong>de</strong> gerentes ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> humanaedição <strong>de</strong>pesquisauma revistaO CONTEXTO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃOO <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação, assim como as tecnologias <strong>de</strong>suporte necessárias, estão inseridos <strong>em</strong> um contexto amplo, e estão relacionadosa organizações, a processos, às pessoas envolvidas e a uma dinâmica <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento. Diversas vertentes do conhecimento <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser levadas <strong>em</strong>conta na <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>sses sist<strong>em</strong>as. Os pontos <strong>de</strong> vista <strong>para</strong> cada uma <strong>de</strong>ssasvertentes po<strong>de</strong>m diferir, e um dos fatores <strong>para</strong> o sucesso na impl<strong>em</strong>entação<strong>de</strong>sses sist<strong>em</strong>as é a integração dos pontos <strong>de</strong> vista. Os diversos pontos <strong>de</strong> vistapo<strong>de</strong>m ser caracterizados como aqueles das ciências da computação, da econo-


9SISTEMAS DE INFORMAÇÃOmia da informação, das ciências da administração, das ciências do comportamento.Essas ciências <strong>de</strong>v<strong>em</strong> compl<strong>em</strong>entar as visões dos profissionais <strong>de</strong>processamento e das gerências <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>para</strong> a construção <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as realmenteefetivos. Os diversos ramos do conhecimento com relevância no <strong>de</strong>senho<strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação são <strong>de</strong>scritos a seguir.Ciência da computaçãoA maioria dos profissionais que <strong>de</strong>senvolv<strong>em</strong> um SIG, tiveram <strong>de</strong> alguma formatreinamento <strong>em</strong> ciência da computação. Esse campo engloba um espectro amploenvolvendo as Tecnologias da Informação. O conhecimento das opções da TIvisam adotar e <strong>de</strong>senvolver melhores tecnologias. O enfoque no <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>para</strong> esse grupo é muito mais a Gerência do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informaçãodo que o Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação Gerencial (a distinção <strong>de</strong> ambos é muito mais queum jogo <strong>de</strong> palavras, é uma diferença fundamental <strong>de</strong> perspectiva). A gerência <strong>de</strong>dados como sinônimo <strong>de</strong> informação t<strong>em</strong> direcionado boa parte dos novos <strong>de</strong>senvolvimentosvisando facilitar o acesso à informação e a sua mo<strong>de</strong>lag<strong>em</strong>.Economia da informaçãoEste é um campo <strong>de</strong>licado, on<strong>de</strong> se t<strong>em</strong> tentado <strong>de</strong>finir custos e valor da informação.Em síntese, o valor da informação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da sua disponibilida<strong>de</strong>, dafacilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso, do interesse do usuário, <strong>de</strong>ntre outros fatores. Custo, porsua vez, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> outros parâmetros, como, por ex<strong>em</strong>plo, aquisição,manutenção, suporte e pessoal envolvido.Ciência da administraçãoOs <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> geral têm forte presença <strong>de</strong> componentes dasciências da administração no seu <strong>de</strong>senvolvimento. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> otimização, como a programação linear e a pesquisa operacional,teve gran<strong>de</strong> impacto <strong>em</strong> muitas organizações. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong> simulação mostrou gran<strong>de</strong> potencial como ferramenta <strong>de</strong> apoio à <strong>de</strong>cisão.Outro enfoque útil, <strong>em</strong> compl<strong>em</strong>ento à metodologia (otimização ou simulação),é o da área <strong>de</strong> aplicação (finanças, recursos humanos, produção, porex<strong>em</strong>plo).Ciência do comportamentoEssa ciência se concentra nas pessoas, <strong>em</strong> organizações, grupos, ou como indivíduos.O estudo do impacto da introdução <strong>de</strong> computadores e sist<strong>em</strong>as <strong>em</strong>organizações é um <strong>de</strong>sses enfoques. Os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho técnico, impl<strong>em</strong>entaçãoe aceitação dos SIG têm componentes psicológicos e comportamentais<strong>de</strong> influência essencial no seu sucesso. O conhecimento dos processos <strong>de</strong>aprendizado com o uso da informação, necessida<strong>de</strong>s, expectativas e capacida<strong>de</strong>sdos gerentes, <strong>de</strong>senvolvedores <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as e usuários <strong>em</strong> geral, é umt<strong>em</strong>a complexo e relevante <strong>para</strong> a <strong>de</strong>finição dos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação.


10SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSProfissionais <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> dadosEsses profissionais têm como responsabilida<strong>de</strong> construir, manter e operar <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong><strong>de</strong> Informação. Devido à rapi<strong>de</strong>z com que acontec<strong>em</strong> as mudanças tecnológicase o avanço acelerado com que se processam as evoluções nessesetor, que exige profissionalização altamente técnica, seus profissionais <strong>de</strong>v<strong>em</strong>estar s<strong>em</strong>pre atualizados, sob o risco <strong>de</strong> ver<strong>em</strong> <strong>de</strong>fasados seus conhecimentos.Esse ambiente, mesmo <strong>para</strong> o mais versátil dos profissionais, é repleto <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong>se ten<strong>de</strong> a forçar os gerentes a se concentrar mais na tecnologia quenas necessida<strong>de</strong>s da organização. Profissionais <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> dados<strong>de</strong>v<strong>em</strong> balancear esforços <strong>para</strong> se manter atualizados, competitivos, alerta àsmudanças tecnológicas, enquanto s<strong>em</strong>pre focados nos objetivos da <strong>em</strong>presa.Dev<strong>em</strong> ser creditados a esses profissionais o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> metodologias,produtos e, <strong>em</strong> especial, o reconhecimento <strong>de</strong> que a análise e exame <strong>de</strong>tarefas a ser<strong>em</strong> programadas são parte das mudanças nas funções <strong>de</strong> sua organizaçãoe do ambiente on<strong>de</strong> estão inseridos.Gerência <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> InformaçãoA avaliação cuidadosa <strong>de</strong> alternativas tecnológicas, planejamento e análise dosobjetivos dos sist<strong>em</strong>as <strong>em</strong> operação <strong>de</strong>ve conduzir os gerentes <strong>de</strong> SI. Existeuma clara tendência <strong>em</strong> i<strong>de</strong>ntificar a área <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> dados comouma peça no conjunto <strong>de</strong> ferramentas que compõ<strong>em</strong> uma organização e, comotal, <strong>de</strong>ve ser b<strong>em</strong> gerenciada, com a indicação <strong>de</strong> gerentes que não necessariamenteprecisam ter formação técnica <strong>em</strong> processamento, mas sobretudo <strong>em</strong>técnicas <strong>de</strong> gerência e administração. A perspectiva dos gerentes <strong>de</strong> SI <strong>em</strong>muitos casos t<strong>em</strong> sido influenciada pelas gran<strong>de</strong>s modas e jargões das novastecnologias, às quais <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar atentos, s<strong>em</strong> nunca per<strong>de</strong>r o foco nos objetivosda organização on<strong>de</strong> estão inseridos.A tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão efetiva<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação Gerencial são <strong>de</strong>senvolvidos como ferramentas <strong>de</strong>apoio <strong>para</strong> o gerente, conforme a própria <strong>de</strong>finição sugere. Freqüent<strong>em</strong>ente, osgerentes reconhec<strong>em</strong> o uso <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação como fator <strong>de</strong> mudançana organização, mas não utilizam esses sist<strong>em</strong>as no seu processo <strong>de</strong>cisório.A diferença entre os conceitos <strong>de</strong> eficiência e eficácia/efetivida<strong>de</strong> no processo<strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão são argumentos centrais da perspectiva dos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong><strong>de</strong> Informação.• Eficiência é executar uma tarefa o melhor possível <strong>em</strong> relação acritérios <strong>de</strong> performance anteriormente preestabelecidos. Por ex<strong>em</strong>plo,um centro <strong>de</strong> informática que mantém altas taxas <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>seus recursos computacionais, gera gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong> dados transacionaise produz <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> relatório, po<strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rareficiente. Por outro lado, se os dados não reflet<strong>em</strong> informações


11SISTEMAS DE INFORMAÇÃOúteis e os relatórios não são utilizados, esse CPD, na verda<strong>de</strong>, estásendo eficiente na busca <strong>de</strong> um objetivo ineficaz. A maioria dos SIT évoltada <strong>para</strong> a eficiência e melhoria dos processos.• Eficácia requer adaptação e aprendizado. Pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimentopo<strong>de</strong>m ser tomados como um investimento ineficiente, mas provamser eficazes a longo prazo. Efetivida<strong>de</strong> não po<strong>de</strong> ser programada n<strong>em</strong><strong>de</strong>legada, mas po<strong>de</strong> ser apoiada por SIG e SAD.Obviamente, qualquer organização necessita balancear entre manutenção eadaptação, continuar as ativida<strong>de</strong>s atuais e re<strong>de</strong>fini-las. Em situações e ambientesestáveis, eficiência é mais importante; entretanto, quando as mudançasacontec<strong>em</strong>, eficácia <strong>de</strong>ve ser o objetivo principal. De qualquer maneira, aexcelência não é um padrão fixo, mas um conceito <strong>em</strong> evolução.Mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> processo <strong>de</strong>cisóriosSuporte à <strong>de</strong>cisão implica conhecimento <strong>de</strong>talhado do processo <strong>de</strong>cisório <strong>de</strong>ntroda organização. Implica compreen<strong>de</strong>r os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>scritivo e prescritivo <strong>para</strong> atomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Um enquadramento <strong>de</strong>scritivo po<strong>de</strong> servir como base <strong>para</strong> o<strong>de</strong>senho prescritivo. Em outras palavras, é necessário <strong>de</strong>finir e analisar umprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>para</strong> então melhorá-lo. A síntese dos diversos conceitos <strong>em</strong>um processo <strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão po<strong>de</strong> resultar <strong>em</strong> um diagnóstico mais claroda situação <strong>em</strong> que se projeta um SAD. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>scritivo resultante <strong>de</strong>ssediagnóstico <strong>de</strong>ve servir como base <strong>para</strong> a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> uma direção normativa.Alguns dos conceitos relevantes <strong>para</strong> o processo <strong>de</strong>cisório são <strong>de</strong>scritos a seguir:Conceito racional/econômicoÉ a teoria normativa clássica <strong>em</strong> que o tomador <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>tém todo o conhecimentoe é capaz <strong>de</strong> avaliar as alternativas. S<strong>em</strong>pre procura a melhorsolução. O processo <strong>de</strong> impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> SAD nesse caso requer competênciatécnica e treinamento dos envolvidos <strong>em</strong> adotar uma perspectiva racional eser<strong>em</strong> explícitos quanto à consistência <strong>em</strong> suas <strong>de</strong>cisões.Conceito satisfatório/orientado a processoConsi<strong>de</strong>ra a racionalida<strong>de</strong> dos tomadores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, ainda que limitados <strong>de</strong>ntro<strong>de</strong> uma fronteira <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>. Esse ponto <strong>de</strong> vista focaliza o processo<strong>de</strong>cisório mais que os resultados. A análise limitada nesses casos leva asoluções “boas o bastante”, ainda que não ótimas.Procedimentos organizacionaisFocaliza as inter-relações entre componentes da organização. São importantesnesse ponto <strong>de</strong> vista a estrutura, os mecanismos <strong>de</strong> comunicação e coor<strong>de</strong>nação,assim como os procedimentos operacionais.


12SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSVisão políticaT<strong>em</strong> os participantes como atores do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. Cada um <strong>de</strong>les t<strong>em</strong>suas preferências pessoais, formando coalizões e subgrupos com interessesdiversos. Freqüent<strong>em</strong>ente, suas <strong>de</strong>cisões são resultado <strong>de</strong> conflitos e negociações,<strong>de</strong>terminados por po<strong>de</strong>r e influência. Inovações ten<strong>de</strong>m a ser vistas comcautela por aqueles cuja posição, interesse e satisfação po<strong>de</strong>m ser afetados.Diferenças individuaisA personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um indivíduo e sua racionalida<strong>de</strong> são fatores <strong>de</strong>terminantesna tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão. O comportamento pessoal <strong>em</strong> muitos casos é <strong>de</strong>terminadopela maneira como o indivíduo processa informações, pela forma como“enxerga” uma situação. Indivíduos diferentes po<strong>de</strong>m, assim, tomar <strong>de</strong>cisõesdiferentes, mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um contexto s<strong>em</strong>elhante.DESENHO, IMPLEMENTAÇÃO E AVALIAÇÃODE SISTEMAS DE INFORMAÇÃODesenho <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> InformaçãoExist<strong>em</strong> implicações importantes ao <strong>de</strong>senho e à impl<strong>em</strong>entação que <strong>de</strong>v<strong>em</strong>ser consi<strong>de</strong>rados quando <strong>de</strong>senvolvidos os <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação:PessoasAs pessoas envolvidas no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> SI <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ter comocaracterística a competência técnica, mas também enxergar seu papel comosuporte à organização.TecnologiaA tecnologia <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> SI <strong>de</strong>ve apontar probl<strong>em</strong>as <strong>em</strong> diversasclassificações, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os facilmente estruturados até aqueles nada estruturados,levando <strong>em</strong> conta níveis diferentes <strong>de</strong> manutenção <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>operativos <strong>de</strong> larga escala até os voltados <strong>para</strong> o indivíduo.Mo<strong>de</strong>losOs mo<strong>de</strong>los usados são também diversos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os algoritmos <strong>de</strong> otimização,usados <strong>em</strong> áreas estruturadas, até os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> simulação, que representamos conceitos do tomador <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e das suas interações com as variáveisencontradas no seu ambiente.ProcessoO <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação é muito mais um serviço <strong>em</strong>evolução constante, um processo, do que um produto final. Em particular, osusuários <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser ativos na construção do sist<strong>em</strong>a, pois são os agentes dosprocessos e, somente com esse envolvimento, po<strong>de</strong>rão usá-los com sucesso.


13SISTEMAS DE INFORMAÇÃOImpl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> InformaçãoSão fatores <strong>de</strong> sucesso <strong>para</strong> a impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação:• início da necessida<strong>de</strong> partindo do usuário, i<strong>de</strong>ntificando uma vonta<strong>de</strong><strong>de</strong> mudança <strong>em</strong> um momento a<strong>de</strong>quado;• existência <strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> usuários ativos no processo. A participação<strong>de</strong> um consultor externo po<strong>de</strong>, <strong>em</strong> alguns casos, facilitar os relacionamentosentre o grupo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e os usuários;• conhecimento da área funcional das ativida<strong>de</strong>s operacionais e<strong>de</strong>cisórias da organização por parte dos <strong>de</strong>senhistas do sist<strong>em</strong>a.Como já foi mencionado, o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação é muitomais um processo que um produto final. A impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> SI <strong>de</strong>ve sertomada, assim, como um processo objetivando mudança. Um mo<strong>de</strong>lo útil <strong>para</strong>processos <strong>de</strong> mudança foi i<strong>de</strong>alizado por Lewin e Schein e propõe os estágios<strong>de</strong> <strong>de</strong>scongelamento, movimento e recongelamento.DescongelamentoO <strong>de</strong>scongelamento <strong>de</strong> uma situação <strong>de</strong>ve antece<strong>de</strong>r os processos <strong>de</strong> mudança.Essa etapa é caracterizada por uma alteração <strong>de</strong> forças, <strong>de</strong> forma que o equilíbrioé modificado a tal ponto que ocorre motivação <strong>para</strong> mudanças. Isso po<strong>de</strong>acontecer com a pressão por mudanças, ou com a redução da resistência a elas.Fatores como apoio da direção, necessida<strong>de</strong> do cliente, ou um probl<strong>em</strong>a imediato,po<strong>de</strong>m ser os catalisadores da impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong> mudanças.MovimentoA apresentação <strong>de</strong> uma direção <strong>de</strong> mudança e o processo <strong>de</strong> aculturação anovas atitu<strong>de</strong>s faz<strong>em</strong> parte da etapa <strong>de</strong> movimento, aquele período <strong>em</strong> que asmudanças são introduzidas na organização.RecongelamentoO recongelamento é caracterizado pela incorporação das novas atitu<strong>de</strong>s resultantesda mudança ao restante da personalida<strong>de</strong> da organização. Essa etapa émarcada pela institucionalização das mudanças, quando elas são consi<strong>de</strong>radascompletas e integradas ao ambiente organizacional.AvaliaçãoO processo <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> sucesso dos SI passa pela fase <strong>de</strong> recongelamento,com a aceitação e institucionalização <strong>de</strong>sses sist<strong>em</strong>as. Para isso, é necessárioestabelecer na sua avaliação:•uma <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> “melhoria”;•um meio <strong>de</strong> monitorar o progresso rumo ao objetivo <strong>de</strong>finido;•um processo <strong>de</strong> revisão <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar o alcance dos objetivos.


14SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSAs principais questões relativas à avaliação po<strong>de</strong>m ser resumidas <strong>em</strong>: Aon<strong>de</strong>quer<strong>em</strong>os chegar? Qual o critério <strong>para</strong> <strong>de</strong>terminar sucesso ou fracasso? Comovamos i<strong>de</strong>ntificar se alcançamos os objetivos? Como vamos <strong>de</strong>terminar se oesforço valeu o seu custo? É importante observar que a avaliação t<strong>em</strong> sidoreconhecida como um dos elos mais fracos dos processos <strong>de</strong> mudança.Os <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Apoio à DecisãoEsses sist<strong>em</strong>as têm por característica o processo <strong>de</strong>cisório, mais que no suporteoperacional prestado pelos SIT e SIG, com a adição <strong>de</strong> uma nova classe <strong>de</strong>probl<strong>em</strong>as e oportunida<strong>de</strong>s.O primeiro termo da classificação SAD é SISTEMA. Aqui se pressupõe umconjunto <strong>de</strong> el<strong>em</strong>entos relacionados entre si, funcionando como uma estruturaorganizada.O segundo termo da classificação é APOIO. Apoio subenten<strong>de</strong> que não seestá substituindo um processo, mas explorando as possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aplicar técnicasanalíticas, <strong>de</strong>ixando a <strong>de</strong>cisão por conta do gerente. Na maioria dos casos,é necessário o julgamento pessoal, levando <strong>em</strong> conta componentes aparent<strong>em</strong>ente<strong>de</strong>sconexos e variáveis ainda não consi<strong>de</strong>radas. É claro que com o t<strong>em</strong>poessas variáveis po<strong>de</strong>m ser agregadas ao SAD, mas, ainda assim, quase s<strong>em</strong>prehaverá novas mudanças, já que este é um processo constante.O terceiro termo é DECISÃO. A questão principal aqui é: Qual <strong>de</strong>cisão ouprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão estamos tentando apoiar? O suporte à <strong>de</strong>cisão consi<strong>de</strong>raque o probl<strong>em</strong>a do gerente não é trivial e não po<strong>de</strong>, pelo menos no momento,ser automatizado. Essa perspectiva requer o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> metodologias<strong>para</strong> examinar as <strong>de</strong>cisões e <strong>de</strong>finir as informações que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser disponibilizadas<strong>para</strong> essa <strong>de</strong>cisão. O início do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um SAD<strong>de</strong>ve estar, portanto, voltado <strong>para</strong> o gerente e sua ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong>cisória.Em geral, os probl<strong>em</strong>as que um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Apoio à Decisão se propõe equacionarpo<strong>de</strong>m ser apenas parcialmente estruturados, e o conhecimento e necessida<strong>de</strong>dos envolvidos nesses probl<strong>em</strong>as cresce com o uso dos sist<strong>em</strong>as. Logo,os SAD estão s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> constante evolução, adaptação e aprendizado.O ambiente favorável <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> SAD surge <strong>em</strong> geral quandoenvolve as seguintes situações:• existência <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s bancos <strong>de</strong> dados, ricos mas tidos como complexose <strong>de</strong> difícil acesso <strong>para</strong> os níveis gerenciais;• necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manipulação, computação, com<strong>para</strong>ção ou projeçãono processo <strong>de</strong> busca <strong>de</strong> soluções <strong>para</strong> probl<strong>em</strong>as;• existência <strong>de</strong> pressão <strong>de</strong>ntro da organização e t<strong>em</strong>po escasso <strong>para</strong> atomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão;• necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discernimento, <strong>de</strong> apontar probl<strong>em</strong>as, criar alternativase <strong>de</strong>cidir soluções, quando são <strong>de</strong>finidas variáveis e consi<strong>de</strong>rados seuspossíveis valores.


15SISTEMAS DE INFORMAÇÃOA DIMENSÃO TECNOLÓGICA DOSSISTEMAS DE INFORMAÇÃOA perspectiva tecnológica t<strong>em</strong> participação fundamental nos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong>Informação quanto às oportunida<strong>de</strong>s disponíveis.HARDWARE<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po compartilhadoMicrocomputadores e terminais gráficosRe<strong>de</strong>s <strong>de</strong> telecomunicaçõesSOFTWARE<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> gerenciamento <strong>de</strong>banco <strong>de</strong> dadosLinguagens <strong>de</strong> simulação e aplicaçãoPacotes aplicativos “customizados”RECURSOS HUMANOSEspecialistas técnicosUsuáriosPermit<strong>em</strong> acesso fácil e rápido arecursos computacionais; possibilitam<strong>de</strong>senvolvimento rápido <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>ascom a proximida<strong>de</strong> entre otécnico e o gerente.São pessoais, baratos, fáceis <strong>de</strong> sertransportados. Meios efetivos <strong>de</strong> apresentação<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s volumes <strong>de</strong>dados <strong>em</strong> formatos mais significativos.Esten<strong>de</strong>m o uso do computador,tradicional “triturador <strong>de</strong> números” eprocessador <strong>de</strong> dados, <strong>para</strong> ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> comunicação e envio <strong>de</strong>mensagens, compartilhamento <strong>de</strong>dados, acesso mútuo a informaçõesentre unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>scentralizadas.Esten<strong>de</strong>m o alcance das informações,possibilitam acesso a arquivos <strong>de</strong>dados, respon<strong>de</strong>m a questões relativamentecomplexas <strong>de</strong> maneiraamigável.Reduz<strong>em</strong> o t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento,<strong>em</strong> especial <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los complexose probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.Permit<strong>em</strong> a disponibilização através<strong>de</strong> “pacotes <strong>de</strong> prateleira” <strong>de</strong>senhados<strong>para</strong> tipos específicos <strong>de</strong> aplicação,adaptando-se às necessida<strong>de</strong>sdo usuário.Ajudam no processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho e<strong>de</strong>senvolvimento, formalizam idéiase necessida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as personalizados.Po<strong>de</strong>m atuar como interface entre osgerentes e o sist<strong>em</strong>a, traduzindoquestões, operando o sist<strong>em</strong>a efornecendo análises.


17SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSSISTEMAS DE INFORMAÇÃOEM SAÚDEAS ESPECIFICIDADESGerenciar um serviço <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> significa cuidar dos aspectos organizacionaise funcionais, tal como <strong>em</strong> qualquer <strong>em</strong>presa. Isso quer dizer que gerenciarsist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> requer lidar com aspectos administrativos como controlarestoques <strong>de</strong> materiais, equipamentos, gerir finanças, recursos humanos, etc.,isto é, controlar aspectos que representam as condições <strong>de</strong> organização e funcionamentodos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Em saú<strong>de</strong>, além disso, há os aspectos gerados pela prática <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, isto é,aqueles <strong>de</strong>correntes do atendimento prestado, do ato clínico, ao indivíduo ouà coletivida<strong>de</strong>.Compõ<strong>em</strong> obrigatoriamente os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> gerência <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> os sist<strong>em</strong>asinformativos da condição do doente, <strong>de</strong> sua vida, do meio ambiente e <strong>de</strong> outrosfatores que interfer<strong>em</strong> no processo saú<strong>de</strong>-doença e que constitu<strong>em</strong> os <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong><strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> (SIS).Os enfoques teóricos e metodológicosEssa especificida<strong>de</strong> exige <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senho e impl<strong>em</strong>entação dos SIS uma clarafundamentação clínica e epi<strong>de</strong>miológica <strong>em</strong> planejamento, programação eavaliação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, além dos conhecimentos <strong>em</strong> SI e TI. Isso porque esses sist<strong>em</strong>as<strong>de</strong>verão informar sobre a doença dos indivíduos e seu perfil na comunida<strong>de</strong>,sobre as causas e condições que propiciam o aparecimento <strong>de</strong>las,sobre a ativida<strong>de</strong> clínica, condutas, normas técnicas, tecnologias <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> utilizadas,ações programáticas e resultados, como extensão e impacto das açõesna população ou grupos <strong>de</strong> risco. Assim, a construção <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação<strong>em</strong> saú<strong>de</strong> requer equipe multiprofissional, <strong>para</strong> on<strong>de</strong> confluam osvários saberes técnicos <strong>para</strong> essa confecção, sendo fundamental a opinião dosprofissionais usuários.


18SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSEnfoque epi<strong>de</strong>miológicoO enfoque epi<strong>de</strong>miológico na construção <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>é essencial <strong>para</strong> a constituição do conhecimento sobre o processo saú<strong>de</strong>doença,s<strong>em</strong> o que se exercerá uma gerência <strong>de</strong>svinculada <strong>de</strong> seus objetivos. Aesse respeito, consultar o manual Vigilância <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, integrante doprojeto, b<strong>em</strong> como a sua bibliografia.Avaliação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>À <strong>de</strong>cisão configuram-se dois momentos: o da avaliação do probl<strong>em</strong>a ou daação e o da execução da ação ou <strong>de</strong> uma nova ação <strong>de</strong>ntro da alternativa escolhida.O próprio processo <strong>de</strong> execução implicará o acompanhamento, monitoramentoe controle; portanto, é necessário mais <strong>de</strong> uma avaliação.A avaliação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> é o ato <strong>de</strong> apreensão das relações entre as necessida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e as práticas e técnicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, visando verificar a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong>ssas práticas ou técnicas <strong>em</strong> respon<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s geradas noprocesso saú<strong>de</strong>-doença.A palavra avaliação, <strong>em</strong> sentido lato, refere-se ao termo “valor” e supõe <strong>em</strong>itirum juízo <strong>de</strong> valor. Esse processo requer dados corretos sobre a realida<strong>de</strong> eenfoques teóricos e metodológicos apropriados <strong>para</strong> a coleta, tratamento einterpretação.Principais abordagens sobre avaliaçãoAssim, o probl<strong>em</strong>a que se coloca é qual o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação que melhoraten<strong>de</strong>rá aos propósitos colocados e que seja o mais isento possível <strong>de</strong> subjetivida<strong>de</strong>s.Várias perguntas <strong>de</strong>verão ser feitas ao se <strong>de</strong>senhar um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>:• O que se quer avaliar?• Qu<strong>em</strong> é o cliente avaliador?• Qual o método mais apropriado <strong>para</strong> esse tipo <strong>de</strong> avaliação?• Que parâmetros técnicos, variáveis, metas ou objetivos foram estabelecidos?• Que resultados estão sendo buscados?Para compreen<strong>de</strong>r melhor a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> rigor no estabelecimento domo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação, apresentamos a seguir um quadro elaborado por House,que explica didaticamente os el<strong>em</strong>entos a partir dos quais é conduzida a maioriadas avaliações:


19SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEA taxonomia das principais abordagens <strong>de</strong> avaliaçãoPRINCIPAIS GRUPOSMODELO DE AUDIÊNCIA OU ACEITAÇÃO DE METODOLOGIA RESULTADOS QUESTÕESREFERÊNCIA CONSENSO TÍPICASAnálise <strong>de</strong> Economistas e Metas, causas PPBS*, Eficiência São esperadossist<strong>em</strong>as gerentes conhecidas e efeitos, programação linear, os efeitosquantificações variáveis variação planejada, encontrados?análise <strong>de</strong>Po<strong>de</strong>m oscusto-benefícioefeitos seralcançados maiseconomicamente?Quais são osprogramasmais eficientes?Objetivos Gerentes e Objetivos pré- Objetivos orientados Produtivida<strong>de</strong> Está o programaorientados psicólogos especificados, Testes <strong>de</strong> realização Responsabilida<strong>de</strong> alcançando os(Behavioral variáveis <strong>de</strong> resultados objetivos?objectives) quantificadas Está o programaproduzindo?Tomada <strong>de</strong> Tomadores <strong>de</strong> Metas gerais Levantamentos, Efetivida<strong>de</strong> e O programa é<strong>de</strong>cisão <strong>de</strong>cisão, Critérios questionários, controle <strong>de</strong> efetivo?especialmente entrevistas qualida<strong>de</strong> Que partesadministradores Variação natural são efetivas?Metas não Consumidores Críticas Controle <strong>de</strong> Escolha do Quais são todospre<strong>de</strong>termi- Padrões tendências consumidor os efeitos?nadas Análise lógica Utilida<strong>de</strong> social(Goal free)Modus operandiEstado da Arte Especialistas Críticas Revisão crítica Melhoria dos Uma crítica(Art criticism) Consumidores Padrões padrões aprovaria esseAumento da programa?qualida<strong>de</strong> As audiências <strong>de</strong>apreciaçãoaumentaram?Revisão Profissionais Critérios Revisão por painel Aceitação Como osprofissional Público Painel Estudos próprios profissional profissionais(Acreditação) Procedimentos classificariameste programa?Quase-legal Júri Procedimentos e Procedimentos com Resolução Quais são osajuizamentos características <strong>de</strong> ato argumentos alegalfavor ou contrao programa?Estudo <strong>de</strong> caso Clientes Negociações Estudos <strong>de</strong> casos Diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Como o programaMédicos Ativida<strong>de</strong>s Entrevistas compreensão se apresenta <strong>para</strong>Observaçõesas diferentespessoas?* PPBS – Planning, Programming and Budgeting Syst<strong>em</strong>


20SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOS• Análise <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as: permite medir quantitativamente as entradas e saídasdos programas, buscando verificar eficiência e efetivida<strong>de</strong>.• Objetivos orientados ou abordag<strong>em</strong> <strong>de</strong> objetivos: <strong>de</strong>fine objetivos <strong>em</strong>etas específicos, mensuráveis. Propõe-se verificar se os resultados <strong>de</strong>um <strong>de</strong>terminado programa coinci<strong>de</strong>m com os objetivos e metas estabelecidospreviamente.• Tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão: mo<strong>de</strong>lo <strong>em</strong> que a avaliação é estruturada por<strong>de</strong>cisões tomadas.• Metas não pre<strong>de</strong>terminadas: abordag<strong>em</strong> <strong>de</strong>scritiva dos resultados positivosou negativos, <strong>de</strong> efeitos não percebidos ou colaterais. Interessao que pensa o consumidor, o usuário, sobre os efeitos do programa.• Estado da arte ou crítica da arte: <strong>em</strong> que avaliadores são experts e anotorieda<strong>de</strong>, um critério. Os programas são julgados quanto à suaqualida<strong>de</strong>.• Revisão profissional ou verificação: quando um grupo <strong>de</strong> verificadores<strong>de</strong>termina os padrões técnicos necessários <strong>para</strong> um dado programa eos certifica quanto a sua qualida<strong>de</strong>, tendo <strong>em</strong> vista o cumprimento <strong>de</strong>ssespadrões.• Quase-legal (adversária): abordag<strong>em</strong> na qual duas comissões ou conselhoscom opiniões diferentes simulam julgamentos sobre o mesmot<strong>em</strong>a, buscando-se <strong>de</strong>linear os argumentos contra e a favor do programa,e finalmente resolver dúvidas. Muito utilizado na Inglaterra <strong>para</strong>orientar as políticas públicas. O termo “quase-legal” significa atos comcaracterísticas legais, isto é, essas discussões e comissões, <strong>em</strong>bora nãosejam parte do sist<strong>em</strong>a legal, têm uma parcela <strong>de</strong> sua autorida<strong>de</strong><strong>de</strong>rivada <strong>de</strong> procedimentos com características legais.• Estudo <strong>de</strong> caso ou transacional: concentra-se na avaliação <strong>de</strong> processodos programas e como o programa é visto pelos usuários.Ao lado dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> avaliação que po<strong>de</strong>m ser utilizados <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo danatureza do objeto a ser avaliado, encontramos <strong>de</strong>finições sobre “tipos <strong>de</strong>avaliação”, que respon<strong>de</strong>m a diferentes questões e focam aspectos específicosda função da avaliação. Destacamos os diferentes tipos <strong>de</strong> propósito apresentadospela National Aca<strong>de</strong>my of Science (NAS):• on<strong>de</strong> se precisa <strong>de</strong> avaliação;• pesquisa básica;• testes <strong>em</strong> pequena escala;• avaliação <strong>de</strong> campo;


21SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE• análise política;• responsabilida<strong>de</strong> fiscal;• responsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cobertura;• avaliação <strong>de</strong> impacto;• análise econômica.É preciso estar ciente <strong>de</strong> que cada ato <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um critérioantece<strong>de</strong>nte, implícito ou explícito, ou ambos. A par das dificulda<strong>de</strong>s do processo,enfatiza-se que é importante <strong>de</strong>limitar o que vai se avaliar, qu<strong>em</strong> vai avaliar, <strong>para</strong>o que ou <strong>para</strong> qu<strong>em</strong>, os critérios a ser<strong>em</strong> utilizados e, assim, escolher o mo<strong>de</strong>loque norteará essa avaliação e, portanto, o <strong>de</strong>senho do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação.Estrutura, processo e resultadoPara a constituição <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação, a partir das questões formuladas,necessárias <strong>para</strong> se estabelecer um mo<strong>de</strong>lo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong> avaliação, háque consi<strong>de</strong>rar também o mo<strong>de</strong>lo proposto por Donabedian <strong>para</strong> avaliação <strong>de</strong>estrutura, processo e resultado dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, daseguinte forma:a. Estrutura: refere-se às características relativamente estáveis, comocondições físicas, organizacionais, equipamentos e recursos humanos.b. Processo: conjunto <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas nas relações <strong>de</strong> produção<strong>em</strong> geral e, no caso <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, entre profissionais epacientes.c. Resultado: obtenção das características <strong>de</strong>sejáveis dos produtos ouserviços, s<strong>em</strong> erros, imperfeições ou nocivida<strong>de</strong>s; melhoria do meioambiente e trabalho, ou mudanças obtidas no estado dos pacientes ouquadro sanitário, que po<strong>de</strong>m ser atribuídas ao cuidado médico consumidoou tecnologias <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> introduzidas.Para cada componente da tría<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá ser construído um conjunto <strong>de</strong> indicadoresou atributos da qualida<strong>de</strong> que melhor retrat<strong>em</strong> a realida<strong>de</strong> a ser avaliada.Atributos da qualida<strong>de</strong>Destacamos os sete atributos da qualida<strong>de</strong> propostos por Donabedian, quepo<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados como critérios ao se estabelecer o que será avaliado:• Eficácia: a capacida<strong>de</strong> do cuidado, na sua forma mais perfeita, <strong>de</strong> contribuir<strong>para</strong> a melhoria das condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Efetivida<strong>de</strong>: o quanto <strong>de</strong> melhorias possíveis nas condições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>é obtido.


22SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOS• Eficiência: a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obter a maior melhoria possível nascondições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ao menor custo possível.• Otimização: a mais favorável relação entre custos e benefícios.• Aceitabilida<strong>de</strong>: conformida<strong>de</strong> com as preferências do paciente no queconcerne à acessibilida<strong>de</strong>, à relação médico-paciente, às “amenida<strong>de</strong>s”,aos efeitos e ao custo do cuidado prestado.• Legitimida<strong>de</strong>: conformida<strong>de</strong> com as preferências sociais <strong>em</strong> relação atudo mencionado anteriormente.• Eqüida<strong>de</strong>: igualda<strong>de</strong> na distribuição do cuidado e <strong>de</strong> seus efeitos sobrea saú<strong>de</strong>.O termo “amenida<strong>de</strong>s” é utilizado <strong>para</strong> se referir às condições <strong>de</strong> conforto eaparência dos serviços, atenção dispensada aos pacientes, esclarecimentos eoutros fatores que envolv<strong>em</strong> questões <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> ligadas à satisfação dousuário, além da eficácia técnica.Controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> Total ou Gestão <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> Total (CQT ou GQT)São também ferramentas importantes as fornecidas pelo mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong>Qualida<strong>de</strong> Total ou Gestão <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> Total (CQT ou GQT), especialmentequando a avaliação se dirigir <strong>para</strong> a qualida<strong>de</strong> técnica <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminados procedimentosou funcionamento dos serviços. Algumas <strong>de</strong>ssas ferramentas têm alto valor<strong>para</strong> conferir maior profundida<strong>de</strong> à avaliação. São ferramentas do CQT ou GQT:• ciclo <strong>de</strong> controle/gerenciamento PDCA;• diagrama <strong>de</strong> Ishikawa ou espinha <strong>de</strong> peixe;• diagrama <strong>de</strong> afinida<strong>de</strong>s;• diagrama <strong>de</strong> inter-relação;• diagrama <strong>de</strong> Pareto;• carta <strong>de</strong> controle;• círculos <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.A respeito dos métodos acima citados, consultar o manual Qualida<strong>de</strong> naGestão Local <strong>de</strong> Serviços e Ações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> e a sua bibliografia.Os indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>Indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> são formas numéricas ou não, obtidos a partir dos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong><strong>de</strong> Informação, como saídas a partir dos dados coletados, utilizados <strong>para</strong>se mensurar as ativida<strong>de</strong>s realizadas, ou o grau <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> um evento ou agravoà saú<strong>de</strong>, e <strong>para</strong> atribuir valor a dados ou aspectos da realida<strong>de</strong> que se <strong>de</strong>sejaconhecer, quantitativa ou qualitativamente, e, a partir <strong>de</strong>sse conhecimento,intervir <strong>para</strong> alcançar metas e objetivos.


23SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEO <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> começa pela <strong>de</strong>finiçãodos indicadores mais apropriados <strong>para</strong> se mensurar ou conhecer o que se queravaliar ou monitorar.A proposta da OMSSegundo a Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (OMS), é necessário, ao proce<strong>de</strong>r aavaliações <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, um número mínimo básico <strong>de</strong> indicadores <strong>para</strong> que sepossa conhecer os principais aspectos da situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população e daspráticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.A OMS classifica os indicadores <strong>em</strong>:• específicos, isto é, aqueles que reflet<strong>em</strong> as mudanças <strong>de</strong>correntes daintrodução <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada medida <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;• não específicos, aqueles que se refer<strong>em</strong> a inúmeros fatores que afetamo estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população, como o <strong>de</strong>senvolvimento sócioeconômico,as condições <strong>de</strong> vida, habitação, trabalho, <strong>de</strong>ntre outros.Esses indicadores propostos, utilizados na avaliação <strong>de</strong> eficácia e efeitos dosserviços, foram agrupados <strong>em</strong> relação à política sanitária, às condições sócioeconômicas,ao estado da prestação <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> e ao estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>da população. Os indicadores <strong>de</strong> política sanitária e da prestação <strong>de</strong> atenção àsaú<strong>de</strong> são voltados à análise <strong>de</strong> eficácia dos serviços. Os sociais e econômicose do estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser utilizados nos estudos <strong>de</strong> efeitos ou resultados.Na concepção anteriormente proposta, os indicadores foram classificados<strong>em</strong> cinco modalida<strong>de</strong>s:• Indicadores da política sanitária, que englobam o compromisso político<strong>de</strong> alcançar saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> todos, distribuição <strong>de</strong> recursos suficientes <strong>para</strong>a atenção primária <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, o grau <strong>de</strong> eqüida<strong>de</strong> na distribuição <strong>de</strong>recursos, o grau <strong>de</strong> participação da comunida<strong>de</strong> na obtenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,existência <strong>de</strong> estrutura orgânica e administrativa a<strong>de</strong>quada como estratégianacional <strong>para</strong> o alcance <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> todos e as manifestações práticas<strong>de</strong> compromisso político internacional <strong>em</strong> favor <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> todos.• Indicadores sociais e econômicos, como taxa <strong>de</strong> crescimento da população,produto nacional bruto (PNB) ou produto interno bruto (PIB),distribuição <strong>de</strong> recursos e gastos com a saú<strong>de</strong>, condições <strong>de</strong> trabalho,índice <strong>de</strong> analfabetismo <strong>de</strong> adultos, condições <strong>de</strong> habitação e disponibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> alimentos energéticos por habitante.• Indicadores da prestação <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong>, como aqueles relacionadoscom disponibilida<strong>de</strong>, acessibilida<strong>de</strong> econômica e cultural,utilização dos serviços e indicadores da qualida<strong>de</strong> da assistência.• Indicadores da cobertura da atenção primária <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, como o nível<strong>de</strong> “alfabetismo sanitário”, disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as a<strong>de</strong>quados <strong>de</strong>


24SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSágua e esgoto, acesso das mães e crianças à atenção <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> local,assistência a<strong>de</strong>quada ao parto, cobertura vacinal a<strong>de</strong>quada das crianças<strong>em</strong> relação às principais doenças infecciosas imunizáveis, disponibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> medicamentos essenciais durante todo o ano, acesso aosserviços <strong>de</strong> referência e relação a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> porhabitante, tanto no nível da atenção primária quanto no da referência.• Indicadores do estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, como percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> recém-nascidoscom baixo peso ao nascer, taxas <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> perinatal e infantil,estado nutricional e psicossocial das crianças.A proposta do enfoque estratégicoNo enfoque do Planejamento Estratégico Situacional são propostos osseguintes indicadores:Indicadores <strong>de</strong> controleInformações elaboradas que comportam um significado preciso sobre um tópicoimportante <strong>para</strong> o acompanhamento e a avaliação <strong>de</strong> algum módulo doplano, po<strong>de</strong>ndo ser <strong>de</strong> caráter qualitativo ou quantitativo. Po<strong>de</strong>m ser básicosou primários ou compostos e inteligentes. São indicadores <strong>de</strong> controle:• Situacionais gerais ou <strong>de</strong> macroprobl<strong>em</strong>as:a. econômicos: refer<strong>em</strong>-se à situação <strong>em</strong> geral como <strong>em</strong>prego, <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego,inflação, salário, gastos públicos, etc. São indicadores básicosque serv<strong>em</strong> <strong>para</strong> o acompanhamento do plano global ou <strong>para</strong> situaroperações específicas;b. políticos: indicam o grau do avanço ou <strong>de</strong>terioração política quecertas operações produz<strong>em</strong>, ou o grau <strong>de</strong> aceitação das mesmas. Oindicador po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> opiniões, li<strong>de</strong>ranças, interesse dapopulação pelos projetos e operações do plano, <strong>de</strong>mandas sociais,precisão dos el<strong>em</strong>entos do vetor <strong>de</strong> peso das forças sociais, etc.• Indicadores sobre o cumprimento e impacto das operações.a. cumprimento das operações: avaliar as metas estabelecidas pelaoperação;b. impacto das operações: utilizados <strong>para</strong> conhecer as conseqüênciaspositivas e/ou negativas <strong>de</strong> uma operação.Indicadores <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s administrativasRefer<strong>em</strong>-se às unida<strong>de</strong>s administrativas que têm responsabilida<strong>de</strong>s atribuídasna execução, avaliação e controle das operações do plano. São utilizados <strong>para</strong>conhecer a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cumprimento da função atribuída. São indicadores<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s administrativas:


25SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE• Indicadores <strong>de</strong> balanços financeiros e estados financeiros: situação <strong>de</strong>caixa, ingressos e gastos, produtivida<strong>de</strong>, patrimônio, saneamentofinanceiro, etc.Indicadores <strong>de</strong> intenção e expectativaSão <strong>de</strong> caráter qualitativo e têm como propósito fundamental prever as atitu<strong>de</strong>sfuturas dos principais atores do processo.Os indicadores po<strong>de</strong>m se transformar <strong>em</strong> sinais:• Sinal <strong>de</strong> conformida<strong>de</strong>: o indicador está <strong>de</strong>ntro da norma estabelecida.• Sinal <strong>de</strong> atenção: quando existe a tendência <strong>de</strong> sair fora da norma.• Sinal <strong>de</strong> alarme: o indicador está fora da norma.Estrutura, processo e resultadoApesar da inegável importância das classificações anteriores, verifica-se que aproposta da OMS, que permite com<strong>para</strong>r nações e regiões, é genérica. Por suavez, a do planejamento estratégico situa-se, sobr<strong>em</strong>aneira, no plano político ei<strong>de</strong>ológico, <strong>em</strong> macroestruturas e sist<strong>em</strong>as, pouco se atendo às formas <strong>de</strong>prestação do cuidado. Combinando os indicadores das propostas anteriorescom o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação proposto por Donabedian, Eduardo elaborou oseguinte quadro <strong>para</strong> a seleção <strong>de</strong> indicadores:Configuração do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação<strong>para</strong> a gerência <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>Subsist<strong>em</strong>as1. Estrutura organizacional(situação dos serviços)IndicadoresProdução dos serviços: concentração das ações,cobertura, produtivida<strong>de</strong>, déficits/superávits, incr<strong>em</strong>entos/<strong>de</strong>créscimos,etc.Recursos humanos/folha <strong>de</strong> pagamento: número<strong>de</strong> profissionais por categoria/por serviço/porhabitante, perfil, gastos, produtivida<strong>de</strong>, etc.Instalações físicas/capacida<strong>de</strong> instalada: número<strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s por tipo/por habitante, número <strong>de</strong>consultórios e <strong>de</strong> leitos/por habitante, grau <strong>de</strong> utilizaçãoe ociosida<strong>de</strong>, etc.Referência/contra-referência: organização dosníveis <strong>de</strong> atenção à saú<strong>de</strong> (primário, secundárioe terciário) <strong>de</strong>vidamente hierarquizados e referenciados,etc.Legislação/processos/expedientes.Recursos financeiros/custos/<strong>de</strong>spesas.Estoque: material <strong>de</strong> consumo <strong>em</strong> geral, medicamentos,vacinas, material permanente e equipamentosmédicos.Outros: tipo do mo<strong>de</strong>lo assistencial, políticas <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>finidas, opiniões, aceitação política, participaçãoda população, etc.


26SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOS2. Formas <strong>de</strong> atuação/programas(processo)3. Resultados/impactos(perfil epi<strong>de</strong>miológico)Normas/padrões <strong>de</strong> condutas técnicas: auditoriase revisão <strong>de</strong> prontuários, supervisões, controleda qualida<strong>de</strong> das ações relacionadas com asaú<strong>de</strong> do indivíduo, com o meio ambiente, etc.Programas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: percentuais ou taxas <strong>de</strong>eventos <strong>de</strong> alerta (acompanhamento <strong>de</strong> doenças<strong>de</strong> caráter epidêmico ou aci<strong>de</strong>ntais); acompanhamentoda qualida<strong>de</strong> técnica do procedimentomédico prestado <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminadas doenças (doinício do transtorno à alta, abandono ou óbito).Resolubilida<strong>de</strong> do serviço: grau <strong>de</strong> satisfação dosusuários; estudos <strong>de</strong> procedência, mudança doquadro sanitário, eficácia dos procedimentos,alcance <strong>de</strong> metas e objetivos, etc.D<strong>em</strong>ográficos/sociais/econômicos: taxas <strong>de</strong>crescimento, <strong>de</strong>pendência, estrutura etária,nível <strong>de</strong> <strong>em</strong>prego e renda, escolarida<strong>de</strong>,condições sanitárias, habitação, condições <strong>de</strong>trabalho, lazer, etc.Mortalida<strong>de</strong>: mortalida<strong>de</strong> infantil, mortalida<strong>de</strong> geral,por causa, ida<strong>de</strong> e sexo, etc.Morbida<strong>de</strong> hospitalar: distribuição das internaçõespor causa, ida<strong>de</strong>, sexo, altas, óbitos,média <strong>de</strong> permanência, custos, taxas <strong>de</strong> ocupação,infecção hospitalar, etc.Morbida<strong>de</strong> ambulatorial: distribuição dos atendimentosambulatoriais por causa, ida<strong>de</strong>, sexo, procedimentos,encaminhamentos, procedência, custos,etc.Morbida<strong>de</strong> domiciliar e <strong>de</strong> outros espaços coletivos:distribuição das causas <strong>de</strong> doençasrelatadas pela população no domicílio e outrosespaços; pesquisas <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong>, etc.Vigilância à saú<strong>de</strong>/vigilância epi<strong>de</strong>miológica esanitária: incidência e prevalência <strong>de</strong> doenças <strong>de</strong>notificação compulsória, percentuais <strong>de</strong> serviços<strong>de</strong> saú<strong>de</strong> por grau <strong>de</strong> risco epi<strong>de</strong>miológico, <strong>em</strong>acordo ou <strong>de</strong>sacordo com padrões técnicos, percentual<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> dos serviços,número <strong>de</strong> <strong>de</strong>núncias, etc.• A avaliação da estrutura organizacional abrange os <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong>Informação e indicadores <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> serviços, <strong>de</strong> recursoshumanos, da re<strong>de</strong> física, do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> referência, recursos financeirose custos, estoques <strong>de</strong> material <strong>de</strong> consumo, medicamentos,vacinas, material permanente e equipamentos médicos, legislação,organização das rotinas administrativas, fluxos, etc., representandouma análise das condições da estrutura dos serviços e sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>. Esses sist<strong>em</strong>as informativos estão basicamente relacionadoscom o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> organização, com os mecanismos <strong>de</strong> gestão, funcionamentoe <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho dos serviços.


27SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE• A avaliação das formas <strong>de</strong> atuação/programas abrange os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong>informações, indicadores e práticas <strong>de</strong> auditoria e supervisão quantoao cumprimento ou a<strong>de</strong>quação das normas técnicas estabelecidas pelainstituição ou pela legislação sanitária, sobre o padrão <strong>de</strong> excelênciatécnica e eficácia dos procedimentos médicos e cirúrgicos realizados e<strong>de</strong>mais procedimentos <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, rotinas <strong>de</strong> operação e manutenção<strong>de</strong> equipamentos e dispositivos médicos, <strong>de</strong>ntre outros. Trata-se daavaliação programática das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e daquelas sob vigilânciasanitária, especialmente voltada <strong>para</strong> a resolubilida<strong>de</strong> dos serviços,quanto às condutas e resultados alcançados no atendimento aospacientes e grau <strong>de</strong> satisfação dos usuários. Aqui os sist<strong>em</strong>as informativos<strong>de</strong>verão refletir o processo pelo qual atua a instituição na busca<strong>de</strong> seus objetivos. Informam sobre a qualida<strong>de</strong> dos atos praticados.• A avaliação dos resultados/impactos engloba os <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informaçãoe respectivos indicadores sociais, econômicos e <strong>de</strong>mográficos,<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> hospitalar, ambulatorial e outros, osespecíficos índices <strong>de</strong> doenças sob notificação epi<strong>de</strong>miológica e osindicadores das condições sanitárias da população, dos serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, do meio ambiente e outros fatores que afetam a saú<strong>de</strong> da populaçãoe o quadro sanitário, <strong>de</strong>ntre outros. Dev<strong>em</strong> retratar os resultadosdos serviços, efeitos positivos ou negativos sobre a saú<strong>de</strong> da população,apontar mudanças ocorridas no quadro sanitário pela introdução <strong>de</strong>ações programáticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> novas tecnologias médicas ou medidassociais e econômicas tomadas.As características das informaçõesNa ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> planejamento <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> e gerência são necessários dados intere extra-setoriais, gerados pelas mais diversas fontes, tais como censos,pesquisas populacionais, estatísticas vitais, produção e utilização <strong>de</strong> serviços,<strong>de</strong>ntre outras.NaturezaPo<strong>de</strong>mos classificar os <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, conforme suanatureza, <strong>em</strong>:•<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informações Estatístico-epi<strong>de</strong>miológicas•<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informações Clínicas•<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informações AdministrativasDenominamos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informações Estatístico-epi<strong>de</strong>miológicas aqueles queinclu<strong>em</strong> o conhecimento da mortalida<strong>de</strong> e suas causas <strong>de</strong>terminantes, do padrão<strong>de</strong> morbida<strong>de</strong> da população ou da <strong>de</strong>manda atendida pelos serviços, dos aspectos<strong>de</strong>mográficos, sociais e econômicos e suas relações com a saú<strong>de</strong> da população.


28SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSInclu<strong>em</strong>-se nesse grupo aqueles que permit<strong>em</strong> o conhecimento do grau <strong>de</strong>acesso da população aos serviços, isto é, da produção e utilização, da qualida<strong>de</strong>técnica dos procedimentos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> prestados e do grau <strong>de</strong> satisfação do usuário.As informações clínicas refer<strong>em</strong>-se aos dados clínicos sobre o paciente, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>sua i<strong>de</strong>ntificação, probl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> relatados, diagnóstico médico, atéexames clínicos, laboratoriais, radiológicos, gráficos, procedimentos cirúrgicosrealizados ou medicamentos prescritos, <strong>de</strong>ntre outros.As informações administrativas, não específicas do setor da saú<strong>de</strong>, são as <strong>de</strong>controle <strong>de</strong> estoque, materiais, equipamentos, gestão financeira, como já referidoanteriormente.O conjunto das informações clínicas, estatístico-epi<strong>de</strong>miológicas e administrativascompõe o Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Apoio à Decisão <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>.Orig<strong>em</strong> <strong>de</strong> produção e finalida<strong>de</strong>As informações po<strong>de</strong>m ainda ser reconhecidas segundo sua orig<strong>em</strong> <strong>de</strong> produção,por tipo <strong>de</strong> instituição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou espaços coletivos, ou finalida<strong>de</strong>, taiscomo grupos populacionais <strong>de</strong> risco, ações programáticas, especialida<strong>de</strong>s, etc.•<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação Ambulatorial•<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação Hospitalar•<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong>•<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Vigilâncias à Saú<strong>de</strong>•<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação das Ações Programáticas•OutrosA necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> integração e confiabilida<strong>de</strong>Devido a essa variabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as, também <strong>de</strong>corrente das especificida<strong>de</strong>sda organização <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, fala-se freqüent<strong>em</strong>ente na fragmentação dos<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação. A tendência histórica <strong>em</strong> vários países t<strong>em</strong> <strong>de</strong>monstradonão ser possível a concretização <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a único, gerador <strong>de</strong> todasas informações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, até porque as realida<strong>de</strong>s e necessida<strong>de</strong>s são distintas.Busca-se i<strong>de</strong>almente a integração e articulação entre os vários sist<strong>em</strong>as, <strong>para</strong> seevitar a duplicida<strong>de</strong> da coleta <strong>de</strong> dados, a coleta <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>snecessários e asobrecarga dos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, fatores que têm acarretado a não-credibilida<strong>de</strong>e a não-confiabilida<strong>de</strong> aos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação.Hierarquização, <strong>de</strong>scentralização e municipalizaçãoI<strong>de</strong>almente, a coleta <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>ve ser feita respeitando-se a hierarquização, a<strong>de</strong>scentralização e a municipalização dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> acordo com acomplexida<strong>de</strong> das ações e com as necessida<strong>de</strong>s dos diferentes níveis <strong>de</strong> gestãodo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. I<strong>de</strong>almente, também, cada nível estrutural <strong>de</strong>verá ter umconteúdo mínimo suficiente <strong>para</strong> cumprir as diretrizes e princípios do SUS. O


29SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEmunicípio <strong>de</strong>ve <strong>de</strong>ter informações suficientes <strong>para</strong> a gerência local dosserviços, r<strong>em</strong>etendo-os, seletivamente, aos níveis estadual e fe<strong>de</strong>ral, que <strong>de</strong>têmos papéis <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nadores e supervisores das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Dessa forma, a constituição <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a básico <strong>de</strong> informação, <strong>de</strong> abrangêncianacional, <strong>de</strong>ve ter suas fontes <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados nas instituições sediadas nosmunicípios, <strong>de</strong> forma que os dados <strong>de</strong> interesse estadual ou nacional possam sercoletados, processados e enviados a esses níveis, s<strong>em</strong> prejuízo das outras necessida<strong>de</strong>sespecíficas <strong>de</strong> informação reconhecidas pelo município.Com o avanço da tecnologia, os sist<strong>em</strong>as informatizados rígidos, verticais,nacionais ou estaduais, po<strong>de</strong>m dar lugar àqueles que captam apenas os dados<strong>de</strong> interesse. Por ex<strong>em</strong>plo, po<strong>de</strong>m receber dados <strong>em</strong> disquete, <strong>em</strong> arquivosDBF, TXT ou outros padrões, a partir <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>finição prévia da estrutura dobanco <strong>de</strong> dados. Isso quer dizer que o município po<strong>de</strong> ter um sist<strong>em</strong>a queenglobe uma série <strong>de</strong> outras informações, além daquelas exigidas pelos níveisestadual ou nacional, processar seus próprios dados, ter seus relatórios <strong>para</strong>monitoramento e avaliação e participar <strong>de</strong> maneira eficiente do envio da informaçãoaos <strong>de</strong>mais níveis <strong>de</strong> gerência do SUS.Assim, sist<strong>em</strong>as informatizados <strong>de</strong> controle da produção ambulatorial, hospitalar,laboratórios, epi<strong>de</strong>miológicos, <strong>de</strong> vigilância sanitária e tantos outrospo<strong>de</strong>riam estar sendo <strong>de</strong>senvolvidos nessa nova linha, pelo próprio nívelnacional, disponibilizando esses produtos <strong>para</strong> os municípios e garantindo, <strong>de</strong>um lado, as informações minimamente necessárias <strong>para</strong> avaliações nacionais e,<strong>de</strong> outro, que os municípios menores ou com poucos recursos pu<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> trabalharoutros dados <strong>de</strong> interesse, conforme o perfil epi<strong>de</strong>miológico ou realida<strong>de</strong>sespecíficas.<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> integradosBusca-se, na impl<strong>em</strong>entação dos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, a integraçãointra, inter e extra-setores/áreas geográficas/níveis <strong>de</strong> gerência e <strong>de</strong>gestão, b<strong>em</strong> como aten<strong>de</strong>r avaliações programáticas, estadual ou nacionalmente,consi<strong>de</strong>radas prioritárias.Através da informática, essa integração ten<strong>de</strong> a ser viabilizada, mas po<strong>de</strong>-seafirmar que é um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio a ser vencido. Há vários aplicativos que têm afunção <strong>de</strong> integrar sist<strong>em</strong>as <strong>para</strong> a gerência <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, no controle orçamentário/financeiro,<strong>de</strong> estoque, produção <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s, morbida<strong>de</strong> e mortalida<strong>de</strong>,unida<strong>de</strong>s ambulatoriais, hospitalares, laboratórios, etc. Alguns <strong>de</strong>sses aplicativosforam <strong>de</strong>senvolvidos pelos próprios municípios a partir <strong>de</strong> suas experiências<strong>de</strong> gerências municipais. Contudo, muitas <strong>de</strong>ssas experiências respon<strong>de</strong>ma características locais muito específicas, o que impe<strong>de</strong> um uso mais amplo, istoé, seu aproveitamento por outros municípios s<strong>em</strong> reparos ou adaptações. Nãohá ainda disponível um aplicativo completo, i<strong>de</strong>al <strong>para</strong> todos e que responda atodos os aspectos da gerência, tanto àqueles relativos ao atendimento individualà saú<strong>de</strong> quanto àqueles relacionados às ações coletivas.


30SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSMerec<strong>em</strong> <strong>de</strong>staque dois programas <strong>de</strong>senvolvidos <strong>para</strong> o setor público <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> pela DATASUS, por ser<strong>em</strong> públicos, gratuitos e por estar<strong>em</strong>disponíveis na Internet. Representam alternativas <strong>para</strong> trabalhar as informações<strong>de</strong> uma forma mais interativa com o usuário, possibilitando uma atuaçãomais integrada com relação aos aspectos operacionais e gerenciais dosserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e o aproveitamento <strong>de</strong> informações específicas locais. Um,o TABWIN (Tab <strong>para</strong> Windows) permite tabular dados disponíveis na Internet,b<strong>em</strong> como utilizar arquivos <strong>de</strong> outras bases <strong>de</strong> dados (DBF, CNV e TXT).Permite, também, realizar operações aritméticas e estatísticas nos dados <strong>de</strong>tabelas geradas ou importadas. Excelente <strong>para</strong> trabalhar dados <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong>,mortalida<strong>de</strong>, produção, financeiros e tantos outros, os quais po<strong>de</strong>mrapidamente configurar mapas e gráficos <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> por regiões <strong>em</strong>unicípios <strong>de</strong> todo o Brasil. O segundo, HOSPUB - Projeto Integrado <strong>de</strong>Informatização <strong>de</strong> Ambiente Hospitalar, disponibiliza sist<strong>em</strong>as <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>ràs necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informações no gerenciamento hospitalar. O HOSPUB écomposto pelos seguintes módulos integrados:SIGUE – Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> EmergênciaSIGHO – Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Gerenciamento HospitalarSIGAE – Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>s Ambulatoriais EspecializadasSIADT – Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Apoio à Diagnose e Terapia (laboratórios)SICECSINAT– Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Centro Cirúrgico– Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Gerenciamento PerinatalHá várias experiências <strong>de</strong> uso e implantação <strong>de</strong>sses programas <strong>em</strong> todo o país.OS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NECESSÁRIOSConstitu<strong>em</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> necessários aqueles queirão permitir conhecer as características sociais, econômicas, físicas, <strong>de</strong>mográficase outras que possam afetar a saú<strong>de</strong>. Aqueles que permit<strong>em</strong> conhecer osprobl<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do município, não apenas os percebidos pelas autorida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, mas também os sentidos pela população. Aqueles que possibilitamacompanhar a programação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> dirigida ao atendimento individual ecoletivo, não apenas <strong>para</strong> a <strong>de</strong>tecção <strong>de</strong> doenças e tratamento, mas também<strong>para</strong> a prevenção da doença e promoção à saú<strong>de</strong>, gerando indicadores <strong>de</strong>eficácia e efeitos dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, além dos que informam mais estritamenteos aspectos administrativos.A complexida<strong>de</strong> da prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>A prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é uma ativida<strong>de</strong> complexa pelas próprias características<strong>de</strong> seu objeto:


31SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE• primeiro, porque saú<strong>de</strong>-doença não é um produto ou mercadoriacomum tal como ocorre <strong>em</strong> outros setores. A medicina é uma práticaorientada <strong>para</strong> o consumo individual e coletivo e requer a a<strong>de</strong>quaçãodo saber às necessida<strong>de</strong>s biológicas, psicológicas e sociais dos sereshumanos, na forma <strong>em</strong> que são percebidas e julgadas por estes e nãoapenas pelas autorida<strong>de</strong>s científicas;• segundo, porque o consumo do cuidado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> se dá no momentodo ato da produção;• terceiro, porque a meta do cuidado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> é melhorar a saú<strong>de</strong>.Assim, o impacto <strong>de</strong> cada ato <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> intervenção,isto é, da forma como afetará a vida <strong>de</strong> cada um;• quarto, porque as relações econômicas <strong>de</strong> compra e venda, ou oferta/consumo,estão respaldadas por relações jurídicas <strong>de</strong> garantia <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong> que confer<strong>em</strong> direitos ao consumidor e garant<strong>em</strong> seu status<strong>de</strong> cidadão;• quinto, porque cada vez mais os usuários dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>envolv<strong>em</strong>-se nas questões <strong>de</strong> medicina e saú<strong>de</strong>, seja através <strong>de</strong><strong>de</strong>núncias sobre erros médicos ou mau atendimento, seja através daorganização <strong>de</strong> pacientes <strong>em</strong> associações ou participação da comunida<strong>de</strong>nos conselhos municipais, questionando os procedimentosmédicos, os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e se interessando cada vez mais pelasformas pelas quais se presta o cuidado médico.A responsabilida<strong>de</strong> da gerênciaAssim, hoje, a responsabilida<strong>de</strong> da gerência no planejamento, programação,coor<strong>de</strong>nação e supervisão dos programas e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> assenta-se noalcance dos objetivos da instituição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, que é a maior eficácia técnica, eficiênciae efetivida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vendo refletir a qualida<strong>de</strong> alcançada, não somente doponto <strong>de</strong> vista técnico, mas do usuário <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Desse novo ponto <strong>de</strong> vista, os administradores terão <strong>de</strong> adotar novas condutase mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> administração. Não será possível trabalhar apenas com sist<strong>em</strong>asinformais, isto é, com subjetivida<strong>de</strong>s. Será necessário incorporar a produçãoe análise das informações como suporte básico <strong>para</strong> a tomada <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão racional e eficiente.O <strong>de</strong>senho dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá essencialmente das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamentoe programação, das estratégias e políticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, da correta priorização<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s e investimentos e, certamente, <strong>de</strong> uma firme vonta<strong>de</strong>política <strong>de</strong> reformular o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gerência, e que entenda que informação éo suporte básico <strong>para</strong> uma gerência eficiente.


32SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSOs principais sist<strong>em</strong>asRelacionamos a seguir os principais <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação necessários que<strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar ao alcance da gerência, municipais ou extramunicipais:D<strong>em</strong>ográfico/econômico-social e culturalCensos populacionais periódicos ou ocasionais. Permite conhecer a estrutura<strong>de</strong> uma população <strong>em</strong> <strong>de</strong>terminada área geográfica, por sexo, ida<strong>de</strong>, constituindoas “pirâmi<strong>de</strong>s <strong>de</strong> população”, estado civil, religião, nacionalida<strong>de</strong> e outrascaracterísticas sociais, econômicas e culturais. A partir <strong>de</strong>sses dados, t<strong>em</strong>seuma análise mais aprimorada <strong>de</strong> fenômenos como migração, mortalida<strong>de</strong>,nupcialida<strong>de</strong>, fertilida<strong>de</strong>, força <strong>de</strong> trabalho, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção, natalida<strong>de</strong>,crescimento e envelhecimento da população, razão <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência,escolarida<strong>de</strong>, ramos <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, distribuição urbano-rural, renda, etc.Eventos vitaisRefer<strong>em</strong>-se ao registro <strong>de</strong> nascimentos vivos, nascimentos mortos, óbitos, casamentos,divórcios, adoções, legitimações, reconhecimentos, anulações e se<strong>para</strong>ções, istoé, a fatos relacionados com o começo e fim da vida do indivíduo. Fornec<strong>em</strong> dadosimportantes <strong>para</strong> a confecção <strong>de</strong> vários indicadores, como <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>, morbida<strong>de</strong>,vida média ou esperança <strong>de</strong> vida, cobertura das ações, etc.Morbida<strong>de</strong>Permit<strong>em</strong> o registro das doenças por sexo, ida<strong>de</strong>, procedimentos médicos,raça, nacionalida<strong>de</strong>, procedência e outras variáveis <strong>de</strong> interesse clínico, epi<strong>de</strong>miológico,social, econômico e cultural. Fornec<strong>em</strong> dados, coletados periódicaou ocasionalmente, importantes <strong>para</strong> o controle das doenças; <strong>para</strong> ainvestigação <strong>de</strong> etiologia e patogenia e da relação com fatores econômicos,sociais e culturais; <strong>para</strong> a investigação <strong>de</strong> eficácia das medidas preventivas eterapêuticas; <strong>para</strong> estudos nacionais e internacionais da distribuição dasdoenças, e <strong>para</strong> o planejamento <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>stinados à prevenção e cura dasdoenças. Compreen<strong>de</strong>m os sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> vigilância epi<strong>de</strong>miológica, os hospitalares,os ambulatoriais ou <strong>de</strong> consultórios, os registros médicos <strong>de</strong> doenças eaci<strong>de</strong>ntes do trabalho, os registros especiais <strong>de</strong> doenças ou grupos <strong>de</strong> risco,inquéritos <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong>, seguro social e as informações clínicas <strong>em</strong> geral.Classificação Internacional <strong>de</strong> DoençasTabelas que agrupam as doenças ou eventos segundo as características s<strong>em</strong>elhantesapresentadas, criando-se a nomenclatura <strong>de</strong> doenças e sua classificação.Além da padronização e universalização do diagnóstico, fornece oscódigos das doenças <strong>para</strong> os fins clínicos, epi<strong>de</strong>miológicos e <strong>de</strong> processamentodas informações.


33SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEAvaliação hospitalarCenso médio diário, percentag<strong>em</strong> <strong>de</strong> ocupação, mortalida<strong>de</strong> hospitalar,necropsia hospitalar, infecção hospitalar e outros.Produção dos serviçosEspecificados por tipo <strong>de</strong> programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, fornec<strong>em</strong> dados sobre número <strong>de</strong>consultas produzidas, por ida<strong>de</strong>, sexo, tipos <strong>de</strong> procedimento e outras variáveis<strong>de</strong> interesse. Permit<strong>em</strong> a construção <strong>de</strong> indicadores <strong>de</strong> cobertura populacionale utilização dos serviços, concentração das ativida<strong>de</strong>s por paciente, produtivida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>ntre outros. Refer<strong>em</strong>-se à mensuração <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>produzidas passíveis <strong>de</strong> quantificação, seja no atendimento individual hospitalarou ambulatorial, nos serviços <strong>de</strong> apoio diagnóstico e terapêutico, seja <strong>em</strong>relação às práticas coletivas, como ações na comunida<strong>de</strong>, nas escolas, vigilânciasanitária e outras ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública.Qualida<strong>de</strong>Refer<strong>em</strong>-se, principalmente, aos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> avaliação sanitária dos estabelecimentosprestadores <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> ou produtores <strong>de</strong> alimentos, medicamentos,equipamentos, saneantes, etc.; do meio ambiente e do trabalho, <strong>em</strong><strong>de</strong>corrência das ações <strong>de</strong> vigilância sanitária ou <strong>de</strong> pesquisas ocasionais. Permit<strong>em</strong>conhecer as condições técnicas <strong>de</strong> funcionamento dos estabelecimentos,as condições <strong>de</strong> risco, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos como alimentos, medicamentose outros, a qualida<strong>de</strong> dos procedimentos médicos e outros, o percentual <strong>de</strong> estabelecimentos<strong>em</strong> <strong>de</strong>sacordo com os padrões técnicos, os probl<strong>em</strong>as do meioambiente e do trabalho; enfim, o quadro sanitário do município. A esse respeito,consultar o manual <strong>de</strong> Vigilância Sanitária.AdministrativosGestão financeira/orçamento, folha <strong>de</strong> pagamento/recursos humanos, gestão<strong>de</strong> estoques <strong>de</strong> materiais <strong>de</strong> consumo, equipamentos e outros bens patrimoniais,controle <strong>de</strong> processos/expediente administrativo, banco <strong>de</strong> legislação dasaú<strong>de</strong>, documentos e biblioteca, controle <strong>de</strong> medicamentos, cadastros <strong>de</strong> estabelecimentos,<strong>de</strong>ntre outros.Como recurso <strong>para</strong> o monitoramento e avaliação, cabe l<strong>em</strong>brar o Pert/CPM(Técnica <strong>de</strong> Avaliação e Revisão <strong>de</strong> Programa e Método do Caminho Crítico) eGráfico <strong>de</strong> Gantt, que não é um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> informação, mas técnica <strong>de</strong> planejamentoessencial <strong>para</strong> acompanhamento <strong>de</strong> programas e projetos. Encontra-sehoje informatizada, <strong>em</strong> software disponível no mercado, possibilitando aos gerenteso armazenamento <strong>de</strong> informações completas sobre o andamento dos programase projetos, probl<strong>em</strong>as, nós críticos, <strong>de</strong>ntre outras informações.Cabe também l<strong>em</strong>brar que alguns sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> produção ambulatorial e hospitalardo SUS, tais como o SIA/SUS (Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação Ambulatorial do


34SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSSUS), Controle <strong>de</strong> Renais Crônicos, SIH/SUS (Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações Hospitalaresdo SUS), <strong>de</strong>ntre outros, além <strong>de</strong> fornecer<strong>em</strong> os indicadores clássicos <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, representam sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> fatura e pagamento das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>em</strong>todo o território nacional. São regidos por legislação específica, que estabeleceos procedimentos r<strong>em</strong>unerados pelo sist<strong>em</strong>a, tabelas <strong>de</strong> códigos <strong>de</strong> procedimentose regras próprias <strong>para</strong> o pagamento e controle. A esse respeito, consultaro manual Auditoria, Controle e Programação <strong>de</strong> Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.PRINCIPAIS FONTES DE INFORMAÇÕES E DESISTEMAS EM SAÚDE NACIONALRelacionamos nesta seção as principais fontes <strong>de</strong> informações e <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong><strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> âmbito nacional, muitos dos quais já estãodisponíveis através da Internet.Em alguns <strong>de</strong>sses sist<strong>em</strong>as, a coleta t<strong>em</strong> sido feita pelo próprio município,sendo os dados enviados <strong>para</strong> o nível regional e estadual do SUS e posteriormente<strong>para</strong> os órgãos responsáveis pelo processamento <strong>em</strong> todo o país.Há, com certeza, uma enorme varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as produzidos pelos Estadose municípios que não foram incluídos aqui, não apenas pela extensão doque isso representaria, mas porque não é objetivo <strong>de</strong>ste trabalho. Os municípios,ao impl<strong>em</strong>entar<strong>em</strong> seus <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação, po<strong>de</strong>m recorrer aosrespectivos níveis regionais e estaduais, e a outros municípios, <strong>para</strong> conhecer asoutras alternativas, que, se eficientes <strong>em</strong> seus objetivos, po<strong>de</strong>rão ser adotadas,se estiver<strong>em</strong> consoantes com as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>finidas.Apresentar os sist<strong>em</strong>as disponíveis na Internet t<strong>em</strong> como objetivo mostrar aimportância <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> comunicação, <strong>de</strong> fácil acesso e baixo custo, quepermite a obtenção rápida <strong>de</strong> dados importantes <strong>para</strong> o gerenciamento <strong>em</strong>saú<strong>de</strong>. S<strong>em</strong> dúvida, é uma fonte <strong>de</strong> informações, <strong>de</strong> artigos científicos, <strong>de</strong>experiências e <strong>de</strong> comunicação com vários órgãos <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, estaduais,nacionais e <strong>de</strong> diversos países, que permite obter várias respostas <strong>em</strong> t<strong>em</strong>pooportuno. Um instrumento bastante valioso <strong>para</strong> subsidiar a gerência.Convém ainda l<strong>em</strong>brar que o processo <strong>de</strong> inserção <strong>de</strong> informações nas páginasda Internet é bastante dinâmico, e muito do que se apresenta aqui po<strong>de</strong>rámodificar-se <strong>em</strong> pouco t<strong>em</strong>po, tais como en<strong>de</strong>reços, páginas <strong>de</strong> apresentação,produtos disponíveis, etc. Portanto, os en<strong>de</strong>reços e home-pages apresentados aseguir representam apenas um retrato da situação <strong>de</strong> alguns dos sites selecionados,até o momento da produção <strong>de</strong>ste manual, <strong>para</strong> integrar a ilustração<strong>de</strong> alguns dos sist<strong>em</strong>as e bases <strong>de</strong> dados disponíveis na Internet.


35SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEDATASUShttp://www.datasus.gov.brAs informações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> disponíveis no DATASUS estão agrupadas comoinformações estratégicas, informações epi<strong>de</strong>miológicas, informações <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>,informações hospitalares, informações ambulatoriais e informaçõesadministrativas.Informações estratégicasSist<strong>em</strong>a Integrado <strong>de</strong> Tratamento <strong>de</strong> Séries Estratégicas (SÍNTESE)Oferece aos gestores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pesquisadores e entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> acessoa dados <strong>de</strong> diferentes bases sobre o quadro <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> da população brasileira.O acervo possui séries históricas que permit<strong>em</strong> seu tratamento através dopróprio sist<strong>em</strong>a, possibilitando a análise da evolução <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado fenômenoao longo do t<strong>em</strong>po.Fornece informações sobre assistência à saú<strong>de</strong>, capacida<strong>de</strong> instalada, mortalida<strong>de</strong>,morbida<strong>de</strong> hospitalar, notificações epi<strong>de</strong>miológicas, b<strong>em</strong> como as <strong>de</strong>caráter previ<strong>de</strong>nciário, <strong>de</strong>mográfico, ensino <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e índices econômicos,obtidas dos sist<strong>em</strong>as do DATASUS, Centro Nacional <strong>de</strong> Epi<strong>de</strong>miologia(CENEPI), IBGE, DATAPREV, FGV e outros.Os dados <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do SÍNTESE estão sendo progressivamente incorporadosà home-page do DATASUS, <strong>em</strong> estatísticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, visando torná-losdisponíveis aos usuários da Internet.


36SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSEstatísticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do SÍNTESE compreen<strong>de</strong>m: AIH pagas, internações,SADT, permanência, óbitos, etc., agrupadas por região, UF, ano/mês, especialida<strong>de</strong>,natureza, regime, gestão, causa (CID), faixa etária, sexo, <strong>de</strong>ntre outrosagrupamentos.As principais informações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> disponíveis via DATASUS são:• mortalida<strong>de</strong>;• morbida<strong>de</strong> hospitalar do SUS;• produção ambulatorial do SUS;• re<strong>de</strong> hospitalar do SUS;• re<strong>de</strong> ambulatorial do SUS;• recursos do SUS;• créditos a prestadores;• pesquisa <strong>de</strong> assistência médico-sanitária;• população resi<strong>de</strong>nte;• alfabetização;• abastecimento <strong>de</strong> água;• instalações sanitárias;• coleta <strong>de</strong> lixo.Bulletin Board Syst<strong>em</strong> (MS-BBS)O MS-BBS coloca disponíveis, 24 horas por dia, arquivos com informaçõesextraídas dos bancos <strong>de</strong> dados do DATASUS, que po<strong>de</strong>m ser copiados pelousuário <strong>para</strong> seu computador (download) e manipulados <strong>de</strong> acordo com suasnecessida<strong>de</strong>s.Dentre esses arquivos, estão o cadastro <strong>de</strong> hospitais, as tabelas <strong>de</strong> procedimentosmédicos, <strong>de</strong> municípios e da Classificação Internacional <strong>de</strong>Doenças (CID), além do movimento das Autorizações <strong>de</strong> Internação Hospitalar(AIH), <strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1992. Contém, também, aplicativos <strong>para</strong> manuseio<strong>de</strong>ssas informações, software do SÍNTESE e alguns aplicativos genéricos <strong>de</strong>domínio público.Alguns dos arquivos disponíveis via FTP são: arquivo <strong>de</strong> CEP, com seusrespectivos municípios, arquivos <strong>de</strong> municípios do Brasil, tabela <strong>de</strong> procedimentos,cadastro <strong>de</strong> hospitais, AIHs, informações cadastrais do SIA, <strong>de</strong>ntre outras.


39SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEInclui, na parte operacional, o controle <strong>de</strong> rendimento, consumo <strong>de</strong> inseticida,insetífugo, atualização <strong>de</strong> RG e o acompanhamento entomológico <strong>de</strong> classificaçãoe exame <strong>para</strong>sitológico <strong>para</strong> <strong>de</strong>tecção da infestação natural do vetor.Informações <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> (SIM)Oferece aos gestores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pesquisadores e entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong>, informaçõesda maior relevância <strong>para</strong> a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s nos programas <strong>de</strong>prevenção e controle <strong>de</strong> doenças, a partir das <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> óbito coletadaspelas secretarias estaduais da Saú<strong>de</strong>.A base <strong>de</strong> dados nacional gerada, é gerenciada pelo DATASUS <strong>em</strong> cooperaçãocom o CENEPI.Atualmente, os dados são distribuídos através do CD-ROM <strong>de</strong> Informações<strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong>, contendo os dados <strong>de</strong>finitivos <strong>de</strong> 79 a 92 e dados parciais,sujeitos à retificação, <strong>de</strong> 93 a 95, no formato DBC. Os dados po<strong>de</strong>m ser consultadosna home-page do DATASUS (Estatísticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> – Mortalida<strong>de</strong>), ouobtidos através da própria home-page, na parte referente a Arquivos – CD-ROM<strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong>.O sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Seleção <strong>de</strong> Causa Básica <strong>de</strong> Morte (SCB), <strong>de</strong>senvolvido <strong>em</strong>parceria com o Centro Brasileiro <strong>de</strong> Classificação <strong>de</strong> Doenças da Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo, po<strong>de</strong> ser utilizado como um módulo do SIM, permitindo a efetiva<strong>de</strong>scentralização <strong>para</strong> as secretarias municipais da Saú<strong>de</strong> do módulo local doSist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong>.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Seleção <strong>de</strong> Causa Básica (SCB)Sist<strong>em</strong>a especialista, <strong>de</strong>senvolvido <strong>em</strong> cooperação com o Centro Brasileiro <strong>de</strong>Classificação <strong>de</strong> Doenças da USP, representando a técnica mais atual daautomação da seleção da causa básica da morte.Executada há várias décadas, a seleção da causa básica da morte <strong>em</strong> Atestados<strong>de</strong> Óbito <strong>de</strong>manda aplicação <strong>de</strong> regras constantes da Classificação Internacional<strong>de</strong> Doenças (CID) e exige codificadores especializados que centralizam,nas secretarias estaduais da saú<strong>de</strong>, toda a codificação do Estado.Esse sist<strong>em</strong>a foi adaptado <strong>para</strong> os códigos da CID-10, <strong>de</strong> forma a facilitar oprocesso <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralização da codificação dos Atestados <strong>de</strong> Óbito, <strong>de</strong> acordocom a filosofia do SUS.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Nascidos Vivos (SINASC)O SINASC t<strong>em</strong> como objetivo oferecer dados sobre nascidos vivos, por sexo, localon<strong>de</strong> ocorreu o nascimento, tipo <strong>de</strong> parto e peso ao nascer, <strong>de</strong>ntre outros. A base<strong>de</strong> dados nacional é gerada pelo DATASUS <strong>em</strong> cooperação com o CENEPI.A operacionalização do sist<strong>em</strong>a é realizada através da Declaração <strong>de</strong> Nascimento(DN) e <strong>de</strong> um programa <strong>para</strong> microcomputador, <strong>em</strong> todos os Estados. Há


40SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSdados coletados a partir <strong>de</strong> 1992, importantes <strong>para</strong> a análise epi<strong>de</strong>miológica,estatística e <strong>de</strong>mográfica.A diss<strong>em</strong>inação dos dados é feita através <strong>de</strong> CD-ROMs, Anuário sobre NascidosVivos e, futuramente, por meio <strong>de</strong> uma home-page do DATASUS.O programa SINASC.EXE e maiores informações po<strong>de</strong>m ser obtidos por consultaaos responsáveis nas unida<strong>de</strong>s da fe<strong>de</strong>ração, <strong>de</strong>vidamente relacionadosna Internet (http://www.datasus.gov.br/catalogo/sinasc.htm).Informações hospitalaresSist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Autorização <strong>de</strong> Internação Hospitalar (AIH)Oferece ao gestor <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> informações que viabilizam efetuar o pagamentodos serviços hospitalares prestados pelo SUS, através da captação <strong>de</strong> dados <strong>em</strong>disquete das Autorizações <strong>de</strong> Internação Hospitalar (AIH) relativas a mais <strong>de</strong> 1,3milhão <strong>de</strong> internações por mês.Fornece informações sobre verbas <strong>de</strong>stinadas <strong>para</strong> cada hospital que integrao SUS, as principais causas <strong>de</strong> internações no Brasil, a relação dos mais freqüentesprocedimentos realizados mensalmente <strong>em</strong> cada hospital, município eEstado, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> leitos existentes <strong>para</strong> cada especialida<strong>de</strong> e o t<strong>em</strong>pomédio <strong>de</strong> permanência do paciente no hospital.Além do pagamento, fornece informações, <strong>de</strong> âmbito nacional, <strong>de</strong> auditoria,vigilância sanitária e vigilância epi<strong>de</strong>miológica.AIH <strong>em</strong> Disquete (AIHDISQ)Trata-se da captação dos dados das autorizações <strong>de</strong> internações hospitalares,através <strong>de</strong> meio magnético – disquetes – que são gerados no próprio hospital,por meio <strong>de</strong> programa <strong>de</strong>senvolvido pelo DATASUS e distribuído gratuitamenteàs unida<strong>de</strong>s hospitalares.Essa forma <strong>de</strong> captação <strong>de</strong> dados abrange atualmente c<strong>em</strong> por cento dasAIHs/mês, possibilitando a implantação <strong>de</strong> bases <strong>de</strong> dados locais – MóduloGerencial Básico –, por meio da leitura e gravação dos disquetes gerados pelasunida<strong>de</strong>s hospitalares, nas secretarias municipais da Saú<strong>de</strong> que estiver<strong>em</strong> capacitadas<strong>para</strong> o trabalho com informática.Essas bases <strong>de</strong> dados locais permitirão às secretarias municipais da Saú<strong>de</strong>,aos conselhos municipais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e ao público <strong>em</strong> geral o acesso às informaçõesreferentes às internações ocorridas no município e, ainda, a interferênciada auditoria nas internações in<strong>de</strong>vidas, antes do efetivo pagamento.Possibilitará ainda, aos municípios classificados como s<strong>em</strong>iplenos (NOB3/93), o processamento do faturamento mensal das internações (<strong>de</strong>scentralizaçãodo sist<strong>em</strong>a AIH).Base <strong>de</strong> Dados do SIH/SUS (BDAIH)Contém dados armazenados a partir da Autorização <strong>de</strong> Internação Hospitalar(AIH) do Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), que po<strong>de</strong>m ser acessados através <strong>de</strong>menus <strong>de</strong> consulta.


41SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEO menu <strong>de</strong> opções financeiras fornece a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> AIHs apresentadas evalores efetivamente pagos por competência, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1992, a cada hospitale por especialida<strong>de</strong>.O menu <strong>de</strong> opções cadastrais permite o acesso ao cadastro <strong>de</strong> hospitais coma <strong>de</strong>vida qualificação e o cadastro <strong>de</strong> terceiros.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Gestão Hospitalar (SIGHO)Oferece ao gestor da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (US) o controle do processo <strong>de</strong> internação<strong>de</strong> pacientes, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua entrada até sua saída, com anotações <strong>de</strong> toda amovimentação e i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> recursos dados no atendimento. Informa osleitos disponíveis, a taxa <strong>de</strong> ocupação e <strong>em</strong>ite a Autorização <strong>de</strong> Internação Hospitalar(AIH).Disponibiliza informações epi<strong>de</strong>miológicas e o perfil <strong>de</strong> atendimento dapopulação nas diferentes procedências atendidas pela US. Fornece informaçõessobre en<strong>de</strong>mias e morbida<strong>de</strong> dos pacientes internados pelo SUS.Informações ambulatoriaisSist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações Ambulatoriais do SUS (SIA–SUS)Oferece aos gestores estadual e municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>em</strong> conformida<strong>de</strong> com asnormas do Ministério da Saú<strong>de</strong>, instrumentos <strong>para</strong> operacionalização dasfunções <strong>de</strong> cadastramento, controle orçamentário, controle e cálculo da produçãoe <strong>para</strong> a geração <strong>de</strong> informações necessárias ao Repasse do CusteioAmbulatorial (RCA).Oferece, também, informações <strong>para</strong> o gerenciamento <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> instaladae produzida, b<strong>em</strong> como dos recursos financeiros orçados e repassados aosprestadores <strong>de</strong> serviços.Banco <strong>de</strong> Dados Nacional <strong>de</strong> Informações Ambulatoriais do SUS(BD–SIASUS)Oferece aos gestores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, pesquisadores e entida<strong>de</strong>s da socieda<strong>de</strong> informaçõessobre capacida<strong>de</strong> operacional dos prestadores <strong>de</strong> serviço (públicos eprivados), orçamento e controle dos repasses dos recursos financeiros, custeiodas unida<strong>de</strong>s ambulatoriais, informações sobre a administração das ativida<strong>de</strong>sambulatoriais realizadas <strong>em</strong> todo o país.Sist<strong>em</strong>a Central <strong>de</strong> Marcação <strong>de</strong> Consultas (CMC)O sist<strong>em</strong>a administra o encaminhamento <strong>de</strong> pacientes <strong>para</strong> o atendimento médicopelas unida<strong>de</strong>s especializadas, solicitado por unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, proporcionandoagilida<strong>de</strong> e conforto ao paciente, fornecendo informações consolidadas<strong>para</strong> o gerenciamento do ambiente ambulatorial municipal ou estadual.


42SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSSist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>Ambulatorial Especializada (SIGAE)Oferece ao administrador da unida<strong>de</strong> ambulatorial especializada do SUS informaçõesessenciais <strong>para</strong> sua gestão, permitindo a racionalização dos atendimentos,com a conseqüente redução <strong>de</strong> filas, a avaliação da resolutivida<strong>de</strong> e daeficiência <strong>de</strong>sses atendimentos, o conhecimento do perfil básico da clientela edos recursos funcionais da unida<strong>de</strong>, através da marcação <strong>de</strong> consultas, escalamédica e controle <strong>de</strong> procedimentos e diagnósticos.T<strong>em</strong> como principais produtos o índice <strong>de</strong> resolubilida<strong>de</strong>, agenda médica,relatórios do perfil da clientela, <strong>de</strong> oferta e produção da unida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> recursosfuncionais disponíveis, informações financeiras relativas ao faturamentoambulatorial e agendamento <strong>de</strong> consultas por horário, proporcionando maiorconforto aos pacientes.Fornece informações estratificadas <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias e morbida<strong>de</strong> relativas àpopulação atendida pelo ambulatório.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Gerenciamento <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> Ambulatorial Básica (SIGAB)T<strong>em</strong> como objetivo automatizar a coleta <strong>de</strong> dados sobre os procedimentos executados,permitindo melhorar o atendimento do paciente e aumentar a produtivida<strong>de</strong>da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Através da tecnologia <strong>de</strong> leitura óptica <strong>de</strong> marcas, garant<strong>em</strong>-se a integrida<strong>de</strong>e a rápida captação <strong>de</strong> todos os dados dos atendimentos realizados. Oferece, aqualquer momento, ao gestor da Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, informações sobre oatendimento clínico, odontológico, imunizações e serviços compl<strong>em</strong>entares,permitindo a realização <strong>de</strong> estudos epi<strong>de</strong>miológicos.Fornece informações estratificadas <strong>de</strong> en<strong>de</strong>mias e morbida<strong>de</strong> relativas àpopulação atendida pelo ambulatório.Informações administrativasSist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Catalogação <strong>de</strong> Material (SICAM)Desenvolvido <strong>para</strong> gerar e manter um catálogo <strong>de</strong> material único, a ser utilizadopor todos os órgãos vinculados à FNS, <strong>de</strong> forma a propiciar o intercâmbio<strong>de</strong> informações entre eles, estabelecer uma padronização, garantir a integrida<strong>de</strong>dos dados e permitir a adoção <strong>de</strong> técnicas gerenciais mo<strong>de</strong>rnas.T<strong>em</strong> por objetivos específicos: controlar e manter o cadastro <strong>de</strong> material;controlar e manter o cadastro <strong>de</strong> grupo, subgrupo e classe; controlar e mantero cadastro <strong>de</strong> contas contábeis (integrado com o SIAFI); controlar e manter ocadastro <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> material; permitir consultas específicas nas informaçõescontidas na base <strong>de</strong> dados; consultar e atualizar <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Compras (SICOMP)Oferece informações essenciais <strong>para</strong> a gestão dos processos <strong>de</strong> compras, pormeio da padronização das rotinas administrativas e da codificação <strong>de</strong> materiais,


43SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEvisto que trabalha com os itens codificados através do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Catalogação<strong>de</strong> Material (SICAM) e utilizados pelos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> Material <strong>de</strong> Consumo(SICON) e <strong>de</strong> Material Permanente (SIPER).T<strong>em</strong> por objetivos específicos: controlar e manter o cadastro <strong>de</strong> fornecedores;<strong>em</strong>itir as cartas convites; <strong>em</strong>itir o mapa <strong>de</strong> apuração <strong>de</strong> preços; controlare manter o cadastro <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> compras; permitir consultas específicasnas informações contidas na base <strong>de</strong> dados.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Material <strong>de</strong> Consumo (SICON)Oferece informações essenciais <strong>para</strong> a gestão administrativa <strong>de</strong> material pormeio da organização do almoxarifado, padronização das rotinas administrativase da codificação <strong>de</strong> materiais, visto que trabalha com o Catálogo Único <strong>de</strong>Códigos, por intermédio do SICAM; permite uma perfeita integração com oplano <strong>de</strong> contas do Sist<strong>em</strong>a Financeiro (SIAFI) ou qualquer plano <strong>de</strong> contasque vier a ser adotado.Oferece, também, um módulo centralizador que permite a agregação <strong>de</strong>dados referentes à movimentação dos itens <strong>de</strong> estoque registrados <strong>em</strong> diferentesalmoxarifados, criando um banco <strong>de</strong> dados gerencial que contenha asmovimentações que permitirão à administração central uma perfeita visão <strong>em</strong>nível nacional dos estoques existentes.T<strong>em</strong> como objetivos específicos: acessar o catálogo <strong>de</strong> materiais; controlar asentradas e saídas <strong>de</strong> materiais estocáveis e não-estocáveis <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong>movimentação; atualizar e consultar <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real; controlar os consumos, ponto<strong>de</strong> ressuprimento, estoque <strong>de</strong> segurança, b<strong>em</strong> como tratamento <strong>de</strong> parâmetroquantitativo <strong>para</strong> ressuprimento; permitir à gerência o bloqueio <strong>de</strong> materiais cujosfornecimentos são limitados a <strong>de</strong>terminados requisitantes; controlar as pendências<strong>de</strong> materiais não fornecidos por falta <strong>de</strong> estoque; controlar os materiais perecíveis;gerar informações contábeis; <strong>em</strong>itir e controlar as solicitações <strong>de</strong> compra <strong>de</strong>materiais; <strong>em</strong>itir relatórios <strong>de</strong> forma a permitir uma auditag<strong>em</strong> física do estoque;<strong>em</strong>itir relatórios gerenciais e operacionais relativos às movimentações realizadasno estoque; controlar os cadastros <strong>de</strong> requisitantes e unida<strong>de</strong>s gestoras; permitirconsultas específicas nas informações contidas na base <strong>de</strong> dados.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Veículos Terrestres (SICOT)Oferece informações essenciais <strong>para</strong> a administração dos veículos, através docontrole <strong>de</strong> dados referentes ao cadastramento, operações, manutenção eabastecimento.T<strong>em</strong> como objetivos específicos: controlar e manter o cadastro <strong>de</strong> veículos;controlar e registrar o movimento diário <strong>de</strong> veículos, composto <strong>de</strong> quilometrag<strong>em</strong>rodada, abastecimento <strong>de</strong> combustível, manutenção preventiva,reparos necessários (peças e mão-<strong>de</strong>-obra); controlar e registrar combustívelnos <strong>de</strong>pósitos próprios e conveniados; controlar e registrar o combustível gastonas oficinas próprias; controlar e registrar o custo do quilômetro rodado.


44SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSSist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Material Permanente (SIPER)Oferece informações essenciais <strong>para</strong> a gestão <strong>de</strong> bens patrimoniais por meio dapadronização das rotinas administrativas e da codificação <strong>de</strong> materiais, vistoque trabalha com o Catálogo Único <strong>de</strong> Códigos, por intermédio do SICAM; permiteuma perfeita integração com o plano <strong>de</strong> contas do Sist<strong>em</strong>a Financeiro(SIAFI) ou qualquer plano <strong>de</strong> contas que vier a ser adotado.T<strong>em</strong> por objetivos específicos: acessar o catálogo <strong>de</strong> materiais; controlar asentradas e saídas dos bens patrimoniais <strong>de</strong> acordo com o tipo <strong>de</strong> movimentação;atualizar e consultar <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po real; gerar informações contábeis; <strong>em</strong>itirrelatórios <strong>de</strong> forma a permitir uma auditag<strong>em</strong> física dos bens patrimoniais; <strong>em</strong>itirrelatórios gerenciais e operacionais relativos à movimentação <strong>de</strong> bens patrimoniais;controlar os cadastros <strong>de</strong> requisitantes e <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s gestoras; permitirconsultas específicas nas informações contidas na base <strong>de</strong> dados.Ministério da Saú<strong>de</strong>http://www.sau<strong>de</strong>.gov.br


45SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEHá vários produtos <strong>de</strong> interesse da gerência <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> no site do Ministérioda Saú<strong>de</strong> e <strong>em</strong> suas interfaces com outras entida<strong>de</strong>s nacionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, taiscomo informações sobre legislação, vigilância sanitária, indicadores, etc.Merece especial <strong>de</strong>staque a Re<strong>de</strong> Nacional <strong>de</strong> Informações <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> (RNIS),projeto <strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvimento com o objetivo <strong>de</strong> interligar, através da Internet,todas as unida<strong>de</strong>s da fe<strong>de</strong>ração e todos os municípios. Dessa forma, cada secretariaestadual e cada secretaria municipal terá seu site na Internet, o quepropiciará a diss<strong>em</strong>inação das informações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, b<strong>em</strong> como a troca <strong>de</strong>experiências, entre todos os níveis do SUS.Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>http://www.fns.gov.brSist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação <strong>de</strong> VigilânciaEpi<strong>de</strong>miológica (SINAN)HistóricoO SINAN iniciou seu processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento a partir <strong>de</strong> 1992, tendocomo referência o diagnóstico <strong>de</strong> que o atual sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> informações <strong>para</strong> avigilância epi<strong>de</strong>miológica, baseado no Boletim S<strong>em</strong>anal <strong>de</strong> Notificação, erainsuficiente, <strong>de</strong>satualizado, fragmentado e não-informatizado no nível dosEstados e municípios.


46SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSEssas limitações provocaram o surgimento <strong>de</strong> diversos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informaçãoe fluxos <strong>de</strong> dados <strong>para</strong>lelos, com evi<strong>de</strong>nte prejuízo <strong>para</strong> os diferentesníveis do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, b<strong>em</strong> como <strong>para</strong> a eficiência e eficácia das ações davigilância epi<strong>de</strong>miológica.Diante <strong>de</strong>sse quadro e apoiado na experiência b<strong>em</strong>-sucedida da Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Informações e Análise da Situação <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (CIASS), com os sist<strong>em</strong>as<strong>de</strong> informações sobre mortalida<strong>de</strong>, nascidos vivos e, mais recent<strong>em</strong>ente, o sist<strong>em</strong>a<strong>de</strong> informações da cólera, a partir <strong>de</strong> 1994 a FNS iniciou o processo <strong>de</strong>implantação do SINAN. É importante <strong>de</strong>stacar que essa implantação foi precedida<strong>de</strong> um projeto piloto no Estado <strong>de</strong> Santa Catarina.ObjetivoO Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Agravos <strong>de</strong> Notificação (SINAN) t<strong>em</strong> por objetivoo registro e processamento dos dados sobre agravos <strong>de</strong> notificação <strong>em</strong> todoo território nacional, fornecendo informações <strong>para</strong> análise do perfil da morbida<strong>de</strong>e contribuindo <strong>de</strong>ssa forma <strong>para</strong> a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões no nível municipal,estadual e fe<strong>de</strong>ral.Esse sist<strong>em</strong>a foi <strong>de</strong>senvolvido <strong>para</strong> ser operacionalizado num nível administrativoo mais periférico possível, ou seja, a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>; porém, se omunicípio não dispuser <strong>de</strong> microcomputadores nas suas unida<strong>de</strong>s, ele po<strong>de</strong>ráser operacionalizado a partir das secretarias municipais, regionais da Saú<strong>de</strong> e<strong>Secretaria</strong> Estadual da Saú<strong>de</strong>. Esse sist<strong>em</strong>a irá possibilitar uma análise global eintegrada <strong>de</strong> todos os agravos <strong>de</strong>finidos, gerando informações nos níveis acimareferidos, além <strong>de</strong> distrito e bairro. Esse software está disponível <strong>para</strong> downloadvia FTP no site da FNS.Fundação Sist<strong>em</strong>a Estadual <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Dados (SEADE)http://www.sea<strong>de</strong>.gov.br


47SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEA Fundação SEADE é vinculada à <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Economia e Planejamento doEstado <strong>de</strong> São Paulo e constitui um acervo <strong>de</strong> informações socio-econômicassobre o Estado, além <strong>de</strong> atuar como um centro <strong>de</strong> produção, tratamento,análise e diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong>ssas informações.Bases <strong>de</strong> dadosAlgumas das bases <strong>de</strong> dados disponíveis no SEADE são:SP Mulheres <strong>em</strong> DadosBanco <strong>de</strong> dados com informações <strong>de</strong>mográficas e socio-econômicas sobre amulher no Estado <strong>de</strong> São Paulo.São Paulo <strong>em</strong> DadosBanco <strong>de</strong> dados com mais <strong>de</strong> trezentas variáveis agregadas <strong>em</strong> catorze t<strong>em</strong>assócio-econômicos e <strong>de</strong>mográficos <strong>para</strong> cada um dos municípios paulistas eregiões do Estado.Movimento EleitoralResultados das eleições, a partir <strong>de</strong> 1974, no Estado <strong>de</strong> São Paulo, municípios ezonas eleitorais da capital, <strong>para</strong> vereador, prefeito, <strong>de</strong>putados estaduais e fe<strong>de</strong>rais,senadores, governador e presi<strong>de</strong>nte. É possível, também, pesquisar aparticipação dos candidatos nos diversos pleitos.Coletânea <strong>de</strong> TabelasTabelas extraídas do Anuário da Pesquisa <strong>de</strong> Emprego e Des<strong>em</strong>prego, do Estado<strong>de</strong> São Paulo – 1996 e do Município <strong>de</strong> São Paulo – 1996, recuperáveis port<strong>em</strong>as, assuntos e palavras dos seus títulos.Publicações on-lineAlgumas das suas publicações on-line são:Município <strong>de</strong> São PauloSeleção <strong>de</strong> dados <strong>de</strong>sagregados, s<strong>em</strong>pre que possível, por distritos/subdistritosou administrações regionais, que mostra a complexa realida<strong>de</strong> social eeconômica com que se <strong>de</strong>fronta a população da maior cida<strong>de</strong> do país.Anuário Estatístico do Estado <strong>de</strong> São Paulo – 1995Conjunto das informações mais atualizadas e importantes sobre o Estado <strong>de</strong>São Paulo e suas regiões reunidas por capítulos, <strong>de</strong>ntre os quais se <strong>de</strong>stacam os<strong>de</strong> mercado <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong>mografia, saú<strong>de</strong>, saneamento, educação, contasregionais, indústria, comércio, transportes e finanças públicas.


48SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSSão Paulo – 1996Com<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho econômico e social do Estado <strong>de</strong> São Paulo <strong>em</strong> relaçãoao Brasil e uma seleção <strong>de</strong> países <strong>em</strong> diferentes estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Pesquisa <strong>de</strong> Emprego e Des<strong>em</strong>prego naRegião Metropolitana <strong>de</strong> São PauloInformações e análises anuais e trimestrais sobre o mercado <strong>de</strong> trabalho naRMSP, <strong>de</strong>stacando-se o <strong>de</strong>s<strong>em</strong>prego, o nível <strong>de</strong> ocupação e <strong>de</strong> rendimento.Relação <strong>de</strong> Nomes, Cargos e En<strong>de</strong>reços doGoverno do Estado <strong>de</strong> São PauloCadastro completo dos órgãos da administração estadual e do município <strong>de</strong> SãoPaulo, com conselhos <strong>de</strong> administração e fiscal, en<strong>de</strong>reços, telefones, fax,en<strong>de</strong>reços na Internet e nomes dos ocupantes <strong>de</strong> cargo até o terceiro escalão.Inclui, ainda, os novos prefeitos das 645 cida<strong>de</strong>s paulistas.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Documentação sobre População no Brasil (Docpop)Base <strong>de</strong> dados bibliográficos, com resumo, que acompanha e divulga a produçãoliterária sobre população no Brasil.Sensor RuralEstimativa quadrimestral da <strong>de</strong>manda da força <strong>de</strong> trabalho agrícola pelas principaisculturas no Estado <strong>de</strong> São Paulo e no Brasil.Publicações <strong>de</strong> catálogoAlgumas publicações do Catálogo SEADE (on-line, <strong>em</strong> disquete ou impresso) são:Perfil Municipal <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>Conjunto <strong>de</strong> dados e indicadores abrangendo t<strong>em</strong>as como mortalida<strong>de</strong>, morbida<strong>de</strong>,capacida<strong>de</strong> física e produção do Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SUS), <strong>de</strong>ntreoutros. Apresentado por município, direção regional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> (DIR), região <strong>de</strong>governo, região administrativa e total do Estado.Perfil MunicipalSérie histórica (1980-1991) <strong>de</strong> 66 indicadores sócio-econômicos distribuídos <strong>em</strong>onze t<strong>em</strong>as que auxiliam a compreensão da realida<strong>de</strong> dos municípios e regiõesdo Estado <strong>de</strong> São Paulo.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Indicadores D<strong>em</strong>ográficosDados e indicadores <strong>de</strong> eventos vitais (nascimentos, casamentos e óbitos) coletados<strong>em</strong> todos os cartórios <strong>de</strong> registro civil <strong>para</strong> os municípios, regiões <strong>de</strong> governo,regiões administrativas, Escritório Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ERSA) e total doEstado <strong>de</strong> São Paulo.


49SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDESist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por AIDSSist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> informações sobre óbitos por AIDS, ida<strong>de</strong> e sexo, apresentado<strong>para</strong> os municípios, distritos e subdistritos da capital, regiões <strong>de</strong> governo,regiões administrativas, Escritório Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ERSA) e total do Estado<strong>de</strong> São Paulo.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> por CausaDados <strong>de</strong> óbitos segundo causa <strong>de</strong> morte <strong>de</strong>talhada, por ida<strong>de</strong> e sexo, coletados<strong>em</strong> todos os cartórios <strong>de</strong> registro civil <strong>para</strong> municípios, distritos e subdistritosda capital, regiões <strong>de</strong> governo, regiões administrativas, Escritório Regional<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ERSA) e total do Estado <strong>de</strong> São Paulo.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Projeções PopulacionaisEstimativas e projeções <strong>de</strong> população por ida<strong>de</strong> e sexo agregadas <strong>para</strong> os municípios,distritos e subdistritos da capital, regiões <strong>de</strong> governo, regiões administrativas,Escritório Regional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (ERSA) e total do Estado <strong>de</strong> São Paulo.TabelasAlgumas das tabelas disponíveis on-line no SEADE, <strong>para</strong> o t<strong>em</strong>a saú<strong>de</strong>, registram:• Atendimentos médicos, não-médicos, odontológicos e SADT realizadosnas unida<strong>de</strong>s ambulatoriais contratadas e conveniadas com o Sist<strong>em</strong>aÚnico <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo – (SUS/SP), por prestador (regiõesadministrativas, regiões <strong>de</strong> governo e municípios se<strong>de</strong>s).• Casos notificados e coeficientes <strong>de</strong> SIDA/AIDS, por categoria <strong>de</strong> transmissãosegundo as faixas etárias e por categoria <strong>de</strong> transmissão segundoo sexo (Estado <strong>de</strong> São Paulo, Brasil e países selecionados).• Casos e coeficientes <strong>de</strong> algumas doenças <strong>de</strong> notificação compulsória(Estado <strong>de</strong> São Paulo, Brasil e países selecionados).• Cirurgiões-<strong>de</strong>ntistas e técnicos <strong>de</strong> prótese <strong>de</strong>ntal registrados no ConselhoRegional <strong>de</strong> Odontologia do Estado <strong>de</strong> São Paulo – (CRO/SP)(regiões administrativas, regiões <strong>de</strong> governo e municípios se<strong>de</strong>s).• Coeficientes <strong>de</strong> leitos hospitalares (Estado <strong>de</strong> São Paulo, Brasil e paísesselecionados).• Coeficientes <strong>de</strong> médicos (Estado <strong>de</strong> São Paulo, Brasil e países selecionados).• Distribuição das famílias <strong>em</strong> que pelo menos um componente utilizouserviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> nos últimos trinta dias, distribuição dos indivíduossegundo procura <strong>de</strong> atendimento <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e tipo <strong>de</strong> serviço utilizadopor grupos sócio-econômicos (Município <strong>de</strong> São Paulo).


50SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOS• Distribuição das famílias segundo posse <strong>de</strong> convênio médico, tipo <strong>de</strong> convênioe por grupos sócio-econômicos (Município <strong>de</strong> São Paulo).• Doses <strong>de</strong> vacinas aplicadas, no grupo etário <strong>de</strong> menores <strong>de</strong> um ano e total,e índice <strong>de</strong> cobertura, segundo os tipos <strong>de</strong> vacina (Estado <strong>de</strong> São Paulo).• Estabelecimentos hospitalares por especialida<strong>de</strong> e entida<strong>de</strong> mantenedora(Município <strong>de</strong> São Paulo).• Internações realizadas pelo Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo(SUS/SP), por prestador (regiões administrativas, regiões <strong>de</strong> governo <strong>em</strong>unicípios se<strong>de</strong>s).• Leitos hospitalares por especialida<strong>de</strong> e entida<strong>de</strong> mantenedora (Município<strong>de</strong> São Paulo).• Leitos operacionais contratados e conveniados com o Sist<strong>em</strong>a Único<strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (SUS/SP) (regiões administrativas, regiões <strong>de</strong>governo e municípios se<strong>de</strong>s).• Médicos registrados no Conselho Regional <strong>de</strong> Medicina do Estado <strong>de</strong>São Paulo (CRM/SP) (regiões administrativas, regiões <strong>de</strong> governo <strong>em</strong>unicípios se<strong>de</strong>s).• Movimento nosocomial dos hospitais <strong>de</strong> assistência médica geral e especializada(regiões administrativas, regiões <strong>de</strong> governo e municípios se<strong>de</strong>s).• Partos, por tipo, segundo entida<strong>de</strong> mantenedora do hospital (Estado<strong>de</strong> São Paulo).• Profissionais existentes na <strong>Secretaria</strong> Municipal da Saú<strong>de</strong>, segundo ocargo (Município <strong>de</strong> São Paulo).• Profissionais da área <strong>de</strong> enfermag<strong>em</strong> registrados no Conselho Regional<strong>de</strong> Enfermag<strong>em</strong> <strong>de</strong> São Paulo (COREN/SP) (regiões administrativas,regiões <strong>de</strong> governo e municípios se<strong>de</strong>s).• Psicólogos registrados no Conselho Regional <strong>de</strong> Psicologia da 6ª Região(CRP-06) (regiões administrativas, regiões <strong>de</strong> governo e municípios se<strong>de</strong>s).• Unida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> conveniadas com o Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo (SUS/SP), por prestador e tipo (Município <strong>de</strong> São Paulo).• Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> contratadas e conveniadas com o Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong>Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (SUS/SP), por prestador e tipo <strong>de</strong> serviço (regiõesadministrativas, regiões <strong>de</strong> governo e municípios se<strong>de</strong>s);• Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> da <strong>Secretaria</strong> Municipal da Saú<strong>de</strong>, por tipo, segundoos distritos e subdistritos (Município <strong>de</strong> São Paulo).


51SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEInstituto Brasileiro <strong>de</strong> Geografia e Estatística (IBGE)http://www.ibge.gov.brO IBGE t<strong>em</strong> por finalida<strong>de</strong> básica a produção, análise, pesquisa e diss<strong>em</strong>inação<strong>de</strong> informações <strong>de</strong> natureza estatística (<strong>de</strong>mográfica, social e econômica),geográfica, cartográfica, geodésica e ambiental. Também publica o AnuárioEstatístico, que é uma síntese das informações disponíveis sobre o Brasil <strong>de</strong> diferentesfontes, e um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> outras publicações que veiculam os resultados<strong>de</strong> seus trabalhos <strong>em</strong> diferentes formatos, via Internet e mídia magnética.Estatísticas e informaçõesAs principais estatísticas e informações são:Pesquisas sociais, <strong>de</strong>mográficas e econômicasEstatísticas sociais e <strong>de</strong>mográficas, baseadas <strong>em</strong> informações obtidas nosdomicílios, incluindo o censo <strong>de</strong>mográfico <strong>de</strong>cenal, e pesquisas baseadas <strong>em</strong>registros administrativos como o registro civil e a pesquisa <strong>de</strong> assistência médico-sanitária;estatísticas econômicas sobre a produção agropecuária, industrial,da construção civil, comércio, serviços e transportes; os índices <strong>de</strong> preços; e aspesquisas sobre economia informal e <strong>de</strong> orçamento familiar.


52SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSPesquisas geodésicas, cartográficas e geográficasManutenção e atualização permanente dos dados sobre a divisão territorialbrasileira, incluindo a elaboração <strong>de</strong> mapas municipais, estaduais, regionais edo Brasil, <strong>em</strong> escalas diversas; manutenção e atualização permanente da baseoperacional geográfica <strong>para</strong> recenseamentos e pesquisas <strong>de</strong> natureza estatística;e caracterização do território brasileiro, pela manutenção e atualizaçãoconstante das informações geodésicas, mapeamento topográfico, organizaçãoe cadastramento dos nomes geográficos.Produção <strong>de</strong> sínteses globais e estudos específicosNa área social e econômica: a contabilida<strong>de</strong> nacional e os indicadores <strong>de</strong>condições <strong>de</strong> vida da população; e na área <strong>de</strong> geociências: estudos sobre recursosnaturais e dinâmica dos ecossist<strong>em</strong>as; estudos t<strong>em</strong>áticos e integrados diversos;mapeamentos e diagnósticos ambientais, pela combinação <strong>de</strong> informaçõesgeográficas, <strong>de</strong> base territorial física, <strong>de</strong> recursos e condições naturais e característicassócio-econômicas das populações nas diversas regiões.Fiocruzhttp://www.fiocruz.br


53SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> InformaçãoSINITOXO Sist<strong>em</strong>a Nacional <strong>de</strong> Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) é vinculadoà Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saú<strong>de</strong>.O SINITOX foi criado com o objetivo <strong>de</strong> fornecer dados estatísticos e informaçõesespecializadas sobre os diversos agentes tóxicos existentes <strong>em</strong> nossomeio às autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> pública, aos profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e áreas afinse à população <strong>em</strong> geral.Algumas das tabelas disponíveis no SINITOX são:• Casos registrados <strong>de</strong> intoxicação humana, <strong>de</strong> intoxicação animal e <strong>de</strong>solicitação <strong>de</strong> informação por agente tóxico.• Casos registrados <strong>de</strong> intoxicação humana por agente tóxico e causa<strong>de</strong>terminante, segundo faixa etária, sexo.• Óbitos registrados por sexo, causa, faixa etária e agente tóxico.Algumas bases <strong>de</strong> dados <strong>em</strong> CD-ROM e disquetesLILACSReferências bibliográficas e resumos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1982. É um produto cooperativo daRe<strong>de</strong> Latino-Americana e do Caribe, <strong>de</strong> informação <strong>em</strong> ciências da saú<strong>de</strong>, coor<strong>de</strong>nadapela BIREME.MEDLINEBase <strong>de</strong> dados bibliográficos produzida pela Biblioteca Nacional <strong>de</strong> Medicinados Estados Unidos da América, é fonte essencial <strong>de</strong> informação, contendo asmais importantes pesquisas publicadas na literatura da área biomédica. A baseMEDLINE é internacional no seu escopo, com aproximadamente 75% <strong>de</strong>citações publicadas <strong>em</strong> língua inglesa. Contém todas as referências que aparec<strong>em</strong>no In<strong>de</strong>x Medicus, no In<strong>de</strong>x to Dental Literature e no International NursingIn<strong>de</strong>x. Também contém referências completas dos artigos publicados <strong>em</strong>mais <strong>de</strong> 3.200 periódicos, cobrindo tópicos como microbiologia, nutrição,saú<strong>de</strong> ambiental, assistência médica e farmacológica.SIH–SUSBase <strong>de</strong> dados produzida pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>/DATASUS – Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>Informações Hospitalares do Sist<strong>em</strong>a Único <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Contém dados que serefer<strong>em</strong> às internações <strong>de</strong> todos os municípios, <strong>em</strong> todos os níveis <strong>de</strong> gestão doSUS. Estão incluídas todas as informações da autorização <strong>de</strong> internação hospitalar(AIH), exceto nomes e en<strong>de</strong>reços dos pacientes, a partir <strong>de</strong> 1993. Incluitambém programas <strong>para</strong> facilitar a <strong>em</strong>issão dos relatórios.


54SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSDados <strong>de</strong> <strong>de</strong>clarações <strong>de</strong> óbitosBase <strong>de</strong> dados produzida pelo Ministério da Saú<strong>de</strong>/DATASUS – Base nacional<strong>de</strong> informações <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>. Contém dados provenientes das <strong>de</strong>clarações<strong>de</strong> óbitos, a partir <strong>de</strong> 1979. Inclui também programas que permit<strong>em</strong> a análisedos dados.CID10 – Classificação Internacional <strong>de</strong> DoençasA Classificação Internacional <strong>de</strong> Doenças e <strong>de</strong> Probl<strong>em</strong>as Relacionados àSaú<strong>de</strong>, na sua décima revisão, é produzida pelo Centro Colaborador da OMS<strong>para</strong> a Classificação <strong>de</strong> Doenças <strong>em</strong> Português (Centro Brasileiro <strong>de</strong> Classificação<strong>de</strong> Doenças) – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> SãoPaulo/Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>/Organização Pan-Americana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Impl<strong>em</strong>entação <strong>para</strong> diss<strong>em</strong>inação eletrônica efetuada pela FNS – DATASUS –Departamento <strong>de</strong> Informática do SUS.Essa versão é composta <strong>de</strong> três volumes: Lista Tabular (apresenta o relatórioda Conferência Internacional <strong>para</strong> a Décima Revisão, a classificação propriamentedita nos níveis <strong>de</strong> três e quatro caracteres, a classificação da morfologia<strong>de</strong> neoplasias, listas especiais <strong>de</strong> tabulação <strong>para</strong> mortalida<strong>de</strong> e <strong>para</strong> morbida<strong>de</strong>,as <strong>de</strong>finições e os regulamentos da nomenclatura); Manual <strong>de</strong> Instruções (apresentaas notas sobre a certificação médica e sobre a classificação com maiorquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informações e <strong>de</strong> material <strong>de</strong> instrução e orientações sobre o usodo volume 1, as tabulações e o planejamento <strong>para</strong> o uso da CID); ÍndiceAlfabético (apresenta o índice propriamente dito com uma introdução e maiorquantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> instruções sobre seu uso).A décima revisão (tanto a lista tabular como o índice alfabético) estádisponível também <strong>em</strong> meios eletrônicos (disquete).SumárioNota <strong>de</strong> CopyrightIntroduçãoAgra<strong>de</strong>cimentosCentros Colaboradores da OMS <strong>para</strong> a Classificação <strong>de</strong> DoençasRelatório da Conferência Internacional <strong>para</strong> a Décima Revisão da Classificação Internacional <strong>de</strong> DoençasLista <strong>de</strong> Categorias <strong>de</strong> Três CaracteresLista Tabular <strong>de</strong> Inclusões e Subcategorias <strong>de</strong> Quatro CaracteresMorfologia <strong>de</strong> NeoplasiasListas Especiais <strong>de</strong> Tabulação <strong>para</strong> a Mortalida<strong>de</strong> e Morbilida<strong>de</strong>DefiniçõesRegulamento <strong>de</strong> Nomenclatura


55SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDEOs sist<strong>em</strong>as acima encontram-se <strong>de</strong>scritos conforme suas próprias linguagens<strong>de</strong> apresentação na Internet, tendo sido feitas pequenas modificações<strong>para</strong> a adaptação no formato do texto <strong>de</strong>ste manual.Além do acesso pela Internet, CD-ROM ou disquetes, vários <strong>de</strong>sses dadosencontram-se publicados <strong>em</strong> boletins e anuários.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Registro <strong>de</strong> Medicamentos (SIAMED)Desenvolvido pela OPS/OMS, t<strong>em</strong> como objetivo automatizar o registro <strong>de</strong>medicamentos a cargo da instância fe<strong>de</strong>ral responsável pela regulamentação dasua produção, comercialização e distribuição.Encontra-se implantado <strong>em</strong> vários países, respeitadas as característicasnacionais próprias <strong>de</strong> cada um. Nesse momento, por necessida<strong>de</strong> estabelecidapela própria <strong>Secretaria</strong> <strong>de</strong> Estado da Saú<strong>de</strong>, através <strong>de</strong> seu Centro <strong>de</strong> VigilânciaSanitária, está sendo testado e adaptado <strong>para</strong> implantação no Estado<strong>de</strong> São Paulo.O SIAMED/SP permite o cadastramento das indústrias farmacêuticas e o registro<strong>de</strong> todas as inspeções realizadas <strong>em</strong> cada indústria cadastrada. Gerainformações cadastrais das <strong>em</strong>presas, relatórios das inspeções realizadas e outrosrelatórios segundo área <strong>de</strong> abrangência e/ou ativida<strong>de</strong>, linha <strong>de</strong> produção,valida<strong>de</strong> da autorização <strong>de</strong> funcionamento, relação total <strong>de</strong> <strong>em</strong>presascadastradas, <strong>de</strong>ntre outras.Trata-se <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>senvolvido com abrangência nacional que po<strong>de</strong>riaser adotado pela <strong>Secretaria</strong> Nacional <strong>de</strong> Vigilância Sanitária do Ministério daSaú<strong>de</strong>, pelas unida<strong>de</strong>s fe<strong>de</strong>radas e municípios que tenham interesse econdições <strong>de</strong> <strong>de</strong>scentralizar e/ou municipalizar as ações <strong>de</strong> vigilância sanitária<strong>de</strong> medicamentos.SALA DE SITUAÇÃOProposta pelo Planejamento Estratégico Situacional, a sala <strong>de</strong> situaçãorepresenta uma instância da gerência <strong>em</strong> que as informações principais eestratégicas <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar à sua disposição, isto é, organizadas <strong>de</strong> tal forma quesejam <strong>de</strong> fácil acesso e rapidamente recuperáveis. Supõe-se que essa instância,<strong>para</strong> cumprir seus objetivos <strong>de</strong> informar a gerência, especialmente nos casos<strong>de</strong> <strong>em</strong>ergência, esteja a<strong>de</strong>quadamente informatizada.Assim, uma sala <strong>de</strong> situação <strong>de</strong>ve dispor <strong>de</strong>:• Mapas do município, discriminando os programas e ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> implantados ou a implantar, etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, indicadores<strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> e morbida<strong>de</strong>, recursos distribuídos e outrositens <strong>de</strong> interesse, por bairros, distritos ou áreas geográficas específicas.• <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação integrados que ger<strong>em</strong> os principais indicadores<strong>de</strong>mográficos, econômicos, sociais, políticos, epi<strong>de</strong>miológicos,administrativos, etc.


56SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOS• Cronograma dos planos, projetos e programas: <strong>de</strong>senho dos Perts eGantts dos vários projetos e operações, por áreas geográficas, profissionaisresponsáveis ou coor<strong>de</strong>nações, etc.• Arquivo <strong>de</strong> planos, projetos, programas: arquivos computadorizadoscom resumos das informações importantes; andamento das ativida<strong>de</strong>s,ocorrências positivas e negativas, etc.• Relatórios <strong>de</strong> avaliação e outros documentos: resumo computadorizado<strong>de</strong> relatórios com diagnóstico da situação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do município,evolução dos indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, produção, contratos, convênios.• Arquivo <strong>de</strong> referências.• Acesso computadorizado à Biblioteca e a bancos <strong>de</strong> dados LILACS,MEDLINE, DATASUS, IBGE, à Internet e outros.• Arquivo <strong>de</strong> produtos/resultados: manuais e <strong>de</strong>mais documentos produzidos,treinamentos realizados, projetos concluídos, sist<strong>em</strong>asimplantados, equipamentos adquiridos, unida<strong>de</strong>s construídas, programase ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> implantados, etc.• Banco <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> legislação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: contendo referências e textoda legislação principal que <strong>em</strong>basa as competências municipais nagestão das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> individuais e práticas coletivas <strong>de</strong> proteçãoe promoção à saú<strong>de</strong>.


57SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSTECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOCONSIDERAÇÕES GERAISTecnologia da Informação (TI) é <strong>de</strong>finida como o conjunto <strong>de</strong> hardwaree software que <strong>de</strong>s<strong>em</strong>penham as tarefas <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> informações, taiscomo sua coleta, transmissão, armazenag<strong>em</strong>, recuperação, manipulação eapresentação. Um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação (SI) <strong>de</strong>ve ser entendido <strong>de</strong>ntro docontexto das pessoas que o usam, sejam usuários diretos ou indiretos, e da<strong>em</strong>presa e do setor <strong>em</strong> que atuam. A TI po<strong>de</strong> ser compreendida como o componente<strong>de</strong> oferta <strong>de</strong> leque <strong>de</strong> soluções e alternativas <strong>para</strong> a adoção <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as.SI, por sua vez, po<strong>de</strong> ser entendido como o componente <strong>de</strong> <strong>de</strong>mandada organização <strong>para</strong> suas questões <strong>de</strong> informação.A apresentação <strong>de</strong> alguns conceitos básicos <strong>de</strong> TI neste manual parte dopressuposto <strong>de</strong> que esse conhecimento é necessário <strong>para</strong> o gerenciamento eficaz<strong>de</strong> SI. A escolha da tecnologia mais a<strong>de</strong>quada <strong>para</strong> cada tipo <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>Informação exige a análise <strong>de</strong> diversas opções, algumas vezes exclu<strong>de</strong>ntes, outrascompl<strong>em</strong>entares. Conhecer essas opções e suas oportunida<strong>de</strong>s faz parte dopapel dos gerentes e usuários <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação.Algumas tendências importantes <strong>para</strong> a TI po<strong>de</strong>m ser observadas, tais comoo barateamento dos dispositivos <strong>de</strong> hardware, ao mesmo t<strong>em</strong>po que se tornamcada vez mais potentes. O software se torna cada vez mais capaz <strong>de</strong> exploraros aumentos <strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> e velocida<strong>de</strong> dos novos dispositivos. O usuário,por sua vez, está cada vez mais envolvido diretamente nos processos <strong>de</strong> transformaçãoproporcionados com o uso crescente <strong>de</strong>ssas tecnologias. Observaressas tendências é importante, <strong>de</strong> forma a permitir o aproveitamento pleno dospotenciais das tecnologias <strong>em</strong> questão.As fronteiras <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição dos computadores estão cada vez menos nítidas ecada vez mais móveis. Tradicionalmente, os computadores <strong>de</strong> uso geral eramclassificados como <strong>de</strong> pequeno, médio e gran<strong>de</strong> porte. Com o crescente


58SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSaumento da capacida<strong>de</strong> dos computadores <strong>de</strong> pequeno porte, os microcomputadorespassaram a assumir cada vez mais o papel <strong>de</strong> outros equipamentos<strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte. As re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> computadores atuais substitu<strong>em</strong>, <strong>em</strong>muitos casos, os equipamentos <strong>de</strong> médio e gran<strong>de</strong> porte como alternativas maismo<strong>de</strong>rnas e flexíveis, baseadas <strong>em</strong> servidores <strong>de</strong> informação. Os microcomputadoressão o tipo <strong>de</strong> equipamento dominante neste final <strong>de</strong> século comoclientes <strong>de</strong> serviços disponibilizados pelas re<strong>de</strong>s.A evolução das tecnologias da informação po<strong>de</strong> ser caracterizada <strong>em</strong> quatrofases ou eras:A era dos mainframesNa década <strong>de</strong> 60, os computadores foram trazidos dos centros <strong>de</strong> pesquisas <strong>para</strong>as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> negócios. Os computadores <strong>de</strong>ssa época se caracterizaram pelosaltos custos e limitada capacida<strong>de</strong>. Requeriam muita especialização namanutenção e condições ambientais <strong>de</strong> espaço, umida<strong>de</strong> e t<strong>em</strong>peratura rigorosas.Socialmente, aquela era se caracterizou pela centralização do processamento.A era dos minicomputadoresOs minicomputadores se apresentaram na década <strong>de</strong> 70 como equipamentosmenores e mais baratos do que os <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte. Foram adotados <strong>em</strong>soluções <strong>de</strong>partamentais, permitindo algum grau <strong>de</strong> autonomia e <strong>de</strong>scentralizaçãodo processamento <strong>de</strong> dados das <strong>em</strong>presas. Socialmente, esses computadoresainda se baseavam no compartilhamento <strong>de</strong> recursos computacionaisentre um grupo <strong>de</strong> usuários. As ferramentas <strong>de</strong> administração e <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as se tornaram mais amigáveis, <strong>em</strong>bora ainda necessitass<strong>em</strong><strong>de</strong> especialistas <strong>de</strong>dicados.A era dos computadores pessoaisUm dos mais significativos marcos da era da computação foi a revolução dosmicrocomputadores. Durante a década <strong>de</strong> 80, <strong>em</strong>presas pioneiras <strong>de</strong>senvolverame divulgaram os microcomputadores como ferramentas <strong>de</strong> uso pessoal.Fundamentalmente, a diferença dos microcomputadores <strong>para</strong> os anteriores é alocalização do microprocessador, situado localmente, e não mais distante, n<strong>em</strong>compartilhado entre os usuários. Os microcomputadores trouxeram <strong>para</strong> osusuários a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> processar informações na forma <strong>de</strong> planilhas, textos,gráficos, <strong>de</strong> forma simples e amigável.A era das re<strong>de</strong>sO momento <strong>em</strong> que viv<strong>em</strong>os é caracterizado pelas re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> computadores,conectando computadores e pessoas. A Internet, na década <strong>de</strong> 90, como a“re<strong>de</strong> das re<strong>de</strong>s”, talvez seja a mais visível prova das gran<strong>de</strong>s vantagens dasre<strong>de</strong>s <strong>de</strong> computadores, um novo e <strong>de</strong>cisivo impulso <strong>para</strong> sua presença cadavez maior nas <strong>em</strong>presas. Tecnicamente, elas possibilitam às pessoas comparti-


59TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOlhar e acessar simultaneamente dispositivos diversos, conservando toda a liberda<strong>de</strong><strong>de</strong> manter o computador pessoal como janela <strong>de</strong> acesso a esses recursos.Aplicações <strong>de</strong> compartilhamento <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> dados e comunicação com correioeletrônico são alguns dos usos das re<strong>de</strong>s. Elas funcionam como meio <strong>de</strong>convergência <strong>de</strong> pessoas, dados, mensagens e informação.COMPONENTES DE TECNOLOGIA DAINFORMAÇÃO: HARDWARE E SOFTWAREHardware e software são os principais componentes da TI. De formasimplificada, po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>finir os componentes <strong>de</strong> hardware como os dispositivosvisíveis do computador, dos seus periféricos e <strong>de</strong> sua infra-estrutura. Oscomponentes <strong>de</strong> software, por sua vez, po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidos como a inteligênciaque dá funcionalida<strong>de</strong> ao hardware, na forma <strong>de</strong> programas ou instruções,executadas segundo seqüências lógicas. Um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> computador é composto<strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> entrada, processamento e saída <strong>de</strong> dados. As unida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> entrada e saída são usualmente chamadas <strong>de</strong> periféricos.Componentes <strong>de</strong> hardwareComputadores po<strong>de</strong>m ser encontrados nos mais diversos tamanhos, pequenoscomo um dispositivo eletrônico <strong>em</strong> uma máquina fotográfica ou gran<strong>de</strong>s comouma sala inteira. Entretanto, qualquer que seja o porte <strong>de</strong> um computador,todos faz<strong>em</strong> o mesmo tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>: processam informação. Todos têmuma unida<strong>de</strong> central <strong>de</strong> processamento, m<strong>em</strong>ória <strong>para</strong> armazenar dados e, aomenos, um dispositivo <strong>de</strong> entrada e um dispositivo <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> dados. Conform<strong>em</strong>encionado anteriormente, um computador po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido, <strong>de</strong> formasimplificada, como um conjunto <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> entrada, processamentoe saída <strong>de</strong> dados.Dispositivos <strong>de</strong> entrada são, por ex<strong>em</strong>plo, leitores <strong>de</strong> códigos <strong>de</strong> barra, scanners(<strong>para</strong> imagens e textos), canetas eletrônicas, microfones (<strong>para</strong> reconhecimento<strong>de</strong> voz), tela <strong>de</strong> toque, teclado, mouse. Dispositivos <strong>de</strong> saída são, porex<strong>em</strong>plo, impressoras (laser, matriciais, jato <strong>de</strong> tinta), plotters, alto-falantes,ví<strong>de</strong>o, projetores. Terminais <strong>de</strong> computador e PCs são, portanto, <strong>em</strong> geral, dispositivostanto <strong>de</strong> entrada como <strong>de</strong> saída <strong>de</strong> dados.O principal el<strong>em</strong>ento <strong>de</strong> processamento do computador é o microprocessador,ou chip. O chip, composto <strong>de</strong> microcircuitos integrados, é o responsávelpelo po<strong>de</strong>r dos computadores atuais. Esse po<strong>de</strong>r é medido <strong>em</strong> velocida<strong>de</strong><strong>de</strong> clock (100Mhz, 200Mhz, por ex<strong>em</strong>plo), tecnologia (CISC, RISC),velocida<strong>de</strong> <strong>em</strong> MIPS (milhões <strong>de</strong> instruções por segundo), <strong>de</strong>ntre outrasmedidas. A Intel se apresenta como a lí<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mercado dos processadores<strong>para</strong> microcomputador, atualmente com a família Pentium, antes precedidapelas linhas PC-XT, PC-286, 386 e 486. Outros fabricantes apresentam processadoresigualmente po<strong>de</strong>rosos, tais como os PowerPC da IBM, Alpha da Digital,SPARC da Sun, <strong>de</strong>ntre outros.


60SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSOs computadores, <strong>em</strong> geral, contam com o apoio <strong>de</strong> periféricos e infra-estrutura,tais como sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> fornecimento ininterrupto <strong>de</strong> energia elétrica (UPS)e <strong>de</strong> cabeamento e estrutura <strong>de</strong> comunicação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, como cabos, hubs,switches, conectores e outros dispositivos.Componentes <strong>de</strong> softwareOs diversos componentes <strong>de</strong> hardware, conforme <strong>de</strong>scritos anteriormente, nãosão capazes <strong>de</strong> processar dados ou <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação s<strong>em</strong> o software a<strong>de</strong>quado.Software po<strong>de</strong> ser classificado <strong>em</strong> diversas categorias. Os sist<strong>em</strong>asoperacionais são responsáveis pelas interfaces mais básicas entre os diversoscomponentes <strong>de</strong> hardware. As linguagens <strong>de</strong> programação são conjuntos <strong>de</strong>palavras e regras <strong>de</strong> sintaxe que <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser obe<strong>de</strong>cidas <strong>para</strong> exprimir ações<strong>para</strong> o computador. Linguagens po<strong>de</strong>m ser classificadas como <strong>de</strong> baixo ou altonível. Os aplicativos, ou programas <strong>de</strong> computador, são componentes <strong>de</strong> software,<strong>de</strong>senvolvidos usando linguagens <strong>de</strong> programação. Os aplicativos são,<strong>em</strong> geral, a camada <strong>de</strong> software responsável pela parte visível da utilida<strong>de</strong> docomputador.<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> operacionaisOs sist<strong>em</strong>as operacionais são responsáveis por uma série <strong>de</strong> rotinas que garant<strong>em</strong>a comunicação entre o computador e seus periféricos. São responsáveis,também, por garantir uma ponte entre o usuário e os recursos que o hardwareoferece. Os mais conhecidos sist<strong>em</strong>as operacionais são aqueles responsáveispelo funcionamento dos microcomputadores, tais como MS-DOS, Windows (daMicrosoft), e OS/2 (da IBM), <strong>de</strong>ntre outros. Os equipamentos <strong>de</strong> maior porte,servidores <strong>de</strong> re<strong>de</strong>, ou equipamentos multiusuários <strong>em</strong> geral adotam sist<strong>em</strong>asoperacionais, tais como Windows NT-Server (da Microsoft), o Netware (daNovell), ou Unix (<strong>de</strong> diversos fabricantes), <strong>para</strong> citar alguns ex<strong>em</strong>plos. Umasérie <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> software compl<strong>em</strong>entam os sist<strong>em</strong>as operacionais, taiscomo os programas antivírus, programas <strong>de</strong> backup e programas <strong>de</strong> monitoramentoe otimização <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>a, <strong>de</strong>ntre outros.A <strong>de</strong>cisão por um sist<strong>em</strong>a operacional ou uma combinação <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>em</strong>equipamentos diversos <strong>de</strong>ve levar <strong>em</strong> conta questões como estabilida<strong>de</strong>, integração,compatibilida<strong>de</strong>, portabilida<strong>de</strong>, escalabilida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre outras. Em geral,alguns sist<strong>em</strong>as operacionais, assim como outros componentes <strong>de</strong> software,po<strong>de</strong>m ser escolhidos segundo padrões <strong>de</strong> fato, ou padrões <strong>de</strong> mercado, ou seja,baseados na sua a<strong>de</strong>rência a padrões ditados por organismos internacionais comoIEEE, ASTM, CCITT, ou ainda pela sua popularida<strong>de</strong> e aceitação pelo mercado.Linguagens <strong>de</strong> programaçãoAs linguagens <strong>de</strong> programação po<strong>de</strong>m ser classificadas como <strong>de</strong> baixo, médioou alto nível. As que mais nos interessam nesse momento são as <strong>de</strong> médio ealto nível. As linguagens <strong>de</strong> programação voltadas a ambientes <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong>


61TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOdados são as mais popularmente usadas no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicaçõesvoltadas <strong>para</strong> os usuários (tais como sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> estoque ou <strong>de</strong>agendamento <strong>de</strong> consultas). O ambiente <strong>de</strong> programação Clipper foi muitopopular durante a década <strong>de</strong> 80 e início dos anos 90, <strong>em</strong> ambientes MS-DOS.Recent<strong>em</strong>ente, <strong>para</strong> os ambientes Windows, as linguagens Visual Basic (daMicrosoft) e Delphi (da Borland) estão se apresentando como as mais comuns<strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> aplicações. As linguagens <strong>de</strong> programação são, <strong>em</strong>geral, acompanhadas por ferramentas <strong>de</strong> apoio, tais como geradores <strong>de</strong>relatórios, geradores <strong>de</strong> telas ou geradores <strong>de</strong> aplicação.Dentre as vantagens das outras linguagens mo<strong>de</strong>rnas, está a possibilida<strong>de</strong> dain<strong>de</strong>pendência das linguagens com relação aos bancos <strong>de</strong> dados. Essa in<strong>de</strong>pendênciagarante a permanência dos dados, que são o verda<strong>de</strong>iro patrimônio<strong>de</strong> informação das organizações, possibilitando a utilização e evolução dosprogramas ou sist<strong>em</strong>as que os utilizam. O isolamento dos programas das bases<strong>de</strong> dados <strong>de</strong>ve ser perseguido, s<strong>em</strong>pre que possível, <strong>de</strong> forma a garantir bases<strong>de</strong> dados in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e integradas, facilitando assim o acesso aos dados.Bancos <strong>de</strong> dadosComputadores armazenam dados <strong>em</strong> arquivos. Esses arquivos são organizados<strong>de</strong> acordo com alguma estrutura b<strong>em</strong> <strong>de</strong>finida <strong>para</strong> a informação. O objetivodos sist<strong>em</strong>as gerenciadores <strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> dados é facilitar a criação <strong>de</strong> estruturas<strong>de</strong> dados e as rotinas <strong>de</strong> armazenamento e recuperação <strong>de</strong> dados. Seuscomponentes tradicionais são uma linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> dados, comdicionário <strong>de</strong> dados e relacionamentos, <strong>em</strong> conjunto com uma linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong>manipulação <strong>de</strong> dados, com aplicações e linguagens <strong>de</strong> consulta SQL.O mo<strong>de</strong>lo mais popular <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> dados atualmente é o mo<strong>de</strong>lo relacional,com os dados organizados na forma <strong>de</strong> tabelas, ligadas entre si segundoregras <strong>de</strong>finidas por um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> dados. A arquitetura cliente – servidort<strong>em</strong> sido adotada com sucesso nos ambientes <strong>de</strong> re<strong>de</strong> <strong>de</strong> computadores, tendoos bancos <strong>de</strong> dados como servidores e microcomputadores como clientes <strong>de</strong>informação. A maior aplicação <strong>para</strong> os bancos <strong>de</strong> dados é o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> aplicações transacionais e gerenciais. Os principais sist<strong>em</strong>as gerenciadores<strong>de</strong> bancos <strong>de</strong> dados disponíveis hoje <strong>para</strong> ambiente <strong>de</strong> microcomputadores ere<strong>de</strong>s são Access e SQL/Server (da Microsoft), Oracle (da Oracle), e Sybase (daSybase), <strong>de</strong>ntre outros.Ferramentas <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong>As ferramentas voltadas <strong>para</strong> o usuário final são aquelas aplicações popularesusadas <strong>em</strong> microcomputadores. As aplicações mais comuns <strong>de</strong>ssa categoriasão os processadores <strong>de</strong> texto, planilhas <strong>de</strong> cálculo, programas <strong>de</strong> apresentação.Nessa área, os programas da Microsoft, Word, Excel e PowerPoint se firmaramcomo lí<strong>de</strong>res absolutos <strong>de</strong> mercado, <strong>em</strong>bora haja alternativas igualmenteeficientes.


62SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSInternetHistóricoA Internet teve sua orig<strong>em</strong> no final da década <strong>de</strong> 60, com o <strong>de</strong>senvolvimento<strong>de</strong> um projeto <strong>de</strong> comunicação entre computadores da área governamental,vinculado ao Departamento <strong>de</strong> Defesa e ao Pentágono, nos Estados Unidos.Esse projeto tornou-se conhecido como Arpanet (acrônimo <strong>de</strong> AdvancedResearch Projects Agency Network). A Arpanet teve como principal objetivoestabelecer a comunicação entre computadores <strong>de</strong> forma segura e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<strong>de</strong> um nó principal, <strong>de</strong> forma a garantir segurança <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> falhas <strong>de</strong>um nó, mais objetivamente, <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> ataques inimigos, pois esse era o augeda “guerra fria” entre Estados Unidos e União Soviética.Um importante marco <strong>para</strong> a Internet foi a <strong>de</strong>finição do TCP/IP (TransmissionControl Protocol/Internet Protocol) como protocolo padrão <strong>para</strong> comunicações.Esse protocolo garante a interconectivida<strong>de</strong> e intercomunicação entre diferentescomputadores. A partir <strong>de</strong> 1986, a National Science Foundation (NSF) <strong>de</strong>u orig<strong>em</strong>a uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> supercomputadores, a NSFnet, o germe da Internet que conhec<strong>em</strong>oshoje. A Internet passa a ser conhecida então como a “re<strong>de</strong> das re<strong>de</strong>s”, por secaracterizar pela interligação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> computadores <strong>de</strong> diversas instituições.Essas re<strong>de</strong>s disponibilizam seus recursos computacionais, distribuindo e <strong>de</strong>scentralizandoprocessamento, acesso à informação e troca <strong>de</strong> mensagens.A partir <strong>de</strong> 1992, foi estabelecida então a World Wi<strong>de</strong> Web (www ou web).O nome web indica propositalmente o formato da comunicação Internet: umaverda<strong>de</strong>ira teia <strong>de</strong> canais que se comunicam uns com os outros. A atualconexão <strong>de</strong> computadores <strong>em</strong> todo o mundo proporciona um meio <strong>de</strong> acessoà informação e serviços, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente da localização. O projeto web foi<strong>de</strong>senvolvido pelo Laboratório Europeu <strong>de</strong> Partículas Físicas (CERN), <strong>para</strong> solucionaro probl<strong>em</strong>a criado pelo crescimento explosivo da Internet e da conseqüentedificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> localizar a informação e manter cadastros <strong>de</strong> servidores.O estabelecimento da web permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> padrões que possibilitarama popularização <strong>de</strong> softwares navegadores (browsers), baseados <strong>em</strong>interfaces gráficas, tais como o Mosaic, originalmente, e seus dois sucessoresmais populares hoje, o Netscape Navigator e o MS-Internet Explorer. Essesnavegadores oferec<strong>em</strong> recursos <strong>de</strong> acesso à informação <strong>em</strong> diversos formatosmultimídia, associando textos, imagens e sons. Finalmente, t<strong>em</strong>os a informaçãona ponta dos nossos <strong>de</strong>dos, com possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> acesso a notícias, bibliotecas,museus, centros <strong>de</strong> pesquisa, lojas e uma série <strong>de</strong> outros serviços.No Brasil, a Internet assumiu suas características através da iniciativa <strong>de</strong> instituiçõesacadêmicas <strong>de</strong> São Paulo e Rio <strong>de</strong> Janeiro, evoluindo <strong>para</strong> a Re<strong>de</strong> Nacional<strong>de</strong> Pesquisa (RNP), vinculada ao CNPq, a partir <strong>de</strong> 1991. A RNP, ao assumir aresponsabilida<strong>de</strong> pela Internet no Brasil, distribuiu aos diversos Estados do país aresponsabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conectar suas re<strong>de</strong>s. A re<strong>de</strong> se caracteriza pela estrutura <strong>de</strong>roteadores <strong>de</strong> informação e linhas <strong>de</strong> comunicação interestaduais, conhecidos


63TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOcomo backbone. Boa parte do financiamento <strong>de</strong>ssa infra-estrutura provém dosministérios <strong>de</strong> Ciência e Tecnologia e das Comunicações.As conexões, linhas <strong>de</strong> comunicação e acesso, são fornecidas por diversas<strong>em</strong>presas públicas (Embratel, Telesp, Tel<strong>em</strong>ig) e privadas (IBM, Origin, Universo-On-Line).A Internet não possui um órgão administrador central, mast<strong>em</strong> seu controle <strong>de</strong>scentralizado. Cada instituição cuida <strong>de</strong> suas própriasconexões, usando padrões <strong>de</strong> en<strong>de</strong>reço previamente <strong>de</strong>finidos. O serviço <strong>de</strong>acesso à Internet é oferecido por intermédio <strong>de</strong> <strong>em</strong>presas conhecidas comoprovedores <strong>de</strong> acesso, que oferec<strong>em</strong> dois tipos <strong>de</strong> serviço: acesso e informação.No primeiro caso, a provedora <strong>de</strong> acesso aluga conexões via linha privadaou discada a usuários ou instituições que tenham interesse <strong>em</strong> usar aInternet através <strong>de</strong> pagamento <strong>de</strong> uma taxa mensal. No segundo caso, asprovedoras <strong>de</strong> informação, ou conteúdo, alugam espaço <strong>em</strong> computadores<strong>para</strong> usuários ou <strong>em</strong>presas colocar<strong>em</strong> informações na Internet, po<strong>de</strong>ndoincluir também trabalho <strong>de</strong> pre<strong>para</strong>ção e layout da informação, comércioeletrônico ou outros tipos <strong>de</strong> serviço agregado.Serviços básicos da InternetA Internet oferece vários serviços: conexão r<strong>em</strong>ota por login, com possibilida<strong>de</strong><strong>de</strong> processamento r<strong>em</strong>oto (via telnet), correio eletrônico (e-mail), transferência<strong>de</strong> arquivos (via ftp), acesso a documentos hipertexto (via web).Entre esses serviços básicos há uma série <strong>de</strong> roteadores que conectam asre<strong>de</strong>s e, principalmente, diversos servidores <strong>de</strong> informação, ou computadoresque po<strong>de</strong>m ser acessados a partir <strong>de</strong> qualquer outro computador. O recentecrescimento da Internet já cont<strong>em</strong>pla milhões <strong>de</strong> computadores conectados,com <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhões <strong>de</strong> usuários <strong>em</strong> praticamente todos os países do planeta,que cresc<strong>em</strong> a cada dia.A infra-estrutura da Internet pressupõe cada computador ou nó com umen<strong>de</strong>reço IP (Internet Protocol) único, que funciona como um en<strong>de</strong>reço lógicoque i<strong>de</strong>ntifica aquele computador. Cada servidor <strong>de</strong> informação, além doen<strong>de</strong>reço IP, t<strong>em</strong> ainda um en<strong>de</strong>reço URL (Uniform Resource Locator), quefunciona como um en<strong>de</strong>reço mn<strong>em</strong>ônico (do tipo http://www.uol.com.br). Alinguag<strong>em</strong> <strong>de</strong> comunicação padrão é o HTTP (Hypertext Transfer Protocol) ea linguag<strong>em</strong> padrão <strong>para</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> páginas <strong>de</strong> informação econexões hipertexto, o HTML (Hypertext Markup Language).PROCESSOS DE SELEÇÃO E AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIASSeleção <strong>de</strong> Tecnologias da InformaçãoOs processos <strong>de</strong> implantação da TI <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser acompanhados pela reformulaçãodas estruturas <strong>de</strong> seleção e avaliação dos resultados. Dev<strong>em</strong>, também,ser precedidos pela <strong>de</strong>finição das possibilida<strong>de</strong>s dos benefícios, tais como simplificação<strong>de</strong> processos e melhoria das comunicações e da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.


64SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSO processo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong>ve ser abordado por um enfoque mais amplo, motivandoa informatização da organização e apontando <strong>para</strong> objetivos que interfiramdiretamente na sua finalida<strong>de</strong>. As ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informática não po<strong>de</strong>mser vistas como fator <strong>de</strong> status, ou <strong>de</strong> melhoria cosmética dos produtos escritose impressos. Dev<strong>em</strong> ser tomadas como uma ferramenta vital <strong>para</strong> a evoluçãodas ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.A seleção das tecnologias mais a<strong>de</strong>quadas <strong>para</strong> o porte e capacida<strong>de</strong>s daorganização <strong>de</strong>ve ser abordada <strong>de</strong> acordo com um plano estratégico, que <strong>de</strong>veenvolver diretamente os altos níveis da administração e a participação dasequipes técnicas <strong>para</strong> garantir o processo <strong>de</strong> implantação da informática <strong>em</strong>conformida<strong>de</strong> com os objetivos da organização. O plano po<strong>de</strong> envolver, inclusive,uma reestruturação do organograma <strong>para</strong> acomodar as ativida<strong>de</strong>s dainformática, dando respaldo à sua impl<strong>em</strong>entação e garantindo o alinhamentoda informática com as estratégias <strong>para</strong> a organização. Informatização é umafunção <strong>de</strong> consenso; portanto, <strong>de</strong>ve envolver todos os interessados nela.As opções passam <strong>em</strong> geral por escolha <strong>de</strong> microcomputadores PC, servidores<strong>de</strong> informação, impressoras, re<strong>de</strong>s, computação móvel e coletores <strong>de</strong>dados, <strong>de</strong>ntre outros dispositivos <strong>de</strong> hardware. A escolha do hardware <strong>de</strong>veser pon<strong>de</strong>rada, levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração um conjunto <strong>de</strong> diferentes alternativas<strong>de</strong> software, bancos <strong>de</strong> dados, linguagens <strong>de</strong> programação, ferramentas<strong>de</strong> usuário.Gerentes <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação freqüent<strong>em</strong>ente têm <strong>de</strong> avaliar questõescomo: que processadores adotar nos computadores? Que marca e mo<strong>de</strong>lo sãomais a<strong>de</strong>quados <strong>para</strong> as nossas necessida<strong>de</strong>s? Que fatores influenciam o<strong>de</strong>s<strong>em</strong>penho <strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a? Que processos po<strong>de</strong>m se beneficiar da informáticaaplicada aos nossos serviços? E como?Definição dos objetivosA seleção e elenco <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s <strong>para</strong> aplicações <strong>de</strong> computadores é oprimeiro passo do plano. É fundamental que os objetivos sejam claramente<strong>de</strong>finidos, <strong>de</strong> forma a garantir que o produto final atenda às necessida<strong>de</strong>s ecumpra prazos, metas e custos projetados. Os resultados previstos com o usoda informática <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser claramente explicitados aos usuários. O plano <strong>de</strong>informatização <strong>de</strong>ve estabelecer um cronograma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento eimplantação das aplicações segundo uma escala <strong>de</strong> priorida<strong>de</strong>s.Alguns dos el<strong>em</strong>entos do plano são: pessoal, equipamento, sist<strong>em</strong>a operacional,aplicação, re<strong>de</strong>, serviços, <strong>de</strong>ntre outros. Um grupo <strong>de</strong>ve ser indicadopela organização <strong>para</strong> estabelecer o relacionamento com os fornecedores <strong>de</strong>tecnologias e serviços, com<strong>para</strong>r as alternativas e iniciar um processo <strong>de</strong> avaliaçãodas propostas. O processo <strong>de</strong> seleção <strong>de</strong>ve ser am<strong>para</strong>do por um processoadministrativo, conforme carta convite ou edital. Além dos itens usuais comopreço, reajuste <strong>de</strong> preços e outras cláusulas contratuais, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser observadasalgumas questões técnicas, como as formas <strong>de</strong> manutenção, assistência,


65TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOsuporte, garantia, treinamento e a rotina <strong>de</strong> aceitação do equipamento ou dosist<strong>em</strong>a. Alguns requisitos <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser observados:Requisitos funcionaisComo o sist<strong>em</strong>a funciona, o que o sist<strong>em</strong>a faz, através <strong>de</strong>:• <strong>de</strong>scrição funcional;• interface hom<strong>em</strong>-máquina;• entradas necessárias, quais e quando;• saídas possíveis e <strong>de</strong>sejáveis.Requisitos operacionaisComo o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ve operar, ou seja:• modalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> operação (centralizada, distribuída);• volumes <strong>de</strong> entrada;• volumes <strong>de</strong> saída;• t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> resposta esperado;• quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usuários prevista;• compatibilida<strong>de</strong> com outros sist<strong>em</strong>as existentes e projetados.Requisitos <strong>de</strong> configuraçãoComo <strong>de</strong>ve ser o hardware <strong>para</strong> aten<strong>de</strong>r às expectativas projetadas:• tipos <strong>de</strong> processador;• m<strong>em</strong>ória;• capacida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> armazenamento;• recursos <strong>de</strong> comunicação;• dispositivos <strong>de</strong> entrada;• dispositivos <strong>de</strong> saída;• topologia <strong>de</strong> re<strong>de</strong>.Requisitos <strong>de</strong> apoioNecessida<strong>de</strong>s operacionais <strong>para</strong> operar e garantir o funcionamento do sist<strong>em</strong>a:• manutenção preventiva e corretiva;• garantia pelo fabricante;• treinamento <strong>de</strong> funcionários <strong>para</strong> alguns níveis <strong>de</strong> operação <strong>em</strong>anutenção.


66SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSAlternativas <strong>de</strong> hardwareO plano <strong>de</strong>ve ser traduzido <strong>de</strong> forma qualitativa e quantitativa <strong>em</strong> termos <strong>de</strong>configurações <strong>de</strong> hardware, ou seja: quais e quantos recursos <strong>de</strong> hardware sãonecessários <strong>para</strong> alcançar os objetivos propostos. Algumas questões aí colocadassão: qual o melhor computador <strong>para</strong> rodar <strong>de</strong>terminado tipo <strong>de</strong> aplicação?Qual a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expansão <strong>de</strong>sse sist<strong>em</strong>a? Qual a infra-estrutura <strong>de</strong>re<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> telecomunicações necessária <strong>para</strong> esse sist<strong>em</strong>a? On<strong>de</strong> ficamarmazenados os dados?As alternativas sobre os recursos envolv<strong>em</strong> combinações <strong>de</strong>:• microcomputadores;• computadores portáteis;• servidores <strong>de</strong> re<strong>de</strong>;• infra-estrutura <strong>de</strong> re<strong>de</strong>;• unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> backup;• fornecimento ininterrupto <strong>de</strong> energia.Dois enfoques <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser adotados <strong>para</strong> a seleção <strong>de</strong> hardware: o enfoquesubjetivo leva <strong>em</strong> conta vários fatores, tais como aspectos políticos e <strong>de</strong> conveniência;o objetivo leva <strong>em</strong> conta metodologias <strong>de</strong> seleção, tais como benchmarkinge simulação, voltadas <strong>para</strong> a avaliação <strong>de</strong> custo-benefício.Alternativas <strong>de</strong> softwareAs <strong>de</strong>cisões acerca <strong>de</strong> software <strong>em</strong> geral não po<strong>de</strong>m ser tomadas <strong>de</strong> formain<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do hardware, dada a estreita <strong>de</strong>pendência entre eles. Énecessário <strong>de</strong>finir as características <strong>de</strong>sejáveis do software <strong>de</strong> acordo com osobjetivos a ser<strong>em</strong> alcançados. Essas características permitirão <strong>de</strong>senhar, criar,gerar e manter as aplicações. As alternativas <strong>para</strong> software se apresentam <strong>em</strong>diversas categorias:• sist<strong>em</strong>as operacionais;• ferramentas <strong>de</strong> operação e manutenção;• software antivírus;• bancos <strong>de</strong> dados;• linguagens <strong>de</strong> programação;• geradores <strong>de</strong> programas e relatórios;• aplicativos <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> (planilhas, textos, apresentações).


67TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOPLANEJAMENTO PARA AQUISIÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE TIPlanejamento <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> TIO processo <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> hardware e software é uma ativida<strong>de</strong> complexa,visto que envolve diversos fatores, conforme mencionado anteriormente. Umamaneira clássica da abordag<strong>em</strong> <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as complexos é a subdivisão <strong>em</strong>probl<strong>em</strong>as menores e mais simples. Esse processo po<strong>de</strong> ser dividido, portanto,<strong>em</strong> fases que compreendam um conjunto <strong>de</strong> ações: levantamento preliminar,especificação, licitação, seleção e contratação.Levantamento preliminar• <strong>de</strong>scrição do sist<strong>em</strong>a atual;• configuração do sist<strong>em</strong>a atual;• interface com outros sist<strong>em</strong>as;• restrições e <strong>de</strong>ficiências do sist<strong>em</strong>a atual;• linha <strong>de</strong> ação sugerida.EspecificaçãoLicitaçãoSeleção• <strong>de</strong>finição clara e precisa da tarefa a ser executada;• lista <strong>de</strong> requisitos funcionais, operacionais, <strong>de</strong> configuração e <strong>de</strong> apoio.• <strong>de</strong>scrição do objeto da licitação;• condições <strong>para</strong> habilitação prévia;• cronograma <strong>de</strong> eventos <strong>para</strong> a licitação;• cláusulas <strong>de</strong> contrato;• termo <strong>de</strong> referência contendo a <strong>de</strong>scrição geral do sist<strong>em</strong>a e suaespecificação;• critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão <strong>para</strong> escolha da proposta vencedora.• análise das propostas, buscando satisfazer os critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisãoescolhidos.Contratação• negociação do contrato e assinatura pelas partes envolvidas.


68SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSPlanejamento <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> TIApós a assinatura do contrato, segue o planejamento <strong>para</strong> a impl<strong>em</strong>entação,composto <strong>de</strong> aceitação do sist<strong>em</strong>a, instalação, avaliação, apoio e treinamento.Aceitação do sist<strong>em</strong>aA aceitação do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ve levar <strong>em</strong> conta se ele já está <strong>de</strong>senvolvido na forma<strong>de</strong> um pacote a ser implantado ou se está por <strong>de</strong>senvolver. No caso <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>asa ser<strong>em</strong> <strong>de</strong>senvolvidos, <strong>de</strong>ve ser tomada uma série <strong>de</strong> cuidados adicionais,dadas as incertezas que envolv<strong>em</strong> um produto ainda inexistente até omomento do contrato. A aceitação po<strong>de</strong> ser dividida <strong>em</strong> duas partes: aceitação<strong>de</strong> um protótipo inicial e mais tar<strong>de</strong> do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>finitivo. O protótipo <strong>de</strong>ve serexaustivamente testado, visando interferir no sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>finitivo. O <strong>de</strong>finitivo,por sua vez, <strong>de</strong>ve ser testado <strong>em</strong> um ambiente simulado, <strong>para</strong> então ser avaliado<strong>em</strong> ambiente piloto <strong>de</strong> produção.InstalaçãoA instalação <strong>de</strong>ve ocorrer no ambiente real <strong>de</strong> trabalho, on<strong>de</strong> será colocado <strong>em</strong>condições <strong>de</strong> operação.AvaliaçãoA avaliação do sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>ve levar <strong>em</strong> conta as especificações iniciais e o atendimentodas expectativas quanto ao hardware, ao software e à sua funcionalida<strong>de</strong>.Normalmente, os componentes avaliados estão sob contratos <strong>de</strong> garantianos períodos iniciais, possibilitando a correção s<strong>em</strong> ônus <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos ou falhasimprevistas.ApoioApoio é constituído dos itens referentes à manutenção e treinamento. Manutençãoinclui as manutenções preventivas e corretivas <strong>de</strong> hardware, sintonia e otimização<strong>de</strong> software, correção <strong>de</strong> erros <strong>de</strong> programa não <strong>de</strong>tectados anteriormente,garantia da qualida<strong>de</strong> dos serviços prestados pela função informática.TreinamentoSão diversos os níveis <strong>de</strong> pessoal a ser treinado: treinamento <strong>de</strong> profissionais<strong>de</strong> suporte e manutenção operacional dos equipamentos e dos sist<strong>em</strong>as nasfábricas e revendas, treinamento <strong>de</strong> técnicos <strong>para</strong> manutenção do software etreinamento dos usuários na utilização dos sist<strong>em</strong>as.ALTERNATIVAS PARA IMPLEMENTAÇÃODE SOFTWARE APLICATIVOSão várias as opções <strong>para</strong> a aquisição ou <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>asinformatizados: adquirir pacotes, <strong>de</strong>senvolver externamente, <strong>de</strong>senvolver internamente,ou obter <strong>de</strong> outras agências afins. Cada uma das alternativas apresentavantagens e <strong>de</strong>svantagens, conforme relacionado a seguir:


69TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃOAquisição <strong>de</strong> pacotesVantagens• menor custo <strong>de</strong> aquisição e economia <strong>de</strong> escala;• produtos testados e avaliados pelo mercado;• boa documentação;• facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> customização;• <strong>em</strong> geral, existe uma boa base instalada <strong>de</strong> usuários do produto;• suporte técnico disponível pelo ven<strong>de</strong>dor.Desvantagens• falta <strong>de</strong> acesso à fonte, que <strong>em</strong> geral é proprieda<strong>de</strong> do ven<strong>de</strong>dor;• <strong>de</strong>pendência do ven<strong>de</strong>dor;• se for um produto genérico <strong>de</strong>mais, é necessário <strong>de</strong>senvolver a aplicação;• se a aplicação estiver pronta, ainda assim é necessário se adaptar àinterface, formato <strong>de</strong> dados, rotinas, relatórios;• o copyright <strong>de</strong>ssas aplicações é <strong>em</strong> geral <strong>de</strong>sfavorável ao cliente, sendoproprieda<strong>de</strong> única do fornecedor, que ce<strong>de</strong> apenas o direito <strong>de</strong> uso.Desenvolvimento externo por contratoVantagens• sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> acordo com as necessida<strong>de</strong>s e especificações do cliente;• baixo requisito <strong>de</strong> especialização interna;• maior capacida<strong>de</strong> técnica e talento encontrado <strong>em</strong> consultores eespecialistas;• possível experiência anterior dos especialistas do ven<strong>de</strong>dor éaproveitável;• alto controle <strong>de</strong> custos e prazos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Desvantagens• distanciamento do especialista das particularida<strong>de</strong>s organizacionais dosetor do cliente;• maior custo <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra por hora;


70SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOS• dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliação das capacida<strong>de</strong>s técnicas e confiabilida<strong>de</strong> doserviço;• <strong>de</strong>pendência da estabilida<strong>de</strong> financeira e permanência do contratado;• baixa garantia <strong>de</strong> suporte a longo prazo.Desenvolvimento internoVantagens• experiência do staff se integra à organização;• alto grau <strong>de</strong> conhecimento das operação e dos objetivos da <strong>em</strong>presa;• completo controle sobre o staff e cronograma;• menores custos <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra por hora;• compreensão melhor do sist<strong>em</strong>a, facilitando manutenção e modificação.Desvantagens• contratação, <strong>de</strong>senvolvimento e gerenciamento <strong>de</strong> equipe própria;• altos custos <strong>para</strong> a manutenção da equipe;• rotativida<strong>de</strong> da equipe implicando treinamento continuado;• se a produtivida<strong>de</strong> for menor, po<strong>de</strong>m crescer os custos <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento.Transferências <strong>de</strong> agências afinsVantagens• custo <strong>de</strong> aquisição mínimo;• instalação, operação e suporte <strong>em</strong> geral disponíveis na agência doadora.Desvantagens• rigi<strong>de</strong>z, pois um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>senvolvido <strong>para</strong> outros dificilmente é completamentea<strong>de</strong>quado;• alta <strong>de</strong>pendência da agência <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> <strong>para</strong> ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suporte,manutenção e modificação;• falta <strong>de</strong> contrato estabelecendo responsabilida<strong>de</strong>s;• possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> custos <strong>de</strong> adaptação não previstos (formulários, procedimentos,treinamento).


71SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSDESENHANDO SISTEMASApresentados os conceitos básicos sobre <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação (SI), asespecificida<strong>de</strong>s sobre os <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informações <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (SIS) e suaimportância <strong>para</strong> uma gerência eficiente <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>, conceitos, métodos eum mapeamento das principais fontes e sist<strong>em</strong>as, b<strong>em</strong> como os conceitos sobreTecnologia da Informação (TI) e as questões relativas à informática, ao processo<strong>de</strong> informatização e aquisição <strong>de</strong> tecnologia, buscamos <strong>de</strong>linear algunsex<strong>em</strong>plos práticos <strong>para</strong> a formulação <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Com a finalida<strong>de</strong> didática e <strong>para</strong> chamar a atenção <strong>para</strong> os principais passos<strong>para</strong> elaboração <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as, escolh<strong>em</strong>os dois ex<strong>em</strong>plos mais diretamente relacionadosà morbida<strong>de</strong> e à mortalida<strong>de</strong>. Mas o caminho a ser percorrido serás<strong>em</strong>elhante ao se estruturar sist<strong>em</strong>as administrativos ou outros quaisquer <strong>para</strong>a gerência.Para a integração i<strong>de</strong>al dos vários sist<strong>em</strong>as, administrativos, estatísticos epi<strong>de</strong>miológicos,a informática é uma importante ferramenta. Po<strong>de</strong>-se assim cruzarcadastros <strong>de</strong> estabelecimentos, população, ativida<strong>de</strong>s realizadas por tipo, porfaixa etária, cobertura, concentração, gastos efetuados, AIHs pagas, morbida<strong>de</strong>,mortalida<strong>de</strong>, inspeções sanitárias realizadas, outros indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, etc.O <strong>de</strong>senho pressupõe um plano <strong>de</strong> informações que caracterize as reaisnecessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação e informática e justifique a concepção ou reformulação<strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as. Para a elaboração do plano, torna-se imprescindívelenvolver todas as áreas responsáveis pelas ativida<strong>de</strong>s programáticas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>(do atendimento individual às práticas coletivas, vigilâncias, etc.) e <strong>de</strong>maisáreas-meio pertinentes.O PLANO DE INFORMAÇÕESPara garantir que os sist<strong>em</strong>as elaborados respondam às necessida<strong>de</strong>sda gerência, será necessário elaborar primeiramente um plano <strong>de</strong> informaçãoque <strong>de</strong>fina:


72SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOS• os objetivos e metas do plano;• as priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada área ou níveis da organização;• os marcos conceituais, metodológicos e tecnologias a ser<strong>em</strong> utilizadas;• as diretrizes e estratégias <strong>para</strong> a implantação dos sist<strong>em</strong>as e a previsãodo ciclo <strong>de</strong> vida da tecnologia, visando a mudanças futuras;• o cronograma <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s;• os indicadores <strong>de</strong> monitoramento e avaliação.Assim, um plano <strong>de</strong> informações <strong>para</strong> o município <strong>de</strong>verá partir do conhecimento<strong>de</strong> sua realida<strong>de</strong> epi<strong>de</strong>miológica, social e econômica; da realida<strong>de</strong> dasinstituições prestadoras <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> na região e da <strong>de</strong>finição dos probl<strong>em</strong>assanitários e prioritários, <strong>para</strong> respon<strong>de</strong>r:• Quais são as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informação?• Os sist<strong>em</strong>as existentes po<strong>de</strong>m ser aproveitados ou integrados, ou seránecessário total reformulação?• Que sist<strong>em</strong>as serão implantados a curto, médio e longo prazo?• Que recursos humanos, financeiros, <strong>de</strong> equipamentos, instalações eoutros serão necessários <strong>em</strong>pregar <strong>para</strong> a consecução dos sist<strong>em</strong>as <strong>em</strong>suas diversas etapas <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento, implantação, avaliação ecorreção <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios?• Como implantá-lo?• Que resultados são <strong>de</strong>sejados?OS PASSOS DO DESENHO E IMPLEMENTAÇÃOElaborado o plano, <strong>de</strong>finidas as priorida<strong>de</strong>s, verificada a inexistência nomercado ou nas instituições <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, a não disponibilida<strong>de</strong> do sist<strong>em</strong>a almejado,o <strong>de</strong>senho e a impl<strong>em</strong>entação do novo sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>verão seguir, a partir <strong>de</strong>discussões com os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> envolvidos, os principais passos:• <strong>de</strong>finir as metas e os objetivos específicos do sist<strong>em</strong>a e traçá-losclaramente;• relacionar os indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, selecionando aqueles que melhorpermitirão analisar o alcance das metas e objetivos, <strong>de</strong>finindo os dadosdos numeradores e <strong>de</strong>nominadores quando os indicadores for<strong>em</strong> coeficientesou quantificáveis;• estabelecer os dados relevantes a ser<strong>em</strong> coletados <strong>de</strong> acordo com osindicadores selecionados;


73DESENHANDO SISTEMAS• avaliar a viabilida<strong>de</strong> da coleta <strong>de</strong>sses dados, i<strong>de</strong>ntificando qu<strong>em</strong> irácoletar, que recursos <strong>de</strong>verão ser alocados <strong>para</strong> garantir o preenchimentofi<strong>de</strong>digno dos dados;• avaliar a racionalida<strong>de</strong> dos dados a ser<strong>em</strong> coletados, evitando-se asduplicida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> registro, a sobrecarga dos profissionais;• <strong>de</strong>senhar os relatórios <strong>de</strong> avaliação, tabelas e planilhas que o sist<strong>em</strong>a<strong>de</strong>verá <strong>em</strong>itir;• <strong>de</strong>senhar os formulários <strong>de</strong> preenchimento, buscando clareza e precisãona <strong>de</strong>finição dos dados a ser<strong>em</strong> coletados, <strong>em</strong> material apresentável,<strong>para</strong> não <strong>de</strong>sestimular ou dificultar o preenchimento;• <strong>de</strong>senvolver as instruções nos próprios formulários ou <strong>em</strong> manuais <strong>de</strong>preenchimento, buscando a precisão conceitual, a simplicida<strong>de</strong> e objetivida<strong>de</strong>nas explicações, <strong>para</strong> que o dado preenchido seja o realmentesolicitado;• testar os formulários e instruções, discutindo com os profissionais osprobl<strong>em</strong>as, dúvidas e sugestões;• validar os instrumentos <strong>de</strong> coleta;• estabelecer todos os fluxos da informação;• <strong>de</strong>finir as etapas <strong>de</strong> seleção e aquisição <strong>de</strong> tecnologia <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senvolvimentodo programa computacional ou adaptação, e outros passos<strong>para</strong> a implantação, monitoramento e avaliação;• prever infra-estrutura <strong>de</strong> recursos humanos <strong>em</strong> todas as etapas;• dimensionar infra-estrutura organizacional, como computadores,material <strong>de</strong> consumo e outros equipamentos;• <strong>de</strong>finir áreas <strong>de</strong> resistência ou probl<strong>em</strong>áticas;• <strong>de</strong>finir recursos financeiros a ser<strong>em</strong> alocados durante o projeto, <strong>em</strong>todas as suas etapas e <strong>para</strong> o funcionamento <strong>de</strong> rotina;• <strong>de</strong>finir responsabilida<strong>de</strong>s sobre o sist<strong>em</strong>a nos vários níveis da instituição.Desenhando um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> InformaçãoSist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>para</strong> o controle das doençassexualmente transmissíveisComo ilustração, simulamos alguns dos passos principais <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong>um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>para</strong> o Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis(SICDST) <strong>para</strong> um <strong>de</strong>terminado município, visando aten<strong>de</strong>r suas


74SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSnecessida<strong>de</strong>s locais. <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> com especificida<strong>de</strong>s locais po<strong>de</strong>m aten<strong>de</strong>r perfeitamentesist<strong>em</strong>as nacionais ou estaduais. Para isso, <strong>de</strong>v<strong>em</strong> estar incluídas asinformações <strong>de</strong>finidas pelos níveis acima, além das <strong>de</strong>mais, mais específicas domunicípio. O envio <strong>de</strong> dados, no caso <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as informatizados, po<strong>de</strong> serfeito mediante disquetes, com arquivos DBF, TXT ou outros padrões <strong>em</strong> umaestrutura <strong>de</strong> banco <strong>de</strong> dados previamente <strong>de</strong>finida pelo nível nacional ou estadual.Essa proposta, portanto, não é incompatível com um sist<strong>em</strong>a nacional <strong>de</strong>controle das doenças sexualmente transmissíveis.Simulando a justificativa da necessida<strong>de</strong> ea <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> metas e objetivosO <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação ambulatorial <strong>para</strong> o Programa<strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Doenças Sexualmente Transmissíveis (PCDST) mostrou sernecessário a partir <strong>de</strong> levantamentos <strong>de</strong> dados dos prontuários <strong>de</strong> pacientes,fichas <strong>de</strong> atendimento ambulatorial, pesquisas domiciliares e <strong>em</strong> grupos <strong>de</strong>risco, e através <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> dados nacionais e estaduais do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> VigilânciaEpi<strong>de</strong>miológica e outros <strong>de</strong> morbi-mortalida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>monstraram uma significativaprevalência da AIDS e das DST e uma resposta ina<strong>de</strong>quada do Sist<strong>em</strong>a<strong>de</strong> Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica local.Em pesquisa <strong>de</strong> mercado e levantamento feitos no Ministério da Saú<strong>de</strong>, secretarias<strong>de</strong> Estados e municípios não foram encontradas alternativas que aten<strong>de</strong>ss<strong>em</strong>às necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> informações básicas e rápidas <strong>para</strong> o planejamentoe avaliação das ações prestadas nessa área e que respon<strong>de</strong>ss<strong>em</strong> à realida<strong>de</strong> domunicípio.Consi<strong>de</strong>rou-se, assim, necessário <strong>para</strong> o monitoramento e avaliação do programa<strong>de</strong> DST criar um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação próprio, integrado ao Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>Informação Ambulatorial (SIA/SUS), visando a uma padronização mínima dosdados a ser<strong>em</strong> coletados na re<strong>de</strong> municipal <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, comounida<strong>de</strong>s básicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong> referência, pronto-atendimentos e pronto-socorros,responsáveis pela maioria dos atendimentos realizados à população.Além disso, o PCDST passa por uma reestruturação <strong>em</strong> seus objetivos, buscandoampliar o acesso da população <strong>em</strong> busca do tratamento, b<strong>em</strong> comoaumentar a sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar diagnóstico entre a clientela, inserindouma nova abordag<strong>em</strong> clínica, que é o diagnóstico sindrômico.Os dados originados <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> vigilância epi<strong>de</strong>miológica das DSTmostraram-se insuficientes, reproduzindo mo<strong>de</strong>los tradicionais <strong>de</strong> fichas e fluxos<strong>de</strong> notificações, revelando baixa eficácia, subnotificação e baixa a<strong>de</strong>sãoentre os profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o que justifica a concepção <strong>de</strong> uma nova modalida<strong>de</strong><strong>para</strong> aprimorar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> planejamento e avaliação do PCDST.São objetivos do novo sist<strong>em</strong>a:• registro <strong>de</strong> dados minimamente necessários <strong>para</strong> o acompanhamentoe avaliação do Programa <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Doenças Sexualmente Transmissíveis,visando a redução da taxa <strong>de</strong> DST/AIDS;


75DESENHANDO SISTEMAS• estabelecer os indicadores <strong>de</strong> avaliação do programa;• conhecer a prevalência <strong>de</strong> DST e sintomáticos;• conhecer os grupos <strong>de</strong> risco;• criar subsídios <strong>para</strong> o aprimoramento dos profissionais responsáveispelo atendimento;• subsidiar o monitoramento da prática <strong>de</strong> diagnóstico e tratamento <strong>de</strong>pacientes portadores <strong>de</strong> DST.Constitui meta do sist<strong>em</strong>a:• implantar formulário <strong>para</strong> o registro e notificação das DST <strong>em</strong> todas asre<strong>de</strong>s <strong>em</strong> que o Programa <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong> Doenças Sexualmente Transmissíveisesteja sendo implantado.Selecionando os indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> a avaliaçãoForam estabelecidos os seguintes indicadores, por abrangência geográfica<strong>de</strong>terminada (unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e município) e período:I. Indicadores <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, compostos por:Indicador <strong>de</strong> cobertura:• percentual <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> DST atendidos por referência à populaçãoestimada.Indicadores <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong> ao serviço:• percentual <strong>de</strong> casos novos e total segundo a orig<strong>em</strong> da clientela (participantesdo programa, encaminhados por outros serviços, parceiros<strong>de</strong> DST e <strong>de</strong>manda espontânea);• proporção <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> DST e total <strong>de</strong>ntre a clientela geral queutiliza o serviço.II. Indicadores do estado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, compostos por :Indicadores <strong>de</strong> morbida<strong>de</strong>:• percentual <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> DST e total por diagóstico sindrômico,sexo e faixa etária;• percentual <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> DST e total por diagnóstico etiológico,sexo e faixa etária;• percentual <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> DST e total por diagnóstico e orig<strong>em</strong> daclientela;• taxa <strong>de</strong> DST (casos novos) por diagnóstico <strong>em</strong> relação à população geral;• percentual <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> DST <strong>em</strong> tratamento por orig<strong>em</strong> da clientela.


76SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSIndicadores operacionais, compostos por :• percentual <strong>de</strong> casos <strong>em</strong> tratamento <strong>em</strong> relação ao total <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> DST;• percentual <strong>de</strong> pacientes <strong>de</strong> DST que receberam medicamentos;• percentual <strong>de</strong> pacientes <strong>de</strong> DST que receberam preservativos;• número <strong>de</strong> notificações realizadas por tipo <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong> médica;• número <strong>de</strong> diagnósticos sindrômico e etiológico por especialida<strong>de</strong>.Definindo os dados relevantes a ser<strong>em</strong> coletados• i<strong>de</strong>ntificação do estabelecimento que realizou o atendimento (nome ecódigo);• data do atendimento;• i<strong>de</strong>ntificação do paciente (iniciais do nome, número <strong>de</strong> matrícula, data<strong>de</strong> nascimento, sexo);• caracterização do tipo <strong>de</strong> atendimento (primeira consulta, retorno);• orig<strong>em</strong> da clientela (participantes do programa <strong>de</strong> controle; encaminhadospor outros serviços; parceiros <strong>de</strong> DST e <strong>de</strong>manda espontânea);• caracterização do diagnóstico sindrômico realizado (lesão genital, corrimentovaginal, corrimento uretral, doença inflamatória ou dor pélvica,não-classificável);• caracterização do diagnóstico etiológico realizado (sífilis, herpes genital,doença gonocócica, condiloma acuminado, candidíase, tricomoníase,hepatite B, HIV e outro, informando se o diagnóstico éclínico ou laboratorial);• conduta terapêutica (medicamento receitado, medicamento distribuídopelo serviço e número <strong>de</strong> preservativos distribuídos);• i<strong>de</strong>ntificar a resolução do caso (alta, <strong>em</strong> tratamento, encaminhado <strong>para</strong>unida<strong>de</strong> ambulatorial especializada <strong>de</strong> referência, outra, data do próximoretorno);• i<strong>de</strong>ntificar o médico que realizou o atendimento (nome, assinatura,número do registro profissional, especialida<strong>de</strong>: ginecologia, clínicageral, <strong>de</strong>rmatologia e outra).Viabilida<strong>de</strong> e racionalida<strong>de</strong> da coleta <strong>de</strong> dadosA ficha <strong>de</strong>verá ser preenchida pelo médico durante o atendimento, a partir daconfiguração <strong>de</strong> que se trata <strong>de</strong> um caso suspeito <strong>de</strong> DST.Um dos campos da ficha será preenchido pela farmácia da unida<strong>de</strong>, que distribuirámedicamentos e preservativos.


77DESENHANDO SISTEMASOs dados solicitados são os minimamente necessários, partindo-se dahipótese <strong>de</strong> que se trata <strong>de</strong> uma ficha compl<strong>em</strong>entar ao atendimento ambulatorial,pois os <strong>de</strong>mais dados <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do paciente – queixa, anamnese,exame clínico, exames laboratoriais e outros encontram-se <strong>de</strong>vidamenteespecificados na Ficha <strong>de</strong> Atendimento Ambulatorial (FAA) do SIA/SUS e<strong>de</strong>mais folhas componentes do prontuário médico. A FAA, informatizada,facilita a recuperação dos <strong>de</strong>mais dados clínicos e epi<strong>de</strong>miológicos. Não háduplicida<strong>de</strong>s.A ficha compl<strong>em</strong>entar substitui todos os <strong>de</strong>mais impressos utilizadosanteriormente <strong>para</strong> a notificação epi<strong>de</strong>miológica dos casos <strong>de</strong> DST.Nas unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> informatizadas, a ficha compl<strong>em</strong>entar po<strong>de</strong>rá ser digitadadiretamente, s<strong>em</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cópia do formulário <strong>para</strong> o envio <strong>de</strong>dados aos níveis centrais <strong>de</strong> processamento do município.A implantação da ficha <strong>de</strong>mandará treinamento dos profissionais médicos<strong>para</strong> reforçar a familiarização com a abordag<strong>em</strong> sindrômica, processo recent<strong>em</strong>enteadotado pelo PCDST, e a conscientização da importância da notificaçãodo diagnóstico e preenchimento correto dos dados, b<strong>em</strong> como dos <strong>de</strong>maisprofissionais envolvidos no programa.Os relatórios <strong>de</strong> avaliação1. Relação <strong>de</strong> casos mensais notificados com os seguintes dados: número <strong>de</strong>matrícula, iniciais do nome do paciente, tipo <strong>de</strong> consulta, ida<strong>de</strong>, sexo, orig<strong>em</strong>da clientela, diagnóstico sindrômico, diagnóstico etiológico (clínico ou laboratorial),medicamento receitado, medicamentos e preservativos distribuídos.2. Tabelas mensais com números absolutos e percentuais dos casos <strong>de</strong> DST,por diagnóstico sindrômico, sexo e faixa etária (< 18 anos, 18 – 24 anos, 25 –34 anos, 35 – 45 anos e > 45 anos).3. Tabelas mensais com números absolutos e percentuais dos casos <strong>de</strong> DST, pordiagnóstico etiológico clínico, sexo e faixa etária (< 18 anos, 18 – 24 anos, 25 –34 anos, 35 – 45 anos e > 45 anos).4. Tabelas mensais com números absolutos e percentuais dos casos <strong>de</strong> DST,por diagnóstico etiológico laboratorial, sexo e faixa etária (< 18 anos, 18 – 24anos, 25 – 34 anos, 35 – 45 anos e > 45 anos).5. Tabelas mensais com números absolutos e percentuais <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> DST, pordiagnóstico sindrômico e orig<strong>em</strong> da clientela.6. Tabelas mensais com números absolutos e percentuais <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> DST, pordiagnóstico etiológico e orig<strong>em</strong> da clientela.7. Tabelas mensais com números absolutos e percentuais da clientela por tipo<strong>de</strong> orig<strong>em</strong>.


78SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOS8. Tabela com números absolutos e percentuais <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> DST <strong>em</strong>tratamento por orig<strong>em</strong> da clientela.9. Taxas mensais <strong>de</strong> casos novos <strong>de</strong> DST atendidos <strong>em</strong> relação à populaçãoestimada, proporção <strong>de</strong> casos novos e total entre a clientela do serviço.10. Tabelas mensais com a proporção <strong>de</strong> casos <strong>em</strong> tratamento <strong>em</strong> relação aototal <strong>de</strong> casos <strong>de</strong> DST; percentual <strong>de</strong> pacientes que receberam medicamentos;percentual <strong>de</strong> pacientes que receberam preservativos; proporção <strong>de</strong> notificaçõesrealizadas por tipo <strong>de</strong> especialida<strong>de</strong> médica e proporção <strong>de</strong> diagnósticosrealizados (sindrômico e etiológico) por especialida<strong>de</strong>.Formulário <strong>para</strong> a coleta <strong>de</strong> dadosFicha <strong>de</strong> atendimento ambulatorial – notificação <strong>de</strong> DSTElaborou-se uma ficha compl<strong>em</strong>entar à Ficha <strong>de</strong> Atendimento Ambulatorial(FAA) do SIA/SUS, que se <strong>de</strong>stina ao registro do atendimento individual prestadoao portador <strong>de</strong> DST. A automatização <strong>de</strong>ssa ficha permite a geração <strong>de</strong>relatórios com os indicadores acima <strong>de</strong>scritos, abolindo-se transcrições manuais<strong>para</strong> planilhas <strong>de</strong> consolidação. Ver o mo<strong>de</strong>lo a seguir:


79DESENHANDO SISTEMASPREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ______________________________SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDENº FICHA|_____________________________|(Uso exclusivo da informática)1. Código da unida<strong>de</strong> |___ |___ |___ |___ |___ |___|___ | 2. Nome da unida<strong>de</strong> ___________________________3. Código do município |___ |___ |___ |___ |___ |___|___ | 4. Data ____ /___ / ____FICHA DE ATENDIMENTO AMBULATORIAL – NOTIFICAÇÃO DE DST5. Nº da matrícula 6. Nome (iniciais somente) 7. Data <strong>de</strong> nascimento 8. Sexo (F/M)|___ |___ |___ |___ |___ |___|___ | |___ |___ |___ |___ |___ |___|___ | ____ /___ / ____ Tipo <strong>de</strong> atendimento9. Primeira consulta 10. Retorno Diagnóstico sindrômico11.1. Lesão genital 11.4. Doença inflamatória/dor pélvica 11.2. Corrimento uretral 11.5. Não classicável 11.3. Corrimento vaginal Diagnóstico etiológico12.1. Sífilis Clínico Laboratorial12.2. Herpes genital Clínico Laboratorial12.3. Doença gonocócica Clínico LaboratorialOrig<strong>em</strong>12.4. Condiloma acuminado Clínico Laboratorial12.5. Candidíase Clínico Laboratorial12.6. Tricomoníase Clínico Laboratorial12.7. Hepatite B 12.8. HIV + 13.1. Participante do programa 13.3. Encaminhado por outros serviços 13.2. Parceiro <strong>de</strong> DST 13.4. D<strong>em</strong>anda espontânea Resolução12.9.___________________________________ CID |___ |___ |___ |___ | |___ |Outro (especificar) Clínico Laboratorial14.1. Alta 14.3. Em tratamento 14.2. Referência 14.4. Outro 15. Retornar <strong>em</strong> ___ /___ /___Conduta terapêutica16. Medicamentos ____________________ 16.1. Código |___ |___ |___ |___ | 16.2. Código |___ |___ |___ |___ |Obs.:17. Médico _____________________________________ 18. CRM |___ |___ |___ |___ |___ |___|___ |17.1. Ginecologista 17.2. Clínico-geral 17.3. Dermatologista 17. 4. Outro Anotações <strong>para</strong> uso da farmácia19. Medicamentos distribuídos 19.1 Sim 19.2 Não Obs.: __________________________________________________________________________________________________________20. Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservativos distribuídos _____________________________________Assinatura <strong>de</strong> responsável pela farmácia e carimbo________________________________________________________Data ___ /___ /___


80SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSInstruçõesOptou-se por imprimir as instruções no verso <strong>de</strong> cada ficha assim dispostas:Instruções <strong>para</strong> preenchimento da Ficha<strong>de</strong> Atendimento Ambulatorial – Notificação <strong>de</strong> DST• anotar o código e o nome da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, o código do município e adata <strong>em</strong> que está sendo realizado o atendimento;• o it<strong>em</strong> “Nº Ficha” é <strong>de</strong> uso exclusivo da informática e se <strong>de</strong>stina à anotaçãodo número que a ficha recebeu ao ser digitada no computador. Essa anotaçãofacilita o controle da digitação, b<strong>em</strong> como as alterações a ser<strong>em</strong> feitas, <strong>em</strong>caso <strong>de</strong> erros;• anotar o número <strong>de</strong> matrícula fornecido pela unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, as iniciais donome do paciente, a data <strong>de</strong> nascimento (pelo menos mês e ano) e sexo(preencher com F ou M, conforme o sexo);• anotar com um X <strong>em</strong> “Tipo <strong>de</strong> Atendimento”, se o atendimento se refere à“Primeira Consulta” ou “Retorno”;• colocar um X no tipo <strong>de</strong> “Diagnóstico Sindrômico” firmado;• colocar um X no tipo <strong>de</strong> “Diagnóstico Etiológico” firmado. Observar que nãose trata <strong>de</strong> hipótese diagnóstica. Preencher com um X se o diagnóstico for“Clínico” ou “Laboratorial”, no caso <strong>de</strong> o resultado do exame realizado tersido positivo. Atenção: registrar <strong>em</strong> “Clínico” apenas <strong>para</strong> os diagnósticosque não necessitam <strong>de</strong> confirmação laboratorial;• colocar um X no tipo <strong>de</strong> “Orig<strong>em</strong>” do paciente, isto é, i<strong>de</strong>ntificar se ele é participantedo programa, isto é, já era paciente inscrito anteriormente; se foiencaminhado <strong>de</strong> outro serviço; se parceiro <strong>de</strong> DST ou <strong>de</strong>manda espontânea;• colocar um X no tipo <strong>de</strong> “Resolução” obtida <strong>para</strong> o paciente nesse atendimento,isto é, registrar se lhe foi dado “Alta”, se permanecerá “Em Tratamento”,se será encaminhado <strong>para</strong> uma unida<strong>de</strong> ambulatorial especializada<strong>de</strong> “Referência” ou “Outro” <strong>de</strong>stino; registrar a data do próximo retorno àunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>;• <strong>em</strong> “Conduta Terapêutica” anotar os medicamentos receitados, nome oucódigo. A unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>verá dispor <strong>de</strong> medicamentos previstos noprograma <strong>de</strong> DST e <strong>de</strong> listag<strong>em</strong> padronizada e codificada. Anotar <strong>em</strong> observaçõesoutros medicamentos receitados ou aqueles que não se encontram narelação, mas são essenciais <strong>para</strong> o tratamento naquele caso específico;• no it<strong>em</strong> “Médico”, o médico que realiza o atendimento <strong>de</strong>verá assinar <strong>de</strong>forma legível e anotar seu número <strong>de</strong> registro no Conselho Regional. Colocarum X no campo correspon<strong>de</strong>nte à sua especialida<strong>de</strong>;


81DESENHANDO SISTEMAS• no campo “Anotações <strong>para</strong> Uso da Farmácia”: no it<strong>em</strong> “Medicamentos Distribuídos”anotar se os medicamentos receitados foram entregues ao pacient<strong>em</strong>arcando um X <strong>em</strong> “Sim”, ou <strong>em</strong> “Não”, se não pu<strong>de</strong>ram ser entregues poralgum motivo. Em “Observações”, anotar informações que sejam importantescomo motivos <strong>de</strong> não distribuição, substituição, data prevista <strong>para</strong> a entregado medicamento <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> sua falta no dia <strong>de</strong>sse atendimento, etc. Em“Quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Preservativos Distribuídos” anotar a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preservativosentregues ao paciente. O responsável pela entrega <strong>de</strong>verá assinar e datar.Testes e validação do instrumento <strong>de</strong> coletaOs testes foram realizados <strong>em</strong> três unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> portes diferentes, <strong>de</strong>ntreas seis unida<strong>de</strong>s <strong>em</strong> que se encontra implantado o Programa <strong>de</strong> Controle <strong>de</strong>Doenças Sexualmente Transmissíveis, durante um mês. Após o processamentodas fichas, realizou-se um s<strong>em</strong>inário com todos os participantes da elaboraçãoda proposta e dos testes, on<strong>de</strong> foram apresentados os resultados, discutidas asdúvidas e incorporadas as novas sugestões, gerando o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>finitivo (oaqui apresentado).Fluxos e prazosA <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> fluxos e prazos se fez levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a infra-estrutura<strong>de</strong> recursos humanos, computacionais e necessida<strong>de</strong>s do programa <strong>de</strong> DST.I. Na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>:• Consultório médico: diariamente, após o expediente do profissionalmédico, as FAA-NDST serão coletadas e enviadas à farmácia.• Farmácia: preencherão, diariamente, a partir <strong>de</strong> seus registrospróprios os dados específicos sobre entrega dos medicamentos epreservativos aos pacientes <strong>de</strong> DST.• Núcleo <strong>de</strong> informação da unida<strong>de</strong> ou responsável: coletará as fichasna farmácia <strong>para</strong> a digitação dos dados na própria unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>,quando esta estiver equipada com computador, ou organizar, <strong>em</strong> lotes<strong>de</strong> cópias, as fichas <strong>para</strong> o envio s<strong>em</strong>anal ao nível central do municípioresponsável pelo processamento <strong>de</strong> dados. As originais serãoarquivadas nos respectivos prontuários <strong>de</strong> pacientes, pois nada maissão do que uma folha do atendimento clínico.Os dados <strong>de</strong> cada mês, gerados pela digitação das fichas, serão encaminhados,por meio <strong>de</strong> disquete, ao nível central do município, até o terceiro diaútil do mês subseqüente ao informado, no caso das unida<strong>de</strong>s que nãoestiver<strong>em</strong> ainda ligadas <strong>em</strong> re<strong>de</strong>.As fichas digitadas na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não necessitam <strong>de</strong> cópia e s<strong>em</strong>pre<strong>de</strong>verão ser arquivadas nos respectivos prontuários <strong>de</strong> pacientes.


82SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSII. Centro/setor <strong>de</strong> informações do município:• O centro ou setor, após processamento global das informações, <strong>em</strong>itirárelatórios que <strong>de</strong>verão ser encaminhados aos responsáveis pelaavaliação do programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>para</strong> as unida<strong>de</strong>s, permitindo umprocesso <strong>de</strong> avaliação contínua das ações <strong>de</strong>senvolvidas, <strong>para</strong> a i<strong>de</strong>ntificação<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as, correção <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios e novos aprimoramentos,tanto no nível das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> quanto no das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>informação.Po<strong>de</strong>rá também encaminhar essas informações <strong>para</strong> o nível estadual, noscasos <strong>em</strong> que o PCDST tenha sido <strong>de</strong>finido como ação programática <strong>de</strong> interesseestadual, e <strong>de</strong>ste ao nível nacional.EtapasAs etapas do projeto como um todo foram assim <strong>de</strong>finidas:• Primeira: realização <strong>de</strong> um diagnóstico das fontes <strong>de</strong> informação <strong>de</strong>casos <strong>de</strong> DST pertencentes ao município e do sist<strong>em</strong>a específico utilizadopela secretaria municipal, resultando na necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reformulaçãoe <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> um novo mo<strong>de</strong>lo.• Segunda: processo <strong>de</strong> discussão <strong>para</strong> o <strong>de</strong>senho do formulário <strong>de</strong>coleta <strong>de</strong> dados, relatórios <strong>de</strong> saída, indicadores e <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> fluxos.Previsão <strong>de</strong> recursos humanos, computacionais, materiais, financeiros,etc.• Terceira: testes e s<strong>em</strong>inário com os profissionais participantes e asáreas interessadas <strong>para</strong> validação do instrumento <strong>de</strong> coleta.• Quarta: acompanhamento do <strong>de</strong>senvolvimento, testes e validação dosist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> dados <strong>para</strong> microcomputador.• Quinta: impressão dos formulários, pre<strong>para</strong>ção <strong>de</strong> material didático,treinamentos, implantação.• Sexta: monitoramento e avaliação.Áreas <strong>de</strong> resistênciaForam i<strong>de</strong>ntificadas áreas não propriamente <strong>de</strong> resistências, mas dificulda<strong>de</strong>scom os profissionais médicos, que <strong>em</strong> propostas anteriores mostravam-sepouco interessados nas formas <strong>de</strong> notificação. O teste, contudo, revelou anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> maiores treinamentos <strong>para</strong> a familiarização com os conceitos danova abordag<strong>em</strong> clínica introduzida. A ficha se mostrou a<strong>de</strong>quada, <strong>de</strong> fácilpreenchimento, não exigindo mais que três minutos do médico treinado.


83DESENHANDO SISTEMASRecursos financeirosForam dimensionados <strong>para</strong> treinamentos (aulas, material didático e audiovisual),<strong>de</strong>senvolvimento e aquisição <strong>de</strong> TI.Definição <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>sI. Na unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>:• Direção da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: supervisão e avaliação <strong>de</strong> todo oprocesso <strong>para</strong> garantir a informação e sua qualida<strong>de</strong>, além das ativida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão a partir da informação gerada.• Médico: a obrigatorieda<strong>de</strong> do preenchimento da ficha nos casos <strong>de</strong> DST.• Farmácia: obrigatorieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> informar os dados específicos solicitados.• Setor <strong>de</strong> informação: recolher, conferir, processar e pre<strong>para</strong>r o envio.II. No nível central <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> do município:• Setores do planejamento e programação <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>/vigilâncias àsaú<strong>de</strong>: receber relatórios, analisar, elaborar documentos sobre a situaçãono município, contribuir <strong>para</strong> o aprimoramento das ações e do Sist<strong>em</strong>a<strong>de</strong> Informação, discutir com as unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> os probl<strong>em</strong>asencontrados e propostas <strong>de</strong> solução, subsidiar os níveis inferiores esuperiores <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.• Centro/<strong>de</strong>partamento/setor <strong>de</strong> informações/informática: processar osdados, <strong>em</strong>itir relatórios <strong>em</strong> t<strong>em</strong>po i<strong>de</strong>al, analisar <strong>em</strong> conjunto com os<strong>de</strong>mais setores, promover treinamentos, orientar, provendo os váriosníveis <strong>de</strong> informação confiável e <strong>de</strong> fácil acesso.• Níveis do gerenciamento superior: análise das informações, impl<strong>em</strong>entação<strong>de</strong> políticas e outras atribuições <strong>para</strong> a garantia das ações <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> e bom funcionamento dos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação e <strong>de</strong> apoio à<strong>de</strong>cisão.Sugerindo um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> perinatal <strong>em</strong> maternida<strong>de</strong>s:Proposta <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> referência <strong>para</strong> os municípiosJustificativaQuando a mortalida<strong>de</strong> infantil atinge valores menores, as mortes passam a seconcentrar nas s<strong>em</strong>anas mais próximas ao nascimento, isto é, no período perinatal,constituindo o que se <strong>de</strong>nomina “resíduo <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong>”. É conhecida a


84SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSrelação entre o período perinatal e as condições <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida, daatenção ao pré-natal, parto e recém-nascido.As estatísticas nacionais mostram que ainda, <strong>de</strong> modo geral, as causas perinataisrepresentam mais <strong>de</strong> 50 % dos óbitos <strong>em</strong> menores <strong>de</strong> um ano. Os dados,contudo, que se obtêm das fontes rotineiras, através do atestado <strong>de</strong> óbito, nãotêm permitido o conhecimento fi<strong>de</strong>digno das taxas e causas <strong>de</strong> morte, <strong>de</strong>vido àausência <strong>de</strong> preenchimento <strong>de</strong> alguns campos específicos ao recém-nascido.Há ainda que se ressaltar a importância dos indicadores <strong>de</strong> morbi-mortalida<strong>de</strong>perinatal como indicadores que reflet<strong>em</strong> muito proximamente a qualida<strong>de</strong>dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, permitindo acompanhar as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> intervenção<strong>para</strong> a redução <strong>de</strong>ssa mortalida<strong>de</strong>.O avanço do conhecimento técnico-científico na área médica t<strong>em</strong> possibilitadoatuar <strong>de</strong> forma incisiva no período perinatal, contribuindo <strong>para</strong> a redução <strong>de</strong>ssescoeficientes. A prestação <strong>de</strong> um serviço <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong> no pré-natal, no parto eno período neonatal precoce permite reduzir os fatores <strong>de</strong> risco envolvidos nonascimento e diminuir significativamente as mortes maternas e <strong>de</strong> recém-nascidos.Em nível nacional, exist<strong>em</strong> poucos estudos sobre a mortalida<strong>de</strong> perinatal,especialmente sobre os aspectos institucionais. A gran<strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> é a ausência<strong>de</strong> um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação a<strong>de</strong>quado. Apesar <strong>de</strong> várias tentativas isoladas<strong>de</strong> organização do registro <strong>de</strong>sses dados <strong>em</strong> alguns municípios e Estados,não há um sist<strong>em</strong>a nacional que integre essas informações.Trata-se <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a simples <strong>de</strong> coleta, que <strong>em</strong> nível <strong>de</strong> municípiorequer poucos investimentos <strong>para</strong> sua impl<strong>em</strong>entação e, dada sua importânciaepi<strong>de</strong>miológica, não se concebe sua inexistência <strong>em</strong> nível municipal,assim como não se admite a ausência <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> intervenção namorbi-mortalida<strong>de</strong> perinatal.Partindo-se do princípio <strong>de</strong> que um Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação, simples e b<strong>em</strong>estruturado,é um dos eixos básicos da gerência e que não se faz avaliação s<strong>em</strong>indicadores epi<strong>de</strong>miológicos, é que elaboramos uma proposta <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong> referência <strong>para</strong> os municípios, apresentando sugestões <strong>de</strong> formulário <strong>para</strong> acoleta, manual <strong>de</strong> instruções e fluxos.Além disso, o cruzamento <strong>de</strong>sses dados com aqueles obtidos através dosatestados <strong>de</strong> óbitos (Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> – SIM) e dos nascimentos(Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Declaração <strong>de</strong> Nascimentos – SINASC) trarácontribuições importantes <strong>para</strong> a avaliação dos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>stinados aoatendimento da gestante, ao parto e ao recém-nascido.Objetivo geral• Possibilitar o registro <strong>de</strong> dados minimamente necessários <strong>para</strong> o acompanhamentoe avaliação das ações <strong>de</strong> intervenção na morbi-mortalida<strong>de</strong>perinatal, nos diversos níveis municipais <strong>de</strong> prestação <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong>saú<strong>de</strong>, visando à redução das taxas <strong>de</strong> morbi-mortalida<strong>de</strong> perinatal.


85DESENHANDO SISTEMASObjetivos específicos• Gerar os indicadores <strong>de</strong> morbi-mortalida<strong>de</strong> <strong>em</strong> maternida<strong>de</strong>s <strong>para</strong>acompanhar o resultado das ações <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.• Conhecer os grupos <strong>de</strong> risco.• Possibilitar o monitoramento da prática <strong>de</strong> atenção ao pré-natal, partoe recém-nascido e re<strong>de</strong>finição <strong>de</strong> procedimentos mais a<strong>de</strong>quados.Indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> a avaliaçãoO sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>verá permitir a obtenção dos indicadores por abrangência geográficadas unida<strong>de</strong>s ou áreas administrativas do município e período, a saber :I. Distribuição dos eventos por maternida<strong>de</strong> e total• Número e percentual <strong>de</strong> natimortos e <strong>de</strong> nativivos por resolução (alta,óbito 0 – 7 dias e óbito + 7dias).II. Distribuição dos nascidos vivos segundo peso ao nascer por maternida<strong>de</strong> e total• Número e percentual <strong>de</strong> nativivos por peso ao nascer.III. Incidência <strong>de</strong> baixo peso ao nascer por maternida<strong>de</strong> e total• Proporção <strong>de</strong> crianças que nasc<strong>em</strong> com peso entre 500 e 2.499 gramas<strong>de</strong>ntre os nativivos com peso igual ou superior a 500 gramas.IV. Incidência <strong>de</strong> muito baixo peso ao nascer por maternida<strong>de</strong> e total• Proporção <strong>de</strong> crianças que nasc<strong>em</strong> com peso entre 500 e 1.499 gramas<strong>de</strong>ntre os nativivos com peso igual ou superior a 500 gramas.V. Distribuição das mortes neonatais precoces segundo peso ao nascer pormaternida<strong>de</strong> e total• Número e percentual <strong>de</strong> mortes neonatais segundo peso ao nascer.VI. Distribuição <strong>de</strong> natimortos segundo peso ao nascer por maternida<strong>de</strong> e total• Número e percentual <strong>de</strong> natimortos segundo peso ao nascer.VII. Coeficiente <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> neonatal precoce por maternida<strong>de</strong> e total• Número <strong>de</strong> mortes ocorridas no período <strong>de</strong> 0 – 7 dias com peso igualou superior a 1.000 gramas, entre nascidos vivos com peso igual ousuperior a 1.000 gramas x 1.000.


86SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSVIII. Coeficiente <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> perinatal por maternida<strong>de</strong> e total• Número <strong>de</strong> conceptos que morr<strong>em</strong> entre a 28ª s<strong>em</strong>ana <strong>de</strong> gestação e a 1ªs<strong>em</strong>ana <strong>de</strong> vida com peso igual ou superior a 1.000 gramas entre os nascidosvivos e natimortos com peso igual ou superior a 1.000 gramas x 1.000.IX. Coeficiente <strong>de</strong> natimortalida<strong>de</strong> por maternida<strong>de</strong> e total• Número <strong>de</strong> natimortos com peso igual ou superior a 1.000 gramasentre os nascidos vivos e natimortos com peso igual ou superior a1.000 gramas x 1.000.X. Tipo <strong>de</strong> parto por maternida<strong>de</strong> e total• Número e percentual <strong>de</strong> partos por tipo normal, cesárea e fórceps.XI. Número e percentual <strong>de</strong> nascidos vivos por tipo <strong>de</strong> cuidados por maternida<strong>de</strong>e total• Número e percentual <strong>de</strong> nascidos vivos por tipo <strong>de</strong> cuidado <strong>em</strong> alojamentoconjunto, berçário <strong>de</strong> normais, berçário <strong>de</strong> alto risco e outros.XII. Percentual <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong>s com alojamento conjunto• Número e percentual <strong>de</strong> maternida<strong>de</strong>s com alojamento conjunto.XIII. Taxa <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong> materna por maternida<strong>de</strong> e total• Relação percentual entre o número <strong>de</strong> óbitos por complicações dagravi<strong>de</strong>z, parto, puerpério e abortamento e o número <strong>de</strong> pacientes <strong>de</strong>obstetrícia saídas (altas e óbitos).XIV. Morbimortalida<strong>de</strong> perinatal por maternida<strong>de</strong> e total• Número e percentual <strong>de</strong> óbitos perinatais por principais grupos <strong>de</strong>causas básicas.Formulário <strong>para</strong> o registro dos dados e instruções específicasO Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>de</strong> Mortalida<strong>de</strong> Perinatal <strong>em</strong> Maternida<strong>de</strong>s (SIMPM)<strong>de</strong>ve ser constituído <strong>de</strong> uma única ficha <strong>para</strong> notificação dos eventos. Sugerese,contudo, que o prontuário do recém-nascido seja padronizado e único <strong>para</strong>as maternida<strong>de</strong>s públicas e privadas na área do município e contenha os dadosconsi<strong>de</strong>rados básicos a ser<strong>em</strong> transcritos <strong>para</strong> a ficha.Se o hospital tiver implantado o referido prontuário padronizado e automatizado,a <strong>em</strong>issão da ficha po<strong>de</strong>rá ser também automatizada e o envio dosdados <strong>para</strong> os níveis <strong>de</strong> avaliação municipal <strong>de</strong>ve ser feito por meio <strong>de</strong> disquetesou on-line.


87DESENHANDO SISTEMASFicha <strong>de</strong> Notificação <strong>de</strong> Eventos Perinatais (FNEP)Trata-se <strong>de</strong> uma ficha que se presta ao registro dos dados obtidos no atendimentoao parto e ao recém-nascido na maternida<strong>de</strong>. A automatização <strong>de</strong>ssaficha permite a geração <strong>de</strong> relatórios <strong>de</strong> saída que aten<strong>de</strong>m aos indicadores acima<strong>de</strong>scritos e outros que as realida<strong>de</strong>s epi<strong>de</strong>miológicas distintas exigir<strong>em</strong>. Vejamo<strong>de</strong>lo a seguir:


88SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSPREFEITURA DO MUNICÍPIO DE ______________________________SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDENº FICHA|_____________________________|(Uso exclusivo da informática)Código do hospital |___ |___ |___ |___ |___ |___|___ |Nome do hospital/maternida<strong>de</strong> _____________________________________________________________________________Código do município |___ |___ |___ |___ |___ |___|___ | Mês /Ano referência ____ /____FICHA DE NOTIFICAÇÃO DE EVENTOS PERINATAIS – FNEPPARTOS HOSPITALARESTIPO NORMAL CESÁREA FÓRCEPS TOTALQUANTIDADENÚMERO DE NASCIMENTOSTIPO MASCULINO FEMININO TOTALNATIVIVOSNATIMORTOSTOTALTIPO DE EVENTOPESO NASCIDOS VIVOS ÓBITOS 0 – 7 DIAS ÓBITOS + DE 7 DIAS NATIMORTOS(GRAMAS)< = 499500 - 749750 - 9991.000 - 1.2491.250 - 1.4991.500 - 1.7491.750 - 1.9992.000 - 2.2492.250 - 2.499> = 2.500TOTALNÚMERO DE RECÉM-NASCIDOS POR TIPO DE CUIDADOSALOJAMENTO CONJUNTOUTIBERÇÁRIOS DE NORMAISISOLAMENTOCUIDADOS INTERMEDIÁRIOSRISCO DE HIVCUIDADOS ESPECIAISHIV POSITIVOMORTES MATERNASTOTAL(FRENTE)


89DESENHANDO SISTEMASFICHA DE NOTIFICAÇÃO DE EVENTOS PERINATAIS – FNEPCAUSAS DE MORBIMORTALIDADE PERINATALGRUPOS DE CAUSASTOTALFeto ou recém-nascido afetados por fatores maternos epor complicações da gravi<strong>de</strong>z, do trabalho <strong>de</strong> parto e do partoTranstornos relacionados com a duração da gestãoe com o crescimento fetalTraumatismo <strong>de</strong> partoTranstornos respiratórios e cardiovascularesespecíficos do período perinatalInfecções específicas do período perinatalTranstornos h<strong>em</strong>orrágicos e h<strong>em</strong>atológicos do feto e do recém-nascidoTranstornos endócrinos e metabólicos transitóriosespecíficos do feto e do recém-nascidoTranstornos do aparelho digestivo do feto e do recém-nascidoAfecções comprometendo o tegumento e a regulaçãotérmica do feto e do recém-nascidoOutros transtornos originados no período perinatal(OBS.: CID – 10ª REVISÃO)Assinatura e carimbo do médico responsável pelo serviço_________________________________________________________________(VERSO)


90SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSInstruções <strong>para</strong> preenchimento da Ficha <strong>de</strong> Notificação <strong>de</strong>Eventos Perinatais (FNEP)• anotar o código e o nome do hospital ou maternida<strong>de</strong>, o código domunicípio e o mês e ano <strong>de</strong> referência dos dados que estão sendoinformados;• o it<strong>em</strong> “Nº Ficha” é <strong>de</strong> uso exclusivo da informática e se <strong>de</strong>stina à anotaçãodo número que a ficha recebeu ao ser digitada no computador.Essa anotação facilita o controle da digitação, b<strong>em</strong> como as alteraçõesa ser<strong>em</strong> feitas, <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> erros;• anotar <strong>em</strong> “Partos Hospitalares” o número <strong>de</strong> partos realizados por tipo“Normal”, “Cesárea”, “Fórceps” e “Total”;• anotar <strong>em</strong> “Número <strong>de</strong> Nascimentos” o número <strong>de</strong> nascimentos portipo “Nativivos”, “Natimortos”, por “sexo” e “Totais”.• anotar <strong>em</strong> “Tipo <strong>de</strong> Evento” o número <strong>de</strong> “Nascidos vivos”, “Óbitos <strong>de</strong>0 – 7 dias”, “Óbitos <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 7 dias” e “Natimortos”, por “Peso”especificado na tabela e “Totais”;• anotar <strong>em</strong> “Número <strong>de</strong> Recém-Nascidos por Tipo <strong>de</strong> Cuidados”, o número<strong>de</strong> recém-nascidos por tipo <strong>de</strong> cuidado/internação recebido como: “Alojamentoconjunto”, “Berçário <strong>de</strong> normais”, “Cuidados intermediários”,“Cuidados especiais”, “UTI”, “Isolamento”, “Risco <strong>de</strong> HIV”, “HIV Positivo”;• anotar <strong>em</strong> “Mortes Maternas” o total <strong>de</strong> mortes maternas ocorridas no mês;• anotar <strong>em</strong> “Causas <strong>de</strong> Morbimortalida<strong>de</strong> Perinatal” por grupo <strong>de</strong>causas o número <strong>de</strong> recém-nascidos que foram a óbito no mês;• o responsável médico pelo serviço <strong>de</strong>verá assinar e colocar seu carimbo.Relatórios <strong>de</strong> avaliaçãoCorrespon<strong>de</strong>m às tabelas <strong>de</strong> números absolutos, percentuais e coeficientesestabelecidos pelos indicadores já <strong>de</strong>lineados.Fluxos e prazosA <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> fluxos e prazos <strong>de</strong>ve ser feita levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração a infraestrutura<strong>de</strong> recursos humanos, computacionais e as necessida<strong>de</strong>s do Programa<strong>de</strong> Intervenção na Morbi-Mortalida<strong>de</strong> Perinatal. Sugere-se:I. Na maternida<strong>de</strong>:• Nas maternida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> porte a transcrição dos dados do prontuáriodo RN <strong>de</strong>verá ser feita s<strong>em</strong>analmente. Nas <strong>de</strong> pequeno e médioporte po<strong>de</strong> ser feita no final do mês. A FNEP <strong>de</strong>verá ser enviada ao


91DESENHANDO SISTEMAScentro ou setor <strong>de</strong> informações do município, <strong>de</strong> preferência, até o terceirodia útil do mês subseqüente ao informado.• As informações da FNEP <strong>de</strong>v<strong>em</strong> ser <strong>de</strong>vidamente conferidas pelo médicoresponsável pelo berçário <strong>para</strong> garantir a fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> dos dados.Se a maternida<strong>de</strong> estiver informatizada, os dados <strong>de</strong> cada mês, gerados peladigitação das fichas, po<strong>de</strong>m ser encaminhados por meio <strong>de</strong> disquete ao nívelcentral do município, ou on-line, no caso <strong>de</strong> estar ligada <strong>em</strong> re<strong>de</strong> ao nível central<strong>de</strong> processamento do município.II. Centro/setor <strong>de</strong> informações do município:• O centro ou setor, após o processamento global das informações, <strong>em</strong>itirárelatórios que <strong>de</strong>verão ser encaminhados aos responsáveis pelaavaliação do programa <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e <strong>para</strong> as maternida<strong>de</strong>s, permitindoum processo <strong>de</strong> avaliação contínua das ações <strong>de</strong>senvolvidas <strong>para</strong> ai<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as, correção <strong>de</strong> <strong>de</strong>svios e novos aprimoramentos,tanto no nível das ações da saú<strong>de</strong> quanto no das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>informação.Po<strong>de</strong>rá também encaminhar essas informações <strong>para</strong> o nível estadual, noscasos <strong>em</strong> que o Programa <strong>de</strong> Intervenção na Morbi-Mortalida<strong>de</strong> Perinatal tenhasido <strong>de</strong>finido como ação programática <strong>de</strong> interesse estadual.Os <strong>de</strong>mais passos <strong>para</strong> a impl<strong>em</strong>entação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m das realida<strong>de</strong>s específicas<strong>de</strong> cada município.


93SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSCONSIDERAÇÕES FINAISColocadas as principais orientações <strong>para</strong> a organização dos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong>informações <strong>em</strong> saú<strong>de</strong> <strong>para</strong> o município, sabe-se que as construções oureconstruções nessa área <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>de</strong> um número mínimo necessário<strong>de</strong> recursos. Os recursos humanos diretamente envolvidos nessa tarefa necessitamestar <strong>de</strong>vidamente capacitados <strong>para</strong> criar e operar sist<strong>em</strong>as, <strong>para</strong> garantiruma coleta fi<strong>de</strong>digna dos dados, o que vai permitir processar e disponibilizaresses dados. S<strong>em</strong> informações, não será possível avaliar e tomar <strong>de</strong>cisões.Esperamos que este manual estimule os gerentes e profissionais <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> domunicípio envolvidos no compromisso <strong>de</strong> melhorar a saú<strong>de</strong> da população arealizar uma avaliação <strong>de</strong> seus papéis, do cumprimento <strong>de</strong> objetivos das instituiçõesou órgãos que gerenciam e da efetivida<strong>de</strong> dos seus sist<strong>em</strong>as informativos.Esperamos, também, ter contribuído com a apresentação dos conceitos etécnicas aqui discutidos, apontando <strong>para</strong> um conjunto <strong>de</strong> instrumentos <strong>de</strong> fundamentalimportância, como subsídio à busca constante <strong>de</strong> melhores soluções<strong>para</strong> os probl<strong>em</strong>as encontrados na área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: a informação é suporte básico<strong>para</strong> a organização do Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Atenção à Saú<strong>de</strong>.


95SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSGLOSSÁRIOAlgoritmo: seqüência <strong>de</strong> procedimentos utilizados <strong>para</strong> a resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as.Analógico: representação <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong>s usando variáveis contínuas. Opostoa digital.Arquitetura aberta: arquitetura <strong>de</strong> computador que permite o uso <strong>de</strong> estruturase componentes <strong>de</strong> hardware e software intercambiáveis e não proprietários<strong>de</strong> um único fornecedor.Automação: mecanização <strong>de</strong> um processo pelo uso <strong>de</strong> máquinas automáticasou sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> computador que substitui ou compl<strong>em</strong>enta o trabalhohumano.Avaliação <strong>em</strong> saú<strong>de</strong>: ato <strong>de</strong> apreensão das relações entre as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>saú<strong>de</strong> e as práticas e técnicas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, com o objetivo <strong>de</strong> verificar a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong>ssas práticas ou técnicas <strong>em</strong> respon<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s geradas noprocesso saú<strong>de</strong> – doença.“Backup”: cópia <strong>de</strong> segurança ou <strong>de</strong> reserva <strong>de</strong> dispositivos <strong>de</strong> computador ouinformações.Banco <strong>de</strong> dados: coleção <strong>de</strong> dados <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> campos, registro e arquivos,organizados <strong>de</strong> acordo com uma lógica que permita sua informatização. Tambémreferido como base <strong>de</strong> dados.“Bit”: dígito binário. Menor unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação ou capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> m<strong>em</strong>ória,po<strong>de</strong>ndo assumir apenas dois valores: 0 ou 1.“Byte”: conjunto <strong>de</strong> bits tratado como uma unida<strong>de</strong> <strong>para</strong> compor símbolos,como os algarismos arábicos ou os caracteres alfabéticos, por ex<strong>em</strong>plo, tipicamentecomposto por um conjunto <strong>de</strong> 8 bits.“Chip”: circuitos eletrônicos integrados <strong>em</strong> um só componente ou placa.


96SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSCliente-servidor: arquitetura baseada <strong>em</strong> um computador servidor que fornecedados <strong>para</strong> microcomputadores clientes, com balanceamento da <strong>de</strong>mandapor processamento entre os diversos componentes da arquitetura.Computador: refere-se aos sist<strong>em</strong>as <strong>de</strong> computação, <strong>de</strong> entrada, processamentoe saída <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> forma eletrônica.CPU (Central Processing Unit): unida<strong>de</strong> central <strong>de</strong> processamento responsávelpelas funções básicas <strong>de</strong> lógica do computador.Dados: el<strong>em</strong>entos básicos <strong>de</strong> informação obtidos através da observação <strong>de</strong> fatos,conceitos ou eventos, conceituados <strong>de</strong> forma apropriada <strong>para</strong> a comunicaçãopor meios humanos ou informatizados. São a matéria-prima da informação.São partes <strong>de</strong> um SI e vêm <strong>de</strong> diversas fontes por meio <strong>de</strong> observações e registrossobre fatos ou eventos. Po<strong>de</strong>m ser originados <strong>de</strong> fontes internas ou fontesexternas à organização. El<strong>em</strong>entos ou base <strong>para</strong> a formação <strong>de</strong> um juízo.“Default”: alternativa ou opção padrão.Diagnóstico etiológico: refere-se ao diagnóstico realizado por médico a respeito<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada doença, a partir da comprovação <strong>de</strong> sua causa, seja pormeio <strong>de</strong> método clínico ou por exames laboratoriais, <strong>de</strong> imag<strong>em</strong>, etc.Diagnóstico sindrômico: refere-se ao diagnóstico realizado por médico arespeito <strong>de</strong> doenças, a partir <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> sinais e sintomas, que po<strong>de</strong>mabarcar uma ou mais doenças, geralmente pertencentes a um mesmo grupoou <strong>de</strong>terminadas por causa comum.Digital: representação <strong>de</strong> dados na forma binária utilizada pelos computadores.Informações representadas por bits. Oposto a analógico.Documentação: <strong>de</strong>scrição escrita <strong>de</strong> partes do hardware ou do software. Emgeral, apresentada <strong>em</strong> forma <strong>de</strong> manual.“Download”: processo <strong>de</strong> recuperar ou trazer dados <strong>de</strong> outro computador.Oposto a upload.Estação <strong>de</strong> trabalho (“workstation”): computador <strong>de</strong> alta capacida<strong>de</strong> que po<strong>de</strong>ser utilizado pelo usuário, estando ou não conectado a uma re<strong>de</strong>.Fi<strong>de</strong>dignida<strong>de</strong> do dado: a capacida<strong>de</strong> do dado transcrito <strong>em</strong> ser fiel àquilo querealmente se <strong>de</strong>sejava transcrever.FTP: sigla <strong>de</strong> File Transfer Protocol, protocolo padrão <strong>para</strong> a transferência <strong>de</strong>arquivos na Internet.“Hardware”: componente físico <strong>de</strong> um computador ou <strong>de</strong> um sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong>computação.Hipertexto: informação eletrônica multimídia interligada através <strong>de</strong> associaçõesnão lineares, <strong>de</strong> tal forma a tornar possível percorrer o conteúdo <strong>de</strong> um documentoin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> uma or<strong>de</strong>m preestabelecida.


97SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSHTML: sigla <strong>de</strong> Hiper text Markup Language, um formato usado <strong>para</strong> criardocumentos hipertexto na Internet.HTTP: sigla <strong>de</strong> Hiper text Transfer Protocol, um mecanismo <strong>de</strong> recuperação<strong>para</strong> informação <strong>em</strong> documentos HTML na Internet.Indicadores <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>: formas numéricas ou não, utilizadas <strong>para</strong> se mensurar asativida<strong>de</strong>s realizadas ou o grau <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> um evento ou agravo à saú<strong>de</strong> eque permit<strong>em</strong> um conhecimento aproximado da realida<strong>de</strong>.Informação: informação é uma entida<strong>de</strong> tangível ou intangível que serve <strong>para</strong>reduzir a incerteza acerca <strong>de</strong> algum estado ou evento. Informação provém <strong>de</strong>dados processados e expostos <strong>de</strong> forma a apresentar um significado. A utilizaçãoda informação t<strong>em</strong> caráter exponencial, sua disponibilida<strong>de</strong> e práticaprovocam mais necessida<strong>de</strong> e geração <strong>de</strong> novas informações e formas <strong>de</strong>utilizá-las. Conotação <strong>de</strong> dados agrupados ou processados <strong>de</strong> forma a possuirsignificado através <strong>de</strong> interpretação.Interface gráfica: interface <strong>de</strong> computador baseada <strong>em</strong> ícones, botões e outrosobjetos <strong>para</strong> a representação, capazes <strong>de</strong> manipular objetos e eventos, usandoimagens gráficas <strong>para</strong> representação da informação.Internet: re<strong>de</strong> <strong>de</strong> computadores criada a partir da utilização <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> telecomunicações,tais como telefone, cabos, satélites e outros meios, conectandocomputadores e pessoas <strong>em</strong> escala global. Utiliza o protocolo TCP/IP comopadrão <strong>para</strong> comunicação.Intranet: re<strong>de</strong> <strong>de</strong> computadores <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma organização, adotando osmesmos protocolos e tecnologias padrão da Internet, po<strong>de</strong>ndo estar ou nãoconectada à Internet.Linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong> programação: conjunto <strong>de</strong> convenções ou regras que especificamcomo transmitir informação entre pessoas e máquinas através <strong>de</strong> regras.“Login”: processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação do usuário <strong>para</strong> o computador <strong>de</strong>pois queentra <strong>em</strong> contato com ele através <strong>de</strong> um canal <strong>de</strong> comunicação.Multimídia: informação composta <strong>de</strong> múltiplos formatos, como textos, sons,imagens ou ví<strong>de</strong>os.Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> avaliação: formas <strong>de</strong> abordag<strong>em</strong> teórica que se val<strong>em</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadoscritérios, padrões e parâmetros, que permit<strong>em</strong> a atribuição <strong>de</strong> um valorpositivo ou negativo ao objeto ou ações que se <strong>de</strong>seja avaliar ou com<strong>para</strong>r.Morbida<strong>de</strong>: terminologia utilizada <strong>para</strong> relacionar o quadro <strong>de</strong> causas dasdoenças apresentado por uma <strong>de</strong>terminada população, <strong>em</strong> percentuais e taxas.Mortalida<strong>de</strong>: terminologia utilizada <strong>para</strong> relacionar o quadro <strong>de</strong> óbitos <strong>em</strong> percentuaise taxas.M<strong>em</strong>ória: dispositivo que armazena as informações processadas na CPU, <strong>de</strong>maneira volátil (na m<strong>em</strong>ória RAM) ou permanente (<strong>em</strong> discos magnéticos,


98SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA MUNICÍPIOSdisquetes ou fitas, por ex<strong>em</strong>plo). Po<strong>de</strong>m ser medidas segundo tipo <strong>de</strong> acesso,t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> acesso, taxa <strong>de</strong> transferência, capacida<strong>de</strong>, tamanho, etc.“On-line”: relativo ao processamento <strong>em</strong> que os dados entram no equipamentodiretamente no seu ponto e momento <strong>de</strong> orig<strong>em</strong>, passando a integrar imediatamenteuma base <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> computador. Oposto a off-line.Periférico: dispositivo que envia e/ou recebe informações <strong>de</strong> um computador,tais como telas, teclados, mouse, impressora, scanner, tela <strong>de</strong> toque, leitora<strong>de</strong> código <strong>de</strong> barra, voz, mo<strong>de</strong>m, etc.Processo saú<strong>de</strong> – doença: refere-se ao processo do aparecimento da doença eestado <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e suas necessida<strong>de</strong>s; fenômeno complexo que envolve<strong>de</strong>terminações <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m biológica, econômica, social, cultural e psicológica.Programa: seqüência <strong>de</strong> instruções escritas <strong>em</strong> uma <strong>de</strong>terminada linguag<strong>em</strong> <strong>de</strong>computador.Re<strong>de</strong>: mecanismo através do qual computadores po<strong>de</strong>m se comunicar ou compartilharperiféricos.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> computação: refere-se ao conjunto <strong>de</strong> pessoas, máquinas e métodosorganizados e integrados <strong>para</strong> realizar um conjunto <strong>de</strong> operações específicas,visando a um <strong>de</strong>terminado objetivo.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação: termo que engloba as diversas classes <strong>de</strong> sist<strong>em</strong>as, taiscomo os transacionais, gerenciais, <strong>de</strong> apoio à <strong>de</strong>cisão, <strong>de</strong>ntre outros.Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> (SIS): refere-se à terminologia específica <strong>para</strong><strong>de</strong>nominar os <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação produzidos <strong>para</strong> a área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.Sist<strong>em</strong>a operacional: programa que controla e coor<strong>de</strong>na as operações básicase necessárias <strong>para</strong> o funcionamento do computador e <strong>de</strong> seus periféricos.“Software”: conjunto <strong>de</strong> programas, procedimentos e documentação relativa aum sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> computador, responsável pela comunicação entre os componentes<strong>de</strong> hardware e os usuários.Tecnologia da Informação: conjunto <strong>de</strong> hardware e software utilizados nasfunções <strong>de</strong> coleta, processamento e comunicação <strong>de</strong> informações.URL: sigla <strong>de</strong> Uniform Resource Locator, os en<strong>de</strong>reços on<strong>de</strong> documentospo<strong>de</strong>m ser localizados na Internet.Vírus <strong>de</strong> computador: programa que se reproduz e infecta computadores, contaminandoos sist<strong>em</strong>as com rotinas in<strong>de</strong>sejáveis e muitas vezes danosas aofuncionamento normal do computador.


BIBLIOGRAFIA E CONSULTAS RECOMENDADAS1. ABRASCO. Uso e Diss<strong>em</strong>inação <strong>de</strong> Informações <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>. Relatório final, Brasília, agosto<strong>de</strong> 1994.2. AGUILAR, M. S. & E. An<strong>de</strong>r Egg. Avaliação <strong>de</strong> Serviços e Programas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro,Vozes, 1994.3. ALMEIDA FILHO, N. & M. Z. Rouquayrol. Introdução À Epi<strong>de</strong>miologia Mo<strong>de</strong>rna. Rio <strong>de</strong>Janeiro, ABRASCO, 1990.4. ARTMANN, E. O Momento Tático Operacional na Metodologia do Planejamento Situacional.ENSP/FIOCRUZ, 19905. BANTA, H. D. & B. R. Luce. Health Care Technology and its Assessment - An InternationalPerspective. Oxford, Oxford Medical Press, 1993.6. BERTALANFFY, L. V. Teoria Geral dos <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong>. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Vozes/MEC, 1975.7. BLISSMER, R. H. Introducing Computers: Concepts, Syst<strong>em</strong>s and Applications. John Wileyand Sons Inc., Estados Unidos, 1991.8. CAUTELA, A. L. & E. G. F. Polloni. <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação. São Paulo, MacGraw-Hill,1986.9. CLAP/OPS/OMS. Saú<strong>de</strong> Perinatal - Artigos Selecionados <strong>de</strong> Salud Perinatal. Boletim doCLAP. Edição especial <strong>em</strong> português, Montevidéu, 1988.10. DONABEDIAN, A . Criteria and Standards for Quality Assessment and Monitoring. QRB,12 (3): 99-108, 1986.11. DONABEDIAN, A . The Seven Pillars of Quality. Arch. Pathol. Lab. Med., 114:1115-118, 1990.12. DONABEDIAN, A. The Role of Outcomes in Quality Assesment and Assurance. QRB, 18:356-360, 199213. EDUARDO, M. B. P. O Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Vigilância Epi<strong>de</strong>miológica no Estado <strong>de</strong> São Paulo -Um Mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Controle da Difteria. Dissertação <strong>de</strong> mestrado – Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina,da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, São Paulo, 198414. EDUARDO, M. B. P. A Informação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong> no Processo <strong>de</strong> Tomada <strong>de</strong> Decisão. Rio <strong>de</strong>Janeiro, RAP/FGV, 24 (4): 70-7, agosto – outubro <strong>de</strong> 1990.15. EDUARDO, M. B. P. & A. C. L Sucupira. A Mortalida<strong>de</strong> Perinatal <strong>em</strong> Maternida<strong>de</strong>s dosHospitais da <strong>Secretaria</strong> Municipal da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo, no Período <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 91 aJunho <strong>de</strong> 92. Documento técnico, COAS/SMS/SP, nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 1992.16. EDUARDO, M. B. P. Sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> Informação Ambulatorial <strong>de</strong> Doenças Sexuais Transmissíveis(DST). Projetos AIDSCAP/Brasil – Family Health International, São Paulo, julho<strong>de</strong> 1995.17. FERNANDES, A. A. & M. M. Alves. Gerência Estratégica da Tecnologia da InformaçãoLivros Técnicos e Científicos, 1992.18. GUENGERICH, S. Downsizing <strong>em</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação: Reengenharia <strong>de</strong> <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong>Informação. São Paulo, Makron, 1993.19. HOUSE, E. R. Evaluating with Validity. Sage Publications. Beverly Hill, 1980. Capítulo 2:“The Major Approaches”, p. 21-43.


20. ISHIKAWA, K. Controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> Total – À Maneira Japonesa. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Campus,3ª ed., 1995.21. KEEN, P. G. W.; Morton M. S. S. Decision Support Syst<strong>em</strong>: An Organizational Perspective.Addison-Wesley Publishing Company, USA, 1978.22. LAURENTI, R. et al. Estudo da Morbida<strong>de</strong> e Mortalida<strong>de</strong> Perinatal <strong>em</strong> Maternida<strong>de</strong>s. I –Descrição do Projeto e Resultados Gerais. Rev. Saú<strong>de</strong> Pública, 18: 436-47, São Paulo, 1984.23. LAURENTI, R. et al. Estatísticas <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>. São Paulo, EPU/EDUSP, 1985.24. MEIRELLES, F. S. Informática: Novas Aplicações com Microcomputadores. São Paulo,MacGraw-Hill/Makron, 2ª ed., 1994.25. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Proposta <strong>de</strong> Plano Setorial <strong>de</strong> Informática<strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>. Rel. Comissão Especial da SEI, Brasília, 1988.26. MORAES, I. H. S. <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informações <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>: Reflexões sobre sua PráticaFragmentada. Dissertação <strong>de</strong> mestrado. Rio <strong>de</strong> Janeiro, ENSP/FIOCRUZ, 1991.27. NEVES, M. A. T. <strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>: Aspectos Históricos e Médico-Sanitáriosda Produção Técnico-Científica Brasileira. Dissertação <strong>de</strong> mestrado – Departamento<strong>de</strong> Medicina Preventiva, FMUSP, 1996.28. NOGUEIRA, R. P. A Gestão da Qualida<strong>de</strong> Total na Perspectiva dos Serviços <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>.Rio <strong>de</strong> Janeiro, Qualitymark, 1994.29. NOVAES, H. M.; Paganini J. M. Padrões e Indicadores <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> <strong>para</strong> Hospitais.Washington, D.C., OPAS, 1994.30. PATTON, M. Q. Practical Evaluation. Sage Publications, Beverly Hill, 1982. Capítulo 2, p.32-54.31. RADLOW, J. R. Computers and the Information Society. Boyd and Fraser, USA, 1995.32. RIVERA, U. Planejamento Estratégico Situacional ou Controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> Total <strong>em</strong>Saú<strong>de</strong>? Um Contraponto Teórico-Metodológico. Ca<strong>de</strong>rnos FUNDAP, jan/abr. 1996.33. RODRIGUES, R. J.; Israel K. Conceptual Framework and Gui<strong>de</strong>lines for the Establishmentof District-based Information Syst<strong>em</strong>s. Washington, Pan-American Health Organization,1995.34. RODRIGUES, R. J. Manual <strong>de</strong> Pautas <strong>para</strong> el Etabelecimiento <strong>de</strong> Sist<strong>em</strong>a Locales <strong>de</strong> Información.Washington, OPS/OMS/Fund. Kellogg, Manuales Operativos, vol. II, nº 8, 1996.35. ROOS, N. P.; Shapiro E. Monitoring the Winnipeg Hospital Syst<strong>em</strong>: The First Report –1990-1992. Canadá, Department of Community Health Sciences, Faculty of Medicine,University of Manitoba, julho <strong>de</strong> 1994.36. SCHOENBAUM, S. C. et al. Using Clinical Practice Gui<strong>de</strong>lines to Evaluate Quality ofCare. U. S. D. H. H./AHCPR, Vols. 1 e 2, 1995.37. SHORTLIFFE, E. H; Perreault L. E. Medical Informatics: Computer Applications in HealthCare. USA, Addison-Wesley, 1990.38. SILVA, L. M. V.; Formigli V. L. A. Avaliação <strong>em</strong> Saú<strong>de</strong>: Limites e Perspectivas. Rio <strong>de</strong>Janeiro, Ca<strong>de</strong>rnos <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública, 10 (1): 80-91, 1994.39. SIQUEIRA, E. A Socieda<strong>de</strong> Inteligente. São Paulo, Ban<strong>de</strong>irante, 1987.40. SUCUPIRA, A. C. S. L. et al. Projeto <strong>de</strong> Intervenção na Morbi-Mortalida<strong>de</strong> Neonatal noMunicípio <strong>de</strong> São Paulo. Documento técnico, COAS/SMS/SP, julho <strong>de</strong> 1991.


OS AUTORESANDRÉ DE OLIVEIRA CARVALHOEngenheiro mecânico, doutorando <strong>em</strong> Administração <strong>de</strong> Empresas (área <strong>de</strong> concentração:<strong>Sist<strong>em</strong>as</strong> <strong>de</strong> Informação) na Escola <strong>de</strong> Administração <strong>de</strong> Empresas <strong>de</strong> São Paulo da FundaçãoGetúlio Vargas (EAESP-FGV), professor e assessor <strong>de</strong> informática do Laboratório <strong>de</strong> InformáticaAplicada da Administração Hospitalar da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> Pública da Universida<strong>de</strong><strong>de</strong> São Paulo (FSP – USP) e consultor <strong>de</strong> tecnologia <strong>para</strong> a Fundação W. K. Kellogg.En<strong>de</strong>reço <strong>para</strong> correspondência: Av. Dr. Arnaldo, nº 715 – 1º andar – Administração Hospitalar– São Paulo – SP – CEP 01246-904e-mail: andredoc@usp.brMARIA BERNADETE DE PAULA EDUARDOMédica sanitarista, doutoranda <strong>em</strong> Medicina (área <strong>de</strong> concentração: Medicina Preventiva) naFaculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Medicina da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo (FMUSP), assessora técnica da Coor<strong>de</strong>nação<strong>de</strong> Institutos <strong>de</strong> Pesquisa da <strong>Secretaria</strong> Estadual da Saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo.

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