11.07.2015 Views

aves migratórias e nômades ocorrentes no pantanal - Sociedade ...

aves migratórias e nômades ocorrentes no pantanal - Sociedade ...

aves migratórias e nômades ocorrentes no pantanal - Sociedade ...

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

2Apresentação"As garças descem <strong>no</strong>sbrejos que nem brisas.Todas as manhãs".(Ma<strong>no</strong>el de Barros)Na primeira vez que fui ao Pantanal, em 1984, passei pela mesma experiência dequalquer viajante leigo ou estudioso, dois níveis que - queiramos ou não - teremospara sempre um pouco de ambos. Pela regra, fiquei maravilhado com a riqueza deespécies de <strong>aves</strong> que podiam ser facilmente observadas. Foi, com certeza, um dosmais fortes indicativos de que as <strong>aves</strong> estariam para sempre em minha vida. Aomesmo tempo, senti muito pela falta de livros bons e confiáveis, para que eupudesse saber o <strong>no</strong>me e mais algumas informações sobre aquelas <strong>aves</strong> quepassavam por cima de minha cabeça. E, claro, a sede de conhecimento se estendiapara todo o ciclo de vida destes animais em particular suas migrações,deslocamentos ou simplesmente, de onde vinham e para onde iam a cada ciclo deáguas, característica peculiar daquela região.O Pantanal da década de 80 era quase desconhecido. Havia asfalto até Miranda esó. Mesmo assim, pescadores e caçadores vindos de fora se aglomeravam nasbarrancas dos rios e, ao fim do tempo planejado, entupiam congeladores dentro decaminhões levando uma parte daquilo que muito tempo demorou para que fosseconsiderada uma riqueza, um patrimônio de todas as pessoas.A figura mais célebre por lá era o jaburu que, aliás, é tuiuiú <strong>no</strong> dialeto pantaneiro.Arara-azul? Quá! Nem pensar. Que dizer do arancuã, príncipe-negro, joaninha,casaca-de-couro, joão-pinto, jaó, quebra-coco, tabuiaiá, gavião-caramujeiro, taiamã,sangue-de-boi, bico-de-prata e todos os outros? Eram meros coadjuvantes de umcenário quase que desconhecido. As <strong>aves</strong> pantaneiras, <strong>no</strong> seu a<strong>no</strong>nimato científicopassavam mais ou me<strong>no</strong>s pelo que narrou Ma<strong>no</strong>el de Barros: "O <strong>no</strong>me de umpassarinho que vive <strong>no</strong> cisco é joão-ninguém...".Com o tempo, foram aparecendo muitos meios para se estudar e conhecer as <strong>aves</strong>pantaneiras. Livros, revistas, programas de TV e, modernamente, sites da internet.Mas ainda falta muito; e é assim que vejo a presente obra, que tenho a honra deapresentar.Alessandro Pacheco Nunes e Walfrido Moraes Tomas; esses dois são tipos daquelaspessoas que vêm para ficar. Alessandro, ou udu, é estudante de pós-graduação emEcologia e Conservação da UFMS e pesquisador bolsista na Embrapa Pantanal. Temse dedicado há quase uma década à avifauna do Mato Grosso do Sul, inclusivecoordenando a lista das <strong>aves</strong> <strong>ocorrentes</strong> neste tão pouco conhecido estadobrasileiro, por ele escolhido como sua segunda localidade-tipo. Nada escapa ao seuolhar atento: vai da ecologia passa ao estudo com comportamento, visitando commais freqüencia o campo da composição de avifauna, entremeado na biogeografia,que o permitiu escrever várias contribuições científicas, inclusive uma mo<strong>no</strong>grafiasobre as <strong>aves</strong> ameaçadas do Pantanal. Com não me<strong>no</strong>s dedicação costuma

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!