2SumárioAves migratórias e nômades <strong>ocorrentes</strong> <strong>no</strong> Pantanal ..........11Introdução .......................................................................................11O Pantanal ......................................................................................17Aves migratórias e nômades <strong>no</strong> Pantanal ...............................21Migrantes Intercontinentais......................................................25Migrantes Intracontinentais......................................................36Nômades ...............................................................................65Habitats ................................................................................73Guildas tróficas ......................................................................80Sanidade animal.............................................................................90Conservação...................................................................................93Apêndice I .......................................................................................97Glossário........................................................................................107Referências ...................................................................................108
Aves migratórias e nômades<strong>ocorrentes</strong> <strong>no</strong> PantanalAlessandro Pacheco NunesWalfrido Moraes TomasIntroduçãoA migração das <strong>aves</strong> é um dos fenôme<strong>no</strong>s mais espetaculares e temintrigado os homens há muitos séculos, dando origem a muitasespeculações, mistérios, superstições e interpretações religiosas (Andrade,1997).Para o Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Migratórias(IBAMA/CEMAVE, 2008), migração é o termo que define os deslocamentosrealizados anualmente, repetidamente, de forma sazonal, por determinadapopulação animal, que se desloca de um ponto A (área de reprodução) paraum ponto B (áreas de alimentação, descanso, etc), em uma determinadaépoca do a<strong>no</strong>, retornando posteriormente ao ponto A, completando o ciclobiológico. Ao <strong>no</strong>madismo, o (IBAMA/CEMAVE, 2008) atribuem osdeslocamentos não estacionais, que estão associados à resposta rápida aalterações ambietais não antrópicas, tais como chuvas, secas prolongadas,incêndios, redução ou aumento na disponibilidade de alimento, dentreoutros fenôme<strong>no</strong>s. O Global Register of Migratory Species (GROMS, 2008),utiliza a definição estabelecida pelo Convention on Migratory Species (CMS,2008), considerando espécies migratórias como “o conjunto da populaçãoou partes geograficamente isoladas da população, de algumas espécies ougrupo taxonômico de animais silvestres, do qual uma parcela significativaatr<strong>aves</strong>sa uma ou mais fronteiras da jurisdição nacional”. O <strong>no</strong>madismo édefinido como deslocamento em função da variação temporal de recursos(GROMS, 2008).Mudanças climáticas decorrentes das glaciações <strong>no</strong> Pleistoce<strong>no</strong>ocasionaram a extinção de muitas espécies de <strong>aves</strong>, mas ao mesmo tempo,promoveu a evolução da migração periódica, nas escalas mais diversas,como uma adaptação ao intemperismo (Williams e Webb III, 1996; Alerstanet al., 2003).