11.07.2015 Views

séries univariantes de tempo - metodologia de Box & Jenkins

séries univariantes de tempo - metodologia de Box & Jenkins

séries univariantes de tempo - metodologia de Box & Jenkins

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

(/Jmt/)pllllllFundação <strong>de</strong> Economia e Estatística60orn-t m3•Boiono xséries<strong>univariantes</strong><strong>de</strong> <strong>tempo</strong> -<strong>metodologia</strong> <strong>de</strong><strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>lPORTO ALEGRE, RS - N.4-AGOSTO 1982


F529Fischer, SérgioSeries <strong>univariantes</strong> <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> — <strong>metodologia</strong><strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>. Porto Alegre, FEE, 1982.186p. ilust. (Teses, A)1. Estatística. 2. Econometria. I. TituloCDU 311:330.115Tiragem: 600 exemplaresToda a correspondência para esta publicação <strong>de</strong>vera ser en<strong>de</strong>reçadaã:FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICARua Gen. Vitorino, 77 - 29 andar90.000 - Porto Alegre-RSAdministração Amaral <strong>de</strong> Souza


SUMÁRIOLISTA DE FIGURAS 5LISTA DE QUADROS 8APRESENTAÇÃOi ll - INTRODUÇÃO 131.1 — A Problemática 13l .2 — A Importância das Séries Econômicas <strong>de</strong> Tempo 17l .3 — O Conceito <strong>de</strong> Série Temporal 191.4-0 Significado da Análise <strong>de</strong> Séries Temporais 212- SOBRE SÉRIES TEMPORAIS E PROCESSOS ESTOCÁSTICOS 232.1 — Processos Estocásticos e suas Propneda<strong>de</strong>s 232.2 - Caracterização <strong>de</strong> um Processo Estocástico 242.3 — Processos Estacionários e Não Estacionários 252.4 — Proprieda<strong>de</strong>s dos Processos Estacionários 272.5 — Processos Evolutivos Homogêneos 282.6 — A Função <strong>de</strong> Auto correlação 293- OS MODELOS DE BOX & JENKINS 393.1 - Fundamentos 393.2 - Mo<strong>de</strong>lo Média Móvel 463.3 - Mo<strong>de</strong>lo Auto-Regressivo 513.4 - Mo<strong>de</strong>lo Auto-Regressivo - Média Móvel 57;i'3.5 - Mo<strong>de</strong>lo Auto-Regressivo Integrado - Me'dia Móvel 62l 4-0 PROCESSO DE MODELAGEM 69% 4.1 — Mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> Séries Não Sazonais: Mo<strong>de</strong>lo ARIMA (p, d, q) ... 694.2 — Mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> Séries Sazonais: Mo<strong>de</strong>lo SARIMA (p, d, q) xx (P, D, Q) 995-0 MÉTODO DE PREVISÃO DE BOX & JENKINS 1015.1 - Introdução 1015.2 - O Processo <strong>de</strong> Previsão 1045.3 — A Atualização das Previsões 111


5.4 — Previsões por Intervalo 1135.5 — Previsões para Séries Sazonais 1145.6 — PrevisJo com Dados Transformados 1156 - APLICAÇÕES PRÁTICAS DO MÉTODO DE BOX & JENKINS 1176.1 - Nota Introdutória 1176.2 — Previsões para o índice Geral <strong>de</strong> Preços (Custo <strong>de</strong> Vida) para aCida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre 1186.3 — Previsões para o Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> doSul 1397- CONSIDERAÇÕES FINAIS 159ANEXO I - Manual dos Comandos Necessários para a Operação das RotinasComputacionais 165ANEXO II - Relatórios <strong>de</strong> Saída do Computador: Previsões para o índice<strong>de</strong> Preços ao Consumidor, Usando Diversos Mo<strong>de</strong>los Supostosna Fase <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntificação 175ABSTRACT 181BIBLIOGRAFIA 183


LISTA DE FIGURASCAPÍTULO 2Figura l — Correlograma característico <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> ruído branco . . 32Figura 2 — Correlograma característico <strong>de</strong> uma série não estacionaria .... 34Figura 3 — Correlograma característico <strong>de</strong> uma série estacionaria 35Figura 4 — Produção suína nos Estados Unidos (em milhões <strong>de</strong> cabeças pormés)-jan./62-<strong>de</strong>z./71 36Figura 5 - Correlograma da série <strong>tempo</strong>ral da produção suína nos EstadosUnidos, exposta na Figura 4 36Figura 6 — Produção suína nos Estados Unidos — jan./62-<strong>de</strong>z./71. Função<strong>de</strong> autocorrelação <strong>de</strong> (Y t - Y t .j2) 37Figura 7 — Produção suína nos Estados Unidos — jan./62-<strong>de</strong>z./71. Função<strong>de</strong> autocorrelação <strong>de</strong> V(Y t - Y t .j2) 37CAPITULO 3Figura l — Diagrama <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> filtro linear para séries <strong>tempo</strong>rais . . 45Figura2 — Diagrama do processo ARIMA para mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> séries <strong>tempo</strong>rais45Figura 3 — Regiões <strong>de</strong> admissão para que um MA(2) seja inversível 50Figura 4 — Gráfico <strong>de</strong> uma série não estacionaria quanto ao nível 64Figura 5 — Gráfico <strong>de</strong> uma série não estacionaria quanto ao nível e à inclinação65CAPÍTULO 4Figura l - Gráfico "Amplitu<strong>de</strong> x Média" para alguns valores possíveis <strong>de</strong> X 71Figura 2 - Correlograma <strong>de</strong> um processo não estacionário não sazonal.... 72


Figura 3 - Correlograma <strong>de</strong> um processo não estacionário sazonal 72Figura 4 — Correlograma <strong>de</strong> um processo não estacionário sazonal 72CAPITULO 6Figura l - Gráfico da série IPC - jan./75-<strong>de</strong>z./81 119Figura2 — Gráfico "Amplitu<strong>de</strong> x Média" para a série índice <strong>de</strong> Preços aoConsumidor — jan./75-out./81 120Figura 3 - Gráfico da série Y t = In X^on<strong>de</strong> Xj é a série observada do IPC . 121Figura 4 — Gráfico da funçã~o <strong>de</strong> autocorrelaçá"o da série Y^ 122Figura 5 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série vYf- 123Figura 6 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série V 2 Y^ 124Figura 7 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série V 3 Y{ 125Figura 8 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação parcial da série V 2 Y(- . . . . 127Figura 9 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série <strong>de</strong> resíduos para omo<strong>de</strong>lo V 2 In X t = (l - 0,79113B)a t 135Figura 10 - Gráfico da PACF da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>loV 2 lnX t = (l - 0,79113B)a t 135Figura 11 — Gráfico da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>loV 2 lnX t = (l - 0,79113B)a t 136Figura 12 — Relatório <strong>de</strong> saída do computador: gráfico dos valores previstos,para o ano <strong>de</strong> 1982, do IPC 137Figura 13 — Gráfico da série consumo <strong>de</strong> energia elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> doSul - jan./70-out./79 140Figura 14 — Gráfico "Amplitu<strong>de</strong> x Média" para a série consumo <strong>de</strong> energiaelétrica no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul — jan./70-out./81 141Figura 15 — Gráfico da série T{ = In Z^, on<strong>de</strong> Z^ é a série observada do consumo<strong>de</strong> energia elétrica 142Figura 16 - Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série T t 143Figura 17 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série VT^ 144Figura 18 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série V 2 T( 145Figura 19 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série VV 12 Tt 146Figura 20 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação parcial da série VT^ 148Figura 21 — Gráfico da ACF da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>lo(l-0,940558' 2 )V lnZ t = (l-0,57944B)(l-0,63588B 12 )a t 153


Figura 22 — Gráfico da PAC da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>lo(l _0,940556' 2 )V lnZ t =(l-0,57944B)(l-0,63588B 12 )a t 154Figura 23 — Gráfico da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>lo(l-0,94055B 12 )VlnZ t =(l-0,579448)(1-0,635888 12 )a t 155Figura 24 - Relatório <strong>de</strong> saída do computador: gráfico dos valores previstospara nov./81-out./82 (j o consumo <strong>de</strong> energia elétrica gaúcho . . . 157


LISTA DE QUADROSCAPITULO 4Quadrol — Comportamento das funções <strong>de</strong> autocorrelaçffo e autocorrelaçãoparcial para o processo ARIMA (p, d, q) <strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns maiscomumente encontradas na prática 75Quadro 2 - Obtenção dos valores <strong>de</strong> a t em um mo<strong>de</strong>lo W t = (l — 0,4B)a t . 90Quadro 3 - Obtenção dos valores <strong>de</strong> a t em um mo<strong>de</strong>lo W t = (l - 0,4F)e t . 92CAPITULO 6Quadrol — índice <strong>de</strong> Preços ao Consumidor (custo <strong>de</strong> vida) em Porto Alegre-jan./75-<strong>de</strong>z./81118Quadro 2 — Valores numéricos da ACF para as séries Y t e VYj 125Quadro 3 — Valores numéricos da ACF para as séries V 2 Y t e V 3 Y{ 126Quadro 4 — Valores numéricos da PACF para a série V 2 Y t 127Quadro5 — Principais informações estatísticas dos mo<strong>de</strong>los supostos paraa série índice <strong>de</strong> Preços ao Consumidor para a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> PortoAlegre 132Quadro 6 — Relatório <strong>de</strong> saída do computador: previsão para os valoresmensais do IPC - 1982 136Quadro 7 - Previsto para os valores mensais do IPC - 1982 138Quadro 8 — Consumo mensal <strong>de</strong> energia elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul —jan./70-out./81 139Quadro 9 — Valores numéricos da ACF para as séries T^ e VT^ 147Quadro 10 — Valores numéricos da ACF para as séries V 2 Tj e VV 12 T^ . . . . 147Quadro 11 — Valores numéricos da PACF para as séries T| e V Tf 149Quadro 12 — Principais informações estatísticas dos mo<strong>de</strong>los supostos paraa série consumo <strong>de</strong> energia elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul —jan./70-out./81 151


Quadro 13 - Relatório <strong>de</strong> saída do computador: previsão para os valoresmensais do consumo <strong>de</strong> energia elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> doSul -nov./81-out./82 156Quadro 14 - Previsão para os valores mensais do consumo <strong>de</strong> energia elétricagaúcho — nov./81-out./82 157


APRESENTAÇÃOEste trabalho <strong>de</strong> dissertação <strong>de</strong> mestrado consiste em uma análise da <strong>metodologia</strong><strong>de</strong>senvolvida pelos professores George E. P. <strong>Box</strong> e Gwilym M. <strong>Jenkins</strong> para a análise<strong>de</strong> séries <strong>tempo</strong>rais <strong>univariantes</strong> e sua aplicação a variáveis da realida<strong>de</strong> econômicagaúcha.A escolha <strong>de</strong>sse tema surgiu <strong>de</strong> uma conversa com a colega Economista Sara Brumerque, após' experiência profissional em Madrid, on<strong>de</strong> havia iniciado seu curso <strong>de</strong> doutoradoem Economia, salientava a importância que a <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>tivera no estudo da Análise <strong>de</strong> Séries Temporais.A curiosida<strong>de</strong> sobre a <strong>metodologia</strong> e a infrutífera busca <strong>de</strong> material bibliográfico noRio Gran<strong>de</strong> do Sul, que apresentasse o assunto <strong>de</strong> forma acessível e capaz <strong>de</strong> proporcionarcondições <strong>de</strong> operacionalização, notadamente aos economistas poucohabilitados a um tratamento estatístico mais sofisticado dos dados da realida<strong>de</strong> econômica,levaram-me a <strong>de</strong>senvolver esse tema.A idéia central que norteou o estudo foi expor o assunto com uma estrutura que,além <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver a <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> propriamente dita, incluíssea análise dos pré-requisitos estatísticos, proporcionando, assim, condiçõ"es para queo documento tivesse um <strong>de</strong>talhamento técnico que suprisse a <strong>de</strong>ficiência bibliográficaencontrada e servisse <strong>de</strong> manual aos usuários da Análise <strong>de</strong> Séries Temporais.Para a realização <strong>de</strong>ste trabalho, contei com a colaboração <strong>de</strong> colegas e professoresa quem sou grato. Devo um especial agra<strong>de</strong>cimento à Fundaçâ"o <strong>de</strong> Economia eEstatística que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> incentivo ao <strong>de</strong>senvolvimento científicoie sua- equipe técnica, proporcionou as condições materiais para minha formaçSoacadêmica a nível <strong>de</strong> mestrado.


A presente dissertação, orientada pelo Pró f. Carlos AugustoCrusius, foi <strong>de</strong>fendida no Centro <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas Econômicasda Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul (IEPE), para a obtençãodo título <strong>de</strong> Mestre em Economia, no dia 12 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1982.A banca examinadora foi composta pelos professores HerbertGuarini Calhau — Presi<strong>de</strong>nte da Banca —, Carlos Augusto Crusius eErnani Hickmann, todos do IEPE.


l - INTRODUÇÃO1.1 — A ProblemáticaO <strong>de</strong>senvolvimento científico do século XX tem mostrado profundas transformaçõesno que tange aos métodos <strong>de</strong> análise das ciências sociais.Nos séculos anteriores, as pesquisas nessas áreas caracterizavam-se,basicamente, pela acumulação, organização e classificação dos fatos observadosem investigações empíricas. A pobreza conceituai não permitiaa total compreensão dos movimentos das variáveis sociais, fato que resultava,comumente, em uma falta <strong>de</strong> clareza e precisão em suas análises.A partir do final do século passado, uma verda<strong>de</strong>ira revolução no modo<strong>de</strong> pesquisa <strong>de</strong>ssas ciências começou a tomar vulto. Iniciou-se uma etapa<strong>de</strong> conscientização <strong>de</strong> que o objetivo da pesquisa social não é simplesmenteo acúmulo e a organização <strong>de</strong> informações, mas, principalmente,a sua compreensão.A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r os mecanismos envolvidos nas relações do mundoreal induziu o pensamento cientifico a ressaltar o valor das teorias,notadamente aquelas formuladas com o auxilio da Matemática, e abusca <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los teóricos específicos tornou-se elemento natural daspesquisas na análise social.A necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> "mo<strong>de</strong>lizaçao 1 do mundo real tem estimulado, <strong>de</strong> formaintensa, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos métodos, cada vez mais potentes,capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver com maior grau <strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação as inter-relações entreas variáveis sociais.Na Ciência Econômica, a busca incessante <strong>de</strong> sistemas esquemáticos simplificados,capazes <strong>de</strong> simular e quantificar a complexida<strong>de</strong> das relaçõesexistentes na ativida<strong>de</strong> econômica, tem sido uma das característicasmais marcantes em seu <strong>de</strong>senvolvimento neste século. A integraçãoocorrida entre essa Ciência e os instrumentos quantitativos proporcionoucondições <strong>de</strong> confrontação <strong>de</strong> seu avanço teórico com os dados numéricosdo mundo real, <strong>de</strong> tal modo que se po<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o avanço daTeoria Econômica do ultimo século intimamente vinculado aos aperfeiçoamentosdos seus métodos quantitativos, on<strong>de</strong> o progresso <strong>de</strong> um é estimuloe necessida<strong>de</strong> exigida pelo outro.O marco inicial da utilização <strong>de</strong> métodos numéricos na análise econômicapo<strong>de</strong> ser situado no século passado 2 , com as investigações teóricasPara fins <strong>de</strong>ste trabalho, o conceito <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo e' o mesmo utilizado por ZEITOUN (1971): "Um mo<strong>de</strong>lo é uma representação<strong>de</strong> uma realida<strong>de</strong> provaVel ou concreta, equivalente em sua expressão a um conjunto <strong>de</strong> variáveis e <strong>de</strong>Deve-se lembrar, entretanto, que já em e'pocas anteriores os métodos numéricos foram utilizados <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>screvers movimenlos econômicos, embora sem uma elaboração teórica consistente como a que se verificou no séculopass do a partir dos trabalhos <strong>de</strong> Cournot c Walras. Os mercantilistas, no século XV,<strong>de</strong>screviam precariamente, <strong>de</strong>forn d contábil, seus movimentos comerciais <strong>de</strong> além-mar. Posteriormente, no período tisiocrata, Qucsnay, atravésdo s u famoso "'lableau économique", proporciona o primeiro trabalho elaborado numericamente para <strong>de</strong>screvero íu cinn;nncnto elobal <strong>de</strong> um sistema econômico.


14<strong>de</strong> Cournot e Walras, entre outros , para assuntos microeconomicos.Cournot, através das suas "Recherches sur lês príncipes mathematiques<strong>de</strong> Ia theorie dês richesses", <strong>de</strong> 1838, proporcionou um trabalho pioneiroque estimulou a elaboração <strong>de</strong> todo um novo tratamento analítico emEconomia, não apenas em termos <strong>de</strong> teoria, mas também, e principalmente,em termos <strong>de</strong> método. Cournot foi o primeiro pensador a empregar ocalculo integral na analise econômica. Foi ele também o precursor dosmétodos gráficos, utilizando diagramas cartesianos para expressar asrelações entre variáveis econômicas .Seu trabalho pioneiro significou o inicio da Economia Matemática, queteve seguidores em todo o mundo, passando a Matemática a ser vista comoalgo indispensável ao pensamento econômico, como um instrumento paraa exposição <strong>de</strong> idéias e como um meio para expressar hipóteses paraa analise das relações no sistema econômico.Posteriormente, Walras, em Lausanne, com seu "Élements d'economie politiquepurê", <strong>de</strong> 1874, sistematizou a analise matemática na CiênciaEconômica, passando a ser, conjuntamente com Cournot, o fundador daescola matemática <strong>de</strong> economistas. A Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lausanne tornou-seconhecida no campo da Economia Matemática através dos trabalhos <strong>de</strong> Walrase seu mais próximo sucessor, Vilfredo Pareto. Este, em seu "Coursd'économie politique", sistematizou as leis da produção e da distribuição,atualmente conhecidas como "Leis <strong>de</strong> Pareto", sendo um dos primeiros(<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> Edgeworth) a trabalhar com cui /as <strong>de</strong> indiferença paraexplicar a procura e eliminar a critica, segundo a qual a utilida<strong>de</strong>marginal não po<strong>de</strong> ser medida quando comparada ao custo marginal.Foram os economistas <strong>de</strong> Lausanne os gran<strong>de</strong>s representantes do <strong>de</strong>senvolvimentodo equilíbrio geral, usando o tratamento <strong>de</strong> equações simultâneas.Des<strong>de</strong> então, a quantificação passa a ser vista como uma das bases da<strong>de</strong>scrição da realida<strong>de</strong> econômica, e a Matemática torna-se instrumentoindispensável para o economista.Nas três primeiras décadas do século XX, ganha realce a pesquisa comvistas ao estabelecimento <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los matemáticos para representar fenômenosmacroeconômicos. Esses <strong>de</strong>staques aos me todos quantitativos culminaramcom a fundação da Socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Econometria, no ano <strong>de</strong> 1933,criada com o imperativo cientifico <strong>de</strong> estimular, orientar e divulgartrabalhos teóricos e práticos <strong>de</strong> Economia Matemática para a verificaçãodas idéias econômicas.O <strong>de</strong>senvolvimento dos métodos matemáticos em Economia proporciona umalargamento <strong>de</strong> suas potencialida<strong>de</strong>s na "mo<strong>de</strong>lização" da ativida<strong>de</strong> econômica.Um gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> linhas <strong>de</strong> estudos com instrumental quantitativoe pesquisado e divulgado. A preocupação com a análise dinâmicadas variáveis macroeconômicas torna-se constante.O florescimento das investigações matemáticas na Economia teve va'rios seguidores: Jevons, Menger, Cassei,tdgeworth, Wicksell e tantos outros, preocupados, notadamente, com a mensuracâo da utilida<strong>de</strong> na Teoria doConsumidor. Para maiores <strong>de</strong>talhes sobre o assunto ver, entre outros, MALANOS (1969) e BELL (1961).Sua postulação <strong>de</strong> que a oferta e a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong>terminam o preço estí totalmente expressa em termos <strong>de</strong> diagramascartesianos bidimensionais (BELL, 19611.


já na época da l? Guerra Mundial, muitos cientistas estavam preocupadoscom o estudo <strong>de</strong> fenômenos que mostravam variação no <strong>tempo</strong>, notadamenteaqueles que pu<strong>de</strong>ssem proporcionar a compreensão da natureza, daintensida<strong>de</strong> e do controle do comportamento cíclico da ativida<strong>de</strong> econômica,na esperança <strong>de</strong> que talvez fosse possível prever esses fenômenose, em conseqllencia, diminuir os efeitos nefastos que suas crises causavamou, ate mesmo, evitar sua repetição.Nas primeiras décadas <strong>de</strong>ste século, um numero elevado <strong>de</strong> estudos sobreo acompanhamento dos negócios foi elaborado. A constatação <strong>de</strong> certasregularida<strong>de</strong>s dos fenômenos econômicos, justaposta a sua inerente dificulda<strong>de</strong><strong>de</strong> mensuraçao, e o crescente interesse das instituições públicase privadas em obterem previsões sobre o comportamento dos negóciosem vários setores da ativida<strong>de</strong> econômica estimularam o estabelecimentoe o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos rumos sobre o assunto.Os estudos <strong>de</strong> acompanhamento das flutuações dos negócios em seus váriossetores econômicos vão proporcionar subsídios para uma época <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>euforia em construções dos chamados "barometros <strong>de</strong> conjuntura" 5 . Através<strong>de</strong>sse instrumental, pela primeira vez, via-se estabelecida uma ligaçãoestreita entre a Estatística e a Economia Política.As idéias que norteavam a constituição <strong>de</strong>sses barometros tinham origemnos trabalhos <strong>de</strong> Juglar , e se caracterizavam como uma tentativa <strong>de</strong> estabelecimento<strong>de</strong> relações entre, os movimentos do mercado <strong>de</strong> mercadorias(industriais e comerciais), do mercado monetário e do mercado <strong>de</strong>aplicações financeiras com as oscilações da ativida<strong>de</strong> econômica. A contínuaobservação das variações das series <strong>de</strong>sses três mercados permitiaconstatar que, embora <strong>de</strong>screvessem as mesmas variações cíclicas,essas ocorriam em momentos distintos <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>. Assim, o conhecimento <strong>de</strong>uma <strong>de</strong>ssas series proporcionava os meios para prever a evolução das outrasduas.Na década <strong>de</strong> vinte, os estudos das estatísticas econômicas e dos negóciosrefletiam um pensamento homogêneo sobre a análise das variáveis no<strong>tempo</strong>. Os barometros construídos na Inglaterra e na Bélgica eram muitoparecidos com os <strong>de</strong> Harvard e Berlim. As séries <strong>tempo</strong>rais eram, em geral,agregados macroeconômicos e incluiam a maioria dos registros estatísticosdisponíveis que pu<strong>de</strong>ssem, <strong>de</strong> alguma forma, clarear o fenômenodos ciclos da economia.A gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>pressão do final dos anos vinte trouxe consigo o questionamento<strong>de</strong> todas as áreas <strong>de</strong> pensamento da Ciência Econômica. O Comitê <strong>de</strong>Pesquisas Econômicas da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Harvard não só não previu o"crack" <strong>de</strong> Wall Street, como também o negou enquanto foi possível.Em 1936, a publicação da "Teoria Geral do Emprego, Juros e Moedas" <strong>de</strong>Lord John M. Keynes revoluci-onou a forma <strong>de</strong> pensar a Teoria Econômica.Entretanto a época não era propicia ao florescimento <strong>de</strong> discussões eidéias sobre o pensamento econômico. A 2 a Guerra Mundial não permitia15Filtre os principais "barômctros", <strong>de</strong>stacavamse o Barômetro <strong>de</strong> Harvard, criado cm 1917 pelo Harvard Committcctbr tconomic Research, e o do Institui tür Konjunlurforschung, fundado em 1925, em Berlim. Ver a respeito, entreoutros, PIATH:R (1967).' Clcmcnt Juglar, em 1857, publica "Lês crises commerciales et leur retour périodiquc", no qual. pela primeira vez, cmostrado o cara'ter cfclico das crises, até então consi<strong>de</strong>radas aci<strong>de</strong>ntais.


16que as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pesquisa alcançassem a intensida<strong>de</strong> que a revoluçãokeynesiana havia proporcionado ã Teoria Econômica, em termos <strong>de</strong>discussão acadêmica da valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua base teórica e da comprovação,-através <strong>de</strong> testes empíricos, do valor <strong>de</strong> seus métodos <strong>de</strong> análise.Mesmo assim, a resposta insatisfatória dos barometros aos problemaseconômicos da época tinha sedimentado a idéia <strong>de</strong> que a forma <strong>de</strong> pensaros ciclos econômicos nos anos vinte também <strong>de</strong>veria sofrer drásticas modificaçõespara aten<strong>de</strong>r aos requisitos da nova síntese econômica.Ligado ao objetivo básico <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> informações sobre os ciclosda economia, o campo da analise das series <strong>tempo</strong>rais veio, no <strong>de</strong>correrdos primeiros quarenta anos do século, sedimentando-se sobre uma <strong>metodologia</strong>cuja característica tem sido norteada no sentido <strong>de</strong> buscar separara variação apresentada pela série <strong>de</strong> observações no <strong>tempo</strong> em quatrocomponentes distintos: tendência, sazonalida<strong>de</strong>, ciclo e aleatorieda<strong>de</strong>.O procedimento comumente aceito, a época, para o tratamento das series<strong>tempo</strong>rais, com vistas a proporcionar informações sobre aspectos cíclicosdas ativida<strong>de</strong>s econômicas, era o seguinte :- estimar a componente sazonal com a ajuda <strong>de</strong> uma media movei <strong>de</strong> comprimentocorrespon<strong>de</strong>nte ao período do ciclo da sazonalida<strong>de</strong> e posterioreliminação <strong>de</strong>ssa componente da serie original;- estimar a tendência da serie sem a componente sazonal, por meio <strong>de</strong>uma função <strong>de</strong> regressão, cujos parâmetros po<strong>de</strong>riam ser obtidos pormínimos quadrados;- analisar, através da visualização grafica da serie residual (posteriorã eliminação das componentes sazonal e ten<strong>de</strong>ncial), seu respectivocomportamento em comparação as <strong>de</strong>mais series econômicas.A lógica implícita nesse tipo <strong>de</strong> analise era que, embora esse procedimentopropiciasse visualizar comportamentos distintos com respeito ãtendência e as flutuações sazonais entre as diversas series econômicas,se essas peculiarida<strong>de</strong>s individuais fossem eliminadas,os padrões <strong>de</strong> variaçãoremanescentes em qualquer série lançariam alguma luz sobre o objetivomaior que era o ciclo dos negócios.Nos anos quarenta, os analistas econômicos <strong>de</strong>dicados aos estudos dosciclos, apôs refletirem sobre o comportamento <strong>de</strong>ssas series <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>e os novos rumos alcançados pela Teoria Econômica, constataram que essetipo <strong>de</strong> enfoque pouco estava colaborando com a teoria em sua busca<strong>de</strong> explicação para o funcionamento da economia.Em parte, os analistas estavam constatando seu limitado instrumental<strong>de</strong> trabalho: método <strong>de</strong> pesquisa quantitativa pouco sofisticado, pequenonumero <strong>de</strong> variáveis e <strong>de</strong> equações com as quais os mo<strong>de</strong>los macroeconômicoseram formulados, series pequenas, em geral com periodicida<strong>de</strong><strong>de</strong> <strong>tempo</strong> que não satisfazia as necessida<strong>de</strong>s da análise. Mesmo assim, os<strong>de</strong>fensores <strong>de</strong>sses mo<strong>de</strong>los macroeconômicos mantinham a convicção <strong>de</strong> queAtualmente, a bibliografia especializada sobre séries <strong>tempo</strong>rais <strong>de</strong>nomina esse procedimento <strong>de</strong> análise clássica oume'todo <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição. Para uma <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong>talhada, ver, entre outros: FOX (1968), HADLEY (1968), HAM-BURG (1970).


suas concepções básicas estavam corretas. Concordavam, entretanto, queseus mo<strong>de</strong>los agregativos não atendiam satisfatoriamente às finalida<strong>de</strong>s(FOX, 1968) .A partir do final da década <strong>de</strong> cinqllenta, o <strong>de</strong>senvolvimento da tecnologia<strong>de</strong> computação eletrônica permitiu aos economistas, interessadosna <strong>de</strong>scrição quantitativa do mundo dos negócios, intenso intercâmbio <strong>de</strong>idéias, tecnologias e conhecimento <strong>de</strong> fatores institucionais do funcionamentoda ativida<strong>de</strong> econômica com pesquisadores <strong>de</strong> outras áreas do conhecimentocientifico. Alem do maior numero <strong>de</strong> informações numéricasdisponíveis e do maior entendimento da teoria estatística, que estimulamo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas técnicas quantitativas, a Economia Matemáticaadquire expressivo avanço, tendo em vista sua maior integraçãocom os <strong>de</strong>mais campos da. ciência.Dentre os muitos exemplos <strong>de</strong> novos métodos quantitativos criados recentementepara simular a realida<strong>de</strong> e fazer previsões sobre o futuro,<strong>de</strong>staca-se a <strong>metodologia</strong> que os professores George E. P. <strong>Box</strong> e GwilymM. <strong>Jenkins</strong> <strong>de</strong>senvolveram para analisar o comportamento <strong>de</strong> variáveisatravés <strong>de</strong> séries <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>.Essa <strong>metodologia</strong> foi <strong>de</strong>senvolvida no <strong>de</strong>correr dos anos sessenta e divulgadano ano <strong>de</strong> 1970, na obra intitulada "Time series analysis: Forecastingand control" (BOX & JENKINS, 1976).O fundamento do trabalho elaborado por esses dois autores está assentadona possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> alguns mo<strong>de</strong>los lineares que seapresentam potencialmente capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver, com relativa precisãoe <strong>de</strong> forma parcimoniosa, o comportamento do processo estocastico gerador^daserie <strong>tempo</strong>ral em analise, proporcionando, por conseguinte, previsõesacuradas <strong>de</strong> valores futuros.O objeto <strong>de</strong>ste trabalho <strong>de</strong> dissertação para a obtenção do grau <strong>de</strong> Mestreem Ciências Econômicas e uma analise da <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong>senvolvida por<strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> e sua aplicação a dados da realida<strong>de</strong> econômica do RioGran<strong>de</strong> do Sul.A importância <strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> estudo resi<strong>de</strong> na divulgação <strong>de</strong> uma <strong>metodologia</strong>que tem-se mostrado extremamente potente para a "mo<strong>de</strong>lizaçao" <strong>de</strong>variáveis dinâmicas. O estudo visa a apresentar a <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> formaacessível e capaz <strong>de</strong> proporcionar condições <strong>de</strong> operacionalizaçao <strong>de</strong>sseinstrumento estatístico relativamente complexo e, portanto, <strong>de</strong> difícilacesso aos economistas pouco habilitados a um tratamento estatísticomais sofisticado dos dados da realida<strong>de</strong> econômica.17l .2 — A Importância das Séries Econômicas <strong>de</strong> TempoA Econometria é o ramo da Ciência Econômica que, através da analise estatísticada realida<strong>de</strong>, busca estabelecer proposições econômicas, <strong>de</strong>caráter quantitativo, que possibilitam não só compreen<strong>de</strong>r e analisar ocomportamento das variáveis sob uma <strong>de</strong>terminada base econômica teórica,como também permitem a previsão <strong>de</strong> seus comportamentos futuros.O método econométrico utiliza-se <strong>de</strong> procedimentos estatístico-matemãticos,com os quais proporciona ao economista condições <strong>de</strong> abstrair o


18funcionamento da realida<strong>de</strong> econômica, buscando sintetiza-la através daformulação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los teóricos.Dentre os instrumentos estatísticos usados em Econometria para o estabelecimentodas estimativas das relações funcionais propostas em seusmo<strong>de</strong>los teóricos, po<strong>de</strong>m-se <strong>de</strong>stacar dois gran<strong>de</strong>s grupos: aqueles queprocuram estimar relações entre variáveis econômicas, seja através <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> uma única equação, seja através <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los mais complexos,como os <strong>de</strong> múltiplas equações simultâneas; e aqueles que se valem <strong>de</strong>equações <strong>de</strong> serie <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>.Embora ambos os grupos <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los se caracterizem por suas finalida<strong>de</strong>s<strong>de</strong> <strong>de</strong>screver a realida<strong>de</strong>, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> serie <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> e bastante distintoem sua natureza. Ao contrario dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> regressão, não analisaseus movimentos os relacionando com uma ou um conjunto <strong>de</strong> outrasvariáveis causais que permitam explicar seu comportamento. O mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>serie <strong>tempo</strong>ral caracteriza-se por ser um estudo on<strong>de</strong> a previsão e o estabelecimento<strong>de</strong> seu mo<strong>de</strong>lo gerador são obtidos somente baseados nocomportamento passado da própria variável em estudo, sem a relacionarcom nenhuma outra, a não ser o <strong>tempo</strong>.Assim, a característica básica da analise das series <strong>tempo</strong>rais, que adistingue das outras análises estatísticas, é o reconhecimento explicitoda importância da or<strong>de</strong>m em que as observações são feitas: enquantoem muitos outros tratamentos estatísticos as observações po<strong>de</strong>m serconsi<strong>de</strong>radas in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, na analise das series <strong>tempo</strong>rais as sucessivasobservações são vistas como estatisticamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.Esse tipo <strong>de</strong> tratamento torna-se extremamente importante uma vez que,em muitas áreas do conhecimento, existem fenômenos cujo <strong>de</strong>senvolvimentoe variação assumem elevada importância com o passar do <strong>tempo</strong>. A análisedas series <strong>tempo</strong>rais permite que tanto os objetivos <strong>de</strong> previsãodo futuro, baseados nos dados passados, como os <strong>de</strong> controle do processoque gera a serie, possam ser conhecidos in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do comportamento<strong>de</strong> outras variáveis.De outra parte, a analise <strong>de</strong> series <strong>tempo</strong>rais po<strong>de</strong>-se tornar o único meio<strong>de</strong> tratamento estatístico disponível. É o^caso em que se apresenta difícil(ou ate mesmo impossível) a explicação do comportamento <strong>de</strong> uma variávelatravés <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo causai que busca explicar esse.s movimentosatravés <strong>de</strong> outras variáveis econômicas. Isso po<strong>de</strong> ocorrer quando:- os movimentos da variável são atribuíveis a fatores outros que, simplesmente,não são passíveis dp caracterização em mo<strong>de</strong>los causais ou,pelo menos, quando existe a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> avaliar quantitativamenteo efeito que apresentam para explicar o comportamento da variávelem estudo. É o caso, por exemplo, <strong>de</strong> se querer estabelecer o comportamentodo volume <strong>de</strong> vendas <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado artigo. Sua variaçãopo<strong>de</strong> ocorrer em resposta a variações <strong>de</strong> preços, a variações <strong>de</strong> rendada população, a variação <strong>de</strong> gostos e hábitos ou, simplesmente, por ciclos<strong>de</strong> sazonalida<strong>de</strong> que caracterizam o consumo <strong>de</strong>sses artigos. Amaioria<strong>de</strong>ssas causas apresenta efeitos nas variações <strong>de</strong> comportamento <strong>tempo</strong>ralda variável em analise. Porem, a intensida<strong>de</strong> dos efeitos <strong>de</strong> cadauma <strong>de</strong>ssas causas é bastante difícil (às vezes impossível) <strong>de</strong> ser caracterizadae quantificada;- u:esmo sendo possível quantificar seus efeitos, os coeficientes dosmo<strong>de</strong>los estimados possuem erros padrões relativamente gran<strong>de</strong>s, levandoa erros <strong>de</strong> estimativas bastante insatisfatórios;


- os custos do processo, no caso <strong>de</strong> ser possível a quantificação dosefeitos das variáveis, sejam elevados;- e <strong>de</strong>sejável a previsão futura do valor da variável e não se tem osvalores das variáveis explicativas para aquele <strong>de</strong>terminado períodoque se quer estimar. No caso <strong>de</strong>ssas variáveis serem também estimadas,^mesmo tendo-se um mo<strong>de</strong>lo que se ajuste bastante bem, com errospadrões <strong>de</strong> previsão pequenos, os erros padrões das variáveis explicativaspo<strong>de</strong>m não ser suficientemente pequenos, o que levará a estimativascom níveis <strong>de</strong> confiança inaceitáveis.Assim, a analise das séries <strong>tempo</strong>rais, ao se caracterizar como o estudoda variável, baseado unicamente no conhecimento dos seus valorespassados, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do comportamento das <strong>de</strong>mais variáveis, proporcionaum meio bastante útil para o tratamento numérico dos dadoseconômicos.19l .3 — O Conceito <strong>de</strong> Série TemporalDefine-se uma serie <strong>tempo</strong>ral como um conjunto <strong>de</strong> observações <strong>de</strong> uma variáveldispostas seqüencialmente no <strong>tempo</strong> . Conforme o conjunto gerado,po<strong>de</strong>-se classificar a série em continua ou discreta. Diz-se que asérie cronológica é discreta quando o conjunto <strong>de</strong> observações no <strong>tempo</strong>for finito ou infinito enumerãvel 9 . Caso contrário, isto é, se o conjuntogerado for infinito não enumeravel, diz-se que a serie e continua.A gran<strong>de</strong> maioria dos estudos econômicos que se valem do tratamento<strong>de</strong> séries <strong>tempo</strong>rais utiliza séries discretas, on<strong>de</strong> as observaçõessão geradas em um intervalo <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> com amplitu<strong>de</strong> constante.De outra parte, uma serie <strong>tempo</strong>ral po<strong>de</strong> ser classificada como <strong>de</strong>terministicaou estocastica. Diz-se que e <strong>de</strong>terministica quando os futurosvalores da série po<strong>de</strong>m ser estabelecidos precisamente por alguma relaçãofuncional matemática do tipo Y = f (Tempo). Será dita estocasticaquando seus futuros valores só pu<strong>de</strong>rem ser expostos em termos probabilisticos,uma vez que a serie esta <strong>de</strong>scrita por meio <strong>de</strong> uma relaçãofuncional que envolve não só o <strong>tempo</strong>, mas também uma variável aleatóriado tipo Y = f (Tempo, a) , on<strong>de</strong> "a" é o termo aleatório residual,cuja inclusão se torna necessária quando não se consegue explicar completamentealgum movimento irregular da serie através unicamente darelação matemática.Para fins <strong>de</strong>ste trabalho, somente se consi<strong>de</strong>rarão series <strong>tempo</strong>rais estocásticasdiscretas, cujas observações são geradas em intervalos <strong>de</strong><strong>tempo</strong> constantes.Na análise clássica, costuma-se classificar os movimentos da serie econômica<strong>de</strong> <strong>tempo</strong> em quatro tipos básicos <strong>de</strong> variações: a tendência, asvariações sazonais, as variações cíclicas e as variações aleatórias.Assim, as séries po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>radas como constituídas por essasA <strong>de</strong>finição dada aqui é <strong>de</strong> série <strong>tempo</strong>ral univariada. A generalização da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>ve conter séries multivariadas.Optou-se por essa <strong>de</strong>finição tendo em vista os objetivos especfficos do trabalho.


20quatro componentes e tem-se como objetivo especificar a magnitu<strong>de</strong> <strong>de</strong>cada um <strong>de</strong>sses movimentos para possibilitar <strong>de</strong>screver conjuntamente omovimento da série.A tendência, também chamada por alguns autores <strong>de</strong> tendência secular, ecaracterizada como aquele movimento regular e continuo <strong>de</strong> longo prazo,refletindo um movimento ascen<strong>de</strong>nte ou <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte em longo período <strong>de</strong><strong>tempo</strong>. De certa forma, po<strong>de</strong> ser vista como aquela componente que <strong>de</strong>screveas variações graduais que se mantém em um longo período <strong>de</strong> observaçãoda variável no <strong>tempo</strong>. Estatisticamente, po<strong>de</strong>-se caracteriza-lapelo fato <strong>de</strong> que a expectancia <strong>de</strong> Y, E(Y), varia no <strong>tempo</strong>.As variações sazonais são aquelas variações periódicas (cíclicas) queocorrem com certa regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um curto período <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>. Emborao próprio nome <strong>de</strong> a enten<strong>de</strong>r que esses movimentos ocorrem por umperíodo anual, <strong>de</strong> acordo com as estações climáticas, esses movimentospo<strong>de</strong>m ser estendidos a qualquer intervalo <strong>de</strong> curto prazo, como diário,horário, semanal, mensal, trimestral etc.As variações cíclicas são aquelas variações que se referem as oscilações<strong>de</strong> longo prazo que caracterizam, em geral, os ciclos econômicos.São as flutuações <strong>de</strong> longo prazo em torno da curva <strong>de</strong> tendência.As variações aleatórias, também chamadas residuais, referem-se não sóaqueles movimentos esporádicos ocasionados por eventos aleatórios imprevisíveis,tais como as calamida<strong>de</strong>s da natureza, mas também ao conjunto<strong>de</strong> todos aqueles movimentos da série que não foram passíveis <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificação em seus <strong>de</strong>mais componentes, uma vez que não obe<strong>de</strong>cem anenhuma lei comportamental capaz <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrita <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>terminística,através <strong>de</strong> relações funcionais exclusivamente matemáticas.Deve-se salientar, entretanto, que, mo<strong>de</strong>rnamente, a inclusão da componentecíclica e assunto bastante controverso entre os pesquisadores estatísticos10 . As variações cíclicas são pouco comuns. Basicamente, suaexistência resume-se a algumas series econômicas particulares, as quaisnem sempre são passíveis <strong>de</strong> caracterização. Uma parte <strong>de</strong> um ciclo <strong>de</strong>amplitu<strong>de</strong> bastante gran<strong>de</strong>, por exemplo, po<strong>de</strong> ser confundida com a componenteten<strong>de</strong>ncial, dado o conjunto relativamente pequeno <strong>de</strong> valoresobserváveis em contraste com a amplitu<strong>de</strong> que o ciclo po<strong>de</strong> ter. Tambémpo<strong>de</strong> ser muito difícil diferenciar as flutuações que são <strong>de</strong>vidas a componentecíclica daquelas estritamente aleatórias.Por essas razoes, é bastante comum, nas análises estatísticas <strong>de</strong> séries<strong>tempo</strong>rais, <strong>de</strong>compor os movimentos da série excluindo a componente cíclica.Assim, a serie e usualmente constituída <strong>de</strong> três componentes: atendência, que <strong>de</strong>screvera os movimentos regulares <strong>de</strong> longo prazo, on<strong>de</strong>se incluirão as flutuações cíclicas <strong>de</strong> longo prazo e que não po<strong>de</strong>m serpercebidas e explicitadas com os dados da série que se encontram disponíveis; a sazonalida<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>screvera as flutuações cíclicas <strong>de</strong>curto prazo; e o termo aleatório residual.Para algumas series econômicas, porem, julga-se que <strong>de</strong>va ser consi<strong>de</strong>radaa possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terem suas flutuações influenciadas por algumAlguns autores preferem, por essa razão, <strong>de</strong>nominar essa componente <strong>de</strong> tendôncia-ciclo.


movimento cíclico da ativida<strong>de</strong> econômica. Nesse caso, ceve ser buscadoinstrumental a<strong>de</strong>quado especifico para sua analise. Por exemplo, a utilizaçãoda analise econometrica dinâmica no estudo do ciclo.21l .4 — O Significado da Análise <strong>de</strong> Séries TemporaisA base do tratamento requerido pelas series <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> esta assentada napossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem tiradas conclusões sobre o comportamento passadoda variável e que po<strong>de</strong>rão ser úteis para proporcionar informaçõessobre o seu comportamento futuro provável. Os problemas fundamentaisque norteiam o estudo das series <strong>tempo</strong>rais dizem respeito,basicamente,a questões como: a serie exibiu, no passado, algum tipo <strong>de</strong> tendênciaque pos = a influenciar o seu comportamento futuro? A. série exibe algumtipo <strong>de</strong> comportamento cíclico, seja <strong>de</strong> curto ou longo prazo, que po<strong>de</strong>ráser extrapolado para o seu comportamento futuro?Se tais tipos <strong>de</strong> causas comportamentais estão presentes, po<strong>de</strong>r-se-ábuscar construir um mo<strong>de</strong>lo para os valores da variável seqüencialmentedispostos no <strong>tempo</strong>, <strong>de</strong> maneira que a variável possa ser estudada <strong>de</strong>forma a recaírem sobre o seu próprio comportamento passado os meios aserem utilizados para a avaliação <strong>de</strong> seu comportamento futuro provável,sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem estabelecidas relações explicativas dos efeitosda influencia <strong>de</strong> outras variáveis.Portanto a análise <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> série <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> significa um estudoque busca obter as características comportamentais sistemáticas da serie,capazes <strong>de</strong> propiciar a construção <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo que <strong>de</strong>screva os movimentospassados <strong>de</strong> uma variável, com o que se po<strong>de</strong>rá predizer os futurosmovimentos da mesma.Sua base teórica esta assentada na suposição <strong>de</strong> que a série tenha sidogerada por um processo estocastico, através do qual sua estrutura po<strong>de</strong>ser caracterizada e <strong>de</strong>scrita. Vale dizer que a análise do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> série<strong>tempo</strong>ral proporciona uma <strong>de</strong>scrição dos mecanismos e da naturezaaleatória do processo estocastico que gerou a amostra <strong>de</strong> observações emestudo. Sua <strong>de</strong>scrição e dada, não em termos <strong>de</strong> relação entre variáveis,como no mo<strong>de</strong>lo tradicional <strong>de</strong> regressão, mas sim em termos <strong>de</strong> como aaleatorieda<strong>de</strong> está embutida no processo.Basicamente, a analise <strong>de</strong> serie <strong>tempo</strong>ral pressupõe que exista um processo^estocasticogerador da série, ou seja, que, a cada possível realizaçãoaleatória da variável, esteja associada uma probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ocorrência da observação. Assim, o que se busca é <strong>de</strong>screver os mecanismosdo processo e as características <strong>de</strong> jua aleatorieda<strong>de</strong>, porquantoisso irá fornecer os meios para que se chegue a conclusões sobre asprobabilida<strong>de</strong>s associadas aos valores futuros alternativos da série.Em síntese, uma série <strong>tempo</strong>ral significa um conjunto <strong>de</strong> variáveis aleatóriasconjuntamente distribuídas no <strong>tempo</strong>. Sua análise baseia-se nasuposição da existência <strong>de</strong> alguma função que assume probabilida<strong>de</strong>s paratodas as possíveis combinações dos valores da variável. Conseqllentemente,se é possível <strong>de</strong>screver numericamente como é a estrutura probabilísticada variável no <strong>tempo</strong>, então po<strong>de</strong>r-se-a inferir sobre a probabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> um outro futuro valor.


2 - SOBRE SÉRIES TEMPORAISE PROCESSOS ESTOCÁSTICOS2.1 — Processos Esto castiços e suas Proprieda<strong>de</strong>sO objeto da teoria dos processos estocasticos e o estudo daqueles mecanismosdinâmicos que proporcionam meios <strong>de</strong> analise <strong>de</strong> uma seqtlencia<strong>de</strong> observações, vista conjunta e inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente em uma sucessão<strong>de</strong> momentos <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> 1 , as quais são influenciadas por fatores aleatórios.Assim, um processo estocástico <strong>de</strong>ve ser entendido como um mo<strong>de</strong>lo^que<strong>de</strong>screve a estrutura probabilística <strong>de</strong> uma seqüência <strong>de</strong> observações.Formalmente, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>finir um processo estocástico como uma família<strong>de</strong> variáveis aleatórias ÍX(t), teTl, classificada mediante um parâmetro"t" que varia em um intervalo <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> T. Portanto um processo estocásticocaracteriza-se por ser uma função aleatória <strong>de</strong> "t". Uma seqüência<strong>de</strong> observações X t , t=l, 2, 3, 4, ..., t, que correspon<strong>de</strong> a umaamostra <strong>de</strong> pontos no <strong>tempo</strong>, é chamada uma realização parcial do processoestocástico.Ao observar o comportamento <strong>de</strong> uma serie <strong>tempo</strong>ral, verifica-se que essapo<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como uma particular realização <strong>de</strong> uma seqüência<strong>de</strong> observações produzida por um mecanismo probabilistico. Dessa maneira,uma série <strong>tempo</strong>ral po<strong>de</strong> ser vista como uma realização <strong>de</strong> um processoestocástico. Ou seja, uma serie <strong>tempo</strong>ral x-,, Xo, XT, ..., Xj-po<strong>de</strong>ser consi<strong>de</strong>rada como uma realização amostrai <strong>de</strong> uma população infinitaconstituída por uma infinida<strong>de</strong> <strong>de</strong> outros possíveis resultados parao conjunto {X(t), teT}, realização que po<strong>de</strong> ter sido gerada peloprocesso.A analise das series <strong>tempo</strong>rais supõe que o conjunto <strong>de</strong> observações estejasendo gerado por um processo estocástico e, como tal, possua umaestrutura probabilística que possa ser caracterizada e <strong>de</strong>scrita. O estudodas series <strong>tempo</strong>rais proporciona, então, a <strong>de</strong>scrição da naturezaaleatória do processo que gerou a amostra <strong>de</strong> observações em estudo. Suaanálise supõe que cada ocorrência x-^, X£, xo, •••, x t da serie seja obtidaaleatoriamente com base em uma estrutura probabilística. Conseqüentemente,a série <strong>tempo</strong>ral X t é uma seqüência <strong>de</strong> variáveis aleatóriasconjuntamente distribuídas, vale dizer, existe alguma função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>P(x^, X2, x-j, ..., x t ) que assume valores para todas as possíveiscombinações x^, X£, x-j, ..., x .Assim, o objetivo básico da análise estatística <strong>de</strong> séries <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> ébuscar, a partir da realização amostrai do processo (isto e, a seriex-^, X2> x-^, ••-, x f)> <strong>de</strong>screver as características <strong>de</strong> sua aleatorieda-Embora, cm termos práticos, seja comum tratar a sucessão <strong>de</strong> observações em um domínio <strong>tempo</strong>ral, nada impe<strong>de</strong>que a sucessão <strong>de</strong> observações seja analisada em qualquer outro domúiio, tal como volume, distância etc.


<strong>de</strong>, coni o i. ito <strong>de</strong> proporcionar os instrumentos para a inferencia sobroas probabilida<strong>de</strong>s associadas com o coniunto <strong>de</strong> valores futuros alternativosda serie. Ao se conseguir especificar numericamente como éa função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da serie, torna-se viável inferir a probabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> um ou outro futuro valor ocorrer.Portanto estudar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> séries <strong>tempo</strong>rais significa buscar obtermeios capazes <strong>de</strong> inferir as características <strong>de</strong> seu processo gerador, bemcomo buscar mo<strong>de</strong>los estocasticos que sejam capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver as situaçõesparticulares que ocorrem na realida<strong>de</strong>.2.2 — Caracterização <strong>de</strong> um Processo EstocásticoUm processo estocástico po<strong>de</strong> ser caracterizado como uma família <strong>de</strong> variáveisaleatórias <strong>de</strong>finidas em um espaço <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>s (ti, f| , P) ,o qual estará perfeitamente especificado se se conseguir obter a suafunção <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> conjunta para a série.Assim, consi<strong>de</strong>rando t|,^,t n um vetor<strong>de</strong> elementos <strong>de</strong> T elf -.., t n )=P(X(t 1 )


25on<strong>de</strong> o segundo membro <strong>de</strong>ssa equação <strong>de</strong>ve ser entendido comom+1i m F(x ]f x,, ..., x m ,X -> »nContudo a especificação completa da função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> n-dimensional,que rege o processo gerador da série <strong>tempo</strong>ral, I bastante improvável<strong>de</strong> se obter. Por isso e usual, nesses tipos <strong>de</strong> analises , estudaralgumas características paramétricas associadas com sua estruturaprobabillstica, capazes <strong>de</strong> proporcionar meios alternativos mais simplificados<strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição daquela estrutura do que propriamente a função <strong>de</strong>probabilida<strong>de</strong> .Uma maneira equivalente <strong>de</strong> especificar a distribuição n-dimensional ,geradora da série <strong>tempo</strong>ral, é <strong>de</strong>terminar todos os seus momentos-produtos<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m (r,, r „, ..., r ) das variáveis X(t.), X(t_), ..., X(t ),ou seja,E(X r l' C f(x l' ••" Vt l' •••' fc n )dx l ••' dx nque, como se po<strong>de</strong> verificar pela sua formulação, apresenta as mesmasrestrições do conhecimento da estrutura probabilística.A busca <strong>de</strong> meios capazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver o processo gerador da série impõea necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se restringir o estudo a momentos <strong>de</strong> baixa or<strong>de</strong>m. Paraas finalida<strong>de</strong>s especificas dos processos estocásticos que se estudarãoneste trabalho, serão úteis os momentos <strong>de</strong> primeira e segunda or<strong>de</strong>m,ou seja, média, variância e covariância, os quais po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>finidoscomo segue.Seja um processo estocastico {X(t), tcT ), então:a) função valor médio: é <strong>de</strong>finida por E(X ) = p , qualquer teT.Observe-se que, a nível <strong>de</strong> serie <strong>tempo</strong>ral, a função valor médio <strong>de</strong> seuprocesso gerador significa a componente ten<strong>de</strong>ncial da série.b) função variância: e <strong>de</strong>finida por Var(X ) = E(X - p ) = a', qualquer teT.c) função covariância: e <strong>de</strong>finida por Cov(X , X ) = E (X - p ; (X • - p ) = y ,qualquer t, s e T.2.3 — Processos Estacionários e Não EstacionáríosSe o processo estocastico que gerou a serie <strong>de</strong> observações e invariantecom respeito ao <strong>tempo</strong>, diz-se que o mesmo e estacionario. Se as característicasdo processo se alteram no <strong>de</strong>correr do <strong>tempo</strong>, diz-se que enão estacionario.


26Segundo PAPOULIS (1965), um processo estacionario po<strong>de</strong> ser classificadoem:a) estritamente estacionario: quando suas estatísticas não são afetadas por variações<strong>de</strong>vido a escolha da origem dos <strong>tempo</strong>s, ou seja, quando asséries X,, e X._ , estão distribuídas i<strong>de</strong>nticamente, qualquer queseja "k".Dessa <strong>de</strong>finição segue que a função <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um processo estritamenteestacionario <strong>de</strong>ve ser tal que permaneça idêntica quando se varia aorigem dos <strong>tempo</strong>s, ou seja:r (x -j , x £ j • • • s x *-» *- ^» ^ 2' •••' *" t ^x i ' x 2 > •••» x t't l+k > t 2+k' "•'t t+k' )para quaisquer t^, t2> ..., t E T e k.b) estritamente estacionaria <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m finita: diz-se que um processo é estritamenteestacionario <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "i" se a estacionarieda<strong>de</strong> no item (a) é válidanão para todo t. e T, mas somente para j < i;c) estacionaria em sentido lato (ou fracamente estacionario ou, ainda, estacionario <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m):quando a sua função valor médio e constante e sua função <strong>de</strong> covariância<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente da diferença, em valor absoluto, <strong>de</strong> t s -t... JAtente-se para o fato <strong>de</strong> que um processo estacionario em sentido latopo<strong>de</strong> não ser estritamente estacionario, pois os momentos ate segunda or<strong>de</strong>mnão garantem condições sobre a estacionarieda<strong>de</strong> da função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>.Porem, se o processo e estritamente estacionario <strong>de</strong> or<strong>de</strong>mdois, então ele é estacionario em sentido lato.Deve-se salientar, entretanto, que, se o processo for gaussiano 14 e estacionarioem sentido lato, ele será estritamente estacionario, <strong>de</strong>vidoao fato <strong>de</strong> a distribuição normal ser <strong>de</strong>terminada unicamente em termosdo primeiro e do segundo momento.Para fins <strong>de</strong>ste trabalho, on<strong>de</strong> a suposição usual e a <strong>de</strong> um processogaussiano, é suficiente o requerimento das condições da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> estacionarioem sentido lato, o qual será, a partir <strong>de</strong>sse instante, <strong>de</strong>nominadosimplesmente estacionario.Um processo estacionario, assim <strong>de</strong>finido, satisfaz as seguintes condições:E(x ) = y, qualquer teT;Var(X ) = y , qualquer teT;Cov(X ,X r) = y, > isto é, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente <strong>de</strong> "k".t t K K3 Observe-se que o processo estacionario em. sentido lato requer condições envolvendo somente os momentos <strong>de</strong>primeira e segunda or<strong>de</strong>m, ao invés <strong>de</strong> sua função finito-dimensional. Dai' porque é chamado por muitos autore.i<strong>de</strong> estaciona'rio <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m.4Um processo é dito gaussia"O se a distribuição <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> da sc'ric Xj é multinormal.


A importância do conhecimento <strong>de</strong> a serie ser ou não estacionaria resi<strong>de</strong>no fato <strong>de</strong> que, quando se trabalha com uma serie estacionaria, se estaem presença <strong>de</strong> uma função amostrai do processo que tem a mesma formaem todos os instantes <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> te;T,o que acarreta possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>obtenção <strong>de</strong> estimativas das características do processo <strong>de</strong> forma bastantesimples, o que, em caso contrario, não seria tarefa fácil.De outra parte, um processo estacionario, que se caracteriza por possuirum comportamento geral <strong>de</strong> sua estrutura probabilística invarianteno <strong>tempo</strong>, impõe que uma realização amostrai x t , x t+^, x t+ 2, ..., x t+n>para qualquer "t", embora não necessariamente seja igual a, por exemplo,x t+100> x t+10]> x t+102> •••' x t+100+n' apresente sua forma geral e suasfuturas observações <strong>de</strong> maneira similar, o que implica facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sefazerem previsões acuradas com esse tipo <strong>de</strong> processo.272.4 — Proprieda<strong>de</strong>s dos Processos EstacionáriosUma serie <strong>tempo</strong>ral po<strong>de</strong> ser vista como sendo gerada por um conjunto <strong>de</strong>variáveis aleatórias conjuntamente distribuídas. A serie x-,, XT, x-i,..., x t , portanto, representa um especifico resultado da função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>conjunta P(x-,, X2> x-,, ..., x ). ConseqUentemente, uma futuraobservação, x^^, po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada como sendo gerada pela função<strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong> condicional P(x t+ j 1 /x^, X2, x^, ..., x t ) .Conforme foi visto no item anterior, um processo estacionario po<strong>de</strong> ser<strong>de</strong>finido como um processo on<strong>de</strong> a distribuição conjunta e a distribuiçãocondicional são invariantes aos <strong>de</strong>slocamentos no <strong>tempo</strong>, ou seja,P < x l> X 2> X 3x t } = P(x l+k' x 2 + k' x 3 + k>•'•' x t+k } ' **•Assim, se a série é estacionaria, sua função valor médio mantém-se invarianteno <strong>tempo</strong>, ou seja,uma vez que:E(X_) = E(X ) = v (constante),LC"*" KE(X t ) = /xf(x t )dx = /xf(x t+k ) dx = E(x t+k ), Vk.— 00 —00Significa dizer que, se o processo é estacionario, E(X ) = y, qualquer"t", a série não apresenta a componente ten<strong>de</strong>ncial.Sua função variância também é constante:Var (X t ) = E(X t - u) 2 = E(X fc+k - y) 2 = Var (X fc+k ), Vk,pois,i r*Var(X t ) = ECX 2 .) - E(X t ) 2 =^x 2 f(x t )dx - y 2 = J x 2+k> - E(5 W 2= Var ~ (


28Sua função <strong>de</strong> covariancia e função somente da distancia "t-s",in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nteda origem do período <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>:Cov(X t ,X s ) = Cov(X t+n , X^) = y t _ s ;Cov(X X ) = Cov(X , , X ). Fazendo n = -s, tem-se que:t S L~"~K S "•" nC°v(X t+h , X s+h ) = Cov(X t _ s , X o ) = y t _ s .Note-se que, se o processo é estacionário, então tem média evarianciaque não variam no <strong>tempo</strong> e a covariancia entre observações existentes emdois períodos distintos <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente da distância entre essespontos e não do especifico período <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> das observações.Na prática, entretanto, o que se dispõe é <strong>de</strong> uma realização amostrai doprocesso. Assim, as funções valor médio, variancia e covariancia sãoobtidas através <strong>de</strong> suas estimativas. Como a função <strong>de</strong> probabilida<strong>de</strong>P(x- + k> Xy+k' x 3+kX t+k^ ^a mesina P ara todo "k", se o processo éestacionário, então uma estimativa da função valor médio do processo,E(X ^) = u, qualquer "k", po<strong>de</strong> ser obtida pela função valor médio amostraida sérieX = E X.Da mesma forma, a estimativa da função variancia po<strong>de</strong> servariancia amostrai,obtida pelav2r~(X t ) = i I (X t - X) 2 = Ô 2 ,e a estimativa da função <strong>de</strong> autocovariancia,, X g ) =2.5 — Processos Evolutivos HomogêneosEmbora a teoria mostre a conveniência prática do uso <strong>de</strong> series estacionárias,no mundo real, infelizmente, muito poucas series encontradaspo<strong>de</strong>m ser classificadas como estacionar ias.a sérieum redu-A estacionarieda<strong>de</strong> é uma condição bastante restritiva imposta<strong>tempo</strong>ral e, no que diz respeito a séries econômicas, somentezidíssimo numero satisfaz essa condição.Um simples exame <strong>de</strong> algumas das variáveis mais comuns em Economia, comopor exemplo, preço, produto nacional, renda, vendas, consumo,investimentoe tantas outras, mostra que suas variações apresentam um comportamentonão estacionário evolutivo no <strong>de</strong>correr do <strong>tempo</strong>.


O tipo <strong>de</strong> não estacionarieda<strong>de</strong> mostrado por essas series po<strong>de</strong> ser caracterizadocomo homogêneo. Ainda que as series se movimentem livrementesem se fixarem em torno <strong>de</strong> um particular valor médio, seu comportamentoem diferentes períodos <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> e essencialmente similar.Felizmente, series não estacionarias homogêneas são aquelas que se caracterizampor apresentarem proprieda<strong>de</strong>s tais que,diferenciando-as umaou mais vezes, resultam em séries estacionarias.O número <strong>de</strong> vezes que a série original <strong>de</strong>ve ser diferenciada para setornar uma série estacionaria é chamado <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> homogeneida<strong>de</strong>. Assim,por exemplo, se Xj. e uma serie não estacionaria homogênea <strong>de</strong> primeiraor<strong>de</strong>m, então a série Y t = X t - X t _^ = V X t é estacionaria. Damesma forma, se X t é não estacionaria homogênea <strong>de</strong> segunda or<strong>de</strong>m,entãoa série Y t = V 2 X t = V X t - V X t _^ será estacionaria 5 .292.6 — A Função <strong>de</strong> AutocorrelaçâoCom base nas características paramétricas <strong>de</strong>finidas no item 2.2, po<strong>de</strong>--se <strong>de</strong>finir o coeficiente <strong>de</strong> autocovar iancia com <strong>de</strong>fasagem "k" da sériecomo sendo a covariancia entre X), e Xt+k> on<strong>de</strong> "k" e o numero <strong>de</strong>intervalos <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> <strong>de</strong>fasados, ou seja,Cov(X t , X t+k ) =E(X t - u t ) (X t+k - y t+k ).Se a serie e estacionaria, tanto a media quanto a variancia não variamno <strong>tempo</strong>, e a autocovariância entre duas observações quaisquer <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>somente do numero <strong>de</strong> intervalos <strong>de</strong>fasados. Assim,Cov(X t , X t+k ) = E(X t - y) (X t+k - u) = Yfc.Vale dizer, a autocovariância entre dois pontos da série é o valor esperadodo produto do <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> cada ponto em relação ã média do processo.A análise <strong>de</strong>ssa fórmula proporciona importantes interpretações sobre ocomportamento da serie. Por exemplo, se uma observação que se encontraacima do valor médio ten<strong>de</strong> a ser seguida por outra observação acima damédia, "k" períodos <strong>de</strong>fasados ou, semelhantemente, para observações Xe X +k situadas abaixo da media, então a autocovar iancia será positiva .Caso contrario, será negativa.Assim, e importante analisar os valores dos coeficientes <strong>de</strong> autocovariância,pois eles irão <strong>de</strong>sempenhar papel fundamental no estudo do comportamentodas séries <strong>tempo</strong>rais. Por exemplo, se o sinal da autocovariância,para um período <strong>de</strong>fasado (k=l), e negativo para algum processo,significa que a série se caracteriza por ser uma seqdência <strong>de</strong> observaçõessituadas alternadamente acima e abaixo do valor médio.5 O símbolo V e chamado <strong>de</strong> operador <strong>de</strong> retardo ou <strong>de</strong> diferença <strong>de</strong> rerardo e será' especificamente analisado no capitulosubseqüente.


30Para um processo es t acionário, a função <strong>de</strong> autocovariancia,Yj, = E(X - u) (X -u), apresenta as seguintes proprieda<strong>de</strong>s:(2.2)(2.3)(2.4)* y, é tal queK3 j a k Y j-k _ O,V., r c IR • (2.5)JAs proprieda<strong>de</strong>s (2.2) e (2.3) são imediatas, a partir da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong>autocovariancia do processo estocástico.A proprieda<strong>de</strong> (2.4) prova-se a parti r do fato <strong>de</strong> E f (X +, - y) ± (X -y)T í.0.O 1 E f (X - y) ± (X - y)T" = E[(X , ~ p) 2 ± 2 (X , - y) (X -u)L t+k t J L ' t+k t+k t+ U - y) 2l = E(X . - y) 2 + 2 E [(X - y) (X -t j t+k L t+k tLogo 2y ± 2y, - O y - Yo k o »kPara provar a proprieda<strong>de</strong> (2.5)vê-se que:nna i\ Y i-k = Z E a a E(X -y)(X -p) =J k J k j=1 k=1 J k kJl L a.,,, (X. - u)(£ - u))= E( r, a.a.(X. -y)(X. -y)) =kj = l k=l -' '• Jj = 1 J J J Jn= E( Z a 2 (X. - y : ' 0^ 0.j =1 J JPara fins <strong>de</strong> comparação entre diferentes séries, é conveniente trahalliarcom uma medida padronizada do coeficiente <strong>de</strong> autocovariancia, semunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> medida, uma vez que diferenças em escala e/ou medida po<strong>de</strong>mlevar a diferenças acentuadas nos coeficientes <strong>de</strong> autocovariancia, dificultandoa comparação entre series distintas.


Essa padronização e obtida através do coeficiente <strong>de</strong> autocorrelaçao,que se caracteriza por ser o quociente entre a autocovariancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem"k" e a autocovariancia <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem zero. Ou seja, o coeficiente<strong>de</strong> autocorrelaçao <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem "k" é <strong>de</strong>finido por:31v- Var(x t ) . Var(x t+k )'Cov (x t x t+k )p, = — - — - , on<strong>de</strong> DP e o <strong>de</strong>svio padrão.DP(x t ) . DP(* t+k )Observe-se que, se o processo for estacionario , existirá a igualda<strong>de</strong>Var(X t ) = Var(X t +k). Então, o coeficiente <strong>de</strong> autocorrelaçao para processosestacionários e dado por:Conseqüentemente ,Como na prática se tem somente uma amostra <strong>de</strong> observações, o coeficiente<strong>de</strong> autocorrelaçao é obtido através <strong>de</strong> sua estimativa,que e dada por:*KZ (X, - X) (X , - X)k t+kZ (X t - X) 2A função que associa cada valor <strong>de</strong> "k" com o seu respectivo coeficiente<strong>de</strong> autocorrelaçao é chamada função <strong>de</strong> autocorrelaçao. Seu gráfico écomumente chamado <strong>de</strong> correlograma.Deve-se notar que a função <strong>de</strong> autocorrelaçao é simétrica em relação ak = O, ou seja, os valores da função para as <strong>de</strong>fasagens positivas <strong>de</strong>"k" são os mesmos que os valores para as <strong>de</strong>fasagens negativas correspon<strong>de</strong>ntes:p = p , V . 6Além das características interpretativas que se obtêm com a análise daautocovariancia, a autocorrelaçao proporciona maiores informações. Aseqllencia p, , k = O, l, 2, 3, ..., é uma indicação da extensão para aqual um valor do processo é correlacionado com seus valores <strong>de</strong>fasados"k" períodos <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>. Po<strong>de</strong>, então, para alguma extensão, ser usada pá-6 Essa proprieda<strong>de</strong> é uma conseqüência natural <strong>de</strong> (2.3): se


32rã medir o numero <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagens e a intensida<strong>de</strong> da "memória" do processo,isto e, a extensão para a qual o valor tomado no <strong>tempo</strong> "t" <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>daqueles tomados no <strong>tempo</strong> "t-k".A analise da função <strong>de</strong> autocorrelaçao da serie, portanto, torna-se importantea medida que proporciona um grau <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> da correlaçãoexistente entre observações vizinhas da série. Indica, por conseguinte,uma medida <strong>de</strong> inter<strong>de</strong>pendência entre as observações e será uir instrumento<strong>de</strong> extrema importância para caracterizar proprieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processosgeradores <strong>de</strong> séries <strong>tempo</strong>rais.Assim, por exemplo, estando em presença <strong>de</strong> um processo caracterizado poruma seqllencia <strong>de</strong> variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e i<strong>de</strong>nticamente distribui-,7crito, pois,e, conseq<strong>de</strong>ntemente, seu correlograma será dado por:Figura 1 — Correlograma característico <strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> ruído brancoDe outra parte, a função <strong>de</strong> autocorrelaçao também i um instrumento bastanteútil para ser usado como teste inicial <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong>da série <strong>tempo</strong>ral, a medida que satisfaz um conjunto <strong>de</strong> condiçõesque estabelecerá restrições aos diversos valores <strong>de</strong> seus coeficientes.Essas condições po<strong>de</strong>m ser assim <strong>de</strong>duzidas: seja uma série <strong>tempo</strong>ral estacionaria,xj_, y. 2, •••» x t I suas funçoes^<strong>de</strong> autocorrelaçao e autocovariancia,expostas na forma matricial, são:l ssc processo, quando possui media zero e variáncia constante, recebe o nome <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> rui'do branco e seráintensamente utilizado nos capítulos subseqüentes.


=t1 p1 ' t-1( 1 o1 ' ' t-2-fl-He 1 = t->o '1v v1 oLCJ -, P . r, 1on<strong>de</strong> II = v lit o tSeja L t uma função linear <strong>de</strong> x. e seus valores <strong>de</strong>fasados, ou seja:L =ax +ax +...+axt l t 2 t-1 n t-n+1Como X,, e estacionar io, Cov(X.,X.) =y. ., então a variancia <strong>de</strong> LL i j i-j teVar(L t ) = Z a.a. i-ii Je, se a. e a. não são todos zeros, por (2.5) e (2.2) tem-se que:Var(L ) > 0.Vale dizer que, para um processo estacionario, a matriz <strong>de</strong> autocovarianciae a <strong>de</strong> autocorrelaçao se apresentam positivamente <strong>de</strong>finidas,com <strong>de</strong>terminante e todos os menores principais positivos.Conseqüentemente, as restrições aos valores dos coeficientes <strong>de</strong> autccorrelaçaopo<strong>de</strong>m ser assim obtidas, se o número <strong>de</strong> observações da sériefor:t = 2 , <strong>de</strong>t > O --> l - v 2 . > O -l •< ,t = 3, <strong>de</strong>t •0; <strong>de</strong>t •- O<strong>de</strong>ti


34o que implicaPT -l -P--e assim sucessivamente para t = 4, 5, ...Como se vê, essas restrições impostas aos valores da função <strong>de</strong> autocorrelaçaotornar-se-ao gradativamente <strong>de</strong> mais difícil obtenção ã medidaque "t" cresce.Embora exista complexida<strong>de</strong> analítica em sua <strong>de</strong>dução, essas restriçõesapresentam como característica principal o fato <strong>de</strong> p diminuir rapidamentepara zero a medida que "k" cresce . Como o calculo <strong>de</strong>sses valorespo<strong>de</strong> ser obtido sem maiores dificulda<strong>de</strong>s via pacotes computacionais<strong>de</strong> processamento eletrônico,tem-se, através <strong>de</strong> um simples exame visualdo correlograma, uma avaliação da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a série ser ou nãoestacionaria.Assim, por exemplo, se, construindo o correlograma, se constata que ocoeficiente <strong>de</strong> autocorrelaçao não diminui rapidamente quando o valor <strong>de</strong>"k" aumenta (conforme se visualiza na Figura 2), então está indicada anão estacionarieda<strong>de</strong> da série. Em caso contrário, se o coeficiente <strong>de</strong>autocorrelaçao diminuir rapidamente, estar-se-a em presença <strong>de</strong> uma sérieestacionaria (Figura 3).Figura 2 — Correlograma característico <strong>de</strong> uma série não estacionariaDa mesma forma, po<strong>de</strong>-se provar que, se um processo é não estacionário, sua função <strong>de</strong> autocorrelaçao ten<strong>de</strong> a <strong>de</strong>clinarlentamente. Ver a respeito: ANDERSON (1979); BOX & JENKINS (1976) e NELSON (1973).


35l M l l l l l lFigura 3 - Correlograma característico <strong>de</strong> uma série estacionariaPo<strong>de</strong>-se também utilizar o Correlograma para verificar o grau <strong>de</strong> homogeneida<strong>de</strong>das series não estacionar ias. Para tanto, basta diferenciar,sucessivamente, a série original e construir os respectivos gráficos dafunção <strong>de</strong> autocorrelaçao. Se, na k-esima vez que se diferencia, resultaque a função <strong>de</strong> autocorrelaçao ten<strong>de</strong> rapidamente para zero, entãopo<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>terminar que a série original é homogênea <strong>de</strong> k-ésima or<strong>de</strong>m.A função <strong>de</strong> autocorrelaçao e a sazonalida<strong>de</strong>: seja uma serie que exibe algum comportamentosazonal. Por exemplo, seja uma serie cujo ciclo sazonal tem periodicida<strong>de</strong>anual. Como a sazonalida<strong>de</strong> e uma componente oscilatoria dasérie, que se caracteriza pela regularida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um período curto<strong>de</strong> <strong>tempo</strong> (no caso 12 meses), então as observações originais da seriex t e x t ,- <strong>de</strong>verão mostrar algum grau <strong>de</strong> correlação. Da mesma forma,para x 94» x t_->6> x r_4«> ••• Essas correlações serão necessariamentemantidas na função <strong>de</strong> autocorrelaçao. Assim, po<strong>de</strong>-se i<strong>de</strong>ntificara sazonalida<strong>de</strong> da série pela observação <strong>de</strong> picos regulares no correlograma(no caso exemplificado, quando k = 12, 24, 36, ...), mesmo que naserie original esses picos não possam ser percebidos.No caso^<strong>de</strong> série que apresenta ciclo sazonal <strong>de</strong> 12 meses, o meio <strong>de</strong> quese dispõe para sua eliminação é gerar uma nova série a partir da diferença<strong>de</strong> 12meses, ou seja, obtendo-sea série Z = X - X _ , qualquer teT.A análise através do Correlograma: exemplo: seja a serie <strong>tempo</strong>ral graficamente apresentadana Figura 4 representativa <strong>de</strong> 120 observações mensais da produçãosuína nos Estados Unidos, no período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1962 a <strong>de</strong>zembro<strong>de</strong> 1971. 91O exemplo aqui apresentado foi retirado <strong>de</strong> PINDYDK & RUBINFELD (1976). A fonte dos dados brutos utilizadospor aqueles autores foi o Survey of Currení Bussiness.


36Deseja-se saber se a serie em questão apresenta algum componente cíclicoou ten<strong>de</strong>ncial. Através da apresentação grafica da série original éimpreciso concluir algo. Porém, quando se constrói o correlogratna (Figura5), po<strong>de</strong>-se perceber facilmente que existem picos em k = 12,24,36, o que e indicativo <strong>de</strong> uma serie com oscilação sazonal anual. De outraparte, verifica-se, também, que o coeficiente <strong>de</strong> autocorrelação não<strong>de</strong>cresce rapidamente, o que e indicativo <strong>de</strong> uma serie não estacionaria(isto e, serie que apresenta a componente ten<strong>de</strong>ncial).8,5007,0005,5004,0001 7 11962 1963 19657 11966 1968719691197171972Figura 4-Produção suína nos Estados Unidos (em milhões <strong>de</strong> cabeças por mês) -jan./62--<strong>de</strong>z./7111 16 21 26 31 36 41Figura 5 — Correlograma da série <strong>tempo</strong>ral da produção suína nos Estados Unidos, expostana Figura 4


Para retirar a sazonalida<strong>de</strong>, cria-se uma nova série Z = X - X ,conforme o explicado no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste capitulo. O correlograma <strong>de</strong>ssanova serie po<strong>de</strong> ser visto na Figura 6. Nota-se que esse já não apresentapicos tão intensos, característicos da sazonalida<strong>de</strong>. Verifica-se,também, que o <strong>de</strong>clínio do coeficiente <strong>de</strong> autocorrelacão e lento, o queé um indicativo da permanência <strong>de</strong> componente ten<strong>de</strong>ncial. Constrói-seuma nova série W = V Z = V(X - X „) e seu respectivo correlograma.A Figura 7 mostra um rápido <strong>de</strong>clínio do coeficiente <strong>de</strong> autocorrelacão,apresentando pequena flutuação em torno do ponto <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong>zero.A rápida queda do coeficiente <strong>de</strong> autocorrelacão indica que essa novasérie W,, é estacionaria (sem tendência) , e as pequenas variações emtorno do valor zero indicam a eliminação dos picos sazonais. Assim, We estacionaria, não possuindo sazonalida<strong>de</strong>.37-111 16 21 26 31 36 41Figura 6 — Produção suína nos Estados Unidos — jan./62-<strong>de</strong>z./71. Função <strong>de</strong> autocorrelacão<strong>de</strong>(y t -y t _ 12 )6 11 16 21 26 31 36 41Figura 7 — Produção suína nos Estados Unidos — jan./62-<strong>de</strong>z./71. Função <strong>de</strong> autocorrelacão<strong>de</strong> v(y t -y t _-| 2 )


3.1 —Fundamentos3 - OS MODELOS DE BOX & JENKINSEmbora esteja-se tornando comum na literatura especializada <strong>de</strong>nominaros mo<strong>de</strong>los aqui tratados, seus processos construtivos e a inferencia<strong>de</strong> previsões como <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> , <strong>de</strong>ve-se salientar que a maioria dosmo<strong>de</strong>los utilizados por esses dois autores eram bastante conhecidos jáno segundo quartel <strong>de</strong>ste século, bem antes, portanto, <strong>de</strong> suas pesquisas.A justificativa para o uso do nome <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> associado a essesprocessos está na contribuição representativa que <strong>de</strong>ram ao estudo<strong>de</strong> series <strong>tempo</strong>rais, através <strong>de</strong> uma minuciosa e fundamentada integração<strong>de</strong>sses processos, que lhes permitiu um tratamento analítico <strong>de</strong> inferenciaestatística nas previsões <strong>de</strong> valores futuros das variáveis dinâmicas.O tratamento <strong>de</strong>senvolvido por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> para a analise das seriesestocásticas <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> esta baseado no fato <strong>de</strong> que, embora seus respectivosvalores no <strong>tempo</strong>, x , apresentem correlação serial, cada um <strong>de</strong>lespo<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rado como gerado por uma seqllencia <strong>de</strong> choques "a ",teT, aleatórios e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes entre si, cada um possuindo uma <strong>de</strong>terminadadistribuição 1 , com média zero e variância constante a^. 2a.A seqüência <strong>de</strong> choques aleatórios "a", t e T, com as característicasacima mencionadas é <strong>de</strong>nominada <strong>de</strong> processo <strong>de</strong> ruído branco .O fundamento da <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>, para a busca <strong>de</strong> uma classegeral <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los capazes <strong>de</strong> representarem o processo gerador da sérieestocastica, esta assentado no teorema da <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> Wold paraséries estacionárias (WOLD, 1938). Esse teorema <strong>de</strong>monstra que todoo processo estocastico estacionario po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composto em um mo<strong>de</strong>lolinear <strong>de</strong> tipo média móvel , cuja formulação eon<strong>de</strong> u e f i , j = l , 2 , 3 , . . . são parâmetros estabelecidos pelos valoresda série, x t e a observação no período "t",a t oruído branco no período"t" e os f -j <strong>de</strong>vem formar uma serie absolutamente convergente paraque X seja estável (isto_e, tenha variância finita e capaz <strong>de</strong> sersomável e mantenha a condição <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong>.1 Em geral, cada choque "at" e' consi<strong>de</strong>rado como possuindo distribuição normal., , fo a 2 , sck=0Vale dizer: E(at) = 0; Var(a t ) = o. d ; Cov(at, at-k) =


40Nesse caso,E (X t ) = E(u+ E(a t + .í =l f. a t _ lVar(X t ) = Var(y + a^ + ^ a t _ 1 + ^ a t _ 2 + .= Var(a t ) + ijj^ Var(a t _ 1 ) + '^ Var(a t _ 2 ) +Cov(X fc , X t _ k ) = E(X t - E(X t ))(X t _ k - E(X t _ k ))= E [ ( V lJ; i Vi + •••> (a t-k + *i Vk-i^"2= ° a k=0°°que tem significado se a soma k Z Qexiste 5 .Para maior simplicida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se utilizar uma notaçãoesse mo<strong>de</strong>lo linear:con<strong>de</strong>nsada paraj a t-j + a tt_.x t = x t - u = !,'J(B) a t , (3.1)on<strong>de</strong> i|i(B) = l + iJJiB + 4j2B 2 +^2B 3 + ^A^1*+ • • • é chamado <strong>de</strong> operador linear,função <strong>de</strong> transferencia ou, simplesmente, filtro do sistema 6 .Em termos gerais, po<strong>de</strong>m-se <strong>de</strong>finir os seguintes operadores que serãoúteis no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste e dos <strong>de</strong>mais capítulos:4 Deve-se ressaltar que, se a série não é estacionaria, o parâmetro /jé somente um ponto <strong>de</strong> referência para o niVeldasérie, sem ter um significado especial.5 Ohservc-sc que nas condições impostas aos coeficientes i//j (isto é, Si//j < od ), a média e a variância são constantes esua autocovariância <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> somente <strong>de</strong> k, condições essas que <strong>de</strong>finem a estacionarieda<strong>de</strong> do processo.6 Para que um processo linear seja estacionário é necessário não só que a série i^tB) seja convergente para que se tenhavariância finita. Além disso, a função <strong>de</strong> autocorrelação <strong>de</strong>ve satisfazer um conjunto <strong>de</strong> condições, conforme se viuno capftulo anterior, para assegurar a estacionarieda<strong>de</strong> do processo, [issas condições po<strong>de</strong>m ser englobadas na condiçãoúnica <strong>de</strong> que a série i//(B) <strong>de</strong>ve convergir para o interior ou sobre o circulo unitário, ou seja, IfiKl. (BOX&JKNKINS, 1976. p. 49 eAnexoA3.lt.


a) operador <strong>de</strong> retardo: esse operador impõe uma <strong>de</strong>fasagem <strong>de</strong> um período <strong>de</strong><strong>tempo</strong> para trás a cada vez que e usado. Assim, <strong>de</strong>finindo o operador<strong>de</strong> retardo por "B", po<strong>de</strong>-se dizer que:Al" X t-2B m xt= xt-mNote-se que esse operador foi utilizado na formulação con<strong>de</strong>nsada do operadorlinear da equação (3.1).b) operador <strong>de</strong> avanço: e o operado F = B , inverso <strong>de</strong> B. Ou seja, e o operadorque impõe uma <strong>de</strong>fasagem <strong>de</strong> um período para a frente a cada vezque e usado:F X t = X t+lF2 \ ' V2F m xt= xt+mc) operador diferença <strong>de</strong> retardo: e o operador que impõe a diferença <strong>de</strong> um períodopara trás a cada vez que e usado. Seja V esse operador. Então:' = V x - V x ,t t t-1d) operador somatório: e o operador inverso do operador diferença S = VConforme foi visto no Capitulo II, diz-se que uma série é evolutivahomogênea <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "d" se Z t = V°X t é uma série estacionaria.A operaçãoinversa, consiste em tendo-se a série Z t , transforma-la em X tsomando Z "d" vezes. Assim, X = £ d Z - S d Z , on<strong>de</strong> T. = S d é o operadorsomatório.


42Portanto.tSZ = ",z = . E z. = .E.. z_ . = z + z . + z „+...t t i =-oo i j=0 t-j t t-1 t-2= (l + B + B 2 + B 3 + ...) z =Logo, S = V .= (l - B - B 2 - B 3 - ...)~ 1 z t = V ~ 1 z t


43ou trabalhando com variáveis centradas na media, x = x - y:x = .E, ir. x . + a.t J=l J t-j tx - . E. ir. x . = at J=l J t-j tir (B) x = a .Nesse caso, as restrições impostas aos coeficientes <strong>de</strong>vem ser tais que. Z n ir- converge. Ou seja, a serie it(B) <strong>de</strong>ve convergir para o interiorj -U Jou fronteira do circulo unitário, isto é, |fi < 1. Processos linearescom as condições restritivas citadas recebem o nome <strong>de</strong> processos inversíveis.As condições <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong> e inversibilida<strong>de</strong> dos mo<strong>de</strong>los (3.1) e(3.4) serão analisadas <strong>de</strong> forma especifica mais adiante, no <strong>de</strong>correr<strong>de</strong>ste mesmo capitulo, ao se estudar cada um dos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>scriçãodo processo estocástico original. Por ora, é importante ter presenteque:- um processo linear é .estacionãrio se a série ijj(B) converge paraB l 1; é inverslvel se a série ii(B) converge para | B | 11;- dadas as formas con<strong>de</strong>nsadas das equações (3.1) e (3.4),ir (B) x t = a t e x t =a relação entre esses dois operadores e- a condição <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong> é in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da condição <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong>.Esse fato po<strong>de</strong> ser visto através do seguinte exemplo:seja um mo<strong>de</strong>lo linear finito do tipo (3.1):Esse mo<strong>de</strong>lo apresenta il> = l ,


44Note-se que, para esse processo, os pesosir. <strong>de</strong> (3.4) s ao TI.= - 6 . Ora,se | 6 | >l os pesos crescem exponencialmente com o <strong>de</strong>slocamento do <strong>tempo</strong>,a série £ir. é divergente, a variãncia do mo<strong>de</strong>lo "explo<strong>de</strong>" (não éfinita) , e os maiores pesos são dados para os valores mais distantes no<strong>tempo</strong>. Para evitar essas contradições, impõe-se a condição <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong>6 < l.A proposta <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> para a mo<strong>de</strong>lagem do processo utiliza o princípioda "parcimônia"-, buscando a <strong>de</strong>scrição aproximada do mo<strong>de</strong>lo linear'<strong>de</strong> <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> Wold.<strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>, percebendo a relação dual existente entre os processosmédia movei e auto-regressivo, propuseram-se a trabalhar com a postulaçao<strong>de</strong> que os dados são gerados por processos lineares do tipo equaçãomédia móvel (3.1), do tipo equação auto-regressiva (3.4) ou por umaclasse <strong>de</strong> processos mistos, compostos pela utilização conjunta dos doisprocessos, <strong>de</strong>nominados mo<strong>de</strong>lo ARMA (iniciais <strong>de</strong> "autoregressive-movingaverage") .A justificativa principal para a inclusão <strong>de</strong> ambos os processos na <strong>de</strong>scriçãodo mo<strong>de</strong>lo está em que, muitas vezes, as características do processoestocastico não permitem uma <strong>de</strong>scrição satisfatória através <strong>de</strong> umprocesso puramente auto-regressivo ou puramente media móvel, <strong>de</strong> poucosparâmetros, porque a série original incorpora, em sua forma parcimoniosa,ambos os tipos <strong>de</strong> processos. A existência da dualida<strong>de</strong> entre elesse da <strong>de</strong> forma que um processo media movei finito (<strong>de</strong> qualquer or<strong>de</strong>m)po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>scrito como um processo auto-regressivo infinito, e vice--versa . Isso implica, em termos práticos, que a obtenção <strong>de</strong> estimativas<strong>de</strong> seus parâmetros, <strong>de</strong> forma parcimoniosa, muitas vezes requer ainclusão <strong>de</strong> ambos os processos no mo<strong>de</strong>lo.7 Isto é, que o mo<strong>de</strong>lo contenha um número <strong>de</strong> parâmetros tão pequeno quanto possível.8 SejVum processo auto-regressivo. No momento "t" po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>fini-lo porDa mesma forma, um processo média móvel, no momento "t" valeA dualida<strong>de</strong> entre eles po<strong>de</strong> ser percebida <strong>de</strong> imediato, utilizando o operador "B". Seja, por exempío, um processoauto-regressivo finito <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m 1. EntãoA t-lConseqüentemente,(l - 0B)x t:Ou, o que é o mesmo:o que eqüivale a um processo média móvel <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m infinita (tipo 3.1). Semelhantemente, conforme foi dito noexemplo da p.43, verifica-se a recíproca: um processo média móvel finito eqüivale a um processo auto-regressivoinfinito.


Essa classe <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los po<strong>de</strong> ampliar sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ação para processosnão estacionarios homogêneos, bastando para tanto ser acrescida <strong>de</strong>um operador que seja capaz <strong>de</strong> transformar processos evolutivos homogêneos<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "d" em estacionarios, o qual, como vimos no capitulo anterior(seção 2.1.4), é o operador somatório S , inverso do operadordiferença <strong>de</strong> retardo, V^. A essa classe <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los não estacionarios,que utilizam os princípios <strong>de</strong>senvolvidos no mo<strong>de</strong>lo ARMA, acrescidos <strong>de</strong>um operador <strong>de</strong> transformação <strong>de</strong> processos evolutivos homogêneos em estacionarios,dá-se a <strong>de</strong>nominação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lo ARIMA (iniciais <strong>de</strong> "autoregressive-integratedmoving average").A razão para a inclusão da palavra "integrated" no mo<strong>de</strong>lo ARIMA es tá nofato <strong>de</strong> que a existência <strong>de</strong> um processo não estacionario exige o operadorsomatório. Como se sabe, o operador somatório para variáveis continuase o operador integral, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> surgiu a inclusão do termo "integrated".Sinteticamente, po<strong>de</strong>-se assim especificar a proposta <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>:enquanto o teorema da <strong>de</strong>composição <strong>de</strong> Wold supõe que o processo <strong>de</strong> ruídobranco é transformado na observação x t , através <strong>de</strong> um filtro linear,conforme esquema apresentado na Figura l, a <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>supõe que o processo <strong>de</strong> filtragem do ruído branco po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>compostoem três etapas, conforme a Figura 2 está a indicar: um processo <strong>de</strong> filtragem"média móvel", através do qual o ruído branco é transformado emet; um processo <strong>de</strong> filtragem "auto-regressivo estacionario", transformandoet e m Wt; e, caso a serie seja não estacionaria, um processo <strong>de</strong>filtragem "somatório" transformando Wj- na observação da serie <strong>tempo</strong>ral x t ,45rufdo branco•tS/filtro linear série <strong>tempo</strong>ral x*,Figura 1 — Diagrama <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> filtro linear para séries <strong>tempo</strong>raise (B)sérieruído branco x•t)filtromédia móvel\•, >filtreestacionarioauto-regressivo«tN>filtrosomatório<strong>tempo</strong>ral x/x tFigura 2 — Diagrama do processo ARIMA para mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> séries <strong>tempo</strong>rais


463.2 — Mo<strong>de</strong>lo Média MóvelSeja a <strong>de</strong>composição do Ceorema <strong>de</strong> Wold, dado através do processo linearestabelecido pela equação (3.1). Consi<strong>de</strong>rando que somente as primeiras"q" pon<strong>de</strong>rações são diferentes <strong>de</strong> zero, então o processox =a -8 a n - O a „-...- 9 a kt t L t-1 2 t-2 q t-q= (l - 9 ,B - 9.,B - ... - O B q ) a =í / q t= O(B) a<strong>de</strong>fini-é chamado <strong>de</strong> processo média móvel <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "q", simbolicamentedo por MA(q).Assim, em um processo média móvel <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "q", cada observação daserie e gerada por uma media pon<strong>de</strong>rada do presente e "q" valores passados<strong>de</strong> um processo <strong>de</strong> ruído branco. Em outras palavras, um processomedia movei e um processo <strong>de</strong> filtro linear do tipoqx =a - . L .. 8 . at t j = l j t-jEm geral, em sua postulaçao parcimoniosa adquirem particular importânciaos processos <strong>de</strong> primeira e segunda or<strong>de</strong>m: MA(1) e MA(2).O processo media movei <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "q", MA(q), apresenta as seguintescaracterísticas:- a media e in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do <strong>tempo</strong>, E(X(.) = y;- como cada a t e gerado pelo mesmo processo <strong>de</strong> ruído branco, E(a^) == O, E(a 2 ) = c/ e E(a , a . ) = O, para k ^ O, então o processo ét o. t C K.<strong>de</strong>scrito por q + 2 parâmetros que são a média y, avariancia do ruídoa e os pesos 9 6 Q . e ;a l / j q- a variancia do processo e:a 2 + O, a- + ... + O 2 a 2 - O - ... - 0) =a l a q aa ' 1- a função <strong>de</strong> autocorrelaçao e dada por:-8, +88. , + ...+ O ,8k l k+1 q ~ k c l y se b t k IS. = l 1,^-,...^'! 7 n, se k :• q.


Deve-se observar que um processo media movei <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "q" apresenta coeficiente<strong>de</strong> autocorrelaçao igual a zero para k>q. Ou seja, o processoestoclstico no período "t", x , só está correlacionado com x ,., x ,„t±3' ''•'t±q. Para os <strong>de</strong>mais valores da série não há correlação. Issosignifica que o processo não sofre influencia <strong>de</strong> eventos que ocorramalem <strong>de</strong> "q" períodos <strong>de</strong> distancia. Diz-se, então, que o processoMA(q) possui uma "memória" <strong>de</strong> "q" períodos, pois <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ra, ou melhordizendo, esquece o que ocorreu a distâncias superiores a "q" períodos.Deve-se notar, também, que a obtenção dos valores da função <strong>de</strong>autocorrelaçao se apresenta útil a medida que permite especificarV47Condições <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong> e estacionaríeda<strong>de</strong>Seja um processo media movei <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "q", então:x =a - 8, a .-...-8a. =t t l t-1 q t-q= (l - 0^ - 9 2 B 2 - ... - 6 q B q )a t == 6(B) a fc6" 1 (B) x = aTT(B) x = a on<strong>de</strong> TT(B) = 8~ 1 (B).Conforme se viu no item 3.1, a condição <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong> do processolinear e que ir (B) convir j a para o interior ou fronteira do circulo unitário.No caso <strong>de</strong> um MA(q),ir(B) = (l - 8,B - 8,,B 2 - ... - 8 B q )~ 1 = S" 1^).l 2 qSe 8 (B) <strong>de</strong>ve convergir, então necessariamente as raízes da equação característica6(B) = l - 8,8 - 8_B 2 - ... - 6 $1 = O <strong>de</strong>vem estar todasq• -fora do circulo unitário. Ou seja, os valores solução B., i =l,2, ...,"q" da equação acima <strong>de</strong>vem ser todos maiores que um, em valor absoluto.Para que haja estacionarieda<strong>de</strong>, note-se que um MA <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "q" implicaque a série f (B) = 6 (B) = l - 8 ] B - O^2 .- ... - e q Bl seja finita.Então, as condições impostas para estacionarieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> um processo linear,expostas no item 3.1, não são necessárias para um processo MA(q)garantir sua estacionarieda<strong>de</strong>. Um MA(q) , com "q" finito, será sempre estacionário.Os mo<strong>de</strong>los média móvel usuais em séries econômicas,MA(1) e MA(2), apresentamas seguintes características:


48Processo Média Móvel <strong>de</strong> Primeira Or<strong>de</strong>m: MA (1)Mo<strong>de</strong>loCondições <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong>x = u + a - (j, at t i t-1Como o processoe. <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m finita, o MA(1) é sempre estacionário.Condições <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong>Para que o processo seja inversivel, a serie Tr(B) <strong>de</strong>ve convergir para|B| < 1. Como TT (B) = 6" 1 (B), as raízes da equação característica 6 (B) = O<strong>de</strong>vem cair fora do circulo unitário.Para um MA(1), f] (B) = (l - OjB). Como a raiz vale B^" 1 , então |6j| < 1.MédiaE(X t ) = E(y + a t - 9ia t _ 1 ) == ECu) + E(a t ) - E^a^) == y + O - O =VariánciaVar(X t ) = E(X t - u) 2 = E(a t -= (l - e 2 -) a 2J. 3.Coeficiente <strong>de</strong> autocovariância= Var(X t ) == E(a tY. =E(a t - ^t_ l )(- t _. ~ e iat _= O, quaisquer j > 1.Coeficiente <strong>de</strong> autocorrelaçãoPI = - e 1 /(i + Q^)p. = O , qualquer j > 1.


49Processo Média Móvel <strong>de</strong> Segunda Or<strong>de</strong>m: MA (2)Mo<strong>de</strong>loCondições <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong>Como o processo é <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m finita, o MA(2) e sempre estacionãrio.Condições <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong>As raízes da equação característica 9(B) = 1- 8-,B-62B 2 -C <strong>de</strong>vem cair íorado circulo unitário. Então <strong>de</strong>vem satisfazer a:0 2 + 6 ! < l6 2 - e, < lMédiaE(X t ) =E (y+ a t -9 i a t _ 1 -6^^)= p + E(a t ) - e,E(a t _ 1 ) - ^(a^)= u + O - O - 0 =Variãncia= yVar(X t ) = E(X t - y) 2 = E(a t - 6 ] a t _ 1 - 6= a 2 + e, 2 o 2 + C,, 2 aa I a ± z= (i + e, 2 + e 2 ) a 2j- a aCoeficientes <strong>de</strong> autocovariânciaY c = Var(X t ) = (l + 6^ + 9 2-,,, z 2 )a 2aY; = E(a t - 8 i a t _ 1 - e 2 a t-2 )(a t-l " 9 l a t-2 ~ e 2 a t-3 }= - V 1 - V V


50Y2 = E(a t - 6 1 a t _ 1 '^t^ (a t-2 " 9 l a t-3 " 9 2 a t-4 )y. = O , qualquer j > 2.Coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçãoPTl =L + 62 + 9 2l + 6 +p. = O , qualquer j > 2.e 9 que sa-A figura a seguir ilustra as várias possibilida<strong>de</strong>s para 9tisfazem a condição <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um MA(2).O «2Figura 3 — Regiões <strong>de</strong> admissão para que um MA(2) seja inverswel


3.3 — Mo<strong>de</strong>lo Auto-Regressivo51Seja a <strong>de</strong>composição do teorema <strong>de</strong> Woid, dado através do processo linearestabelecido pela equação (3.4). Consi<strong>de</strong>rando unicamente as primeiras"p" pon<strong>de</strong>rações diferentes <strong>de</strong> zero, então a observação x é gerada pelamedia pon<strong>de</strong>rada <strong>de</strong>, somente, as "p" primeiras observações próximaspassadas da variável, acrescidas <strong>de</strong> uma "disturbancia" aleatória do períodopresente a . Então, o processoX t = Vt-1 + Vt-2i chamad He processo auto-regressivo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "p", simbolicamente <strong>de</strong>finidopor AR(p) .Na postulaçao parcimoniosa <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los , adquirem especial importância osprocessos auto-regressivos <strong>de</strong> primeira e segunda or<strong>de</strong>m, AR(1) e AR(2) .O mo<strong>de</strong>lo auto-regressivo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "p", AR(p) , apresenta as seguintescaracterísticas :- a media in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do <strong>tempo</strong>, se e somente se, o processo for estacionãrio.Nesse caso, como E(x ) = E(x .) = ... = E(x ) = y , então,Se o processo é estacionario, a media E(xt) = y <strong>de</strong>ve ser uma constante.Portanto, uma condição necessária (porém não suficiente) para que o processoseja estacionario e que sua media seja finita e <strong>de</strong>terminada. Ouseja, necessariamente <strong>de</strong>ve ocorrerConseqUentemente, se o processo auto-regressivo for estacionario, a média será zero somente se o termo constante S for igual a zero.Condições <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong> e estacionarieda<strong>de</strong>Seja um processo auto-regressivo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "p". Então,x =ó,x . + ct> 0 x T+...+JJ x. +attv l t-1y 2 t-2 -p t-p


Conforme se viu no iteia 3,1, para que o processo linear <strong>de</strong>finido pelaequação (3.1) seja estacionário, e necessário que W (B) convirja paraB | l l . Ou seja, como Y (B) = (^(B) , sejam G±~ l , i = l, 2, 3, . . . , p, asraízes <strong>de</strong> cj>(B) = 0. Então, (J>(B) = (1-G^B) (1-G 2 B) ... (l-G p B) e, expandindoem frações parciais, tem-se o mo<strong>de</strong>lo AR(p):X t - >HB)a t - * (B)a t - a t .Como para í' (B) = (B) convergir <strong>de</strong>ve-se ter, necessariamente, BJ < l,então GÍ l , = l , 2 , 3 , p, o que é equivalente a dizer que asraízes <strong>de</strong> y (B) = O <strong>de</strong>vem cair fora do circulo unitário.Para a condição <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong> , note-se que um AR(p) , comnito, implica que"p" fi-TT(B) = cf (B) = l - j_B - ^> 2 B 2seja finito. Então, as condições impostas para a inversibilida<strong>de</strong> doprocesso linear, expostas no item 3.1, não são requeridas paraumAR(p)com "p" finito. O processo AR(p) sempre será inversível.Deve-se ressaltar que as duas formasmo<strong>de</strong>lo linear geral,equivalentes<strong>de</strong>apresentação doon<strong>de</strong>= TT~(B),refletem a dualida<strong>de</strong> existente entre esses mo<strong>de</strong>los lineares. Po<strong>de</strong>-seperceber a dualida<strong>de</strong> entre a estacionarieda<strong>de</strong> e a inversibilida<strong>de</strong> doprocesso, as quais são caracterizadas em função da convergência das sériesH 1 (B) e ir (B) respectivamente. A estacionarieda<strong>de</strong> funciona para osprocessos auto-regressivos , assim como a inversibilida<strong>de</strong> funciona paraos processos media moveis.Processo Auto -Regressivo <strong>de</strong> Primeira Or<strong>de</strong>m: AR (1)Mo<strong>de</strong>loXt=Condições <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong>A raiz da equação característica í|'(B)=0 <strong>de</strong>ve ser tal que | . < 1.


53Condições <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong>Como o processo l <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m finita, o AR(1) é sempre inversível.MédiaE(x t ) = E(,5 1 x t _= 6 [V - & - E(a t ) =VariânciaE(x t - y) 2 = E(ó x t _ 1 + ô + a t - Ô/U-?-,;) 2 == a 2 /(i - ó 2) (3. 5)a lCoeficientes <strong>de</strong> covariáncia= EC -=EAssim, para k=l , j =


54Coeficiente <strong>de</strong> autocorrelação>k h 'o kp, = = = cp. qualquer kk y Y T JL , i MokNote-se que, como p, = i , a observação presente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> todos o;valores passados, embora seu grau <strong>de</strong> <strong>de</strong>pendência <strong>de</strong>cline com o <strong>tempo</strong>.Consequentemente, o processo au to-regressi vo estacionario <strong>de</strong> prineiraor<strong>de</strong>m tem memória infinita.Processo Auto-Regressivo <strong>de</strong> Segunda Or<strong>de</strong>m: AR (2)Mo<strong>de</strong>lox t = «|, 1x t_ l +


55Coeficientes <strong>de</strong> autocovariánciaY k = E( VVk> =E [ ( Vt-l- + Vt-2 + a t )X t-Note-se que:Vk-2se k = O,se k - l,se k = 2, Y2 = E(5 t .x t _ 2 ) = Ep^UjX^ + ^^ + a^ j == «l E(x t-r x t-2 ) + *2 E(x t-2- X t-2 ) + E(a t' x t-2 ) == 2, y k = ^ y k _ 1 +


56se k = 2, p 2 = "í^p-, + ií ) 2P == «K + *T =se k > 2, p k = * 1 p k _ 1 + ^p k _ 2 .tem-se que sua covariân-Em geral, para um processo AR(p) estacionãrio,cia vale\ - *iVi + Vk-2 + ••• + Vk- P > k > 0 >e seu coeficiente <strong>de</strong> autocorrelaçao valep k = V k -l + *2 p k-2 + '•• Vk- P 'k > °on<strong>de</strong> os parâmetros 4"-,, §2 > •••» * po<strong>de</strong>m ser obtidos através das chamadasequações <strong>de</strong> Yule-Walker. Ou seja, se pj, P£, P3 ..... p são conhecidos(e, em geral, o são através da função amostrai <strong>de</strong> autocorrelaçao),então o conjunto <strong>de</strong> equações p. , para k = l, 2, 3, . . . , p:KP 2 = Vi + *2 P op p = *l p p-l + *2 p p-2 + ••' + *p p o'chamadas equações <strong>de</strong> Yule-Walker, po<strong>de</strong> oferecer os valores dos parâmetrosatravés da resolução simultânea do sistema.e multiplicar ambos os membros por x , e utilizar o operador expectância:E(a t ' x t-k>T kbasta dividir a equação acima por T para se obter o coeficiente <strong>de</strong> autocorrelaçao p. ;


57Sinteticamente, po<strong>de</strong>m-se expressar as equações do Yule-Walker porp p-l p p-2p p-3 '•• p oe a solução do sistema e dada, conseqUentementê, por3.4 — Mo<strong>de</strong>lo Auto-Regressivo — Média MóvelSeja um processo estocastico estacionario. Se o processo apresenta característicasque não permitem sua <strong>de</strong>scrição através <strong>de</strong> uma parametrizaçaoparcimoniosa <strong>de</strong> um processo puramente auto-regressivo ou puramentemedia movei, pelo fato <strong>de</strong> seu comportamento incluir características<strong>de</strong> ambos os tipos <strong>de</strong> processos, então, consi<strong>de</strong>rando um mo<strong>de</strong>lo misto,obtido pela agregação <strong>de</strong>sses dois processos, auto-regressivo e mediamovei, tem-se;nt-1+ 6 + a_ - 6-, a_ nt L t- 13 a (3.8)q t-qou V x ~ a.P t-p t3 aq t-q


58Portanto,5 = 'i' 1 (B) 8 (B)2 ql - e-,B - e 2 B- ... - e BAssim, um processo misto auto-regressivo estacionario-media movei po<strong>de</strong>oer suposto como sendo gerado <strong>de</strong> várias maneiras:- cada observação da serie X(- e gerada por um filtro linear cuja função<strong>de</strong> transferência é a razão <strong>de</strong> dois polinômios, B(B) <strong>de</strong> grau "q"e !(>(B) <strong>de</strong> grau "p", quando o "input" e um processo <strong>de</strong> ruído branco;- como um processo auto-regressivo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "p",CB)x t = e ton<strong>de</strong>, pôsteriornonte, esegue um processo media movei <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "q",e t = 8(B)a t ;- como um processo média móvel <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "q",x t = 6(B)b ton<strong>de</strong>, posteriormente, b segue um processo auto-regressivo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>mV\Portanto,v(B) b t = a t •c(B) S = 8 (B) V(B) b = 8 (B) a.O processo misto auto-regressivo estacionário-media móvel, ARMA (p, q),apresenta as seguintes características.MédiaE(x t ) =6 + E(a t ) - 9 1 E(a t _ 1 )-...-9 q E( a^q)


59Condições <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong> e estacionarieda<strong>de</strong>Como os termos do processo media movei da equação (3.8) não impõem nenhumaexigência para a estacionarieda<strong>de</strong> do processo misto ARMA (p,q), entãoesse terá suas condições <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong> estabelecidas somentepela parcela do processo auto-regressivo. Assim, a equação4>(B)x t = 9 (B) a tserá originária <strong>de</strong> um processo estacionário se (B) = O tiver todas assuas raízes fora do círculo unitário. De forma semelhante, para o processoser inversível, exige-se que as raízes <strong>de</strong> 6(B) = O fiquem fora docirculo unitário.Funções <strong>de</strong> autocovariância e autocorrelaçãoObtém-se <strong>de</strong> forma semelhante a utilizada para um AR(p). Seja o processoARMA(p,q), dado porx .=


60Para k < q, o processo misto auto-regressivo estacionario-media moveiterá "q" coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçao, p , p _ , ..., p , ..., p,,cujos valores <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rão tanto dos parâmetros do processo media movei6 l, 82, 6'i, •••, 9 , como dos "p" parâmetros auto-regressivos i, , „l í ! 3,• • • , '^p-Na prática, os mo<strong>de</strong>los ARMA(p,q) conseguem <strong>de</strong>screver satisfatoriamenteas series <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> com um numero bastante reduzido <strong>de</strong> parâmetros. Emgeral satisfazem ã condição <strong>de</strong> p + q - 2.O processo misto auto-regressivo-media movei irais freqüentemente encontrado,o ARMA(1,1), apresenta as seguintes características.Mo<strong>de</strong>loX t = l X t-l + + a t - 6 l a t-lx t - IVI = a t - e l a t-l(l - ^ ( < * > - & ) converge. Para tanto, | q, \ '• 1, que e a condijj - l l 1 1 icão <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong> requerida para um AR(1).


61Condição <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong>Para um processo ser inversivel é necessário que Tf(B) convirja.Semelhantemente ao que foi <strong>de</strong>senvolvido para o estabelecimento da condição<strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se escrever a equação (3.12) como umprocesso auto-regressivo infinito, bastando para tanto substituir aseqtlencia<strong>de</strong> valores a f_-> i = 1> 2, 3, ... em (3.12). Nesse caso, os pe-Í — l ~sós TT.=9-]_ (•]_ - 0 ]_) , para satisfazerem a condição <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong>,<strong>de</strong>vem ter 10,1 < 1.MédiaVariância e coeficientes da autocovanânciaO i aa a(> Y - 6, a 2 =J o J- a(l - 40 )(


62Coeficientes <strong>de</strong> autocorrelação^-1 Y oPI =-YO i + e* - 2o 1 e 1Y 0íi(KY,ilP k = Ó lk-1' 1 ualc l uer k - 2 •Note-se que, como o processo e um ARMA(1,1) , e função <strong>de</strong> ^ e 8^. A função<strong>de</strong> autocorrelação apresenta um <strong>de</strong>créscimo exponencial a partir <strong>de</strong>p, . A presença do termo média móvel entra na <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> p-^ somente.As restantes autocorrelaçoes são <strong>de</strong>terminadas pela parte auto-re—gressiva do mo<strong>de</strong>lo. Consequentemente, a função <strong>de</strong> autocorrelação combinacaracterísticas <strong>de</strong> MA(1) e AR(1).3.5 — Mo<strong>de</strong>lo Auto-Regressivo Integrado — Média MóvelSeja um processo estocástico não estacionário. Se esse apresenta característicastais que sua não estacionarieda<strong>de</strong> é do tipo homogêneo, istoé, que permite sua transformação em série estacionaria pela aplicaçãodo operador diferença, então o processo não estacionário homogêneo, <strong>de</strong>scritopela transformação da serie em estacionaria e, posteriormente, pelautilização <strong>de</strong> um processo misto auto-regressivo-média móvel, é chamado<strong>de</strong> processo Auto-Regressivo Integrado-Média Móvel <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m (p,d, q) ou, simplesmente, <strong>de</strong>finido por ARIMA (p, d, q). Simbolicamente,(B) v d x t = e(B)a t •Note-se que, conforme foi visto nos itens anteriores <strong>de</strong>ste capítulo, aexigência para que o processo ARMA (p,q) seja estacionário esta somentena parcela do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>scrito pelo processo auto-regressivo. Ou seja,as raízes da equação característica (t (B) =0 <strong>de</strong>vem todas, necessariamente,cair fora do círculo unitário. Porem, se houver raízes quecaiam <strong>de</strong>ntro ou na fronteira do círculo unitário, o processo <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong>ter comportamento estacionário, passando a possuir um comportamento nãoestacionário explosivo ou não estacionário homogêneo.Define-se uma serie não estacionaria homogênea <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "d" como aquelaon<strong>de</strong> "d" raízes da equação característica (B) = O caem sobre a fronteirado circulo unitário e as <strong>de</strong>mais fora <strong>de</strong>le.


63Conforme o exposto no item 3.1. o operador diferença e tal que sua aplicação"d" vezes é capaz <strong>de</strong> transformar o processo homogêneo evolutivoem estacionario. Portanto, consi<strong>de</strong>rando o mo<strong>de</strong>lo:', (B)x = 0(B)a ,on<strong>de</strong> :•' (3) é um operador auto-regress ivo não estacionário homogêneo, talque "d" raízes da equação característica !(B) = O estão sobre o círculounitário e as <strong>de</strong>mais fora, então po<strong>de</strong>-se estabelecer que:;(B)x t = (b)(l-B) d x t = e(B)a t . (3.13)Repare-se que, como V >• = V x , d = l, 2, ..., e indiferente escrever? (B)x ou : : (B)x no mo<strong>de</strong>lo (3.13). Portanto, o mo<strong>de</strong>io ARIMA (p, d, q)vale:-(B)x = -(B)(l-B) d x = e(B)a (3.14)(f-(B)w = O (B) a , com w = V x ,on<strong>de</strong>•', (B) e um operador auto-regressivo estacionário.Deve-se observar que w =V x => x = S w , o que permite estabelecera equação (3.13) por'."(B) S d w t = e(B)a f , (3.15)on<strong>de</strong> x = S w é uma série não estacionaria homogênea <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "d".Dessa maneira, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>finido pela equação (3.15) permite que, aplicandoo operador diferença "d" vezes a serie homogênea não estacionaria,essa se torne capaz <strong>de</strong> ser representada pelo mo<strong>de</strong>lo estacionárioauto-regressivo-média móvel.O mo<strong>de</strong>lo ARIMA (p,d,q), assim <strong>de</strong>finido para <strong>de</strong>screver uma série <strong>tempo</strong>ral, é:UB)x t = (B) 7 d x t = 6(B)a t ,on<strong>de</strong>:- -'(B) é chamado operador auto-regressivo. Supõe-se que seja estacionário,isto e, que as raízes <strong>de</strong> .'(B)=0 caiam fora do circulo unitário;- S(B) = V :(B) é chamado operador auto-regressivo generalizado. É umoperador não estacionário, com "d" raízes da equação característicaí(B) = O iguais a um e as restantes fora do círculo unitário;- 9(B) e chamado operador media movei. Supõe-se que e inversível,ou se j a,as raízes <strong>de</strong> 8(B)=0 <strong>de</strong>vem, todas, cair fora do círculo unitário.


64Observe-se que, se d=0, o mo<strong>de</strong>lo ARIMA (p,O,q) representaestacionario <strong>de</strong>scrito por um ARMA (p,q).Da mesma forma, e possível <strong>de</strong>screver a serie estacionaria wum processounicamentepor um processo auto-regressivo ou unicamente por um processo mediamovei. Assim, se w e somente um AR(p), então o mo<strong>de</strong>lo ARIMA (p,d,0) setorna somente um mo<strong>de</strong>lo Auto-Regressivo Integrado <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m (p,d), <strong>de</strong>notadopor ARI (p,d). Semelhantemente, se w e <strong>de</strong>scrito somente por umMA(q), então o mo<strong>de</strong>lo ARlMA(0,d,q) se torna um mo<strong>de</strong>lo IntegradoMovei <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m (d,q), <strong>de</strong>finido sinteticamente por IMA(d,q).MediaEm geral, o número <strong>de</strong> vezes "d" <strong>de</strong> diferenças que se <strong>de</strong>ve obter paraque a serie Vd x possa ser representada por um mo<strong>de</strong>lo estacionario inversívelARMA(p,q) e, no máximo, igual a dois.Os casos on<strong>de</strong> d = l e d=2 se caracterizam por <strong>de</strong>screver não estacionarieda<strong>de</strong>quanto ao nível e/ou quanto a inclinação, os quais abrangem a gran<strong>de</strong>maioria dos comportamentos das series encontradas na vida real.Necessita-se <strong>de</strong> d=l quando a serie não e estacionaria, somente porqueocorrem trocas aleatórias em relação ao nível. Ou seja, quando o comportamentoda serie oscila ao redor <strong>de</strong> um nível durante um certo período<strong>de</strong> <strong>tempo</strong> e apôs passa para outro nível, sem que haja troca significativa<strong>de</strong> direção da serie. Nesse caso, diz-se que a serie e não estacionariahomogênea <strong>de</strong> grau um ou que apresenta uma tendência estocãsticaem relação ao nível da serie. Essa situação é visualizada graficamentena Figura 4 e, na pratica, esse tipo <strong>de</strong> comportamento é característicoda maioria das séries econômicas <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>.A não estacionarieda<strong>de</strong> homogênea <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m um po<strong>de</strong> ser percebida a partirdas equações (3.13) e (3.14), que comprovam o fato <strong>de</strong> a série nãoser influenciada pelo nível do processo. Nesse caso,para qualquer constanteK, t em-s e:;(B)(x t + K) = §(B)x t ,ou seja, :-(B)K = 0. Isso implica que : (1) = O, vale dizer que f (B) temum fator (l - B) e, portanto, ao se diferenciar uma vez, obtém-se umaserie estacionaria.Figura 4 — Gráfico <strong>de</strong> uma série não estacionaria quanto ao nfvel


65Necessita-se <strong>de</strong> d=2, quando a série é não estacionaria também quanto ãinclinação, ou seja, quando o comportamento da serie oscila em uma direçãopor um certo período e, após, muda para outra direção, conformese visualiza na Figura 5.x t /NFigura 5 — Gráfico <strong>de</strong> uma série não estacionaria quanto ao nível e à inclinaçãoA componente ten<strong>de</strong>ncial e o mo<strong>de</strong>lo ARIMAO mo<strong>de</strong>lo ARIMA, ate aqui exposto através das equações (3.13) e (3.14), étal que a série não i influenciada pelo nível nem apresenta persistênciaem relação a alguma direção que possa caracterizar tendências <strong>de</strong>terminísticas.Em termos da equação (3.14),1


66Portanto, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>scrito pela equação (3.14) po<strong>de</strong> ser generalizadopela inclusão <strong>de</strong> um termo constante, o qual permite a <strong>de</strong>scrição <strong>de</strong> possíveltendência <strong>de</strong>terminlstica.Então,9(B)a t . (3.16)A componente sazonal e o mo<strong>de</strong>lo ARIMAEm gran<strong>de</strong> numero <strong>de</strong> series <strong>tempo</strong>rais, principalmente em Economia, e comumo aparecimento <strong>de</strong> algum comportamento cíclico <strong>de</strong> curto prazo (<strong>de</strong>até um ano),chamado <strong>de</strong> sazonalida<strong>de</strong>.Em vista disso, para um tratamento completo sobre séries <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>, torna-senecessário caracterizar e eliminar essa função cíclica do <strong>tempo</strong>para se obter a condição <strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong>.Sazonalida<strong>de</strong> significa uma tendência <strong>de</strong> repetição <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminadocomportamento da variável que ocorre com certa regularida<strong>de</strong> no <strong>tempo</strong>.Series sazonais são, então, aquelas series que apresentam variações similares<strong>de</strong> um espaço <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> a outro, caracterizando-se por mostraremalta correlação serial entre observações da variável distanciadas peloperíodo da sazonalida<strong>de</strong>, além, é claro, da correlação serial existenteentre observações próximas.O ajuste sazonal necessário requer alguma forma <strong>de</strong> eliminação <strong>de</strong>ssacomponente cíclica <strong>de</strong> curto prazo, ou seja, <strong>de</strong> eliminar a correlaçãoentre valores sazonais periodicamente <strong>de</strong>fasados.<strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> sugerem a aplicação <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo ARIMA sazonal para <strong>de</strong>screvera serie possuidora <strong>de</strong> correlação serial nos períodos sazonalmente<strong>de</strong>fasados do tipoí(B S )V s D x t = 9 0 + 0(B S ) a t , (3.17)on<strong>de</strong>s s °s Ps —O(B ) = l - $iR - $98 -...-$ B e o operador auto-regressivosazonal <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "p", estacionário;s s 2.S Os •— -• —0(B ) = l - 9-^B - 626 - ... - CUIT' e o operador media movei sazonal<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "Q", inversível;V = (l - B S ) é o operador diferença sazonal, tal que V x = x -xS S ti L L Se "D" indicam o número <strong>de</strong> diferenças sazonais.Deve-se notar que (3.17) busca <strong>de</strong>screver somente o comportamento sazonal.Nessa equação, a t não é um processo <strong>de</strong> ruído branco, pois ainda per-.;;; ;i n i' c f :n as correlações entro observações próximas.


Para <strong>de</strong>screver essas correlações para os cc t , cuja sazonalida<strong>de</strong> já está<strong>de</strong>scri* a por (3.17), usa-se o mo<strong>de</strong>lo comum ARIMASubstituindo (3.18) em (3.17), tem-se: (B) V d a fc = 6(B)a t • (3.18)V d V° x = 9 n + 9 (B) Q(B S )a , (3.19)o qual <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> <strong>de</strong>nominaram mo<strong>de</strong>lo ARIMA sazonal multipli cativo <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m (p, d,q)x(P, D, Q) , simbolicamente chamado <strong>de</strong> SARIMA (p, d, q) x(P, D, Q) .Note-se que, para obter uma serie estacionaria, w , <strong>de</strong>ve-se tomar "d"diferenças simples e "D" diferenças sazonais da variável x , ou seja,„ =t


4 - O PROCESSO DE MODELAGEMOs mo<strong>de</strong>los completos ARIMA (p,d,q) e sua variante sazonal SARIMA(p,d,q) x (P,D,Q), <strong>de</strong>finidos no capítulo anterior, são tidos como algunsdos meios mais po<strong>de</strong>rosos e úteis para representar mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> sérieseconômicas <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> e, conseqUentemente, para inferir previsõessobre os movimentos futuros da variável.O processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los proposto por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> está absentadoem um ciclo iterativo, composto <strong>de</strong> três estádios: i<strong>de</strong>ntificação,estimação e checagem do diagnostico.A i<strong>de</strong>ntificação consiste no estabelecimento da or<strong>de</strong>m i.p,d,q) — ou, nccaso sazonal, (p,d,q)x(P,D,Q) — e <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>terminada inicialmente.Essa fase é a mais crucial, requerendo certo grau <strong>de</strong> conhecimento teóricoe experiência sobre o assunto, uma vez que a <strong>de</strong>finição do tipo <strong>de</strong>mo<strong>de</strong>lo que se ajusta aos dados do mundo real e precária, <strong>de</strong> difícil caracterização,feita através <strong>de</strong> medidas amostrais, o que implica uma i<strong>de</strong>ntificaçãogeralmente inexata. Ê" comum, inclusive, que a avaliação f ei tá nessaetapa sugira a viabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> a serie ser ajustada por mais <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo.O grau <strong>de</strong> acuracia, entretanto, po<strong>de</strong>rá ser aumentado no <strong>de</strong>correr dasetapas do ciclo iterativo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem.Concluídas as fases <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação da or<strong>de</strong>m e <strong>de</strong> estimação dos parâmetrosdo mo<strong>de</strong>lo, que fornecem as estimativas dos parâmetros auto-regressivose médias moveis, <strong>de</strong>ve-se realizar um processo <strong>de</strong> checagem dodiagnostico, isto é, <strong>de</strong> verificação da acuracia do mo<strong>de</strong>lo estimado naetapa anterior, com o fito <strong>de</strong> avaliar quão bem o mo<strong>de</strong>lo matemático estaajustado aos dados da realida<strong>de</strong>. Caso se verifique que um mo<strong>de</strong>lo não éa<strong>de</strong>quado, o ciclo será repetido.Para facilitar processos computacionais, é bastante comum trabalhar^se commais <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo durante o ciclo iterativo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem. No final do ciclo,a etapa <strong>de</strong> checagem do diagnostico permitira avaliar a viabilida<strong>de</strong> do ajustamentopara cada um dos mo<strong>de</strong>los sugeridos na fase <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação.De outra parte, se mais <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo se apresenta viável, têm-se meiospara escolher aquele que melhor aten<strong>de</strong> as finalida<strong>de</strong>s do estudo.Assim,por exemplo, para fins <strong>de</strong> previsão, a escolha <strong>de</strong>ve recair naquele queapresenta menor erro <strong>de</strong> previsão,vale dizer,menor erro quadrático médio.O processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los po<strong>de</strong> ser estabelecido como segue.4.1 — Mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> Séries Não Sazonais:Mo<strong>de</strong>lo ARIMA (p, d, q)t4.1.1 - A I<strong>de</strong>ntificaçãoA i<strong>de</strong>ntificação compreen<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> procedimentos com o objetivo<strong>de</strong> proporcionar uma idéia aproximada da estrutura do mo<strong>de</strong>lo. Assim, ai<strong>de</strong>ntificação e a etapa on<strong>de</strong> se estabelecem as características básicas


70da serie, tais como o tipo <strong>de</strong> processo gerador (estaci onario ou não estacionãrio); a existência ou não das componentes sazonal e ten<strong>de</strong>ncial,e que capacita o pesquisador a estabelecer a or<strong>de</strong>m do mo<strong>de</strong>lo que seajusta ã série observada; e as estimativas iniciais para os vai ores dosparâmetros envolvidos.Como primeiro passo na i<strong>de</strong>ntificação do mo<strong>de</strong>lo, é conveniente plotar osdados para se obter, "a priori", uma idéia do comportamento das observações.Já neste momento, po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>tectar informações úteis que po<strong>de</strong>rãoabreviar alguns procedimentos posteriores. A grosso modo, po<strong>de</strong>-seperceber se a serie e ou não estacionaria, e ou não sazonal, e algumaidéia sobre a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformações.A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação é salientada por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> pelofato <strong>de</strong> a mo<strong>de</strong>lagem ser sempre melhor se os dados são homoscedasticos .Assim, se a serie apresenta heteroscedasticida<strong>de</strong> , e conveniente fazer--se uma transformação a fim <strong>de</strong> tornar sua variancia constante.Para facilitar a tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão sobre qual a transformação que melhorse adapta, e sugerida a utilização <strong>de</strong> um grafico cartesianodo tipoamplitu<strong>de</strong> y media, o qual apresenta em um eixo a media <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong>observações da serie original (no caso <strong>de</strong> dados sazonais, o comprimentodos segmentos <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong> ura cie l o completo ; caso os dados não sejam sazonais,8 a 12 observações satisfazem) e no outro a amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> cadaum <strong>de</strong>sses segmentos. A idéia básica <strong>de</strong>sse grafico e colocar em um eixouma medida <strong>de</strong> posição e, no outro, uma da variação. Se a amplitu<strong>de</strong> forin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da média, não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação. Se for diretamenteproporcional , a transformação sugerida e a logarítmica natural.Representando a transformação por Zt(A), on<strong>de</strong> A é um vetor paramétricoa ser estimado, <strong>Box</strong> & Cox sugerem as seguintes ai ternat i vás , es tando algumasilustradas na Figura 1.Z,,-. i (Z v ' - C)/A , para A + O' log Z, para A = ODeve-se notar, entretanto, que o problema da conveniência <strong>de</strong> se fazertransformações e ainda ura campo bastante controverso. Embora <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>sugiram sua feitura, outros autores questionam a sua utilida<strong>de</strong> e aqualida<strong>de</strong> das previsões assim obtidas, as quais po<strong>de</strong>m estar ocasionandoten<strong>de</strong>nciosida<strong>de</strong> em seus estimadores .A i<strong>de</strong>ntificação do mo<strong>de</strong>lo, entretanto, envolve o estudo da função <strong>de</strong>autocorrelação . Essa função irá, conforme visto no Capítulo 2, diagnosticaras principais características da serie, permitindo ao pesquisadorinferir informações sobre a estrutura do mo<strong>de</strong>lo gerador.' t ssf i.' o caso mais comum cm scncs econômicas, on<strong>de</strong> a componente ten<strong>de</strong>ncial mdu/ o crescimento da vananciaa medida que o (empo pass.t: Ver a rcspcho. entre outros. M l SO\ i I47.il. (,R \S(,I K & M \Vli()[ I) l !


71/Ml-UIAFigura 1 - Gráfico "Amplitu<strong>de</strong> x Média" para alguns valores possíveis <strong>de</strong> AA função <strong>de</strong> autocorrelaçao, inicialmente, informara se o processo geradoré ou não estacionário. Para tanto, <strong>de</strong>ve-se lembrar a característica<strong>de</strong>ssa função em uma serie estacionaria, a qual, conforme expostono Capítulo 2, <strong>de</strong>ve aproximar-se rapidamente <strong>de</strong> zero quando "k" cresce.Se os coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçao possuírem valores gran<strong>de</strong>s etiverem uma diminuição lenta, enquanto "k" cresce, indicam que a sériee não estacionaria.Esse fato po<strong>de</strong> ser comprovado a partir da equação (3.11), on<strong>de</strong> a função<strong>de</strong> autocorrelaçao <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo ARMA estacionário satisfaz a equação(B)P, K = O, k>q. Seja c|)(B) = (1-G,B) (1-G B) ... (1-G B). Entãoasolu-L l. pçao para os coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçao, supondo raízes distintas,k k ke dada por p, = A n G, - A 0 G 0 - .... - A G , k>q-p. Se o mo<strong>de</strong>lo é t-skl l 22 P Ptacionario, G.0, pequeno, então, como G. = (1-A) = 1-kA , ten;--se que p =A.(l-kA), fato que indica um <strong>de</strong>clínio lento e linear paraízero da função <strong>de</strong> autocorrelaçao 3 . Nesse caso, se a queda <strong>de</strong>morada ocorre<strong>de</strong> forma regular e contínua, conforme Figura 2, a série I não sazonal ; sea queda <strong>de</strong>morada ocorre <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>scontínua, apresentando picos regularespelo período "s" <strong>de</strong> sazonalida<strong>de</strong> (Figura 3), ou em um padrão cíclico, com períodoigual a"s" (Figura 4),a serie e sazonal <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "s".


72Figura 2 — Correlograma <strong>de</strong> um processo não estacionário não sazonalO s 2s 3s 4sFigura 3 — Correlograma <strong>de</strong> um processo não esí acionário sazonal2sFigura 4 — Correlograma <strong>de</strong> um processo não estacionário sazonal


O processo <strong>de</strong> transformação da serie não estacionaria em estacionariaé feito através do operador diferença, V c '=(l - B)^. O número "d" <strong>de</strong> diferençasnecessárias para se obter a cstacionarieda<strong>de</strong> da serie e alcançadoquando a função <strong>de</strong> autocorrelacao da série W t = V^Xj. <strong>de</strong>cresce rapidamentepara zero.Na maioria das séries, o número <strong>de</strong> diferenças "d" é pequeno,com d < 2.Para tais casos, a análise das autocorrelaçoes é suficiente, em geraj-,com uma inspeção nos 15 ou 20 coeficientes iniciais <strong>de</strong> autocorrelacao(isto ê, p k , k=l, 2, 3, ..., 20).Deve-se notar, entretanto, que essa forma <strong>de</strong> obter "d" se baseia em umaavaliação subjetiva do pesquisador. O julgamento do fato <strong>de</strong> a função <strong>de</strong>autocorrelacao <strong>de</strong>crescer rapidamente para zero po<strong>de</strong>rá apresentar situações<strong>de</strong> duvida.Como foi visto, o numero <strong>de</strong> diferenças necessárias para tornar a serieestacionaria e igual ao numero <strong>de</strong> raízes da equação característica(B) = O que caiam sobre a fronteira do círculo unitário.A dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> julgamento e bastante comum naquelas series on<strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>loé <strong>de</strong>finido por parâmetros que, embora satisfazendo a condição <strong>de</strong>estacionarieda<strong>de</strong>, se apresentam com valores próximos a fronteira do círculounitário. A queda, nesse caso, da função <strong>de</strong> autocorrelacao parasucessivas diferenças da serie po<strong>de</strong> não apresentar alterações significativas.Para facilitar a escolha <strong>de</strong> "d", ANDERSON (1979) sugere a análise <strong>de</strong>mais um instrumento, que e o estudo do comportamento da variancia dasséries sucessivamente diferenciadas. A análise baseia-se no fato <strong>de</strong> avariancia <strong>de</strong> uma série não estacionaria ser maior que avariancia da sérietransformada em estacionaria, através do operador diferença,e, quandoessa e conseguida,uma sobredif erenciaçao (isto e,uma operação diferençaa mais do que o necessário para a obtenção da estacionarieda<strong>de</strong>) apresentaum acréscimo substancial da variabilida<strong>de</strong> da série.Apôs estabelecer "d", tal que W(- = V Xj. e estacionaria, trabalha-se coma série W t , que po<strong>de</strong> ser representada por um processo ARMA, para estabelecera or<strong>de</strong>m (p,q). Como a maioria das séries econômicas se caracterizampor serem passíveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição por um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> baixa or<strong>de</strong>m,on<strong>de</strong> tanto "p" quanto "q" assumem valores inferiores ou iguais a dois,o estabelecimento da or<strong>de</strong>m (p,q) torna-se bastante simples, tendo emvista o conhecimento que se tem das características da função <strong>de</strong> autocorrelacaodas séries <strong>de</strong>scritas por mo<strong>de</strong>los AR(p) , MA(q) e ARMAÍp.q) 14 :um MA(q) tem memória <strong>de</strong>^"q" períodos e um AR(p), embora possuindo memóriainfinita,tem função <strong>de</strong> autocorrelacao que <strong>de</strong>clina geometricamentepara zero 5 . Alem disso, para uma <strong>de</strong>finição precisa da or<strong>de</strong>m "p" <strong>de</strong> umprocesso AR(p), existe o instrumento da função <strong>de</strong> autocorrelacao parcialdo processo, a qual, para um mo<strong>de</strong>lo auto-regressivo, se apresentacom memória finita <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "p".' Deve-se salientar que, se a série não se caracteriza por ser representada por um processo <strong>de</strong> baixa or<strong>de</strong>m, a especificação<strong>de</strong> "p" e "q" torna-se bastante difícil, pois o meio dispontVel e' o <strong>de</strong> tentar adivinhar seus valores, fato que,obviamente, só terá algum valor prático se houver experiência suficiente (e, às vezes, sorte!) no processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem<strong>de</strong> se'ries <strong>tempo</strong>rais.[ sse é o caso geral, on<strong>de</strong> as raízes <strong>de</strong> r/>! Ht são distintas e reais. Se houver raízes complexas, o <strong>de</strong>clínio das autocorrelaçoesterá a forma senoitlal (para maiores discussões a respeito, inclusive <strong>de</strong>monstração, ver BOX & J l- NKINS (1976).


74A função <strong>de</strong> autocorrelaçao parcial, <strong>de</strong>notada por ^kv» e um instrumentoanalítico que, partindo do fato <strong>de</strong> um processo AR(p) ter uma função <strong>de</strong>autocorrelaçao com memória infinita, permite sua obtenção através <strong>de</strong>"p" funções <strong>de</strong> autocorrelaçao diferentes <strong>de</strong> zero 6 .Define-se a função <strong>de</strong> autocorrelaçao parcial por:p; p,se k = lse k _ 2^ é a. matriz <strong>de</strong> autocorrelaçao elr ^ e a matriz que difere <strong>de</strong> IP^somente pela ultima coluna, a qual e substituída pelo vetor colunaÍP1.P2.P3. ••-.P k }-Para um processo auto-regressivo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "p", a função <strong>de</strong> autocorrelaçaoparcial 4>kk será diferente <strong>de</strong> zero para k l p e zero para k > p.Dessa maneira, embora função <strong>de</strong> autocorrelaçao <strong>de</strong> um processo AR(p) tenhamemória infinita, a função <strong>de</strong> autocorrelaçao parcial, assim <strong>de</strong>finida,possui memória <strong>de</strong> "p" períodos, permitindo, conseqüentemente, ai<strong>de</strong>ntificação da or<strong>de</strong>m do mo<strong>de</strong>lo auto-regressivo.Em geral, o comportamento da função <strong>de</strong> autocorrelaçao <strong>de</strong> um processoauto-regressivo ten<strong>de</strong> a imitar o comportamento da função <strong>de</strong> autocorrelaçaoparcial <strong>de</strong> um processo média móvel e, inversamente, a função <strong>de</strong>As funções <strong>de</strong> autocorrelação parciais po<strong>de</strong>m ser assim obtidas: seja 0iq o j-e'simo coeficiente <strong>de</strong> um AR(K), tal que0kk se J a ° último coeficiente. Como se viu no capi'tulo anterior, 0^j <strong>de</strong>ve satisfazer aou, utilizando as equações <strong>de</strong> Yule-Walker,Pi"W"k-\P k-2p k-3'Resolvendo para os diversos valores <strong>de</strong> k, tem-se:,; 221 pl1p lp lP 2P,p iP 2 - P]i -P!, '0 33"2 p i "3i P! P 2e assim por diante.


autocorrelaçao <strong>de</strong> um processo média móvel ten<strong>de</strong> a imitar o comportamentoda função <strong>de</strong> autocorrelaçao parcial <strong>de</strong> um processo auto-regressivo.Assim,a função <strong>de</strong> autocorrelaçao parcial <strong>de</strong> um processo auto-regressivo<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "p" tem memória <strong>de</strong> "p" períodos, enquanto sua função <strong>de</strong> autocorrelaçaotem memória infinita. De forma inversa, para um processomédia móvel <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "q", a fungao <strong>de</strong> autocorrelagao parcial tem memóriainfinita, enquanto sua função <strong>de</strong> autocorrelaçao tem memória <strong>de</strong> ' qperíodos. Se ambas as funções, autocorrelaçaoe autocorrelaçao parcial,apresentam memória infinita, possivelmente um processo misto seja o maisconveniente para <strong>de</strong>screver a série <strong>tempo</strong>ral.No Quadro l, estão sintetizadas as principais proprieda<strong>de</strong>s das funções<strong>de</strong> autocorrelaçao e autocorrelaçao parcial, para a i<strong>de</strong>ntificação dosprocessos auto-regressivo, média móvel e misto (auto-regressivo-médiamóvel), pcxia as or<strong>de</strong>ns comumente encontradas na prática. Nas páginassubseqüentes, apresentam-se os gráficos dos padrões comportamentais<strong>de</strong>ssas funções.75Quadro lComportamento das funções <strong>de</strong> autocorrelaçao e autocorrelaçao parcial para o processo ARIMA (p,d,q)<strong>de</strong> or<strong>de</strong>ns mais comumente encontradas na pr.ttícaDISCRIMINAÇÃO(2,d,0) (O,d,2} (l,d,l)ial e senoidal da primtiíra <strong>de</strong>fatecida


76Padrões <strong>de</strong> p, e KKKpara um AR(1)Autocorrelaçoes: p. = $KAutocorrelaçoes parciais:~ 2 ' P ° ÍS f 221p l1p lp lP 2p l1P 2 - PJ $1 - 2T " 1 ~ $1 - PJ= O,0 > Oó > O0 2 4 6 8O 10 < O< oJLPadrões <strong>de</strong> p k e 0 ^ para um AR(2)Autocorrelaçoes: p fcp + 1)1.-, P,_ 2 .Autocorrelaçoes parciais:f lP 2 - P x-''l


'kkhi,.1 O O 1 2l0 2 4 j 618l l 10 2 5 | 824 OliO 1Cada um <strong>de</strong>sses quatro tipos <strong>de</strong> comportamento <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ra<strong>de</strong> estacionarieda<strong>de</strong> requeridas por esse mo<strong>de</strong>lo.dascondiçõesAssim, as regiões admissíveis são as apresentadas a seguir.


-K p, < 1-K p 2 < Tp\ < 1/2(p 2 +O p 2-i M/Padrões <strong>de</strong> p k e 0 y^para um MA(l)Autocorrelaçoes: pei1 + 8;Autocorrelaçoes Parciais:l - 62< k+1 >


79l 2 3 4 5l M'-''> OO 11 3 l 5 l 7 • 9Padrões <strong>de</strong> p^ e 0^ para um MA(2):Autocorrelaçoes: p i62Autocorrelaçoes Parciais: semelhantes a AR(2)"k0 kk1 O1 21 2 3 4 5 6l l1 3 5 7O 1 2l .


1 2 3 | j | 8 91 4 5 6 7 | 1Condições <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> para o MA(2)1 /KP: + p, = --0,5P: - P, = - 0,5OPip| = 4p ; (1 -2p :-1 O-1Pi


81Padrões <strong>de</strong> p ^ e (4 ^ para um ARMA( 1,1)Autocorrelaçoes: p, = P I> k :• 2Autocorrelaçoes Parciais:


82Condições <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong> para um ARMA(1,1):e,-1\p 2 \< Ip, lP 2 > p,(2p, + 1), p, < OP 2 >p,(2p, - 1), P! >0-1


Na prática, porém, surge outro problema, ã medida que não se dispõe dasfunções <strong>de</strong> autocorrelaçao e autocorrelaçao parcial teóricas, necessitando-setrabalhar com suas funções estimadas. Isso porque e importanteter alguma indicação <strong>de</strong> quanto um valor estimado po<strong>de</strong> diferir do valorteórico correspon<strong>de</strong>nte. Ou seja, torna-se necessário usar algum instrumentopara <strong>de</strong>tectar se, <strong>de</strong> fato, os coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçaoe autocorrelaçao parcial são efetivamente zero após alguma <strong>de</strong>terminada<strong>de</strong>fasagem 'V'.<strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> sugerem, como instrumento, uma simplificação da formula<strong>de</strong> Bartlett para gran<strong>de</strong>s amostras , através da qual po<strong>de</strong>m-se calcularerros padrão das autocorrelaçoes e autocorrelaçoes parciais estimadas,<strong>de</strong>nominadas erros padrão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem, on<strong>de</strong> as estimativas amostrais substituemas autocorrelaçoes teóricas. Essa fórmula é dada por:835 (rk) = -J- /l - 2(rj + r2 + ~ . + r')', k :- qvnPara as autocorrelaçoes parciais, o erro padrão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem é<strong>de</strong>duzido com a hipótese <strong>de</strong> que o processo e auto-regressivo <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m"p". Sua fórmula é dada por:A distribuição dos coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçao e autocorrelaçao parcialestimados, on<strong>de</strong> o valor teórico respectivo e zero, e aproximadamenteuma Normal. Então, o valor estimado r^, dividido pelo seu erro padrão,será uma variável normal padronizada. Resultado similar obtém-separa as autocorrelaçoes parciais.Esses aspectos proporcionam meios bastante bons para verificar se asfunções <strong>de</strong> autocorrelaçao e <strong>de</strong> autocorrelaçao parcial teóricas sãoiguais a zero, após alguma <strong>de</strong>terminada <strong>de</strong>fasagem. Como se sabe, em umadistribuição Normal, distancias que exce<strong>de</strong>m um erro padrão, em módulo,tem probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência em torno <strong>de</strong> 1/3, e as mesmas para doiserros padrões tem probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> 1/20 (5%).Assim, para avaliações com as funções <strong>de</strong> autocorrelaçao e autocorrelaçaoparcial estimadas, é conveniente plotar linhas <strong>de</strong> controle em ± âou ± 2a. Se os valores <strong>de</strong>ssas funções caírem na região limitada por7 A expressão para a variância do coeficiente <strong>de</strong> autocoirelação estimado <strong>de</strong> um processo estaciona normal, dadopor Bartlett, po<strong>de</strong> ser assim <strong>de</strong>finida:Como as autocorrelaçoes p v — O para v >q, todos os termos da equação, exceto o primeiro, são zero quando k >q.Então, a variância da autocorrelaçao estimada <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem k po<strong>de</strong> ser obtida usando a aproximação <strong>de</strong> Bartlett:iVARlr, )=— {l +2 Z p j },k>qkvn v = lFm geral, para maior confiança, c usada uma região limitada por dois <strong>de</strong>svios padrão estimados.q


84essas linhas <strong>de</strong> controle, então proporcionam ao pesquisador uma boa indicação<strong>de</strong> que as hipóteses formuladas sobre o tipo <strong>de</strong> processo empregadosão aproximadamente corretas, isto e, , , e r são si gnif icativa-K.K. K.mente diferentes <strong>de</strong> zero se !r |>2DP(r ), j>q e |$ . j > 2DP ($,.), j>p.K, K. K, K. rCtCApós a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> "d" e da or<strong>de</strong>m (p,q) da série estacionaria Wç,po<strong>de</strong>-se, então, verificar a existência do parâmetro 6 o .Para tanto,testa-sea hipótese <strong>de</strong> E(W t ) ser igual a zero, através da comparação da médiaamostrai W com seu <strong>de</strong>svio padrão estimado DP(W).Os valores aproximados <strong>de</strong>sses <strong>de</strong>svios padrão para os mo<strong>de</strong>los usuais,estão sintetizados a seguir, on<strong>de</strong> n=N-d, sendo N o número <strong>de</strong> valores dasérie 9 .AR(1) + DP (W) =/ (1+r )(l-2r2+rAR(2) -* DP(W) = /*S 1l —/ (l+2r +2r )MA(2) -> DP (W) = /^ARMA(1,1) -> DP (W) = X 12 - (1+ r r r 2Se o <strong>de</strong>svio padrão DP(W) > |w , a média po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada igual azero. Conseqllentemente, 6 =0.Se o <strong>de</strong>svio padrão DP(W) < |w|, a média po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada diferente<strong>de</strong> zero. Nesse caso, como E(w t ) - W = ^ — , o valor <strong>de</strong> 8 é ob-e1-4^-...-4> ptido após a obtenção dos parâmetros auto-regressivos $ , „, ..., .oPaia a <strong>de</strong>dução do DP(W) <strong>de</strong> cada mo<strong>de</strong>lo, ver BOX & JENKINS (1976: 193-95).


Por fim, o estudo das funções <strong>de</strong> autocorrelaçao e autocorrelaçao parcialproporciona as estimativas iniciais para os parâmetros, as quaisserão os instrumentos básicos para, no item subseqüente <strong>de</strong>ste capítulo,produzir as estimativas convenientes dos parâmetros do mo<strong>de</strong>lo.No Capítulo 3, as analises dos processos media movei, auto-regressivo emisto auto-regrcssivo-media móvel, para or<strong>de</strong>m inferior ou igual a dois,proporcionaram as expressões dos coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçao em termosdos parâmetros do processo. As estimativas iniciais po<strong>de</strong>m ser obtidassubstituindo valores estimados.Deve-se salientar que, no processo <strong>de</strong> obtenção dos valores parametricos,surgirão, muito freqüentemente, múltiplas soluções para estimativasdos parâmetros, porem somente uma <strong>de</strong>ssas soluções ira satisfazer ascondições restritivas <strong>de</strong> inversibilida<strong>de</strong> e/ou estacionarieda<strong>de</strong>.Na página 75, o Quadro l expõe os valores calculados para os parâmetros$ e 9 em função dos coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçao,para as or<strong>de</strong>nscomumente encontradas nas séries econômicas <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>.Da mesma forma, as estimativas iniciais para a Ãa são obtidas pelos valoresda autocovariancia, conforme analise do capitulo anterior.Sinteticamente,suas formulas são:Para um AR(p) : ô 2 = C (l-d>_ r,-


86dignifica, portanto, a obtenção <strong>de</strong> "p" estimativas para os parâmetros«j)., _, o> . . . $ , e "q" estimativas para os parâmetros 6 ,6_,9,, ...,6 , alem da variancia do ruído, a . ®qaEmbora os parâmetros auto-regressivos sejam lineares, permitindo o uso<strong>de</strong> métodos simples <strong>de</strong> estimação como, por exemplo, o<strong>de</strong> mínimos quadradosordinários, os parâmetros media movei não são lineares, o que tornabastante mais complexos os processos <strong>de</strong> estimação. Por essa razão,a escolhada técnica usualmente utilizada recai no método <strong>de</strong> máxima verossimilhança.Esse método é uma técnica <strong>de</strong> estimação bastante usual na inferencia estatística,ã medida que as estatísticas assim obtidas apresentam muitasdas proprieda<strong>de</strong>s aconselháveis para a escolha dos estimadores.O principio da verossimilhança sustenta que, se o mo<strong>de</strong>lo está corretamentei<strong>de</strong>ntificado, todas as informações que os dados observados fornecemsobre os parâmetros estão contidas na função <strong>de</strong> verossimilhança,e todos os <strong>de</strong>mais aspectos informativos das observações são irrelevantes.Para gran<strong>de</strong>s amostras, as estimativas da máxima verossimilhança possuemas proprieda<strong>de</strong>s assintoticas <strong>de</strong>:- eficiência, com menor variancia que qualquer outro estimador;- consistência;- no caso <strong>de</strong> haver um estimador suficiente, ele será o produzido peloestimador <strong>de</strong> máxima verossimilhança;- ser normalmente distribuído, com facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cálculo para a obtençãodos parâmetros média e variancia.A idéia básica do método <strong>de</strong> máxima verossimilhança é achar gran<strong>de</strong>zaspopulacionais que gerem os valores que mais se assemelhem aos da amostraobservada, ou seja, o método busca estabelecer os valores populacionaishipotéticos que maximizam a verossimilhança da amostra observada.Dito <strong>de</strong> outra maneira, o método consiste em selecionar aquelesestimadores que maximizam a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se obter a amostra realmenteobservada.No caso <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão, o objetivo do processo <strong>de</strong> estimação<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo ARIMA(p,d,q) passa a ser achar um vetor dos parâmetros auto-regressivos§ = (,> $91 •••> $ ) e um vetor dos parâmetros médiasmoveis Q_ = (8 , 9 , ..., 6 ) tais que minimizem a soma das diferençasquadradas entre os pontos observados na amostra e os esperados pela estimativaobtida com esses parâmetros estimados: $_ = ( , rf ...,$),B = (9,, B , ..., S ) e os resíduos â associados com os valores <strong>de</strong>sses~ _ q tparâmetros. Ou seja, simbolicamente, <strong>de</strong>ve-se achar fy_, _9_, tais queS(,6) = I. a 2 seja um mínimo.Por simplificação <strong>de</strong> exposição, optou-se, aqui, por consi<strong>de</strong>rar um mo<strong>de</strong>lo on<strong>de</strong> 8 0 - 0. Caso 9 0 ¥= O, então, tambémesse parâmetro <strong>de</strong>ve ser estimado.


Esses vetores serão $,6, e a , <strong>de</strong> tal forma que, para a equação í>(B)W =_ _ £ • ^ l= ê(B) â , on<strong>de</strong> W = V X , S(, S) = E â 2 é um mínimo.Como se supõe que o processo <strong>de</strong> ruído branco e normalmente distribuídocom E(a )=0 e Var(a ) = o , para qualquer t, então as estimativas <strong>de</strong>máxima verossimilhança são assintoticamente equivalentes aos estimadores<strong>de</strong> mínimos nuadrados.O processo <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong>sses parâmetros é bastante complexo. A minimizaçaoda equação S(J>_,_6) = Ea 2 f requer um método iterativo <strong>de</strong> calculo,ã medida que os valores <strong>de</strong> a t <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m dos valores passados e não observáveis<strong>de</strong> Wj. e at. Assim, por exemplo,o primeiro termo do ruído branco,a\, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dos valores passados e não observáveis w^,w_ ,w_ 0 ,...,w e a , a , a 0 , ...,a ,. Consequentemente, algum critério <strong>de</strong>--p+1 o -l —Â -q+Lvê ser usado para estabelecer esses valores não observáveis e assim iniciara obtenção dos valores <strong>de</strong> a t , antes que o processo <strong>de</strong> estimação,propriamente, seja aplicado.<strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> <strong>de</strong>stacam dois procedimentos para a obtenção dos a s .0 primeiro,chamado <strong>de</strong> condicional, on<strong>de</strong>, partindo <strong>de</strong> suposições razoáveisdo ponto <strong>de</strong> vista teórico, são atribuídos valores aos a^ não observáveis;o segundo, incondicional, on<strong>de</strong> os valores não observáveis são estimadosa partir da amostra <strong>de</strong> dados.Critério condicionalPara um processo ARIMA(p,d,q),a série X posáuin + d observações: x ,t l—d+1x _, „, x , . . . , x , x, , ...,X. Através da aplicação do operador di--a+/ -d+j o i nferença "d" vezes, V , po<strong>de</strong>-se transformar a serie X em W = V X ,com "n" observações w , w , ..., w , on<strong>de</strong> W é especificado por um ARIMA(p,q). Assim, o problema <strong>de</strong> estimação <strong>de</strong> e 8 do mo<strong>de</strong>lo ARIMA(p, d,q) ,especificado para a série X t , é equivalente a estimar §_ e Q_ do mo<strong>de</strong>loARMA(p,q) especificado por:a =w - ij),w . - ... -d> w +6,a ,+6 0 a „+ ... +9 a , (4.2.1)t t l t-l p t-p l t-l 2 t-2 q t-q'on<strong>de</strong> w = w -u, E(w ) = u.Como a t é um processo <strong>de</strong> ruído branco tal que, para qualquer "i", a^ enormalmente distribuído com media zero e variancia o^'-, a função <strong>de</strong> verossimilhançapara uma dada serie W^ será logcondicional,associada comos valores paramétricos (^_,^§_ ) a 2 l) , condicionadas as escolhas dos vetorespassados e não observáveisw _ 2 ' •'•' w - p+ i } e a * = (a o' S -l' a -2'


Assim, a função log condicional <strong>de</strong> Verossimilhança, associada aos vetoresparametricos , 6 e ao <strong>de</strong>svio padrão residual a , é) = -n In a2o 2 aComo tanto a função <strong>de</strong> verossimilhança L^(,6 ,a a ) como a função somados quadrados 3^(^,60 são funções condicionadas aos valores passadosnão observáveis <strong>de</strong> wt e a^, as estimativas obtidas pela função <strong>de</strong> verossimilhança<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m dos valores que são fixados para esses vetores.De outra parte, a maximizaçao da função <strong>de</strong> verossimilhança S obtida minimizandoa função soma dos quadrados S^(^,6_) .Entre as alternativas disponíveis para a fixação dos valores iniciaispara os elementos dos vetores não observáveis <strong>de</strong> W;- e <strong>de</strong> a;-,a mais simplese que proporciona uma aproximação satisfatória é consi<strong>de</strong>rar o conjunto<strong>de</strong> elementos w^ e a^ igual aos seus valores esperados incondicionais. Os valores esperados incondicionais para os elementos a A são todoszero e, se o mo<strong>de</strong>lo não contém a parte <strong>de</strong>terminística (ou seja,8 0 == 0), a media do processo também e zero, o que implica ter todos os elementos<strong>de</strong> w^, em valor esperado incondicional, também iguais a zero.Embora essa mecânica <strong>de</strong> iniciação da serie seja bastante boa, gerandoestimativas suficientemente aproximadas aos valores reais para_a maioriadas series usualmente analisadas na prática, essa aproximação po<strong>de</strong>não ser satisfatória se as raízes da equação (j>(B) = O são próximas docirculo unitário e o numero <strong>de</strong> observações não é gran<strong>de</strong> em relação aor<strong>de</strong>m (p,q) do mo<strong>de</strong>lo.Nesse caso, existem outros procedimentos que estabelecem valores esperadoscondicionados para w í( e a^. Esses procedimentos são,em geral,extensose trabalhosos em termos <strong>de</strong> operações <strong>de</strong> cálculo necessárias e,muitas vezes, sua eficiência em melhoria da precisão das estimativasdos parâmetros po<strong>de</strong> não ser significativa.A sensibilida<strong>de</strong> dos valores <strong>de</strong> iniciação da sérj.e <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ra do tamanhoda amostra que será mo<strong>de</strong>lada relativamente aos valores estabelecidospara "p" e "q". Se a série é pequena em relação a "p" e "q", haverá,possivelmente, algum ganho <strong>de</strong> eficiência nas estimativas. Porem, se asérie e relativamente gran<strong>de</strong>, a função condicional soma dos quadradosserá, aproximadamente, a mesma que a função incondicional.No caso <strong>de</strong> se necessitar do ganho <strong>de</strong> precisão originado pelo uso da funçãocondicional, um procedimento usual para estabelecer valores esperadoscondicionais é iniciar um processo iterativo tomando w^ e a^ comosendo zero. Estima-se o mo<strong>de</strong>lo ARMA por minimizaçao <strong>de</strong> S^C^.jO condicionala esses valores zero, gerando novos valores passados para w..Note-se que, se o mo<strong>de</strong>lo não contém a paite auto-regjessiva, os dois procedimentos são equivalentes. Em mo<strong>de</strong>lossazonais, entretanto, o primeiro procedimento não apresenta aproximação satisfatória. Ver <strong>de</strong>talhes em BOX & JEN-KINS (1976).


Um exemplo pratico permite maior clareza no exposto.Seja uma série <strong>de</strong>scritapor um mo<strong>de</strong>lo ARIMA (0,d,l). Então,W = a - 9 a , on<strong>de</strong> W =Nesse caso, a função soma dos quadrados po<strong>de</strong> ser expressa por:ns^Cep = 2a t 2 (e 1 ) = E (w t + 9 1 a t_ 1 (9 1 )) 2 .Em concordância com o que foi exposto, tomando-se a=0, tem-se:Como ]8]_


90Quadro 2Obtenção dos valores <strong>de</strong> aem um mo<strong>de</strong>lo W =(l-0,4B)atW ta t°' 4a t-l012345678910--3,0-4,04,05,0-4,06,0-3,02,05,0-2,00-3,0000-5,20001,92005,7680-1,69285,3229-0,87081,65175,6607-0,2643-0-1,2000-2,08000,76802,3072-0,67712,1292-0,34830,66072,2643A soma condicional dos quadrados é10S*(0,4) = £ a 2 (0,4/a =0) = 139,7948t=l °(4.2.2)Critério incondicionalUm outro procedimento proposto por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> para a obtenção da funçãosoma dos quadrados é através da função log incondicional <strong>de</strong> verossimilhança.Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>monstrar 12 que a função log incondicional <strong>de</strong> verossimilhança,para uma série com número <strong>de</strong> observações suficientemente gran<strong>de</strong> emrelação ã or<strong>de</strong>m (p,q) do mo<strong>de</strong>lo, é, aproximadamente,S (£,6)L(4>,6,a ) = -n In a ,S E 2 a aon<strong>de</strong> a soma incondicional dos quadrados vale12 HOX &JINKINS. (19761.n 13SÓ,6) = £ E(a /


Para o calculo <strong>de</strong> S(_$,ô_), os [ a tj sao obtidos aplicando o operador expectanciacondicional em (4.2.1). Xesse caso, e necessário começar umprocesso recursivo <strong>de</strong> previsão para trás, para calcular os w ., j=0,l i, ^, ? ...~ JNote-se que a serie estacionaria e inversivel W tem seu mo<strong>de</strong>lo ARMA<strong>de</strong>scrito tanto por91-HB) W= 8(B)comp por (F) W = 9(F) e ,on<strong>de</strong> F e o operador para diante, tal que FW = W , ; F'W = ri ,,; ....f f H t t +1, t t+2> »conforme o <strong>de</strong>finido no Capitulo 3, e Cj. e um processo <strong>de</strong> ruídocom E(e t ) = O e Var(e t ) = Var(a t ) =a ? .âAssim, po<strong>de</strong>-se obter w , w_ , w_ 2 , . .., w_<strong>de</strong> previsão para trás.branco, a partir <strong>de</strong> um processoTomando-se o mesmo mo<strong>de</strong>lo exemplificado anteriormente, o processo po<strong>de</strong>ser exposto como segue.Um ARIMA(0,d,l) po<strong>de</strong> ser expresso <strong>de</strong> duas maneiras:W = (1=9 B)a ou W = (1-9 F)ePortanto <strong>de</strong>ve-se calcularL a tj = [ w th e i [vi](4 - 2 - 3)[ e t] = [ w t] + 0 i [Vi](4.2.4)Nesse caso, a relação (4.2.4) proporciona as previsões para trás e(4.2.3) os [a t ].Numericamente, o exemplo po<strong>de</strong> ser assimilustrado:seja 9 = 0,4. Então W = (l - 0,4 F)e .["e l = l" w l + 0,4 [en e Ta , = í w l + 0,4 fã _ "] , e o processo recursivo<strong>de</strong> cálculo está exposto no Quadro 3.


92Quadro 3Obtenção dos valores <strong>de</strong> aem um mo<strong>de</strong>lo W =(l-0,4F)e['c][•t]••< [vj[V]'•' [•«]-1 000000 1,47491,474900-1,47491 -3,0-2,41000,5900-3,6872-0,68722 -4,0-4,9640-0,9640-1,71802,28203 4,02,0144-1,98565,70491,70494 5,05 -4,05,8058-1,67770,80582,32234,2622-1,8445-0,73782,15556 6,05,3289-0,67115,3888-0,61127 -3,08 2,0-0,86841,86842,1316-0,3474-1,52803,68001,47201,68009 5,05,66100,66104,2000-0,800010 -2,00,26442,2644-2,00000A soma incondicional dos quadrados e(4.2.5)10S(0,4) = E (a /0,4; W) 2 = 135,0284 .t=l lNote-se que, para esse exemplo, utilizando um MA(1), tem-se:|W l = w , t=l, 2, ..., n é previsto para trás se t l 0;pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> w;, ... são nulos,pois e , e , e_«, ..., são in<strong>de</strong>a[ , l a , ... são nulos, pois, em um MA(q), a_ , a_ , ...in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> w;


para iniciar o processo que se arbitrar el = G . DLsso segue, por(4.2.4), r;,,eO- -2,0] = [ w = 5>0 = 5>0 ~= 4 ' 2f e Q "1= fw Q l + 0,4 e < -> O = i" vi + 0,4(3,6872) < = 1,4749j w_ j | = O, j = l, 2, ...e, por (4.2.3), obtém-se os f aObserve-se que, mesmo para uma serie pequena, a soma condicional dosquadrados (4.2.2) é próxima da sojna incondicional dos quadrados (4.2.5).Após a obtenção dos valores <strong>de</strong> a t , que permitem calcular a soma dos quadrados,esta-se apto a aten<strong>de</strong>r aos propósitos da estimação, ou seja,achar estimativas Jos parâmetros que minimizem a soma dos quadrados.No exemplo dado, uma maneira <strong>de</strong> obtenção do parâmetro 6^ que minimizeS(9^) seria calcular o processo para vários valores <strong>de</strong> 6^,acompanhandograficamente a evolução dos respectivos S(61), para então concluirpelo mais eficiente (isto e, por aquele que minimize S(fNa pratica, entretanto, para um mo<strong>de</strong>lo mais complexo, envolvendo mais<strong>de</strong> um parâmetro, tornam-se necessários procedimentos metodológicos maissofisticados para a obtenção precisa dos parâmetros mais eficientes.O processo <strong>de</strong> calculo sugerido por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> emprega uma rotinaiterativa baseada na expansão da série <strong>de</strong> Taylor 1Lf para a linearizaçaoda equação geral do mo<strong>de</strong>lo ARIMA, a partir <strong>de</strong> valores iniciais para ,8) que se querpo<strong>de</strong> ser escrita por:,e_) = i f a /í)>,e,wL tS(6_) = 1fã l ' ,_tjn 2a t j .


94Expandindo |_at:/JLjWJ em serie <strong>de</strong> Taylor (com aproximação para somente asduas primeiras parcelas), a partir dos valores iniciais <strong>de</strong> B = (B, n,P 2,0' '••' p ), tem-se que:k,0a t /B,w =p+qE«i-*i.o> X i,t'X.. , t3 ^ip+qEssa ultima equação po<strong>de</strong> ser vista como uma regressão linear múltipla,on<strong>de</strong> o lado esquerdo é o vetor colunay, composto por t = l, 2, ..., nvariáveis aleatórias <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,p+q- Z B- X.y/a / WI B,2 l 2p+qe. x.1,0 i,2p+q: l rr r/w r 1 BT l n- Z g. X. .1,0 i, ne o lado direito composto pela matriz n x (p+q), <strong>de</strong> p+q variáveis in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes,multiplicadas pelo vetor p+q x l <strong>de</strong> ... p+q parâmetros <strong>de</strong>sconhecidosque se <strong>de</strong>sejam estimar e mais o vetor <strong>de</strong> termos residuais:X n 1 A- .. ... A ..1,1 2,1 p+q,l8 ia lX l,2X 2,2 •'• X p+q,2; (B =S 2; a=a 2X 1 X 0 ... Xl,n /,n p+q,nB p+q J'a nSinteticamente, =


95Porque os [e.t/S,wn não são exatamente lineares em relação aos 6, oajustamento a partir <strong>de</strong> g não produz estimativas <strong>de</strong> mínimos quadradosimediatamente. Essas estimativas iniciais servem para iniciar um mecanismoiterativo <strong>de</strong> aproximações sucessivas, a partir dos valores 3 anoteriores. O processo e repetido n vezes ate a ocorrência <strong>de</strong> convergência,ou seja, até que g -g—n —n— l = 0.A velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> convergência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá dos valores iniciais tomados pafinais,a convergência ocorre apôsrã g . Se os g são próximos dos—o —opoucas etapas iterativas Porem, se os g_ são muito distantes dosfinais, o processo po<strong>de</strong> necessitar <strong>de</strong> um número bastante gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> etapasiterativas, po<strong>de</strong>ndo, inclusive, em alguns casos, não convergir totalmente.Em termos práticos, os valores iniciais obtidos no processo<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, conforme o estudo feito no item 4.1, são, em gerai,bons valores iniciais.Felizmente, as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> calculo <strong>de</strong>sse processo iterativo apresentam-sediminutas, a medida que as rotinas programadas para elaboraçãopor meios eletrônicos estão bastante <strong>de</strong>senvolvidas, proporcionandorapidamente estimativas satisfatórias.Uma avaliação da precisão dos parâmetros assim estimados po<strong>de</strong> ser feitaa partir da variância <strong>de</strong>sses estimadores e da construção dos respectivosintervalos <strong>de</strong> confiança e testes <strong>de</strong> hipótese.Da teoria da inferencia estatística sabe-se que os estimadores <strong>de</strong> máximaverossimilhança têm distribuição aproximadamente normal, se "n" égran<strong>de</strong>, com expectância igual aos verda<strong>de</strong>iros parâmetros, e sua matriz<strong>de</strong> variancia-covariância e dada por:- lVar(B) = 2p+qComo â 2 = — — - , substituindo a 2 por sua estimativa ô 2 e calculando osa n a avalores da matriz, obtém-se estimativas para a variância <strong>de</strong> seus parâmetros.Para os mo<strong>de</strong>los geralmente utilizados na prática, as variancias estimadasestão sintetizadas a seguir.AR(1)AR(2) VAR( 2 ) =


96MA(1) -> VAR(8 n ) = -l nMA(2) -> VAR(82 0 )/ = VAR(Ô »"^\"., 1 )/=ARMAU.l)_ 1-4,2 (i-4> 1 e i ) 2VAR(S n )l1-62 (1-6 ) 2n4.1.3 — A Checagem do DiagnósticoApós o mo<strong>de</strong>lo ter sido i<strong>de</strong>ntificado e seus parâmetros eficientementeestimados, chega-se ã última etapa do processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem, <strong>de</strong>nominada<strong>de</strong> checagem do diagnóstico, que consiste em averiguar a a<strong>de</strong>quação domo<strong>de</strong>lo utilizado para ajustar os dados observados na vida real.Essa etapa apresenta-se importante, pois, se a verificação mostrar algumaevi<strong>de</strong>ncia <strong>de</strong> que o mo<strong>de</strong>lo ajustado é ina<strong>de</strong>quado para <strong>de</strong>screver osvalores reais da série, é necessário que ela própria (a etapa_da verificação)aponte as causas da ina<strong>de</strong>quação e sugira as modificações apropriadas.As técnicas existentes atualmente são ainda pouco evoluídas, portanto,precárias, não permitindo que se obtenham respostas científicas plenamenteconclusivas acerca da a<strong>de</strong>quação do mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>ntificado.Uma das técnicas recomendadas por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> para a checagem do mo<strong>de</strong>loé o chamado sobreajustamento. É baseada no princípio <strong>de</strong> que o mo<strong>de</strong>loi<strong>de</strong>ntificado na primeira etapa do processo, embora seja capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>screvera série, está sob a suspeiçao <strong>de</strong> que necessita um mo<strong>de</strong>lo maiselaborado, com um número maior <strong>de</strong> parâmetros. Justifica-se esse procedimentopelo fato <strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>lo mais elaborado conter parâmetros adicionaisque permitem <strong>de</strong>screver melhor as dúvidas e discrepâncias não abrangidaspelo mo<strong>de</strong>lo inicialmente i<strong>de</strong>ntificado. Assim, se a análise <strong>de</strong> ummo<strong>de</strong>lo estimado com parâmetros extras não indicar que os parâmetros sãosignificativos e a variancia residual não diminuir,po<strong>de</strong>-se supor que asadições <strong>de</strong> novos parâmetros não são necessárias, e que o mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>ntificadoconsegue <strong>de</strong>screver razoavelmente a série observada.O método do sobreajustamento, portanto, é uma técnica bastante precária,pois somente esten<strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>lo para or<strong>de</strong>ns superiores,assumindo quese conhece o tipo <strong>de</strong> discrepância cuja i<strong>de</strong>ntificação ainda proporcionaalgumas duvidas.Outro procedimento menos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte do conhecimento inicial do mo<strong>de</strong>loe <strong>de</strong> uso mais corrente no processo <strong>de</strong> checagem do diagnóstico está baseadona analise dos resíduos.


Esse processo <strong>de</strong> checagem, em geral, envolve dois estágios. Em primeirolugar, a função <strong>de</strong> autocorrelaçao para a serie gerada pelo mo<strong>de</strong>lo<strong>de</strong>ve ser comparada com a função <strong>de</strong> autocorrelaçao da série <strong>de</strong> dadosrealmente observados. Se as duas funções <strong>de</strong> autocorrelaçao se apresentambastante distintas entre si, po<strong>de</strong>-se imaginar que o mo<strong>de</strong>lo especificadonecessita <strong>de</strong> uma melhor i<strong>de</strong>ntificação. Por outro lado, se as duasfunções <strong>de</strong> autocorrelaçao apresentam comportamentos semelhantes, entãose passa para o segundo estagio, que e uma analise quantitativa dos resíduosgerados pelo mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>ntificado.A análise dos resíduos está baseada no fato <strong>de</strong> testar-se se realmente osresíduos formam um processo <strong>de</strong> ruído branco. Fundamentalmente, busca-setestar se os resíduos não estão correlacionados entre si.Assim, se o mo<strong>de</strong>lo está bem especificado, espera-se que os a t (â t == 9" 1 (B)cf; 'B)w t ) sejam não correlacionados entre si, t- que a função <strong>de</strong>autocorrelaçao dos resíduos£a .1 ,r, (r. = -) se aproxime <strong>de</strong> zero para <strong>de</strong>slocamentos k - l .k k97O teste <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência dos resíduos, sugerido por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>, é. o<strong>de</strong>senvolvido por BOX & PIERCE (1970) a partir das constatações <strong>de</strong> AN-DERSON (1942) para as funções <strong>de</strong> autocorrelaçao. Esse teste comprova que,se o mo<strong>de</strong>lo está corretamente especificado, então, para gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>slocamentos<strong>de</strong> "k", os coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçao r, estão não correlacionadosentre si, e estão normalmente distribuídos com media zero e variancial/n, on<strong>de</strong> n e o numero <strong>de</strong> observações da serie Wj- .<strong>Box</strong> & Pierce <strong>de</strong>finiram a estatística Q=n Er^2 , constituída por uma soma<strong>de</strong> variáveis normais <strong>de</strong> média zero e variância l/n elevada ao quadrado,a qual, portanto, possui distribuição qui-quadrado 15 , com k-p-q graus<strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>. A regra <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão consiste em que um valor <strong>de</strong> "Q" abaixo<strong>de</strong> 10% da cauda direita na tabela qui-quadrado indica que não é, necessariamente,aceitável a hipótese <strong>de</strong> os resíduos serem processos <strong>de</strong> ruídonão branco, uma vez que a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa hipótese ser verda<strong>de</strong>ira émenor que 90%. O teste do qui-quadrado é, portanto, um teste fraco, umavez que testa somente <strong>de</strong> forma indireta a hipótese dos resíduos formaremum processo <strong>de</strong> ruído branco.De outra parte, se o valor <strong>de</strong> "Q" calculado estiver entre os pontoscompreendidos pelas áreas <strong>de</strong> 10% e 5% da tabela, alguma dúvida sobre aa<strong>de</strong>quação da i<strong>de</strong>ntificação do mo<strong>de</strong>lo permanecerá, necessitando-se buscaroutros meios para dirimir as incertezas sobre a especificação domo<strong>de</strong>lo.Por último, após ter <strong>de</strong>cidido aceitar a a<strong>de</strong>quação do mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>ntificadoe estimado os valores ótimos dos respectivos parâmetros , é, ainda,aconselhável mais avaliação sobre a representativida<strong>de</strong> dos parâmetrosestimados . É possível que o mo<strong>de</strong>lo apresente um número não conveniente<strong>de</strong> parâmetros, os quais po<strong>de</strong>m caracterizar uma sub ou uma superparametrizaçaodo mo<strong>de</strong>lo.15 Na verda<strong>de</strong>, "Q" é aproximadamente qui-quadrado, pois po<strong>de</strong>rá haver correlação entre as primeiras f k e sua variânciaser menor que l/n.


98Para o caso <strong>de</strong> se objetivar a verificação da existência <strong>de</strong> parâmetrosem <strong>de</strong>masia no mo<strong>de</strong>lo ajustado (mo<strong>de</strong>los superparametrizados), o testeutilizado é comparar os valores dos parâmetros com o dobro <strong>de</strong> seus respectivos<strong>de</strong>svios padrão (vale dizer, ct=5%) . Se houver parâmetros inferioresao dobro <strong>de</strong> seus <strong>de</strong>svios padrão, em modulo, esses são possíveiscandidatos a serem eliminados.Se o parâmetro não significante e o <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m mais elevada,o mo<strong>de</strong>lo po<strong>de</strong>ser simplificado, reduzindo-se <strong>de</strong> um a or<strong>de</strong>m do operador.Exemplo: seja o mo<strong>de</strong>lo Vx t =(l - 0,47B - 0,05B 2 )a t com <strong>de</strong>svios <strong>de</strong> 0,02e 0,07, respectivamente, para BI e 02-O parâmetro 0,47 é significante, pois § 1 >2DP(8i),isto é, O, 47> 2 x O,02.O parâmetro 0,05 é não significativo, pois é menor que 2 x DP(§2), istoé, 2 x 0,07.Sugere-se, então, o mo<strong>de</strong>lo alternativo VXç =(l - 0,47B)at-Se o parâmetro não significante não e o <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m mais elevada, <strong>de</strong>ve-severificar o grau <strong>de</strong> correlação entre os parâmetros através <strong>de</strong> sua matriz<strong>de</strong> correlação. Se a matriz indica correlação entre os parâmetros,po<strong>de</strong>-se eliminar a <strong>de</strong> maior or<strong>de</strong>m; se não houver correlação entre osparâmetros, então,mantêm-se todos os parâmetros.Exemplo: seja o mo<strong>de</strong>lo Z - Z = (l - 0,08B - 0,56B 2 )a , com <strong>de</strong>sviospadrão dos parâmetros <strong>de</strong> 0,09 e 0,01 respectivamente.O parâmetro 0,08 e não significante, pois e menor que 2 x 0,09.O parâmetro 0,56 é significante, pois é maior que 2 x 0,01.Se a correlação entre os dois parâmetros for, por exemplo, <strong>de</strong> 0,95, ouseja, se existe cor ré laçaoentre eles,então se sugere o mo<strong>de</strong>lo Zj- - Z t _^ == (l - 0,08B)a t .Um ultimo caso e aquele em que todos os parâmetros se apresentam comsignificância, mas altamente correlacionados. Nesse caso, <strong>de</strong>ve-se optarpela redução do numero <strong>de</strong> parâmetros, baixando a or<strong>de</strong>m do mo<strong>de</strong>lo. Apôscada simplificação, os valores ótimos <strong>de</strong>vem ser reestimados.Para o caso <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los subparametrizados, on<strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>lo especificadoapresenta um numero <strong>de</strong> parâmetros menor do que o necessário para <strong>de</strong>screvera<strong>de</strong>quadamente o comportamento dos dados, o processo <strong>de</strong> analise<strong>de</strong> sua subparametrizaçao e baseado no fato <strong>de</strong> os resíduos obtidos apôsa estimação dos valores dos parâmetros terem autocorrelaçoes significantes.Sua avaliação e feita através dos seguintes procedimentos:- se os valores dos coeficientes <strong>de</strong> autocorrelacao são significantes nas<strong>de</strong>fasagens iniciais e/ou nos períodos múltiplos <strong>de</strong> sazonalida<strong>de</strong>,issoindica que os comportamentos regular e/oú sazonal não foram consi<strong>de</strong>radosna integra. Devem-se buscar as causas da <strong>de</strong>ficiência através dacomparação dos coeficientes significantes <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo com os coeficientesconhecidos para os operadores AR e MA. Obtidas as razões,elimina-sea <strong>de</strong>ficiência pela agregação <strong>de</strong> tais operadores ao mo<strong>de</strong>lo;- se os coeficientes <strong>de</strong> autocorrelacao significantes ocorrem em <strong>de</strong>fasagensdistintas das expostas acima, não apresentando então a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> operadores regulares e/ou sazon'ais adicionais e, além disso,


aparecem escassamente no correlograma (por exemplo, 5% das autocorrelaçoessão significantes), então, a serie <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong>ve ser aceitacomo aleatória e o mo<strong>de</strong>lo consi<strong>de</strong>rado satisfatório.Exemplo: seja um mo<strong>de</strong>lo MA(1):w t = (1-9,B)a t .Se os resíduos apresentam autocorrelaçao significante na <strong>de</strong>fasagem l,isso esta a indicar a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um operador MA adicional <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m1. Sugere-se o mo<strong>de</strong>lo MA(2): w = (l - 9^8 - 02B 2 )at •Exemplo: seja o mo<strong>de</strong>lo sazonal V. ? ln w = (l - 0.4B)(1 - 0.5B 12 )a com<strong>de</strong>svios padrão dos parâmetros 0,06 e 0,04 repectivamentt.No caso, ambos os parâmetros são significantes e <strong>de</strong>vem permanecer nomo<strong>de</strong>lo (a correlação entre eles é zero) e não existe qualquer evi<strong>de</strong>nciaque i.idique superparametrizaçao. Fazendo uma^analise das autocorrelaçoesdos resíduos após o ajustamento, essa não mostra melhoria domo<strong>de</strong>lo.Po<strong>de</strong>rá, ainda, ocorrer um caso especial, on<strong>de</strong> a super e a subparametrizaçaoestão presentes simultaneamente.Isso acontece quando se necessitatanto uma simplificação como uma melhoria do mo<strong>de</strong>lo. Ocorre quando estãopresentes tanto parâmetros sazonais que se <strong>de</strong>sejam simplificar,quanto parâmetros regulares, que se preten<strong>de</strong>m incorporar.994.2 — Mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> Séries Sazonais:Mo<strong>de</strong>lo SARIMA (p, d, q) x (P, D, Q)O processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem para series <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> que apresentam variaçõescíclicas <strong>de</strong> curto prazo e bastante similar aqueles em que a sazonalida<strong>de</strong>é inexistente. Fundamentalmente, essas diferenças resi<strong>de</strong>m em seprecisar estabelecer um numero maior <strong>de</strong> parâmetros e i<strong>de</strong>ntificar valorespara a or<strong>de</strong>m (p,d,q)x(P,D,Q). Como o processo <strong>de</strong> estimação dos parâmetros<strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo SARIMA segue os mesmos princípios <strong>de</strong> ummo<strong>de</strong>lo nãosazonal, e essa técnica <strong>de</strong> calculo encontra-se embutida nos pacotes computacionais,o problema do mo<strong>de</strong>lador reduz-se somente a estabelecer valorespara a or<strong>de</strong>m (p,d,q)x(P,D,Q).Assim,para se obter "d" e "D", <strong>de</strong>ve-se utilizar,conjuntamente, os operadoresV d = (l - B) d e vj? = (1-B S ) D , <strong>de</strong> maneira a tornar W = V VJ? XO t S Lestacionaria.A obtenção das or<strong>de</strong>ns "p", "P", "q", "Q" é feita, como no mo<strong>de</strong>lo nãosazonal, através das funções <strong>de</strong> autocorrelaçaoeautocorrelaçao parcialda serie V = V V X . Para o mo<strong>de</strong>lo multiplicativo,as conclusões obtidaspela existência <strong>de</strong> correlações diferentes <strong>de</strong> zero nas primeiras<strong>de</strong>fasagens <strong>de</strong>vem ser agora vistas conjuntamente com as <strong>de</strong>fasagens sazonais.As funções <strong>de</strong>^autocorrelaçao e autocorrelaçao^parcial do processo multiplicativosão geradas pelo produto das funções <strong>de</strong> seus componentesnão sazonais e sazonais. Dessa maneira,as conclusões obtidas pela exis-


100tencia <strong>de</strong> correlações diferentes <strong>de</strong> zero nas primeiras <strong>de</strong>fasagens sãoindicações dos valores das or<strong>de</strong>ns "p" e "q" e nas <strong>de</strong>fasagens sazonaisdas or<strong>de</strong>ns "P" e "Q".Por exemplo, para um processo (O,l,l)x(0,l,1) «, os coeficientes <strong>de</strong> autocorrelaçoesda série W X <strong>de</strong>vem ser diferentes <strong>de</strong> zero soincn<strong>de</strong>fasagens l, 11, 12, 13.


5-0 MÉTODO DE PREVISÃODE BOX & JENKINS5.1 —IntroduçãoApôs o termino do processo iterativo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, estimaçaoe checagemdo diagnostico, o qual proporciona uma estimativa do mo<strong>de</strong>lo geradorda série que se ajusta aos dados da realida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>-se utiliza-lopara prever valores futuros da variável.Entretanto <strong>de</strong>ve-se sempre ter presente que, na pratica, nunca se tem oprocesso gerador verda<strong>de</strong>iro da realização amostrai. Dispõe-se apenas <strong>de</strong>uma aproximação <strong>de</strong>sse processo gerador, a qual estasujcita a erros tantono que se refere a i<strong>de</strong>ntificação quanto a estimação. E claro,então,que o sucesso do processo <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ra, fundamentalmente, daqualida<strong>de</strong> representativa do mo<strong>de</strong>lo teórico estimado, a qual <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> dotrabalho nas etapas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação e estimação.Os processos <strong>de</strong> previsão com mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> séries <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> são procedimentosque visam a esten<strong>de</strong>ra valores futuros o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong>scrito e ajustadoaos valores passados e ao valor presente da variável. Dessa maneira, oestudo dos processos <strong>de</strong> previsão que aqui se analisam envolve um conjunto<strong>de</strong> técnicas, que busca estabelecer a base teórica que norteia oestudo <strong>de</strong> previsões <strong>de</strong> séries <strong>univariantes</strong> <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>, proposto por <strong>Box</strong>& <strong>Jenkins</strong>, bem como os fundamentos da inferencia estatística dos erros<strong>de</strong> previsão e os conseqílentes intervalos <strong>de</strong> confiança para aqueles procedimentos,além, é claro, da etapa posterior <strong>de</strong> cálculo das previsõespropriamente ditas.Ao esten<strong>de</strong>r a valores futuros prováveis o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> série <strong>tempo</strong>ral construído<strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>screver os valores passados e o valor presente davariável, esta-se diante <strong>de</strong> uma analise que busca obter as característicascomportamentais sistemáticas da série, vale dizer, que busca apresentaruma <strong>de</strong>scrição dos mecanismos e da natureza aleatória do processoestocãstico que gerou a serie <strong>de</strong> valores passados e do valor presente.O estabelecimento da estrutura probabilística da realização amostraida variável proporcionara os meios para inferí r conclusões sobre as probabilida<strong>de</strong>sassociadas a cada possível valor futuro da variável.Portanto a previsão se torna o calculo do valor esperado <strong>de</strong> uma futuraobservação, condicionado aos valores passados e ao valor presente davariável. Ou seja, chamando <strong>de</strong> x t (h) o valor previsto estimado para umhorizonte <strong>de</strong> "h" períodos <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> futuros e "t" o período <strong>de</strong> origem daprevisão, então,Í t (h) = E(x t+h /x t , x t _ 1( ...).O valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t+h e obtido pela equação do mo<strong>de</strong>lo ARIMA.Como foi visto em capítulos anteriores, uma observação x^+h gerada porum mo<strong>de</strong>lo ARIMA §(B)x t = 8(B)a t , on<strong>de</strong> § (B) = 4>(B)V d , po<strong>de</strong> ser expressa<strong>de</strong> três formas distintas:


102- em termos <strong>de</strong> equações a diferençasat +h ;- em termos <strong>de</strong> uma soma pon<strong>de</strong>rada do presente e dos passados choquesaleatóriost+h °°x . = . Z T , . a . = .ZH'.a,., ,,- ^\t+h j=-» t+h-j j j=o j t+h-j (5.2)on<strong>de</strong> V =1 e f . são tais que (l - SB- ... - § ,B P+ ) (l+y.B+f-B "+. . .) =o j l p+d l 2.= (l -8^ - ... -9 B q ) ;- em termos <strong>de</strong> uma soma pon<strong>de</strong>rada das observações passadas mais um choquealeatório no período presente\+h-j + a t+h '(5 - 3)on<strong>de</strong> os pesos TTj são tais que 5 (B) = (l—ir B-TT B 2 -. . .) 6 (B)A base do estudo que norteia a teoria das previsões é que essa inferencia<strong>de</strong>ve estar sujeita ao menor erro possível. Matematicamente, significadizer que a previsão ótima <strong>de</strong>ve apresentar um erro quadrático médio <strong>de</strong> previsão mínimo, ou seja, x (h) <strong>de</strong>ve ser tal queE(e (h) 2 ) = E(x h~^t C 1 ) ) 2 se J a um mínimo.O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ssa expressão estabelece os valores que a satisfazem.Seja o mo<strong>de</strong>lo ARIMA §(B)x = 9 (B) a , então,x = T 1 (B) 6 (B) a = f(B)a = ^j V j 'Portanto o valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t+h valet+hEf.j=Q ja . . = St+h-j j=_ coy,.a.=t+h-j j= 't' a ,+V.a , . +. . .+'i', a +V. , a + ... , (5.4)o t+h l t+h-1 h t h+1 t-1o que estabelece o valor <strong>de</strong> Xj.+j^ através <strong>de</strong> uma função linear <strong>de</strong> valoresdo processo <strong>de</strong> ruído branco, do tipo da equação (5.2).


103De maneira semelhante, po<strong>de</strong>-se obter os valores <strong>de</strong> x (h) .x t (h) = E ( x t+ll/ x t> x t_i> •••) <strong>de</strong>ve ser tal q ue <strong>de</strong>penda somente dos valorespassados e do valor presente.Seja x t (h) - < a t H- ^ a^ + < +2 a t . 2+ ... , (5.5)dado também através <strong>de</strong> uma função linear <strong>de</strong> valores do processo <strong>de</strong> ruí-do branco, on<strong>de</strong> os pesos ^h+j , j=0, l ,2,,. . . são <strong>de</strong>terminados <strong>de</strong> forma quex t (h) seja uma previsão ótima, então,E(e (h)) 2 = E(x ,_- x (h) 2 =t t+h t+ f, J o 2 + Z (Y, . - f," .) 2 o 2 .h-1 a . h+i h+iJaJ=°A expressão acima será minimizada quando os f*h+i forem iguais aos verda<strong>de</strong>irospesos f, . , j = O, l, 2, . . .h+jEntão, por (5.4), x (h) <strong>de</strong>ve ser igual ax (h) = fã-i- * h+1 a t _ 1 + * t+2at -2 + "•(5>6)ou, <strong>de</strong>duzindo pela equação. (5.5),\ + i E(a t-i }- O + O +... +Vt+Vl a t _ 1 + ... = _^Portanto a função ótima <strong>de</strong> previsão éx t (h) "ECx^/x^x^,...) = .^\ +j \_j 'Note-se, por outro lado, que o erro no instante "t" para o avanço "h"po<strong>de</strong> ser obtido por (5.4) e (5.6): 1Note-se que, para h = l, e t (l) =xt+l - xt( 1) —at+1-


104Conseqüentemente,E(e t (h)) = E(x t+h -x t (h)) = 0 ;Var(e (h)) = (l +n LVale dizer, a previsão é não ten<strong>de</strong>nciosa e sua variancia é função davariância do processo <strong>de</strong> ruído branco, a| . (5.7)5.2 — O Processo <strong>de</strong> PrevisãoA obtenção da estimativa do valor futuro provável x (h) = E(x /x ,x, ...), proposta por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>, é feita através <strong>de</strong> um processoiterativo on<strong>de</strong>, primeiro, e calculada a previsão para um período adiante,para posterior utilização <strong>de</strong>sse resultado no cálculo da previsãosubseqUente.Dado o mo<strong>de</strong>lo ARIMA (p,d,q), o qual po<strong>de</strong> ser escrito <strong>de</strong> três formas distintas,<strong>de</strong> acordo com (5.1), (5.2) e (5.3), as respectivas expressõespara a previsão são apresentadas a seguir.Previsão utilizando equações a diferençasO valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t+h é dado por:X t+h =§ l X t+h-l + - ' •Então a previsão eDeve-se ter presente que:E (x ./x ,x , ,. . . ) =x .parat+h t t-1 t+ht- qualquer H 4 h _ < O ;E(a t+h /x t' x t-l"-- ) = a t+h = Vh - 5 t+h-l (l)se h < 0;E(a /x ,x _.,... )=0 para qualquer h > 0.


105Previsão utilizando equação da soma pon<strong>de</strong>rada do presente e dos passados choques aleatóriosO valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t+h é dado por:t+1x . = .L v . .a. = .£_ ¥ .a .t+h j=-» - t+h-j j j O j t+h- jEntão a previsão eÍ t (h) - * 0 E(a t+h ) + ¥ 1 E(a t+h _ 1 ) + ...+ Vl E < a t+l> + V (a t> ++ \+l E(a t-l } +--- +E (a t - h > 'Previsão utilizando equação da soma pon<strong>de</strong>rada das observações passadas mais um choque aleatórioO valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t+h e dado por:00x = .£ TT.X , . + a , .t+h j=l j t+h- j t+hEntão a previsão éir i E(x t+h-i /x t' x t-r-- )+^2 E(x t+h-2 /x t' x t-i'--- )+ --- +E K+h )Exemplo 01: previsão <strong>de</strong> um MA(1) : X = (1-6 B)a +PO valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t+h e dado porX t+h = (1 ~ 9 l B)a t+h + *e a previsãoB)+lj) =E(a t+hEntão, para h=l,para h > 2,x t (h)=


106Como o processo MA(1) tem memória <strong>de</strong> somente um período, os dados sócondicionam as previsões para um período adiante. Para dois ou mais períodosadiante, a melhor previsão i a média do processo.A variancia do erro <strong>de</strong> previsão vale,para h=l,E(e t (l) 2 ) = E(x t+1 -x t (l) 2 ) = E(a t 2 ) = a 2 ;para h > 2,E(e t (h) 2 )=E(x t+h -x t (h) 2 )=E(a t+h -6 1 a t+h _ 1 ) 2 = (l - 6 2 ) a 2 .Vale dizer que a variancia do erro <strong>de</strong> previsão cresce até dois períodosadiante. A partir <strong>de</strong>ste horizonte, torna-se constante.Exemplo 02: previsão <strong>de</strong> um AR(1) : (l-if B) x =a +ôComo (1-41,8) x t = a_ + 6 x - 4),x , = a + 6 x =f>x +a +ô,o valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t+h é dado pore a previsão ex t (h) =E( Vt+h _ 1 ) + E(a t+h ) + 6 =Então, para h=l ,x t (l) =para h=2,x (2) = $ E (x ) +E(a ) + 6 = 4>,x (1) + O + 6 = iKU.x + ô) + 6 =


107ou seja,para h > 2,x t (h) = ^^(h-1) + 6 =Note-se queisto é, para horizontes muito distantes do valor <strong>de</strong> origem, a previsãoten<strong>de</strong> ã média do processo.A variancia do erro <strong>de</strong> previsão valeet(h) = xt +h - x t (h) = *i x t+h-i + 6 + a t+h - x t (h) =- x t (h) =Logo, E(e (h) z ) = (l +


108Então, para h=l,x t (l) = E(a t+1 ) - 6 1 E(a t ) + 6 + O - + ô =para h=2,x t (2) = * 1 E(x );+1 ) + E(a t+2 ) - * 1 E(a (;+1 ) + 6 + O - O + ó =6 =9 l l a te, para h ^ 2,x t (h) = 6 -Note-se que, semelhantemente a um AR(1),lim x (h) = - =i t 1 — Ò^ YDeve-se salientar que, tanto o AR quanto o MA e o ARMA são processosque apresentam a característica comum <strong>de</strong> suas previsões ten<strong>de</strong>rem ã média,quando o horizonte <strong>de</strong> previsão se torna distante. Esse fato implicauma limitação significativa no uso <strong>de</strong>sses processos para a obtenção<strong>de</strong> previsões <strong>de</strong> valores distantes. A potencialida<strong>de</strong> dos métodos é elevadasomente para pequenos horizontes. Para valores distantes,sua utilida<strong>de</strong>e questionável e, certamente, outros métodos que não apresentamessa limitação seriam mais a<strong>de</strong>quados.Exemplo 04: previsão <strong>de</strong> um ARIMA (1,1,0) = ARI(1,1):l t t(!- B) (l-B)x = 6 + ai L U= 6Vi + Vt-2


109O valor <strong>de</strong> x no período t+h éx t+h = (1 + ^) x t+h _ 1 - * lXt+h _ 2 + a t+h + 6 .Portanto, as previsões são:para h=l,E(x t )para h=2,x t (2) = E((l+4, 1 )x t+1 - $ l x t + a t+2 + 6) = (1+^) ^(1) - Ç^ -0 + 6para h > 2,x - * X _ + a + 6) -x t (h-l)- 1 S t (h-2) + 6 .Exemplo 05: previsão <strong>de</strong> um ARIMA(0,1, 1) = IMA(1,1):V x = (1-9 B) a + ó(I-B)X C = a t - e 1 a t _ 1 + 0X t - X t-l = a t - Vt-1X t = X t-l + 3 t - 9 i a t-lO valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t-h éx , = x , ,+a , -Ô, a . ,+6t+h t+h-1 t+h l t+h-1Portanto as previsões são:


110para h=l ,x t (l) = E(x t + a t+1 - 9^ + ô) = x t + O - 6^ + ô = x t - 9^ + 6 ;para h=2,x t (2) = E(x t+1 + a t+2 - 9la t+1 + 6) = ^(1) + O - O + 6 .Logo, para h > 2 ,x t (h) = x t (h-l) + 6 ,ou seja, para qualquer horizonte, a previsão e uma linha horizontal nonível <strong>de</strong> x t (h), caso o termo 6 não esteja presente ou, se estiver, seráuma reta com <strong>de</strong>clivida<strong>de</strong> (aclivida<strong>de</strong>) <strong>de</strong>finida por ô .Exemplo 06: previsão <strong>de</strong> um ARIMA (1,1,1):(1-B) V X _ = (l-e) a + 6(l-B)x t = (l-e i B)a t + 6X t =1+ *l x t-l - *l X t-2 + a tO valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t+h ex t+h = Ü+V*^^ - *l x t+h-2 + a t + hi a t + h-lPortanto as previsões são:para h=l,x t (l) = E((l+


1 11para h=2 ,x t (2) = E, para h > 2,x t (h) =5.3 — A Atualização das PrevisõesEm geral, o processo <strong>de</strong> previsão para vários períodos <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> po<strong>de</strong> requererque se atualize o período <strong>de</strong> origem das previsões. Nesse caso,e conveniente a montagem <strong>de</strong> um processo on<strong>de</strong> os valores condicionadosutilizados como base do calculo da expectancia <strong>de</strong> x^+jj possam ser atualizados<strong>de</strong> período a período, eliminando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> repetir o complexoprocesso <strong>de</strong> calculo elaborado para a obtenção das previsõesSc t (h).Assim, o processo <strong>de</strong> atualização das previsões consiste em gerar instrumentosque permitam o calculo <strong>de</strong> uma previsão x (h) = E (x /xt+n t+h t + nx _,,...)) a partir da previsão <strong>de</strong> x (h) = E (x ,/x , x , ...)» quandosão obtidos novos valores x , x +2, ... x , através <strong>de</strong> um processoiterativo, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> recalcular o mo<strong>de</strong>lo.Esse processo <strong>de</strong> atualização é <strong>de</strong>nominado previsão adaptada e consiste emtomar o conjunto <strong>de</strong> valores realmente oi servados (ou mesmo suas previsões)para os períodos anteriores, juntamente com o erro <strong>de</strong> previsão doperíodo da previsão <strong>de</strong>sejada.Ou seja, para atualizar a origem da previsão <strong>de</strong> xquando se obtémo valor x , <strong>de</strong>ve-se calcular a previsão <strong>de</strong> x na origem t + 1, atravésdo valor <strong>de</strong> x (h+1) acrescido <strong>de</strong> um múltiplo do erro <strong>de</strong> previsão a . .Para constatar a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssa forma <strong>de</strong> atualização, po<strong>de</strong>-se ^verificarque as previsões <strong>de</strong> x , feitas nas origens t+1 e t, são, respectivamente,as que seguem.Seja um mo<strong>de</strong>lo ARIMA dado por (5.2), então:Vi


112subtraindo membro a membro,Vt+1on<strong>de</strong> o estabelecimento do valor <strong>de</strong> Th é obtido pela relação entre ospesos da equação (5.2), §(B) T(B) = 8(B).Ou seja,(1-§ 1 B-§ 2 B 2 - ...- § p+d B P+d )(l+f 1 B+T 2 B 2 + ...) = (l - ej_B - ... - g fil),+6 5 — B2Ü 2f. =§, v. ,+...+§.,J l J-l P+don<strong>de</strong> ¥= l, V. = O, V. < O e 6. = O, V. > qSe K = mãx(p+d-l; q), então, para j > k,*. = ^Y. .. + §„¥. ,+ ... + § , ¥ . , . .. Q.j l J-l 2 j-2 p+d j-p-d (5.8)Note-se que os Y. são calculados facilmente <strong>de</strong> forma recursiva.Exemplo: seja a série mo<strong>de</strong>lada por (l-l,8B+0,8B 2 )x =a ,on<strong>de</strong> § = 1,8, § = -0,8 ,então:-í.),8)1 = 2,44= l,8(2,44)+(-0,8).l,8 = 2,95


Se as previsões para um, dois e três períodos adiante, com origem "t",são x (1) = 200, x (2) = 210 e x (3) = 220, então, no momento em que seobtém o valor x, po<strong>de</strong>-se atualizar a origem das previsões.113Seja X = 201,então: a =x - x (1) = 201 - 200 = le x (1) = x (2) + ¥ a =t+1 t l t+1= 210 - (l,8).l = 211,8:J f'J'! = í ("3 1 ! -t W at+l ( ' t (ò) 2 t+1e assim sucessivamente.= 220-(2,44)(1) = 222,445.4 — Previsões por IntervaloConforme (5.7), a variância do erro <strong>de</strong> previsão é dada por:Var(e (h)) =(!+¥,+...+ f, ,) ot l n l aSe cada elemento do processo <strong>de</strong> ruído branco é consi<strong>de</strong>rado como tendodistribuição normal, toda a distribuição dos futuros erros e, conseqüentemente,as futuras observações x terão também distribuição normal.Ou seja,N(0,Var(e t (h)))e(x t+h /x t' X t-l' "• ) ~ N(5 t (h))Então, a estatística/Var(e t (h))K(0,X).Conseqllentemente, po<strong>de</strong>-se obter previsões por intervalo, fixado um <strong>de</strong>terminadonível <strong>de</strong> confiança (l - a) , tal que P(-z < "U < z ) = l - a,


114ou seja, a previsão <strong>de</strong> xpor intervalo éNote-se que Var(e (h)) = (1+^ +V ? , + . . . + f, 2 n) a 2t l / n—l a 'Como, naprática, os erros <strong>de</strong> previsão são valores estimados, o intervalo<strong>de</strong> previsão possível <strong>de</strong> ser obtido é.- ,,


115Portanto o valor <strong>de</strong> x no <strong>tempo</strong> t+h valeOa t+h-13 ,e a previsão x (h) e dada pela expectancia condicionalx r (h) = E(x t+h /M) -H- 60E (aon<strong>de</strong> a condição "M" são os valores realmente observados da variávelX: x, x, ...5.6 — Previsão com Dados TransformadosConforme foi visto no processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem <strong>de</strong> séries não estacionárias,quando a magnitu<strong>de</strong> das flutuações da variável X não se mantém constanteno <strong>de</strong>correr dos períodos <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>, <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> indicam a conveniência<strong>de</strong> se fazer alguma transformação <strong>de</strong> variável do tipo Y =f(X ),com o fito <strong>de</strong> tornar suas flutuações mais homogêneas .Nesse caso, a previsãogerada pelo mo<strong>de</strong>lo ARIMA transformado propicia estimativas <strong>de</strong> futurosvalores transformados y (h) .Para obter a previsão <strong>de</strong> x (h) em função <strong>de</strong> y (h), <strong>de</strong>ve-se salientarque essa po<strong>de</strong> não ser simplesmentex t (h) = fno caso <strong>de</strong> "f" admitir inversa.Para séries econômicas, por exemplo, a transformação geralmente viávelé do tipo logarítmica natural, tal que Y = In X , on<strong>de</strong> X é a variávelrealmente observada. Para obter a previsão <strong>de</strong> x (h) em função <strong>de</strong> y (h),<strong>de</strong>ve-se ressaltar que essa não é necessariamente x (h) = expy (h) , umavez que a convexida<strong>de</strong> da função exponencial implica que, se a serie Yé normal,E(exp x t+h /x t , x t _ lt ...) ji exp


116pois,E(exp x /x ,x _,...)= exp["E(x /x ,x , . . )+l/2Var (>x t ,x t _ 1 ,...) exp l/2Var(x t+h /x t ,x t _ 1 ,...)Isto é,x (h)=expfY (h)+l/2 Var(Y -)], on<strong>de</strong> Var (Y +h) = Var(e (h)),ee t (h) = Y t+h - Y t (h)'Então, como a distribuição <strong>de</strong> Y , é normal, com E(Y , ) = y (h) eVar(y, ), sua previsão por intervalo seráP(? (h)-z / Var e (h)' < Y , < ? (h)+z / Var e (h)' ) = l - a ,t e t - t+n - t c t 'e a previsão <strong>de</strong> x, será dada porP(exp (Y t ( Var eh)' ) < X < exp(Y(h)+z / Var


6.1 - Nota Introdutória6 - APLICAÇÕES PRÁTICASDO MÉTODO DE BOX & JENKINSEste capitulo constitui-se <strong>de</strong> um trabalho pratico <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> valoresfuturos <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminadas series <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> da realida<strong>de</strong> econômica gaúcha,utilizando a <strong>metodologia</strong> proposta por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>.Foram escolhidas duas variáveis: índice <strong>de</strong> Preços ao Consumidor (custo<strong>de</strong> vida) para a Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre e consumo <strong>de</strong> energia elétricano Rio Gran<strong>de</strong> do Sul.A escolha <strong>de</strong>ssas variáveis não se <strong>de</strong>u ao acaso. Pelo contrário, chegou--se a elas tendo em vista não só a importância que apresentam na ativida<strong>de</strong>econômica rio-gran<strong>de</strong>nse, mas também através <strong>de</strong> consultas a técnicosligados ao setor publico estadual que as sugeriram em função dointeresse pratico <strong>de</strong> suas analises. De outra parte, foi fundamental paraa escolha o fato <strong>de</strong> essas variáveis terem particularida<strong>de</strong>s distintasumas das outras, em suas flutuações <strong>tempo</strong>rais, situação que permite,em conjunto, mostrar as principais características do processo <strong>de</strong>construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los com o método <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>.A finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste capitulo e, alem <strong>de</strong> oferecer um estudo <strong>de</strong>talhado <strong>de</strong>previsões <strong>de</strong> variáveis econômicas importantes, apresentar um acompanhamentopratico <strong>de</strong> todas as etapas da <strong>metodologia</strong>, propiciando um entendimentomelhor da teoria exposta nos capítulos anteriores e capacitandoo leitor a melhores condições <strong>de</strong> manuseio e utilização da mesma.O "pacote" computacional utilizado foi o <strong>de</strong> PACK (1977), que se encontraa disposição dos usuários no Centro <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong> Dados daUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul'. Esse "pacote" e compostopor duas rotinas, <strong>de</strong>nominadas "I<strong>de</strong>ntificação" e "Estimação", estandoincluídos, nessa última, os processos <strong>de</strong> cálculo das previsões e osinstrumentos analíticos da etapa <strong>de</strong> checagem do diagnostico^.No final do trabalho, no Anexo I, juntam-se copias do manual do usuário,on<strong>de</strong> se encontram os comandos necessários para cada sub-rotina.1 Deve-se ressaltar, entretanto, que existe um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> outros "pacotes" contendo o método <strong>de</strong> <strong>Box</strong>&<strong>Jenkins</strong>, embora nenhum <strong>de</strong>les, ate' o momento, se encontre à disposição no mercado gaúcho. Kntre eles po<strong>de</strong>-secitar: FCONOMETRir SOI-TWARI. PACKAGh (1974), MKlíKhK (s.d.) e NIK & HUl.I. (1980).2 Infelizmente, no <strong>de</strong>senvolvimento do trabalho foi constatado que o "pacote" utilizado apresenta alterações significativasem relação ao seu manual, implicando a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> obtenção <strong>de</strong> algumas fases importantes do processo<strong>de</strong> forma extra "pacote' 1 .


1186.2 — Previsões para o índice Geral <strong>de</strong> Preços(Custo <strong>de</strong> Vida) para a Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto AlegreA série escolhida para essa variável perfaz um período <strong>de</strong> sete anos,com informações mensais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1975 até <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1981, eseus valores estão expostos no Quadro 1.Quadro líndice <strong>de</strong> Preços ao Consumidor (custo <strong>de</strong> vida) em Porto Alegre —jan./75-<strong>de</strong>z.781(base: jun./75)MESES1975197619771978197919801981Jan.Fev.Mar.Abr.MaioJun.Jul.Ago.Set.Out.Nov.Dez.91949797991001021061091121141161171271331371391411441511551591611651711781851922002062102132172202252342432482572642692772872943003043083173353473653833904014244454804965285575876146476737117638198769451 0241 0911 1441 2351 3391 4361 5001 5841 6421 7601 9372 0132 0802 1662 286FONTE: Centro <strong>de</strong> Estudos e Pesquisas Econômicas da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong>do Sul (IEPE).6.2.1 — A Etapa da I<strong>de</strong>ntificaçãoA utilização da rotina "I<strong>de</strong>ntificação" permite o estabelecimento dasprincipais características do mo<strong>de</strong>lo.6.2.1.1 — Avaliação preliminarEm primeiro lugar, é conveniente plotar os valores da série observada.Seu gráfico (Figura 1) permite a visualização <strong>de</strong> uma série com tendênciacrescente, geométrica, sugerindo, inicialmente, a inexistência <strong>de</strong>componente sazonal significativa 3 . Por outro lado, percebe-se que ase-3 No <strong>de</strong>correr da fase <strong>de</strong> estabelecimento da or<strong>de</strong>m do mo<strong>de</strong>lo, essa suposição sobre a inexistência da componentesazonal <strong>de</strong>verá ser mais precisamente analisada (e sua suposição confirmada ou nffo) através do comportamento dafunção <strong>de</strong> autocorrelação.


119rie se caracteriza por apresentar maior dispersão <strong>de</strong> seus valores emtorno da linha <strong>de</strong> tendência, a medida que o <strong>tempo</strong> cresce, sugerindo apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conveniência <strong>de</strong> transformação da variável para estabilizara variancia.im wFigura 1 - Gráfico da série IPC - jan./75-<strong>de</strong>z./81Para melhor avaliação da existência ou não <strong>de</strong> heteroscedasticida<strong>de</strong> naserie, constrói-se o Gráfico "Amplitu<strong>de</strong> X Media" 1 *.Para a construção <strong>de</strong>sse diagrama, optou-se por dividir a seqüência <strong>de</strong>observações em segmentos <strong>de</strong> tamanho doze, uma vez que esse número, além4 Deve-se ressaltar que o programa utilizado não apresenta nenhuma sub-rotina para esse fim, o que implicou a necessida<strong>de</strong><strong>de</strong> programação à parte para a geração <strong>de</strong>sse diagrama.


120ob-<strong>de</strong> satisfazer a conveniência <strong>de</strong> tamanho dos segmentos , permite atenção <strong>de</strong> segmentos <strong>de</strong> mesmo tamanho.O Grafico "Amplitu<strong>de</strong> X Media", assim construído, esta apresentado naFigura 2. Po<strong>de</strong>-se perceber, através <strong>de</strong>le, uma tendência crescente daamplitu<strong>de</strong> em relação ã média dos segmentos, o que sugere a possibilida<strong>de</strong>da transformação logaritmica natural, Y^ = In X t , on<strong>de</strong> X- representa o índice Geral <strong>de</strong> Preços da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Porto Alegre no período<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1975 a <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1981.Figura 2 — Gráfico "Amplitu<strong>de</strong> x Média" para a série índice <strong>de</strong> Preços aoConsumidor — jan./75 - out./81A analise do grafico da série <strong>de</strong> dados logaritmados, exposto na Figura3, permite verificar que a dispersão dos valores em torno da curva <strong>de</strong>tendência e menor, o que a torna mais conveniente para fins <strong>de</strong> previsão.Em vista disso, a serie escolhida para o trabalho é a logaritmicanatural.6.2.1.2 - O estabelecimento da or<strong>de</strong>m do mo<strong>de</strong>loObtenção do valor da or<strong>de</strong>m "d"A analise da Figura 3 permite verificar a existência <strong>de</strong> uma série comtendência geometricamente crescente. Significa dizer que a serie e nãoestacionaria, (d í 0), e torna-se necessário diferenciá-la para se obteruma serie estacionaria. A grosso modo, como a tendência é geome-5 A experiência aconselha, conforme o exposto nos capTtulos anteriores, segmentos <strong>de</strong> tamanho entre oito e 12 observaçõespara séries sazonais e <strong>de</strong> tamanho igual ao pen'odo do ciclo sazonal paia series que contenham essa compo-


tricamente crescente, po<strong>de</strong>-se inferir que e bastante provável a obtenção<strong>de</strong> serie estacionaria com a aplicação do operador diferença duasvezes.121liíFigura 3 - Gráfico da série Y t = 1 n X t , on<strong>de</strong> X t é a série observada do IPCPara o estabelecimento mais preciso da or<strong>de</strong>m "d", o rigor analítico sugereo estudo da função <strong>de</strong> autocorrelaçao, a qual, para simplificação,será chamada <strong>de</strong> ACF. Para tanto, buscou-se analisar a ACF das seriesVY, V' z Y t e V 3 Y t 6 . Os gráficos da ACF para essas quatro series estãoexpostos, respectivamente, nas Figuras 4, 5, 6 e 7, e seus valoresnuméricos, nos Quadros 2 e 3.Embora nem sempre esteja explícito, <strong>de</strong>ve-se ter presente que Y ( — In X ( .


122Po<strong>de</strong>-se observar, na Figura 4, que a ACF da série Y t não apresenta nemuma queda rápida para zero, nem flutuações cíclicas em seus valores,revelando a correção da suposição inicial <strong>de</strong> inexistência da componentesazonal e da não estacionarieda<strong>de</strong> ten<strong>de</strong>ncial da serie, quando daavaliação da Figura 3.Figura 4 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelaçao da série Y tA ACF da série VY t (Figura 5) também não apresenta uma queda rápida parazero. A ACF da série V 2 Y t (Figura 22), ao contrário das anteriores,apresenta uma queda rápida para zero. Deixando <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar o valorda <strong>de</strong>fasagem seis, significativamente diferente <strong>de</strong> zero 7 , somente o valorda ACF <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem um é diferente <strong>de</strong> zero, <strong>de</strong> acordo com o teste<strong>de</strong> significância <strong>de</strong> 2 DP(r k ), k>0.O que é razoável <strong>de</strong> se supor, uma vez que esse valor se mostra distinto <strong>de</strong> seus próximos, incoerente com a teoriaque mostra a diminuição dos r^, à medida que k cresce, permitindo supor que esse fato é <strong>de</strong>vido às característicasdo diagrama ser obtido através <strong>de</strong> estatísticas amostrais.


123Figura 5 - Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série v Y tA ACF da série V 3 Y t apresenta também uma queda rápida para zero, porémcom maior flutuação em seus valorps. De acordo com o critério <strong>de</strong> AN-DERSON (1979), a Var(V 2 Y t ) < Var(VY t ) e a Var(V 3 Y t ) > Var(V 2 Y t ), o quetorna preferível a série V 2 Y t . Portanto, po<strong>de</strong>-se concluir que d = 2.Obtenção dos valores da or<strong>de</strong>m (p, q)Para obter a or<strong>de</strong>m (p,q), a análise é efetuada através das funções <strong>de</strong>autocorrelação (ACF) e autocorrelação parcial (PACF) da série estacionariaV 2 Y t .


124Po<strong>de</strong>-se perceber, pela Figura 6, que a ACF da serie V 2 Ytj apresenta aprimeira <strong>de</strong>fasagem significativamente diferente <strong>de</strong> zero (o valor critico,apartir do qual e traçada a "linha <strong>de</strong> controle",ê 2 DP(r^) , k>0),embora seu valor seja bastante pequeno, voltando a apresentar valorsignificativamente diferente <strong>de</strong> zero somente para a <strong>de</strong>fasagem seis. ,-.t073tí-01L- D o 3 1 F - O l75 J5tr"3i9 9 .í n 3 F • O lFigura 6 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série v 2


125Quadro 2Figura 7 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelaçao da série v 3 Y tValores numéricos da ACF para as séries Y evYf fíLlKl^S • QHI-ItAL StHIuS U0.03 o «e b o«ai


126Quadro 3— -* • 9 "3Valores numéricos da ACF para as series V^Y e V YJATA - lOExTiFlCACAÜ JPC-lLPuJlFF.RLNCllG -2) l jF ^RLu»7S/l*ãl3lFFE.tLNl.Li tíuLJW ARE ^FSFÜRlE^ DAtA = LJG l í ( T ) «úI" TOuf DATA ul FFÍ.RLNC L Ji 31 i UF JROLR iJ R I G i rt A L i>ERiEbN J M 8 L R Ò F JBüLRVATID,:» = o 21- 12 -3.30 • .12 -0.1J -0.03 -3.014iT.t. O.ll .12 0.12 0.12 3.1213- 2» -3.02 .Ou -O.U3 -0.1)0 -0. 00iT.E. 0.13 .1 j 0.1 J 0.13 0-132b- 3o 3. 00 " ,lu -0.11 O.H 0,0»37- 3o 0. 17 - .OiST. L. 3.15 .liN L A N ü í V I 3 L D B Y b T . ;. K R u R =JIFF^RLNCE *"ILAN J f T -Ic. jE-ULb " .17S10L-UJjT. JtV. JF iERILS » . 303314L-01.NO>


127Quadro 4Figura 8 - Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação parcial da série V 2 Y tValores numéricos da PACF para a série V 2 Y


128Resumindo, o processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação indicou a possibilida<strong>de</strong> dos seguintesmo<strong>de</strong>los, todos com a variável transformada Y t = In X[.Mo<strong>de</strong>lo suposto n9 1: ARIMA (0,2,1)Mo<strong>de</strong>lo suposto n9 2: ARIMA (1,2,1)Mo<strong>de</strong>lo suposto n9 3: ARIMA (1,2,0)Mo<strong>de</strong>lo suposto n9 4: ARIMA (2,2,0)6.2.1.3 - O estabelecimento das estimativas iniciais dos parâmetrosPara completar o processo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, <strong>de</strong>vem-se estabelecer as estimativasiniciais dos parâmetros dos mo<strong>de</strong>los supostas, fase on<strong>de</strong> tambéme feita a avaliação da existência ou não da componente ten<strong>de</strong>ncial<strong>de</strong>terministica.O "pacote" computacional utilizado não apresenta sub-rotinas para essesfins, e torna-se necessário obter esses resultados manualmente, oque é feito a seguir 8 .Primeiro mo<strong>de</strong>lo suposto: ARIMA (O, 2, 1)Primeiramente, <strong>de</strong>ve—se verificar a existência ou não da componente ten<strong>de</strong>ncial<strong>de</strong>terminís tica, ou seja, <strong>de</strong>ve-se avaliar se 9 0 é s_ignif icativamentediferente <strong>de</strong> zero ou não. Para tanto, testa-se se V 2 Yj-, em modulo,é maior do que DP (V 2 Y t ) .Para esse mo<strong>de</strong>lo,V 2 Y t = 0,00026203, /Co(l+2r 1 )'e DP(V 2 Y t ) = / i- , com n = N - d/0,0003496(1 + 2(-0, 3))82= 0,001306Como V 2 Y t < DP(V 2 Y t ) , a media po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada igual a zero e o mo<strong>de</strong>lonão contem 0.2O mo<strong>de</strong>lo suposto é V 2 In X t = (l - 6^B)a t e a estimativa inicial do párametro6^ e tal que r-^ = --, -l < B, < 1.Logo, -6 1 = r l (l+ 9*) =>•' Essa <strong>de</strong>ficiência e' relativa no que tange à obtenção das estimativas iniciais dos parâmetros, uma vez que o processo<strong>de</strong> aproximações sucessivas <strong>de</strong> MARQUARDT é bastante potente. Mesmo que sejam dados valores aleatórios, <strong>de</strong>ntrodas regiões admissíveis, para estimativas iniciais dos parâmetros, a convergência para as estimativas eficientes é rápida.No item seguinte, quando do processo <strong>de</strong> estimação dos parâmetros dos mo<strong>de</strong>los, voltar-se-á a abordar, com melhorescondições, esse assunto.


129Portanto o mo<strong>de</strong>lo suposto inicialmente e:V 2 lnX t = (l-0,33B)a t = a t -0,33a t _ 1Segundo mo<strong>de</strong>lo suposto: ARIMA (1,2, 1)Para esse mo<strong>de</strong>lo, / ^—iDP (V 2 Y.) = /— (l —), n=N-d.n r r r 2= /0.000 3 496 _ 2Ç-0.3) 2 -.v^ 82-0,3- (-0,12)'= 0,00289827con-Como V 2 Y t = 0,00026203 < DP(V 2 Y t ) = 0,00289827, a média po<strong>de</strong> sersi<strong>de</strong>rada igual a zero e o mo<strong>de</strong>lo não contém 6 0 .O mo<strong>de</strong>lo suposto e ( l— iji^B) V 2 lnX(- = ( 1-6-^B) aj- e as estimativas iniciaisdos parâmetros t n e 9-, são tais que r, = - - ^y —s^— - - e r, = r,,,1 1^ l + u": - 2 1 < l e -1


130Quarto mo<strong>de</strong>lo suposto: ARIMA (2, 2, 0)Para esse caso,Como V 2 Y; 0 (1 + rj(l-2r: + r 0 )l 2' = /0.0003496(O, 7) (l -0,18-0,12)1782(1,3)(1,12)0000014 = 0,0011832< DP(V 2 Y ), a média po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada igual a zero e o mo<strong>de</strong>lonão contem 6 0 .O mo<strong>de</strong>lo suposto é (l - B - 9 B 2 ) V 2 InX = a e as estimativas iniciaisn<strong>de</strong> ()> e 4> são-L ^ L tr 2 -r 2Logo,^ = 0,3692 2 = -0,2308Portanto o quarto mo<strong>de</strong>lo suposto inicialmente e(l - 0.3692B + 0,2308B 2 )V 2 lnX =a .Com a obtenção dos valores iniciais dos parâmetros dos mo<strong>de</strong>los supostos,esta encerrada a etapa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação.6.2.2 — A Etapa da EstimaçãoApôs a etapa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um ou mais mo<strong>de</strong>los para <strong>de</strong>screver aserie <strong>tempo</strong>ral e o estabelecimento das estimativas preliminares <strong>de</strong> seusparâmetros, po<strong>de</strong>-se trabalhar com a outra rotina do "pacote".A rotina "estimação", fazendo uso das técnicas do algoritmo <strong>de</strong> Marquardt,gera um processo iterativo <strong>de</strong> aproximações sucessivas, a partir das estimativaspreliminares obtidas na etapa anterior. Essa rotina proporcionaraas estimativas eficientes^ dos parâmetros <strong>de</strong> cada mo<strong>de</strong>lo suposto,o restante dos instrumentos estatísticos das <strong>de</strong>mais etapas doprocesso <strong>de</strong> construção <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los e a fase final <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong> valoresfuturos da variável.Nas paginas seguintes,es tão expostos os sumários das saídas do computadorpara a etapa da estimação, para os mo<strong>de</strong>los supostos. Após, noQuadro 5, estão resumidas as principais informações para a avaliação<strong>de</strong>sses mo<strong>de</strong>los.Deve-se ressaltar que o "pacote" não oferece, diretamente, valores dos<strong>de</strong>svios padrões dos estimadores e a estatística Q = nEri^, os quais tiveram<strong>de</strong> ser calculados ã parte, com base nas informações que o programaapresenta no sumario do relatório <strong>de</strong> saída.O termo "estimadores eficientes" está aqui empregado no sentido <strong>de</strong> especificar aqueles parâmetros que proporcionamum Sl$ , $) múlimo.


1 JF jR.LN i"ÍSSSÉÍ"'*?!!['"Ortucn V-i-uE LOntH i. T I T ^cr(WL I »» I T


Principais informações estatísticas dos mo<strong>de</strong>los supostos para a série índice <strong>de</strong> PreçosDISCRIMINAÇÃOESTIMATIVAS DOSPARÂMETROS (1)NUMERO DE ITE- NÚMERO DEDESVIO PADRÃO DOS 2 n m SAÇÕES A PARTIR ITERAÇÕESESTIMADORES °a " DAS ESTIMATIVAS A PARTIRINTCTAIS DE ZEROARIMA(1,2,0) sem 9O.f{ =-0,3U632 (S)DP (L) =0,108301 0,00032103 25,129 22ARIMA(0,2,1) sem 6OQI = 0,79113 (S)UP (9 x) =0,0697 0,00026259 21,338 55ARIMA(1,2,1J sem 9QÍL = 0,243586 = 0,85552 (S)DP(9 )=0, 07521*ARIMA(2,2,0) sem 0Q*1 =-0,38239 (S)4>2 =-0,24489 (S)DP(4> )=0, 11088DP((ji2)=0, 109322ARIMA(1,2,0) com GO, =-0,32118 (S)00 = 0,00028055DP(4>1)-0, 1082142 Q 00036777 25 357DP(00)=0, 00215153ARIMA(0,2,1) com 6QQI = 0,83557 (S)90 = 0,00034417DP(ei)^0,0634948 0>00028753 ^^DP(60)=0, 00030827ARIMA(1,2,1) com 6Q$l = 0,25165QI - 0,91993 (S)DP(sj> )=0, 1264285DP (8 t) =0,0475102 0,00028984 12,611190 = 0,00031330DP(0Q)=0, 0001797ARIMA(2,2,0) com 6O =-0,51789 (S)2 =-0,42455 (S)DPUp-0,1038520DP ($2) =0,1 098061 0,00031665 24,215480 = 0,00054322DP(eo)=Q, 0020438ARIMA(0,2,2) com OQ9 = 0,77134 (S)Q2 = 0,17711DP(6)=0, 0927142DP (6 2) =0,14 01 326 0,00028655 14,323700 = 0,00033700DP(00)=0, 0003741ARIMA(0,2,2) sem QQPL = 0,60013 (S)Ü2 = 0,20872DP(S I }=o, 11301DP(92)=0(113194


133O Quadro 5 permite algumas consi<strong>de</strong>rações importantes para a escolha domo<strong>de</strong>lo mais a<strong>de</strong>quado ao estudo.- Na etapa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação, concluiu-se pela não inclusão do termoconstante. Porém, para fins exemplificativos, optou-se por estimartodos os mo<strong>de</strong>los supostos, consi<strong>de</strong>rando também a existência <strong>de</strong> 0 0 .Percebe-se que essas inclusões não alteraram substancialmente as estimativasdos <strong>de</strong>mais parâmetros em relação aos mo<strong>de</strong>los supostos semo termo constante. Para todos os mo<strong>de</strong>los, 6 Q e bastante pequeno e seapresenta não significativamente distinto <strong>de</strong> zero. A melhora do ajustamentoé <strong>de</strong>sprezível, conforme se constata pelo ínfimo acréscimo davariância residual, comprovando a correção da <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> não incluir9 0 e a potencialida<strong>de</strong> do teste <strong>de</strong> significancia feito na etapa inicial<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação.- Assim como foram estimados, para exemplificar, os n.o<strong>de</strong>los com o termoconstante, optou-se em estimar todos os cinco mo<strong>de</strong>los mais parcimoniososcapazes <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver a série observada, embora, <strong>de</strong> antemão,se saiba que alguns não satisfazem as características para umbom ajustamento aqueles valores.- As estimativas eficientes dos parâmetros dos mo<strong>de</strong>los supostos foramobtidas não só a partir <strong>de</strong> valores iniciais 'calculados na etapa <strong>de</strong>i<strong>de</strong>ntificação, como também supondo estimativas preliminares iguais azero. O numero <strong>de</strong> iterações necessárias para se obter estimativas eficientesfoi bastante semelhante em ambos os casos, revelando a capacida<strong>de</strong><strong>de</strong> rápida convergência aqueles valores que o processo <strong>de</strong> aproximaçõessucessivas do algoritmo <strong>de</strong> Marquardt possui, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntementedos valores iniciais consi<strong>de</strong>rados. Por essa razão, torna-se <strong>de</strong>snecessáriopreocupar-se com a obtenção <strong>de</strong> boas estimativas preliminares.- O mo<strong>de</strong>lo suposto ARIMA(1,2,1) apresenta ^ não significativo, o queinduz ã opção por um ARIMA(0,2,1). Da mesma forma, o mo<strong>de</strong>lo supostoARIMA(0,2,2) apresenta o parâmetro <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m dois não significante. Aoreduzir a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong>sse mo<strong>de</strong>lo, recai-se novamente em um ARIMA(0,2,1).Assim, po<strong>de</strong>-se reduzir os cinco mo<strong>de</strong>los analisados a apenas três:ARIMA(0,2,1), ARIMA(1,2,0) e ARIMA(2,2,0) .- Os mo<strong>de</strong>los supostos ARIMA(0,2,1) , ARIMA(1,2,0) e ARIMA(2,2,0) apresentamseus parâmetros significativos. A estatística "Q", para todosos três, apresenta-se bastante inferior ao valor crítico (para 24graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, XQ ^Q=36,4 e para 23 graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, XQ IQ=35,2), o que indica que os resíduos são não significativamente não--brancos, aten<strong>de</strong>ndo as exigências teóricas do método.- A escolha do melhor mo<strong>de</strong>lo, entre o ARIMA(0,2,1) e o ARIMA(1,2,0) e oARIMA(2,2,0) , <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do cjritério utilizado. Para fins <strong>de</strong> previsão,é usual o critério <strong>de</strong> menor erro quadrático médio. Para fins <strong>de</strong> ajustamentodo mo<strong>de</strong>lo estimado aos dados observados, po<strong>de</strong>-se adotar ocritério da variância residual mínima. Como, para o cálculo do erroquadrãtico médio, se necessita dos valores realmente observados, xg5,xgg xgg, e. esses não são disponíveis, optou-se por adotar o critérioda variância residual mínima. Por esse critério, o modolo escolhidoé o ARIMA (0,2,1).


1346.2.3 — A Etapa da Checagem do DiagnósticoA etapa <strong>de</strong> verificação da correção ou não da escolha do mo<strong>de</strong>lo, efetuadano item anterior, consiste em avaliar se os resíduos daquele mo<strong>de</strong>loformam um processo <strong>de</strong> ruído branco. Para tanto, um dos testes maiscomumente utilizados e sugerido por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> é o "portmanteau",através da estatística "Q", além da análise grafica das ACF e PACF.Conforme foi visto no item anterior, a estatística "Q", para o mo<strong>de</strong>loescolhido, apresenta-se inferior ao valor critico da tabela qui-quadrado,satisfazendo, portanto, as exigências do teste.A análise das ACF e PACF revela, conforme po<strong>de</strong>-se verificar nas Figuras9 e 10, poucos coeficientes <strong>de</strong>ssas funções com valores superioresa linha <strong>de</strong> controle. As funções ACF e PACF não apresentam comportamentoque revele ma i<strong>de</strong>ntificação do mo<strong>de</strong>lo. O grafico da serie <strong>de</strong> resíduos(Figura 11) não mostra nenhum comportamento sistemático. Os resíduospo<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>rados aleatórios.Portanto o mo<strong>de</strong>lo escolhido nas etapas anteriores aten<strong>de</strong> as exigênciasda teoria. Esta encerrada a fase <strong>de</strong> construção. O mo<strong>de</strong>lo e o ARIMA(0,2,1):V 2 ln X t = (l- 0,791138) a t = a fc - 0,791133^ .6.2.4 — PrevisõesA fase final do processo e o calculo dos valores previstos para um horizontepreviamente estabelecido.Essa é a fase que requer menores consi<strong>de</strong>rações, uma vez que o trabalhose constitui somente <strong>de</strong> cálculos, os quais são totalmente estabelecidospelo computador.Optou-se em obter valores previstos para 12 períodos adiante, a partirda observação 84 (<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1981). Nas páginas seguintes, apresentam--se os resultados computacionais.A seguir, no Quadro 7, apresenta-se a previsão do índice <strong>de</strong> PreçosConsumidor para o ano <strong>de</strong> 1982.^Para <strong>de</strong>monstrar as potencialida<strong>de</strong>s do método, foram calculadas tambémas previsões para os <strong>de</strong>mais mo<strong>de</strong>los supostos, cujos resultados estãoexpostos no Anexo II. Deve-se reparar que as diferenças dos valoresprevistos entre os diversos mo<strong>de</strong>los supostos se apresentam bastante pequenas.aoRepare-se que, como a série V 2 l nX t é <strong>de</strong>scrita por um MA(l), a partir <strong>de</strong> h = l, sua previsão estabiliza-se em /J .Vale dizer que a previsão <strong>de</strong> Xt apresenta, a partir <strong>de</strong> h = l, taxa constante <strong>de</strong> crescimento, No caso, 5,4%.


135T»E-EST!«»Tto «E51FWALS-- MODEt- !Figura 9 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelaçao da série <strong>de</strong> resíduospara o mo<strong>de</strong>lo v 2 1n X t = (1 - 0,79113B)a tFigura 10 — Gráfico da PACF da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>loV 2 1nX t = (1 -0,79113B)a t


136?ü:8l2fr636E-i>ífcf>4l)1E-03108H4E-(J11U17E-OZ14567E-01ví22hE-02Hh33?SÍ973..-_-Ül7blE-0?325E-0?1H657E-02mftHfcSÍISÜK1?s|aítE-üi1.1ÍV7E-Ü1;?0107t-0^Figura 11 — Gráfico da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>lo v 2 1n Xj = (1 —0,791138)Quadro bRelatório <strong>de</strong> saída do computador: previsão para osvalores mensais do IPC -— 1982TIME SHIL3 rCrtECASTlNG foR «IÍJEL. lu AT A - L = MJQtLU


137Quadro 6Relatório <strong>de</strong> saída do computador: previsão para osvalores mensais do IPC — 1982rltlUULAR FJrtE^AST >ií.SdLTi 4N iLifMi OF TH AH"' JHMEQ uATAMÚOEL l FUBI.CASTS Al BAiL Pi-HIOOPEKLE


138Quadro 7Previsão para os valores mensais do IPC — 1982MESESVALOR.PREVISTOINTERVALO DECONFIANÇA(<strong>de</strong> 95%)VALOR REAL-MENTE OCOR-RIDOPERCENTUALDE ERROJan.2408 ,8(2333,9;2486, 1) 2 390,000,79Fev.2538 ,2(2415 ,5;2667, 2) 2 556,000,69Mar.2674 ,6(2501 ,8;2859, 3) 2 785,003,96Abr.2818 ,3(2590 ,5;3066, 1) 2 934,003,94Maio2969 ,7(2680,9;3289, 5)Jun.3129 ,2(2772 ,7;3531, 6)Jul.3297 ,3(2855 ,5;3794, 2)Ago.3 474,5(2959,4;4079, 3)Set.3661 ,2(3054,i;4388, 9)Out.3857 ,8(3149,6;4725, 4)Nov.4065 ,1(3245 ,8;5091, 2)Dez.4284 ,5(3342,6;5489, 2)'NOTA: O percentual <strong>de</strong> erro i obtido através da diferença entre o valorprevisto e o valor realmente ocorrido dividida pelo valor realmenteocorrido.


1396.3 - Previsões para o Consumo <strong>de</strong> Energia Elétricano Rio Gran<strong>de</strong> do SulA serie observada para essa variável está exposta no Quadro 8 e apresenta142 valores mensais, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1970 ate outubro <strong>de</strong> 1981.6.3.1 — A Etapa da I<strong>de</strong>ntificação6.3.1.1 — Avaliação preliminarO gráfico da série observada para essa variável (Figura 13) permite visualizaruma série com tendência crescente e linear, sugerindo a existência<strong>de</strong> uma componente sazonal com periodicida<strong>de</strong> anual. Também po<strong>de</strong>--se perceber que a série apresenta maior dispersão em torno da linha<strong>de</strong> tendência, a medida que o <strong>tempo</strong> cresce.Quadro 8Consumo mensal <strong>de</strong> energia elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul —jan./70-out./81(Mwh)MESES 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981Jan. 140 866 150 669 171 120 203 556 234 811 256 496 298 065 340 917 394 825 443 272 509 209 570 082Fev. 129 002 135 280 162 714 189 489 225 277 249 877 289 977 322 201 390 210 390 138 492 248 541 401Mar. 128 058 148 725 167 062 186 167 223 794 261 441 285 732 330 762 383 574 456 950 485 479 558 021Abr. 129 069 148 278 167 215 186 382 214 992 252 986 297 526 328 211 403 584 431 662 487 579 516 306Maio 135 350 152 817 168 532 200 570 228 349 260 978 296 963 338 541 351 228 413 552 497 852 522 933Jun. 130 320 146 482 172 731 199 134 229 950 259 829 301 691 336 645 356 376 427 158 481 153 505 254Jul. 139 719 147 126 177 512 207 022 231 310 263 384 296 390 347 089 364 498 418 580 495 582 506 583Ago. 131 466 153 034 176 084 206 068 233 175 263 176 309 156 346 286 365 965 442 714 497 444 513 147Set. 135 722 151 492 176 608 203 899 229 948 267 423 309 341 352 923 370 888 400 832 488 005 511 258Out. 137 995 152 059 170 160 204 555 234 523 268 849 314 935 354 125 391 820 432 796 492 743 501 628Nov. 138 114 151 645 168 059 205 399 230 502 268 935 313 229 348 506 386 556 433 931 488 446Dez. 144 942 164 310 177 155 219 610 242 348 277 466 329 040 407 152 394 231 456 001 533 441FONTE: CEEE — Departamento <strong>de</strong> Estatística.NOTA: Os dados referem-se aos municípios atendidos pela CEEE, totalizando cerca <strong>de</strong> 98% do consumo totaldo Estado.


140iimr.itjfiBOtf»fl'' 16E»Í385Í :lü if:l!•i 1HIFigura 13 — Gráfico da série consumo <strong>de</strong> energia elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> doSul - jan./70-out./79


141A avaliação da necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transformação da variável é feita atravésdo Grafico "Amplitu<strong>de</strong> X Media", exposto na Figura 14. 1? - Esse diagramamostra uma tendência crescente da amplitu<strong>de</strong>, embora com oscilações,em relação a média dos segmentos, o que indica, <strong>de</strong> acordo com ocritério <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & Cox visto em capítulos anteriores, a conveniência douso da transformação logarltmica natural, T t = In Z t , on<strong>de</strong> Z t representao consumo <strong>de</strong> energia elétrica gaúcho, no período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1970a outubro <strong>de</strong> 1981, o qual será, a partir <strong>de</strong> agora, a variável escolhidapara trabalho.Figura 14 — Gráfico "Amplitu<strong>de</strong> x Mfidja" para a série consumo <strong>de</strong> energia elétricano Rio Gran<strong>de</strong> do Sul — jan./70-out./816.3.1.2 - O estabelecimento da or<strong>de</strong>m (p, d, q) x (P, D, Q)Obtenção dos valores <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m "d" e "D"Na análise do grafico da série Tj. = In Z t (Figura 15), visualiza-se aexistência <strong>de</strong> uma série com tendência linear, crescente, com ^pequenospicos <strong>de</strong> periodicida<strong>de</strong> anual. Significa dizer que a serie e não estacionaria,tanto no que se refere ã parte ten<strong>de</strong>ncial quanto ã parte sazonal,e torna-se necessário diferencia-la para obtenção <strong>de</strong> uma serieestacionaria.No estabelecimento das or<strong>de</strong>ns "d" e "D" dos operadores diferença, utiliza-seo estudo da função <strong>de</strong> autocorrelaçao. Para tanto, buscou-seanalisar a ACF das séries T t VT t ,V 2 T t e VV^T,-. Os gráficos daACF paraessas quatro series estão expostos, respectivamente, nas Figuras 16,17, 18 e 19 e seus valores numéricos nos Quadros 9 e 10.cm segmentos <strong>de</strong> tamanho doze.


142.13**t*0?VÍL-Fí. l ia?cF»o2:IISSÍf:8|-.lllW.Ú.iustif *o?:llí«8f:8SõsSftL2060F*02.Í27ftOF'0!. J2T(,OF»02.tmofo?.12780F*02•129ÍOF*0?11277CF»0?B|OF*02BAUF*02É í300CF»0!!i JOJOF' *o|,12««OF*02t l J l l W *•M :* .131^ur»o;!• IIIFigura 15 — Gráfico da série T t = In Z t , on<strong>de</strong> Z t é a série observada do consumo <strong>de</strong>energia elétrica


143A Figura 16 permite observar que a ACF da serie T t não apresenta umaqueda rápida para zero, revelando a correção da suposição inicial danão estacionarieda<strong>de</strong> ten<strong>de</strong>ncial da serie, quando da avaliação da Figura15. Por outro lado, esse grafico não permite certificar a correçãoda hipótese da existência da sazonalida<strong>de</strong>, uma vez que, dada a escalado grafico, não é visível uma flutuação cíclica em seus valores..756 OF-OC.730.7155F*OC3f*009F»OCBF»005F*002f *OCCF*00C f * C C3f*0t)bf *00Figura 16 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série T t


1144A ACF da série VT t (Figura 17) apresenta uma queda rápida para zero,voltando a ter valores significativamente distintos <strong>de</strong> zero nos períodos<strong>de</strong>fasados 12, 24 e 36, o que comprova a existência da componentesazonal. Consi<strong>de</strong>rando o teste <strong>de</strong> significancia <strong>de</strong> 2 DP(r ), k>0, somenteo valor da ACF <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagem um e dos pontos sazonais são diferentes<strong>de</strong> zero 13 .,«.**.*»»..**.„,*.,.,*.**+,**..+„**»**.*.,»»**„ »*++**,*,..+,*,.,.,.».*»,*,,,..,.»,..„.,.,,»...,.XXX< XXXX.«4193F-0-. 6910F-C-. 409F-0XXXxxxxxx«xxxxxxXXXXAXX-.' 702F-0( oihbF*C-, ?»or*c-! 3«rr*ô-. er.sr-oXXXXXXxxxxXXxxx ,609-.026* .2519F-0-.120 2r*oo-.221 er-02-.345.23(95F-015F-0JF-P7F-06F-0XXX-.538x .121ÍAXXXXXX-.150XXX-.612X.Iê93f-Ccr-oDF*P3F *0OF-02F-0XX-.4653f "0* .22U5F-0* .eroiíF-oXXXXxxxxX.2fl674F"0-.a*8?SF-o-.765UfO-.106MF-C1Figura 17 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelacao da série yT tDeve-se salientar, porém, que para o teste <strong>de</strong> 2DP(rj í), k > l 2, os valores <strong>de</strong> ACF nos pontos sazonais não são signi-1'icantes. tato que po<strong>de</strong> estar indicando a não necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diferença <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m l 2.


145A ACF da serie V 2 T t (Figura 18) também apresenta uma queda rápida parazero (exceto nos pontos sazonais), porém com maior flutuação em seusvalores, o que torna preferível a série VT t . De acordo com o critério<strong>de</strong> ANDERSON(1979) a Var(VT t ) < Var(T t ) e a Var(V 2 T t ) > Var(VT t ) , o queconfirma a preferencia pela serieVT t .Portanto po<strong>de</strong>-se concluir que d=l.Figura 18 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelaçao da série V 2 T t


146Para a obtenção do valor da or<strong>de</strong>m "D", <strong>de</strong>vem-se analisar as ACF das seriesVI' d i f e r en ciadas <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m doze . A Figura 19 apresenta o graficoda ACF da série VV^lnZf- . Percebe-se que os valores dos coeficientes <strong>de</strong>autocorrelação se apresentam maiores, mesmo nos pontos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fasagemmuitiplos do período sazonal . A serie VV^Tj- tem variancia superior ada serie VT t . Portanto não é conveniente o uso do operador diferença<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m 12. O valor <strong>de</strong> I) e zero..59779F'00,í*9S9f»OC.19911F-OI.31 159F-01.20ro?F*00.2«-li. F "00.215^VF*00.2*fl«3F»DO. 36Q53F*00.497*íF»CO.39292F»OC'.2M15FTG. 175h9F*OC•,20íf>7F*00. IB-sír^oO•,23352r»OC-2?2^1F*00>.2*2nbF»00.JOMüF-01.8?13tF-01.10->ÜF'OC. l 30«9F*OC.101UF»PC. 16186F»00-.3lo9eF-oiFigura 19 — Gráfico da função <strong>de</strong> autocorrelação da série


'147Quadro 9Valores numéricos da ACF para as séries Te VTJ,* ARE -> J i J*-í'iJÀitl' Tlit VA^Ut. ,450*.0£*jíl^AHiAtíLL «ITH 1^ UEliHEtS Dr FRtEDOMQuadro 10Valores numéricos da ACF para as séries V P T e W _ToT iO ,S • l-tt)j.?j "Q.uj "Qty< J«j' "u.il Oilo "Ut.5 O i M "w • Í fi •0*19r *í : )íJ. K 1 3.1*: 0.12 J.u U,i2 j. 12 O..* O.IÍ u.I? 0.12 f . 12jll J o!l J Ú l ^3 "j!ÍJ Si iS "d!l J oi*Í *oIÍ3 wlí l "oi l 3 f I 13THIS sErtUs i b rf--iITEST.E.0.19 u.iyTj T^bT «iLTnEH THIS sf,


148Obtenção dos valores da or<strong>de</strong>m (p, q) x (P, Q)O estabelecimento da or<strong>de</strong>m (p,q) x (P,Q) é feito a partir da analisedas funções <strong>de</strong> autocorrelaçao e autocorrelaçao parcial da serie estacionariaV In Zj..Percebe-se pela Figura 17 que a ACF da serie VT t tem um comportamentooscilatorio, com a primeira <strong>de</strong>fasagem significativamente diferente <strong>de</strong>zero (o valor critico, a partir do qual é traçada a linha <strong>de</strong> controle,é 2DP(rj < .), k>0) , voltando a apresentar valores significativamente distintos<strong>de</strong> zero para as <strong>de</strong>fasagens 12, 24, e 36.A Figura 20 mostra que a PACF <strong>de</strong>sta série tem a primeira <strong>de</strong>fasagem significativamentediferente <strong>de</strong> zero (o valor critico, a partir do qual étraçada a linha <strong>de</strong> controle, neste caso, é 2 DP(4^)), voltando a apresentarvalores significativos em torno da <strong>de</strong>fasagem 12 (mais especificamente,nas <strong>de</strong>fasagens 10, 11, 12 e 13) e na <strong>de</strong>fasagem 23.XXXXXXXXXXXXXXXXAXKXXXmxxXXXXXAXXXXXXAXIXIHXXKXftXXXXxIIxxXXXX• 3• 1• 1" 1• i• 1* 2• 1• 6• 1• 3XX»XX 12• t* 1XXXXXXXX• 6" 9- 3• *fe" lg- 1fKl *- 1• Ij- 2" 2•2' «XIKXKlA 1mx 7• tB0?F-0m*o95F-069F-016F*0*OF-0iTprO55F-0


149Quadro 11Valores numéricos da PACF para as series T e '."Tp ARTiAL AOTGLQrtrtELAT^ONjJATA - IOtnT.FICAC«0 CQ,,buMÜ E,


150De outra parte, <strong>de</strong>ve ser salientado que, conforme se po<strong>de</strong> verificar noprocesso <strong>de</strong> construção do mo<strong>de</strong>lo para a serie <strong>de</strong> índice <strong>de</strong> Preços aoConsumidor, o processo iterativo <strong>de</strong> aproximação sucessiva <strong>de</strong> Marquardtapresenta convergência bastante rápida para as estimativas eficientesdos parâmetros. Por essa razão, não se consi<strong>de</strong>ra necessário calcularboas estimativas iniciais para os parâmetros dos mo<strong>de</strong>los supostos, bastandoindicar valores aleatórios, <strong>de</strong>ntro das respectivas regiões <strong>de</strong> admissibilida<strong>de</strong>, para alimentar a rotina "Estimação".Da mesma^forma, a avaliação preliminar da existência do parâmetro 6 0também não será feita. A análise dos mo<strong>de</strong>los supostos será efetuadaconsi<strong>de</strong>rando a existência do termo constante. Posteriormente, atravésdo teste^<strong>de</strong> significancia <strong>de</strong>ste parâmetro, <strong>de</strong>cidir-se-a pela conveniênciaou não da manutenção <strong>de</strong> 6 0 nos mo<strong>de</strong>los supostos.6.3.2 — A Etapa da EstimaçãoO Quadro 12 expõe o resumo das principais informações estatísticas proporcionadaspelos sumários dos relatórios <strong>de</strong> saída do computador paraa etapa da estimação.Por esse quadro po<strong>de</strong>-se concluir que:- dos três primeiros mo<strong>de</strong>los apresentados nesse quadro, o terceiro, SA-RIMA (0,1,1) x (I,0,l)i2) é o que possui menor variância residual 14 .Seus parâmetros são significativos, exceto o termo constante. Ao estimaro mo<strong>de</strong>lo sem 6 0 , obtém-se o quarto mo<strong>de</strong>lo;- o quarto mo<strong>de</strong>lo apresenta todos os parâmetros significativos, comvarianciaresidual levemente superior ao terceiro, permitindo supor queseja, ate o momento, o melhor;- ao incluir 82 nos mo<strong>de</strong>los três e quatro, obtém-se os"- mo<strong>de</strong>los SARIMA(0,1,2) x (I,0,l)i2 com e sem 8 o> 1 ue apresentam variância residualsuperior ã do quarto mo<strong>de</strong>lo;- se, ao invés <strong>de</strong> acrescentar 82, for incluído um parâmetro auto-regressivona componente não sazonal, obtém-se o sétimo mo<strong>de</strong>lo, SARIMA(1,1,1) x (1,0,1)12- Esse apresenta i e 6 0 não significativos, alem<strong>de</strong> maior variância residual do que aquele;- eliminando (j)-^, volta-se novamente ao terceiro mo<strong>de</strong>lo. Eliminando 6^,tem-se o oitavo mo<strong>de</strong>lo, SARIMA C l, 1,0) x (l,0,1) 12- E sse também apresentamaior variância residual que o quarto mo<strong>de</strong>lo.Portanto a escolha do mo<strong>de</strong>lo mais a<strong>de</strong>quado ã série observada recai noquarto mo<strong>de</strong>lo, SARIMA (0,1,1) x (1,0,1) 12 . sem o termo constante:(1-0,94055 B 12 ) Vln Z t = (1-0,57944 B)(l-0,63588 B 12 )a t .14 A escolha do critério da variância residual mínima, aqui utilizado, prcn<strong>de</strong>-se às mesmas justificativas expostas paraa escolha do mo<strong>de</strong>lo da série anterior.


Quadro 12151Principais informações estatísticas dos mo<strong>de</strong>los supostos para a série consumo<strong>de</strong> energia elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul — jan./70-out./81MODELO SUPOSTOESTIMATIVAS DOSPARÂMETROSDESVIO PADRÃO DOSPARÂMETROSVARIÃNCIARESIDUAL(1) SARIMA (0,l,l)x(l,0,0) 12com 8 o(2) SARIMA ^,l,l)x(2,0,0) 12 10com 8 0(3) SARIMA (0,l,l)x(l,0,l) 12com 6 o(4) SARIMA (0,l,l)x(l,0,l)sem 6 0(5) SARIMA (0,l,2)x(l,0,l)com 6 o(6) SARIMA (0,l,2)x(l,0,l)sem 6 o(7) SARIMA (l,l,l)x(l,0,l) 12com 8 o(8) SARIMA (l,l,0)x(l,0,l) 12com 8 o= 0,48650+ 12e, i= 0,63979e = 0,0048753o6 - 0,5984112e = 0,0017472 (N)o= 0,37640*19 12= 0,0030087 (N)- 0,89408+ 128, 1= 0,59426= 0,59914= 0,00099844 (N)= 0,94055+ 126 1= 0,579456, 120= 0,63589= 0,89820+ 12e, 12. = 0,60090e, i=• 0,607589 2= 0,600906 0= 0,00094837 (N)= 0,93694+ 129 = 0,6313312B I - 0,602429 2= -0,64007+ 1= -0,27481 (N)- 0,87872+ 126 = 0,56196129 = 0,31175 (N)1e = 0,0015206 (N)o= 0,49386+1,0= 0,8803612= 0,26775+ 249 = 0,609601e o8 10128 oDP (O = 0,0815561DP(6,) = 0,07133671DP(6 ) = 0,0015066oDP(iji „) = 0,0'1355867DP(_.) = 0,0934642Z4DP(9 ) = 0,0773061DP(8 ) = 0,0016962oDP(i)> 2) = 0,0605918DP(8.) = 0,07470911DP(6,,) = 0,104642812DP(6 ) = 0,0008091oDPO 12) - 0,0432653DPCS^ = 0,0755204DP(8,.) = 0,092015312DP( J = 0,0593928DP(8,.) = 0,103923412 'DP(8 ) = 0,093204DP(8 2) = 0,0934433DP(8 ) = 0,0008368oDP((j> 2) - 0,0446530DP(6 2) - 0,0932448DP(9 ) = 0,0925051DP(8 2) = 0,0922361DP(


leiatorio <strong>de</strong> salda do computador: sumário <strong>de</strong> informaçõesestatísticas para o mo<strong>de</strong>lo escolhido6.3.3 — A Etapa da Checagem do DiagnósticoA ACF, a PACF e a série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>lo escolhido estão apresentadasnas Figuras 21, 22 e 23. Po<strong>de</strong>-se perceber que nem as ACF ePACF, nem a série <strong>de</strong> resíduos apresentam comportamento que indique mái<strong>de</strong>ntificação. A serie <strong>de</strong> resíduos po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada aleatória.O teste <strong>de</strong> "portmanteau" apresenta a estatística "Q" = nZr^ = 35,77. Aum nível dê significãncia <strong>de</strong> 10%, o valor tabelado qui-quadrado, para27 graus <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong>, é 36,7. Logo, po<strong>de</strong>-se aceitar a hipótese <strong>de</strong> queos resíduos não são nao-brancos 15 .Portanto o mo<strong>de</strong>lo escolhido nas etapas anteriores está bem i<strong>de</strong>ntificado,aten<strong>de</strong>ndo às exigências da teoria. Esta encerrada a fase <strong>de</strong> construçãodo mo<strong>de</strong>lo.15 Para séries sazonais, é comum a utilização <strong>de</strong> outros tipos <strong>de</strong> testes mais específicos, a fim <strong>de</strong> avaliar a permanência<strong>de</strong> algum comportamento ci'clico nos resíduos. Entre eles, é usual o Periodograma Acumulado. Como, no problemaem questão, não aparece nenhuma duvida sobre a não existência <strong>de</strong> comportamento sistemático nos resíduos, julgou-se<strong>de</strong>snecessária sua aplicação. Para <strong>de</strong>talhes sobre o teste do Periodograma Acumulado, ver, entre outros,BOX & JENK1NS (1976), MORETTIN & TOLOI (1981) e Nelson (1973).


1536.3.4 — PrevisõesPara essa serie optou-se em inferir valores previstos para 12 períodosadiante, a partir da observação 142, correspon<strong>de</strong>nte ao mês <strong>de</strong> outubro<strong>de</strong> 1981. Nas páginas seguintes apresentam-se os resultados computacionaise, no Quadro 14 os valores previstos para a serie original.Figura 21 — Gráfico da ACF da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>lo(1 -0,94055B n )v1nZ t = (1 - 0,579448) (1 - 0,63588B 12 )a t


154.-.96QbF'0.95510E-0XXKXXXXXX.100i.9F*0.BB026F-032J3XXAXX*.11U5C-D.29BUE-0Figura 22 — Gráfico da PAC da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>lo(1 -0,94055B l2 )v1nZ t = (1 - 0,579448) (1 - 0,63588B 12 )a t


155xx* *XXKx**xx*xx*xxxx /x ^x *xAAx"«„Í7Í73É-8«OllU E-O:g62091 -iÊSSSi; :g* .iliinÍ76JO:8•o\rn-i6 r SISífíífIV•iB:íÍJ'JJE:Í?í5s! •_8|||s|s •Sit»D3SMtS :IOZ51^-Õií2691E"0]|f»|:gIíí " "8lííít •o*0í l! i. i;?!l *06>!ó;t-iXKxxKX*XKsXXXxXx* .KxxxXxxx*xxx;iüil12^661009)arísífoiIUÍ«E-01«2bbDítioí*lir*is^n^909íltll!ob?ü150BHí|551Í6ÍÍ9?16D3391Q35I»1J'i!^í £>* 52:|"E*6*ü*8• n*S"0•D': \\•8;-OíTIjs*|OE;gjt !!J6S239ijj*e20J91*lí*7:||"0 1:|•xxxxKx« xxKXJ,xxx*xxx**;Í599b£;5l556-31«705t>5BOÜbOb43lltf\\*líliait•8•5Í: s:í*s*S"0íbÍ73E'032293Ulií •0: 9iFigura 23 — Gráfico da série <strong>de</strong> resíduos para o mo<strong>de</strong>lo(1 -0,94055B 12 ) v1nZ t = (1 - 0,579448) (1 - 0,63588B 12 )a t


156Quadro 13Relatório <strong>de</strong> saída do computador: previsão para os valoresmensais do consumo <strong>de</strong> energia elétrica noRio Gran<strong>de</strong> do Sul — nov./81-out./82T I * E s c. 3 l L s„ A T A - L = M J ü E u U iARi f -'W(0*l*lJX(l»0»lJlíí JAüüi TRANSFuriMAtCiS••"JUEL uEVLLOrEj «ITn TR«'«aFünMt.ü JATA = W3j( /(T)+0. J^IVAMlATL ^uDt.L PAhaULTLMSr> Ar< A ML TER ***Mt ILrtTtptPaKAMETER, j u M B E * OF T I M £ i] H I ia l * S K u ri FjKLOiTS =.JJMBErf QF FOntCAbTi «T L«I-M l I ME urtlwiNjACKFürtECA^TiNo w A


157Figura 24 — Relatório <strong>de</strong> saída do computador: gráfico dos valores previstos paranov./81 -out./82 do consumo <strong>de</strong> energia elétrica gaúchoQuadro 14Previsão para os valores mensais do consumo <strong>de</strong> energiaelétrica gaúcho — nov./81-out./82ANOSEMESESVALOR PREVISTOINTERVALO DE CONFIANÇA '^OBSERVADo"(<strong>de</strong> 95%) . , . . ,(se conhecido)DE ERRO1981Nov.Dez.510 911,2541 261,5(476(501311, 7;548 023, 7) 516 655613, 7;584 043, 0) 559 7791,13,11982Jan.Fev.Mar.Abr.MaioJun.Jul.Ago.Set.Out.575 551,3549 978,7564 805,6550 248,6547 880,6541 315,9545 676,2552 724,0544 592,6550 550,3(530(504(515(499(495(487(489(493(484(488457, 5;624 478, 5) 589 137276, 5;599 822, 8)352, 6;619 004, 1)751, 6;605 848, 1)408, 2; 605 910, 8)405, 9;601 188, 7)338, 1;608 500, 6)719, 0;618 780, 7)616, 3;611 991, 6)123, 6; 620 960, 9)2,3NOTA: O percentual <strong>de</strong> erro é obtido através da diferença entre o valor previsto e o valorrealmente observado (se conhecido) dividida pelo valor realmente observado.


7 - CONSIDERAÇÕES FINAISEste trabalho procurou expor, em <strong>de</strong>talhe, a <strong>metodologia</strong> criada pelosprofessores George E.P. <strong>Box</strong> e Gwilym M. <strong>Jenkins</strong> para a análise <strong>de</strong> sériesunivàriantes <strong>de</strong> <strong>tempo</strong>. Foram abrangidos tanto os aspectos teóricosquanto questões relativas a seu manuseio prático.Conforme se po<strong>de</strong> perceber no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>ste documento, a <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong><strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> emprega técnicas estatísticas relativamente sofisticadase proporciona previsões bastante precisas, em comparação com outros métodos<strong>de</strong> previsão. Contudo o método apresenta um conjunto <strong>de</strong> réstriçoesoperacionais e pressupõe que a serie observada tenha algumas especificida<strong>de</strong>spara gerar boas previsões.O fundamento <strong>de</strong>ssa <strong>metodologia</strong> esta inserido na Teoria dos ProcessosEstocásticos, on<strong>de</strong> as relações entre consecutivas observações assumemespecial importância, estando o método incluído no conjunto <strong>de</strong> instrumentos<strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Séries Temporais classificados como não automáticos .O método <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> para a Análise <strong>de</strong> Séries Temporais caracteriza-sepor seu objetivo <strong>de</strong> estabelecer mo<strong>de</strong>los do tipo auto-regressivointegrado-media movei, <strong>de</strong> forma a se ajustar ao conjunto <strong>de</strong> pontos observadosno <strong>tempo</strong>, partindo <strong>de</strong> um ciclo iterativo <strong>de</strong> cálculo.A estratégia <strong>de</strong>sse processo <strong>de</strong> "mo<strong>de</strong>lizaçao" consiste em i<strong>de</strong>ntificar ummo<strong>de</strong>lo tentativo capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver a<strong>de</strong>quadamente os dados disponíveis,estimar eficientemente seus parâmetros, validar o mo<strong>de</strong>lo propôs to através<strong>de</strong> uma avaliação <strong>de</strong> quão bem este é capaz <strong>de</strong> <strong>de</strong>screver a realida<strong>de</strong>e, em caso <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar que a representação do mo<strong>de</strong>lo é a<strong>de</strong>quada, usã--lo para fins <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> séries <strong>tempo</strong>rais ou, em caso <strong>de</strong> rejeição,selecionar um novo mo<strong>de</strong>lo, repetindo-se o ciclo.Verifica-se que a etapa crítica <strong>de</strong>sse processo é a <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação domo<strong>de</strong>lo tentativo. Sua análise é feita a partir das funções amostrais <strong>de</strong>autocorrelaçao e autocorrelaçao parcial e, por se tratarem <strong>de</strong> dadosamostrais, caracteriza-se pela falta <strong>de</strong> precisão. Ê comum,por essa razão,que mais <strong>de</strong> um pesquisador, trabalhando com a mesma série <strong>de</strong> dadosobservados, i<strong>de</strong>ntifique mo<strong>de</strong>los distintos. Nessa etapa e, então, usualtrabalhar com mais <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>lo tentativo para, na etapa final <strong>de</strong> verificação,escolher aquele que, <strong>de</strong> acordo com algum critério previamenteestabelecido, se mostra mais conveniente para a <strong>de</strong>scrição dos dados<strong>de</strong> que se dispõe.Quando da divulgação <strong>de</strong>ssa <strong>metodologia</strong>, muitas críticas foram levantadas,fato que não permitiu sua utilização intensa no início dos anossetenta, embora os mo<strong>de</strong>los assim obtidos sejam bastante simples e parcimoniosos,contendo um número pequeno <strong>de</strong> parâmetros, além <strong>de</strong> propor-1 São classificados, na maioria dos livros técnicos sobre o assunto, como método automático <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> serie <strong>tempo</strong>ralaqueles instrumentos para os quais, em geral, não existe um tratamento estatfstico completo masque, por serem<strong>de</strong> fácil manuseio e apresentarem resultados satisfatórios em muitas situações, são intensamente utilizados. Hntreesses instrumentos <strong>de</strong>stacam-se os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> <strong>de</strong>composição (tambe'm chamada Análise Clássica <strong>de</strong> Séries Temporais)e os <strong>de</strong> alisamento.


160cionarem previsões bastante satisfatórias quando comparados com os <strong>de</strong>maismétodos existentes para a Analise <strong>de</strong> Series Temporais.Essa situação po<strong>de</strong> ser creditada, em muitos aspectos, às característicasda <strong>metodologia</strong>, cuja utilização apresenta algumas restrições <strong>de</strong> or<strong>de</strong>moperacional. Entre elas, po<strong>de</strong>m-se <strong>de</strong>stacar as seguintes:- a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um conhecimento teórico <strong>de</strong> estatística bastante superiorao usualmente ministrado nas disciplinas <strong>de</strong> cursos, on<strong>de</strong> a estatísticae vista como meio e não fim;- a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um numero mínimo relativamente gran<strong>de</strong> <strong>de</strong> observaçõespara produzir previsões acuradas: em torno <strong>de</strong> 40 para séries não sazonaise, para series sazonais, 30 mais três vezes o tamanho do ciclo<strong>de</strong> sazonalida<strong>de</strong>;- a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso a pacotes computacionais, dado o gran<strong>de</strong> volume<strong>de</strong> cálculos necessários;- a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> alguma experiência e sensibilida<strong>de</strong> técnica para oestabelecimento da or<strong>de</strong>m do mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>ntificado, além do mero uso mecânico<strong>de</strong> programas computacionais "enlatados";- a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> proporcionar a i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> um mo<strong>de</strong>loque satisfaça as condições exigidas pelos dados, <strong>de</strong> acordo com o critériointerpretativo <strong>de</strong> cada usuário; 2- os parâmetros dos mo<strong>de</strong>los estimados não são atualizados a cada novaobservação obtida, pressupondo, por conseguinte, que o processo queestá sendo analisado mantém a mesma estrutura para todos os horizontes<strong>de</strong> previsão, o que nem sempre e verda<strong>de</strong>;- as previsões obtidas ten<strong>de</strong>m a media do processo para horizontes distantes,em todos os mo<strong>de</strong>los propostos por <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>, indicandouma importante limitação do método;- apresenta custo operacional alto, quando comparado com outros métodos<strong>de</strong> Analise <strong>de</strong> Series Temporais.Entretanto a experiência tem mostrado, cada vez mais, a importância <strong>de</strong>ssemétodo. As previsões assim obtidas são, em geral, melhores do que asproporcionadas pela maioria dos métodos baseados em mo<strong>de</strong>los econométricoscorrentes <strong>de</strong> ajustamento.Nesse contexto, e necessário salientar a gran<strong>de</strong> preocupação dos pesquisadores<strong>de</strong> séries <strong>de</strong> <strong>tempo</strong> em estabelecer os limites <strong>de</strong> conveniênciapara a utilização <strong>de</strong> cada <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> Analise <strong>de</strong> Séries Temporais.Na aplicação prátiu^ da <strong>metodologia</strong> às duas séries analisadas neste documento^po<strong>de</strong>m-se verificar algumas características do processo <strong>de</strong> "mo<strong>de</strong>lizaçao"das séries <strong>tempo</strong>rais e constatar as potencialida<strong>de</strong>s do métodoatravés da obtenção <strong>de</strong> previsões bastante precisas.2 Essa restrição c a anterior foram as mais criticadas no <strong>de</strong>correr da década passada. Como conseqüência, vários autorespropuseram formas alternativas <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los, entre as quais se <strong>de</strong>stacam os procedimentos <strong>de</strong>CLEVELAND (1972): Função <strong>de</strong> autocorrelação inversa; <strong>de</strong> AKAIKE (1973): Minimum Akaike Information CriteriumEstimation (MAICE); <strong>de</strong> PARZEN (1976): Criterion Autoregressive Transferfunction (CAT); <strong>de</strong> GRAY,KELLEY & McINTIRE (1978); <strong>de</strong> NERLOVE, GRETHER & CARVALHO (1979). Para <strong>de</strong>talhes sobre estes procedimentos,ver MORKTTIN & TOLOI (1981).


161Para ambas as variáveis, foram escolhidas amostras <strong>de</strong> tamanho suficientementegran<strong>de</strong> para cumprir as exigências <strong>de</strong> precisão do método, apresentandoprevisões acuradas para os horizontes que, até o momento, sãopassíveis <strong>de</strong> confrontação com a realida<strong>de</strong>.Embora as séries tenham sido mo<strong>de</strong>ladas por processos diversos, a primeirapor um AR1MA (p,d,q) e a segunda por um multiplicativo SARIMA(p,d,q) x (P,D,Q), esse fato não implicou graus <strong>de</strong> precisão significativamentedistintos. A diferença entre esses dois processos resi<strong>de</strong> somenteno fato <strong>de</strong> o mo<strong>de</strong>lo multiplicativo apresentar maior dificulda<strong>de</strong>operacional em seu processo <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>lagem, ã medida que as ACF e PACF<strong>de</strong>vem <strong>de</strong>screver maior número <strong>de</strong> movimentos da serie. Em geral, a etapa<strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> um processo SARIMA (p,d,q) x (P,E,Q) sugere um numerobem maior <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los capazes <strong>de</strong> serem <strong>de</strong>scritos pela série realmenteobservada do que a do processo simples ARIMA (p,d,q), o que a tornapassível <strong>de</strong> maior probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um ajustamento não a<strong>de</strong>quado, além<strong>de</strong> apresentar maior custo operacional.Os mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong>screvem, <strong>de</strong> modo simples, o relacionamento estatístico queexiste entre os dados observados, não requerendo um conhecimento "apriori" <strong>de</strong> como a série é gerada, permitindo que as observações "falempor si mesmas" e gerem previsões para um horizonte tão distante quantose queira. Para cada um dos valores previstos, são estimados limites<strong>de</strong> confiança que, no fundo, tornam preferencial o seu uso em estudos <strong>de</strong>curto prazo, ã medida que, quanto mais o futuro se afasta do presente,maior é o intervalo <strong>de</strong> confiança e menor a precisão das estimativas.O método oferece um meio essencialmente lógico <strong>de</strong> <strong>de</strong>scrição dos dados,on<strong>de</strong> a inerente subjetivida<strong>de</strong> existente em alguns mo<strong>de</strong>los economêtricosnão e requerida, proporcionando meios <strong>de</strong> previsão apropriados para assituações específicas examinadas.Fundamentalmente, o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado método aplicado a análise<strong>de</strong> uma serie <strong>tempo</strong>ral <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> condições, que iraproporcionar os meios <strong>de</strong> avaliação da acuida<strong>de</strong> e conveniência do método.Em geral, esse conjunto <strong>de</strong> condições envolve, entre outros fatores:- o mo<strong>de</strong>lo ao qual a série obe<strong>de</strong>ce;- a habilida<strong>de</strong> do pesquisador em i<strong>de</strong>ntificar e ajustar corretamente omo<strong>de</strong>lo;- o critério escolhido para medir a precisão das previsões;- a presença <strong>de</strong> componentes periódicas na serie;- o tamanho da série;- a variabilida<strong>de</strong> da componente aleatória em comparação com a variabilida<strong>de</strong><strong>de</strong> outras componentes constitutivas da série;- a utilização <strong>de</strong> variáveis transformadas;- o horizonte <strong>de</strong> previsão <strong>de</strong>sejado.Vários autores tem abordado o problema da escolha do método mais indicadoa cada série observada, procurando expor <strong>de</strong> forma comparativa autilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada um. Destacam-se MORETTIN & TOLOI (1981) que, além <strong>de</strong>seus próprios estudos, expõem uma síntese <strong>de</strong> alguns trabalhos representativossobre comparação <strong>de</strong> resultados obtidos pelo emprego <strong>de</strong> diferentesmétodos <strong>de</strong> análise <strong>de</strong> série <strong>tempo</strong>ral. Entre esses estudos, incluem--se os <strong>de</strong>senvolvidos pelos autores a seguir relacionados.


162- KIRBY (1966), comparando os métodos Médias Moveis, Alisamento Exponenciale Regressão (linear), concluiu que, para previsões a um passoadiante, o melhor método (pelo critério <strong>de</strong> menor percentagem <strong>de</strong>erro médio absoluto ) e o <strong>de</strong> Alisamento Exponencial. Para previsões<strong>de</strong> horizonte igual a seis períodos, os métodos <strong>de</strong> Alisamento Exponenciale Médias Moveis apresentam acuracia semelhante e para previsão<strong>de</strong> longo prazo, h - 12, o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> regressão e o mais indicado.- GRANGER & NEWBOLD (1974), comparando especificamente métodos <strong>de</strong> Alisamentoe mo<strong>de</strong>los ARMA, concluíram que, para a maioria das sériesanalisadas, as previsões <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> proporcionam melhores resultadosdo que as obtidas pelos procedimentos automáticos, tais comoos métodos <strong>de</strong> Ajustamento Exponencial <strong>de</strong> Holt & Winters e Regressão"Stepwise".- REID (1969) obteve conclusões semelhantes as <strong>de</strong> Granger &Newbold pa^rã as séries que analisou. Em sua quase totalida<strong>de</strong>, as séries apresentaramresultados mais satisfatórios através do método <strong>de</strong> <strong>Box</strong>&<strong>Jenkins</strong>do que no <strong>de</strong> Alisamento Exponencial <strong>de</strong> Brown, mesmo naqueles casosem que esse é modificado para erros serialmente correlacionados.- GROFF (1973), ao contrario dos outros autores, chegou a conclusõesdiferentes: "Para a maioria das series, os erros <strong>de</strong> previsão do melhormo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> são iguais ou maiores do que os errosdo correspon<strong>de</strong>nte mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> Alisamento Exponencial".- GEURTZ & IBRAHIM (1975), conforme exemplificam MAKRIDAKIS & HIBON(1979), examinando uma única série, chegaram ã conclusão <strong>de</strong> que tantoos mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> Alisamento Exponencial, como o <strong>de</strong> Brown e os <strong>de</strong> <strong>Box</strong> &<strong>Jenkins</strong> apresentam resultados igualmente satisfatórios.- MAKRIDAKIS & WEELWRIGHT (1977) concluíram que não se po<strong>de</strong> optar indiscriminadamentepor um único método, uma vez que a melhor <strong>metodologia</strong>varia não só <strong>de</strong> uma série a outra, como também <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do horizonte<strong>de</strong> previsão que se <strong>de</strong>seja.- MAKRIDAKIS & HIBON (1979) apresentam conclusões semelhantes aos anteriores.O melhor método <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> não só do critério <strong>de</strong> precisão quese requer, mas também se o objetivo e medi-lo na fase <strong>de</strong> ajustamentoou <strong>de</strong> previsão. Porém, dão ênfase ao fato <strong>de</strong> obterem bons resultadosutilizando métodos simples ao invés dos métodos não automáticos.- MORETTIN & TOLOI (1981), comparando os métodos <strong>de</strong> Alisamento ExponencialSimples, Alisamento <strong>de</strong> Holt & Winters, Alisamento Exponencial Geral,Regressão Stepwise, Bayesiano e <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> aplicados a um conjunto<strong>de</strong> <strong>de</strong>z séries <strong>tempo</strong>rais, concluíram que o método <strong>de</strong> <strong>Box</strong>& <strong>Jenkins</strong>apresenta um <strong>de</strong>sempenho geral melhor que os <strong>de</strong>mais, exceto para previsões<strong>de</strong> horizonte distante, on<strong>de</strong> a regressão mostrou ser mais a<strong>de</strong>quada.Portanto, conforme se po<strong>de</strong> verificar por essa síntese <strong>de</strong> estudos comparativos,embora a <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> seja <strong>de</strong> indubitávelvalor, não se po<strong>de</strong> esquecer a existência <strong>de</strong> outros métodos <strong>de</strong> Análise<strong>de</strong> Series Temporais, os quais po<strong>de</strong>m proporcionar previsões <strong>de</strong> boa qualida<strong>de</strong>.Em certos casos, o método <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong> po<strong>de</strong>rá ser inaceitável,extenso e com resultados inferiores aos dos outros métodos.Uma exposição sobre este critério <strong>de</strong> escolha <strong>de</strong> método encontra-se em MORETTIN & TOLOI (1981).


163Ao longo do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>ste documento, ainda que não se tenha testadona prática outros métodos <strong>de</strong> Análise <strong>de</strong> Séries Temporais, po<strong>de</strong>-seconstatar a boa qualida<strong>de</strong> e a precisão das previsões obtidas no estudodas variáveis índice <strong>de</strong> Preços ao Consumidor para a Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> PortoAlegre e Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, através daaplicação da <strong>metodologia</strong> <strong>de</strong> <strong>Box</strong> & <strong>Jenkins</strong>.As séries foram escolhidas com tamanhos compatíveis com as exigênciasdo mo<strong>de</strong>lo e proporcionaram valores previstos para os primeiros horizontesque já estão disponíveis, extremamente próximos ã realida<strong>de</strong>: parao IPC-Porto Alegre, o percentual <strong>de</strong> erro entre o valor previsto e o valorreal foi <strong>de</strong> 0,79%_para o horizonte l e <strong>de</strong> 0,69% para o horizonte 2.Na aplicação a serie Consumo <strong>de</strong> Energia Elétrica no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul,cujo último valor real disponível se refere ao horizonte 3, os percentuais<strong>de</strong> erro foram 1,1%, 3,1% e 2,3% para os horizontes l, 2 e 3, respectivamente,comprovando, nesses exemplos, o excelente <strong>de</strong>sempenho da<strong>metodologia</strong> analisada, pelo menos para horizontes pequenos.


ANEXO lManual dos Comandos Necessáriospara a Operação das Rotinas Computacionais


167I<strong>de</strong>ntificaçãoREAD Statement Explanations for Univariate AnalysisNote: Ali numbers should be right-justified (i.c., as far to the rightas possible) within the columns allowed unless otherwise indicated.cc = card column.1 ' TIIÍI^T^^ÍÕ íl 12 li 14 152< T 2" l 4" I3.12345cc 1-5 No. of observations in time series(NOB).4. _( _)_12345 ??cc l Left parenthesiscc. 2-?? , Regular FORTRAN format <strong>de</strong>scribing typed cards in 5. below.cc ??+! Right parenthesis.5. Block of one or more data cards with observed series typed on them,following the format given in 4. above.6. One card with title <strong>de</strong>scribing time series. Title may be typed anywherewithin the 80 columns on the card.7.12345cc 1-5. Enter a zero if wish to suppress listing of time series dataon output (ILDID).12345cc 1-5Enter a zero if wish to suppress plot of time series data onoutput (IPDID).9.l 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16cc 1-8Number with four <strong>de</strong>cimais (TLAMID). 1.0000 if no data transformation<strong>de</strong>sired. .0000 if want natural log transf ormation.xxx.xxxx if want power transf ormation with exponent xxx.xxxx.


168cc 9-16 Number with four <strong>de</strong>cimais (TMID)..0000 if no data transformation <strong>de</strong>sired.xxx.xxxx if want the amount xxx.xxxx ad<strong>de</strong>d to each timeseries observation before data transformation.10.12345cc 1-5 No. of differencing factors (or types). An autocorrelationfunction is calculated .-for the original series and eachrequested difference õf type 1. Differencing f actors beyondthe first are used to difference the original series to obtaina new "original series" (NDIFID).11. (Card required only if entry in 10. above is non-zero.)12345 ??cc 1-5 No. of differences of first type (NDID(l)).cc 6-10 Or<strong>de</strong>r of differences of first type (IODID(1)).Repeat in cc 11-15, 16-20, etc., for number of differentdifferences indicated in 10. above.types of13. _ _ _ _12345 27 28 29 30cc 1-5 Maximum lag <strong>de</strong>sired in calculating sample autocorrelatlons(NAC) .cc 6-10 Maximum lag <strong>de</strong>sired in calculating sample partial autocorrelatlons(NPAC). (Maximum is NAC.)cc 11-15 No. of autocorrelations to be printed per line on output(NAPL). (l


NMODEL — Number of rao<strong>de</strong>ls to be es timated-checked and/ora given time series.169forecast forIEYON — Enter a zero if wish to suppress estimation-checking stages(i. e., do only forecasting) .IFYON - Enter a zero if wish to suppress forecasting stageonly estimation-checking).1. _____123452. _____T 2 3 4 5cc 1-5 Number of observations in time series (NOB) .(i. e., do3-1 ____ ...... __)12345 ??cc lcc 2-??cc ??+!Left parenthesisRegular FORTRAN format <strong>de</strong>scribing typed cards in 4. belowRight parenthesis4. Block .of one or more data cards with observed series typed on themfollowing the format given in 3. above.5. One card with title <strong>de</strong>scribing time series. Title may be typed anywherewithin the 60 columns on the card.Repeat 6. through 1.2. for cach of the mo<strong>de</strong>ls to be examined (NMODELtimes) .6.12345cc 1-5 Number of values of the time series data transformation parameterÀ to be consi<strong>de</strong>red. Enter zero if wish analysis onlyin terms of original time series data (NLAM) .7. (Card required only if entry in 6. above is non-zero.)cc 1-8 Number with four <strong>de</strong>cimais (TM (1)). This number to be ad<strong>de</strong>dto cach time series observation prior to any data transformation.cc 9-16 Number with four <strong>de</strong>cimais (PLAM (D). First value of transformationparameter X to be consi<strong>de</strong>red.1.0000 means no real transformation..0000 means <strong>de</strong>sire natural log transformation.xxx.xxxx means <strong>de</strong>sire power transformation with exponentxxx. xxxx.


170Repeat in cc 17-24, 25-32, etc. for number of different valuesX indicated in 6. above.ofl 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15cc 1-5 Number of autoregresslve factors in the univariate timeseries mo<strong>de</strong>l (MFAC (1,1)).cc 6-10 Number of differencing factors in the univariate timeseries mo<strong>de</strong>l (MFAC (2,1)).cc 11-15 Number of moving average factors in the univariate timeseries mo<strong>de</strong>l (MFAC (3,1)).9. (Card required only if entry in cc 6-10 of 8. above is non-zero.)12345 ??cc 1-5 Number of differences of first type in the univariate timeseries mo<strong>de</strong>l (ND (1,1)).cc 6-10 Or<strong>de</strong>r of differences of first type in the univariate timeseries mo<strong>de</strong>l (IOD (1,1)).Repeat in cc 11-15, 16-20, etc. for number of different types ofdifferences indicated in cc 6-10 in 8. above.12. (Card required only if entry in cc. 6-10 of 8. above is zero).12345678cc 1-8 Enter number with four <strong>de</strong>cimais, xxx.xxxx, the initialestimate of the mean of your time series (AVEPA(l)).13.12345 ??In cc 1-5, 6-10, 11-15, etc., enter the number of individualparameters in each autoregressive factor, and then the number ofindividual parameters in each moving average factor. Total numberof values entered on this card should equal the sumof values in cc1-5 and cc 11-15 in 9. above. If number of values is zero, <strong>de</strong>letecard (INC).14.12345In cc 1-5, 6-10, 11-15, etc., for each individual autoregressive ormoving average parameter in your univariate time series mo<strong>de</strong>l (firstautoregressive, then moving average), enter the "or<strong>de</strong>r" of theparameter. "Or<strong>de</strong>r" is the power of the B operator which multiplies


the parameter in the mo<strong>de</strong>l equation. Total number of values enteredon this card should equal the sum of values in 13. above. If numberof values is zero, <strong>de</strong>lete card (IOPA).17115.12345678 ??In cc 1-8, 9-16, 17-24, etc., for each individual autoregressive ormoving average parameter in your univariate time series mo<strong>de</strong>l (firstautoregressive then moving average), enter an initial estimatefor the parameter. Enter each with four <strong>de</strong>cimais, xxx.xxxx. Totalnumber of values entered on this card should equal the sum of valuesin 13. above. If number of values is zero, <strong>de</strong>lete card (UPA).16.12345cc 1-5 Enter a zero if the univariate time series mo<strong>de</strong>l does notcontain a trend parameter (ITREND(l)).17- (Card required only if entry in 16. above is non-zero).12345678cc 1-8 Enter number with four <strong>de</strong>cimais, xxx.xxxx, the initialestimate of the trend parameter in the univariate timeseries mo<strong>de</strong>l.37.12345cc 1-5 Enter a zero to supress the use of the backforecastingprocedure in the estimation of univariate time series mo<strong>de</strong>lparameters (see [2] , pp. 215-220) (IWBF).38. _ _ _ _ _ _1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16cc 1-8 If relative change in residual sumof squares less than thisvalue, the iterative change in parameter values stops, atpresumed optimum. Number with four <strong>de</strong>cimais,.xxxx (EPSI).cc 9-16 If relative change in each individual parameter less thanthis value, the iterative change in parameter values stops,at presumed optimum. Number with four <strong>de</strong>cimais , .xxxx (EPS2).39.123456789 10cc 1-5 Maximum number of iterations to be allowed for parameterestimation process (MIT).cc 6-10 Enter a zero to suppress the plotting of the univariate timeseries mo<strong>de</strong>l residuais (IPRES).


17240.12345cc 1-5Enter a zero if wish to suppress listing of observations inyour time series on output ' (ILDEST(l)).41.12345"cc 1-5 Enter a zero if wish to suppress plotting of observationsin your time series on output (IPDEST(l)).42. _ _ _ __12345 27 28 29 30cc 1-5 Maximum lag <strong>de</strong>sired in calculating sample autocorrelationsof the time series mo<strong>de</strong>l residuais (NAC).cc 6-10 Maximum lag <strong>de</strong>sired in calculating sample partialautocorrelation of the time series mo<strong>de</strong>l residuais (NPAC).(Maximum is NAC)cc 11-15 No. of autocorrelations to be printed per line on output(NAPL). (l i NAPL


17348. (Cards required only if entry in cc. 11-15 in 44. above is non-zero.)Block of one or more data cards with new observations for time series(beyond the original NOB) typed on them, following the format suppliedin 3. above. Used to <strong>de</strong>termine updated forecasts.NOTE: Cards 38.through 42. not required if IEYON=0.NOTE: Cards 44., 45., and 48. not required if IFYON=0.


ANEXO 11Relatórios <strong>de</strong> Saída do Computador: Previsõespara o índice <strong>de</strong> Preços ao Consumidor,Usando Diversos Mo<strong>de</strong>losSupostos na Fase <strong>de</strong> I<strong>de</strong>ntificação


t;o>•pixcopi1-T;x>xjx;— irV'CDPIC,PIPIO-tpie2-Hn—1x->^v~Hospoc.3>*•|


s^c; c —)c i- >C-' "*> — < Sj= p? ^mi— 3, 1 t/.< p" Pj». ^33pit— t t*J P»k€/£T) IIO- 3 O— CJ 3)CJ PIa P.i— r r~,í*— i fs C O"-H^ i i i--—4 ^C3) •- *-*^ST-X *- iy >~*'t/ 1 -n fv 3:C O *3 %r c cCC,O 3J '-f P7r-C P^ ^> x >C-l* 0c«-•»-• t/Rr r\. a.Ci ^ >C ' -:"nc c:N.' "T 3Í*-* 37 D4 -C CO P^ t^» 313 CE -^4» u?x=ui ro«-~n i *.o c d31 üt 3C• O»-. (/i 3;cr — i p-t~-< v crz »-«t/ ^ i—i C/i>•~x. r ~nr *- c_— f Xn "n•- 3:2: rrn o^ c i/ a: —ti-< oic>— n^w>- >C C _l — (c o3; X'r* P33 33r* P-.€/• IA -*4* u» i\>*- m -*u &• oP"i p" mn P~ pip* F 1 PT*) p~.p~tc c ccc cccocccO) *—-j.>D 333>»-r^mP"!3}i iooc ocooocoooo -* * c * u i; »O O OOOOOOOO O O 3C —*IV 1*1* c*r tV)C Ur r^ •f •*•c cC Üan" •-C 3?m »-


OO OO 3OOOOOOO3 3 30'-JUJ 1-iJUJOO Of--rt o ;>oí 7- OOí iA OOPJ(M fMM333 3333UJ..JUJ -J UUJ JOíIS-in*^ajo-n^ >* r -'l?\•O "M O 3- r\j— trvjo a- \i-• o n ^ o -. » CM*- Of^íXMüÍT -oo^m^íoor> *- AAI >J O O > 3 •>o o ^*"*>f^ "a~yfn^-^^•-« 3> t>ooo n>**1 * 1/VT» -O f-- OO O O*-«T ui-ON-OO O^O---«O»-3: oo o o ooo ooo oo£s:.jCJ~ZjjU.~zo(_»Oi/l -~« ^> ^-« O O O*-t J} -O^i• o o .n -» "V- AÍ -*i o r-* 3 *i. MV. MOOO^IMOO -*-+0 CNX>^^r^.co>Ofn^ooo13•-^^I>OX.D30CO»0•


.-« T-4ooooooooooo*• + 4- * *• + *•*•**• +f o n OM "M M o o a aO 3*^ T >*w 3 -J 3 -J >O O O OO-.O-O 3 OOO 3+ «• * + «• + *+ + *+ *LtJUJ, UÍ UJIJUJ l iJUIlUUIUJ Ul' v Vr«fOK.(*O.O4T*lO > >f-. ^oo >oa>í>.^3CK!r)orví^-o*-^r^uv-tí> *-.^**t>-í*>OJ-*1M*íA O^•A o'X»-• O O**+ J J J--«í* 1 ! C\í O -*^•^«^•> AJ O O í> — « A. O O ^1^.N.w a> C* O.-« (NJOÍ*jí Jo o-*• +i«J UO Mo o o* * N. IA* •K. K. N. iOO} OO POOOD CO ÍO,_tJ(jjoira:tu^t—1X •"* tf*—••-* etcr t—•< ix_j •-•Ul ~£QO 2? Q» r» uj.j_H -J ajr JtNJ t— t 1.J^ UJ1 xUJ _J•tf U- UJt— U. Otf t~t iTJ,u n T*to"Tt—Lus;trQ_juJo•3T:UJtfar^>>—41UJLJUJoro^£«c^ (ui—•^JUJX(L•r>ff— -Y1—


ABSTRACTThe present dissertation is concerned with the method <strong>de</strong>veloped byGeorge E. P. <strong>Box</strong> and Gwilym M. <strong>Jenkins</strong>.That methodology was <strong>de</strong>veloped during the sixties and published by theauthors in 1970 un<strong>de</strong>r the title "Time series analysis: forecasting andcontrol".The significance of <strong>Box</strong> and <strong>Jenkins</strong>' work is given by the possibilityof constructing linear mo<strong>de</strong>ls of the autoregressive integrated movingaverage type that could <strong>de</strong>scribe with precision and parsimony the stochasticprocess that generates a time series, offering therefore accurateforecasts.The strategy in that methodology consists in i<strong>de</strong>ntifying mo<strong>de</strong>ls ableto <strong>de</strong>scribe the data available, to efficiently estimate its parametersand to evaluate the mo<strong>de</strong>l "vis-S-vis" the phenomenon being invéstigated.If this representation of the real world is a<strong>de</strong>quate, the mo<strong>de</strong>l can beapplied in time series analysis or, on the contrary, if that representationis not a<strong>de</strong>quate, a new mo<strong>de</strong>l should be <strong>de</strong>signed and a new roundof tests run.The present dissertation is structured in seven chapters.Chapter I consists of not only the general question being posed andour concern about it justified, but we also <strong>de</strong>velop the fundamentali<strong>de</strong>as to <strong>de</strong>al with time series analysis: a short history of the subject,the importance and the statiscal meaning of the technique and the conceptproper of time series.In the chapter II we <strong>de</strong>velop the basic concepts of Stochastic Processthat will be useful for the un<strong>de</strong>rstanding and working of <strong>Box</strong> and<strong>Jenkins</strong>' methodology.In chapters III, IV and V we <strong>de</strong>al in <strong>de</strong>tail with <strong>Box</strong> and <strong>Jenkins</strong> 1 timeseries analysis: the mo<strong>de</strong>ls they use, the process of mo<strong>de</strong>ling and themethod for forecasting.In chapter VI, we apply the proceding <strong>de</strong>velopments to two sets of data,which are significant to the un<strong>de</strong>rstanding of Rio Gran<strong>de</strong> do Sul economy:the Consumer Price In<strong>de</strong>x (cost of living in<strong>de</strong>x) in the city of PortoAlegre and Electric Energy Comsumption in the State. 11 can be observedthat the forecasts obtained through <strong>Box</strong> and <strong>Jenkins</strong>' method showvalues very much close to the real data, making it clear about theusefulness of the author's methodology.The last chapter is a summary of the method discussed. We call attentionto its qualities but also to its operational shortcomings and we referto some other methods for time series analysis, trying to locate aspectsfor applying each one of them.


BIBLIOGRAFIAAKAIKE, H. A new look at the statistical mo<strong>de</strong>l I<strong>de</strong>ntification. IEEETransactions on Automatic Control, p. 716-23, 1974.AKAIKE, H. Information theory and an extension of the maximum likelihoodprincipie. Second Internacional Symposiuni on InformationTheory, Budapest, Aka<strong>de</strong>mia Kaido, 1973.ANDERSON, 0. D, Time series analysis and forecasting: the <strong>Box</strong>-<strong>Jenkins</strong>approach. London, Butterworths, 1979.ANDERSON, R. L. Distribution of the serial correlation coefficient.Ann. Math. Statist., Baltimore, S.S.Wilks, JJ:1-13, Mar. 1942.ANDERSON, T. W. The statistical analysis of time series. New York,J. Wiley, 1971. ~ ' ' ~~BAILEY, Norman T. The elements of stochastic processes with applicationsto the natural sciences. New York, J. Wiley, 1964.BARBER, William J. Uma historia do pensamento econômico. Rio <strong>de</strong> Janeiro,Zahar, 1979.BELL, John Fred. História do pensamento econômico. Rio <strong>de</strong> Janeiro,Zahar, 1961.BOX, G. E. P. & COX, D. R. An analysis of transformations. Journal ofthe Royal Statistical Society, London, 626:211-252, 1964.BOX, George E. P. & JENKINS, Gwilym M. Time series analysis: forecastingand control. San Francisco, Hol<strong>de</strong>n-Day, 1976.BOX, G. E. P. & PIERCE, D. A. Distribution of residual autocorrelationsin autoregressive integrated moving average time series mo<strong>de</strong>Is.Journal of the American Statistical Association, Washington, ^5: 1509-26, Dec.l9~70. ~~BUNGE, Mário. Teoria e realida<strong>de</strong>. São Paulo, Perspectiva, 1974.CHÃO, Lincoln L. Estadistica para Ias ciênciasadministrativás. Bogotá,McGraw-Hill, 1975.CHURCHMAN, C. W. Introdução ã teoria dos sistemas. Petrópolis, Vozes,1972.CLARKE, A. Bruce & DISNEY, Ralph, L. Probability and random processesfor engineers and scientists. New York, J. Wiley, 1970.CLEVELAND, W. P. The inverse autocorrelations of a time series andtheir applications. Technometrics , _14(2) : 277-98, 1972.DAGUM, Camilo & DAGUM, Esteia M. Bee. Introducción a Ia econometria.México, Siglo Veintiuno, 1971.ECHENIQUE, Marcial et alli. Mo<strong>de</strong>los matemáticos <strong>de</strong> laestructura espacialurbana: ap li caciones en Amêril-a Latina. Buenos Aires, SIAP, 1975.ECONOMETRIC SOFTWARE PACKAGE.Chicago Version, 1974.Washington, Synergy Inc., University of


184FERGUSON, C. E. Teoria microeconómica. México, Fondo <strong>de</strong> Cultura Econômica,1974.FERNANDEZ, Pedro Jesus. Introdução aos processos es tocas ticos. s.l.p .,IMPA, s.d.FOX, Karl A. Intermediate economic statistics. New York, J. Wiley,1968.FREUND, John E. & WILLIAMS, Frank J. Mo<strong>de</strong>rn business statistics. EnglewoodCliffs, Prentice-Hall, 1958.GNEDENKO, B. V. The theory of probability. Moscow, MIR, 1969.GRANGER, C. W. J. & NEWBOLD, J. P. Experience with forecasting univariatetime series and the combination of forecasting. Journalof theRoyal sTãtistical Society, London, A137T 131-46, Jan. 1974~GRANGER, C. W. J. & NEWBOLD, Paul.New York, Aca<strong>de</strong>mic Press, 1977.Forecasting economic time series.GRAY, H. L. et alli. A new approach to ARMA mo<strong>de</strong>ling. Communicationsin Statistics. 87(1): 1-78, 1978.GROFF, G. K. Empirical comparison of mo<strong>de</strong>ls for short range forecasting.Management Science, Baltimore, The Institute of ManagementSciences, 20(1): 22-31, Sep. 1973.GEURTZ, M. D. & IBRAHIM, J. B. Comparing the <strong>Box</strong>-<strong>Jenkins</strong> approach withexponentially smooted forecasting mo<strong>de</strong>l application tá Hawaii tourists.Journal of Marketing Research, Chicago, American MarketingAssociation, _12_:~T82-88, May 1975.HADLEY, G. Introduction to business statistics. San Francisco, Hol<strong>de</strong>n-üay,1968.HAMBURG, Morris. Statistical analysis for <strong>de</strong>cision Making, New York,Harcourt, Brace and World, 1970.HOFFMANN, Rodolfo & VIEIRA Sônia. Análise <strong>de</strong> regressão: uma introduçãoã econometria. São Paulo, HUCITEC, 1977.JOHNSTON, J. Métodos econométricôs. São Paulo, Atlas, 1871.KENDALL, Maurice and STUART, Alan. The advanced theory of statistics.London, Charles Griffin, 1976, v.3.KEYNES, J ohn M. Teoria geral do emprego, juros e_ moeda. Rio <strong>de</strong> Janeiro,Fundo <strong>de</strong> Cultura, T964. ~KIRBY, R. M. A comparison of short and médium range Statistical forecastingmethods. Management Science, Baltimore, The Institute ofManagement Sciences, _1_3 ( 4) . 1966.KLEIN, Lawrence L. Manual <strong>de</strong> Econometria. Madrid, Aguilar, 1958.KRUPP, Sherman Roy. La estructura <strong>de</strong> Ia ciência econômica; ensaios sobre<strong>metodologia</strong>. Madrid, Aguilar, 1973.LAJUGIE, J. As doutrinas econômicas. São Paulo, Difel, 1976.MADDALA, G. S. Econometrics. New York, McGraw-Hill, 1977.MAKRIDAKIS, S. & HIBON, M. Accuracy of forecasting and empirical invéstigation. The Journal of the Royal Statistical Society, London,142: 97-145, 1979.


MAKRIDAKIS, S. & WHEELWRIGHT, S. C. Adaptive filtering: an integratedautoregressive moving average filter for time series forecasting.Operational Research Quarterly, 28: 425-37, 1977.MALANOS, George. Teoria econômica. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Fórum, 1962.185MARQUARDT, D. W. An algorithm for least-squares estimations of nonlinear parameters. Journal Soe. Ind. Appl. Math., Phila<strong>de</strong>Iphia, _H_(2): 431-41, Jun. 19&1TMATTHEWS, R. C. 0. O ciclo econômico. Rio <strong>de</strong> Janeiro, Zahar, 196/' .MEEKER, W. Q. T-SERIES - A user-oriented computar program for i<strong>de</strong>ntifying,f itting" and forecasting ARIMA time series mo<strong>de</strong>ls. Ames, lowaState University, s.d.MERRIL, William C. & FOX Karl A. Introducción a Ia estadistica econômica. Buenos Aires, Atnorrortu, 1972.MILLS, Richard L. Statistics for applied economics and business. NewYork, McGraw-Hill, 1977. "MONTELLO, Jessé. Estatística para economistas. Rio <strong>de</strong> Janeiro, APEC,1970.MOOD, Alexan<strong>de</strong>r M. & GRAYBILL, Franklin A. Introducciõn Ia teoria <strong>de</strong>Ia estadistica. Madrid, Aguilar, 1976.MORETTIN, Pedro Alberto. Analise harmônica <strong>de</strong> processos es tocas ticos.Rio <strong>de</strong> Janeiro, IMPA, 1979.'MORETTIN,_ Pedro Alberto & TOLOI, Clélia Maria <strong>de</strong> Castro. Mo<strong>de</strong>los paraprevisão <strong>de</strong> series <strong>tempo</strong>rais. Rio <strong>de</strong> Janeiro, IMPA, 1981.MORGENBESSER, Sidney et a llí .1972.FiIpsofia da ciência. São Paulo, Cultrix,MURPHY, James L. Introductory econometrics. Homewood, Richard D. Irwin,1973.NELSON, Charles R. Applied time series analysis for managerial forecasting.San Francisco, Hol<strong>de</strong>n-Day, 1973.NERLOVE, M. et alli. Analysis of economic time series; a synthesis.New York, Aca<strong>de</strong>mic Press, 1979.NIE, Norman H. & HULL, C. H. SPSS: Statistical package for the socialsciences; update 7-9, new procedures and facilities forreleases 7-9.New York, McGraw-Hill, 1981.PACK, D. J. A computer program for the analysis of time series mo<strong>de</strong>lsusing the <strong>Box</strong>-<strong>Jenkins</strong> philosophy. Columbus, The Ohio State University,College of Adroinistrative Sciences, Data Center, 1977.PAPOULIS, Athanasios. Probability, randotn variables, and stochasticprocesses. Tokio, McGraw-Hill Kogakusha, 1965.PARZEN, Emanuel. An approach to time series mo<strong>de</strong>ling and forecastingillustrated by hourly electricity <strong>de</strong>mands. Technical Report, Buffalo,State University of New York, 37, 1976. ~ ' ' ' "~~PARZEN, Emanuel. Processos es tocas ticos. Madrid, Paraninfo, 1972.PIATIER, André. Estadistica y observacion economica. Ba.rce lona, Ar ie l,1967, v.l. ~


186PINDYCK, Robert S. & RUBINFELD, Daniel L. Econometric mo<strong>de</strong>ls and economicf orecas ts . New York, McGraw-Hill, 1976.REID, D. J. A comparative study of time series prediction techniqueson economics data. Nottingham, University of Nottingham, 1969. (Departmentof Mathematics, Ph.D.Thesis).RODRIGUES, Flavio Wagner.IMPA, s.d.Tópicos da teoria das probabilida<strong>de</strong>s. s.l.p.TINTN 'R, Gerhard. Econometrics. New York, J. Wiley, 1963.WOLD, H .0 . A study in the analysis of s tá t i on ar y time series . Uppsala,Almquist and Wicksell, 1938.WONNACOTT, Thomas H. & WONACOTT, Ronald J. Introductory statistics forbusiness and economics. New York, J. Wiley, 1972.ZEITTOUN, Jean. Mo<strong>de</strong>les en urbanisme: une étu<strong>de</strong> critique. Paris, Centre<strong>de</strong> Recherche d'Urbanisme, 1971.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!