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Ed. 003 - Jan/2008 - Agenda da Dança de Salão

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4Ano 1 - Nº 3JAN/2007Personagens <strong>da</strong> nossa históriaO casamento mais comentadodos salões cariocasEm entrevista ao Falando <strong>de</strong> Dança, o lendário<strong>da</strong>nçarino Mário Jorge fala <strong>de</strong> nova etapa em suavi<strong>da</strong> e <strong>da</strong> contribuição <strong>da</strong><strong>da</strong> à <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salãofoto Leonor Costafoto acervo pessoalEle foi um dos maiores <strong>da</strong>nçarinos– se não o maior – <strong>de</strong> nossos salões.Isto dito por inúmeras testemunhasque o viram criar nas pistas movimentoshoje incorporados <strong>de</strong>finitivamenteaos ritmos <strong>da</strong>nçados a dois.Um trágico aci<strong>de</strong>nte o retirou <strong>da</strong>spistas e ele virou len<strong>da</strong>.Déca<strong>da</strong>s mais tar<strong>de</strong>, ao ser homenageadoem um evento, eis que ele encontraa mulher <strong>da</strong> sua vi<strong>da</strong>, que o aju<strong>da</strong>riaem sua reabilitação e o colocarianovamente sob as luzes dos holofotes.Estamos falando <strong>de</strong> MÁRIO JORGEMESSIAS MATOS, o “rei dos salões”,como era chamado, que recentementeoficializou sua união com D.Íris Neira, queridíssima administradora<strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>mia Carlos Bolacha. Foi ocasamento mais comentado dos últimostempos.Empenha<strong>da</strong> em pesquisar e divulgara história do marido (“muitas fotos seper<strong>de</strong>ram e, dos filmes, só consegui recuperardois, que precisam ser restaurados”),Íris prontamente nos forneceuto<strong>da</strong> a documentação em seu po<strong>de</strong>r eMário Jorge nos conce<strong>de</strong>u uma longaentrevista, disponível no site do jornal.“Po<strong>de</strong> perguntar tudo o que quiser ecolocar na Internet. Assim as geraçõesfuturas saberão quem inovou a <strong>da</strong>nça<strong>de</strong> salão”, <strong>de</strong>clarou-nos, orgulhosa, arecém-casa<strong>da</strong>.E Mário Jorge falou <strong>de</strong> tudo um pouco.De sua carreira anterior, como <strong>da</strong>nçarino<strong>de</strong> rock (“<strong>da</strong>ncei rock por muitotempo e fiz <strong>de</strong>z filmes com a turma”);dos bailes mais freqüentados eDois momentos marcantes:em 1960, em show <strong>de</strong> CarlosMachado, com a parceiraJacira Miran<strong>da</strong> (Mudinha),e em 1º/12/2007, nasbo<strong>da</strong>s com Iris Neira. Nuncaé tar<strong>de</strong> para recomeçar.as aca<strong>de</strong>mias <strong>de</strong> <strong>da</strong>nça <strong>da</strong> época (“Moraise Joel <strong>de</strong> Almei<strong>da</strong>, no Rio; em SãoPaulo, o <strong>de</strong>staque era o professor Amorete”);dos <strong>da</strong>nçarinos mais <strong>de</strong>stacadosno salão (“Quem mais <strong>da</strong>nçava comritmo e elegância era o Carlinhos Maracanã.Mas eu era imbatível”); <strong>de</strong> suacarreira nacional e internacional; do encontrocom Sammy Davis Jr , na boateFreds (“ele ficou empolgado me vendo<strong>da</strong>nçar”); <strong>da</strong> experiência <strong>de</strong> ter divididoo palco com Fred Astaire, em NovaIorque (“ele pediu para entrar no showsapateando!”), sob aplausos <strong>de</strong> FrankSinatra na platéia. Falou-nos tambémsobre a lendária cena em que ele e parceira<strong>da</strong>nçam samba em cima <strong>de</strong> umamesa; sobre sua vi<strong>da</strong> pessoal e <strong>de</strong> comoela foi afeta<strong>da</strong> pelo aci<strong>de</strong>nte que lhecausou traumatismo craniano. Umahistória que <strong>da</strong>ria um livro. Ou filme.A seguir, os pontos <strong>de</strong> maior <strong>de</strong>staquena entrevista:Sobre sua contribuição para os novosmovimentos na <strong>da</strong>nça <strong>de</strong> salãoEu era um bom <strong>da</strong>nçarino <strong>de</strong> rock.Mas com o tempo <strong>de</strong>scobri que <strong>da</strong>nçarsamba era melhor negócio, conseguiamuitos contratos com o samba. Todobaile que ia, pediam para <strong>da</strong>nçar sambae era um sucesso. Eu <strong>da</strong>nçava umahora e não repetia passos. No samba,comecei a <strong>da</strong>nçar soltando a <strong>da</strong>ma,como fazia no rock. Aí, como eles gostavam<strong>de</strong> me imitar, foi pegando. Achoque foi assim que começou o soltinho,pois eu fazia a mesma coisa no swing,que, para os brasileiros, era um rocksofisticado. Isso numa época em queera proibido soltar a <strong>da</strong>ma no salão! Euia para os bailes e o diretor social pedia:“Mário Jorge, não solta a <strong>da</strong>ma,vou ser chamado a atenção porque eunão posso man<strong>da</strong>r você parar, nem botarpara a rua”. Não podia mesmo, porquetodos estavam aplaudindo.Sobre as inovações no samba <strong>de</strong>gafieiraAntigamente se <strong>da</strong>nçava, não pulava.Das figuras no samba, tinha o “puladinho”(que, apesar do nome, não era parapular mas para <strong>da</strong>r balanço) e tinha o “balãoapagado”. Foi quando comecei a inventarpassos como a bicicleta, o picapau,a casca <strong>de</strong> banana, o jacaré e o sabiá.Eu sabia executá-los porque erabamba em rock e o rock já jogava a <strong>da</strong>mapara o alto. Mas tinha que saber fazer,na ginga! Eu sempre disse e digo: se<strong>da</strong>nçar é fazer acrobacia, o palhaço Carequinhaseria o máximo na <strong>da</strong>nça.Sobre sua nova companheiraDeus botou a Íris no meu caminho hádois anos e sete meses. Foi quando compreendique tudo que tinha acontecido eraporque Ele tinha algo reservado para mime que era tão bom assim – a minha atualesposa, Íris. Ela me <strong>de</strong>u energias, me aju<strong>da</strong>ndocom a minha recuperação, me levandona ABBR e em outros especialistas.Mas o cartão que fiz para ela, no diado casamento, diz tudo:“Íris, ter você ao meu lado é po<strong>de</strong>racreditar que tudo é possível.Você é aquele milagre que somenteocorre uma vez na vi<strong>da</strong> – eaconteceu comigo. Sua presençaao meu lado é a certeza <strong>de</strong> que umsonho po<strong>de</strong> ser realizado, pois, atéo dia em que nos encontramos,você era exatamente isso: um sonho”.Gente!!!!! O amor é, ou não é, lindo?Por Leonor CostaN.R.: Entrevista completa e fotos do acervo pessoalno site do jornal (www.jornalfalando<strong>de</strong><strong>da</strong>nca.com.br).

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