8Ano 1 - Nº 3JAN/2007ArgentinaCaravana <strong>de</strong> brasileiros emFestival <strong>de</strong> Lindy HopConforme tivemos oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> abor<strong>da</strong>r emedições passa<strong>da</strong>s, o Lindyestá “voltando àmo<strong>da</strong>” em diversos países,sobretudo europeus easiáticos – fora sua terranatal, os EUA.Reflexo disso é a realização<strong>de</strong> workshops efestivais, como o queaconteceu na Argentina,pelo segundo ano consecutivo.O II Lindy Hop ArgentinaInternational Festivalocorreu nos dias 14,15 e 16/12 em BuenosAires.Uma caravana composta<strong>de</strong> 6 brasileiros e umamericano resi<strong>de</strong>nte emSão Paulo seguiu <strong>da</strong>quipara terras portenhas paraparticipar dos workshopse bailes com orquestrasao vivo.“O evento ofereceu 11professores internacionais<strong>de</strong> Lindy Hop, entreeles, Lennart Westerlund,Fri<strong>da</strong> Seger<strong>da</strong>hl, CatrineLjunggren, Elliott Donnelley,Calle Johansson eKevin St. Laurent”, noscontou Flávia Monteiro,uma <strong>da</strong>s participantes <strong>da</strong>caravana.Flávia nos remeteu umrelato completo do evento,que está postado nosite do jornal, com linkpara o leitor assistir aoconcurso <strong>de</strong> lindy feitodurante o evento. “Concurso‘Jack and Jill’,on<strong>de</strong> pares são sorteadose a habili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> conduçãoe <strong>da</strong>nça a dois é medi<strong>da</strong>”,explicou Flávia,que foi sortea<strong>da</strong> para <strong>da</strong>nçarcom um rapaz argentino<strong>de</strong> 15 anos. O casalficou na quinta colocação.Os brasileiros aproveitarampara aperfeiçoarsua <strong>da</strong>nça, apren<strong>de</strong>r passose estilos novos, e fazeramiza<strong>de</strong> com os argentinos.“A comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> argentinaé gran<strong>de</strong> e conta commais <strong>de</strong> 200 Lindy Hoppersque vêm promovendoo swing durante os últimosoito anos. No festivaleram aproxima<strong>da</strong>mente100 pessoas inscritaspara as aulas, mais asque vieram apenas à noitepara os bailes. Alémdos argentinos e brasileiros,havia americanos esuecos participando dofestival, contribuindopara uma atmosfera internacional.Os professoresestavam presentes nosAlguns participantes <strong>da</strong> caravana com os profs. suecos Fri<strong>da</strong> Seger<strong>da</strong>h e Lennart Westerlund:<strong>da</strong> esq. para a dir., Fri<strong>da</strong>, Lennart, Flávia, Adriana e Roberto. Lennart manifestouo <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> conhecer o Rio e passar informações aos cariocas.bailes e <strong>da</strong>nçaram comtodos”, relata Flávia, informandoque, além <strong>de</strong>lindy hop, eles tiveramaulas <strong>de</strong> estilos associados,como Balboa, boogiewoogie, charleston eauthentic jazz. E comonão po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> serem se tratando <strong>da</strong> Argentina,houve também umaoficina <strong>de</strong> tango.“Diversos professores ealunos (argentinos e <strong>de</strong>outros países) expressaramcuriosi<strong>da</strong><strong>de</strong> sobre oLindy Hop no Rio, se haviaon<strong>de</strong> ir <strong>da</strong>nçar, e disseramque gostariam <strong>de</strong>vir ao Rio, para visitar e<strong>da</strong>r aulas. De forma geral,todos saíram com asensação <strong>de</strong> ter aprendidomuito, feito novosfoto: acervo pessoal Flávia Monteiroamigos e ficaram animadoscom a <strong>da</strong>nça e com as perspectivas<strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r e <strong>da</strong>nçarmais. Outros que nãoforam este ano já estão complanos para ir no ano quevem”.Acesse o site www. jornalfalando<strong>de</strong><strong>da</strong>nca.com.brpara ler o relato completoe ver os ví<strong>de</strong>os.São PauloProfessor <strong>de</strong> San Diego, Califórnia,se estabelece em São Paulo para<strong>da</strong>r aulas <strong>de</strong> Lindy HopE já que estamos falando<strong>de</strong> Lindy, falamos,então, do professor TanHuyhn, que chegou re-foto acervo pessoal Ana Cristinacentemente a São Paulo,vindo <strong>de</strong> San Diego, on<strong>de</strong>ensinava esse ritmo, que<strong>da</strong>nça há <strong>de</strong>z anos. Em<strong>de</strong>zembro, Tan veio conhecero Rio e ministrouum workshop entre osdias 18 e 22, no Centro<strong>de</strong> Artes Nós <strong>da</strong> Dança,em Copacabana, para umseleto grupo <strong>de</strong> aficcionados,que apren<strong>de</strong>ram oShim sham, uma tradicional<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> grupo (semparceiros), revisaram opasso básico, com ênfasena técnica e posicionamentocorretos, e apren<strong>de</strong>ram4 novos passos em5 horas <strong>de</strong> aula.No Centro <strong>de</strong> Artes Nós <strong>da</strong> Dança, Tan entre Ana CristinaBan<strong>da</strong>rra e <strong>Ed</strong>u Vilamaior, contrabaixista <strong>da</strong> Ban<strong>da</strong> Canastra,ambos amantes do Lindy Hop.Saiba mais no site doJornal Falando <strong>de</strong> Dança(clique em Lindy Hopeno índice <strong>da</strong>s postagens)e veja dois pequenos trechosdo workshop doprof. Tan.
Ano 1 - Nº 3JAN/20079Tarcísio Climaco e sua atual esposa e parceira, Ja<strong>da</strong>:ensinando aos alunos australianos a an<strong>da</strong>r e <strong>da</strong>nçarcomo os brasileiros (“quem os vê <strong>da</strong>nçando pensa quesão brasileiros”, garante).AustráliaVocê sabia? A maioraca<strong>de</strong>mia australiana é<strong>de</strong> um brasileiroO mineiro Tarcísio TeatiniClimaco foi para a Austráliaem 1989. Tinha a intenção<strong>de</strong> negociar artigos <strong>de</strong>couro mas acabou <strong>da</strong>nçando...literalmente!Embora frequentador <strong>de</strong>gafieiras (“minha famíliato<strong>da</strong> <strong>da</strong>nçava”), Tarcisio erabailarino e coreógrafo profissionalem <strong>da</strong>nça mo<strong>de</strong>rnae contemporânea. Comatuações nos palcos do TeatroMunicipal do Rio <strong>de</strong><strong>Jan</strong>eiro, Teatro Amazonas,Teatro Guairá, entre muitosoutros, porém <strong>de</strong>sistiu <strong>da</strong>carreira para abrir uma fábrica<strong>de</strong> couro (“imaginacomo era viver <strong>da</strong> <strong>da</strong>nça há20 anos atrás”). Mas foicom a bagagem adquiri<strong>da</strong>em suas passagens pelasaca<strong>de</strong>mias dos mestres JaimeArôxa, Carlinhos <strong>de</strong> Jesus,Marquinhos Copacabanae Jimmy <strong>de</strong> Oliveira queTarcísio mudou completamenteo rumo <strong>de</strong> sua vi<strong>da</strong>.Farejando o potencial domercado australiano para<strong>da</strong>nças latinas (“<strong>de</strong>scobrique o anglo-saxônico precisa<strong>de</strong>sespera<strong>da</strong>mente <strong>de</strong>contato humano e <strong>de</strong> se expressaratravés <strong>da</strong> <strong>da</strong>nça edo movimento”), ele fundoua Rio Rhythmics LatinDance Aca<strong>de</strong>my e, hoje, estabelecidohá 18 anos na ci<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> Brisbane, a terceiramaior ci<strong>da</strong><strong>de</strong> australiana,ele é responsável pela i<strong>da</strong> <strong>de</strong>alguns <strong>de</strong> nossos melhoresprofissionais <strong>de</strong> <strong>da</strong>nça paratempora<strong>da</strong>s – e até contratos<strong>de</strong> longo prazo – <strong>de</strong> aulase shows.Diretamente <strong>da</strong> Austrália,Tarcísio conce<strong>de</strong>u uma longaentrevista à editora doFalando <strong>de</strong> Dança (“tenhomaterial para um livro inteiro”),respon<strong>de</strong>ndo às perguntassobre como inicioua carreira na Austrália (“estávamosnuma festa e odono <strong>da</strong> ban<strong>da</strong> me chamoupara nos apresentarmos, foiquando o Kaoma explodiufazendo sucesso na Europa,em 1989”), sua metodologia(“tive que ensinar o australianoprimeiro a an<strong>da</strong>rcomo an<strong>da</strong>mos e usar osmesmos músculos, meusestudos <strong>de</strong> anatomia e fisiologiaaju<strong>da</strong>ram muito”),sua especialização (“fiz diversasviagens ao Brasil,estu<strong>de</strong>i muito, dia e noite”),as aca<strong>de</strong>mias que frequentou(“estu<strong>de</strong>i os movimentos,o estilo e a didática <strong>de</strong>várias aca<strong>de</strong>mias e analiseiseus prós e contra, não possorepresentar uma aca<strong>de</strong>mia,um estilo, tenho queser fiel à <strong>da</strong>nça”), os professoresque <strong>de</strong>ixaram marcas(“Fiz muitas aulas commuitos profs. do Jaime,aprendi muito com a filosofia<strong>de</strong> <strong>da</strong>nça do Marquinhos,ouvi as idéias do Carlinhos.Um belo dia <strong>de</strong>scobriJimmy. Foi um achado.Jimmy está para a <strong>da</strong>nça <strong>de</strong>salão assim como IsadoraDuncan está para o balé,revolucionou mesmo”), sobreo mercado para novosimigrantes (“Não acreditoem saturação, acredito emmuito trabalho e paixãopela <strong>da</strong>nça”). Enfim, umfascinante relato que todo<strong>da</strong>nçarino, principalmenteos em início <strong>de</strong> carreira, <strong>de</strong>veriamler.Por fim, a resposta à minhapergunta sobre a escassez<strong>de</strong> cavalheiro: “O problemaaqui era muito maior,agora está melhorando.Mas sempre digo a meusalunos que Deus sabe o quefaz. Os homens em geralprecisam praticar mais doque as mulheres, por causa<strong>da</strong> condução. Então, Deuspôs muito mais mulheres nomundo <strong>da</strong> <strong>da</strong>nça para os homenspraticarem bastante,he, he.”Leia a íntegra <strong>da</strong> entrevistano site do jornal, clicandoem “Tarcísio Climaco”(www.jornalfalando<strong>de</strong><strong>da</strong>nca.com.br)Foto: acervo pessoal do entrevistado.foto: acervo pessoalDança ExportaçãoBrasileiros são convi<strong>da</strong>dos a<strong>da</strong>r aulas no Hong KongSalsa FestivalHá menos <strong>de</strong> um ano estabelecidos naAustrália, os professores Kadu Pires eLarissa Thayanne, dois dos mais talentosospupilos <strong>de</strong> Jimmy <strong>de</strong> Oliveira, estãoradiantes com o sucesso <strong>de</strong> seu trabalho.Depois <strong>de</strong> ganharem uma competiçãolocal com uma coreografia <strong>de</strong> samba, queaumentou a procura por suas aulas, elesestão escalados para participar do IV CongressoAnual <strong>de</strong> Salsa <strong>de</strong> Sydney, a realizar-sedias 17-20/01. E já aparecem no siteoficial do Hong Kong Salsa Festival (11-17/02), como artistas que <strong>da</strong>rão aulas e farãoapresentações nesse ritmo, que está setornando um fenômeno mundial e no qualestão se especializando na Austrália,principalmente com o campeãomundial Oliver Pine<strong>da</strong>, lá estabelecido.Mas Kadu e Larissa não <strong>de</strong>ixam<strong>de</strong> lado em nenhum momento suapaixão principal, o samba. “Parao Sydney Salsa Congress fomosconvi<strong>da</strong>dos para <strong>da</strong>r workshop <strong>de</strong>gafieira e <strong>da</strong>nçar 3 coreografias.Vamos colocar os nossos alunospara <strong>da</strong>nçar uma coreografia <strong>de</strong>samba <strong>de</strong> gafieira, que coreografamospra mostrar o trabalho que estamosfazendo com eles. E nós vamos <strong>da</strong>nçar zouke salsa”, explicou-nos Kadu. Que nos remeteuem primeira mão a filmagem <strong>da</strong> apresentaçãosolo <strong>de</strong> samba que ele coreografoupara o evento <strong>de</strong> fim <strong>de</strong> ano <strong>da</strong> Aca<strong>de</strong>miaRio Rhythmics. “Uma homenagem aomestre Jimmy”, diz Kadu, que montou oquadro com objetos também usados porJimmy em suas coreografias: latinha <strong>de</strong>cerveja, ca<strong>de</strong>ira e agora, mais recentemente,bengala!Assistam no nosso site a coreografia, queKadu promete repetir aqui no Rio quandovier <strong>de</strong> férias, em julho <strong>de</strong>ste ano.