Esta publicação é <strong>um</strong> breve res<strong>um</strong>o do segundo relatório feito pelaRede de Monitoramento Amiga da Criança sobre <strong>as</strong> polític<strong>as</strong> federais<strong>para</strong> a infância e a adolescência, <strong>para</strong> saber se o governo federalc<strong>um</strong>priu os compromissos fixados no Plano Presidente Amigo daCriança e do Adolescente (PPACA) 2004-2007 e conseguirá atingir <strong>as</strong>met<strong>as</strong> <strong>para</strong> melhorar a vida d<strong>as</strong> crianç<strong>as</strong> br<strong>as</strong>ileir<strong>as</strong> até 2015.6
ApresentaçãoRede de Monitoramento Amiga da Criança surge emA 2003 <strong>para</strong> acompanhar a implementação dos compromissosdescritos no Termo Presidente Amigo da Criança, lançado no ano anterior,pela <strong>Fundação</strong> <strong>Abrinq</strong>.Composta atualmente por 38 organizações, a Rede monitora oPlano de Ação Presidente Amigo da Criança e do Adolescente (PPA-CA), analisa os avanços d<strong>as</strong> met<strong>as</strong> n<strong>as</strong> áre<strong>as</strong> de educação, saúde eproteção, descrit<strong>as</strong> no doc<strong>um</strong>ento Um mundo <strong>para</strong> <strong>as</strong> Crianç<strong>as</strong> faz recomendaçõesao governo e apóia a sociedade civil no controle sociald<strong>as</strong> ações governamentais.A experiência de diálogo qualificado entre sociedade civile poder público, vivenciado na Rede de Monitoramento constituiexperiência inédita, dada a sua dimensão e diversidade deenfoques.Os obstáculos encontrados pela Rede Amiga durante a análisedos relatórios de acompanhamento (2004 e 2005) apresentados pelogoverno federal - como a precariedade dos sistem<strong>as</strong> de informação -não impediram que avanços objetivos fossem obtidos e que a Redepudesse elencar <strong>um</strong>a série de recomendações <strong>para</strong> orientar a açãodo governo em favor da criança e do adolescente br<strong>as</strong>ileiro. Entreel<strong>as</strong>, a necessidade de superar <strong>as</strong> iniqüidades e desigualdades derenda, raça, gênero, territoriais e entre gerações, bem como melhorara qualidade dos dados e indicadores sobre a situação da populaçãoinfanto-juvenil no país e garantir o orçamento necessário <strong>para</strong> concretizar<strong>as</strong> ações planejad<strong>as</strong>.<strong>Por</strong> outro lado, a Rede Amiga constatou que, se a tendência históricados g<strong>as</strong>tos públicos continuar a mesma, ao longo da década2000-2010 serão despendidos apen<strong>as</strong> 56% dos recursos necessários<strong>para</strong> alcançar <strong>as</strong> met<strong>as</strong> sociais propost<strong>as</strong>.Levando-se em conta a execução orçamentária do PPACA, porexemplo, quando se consideram <strong>as</strong> despes<strong>as</strong> federais per capita, verifica-seque de cada R$1.000,00 g<strong>as</strong>tos por cidadão, apen<strong>as</strong> R$ 35,00se destinam às crianç<strong>as</strong> e aos adolescentes.Quando com<strong>para</strong>d<strong>as</strong> com <strong>as</strong> despes<strong>as</strong> com o pagamento dadívida externa, el<strong>as</strong> representam 21 anos de g<strong>as</strong>tos com <strong>as</strong> açõesdo Plano.É claro que a Rede não esperava que, em três ou quatro anos,o Br<strong>as</strong>il conseguisse modificar de modo significativo a condição deiniqüidade em que vive a sua população. M<strong>as</strong>, considerando o tantoque precisa ser realizado, é preciso avançar em muitos <strong>as</strong>pectos, desdeo aprimoramento dos sistem<strong>as</strong> de informação e dos indicadoressobre a condição da infância e da adolescência no Br<strong>as</strong>il, até a qualidadedos relatórios e dados existentes sobre execução orçamentáriae financeira. Estes, são pouco transparentes e incompreensíveis <strong>para</strong>a maioria dos atores sociais, dificultando seu acompanhamento eavaliação do impacto sobre o desempenho d<strong>as</strong> met<strong>as</strong> sociais.