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Edição 1 Especial em Português - SET

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Entrevista – Hélio CostaFora Argentina, Peru e Chile, que já firmaramacordos, o Brasil t<strong>em</strong> negociações <strong>em</strong> cursopara a adoção do ISDB-T Bpor outros paísesda América Latina. O ISDB-T vai se tornar oISDB-T AL? (AL de América Latina)A Venezuela e o Equador já firmaram acordos.Além de Cuba, estamos tratando do t<strong>em</strong>atambém com a Bolívia, o Paraguai, a Costa Rica,a República Dominicana, o Haiti e o Uruguai,país que optou por outro sist<strong>em</strong>a, mas aindanão o impl<strong>em</strong>entou.A África do Sul e Ilhas Maurício receberammissões brasileiras para d<strong>em</strong>onstraçãodo padrão. Qu<strong>em</strong> mais testou a nossatecnologia?Países da África Austral e os de línguaportuguesa. Já realizamos s<strong>em</strong>inário sobre TVdigital <strong>em</strong> Maputo (Moçambique) e Gaborone(Botsuana), com a participação de diversasnações africanas. Estes eventos têm motivadopaíses africanos a visitar o Brasil e conhecernossa impl<strong>em</strong>entação.Parece haver uma recomendação para quea África adote o padrão DVB. Como o Brasilpretende driblar este obstáculo?O que há é uma discussão no âmbito da SADC(Southern Africa Development Community) com oobjetivo de recomendar um sist<strong>em</strong>a comum paraa região. Cada país escolhe o melhor para si.Neste sentido estamos enviando esforços paraque os países test<strong>em</strong> o ISDB-T Bantes de tomarsuas decisões.Que vantagens mútuas o Brasil e seusvizinhos, assim como os países da África,têm quando adotam o nosso padrão?A maior é um padrão único regional. Na Américado Sul isso será muito importante, porque se vaiter uma melhor relação técnica entre os países. NaÁfrica também poderá ser assim. O padrão ISDB-T,o mais avançado, é o que oferece as melhorescondições para países do H<strong>em</strong>isfério Sul.E por que ele é o melhor?Os principais motivos são as inovações queincorporamos ao sist<strong>em</strong>a operacional e na áreada interatividade. Na Europa e Estados Unidos,ela é voltada ao T-commerce, enquanto paranós ela t<strong>em</strong> um objetivo social. É a educaçãoa distância, a tele-medicina, enfim, a inclusãodigital e social.A propósito, como serão os programasbrasileiros de inclusão via TV digital?Cada setor terá de, primeiro, desenvolver asua própria rede. A Empresa Brasileira deComunicações - a EBC, de TV Pública - estácriando a sua rede digital <strong>em</strong> todo o Brasil. OMinistério da Educação terá de fazer a sua.Outros setores, id<strong>em</strong>. E ainda haverá uma Rededa Cidadania, pela qual cada cidade terá o seucanal de televisão.No que o governo avançou na confecção daRede de Cidadania?A Rede Nacional de Televisão Pública DigitalTerrestre des<strong>em</strong>penhará papel fundamentalpara levar estes serviços à sociedade brasileira.Contudo, serviços interativos para aplicaçõessociais vêm sendo desenvolvidos e testadosde forma concomitante ao desenvolvimento doGINGA. Aplicações interativas estarão disponíveispara os usuários nos próximos meses. O Ministériodas Comunicações deverá regulamentar o uso docanal da cidadania até o início de abril.E a EBC? No que se avançou?Em janeiro ela encerrou a consulta públicapara formação de uma parceria público privadavisando implantar e operar a Rede Nacional deTelevisão Pública Digital Terrestre <strong>em</strong> todas ascidades com mais de 100 mil habitantes. Estainiciativa contribuirá para que a população tenhaacesso a uma maior diversidade de informação,utilizando a multiprogramação e interatividade.E que outras vantagens o senhor t<strong>em</strong>enfatizado nas negociações com os países?O modelo de negócios. Na mobilidade, atransmissão no ISDB-T é gratuita; nos outrossist<strong>em</strong>as ela é paga. No europeu se recebe osinal via telefonia e se paga por minuto, enquantono japonês é de graça. Pode-se ter programaçãoe comerciais diferentes. Com isso, abre-se umleque extraordinário de negócios na medida<strong>em</strong> que se multiplicam os canais através decelulares e dispositivos móveis. Mais: o ISDB-Tpermite simultaneamente TV <strong>em</strong> HD e <strong>em</strong> SD. Jáno DVB só se transmite <strong>em</strong> standard definition.No entanto, no Brasil, as redes privadas nãopod<strong>em</strong> ter multiprogramação. O governo vaimudar a legislação?A utilização desta facilidade pelos radiodifusoresprivados é uma questão regulatória que t<strong>em</strong>diversas implicações. Uma das principais é aquelaque fere o princípio da não concentração d<strong>em</strong>ercado. Hoje nenhum radiodifusor pode recebermais de uma outorga no mesmo município, maisde duas no mesmo estado e no máximo dez <strong>em</strong>todo o território nacional; até o momento não hámovimentação para mudar isso.O que mais o Brasil oferece?Levar não só a tecnologia como também aoportunidade industrial. Nós não diz<strong>em</strong>os a eles“vocês terão de comprar os nossos transmissores”.Diz<strong>em</strong>os: “Nós lhes passamos a tecnologia e vocêsfaz<strong>em</strong> aí os transmissores”. Oferec<strong>em</strong>os tambéma tecnologia para produzir set-top box localmentee, caso necessário, financiamento. O pacote, ameu ver, é muito b<strong>em</strong> equilibrado.A interatividade no Brasil ainda não é plena. Issonão dificulta as negociações internacionais?Não, porque n<strong>em</strong> na Europa, n<strong>em</strong> nosEstados Unidos, se t<strong>em</strong> interatividade plena.Ela deslanchará na medida <strong>em</strong> que se tiverpopularizado os telefones 3G e os sist<strong>em</strong>aswireless de internet <strong>em</strong> todas as cidades.Quando isso acontecer se completará o cicloda TV digital com interatividade plena, pois seterá criado o canal de retorno.No Brasil, a falta de interatividadeplena já não estaria tolhendo um maiorcrescimento dos negócios que a TV digitalpode fomentar?A interatividade é um dos el<strong>em</strong>entos quediferenciam a TV digital da analógica e seapresenta como um dos serviços que fomentaráa difusão desta nova tecnologia promovendo ainclusão digital. A implantação desta facilidadesó foi possível graças ao competente trabalhodesenvolvido pelas <strong>em</strong>presas e instituições deensino e pesquisa brasileiras que conceberam,propuseram e desenvolveram o middlewareGinga. Em abril deverá ser publicada anorma completa do Ginga cont<strong>em</strong>plando asimpl<strong>em</strong>entações NCL e JAVA.Na Argentina, o governo deve investir 906milhões de dólares na TV pública. Comparte deste dinheiro, promete comprar 1milhão de set-top boxes e antenas paradistribuir à população de baixa renda.Se pensa <strong>em</strong> algo parecido para o Brasil,talvez por meio de um subsídio, ou cortede impostos, de maneira a popularizar aTV digital?No Brasil os receptores de televisão, incluindoos set-top boxes, já receb<strong>em</strong> benefícios fiscaisgenerosos quando produzidos na Zona Francade Manaus. Para as <strong>em</strong>presas fruír<strong>em</strong> destesbenefícios, estabelec<strong>em</strong>os um cronograma deprodução. Assim, a partir de 2010, os televisorescom tela maior ou igual a 32” deverão incorporara recepção digital; <strong>em</strong> 2012, todas as TVs.O Brasil consome cerca de 10 milhões detelevisores por ano. Então estimamos que mais de3 milhões serão comercializados <strong>em</strong> 2010. Nãoestão computadas as vendas dos conversores edos receptores para TV móvel, que deverá sersuperior a um milhão de unidades.O avanço da TV digital no Brasil pode serconsiderado um sucesso?Sim. Em janeiro, 2 anos e dois meses depoisdo início das transmissões, 75 milhões dehabitantes, ou 40% da população brasileira,já tinham acesso à TV digital. No Brasil t<strong>em</strong>osum total de 146 canais que digitalizaram seussinais. Há uma evolução deste número a cadamês e, com certeza haverá um aumento atéa Copa do Mundo, <strong>em</strong> junho na África do Sul.No final do ano todas as capitais terão o sinaldigital. Pelo nosso cronograma, <strong>em</strong> 2013, todasas <strong>em</strong>issoras estarão digitalizadas.*José Maria Furtado, editor da edição especial da Revista da <strong>SET</strong>11

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