plasma, sendo 132 (43,27%) daclasse IgG e 7 (2,28%) da classeIgG e IgM simultaneamente. Nãoocorreu nenhum caso on<strong>de</strong> o anticorpoda classe IgM foi <strong>de</strong>tectadoisoladamente (Figura 2).Dos 139 <strong>pacientes</strong> soropositivospara toxoplasmose, 124(89,2%) teriam tido uma exposiçãopassada ao T. gondii apresentandoanticorpos da classe IgGcom títulos que variavam <strong>de</strong> 1:16a 1:4096, 8 (5,75%) <strong>pacientes</strong>Figura 2. Ocorrência <strong>de</strong> anticorpos antitoxoplasma <strong>em</strong> 305 <strong>pacientes</strong><strong>atendidos</strong> no Laboratório Osvaldo Cruz, Santo Ângelo- RS, 2004-2005Tabela 2. Perfil sorológico <strong>de</strong> 279 mulheres <strong>em</strong> ida<strong>de</strong> fértil atendidas noMulheresGrávidas(153)Não-grávidas(126)tiveram uma exposição crescenteou envolvimento presente comelevados títulos <strong>de</strong> anticorposIgG (1:8192) e s<strong>em</strong> a presença<strong>de</strong> anticorpos da classe IgM, e7 (5,03%) <strong>pacientes</strong> po<strong>de</strong>riamestar no quadro <strong>de</strong> toxoplasmoseaguda com títulos <strong>de</strong> IgG entre1:512 a 1:1024 e títulos <strong>de</strong> IgMentre 1:16 a 1:1024.Das 279 mulheres, 128(45,88%) apresentavam anticorposantitoxoplasma. Entre as 153Laboratório Osvaldo Cruz, Santo Ângelo, RS (2004 – 2005)Anticorpos antitoxoplasmaIgG IgM IgG+IgM Total (%)43 0 0 43 28,182 0 3 85 67,46gestantes atendidas pelo LaboratórioOsvaldo Cruz, 43 (28,10%)apresentaram-se soropositivas,todas com presença <strong>de</strong> anticorposda classe IgG (Tabela 2).DiscussãoEste estudo analisou mulherese homens que realizaram testessorológicos através <strong>de</strong> um mesmométodo <strong>de</strong> diagnóstico <strong>em</strong>apenas um laboratório, evitando<strong>de</strong>sta forma vícios <strong>de</strong> aferição ediferenças metodológicas.Neste trabalho verificou-se apresença <strong>de</strong> anticorpos antitoxoplasma<strong>em</strong> 45,57% dos 305 <strong>pacientes</strong><strong>atendidos</strong> no LaboratórioOsvaldo Cruz <strong>em</strong> Santo Ângelo- RS, no período <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>2004 a <strong>de</strong>z<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2005, sendoque 132 (43,27%) apresentaramanticorpos da classe IgG e 7(2,28%) apresentaram anticorposda classe IgG e IgM simultaneamente.Não foi observadonenhum caso on<strong>de</strong> o anticorpo daclasse IgM foi <strong>de</strong>tectado isoladamente.Essa prevalência encontra-se<strong>de</strong>ntro da faixa, mencionadapelos diversos pesquisadores,nas diferentes regiões do mundo,com valores que se situam entre20 % a 90% (1).No estudo realizado <strong>em</strong> <strong>pacientes</strong><strong>atendidos</strong> pelo LaboratórioCelso Matos situado <strong>em</strong> Santarém- PA, foi <strong>de</strong>tectada a presença <strong>de</strong>anticorpos antitoxoplasma <strong>em</strong>84<strong>NewsLab</strong> - edição 80 - 2007
72,2% dos <strong>pacientes</strong> estudados.Destes, 60,9% eram da classeIgG, 5,8% da classe IgM e 5,5%IgG e IgM simultaneamente (2).Na Suécia foi encontrada umasoroprevalência s<strong>em</strong>elhante à observadaneste estudo, sendo que ataxa <strong>de</strong> prevalência para a IgG foi<strong>de</strong> 46,1% e a taxa <strong>de</strong> prevalênciapara a IgM foi <strong>de</strong> 1,7% (9).Quanto à relação ida<strong>de</strong> dos<strong>pacientes</strong> e soropositivida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>maior prevalência foi a faixa etáriados 26 aos 36 anos, o que po<strong>de</strong>ser explicado pelo t<strong>em</strong>po maior <strong>de</strong>exposição aos fatores <strong>de</strong> risco.Com relação aos títulos <strong>de</strong> anticorposapresentados por estes<strong>pacientes</strong>, po<strong>de</strong>-se dizer que 124<strong>pacientes</strong> po<strong>de</strong>riam ter tido umaexposição passada ao T. gondiiapresentando somente níveis <strong>de</strong>anticorpos da classe IgG; oito<strong>pacientes</strong> teriam tido uma exposiçãorelativamente crescente ao T.gondii ou envolvimento presentecom elevados títulos <strong>de</strong> anticorposIgG; e sete <strong>pacientes</strong> po<strong>de</strong>riamestar no quadro <strong>de</strong> toxoplasmoseaguda. Porém, para este tipo <strong>de</strong>interpretação somente um testesorológico não é suficiente paraconfirmar o diagnóstico. Um títulomais dinâmico, quando háuma certa mudança <strong>de</strong> título, ouseja, subida ou <strong>de</strong>scida, <strong>em</strong> umaamostra feita no mesmo serviçoe na mesma rotina, seria umainformação mais precisa. Devidoa isto, para uma melhor interpretaçãodos resultados é necessárioque o indivíduo realize <strong>em</strong> segundoteste, aproximadamente trêss<strong>em</strong>anas após o primeiro (10).Nas gestantes o índice <strong>de</strong> positivida<strong>de</strong>encontrado foi <strong>de</strong> 28,1%(43 gestantes), on<strong>de</strong> todas apresentaramsoropositivida<strong>de</strong> paraanticorpos da classe IgG. Este dadoé s<strong>em</strong>elhante ao encontrado nasdiferentes regiões do mundo, on<strong>de</strong>foi observada uma proporção <strong>de</strong>10,9% na Noruega (11), 14% <strong>em</strong>Estocolmo (12), 18,8% <strong>em</strong> Londres(13) e 20,3% na Finlândia (14). Jáno Brasil a prevalência <strong>de</strong> gestantessoropositivas para IgG antitoxoplasmaé <strong>de</strong> 69,4% <strong>em</strong> Recife (15),42% <strong>em</strong> Salvador (16), 77,1% noRio <strong>de</strong> Janeiro (17), 32,4% <strong>em</strong>São Paulo (18); no Rio Gran<strong>de</strong> doSul foi encontrada uma proporção54,3% <strong>em</strong> Porto Alegre e 36,8%<strong>em</strong> Caxias do Sul (19).Muitos estudos realizados noBrasil mostraram que <strong>de</strong> 60 a 75%das mulheres <strong>em</strong> ida<strong>de</strong> procriativaapresentam anticorpos da classeIgG contra T. gondii, ou seja, 25%a 40% <strong>de</strong>las são suscetíveis aessa infecção (20). Neste estudoobt<strong>em</strong>os uma soropositivida<strong>de</strong> <strong>de</strong>45,88% nas mulheres.Também nota-se que <strong>em</strong> regiõestropicais e subtropicais o climaúmido favorece uma prevalênciamais elevada, pois este tipo <strong>de</strong> climafavorece a sobrevivência dosoocistos no ambiente (5, 21).O rastreamento sorológico para<strong>de</strong>tectar anticorpos antitoxoplasma<strong>em</strong> gestantes, possui gran<strong>de</strong>importância pelo fato <strong>de</strong>ste parasitater a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> po<strong>de</strong>rocasionar infecção fetal atravésda passag<strong>em</strong> transplacentária,quando a mãe adquire a infecçãodurante a gestação ou, raramentequando mulheres cronicamenteinfectadas apresentam imunocomprometimentoimportante.A infecção congênita é raríssimae as conseqüências para o feto,caso seja infectado, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m doestágio gestacional no qual a mãeadquiriu a infecção por este parasita.Como atualmente não exist<strong>em</strong>estudos que mostr<strong>em</strong> o benefíciodo tratamento materno para evitara transmissão vertical, a orientaçãoverbal ou por escrito <strong>de</strong> medidaspreventivas às gestantes, b<strong>em</strong> comoa realização do pré-natal, permitiriai<strong>de</strong>ntificar e diminuir os casos <strong>de</strong>infecção aguda <strong>em</strong> gestantes. Devidoa isto, ocorreria uma redução<strong>de</strong> casos <strong>de</strong> infecção congênita e osurgimento <strong>de</strong> seqüelas futuramente.A droga <strong>de</strong> uso preferencial nagestação é a espiromicina que nãoatravessa a barreira placentária enão oferece riscos iatrogênicos parao <strong>em</strong>brião (3, 5).Na França e na Áustria, b<strong>em</strong>como no Brasil, a prática <strong>de</strong> seleçãosorológica rotineira é obrigatóriapor lei e teve como conseqüênciauma redução acentuadana incidência <strong>de</strong> toxoplasmosecongênita nesses países (20).A sorologia para toxoplasmose<strong>em</strong> mulheres que não estão naida<strong>de</strong> fértil ou grávidas, e <strong>em</strong>86<strong>NewsLab</strong> - edição 80 - 2007