Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) <strong>da</strong> Barragem <strong>Igarapeba</strong>MEIO BIÓTICOFLORA E VEGETAÇÃODe um modo geral a vegetação terrestre nativa <strong>da</strong> ADA e AID <strong>da</strong> Barragem <strong>Igarapeba</strong>,apresenta-se bastante descaracteriza<strong>da</strong> e sem expressão em relação aos elementos <strong>da</strong>paisagem que ocorriam no passado. Essa mu<strong>da</strong>nça <strong>da</strong> paisagem em relação à coberturavegetal florestal é decorrente de fatores antrópicos voltados a atender diferentes cicloseconômicos que foram estabelecidos na região. Assim, a paisagem que era domina<strong>da</strong>por vegetação <strong>da</strong> floresta atlântica submontana e encontrava-se assenta<strong>da</strong> em faixasciliares, encostas e topos de morros é hoje ocupa<strong>da</strong> por grandes extensões de áreas depastagens, principalmente com capins (gramíneas) para alimentação de animaisbovinos e eqüinos, acompanha<strong>da</strong> de outras matrizes, como a canavieira e a de cultivosdiversos (Figuras 31 e 32).FIGURA 31. Vista <strong>da</strong> paisagem, evidenciando o relevo e acobertura vegetal d e s contínua. C o o rd e n a d a s :0181452/9025618. Barragem <strong>Igarapeba</strong>, PE.Fonte: Marcondes Oliveira. Data: 16.10.2011FIGURA 32. Vista <strong>da</strong> mancha de vegetação de encosta, em segundoplano, e em primeiro plano visualiza-se área aberta com matriz decapim, próxima às coordena<strong>da</strong>s: 0181381/9025464. Barragem<strong>Igarapeba</strong>, PE. Fonte: Elci<strong>da</strong> L. Araújo e Elba M.N. Ferraz. Data: 16.10.2011.FIGURA 33. Botão floral de Gustavia augusta. Coordena<strong>da</strong>s:0181381/9025464. Barragem <strong>Igarapeba</strong>, PE.Fonte: Marcondes Oliveira. Data: 16.10.2011.FIGURA 34. Botão floral de Gustavia augusta. Coordena<strong>da</strong>s:0181381/9025464. Barragem <strong>Igarapeba</strong>, PE.Fonte: Marcondes Oliveira. Data: 16.10.2011.32
Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) <strong>da</strong> Barragem <strong>Igarapeba</strong>FIGURA 35. Espécie de Fabaceae frequente na vegetação <strong>da</strong>Fazen<strong>da</strong> Novo Horizonte, nas imediações <strong>da</strong>s coordena<strong>da</strong>s:01179157/9025908. Barragem <strong>Igarapeba</strong>, PE.Fonte: Marcondes Oliveira. Data: 16.10.2011.FIGURA 36. Espécie de Fabaceae frequente navegetação <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Novo Horizonte, nasi m e d i a ç õ e s d a s c o o r d e n a d a s :01179157/9025908. Barragem <strong>Igarapeba</strong>, PE.Fonte: Marcondes Oliveira. Data: 16.10.2011.A flora <strong>da</strong> <strong>barragem</strong> <strong>Igarapeba</strong> foi representa<strong>da</strong> por 94 famílias distribuí<strong>da</strong>s em 364espécies, sendo apenas 24 espécies exóticas. Das 364 espécies, 129 são bem distribuí<strong>da</strong>sna floresta atlântica, como por exemplo: Tapirira guianensis (pau pombo), Annona glabra(araticum), Xylopia frutescens (pin<strong>da</strong>íba), Hymenaea courbaril (jatobá), Vismiaguianensis (lacre), Bowdichia virgillioides (sucupira), Inga edulis (ingá tripla), Ocoteaglomerata (louro-cagão), etc.Em to<strong>da</strong> a área <strong>da</strong> <strong>barragem</strong> foi observa<strong>da</strong> a ocorrência de espécies exóticas,sobretudo, espécies de fruteiras de valor alimentício que foram cultiva<strong>da</strong>s pelacomuni<strong>da</strong>de local, como azeitona (Syzygium jabolanum), bananeira (Musa paradisiaca),Cana de açucar (Saccharum officinarum), jaqueira (Artocarpus integrifolia), goiabeira(Psidium guajava), etc. Entre essas espécies, a cana-de-açúcar destaca-se na paisagem,indicando o predomínio de áreas antrópicas na Barragem.As espécies registra<strong>da</strong>s na Barragem de <strong>Igarapeba</strong> apresentam usos diversificados,sendo o uso madeireiro bastante frequente. Na atuali<strong>da</strong>de o corte seletivo <strong>da</strong> madeirapara lenha, carvão, estacas, caibros, etc, representa o fator de uso que mais contribui paraa degra<strong>da</strong>ção do que resta <strong>da</strong> vegetação nativa. Até mesmo porque não existe maisgrandes áreas florestais na região para sofrer corte raso. O uso alimentício <strong>da</strong>s plantas étambém elevado, e além <strong>da</strong>s fruteiras exóticas já comenta<strong>da</strong>s, destaca-se o uso <strong>da</strong>sfruteiras nativas como os ingás (Inga spp.) e o cajueiro (Anacardium occidentale).Apesar <strong>da</strong> importância social <strong>da</strong> construção <strong>da</strong> <strong>barragem</strong>, deve-se registrar que amesma ocasionará impactos biológicos para as espécies vegetais, porque ain<strong>da</strong> existemindivíduos que foram deixados na faixa ciliar e também servem de abrigo para espéciesepífitas. Entre os impactos é possível citar: per<strong>da</strong> de biodiversi<strong>da</strong>de, per<strong>da</strong> de habitat, etc.Contudo, tais impactos podem ser mitigados ou controlados através de medi<strong>da</strong>s e33