Indústria do Couro, Calçados - Sistema Moda Brasil
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O comportamento <strong>do</strong> mark-up <strong>do</strong>s 3 segmentos de empresas indica uma dinâmica<br />
diferenciada destas empresas, apesar da pequena variação desse indica<strong>do</strong>r (entre 10,7%<br />
e 15,65% em to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>). O Gráfico 3.14 aponta para o crescimento <strong>do</strong> mark-up das<br />
líderes e queda de mark-up das segui<strong>do</strong>ras e frágeis.<br />
A taxa de lucro operacional <strong>do</strong>s 3 grupos de empresas mostra uma dinâmica oscilante ao<br />
longo <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>. Apesar disso, pode-se perceber uma queda da taxa de lucro das líderes<br />
de 1996 a 2001, e um crescimento entre 2001 e 2005, chegan<strong>do</strong> a 11% nesse ano. Nas<br />
segui<strong>do</strong>ras a taxa de lucro oscilou entre 6% e 10% de 1998 a 2001, estan<strong>do</strong> por volta de<br />
6% a partir de 2003. A oscilação da taxa de lucro nas frágeis foi ainda maior (de 2,6% a<br />
11,3%), estan<strong>do</strong> por volta de 8,7% em 2005.<br />
O desempenho pouco virtuoso da participação de merca<strong>do</strong> das líderes tecnológicas é um<br />
aspecto polêmico e merece comentários (ver Gráfico 3.13). Como será explicita<strong>do</strong> na<br />
próxima sessão desse estu<strong>do</strong>, as líderes tecnológicas estão voltadas para o merca<strong>do</strong><br />
interno e ofertam produtos diferencia<strong>do</strong>s, o que lhes permite ter maior taxa e margem de<br />
lucro. Por outro la<strong>do</strong>, as segui<strong>do</strong>ras exportam com maior intensidade e são mais sensíveis<br />
a concorrência no merca<strong>do</strong> externo. Já no merca<strong>do</strong> interno, tanto frágeis quanto<br />
segui<strong>do</strong>ras são sensíveis à concorrência internacional e ofertam produtos com menor<br />
conteú<strong>do</strong> tecnológico.<br />
As líderes tecnológicas são empresas que, em geral, licenciam tecnologia e tem<br />
monopólio de marcas no merca<strong>do</strong> <strong>do</strong>méstico, o que lhe permite controlar a importação em<br />
alguns segmentos - como o de sapatos esportivos (tênis) – e mesmo garantir uma<br />
participação de merca<strong>do</strong> com produtos com marcas próprias. Contu<strong>do</strong>, uma contrapartida<br />
dessa vantagem é a limitada inserção externa. Como o merca<strong>do</strong> interno apresentou até<br />
2003 um limita<strong>do</strong> crescimento, a participação dessas empresas no conjunto da indústria<br />
foi se reduzin<strong>do</strong> progressivamente. Essa seria uma hipótese que explicaria a perda<br />
relativa de posições das líderes tecnológicas.<br />
Há, entretanto, uma segunda hipótese de caráter mais estrutural: o perfil da demanda. A<br />
economia brasileira é caracterizada por uma distribuição da renda muito desigual. Em um<br />
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