Prêmio Sen. José Ermírio de Moraes - Academia Brasileira de Letras
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<strong>Prêmio</strong> <strong>Sen</strong>ador <strong>José</strong> <strong>Ermírio</strong> <strong>de</strong> <strong>Moraes</strong> – 2002<br />
velho amigo, o Dr. Francisco <strong>José</strong> Pereira, diretor proprietário da “Garapuvu”,<br />
editora sediada em Florianópolis, o qual comigo concertou uma maneira exeqüível<br />
<strong>de</strong> imprimir o livro a um custo acessível para mim. E foi assim que pu<strong>de</strong>mos<br />
dar a lume os exemplares <strong>de</strong>sta edição, que já se encontra no mercado<br />
livreiro do país.<br />
Com este livro, procuro, <strong>de</strong>ntro dos limites <strong>de</strong> minhas possibilida<strong>de</strong>s, facilitar<br />
a leitura, a compreensão e a interpretação <strong>de</strong> Os sertões, obra que, em que<br />
pese todo o seu valor literário, todo o seu conteúdo histórico, sociológico e científico<br />
– ou talvez por isso mesmo – é reconhecidamente inacessível ao entendimento<br />
<strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável parcela <strong>de</strong> seus leitores, tamanha a riqueza vocabular<br />
que ela encerra, incluído aqui um sem-número <strong>de</strong> arcaísmos e regionalismos,<br />
<strong>de</strong> par com termos técnico-científicos, expressões <strong>de</strong> natureza militar, referências<br />
<strong>de</strong> cunho religioso, citações históricas e menção nominal <strong>de</strong> personalida<strong>de</strong>s<br />
que se impuseram em suas respectivas áreas <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>, tudo isso numa<br />
profusão <strong>de</strong> que não se pô<strong>de</strong> esquivar o consagrado autor, tal a magnitu<strong>de</strong> do<br />
empreendimento a que se propôs.<br />
Desse vocabulário todo, eu procuro dar, em mais <strong>de</strong> 6.000 verbetes, uma<br />
explicação clara e preciosa, permitindo, assim, que os estudiosos analisem e<br />
apreciem melhor as idéias e o estilo <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s da Cunha e alcancem, em sua<br />
plenitu<strong>de</strong>, o sentido e o objetivo colimados pelo renomado autor, nas primorosas<br />
páginas <strong>de</strong> seu memorável trabalho.<br />
Eu não me consi<strong>de</strong>ro um “euclidiano” no sentido habitual que se dá ao termo,<br />
<strong>de</strong>signativo da pessoa que conhece pormenorizadamente a vida e a obra<br />
do insigne vulto <strong>de</strong> nossas letras. O que eu sei a respeito <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s sei-o apenas<br />
através das leituras freqüentemente renovadas <strong>de</strong> Os sertões e do manuseio<br />
ocasional <strong>de</strong> À margem da História e<strong>de</strong>Contrastes & confrontos. Conheço, também,<br />
algo mais a seu respeito pelos escritos <strong>de</strong> Sílvio Rabelo, Olímpio <strong>de</strong> Souza<br />
Andra<strong>de</strong>, Clóvis Moura, Mo<strong>de</strong>sto <strong>de</strong> Abreu, Nelson Werneck Sodré, Walnice<br />
Nogueira Galvão e alguns outros autores que tive comigo. Não fui além disso.<br />
Não me aprofun<strong>de</strong>i na matéria, não me esmerei nos estudos a respeito,<br />
mesmo porque para tanto me faltaram tempo e disposição. On<strong>de</strong> eu me <strong>de</strong>tive,<br />
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