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UNEMET: 3 Anos de Sucesso e Desafios Crescentes ... - Livros Grátis

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C I R R U SNovembro – Dezembro 2005U N E M E T – Brasilwww.unemet.al.org.br<strong>UNEMET</strong>: 3 <strong>Anos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> e <strong>Desafios</strong> <strong>Crescentes</strong>O Escurecimento Global: Outra Incógnita daMudança ClimáticaAdalberto Serra: O Entusiasta da MeteorologiaBrasileiraAspectos Climatológicos da Precipitação doNor<strong>de</strong>ste BrasileiroValorização e Respeito Profissional:Até que ponto os Meteorologistas <strong>de</strong>vem sesubmeter aos baixos salários?


C I R R U SU N E M E T – BrasilAno I – Número 5 – Novembro – Dezembro 2005SumárioDiretoria ExecutivaPresi<strong>de</strong>nteEdnaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)Secretário GeralDaniel Carlos Menezes (COPPE/UFRJ)Diretor Administrativo e FinanceiroCarlos Henrique D’Almeida Rocha (COPPE/UFRJ)Diretor <strong>de</strong> Pesquisa e DesenvolvimentoJosé Francisco <strong>de</strong> Oliveira Júnior (COPPE/UFRJ)Diretor <strong>de</strong> Comunicação e MarketingAlailson Venceslau Santiago (ESALQ/USP)Diretora <strong>de</strong> Educação e TreinamentoMaria Céli Santos <strong>de</strong> Lima (UFAL)Diretor <strong>de</strong> Cooperação Nacional eInternacionalJosé <strong>de</strong> Lima Filho (UFAL)Conselho DiretorEdnaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)Alailson Venceslau Santiago (ESALQ/USP)José <strong>de</strong> Lima Filho (UFAL)Rodrigo Santos Costa (COPPE/UFRJ)Maria Céli Santos <strong>de</strong> Lima (UFAL)Conselho FiscalJosé Luiz Cabral da Silva Junior (UFV)Gustavo Bastos Lyra (ESALQ/USP)Sylvia Elaine Marques <strong>de</strong> Farias (INPE)Conselho EditorialAlailson Venceslau Santiago (ESALQ/USP)Ednaldo Oliveira dos Santos (COPPE/UFRJ)Rodrigo Santos Costa (COPPE/UFRJ)Daniel Carlos <strong>de</strong> Menezes (COPPE/UFRJ)Revista Cirrus, dos estudiosos porMeteorologia, é uma publicação da União Nacionaldos Estudiosos em Meteorologia - <strong>UNEMET</strong>,distribuída gratuitamente aos usuárioscadastrados no site.A revista não se responsabiliza por opiniõesemitidas pelos entrevistados e por artigosassinados.Reprodução permitida <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que citada a fonte.Editorial4 <strong>UNEMET</strong>: 3 <strong>Anos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> e <strong>Desafios</strong><strong>Crescentes</strong>Radar5 Fique AntenadoEntrevista7 Prof. Paulo César SentelhasPonto <strong>de</strong> Vista12 Gustavo NeccoAgenda14 Programe-seCapa16 Satélites Meteorológicos: Como ajudamna Previsão do TempoMemória25 Adalberto Barranjard SerraCuriosida<strong>de</strong>s28 Aspectos Climatológicos da Precipitaçãodo Nor<strong>de</strong>ste BrasileiroNossas Escolas31 O Primeiro Curso Superior emMeteorologia no Norte-Nor<strong>de</strong>ste do BrasilReflexões35 Valorização e Respeito Profissional:Até que ponto os Meteorologistas <strong>de</strong>vemse submeter aos baixos salários?RedaçãoCartas para o editor, sugestões <strong>de</strong> temas, opiniõesou dúvidas sobre o conteúdo editorial <strong>de</strong> CIRRUS.info@unemet.al.org.brPublicida<strong>de</strong>Anuncie em CIRRUS e fale com o mundo.info@unemet.al.org.br<strong>UNEMET</strong> – BrasilRua Dona Alzira Aguiar, 280 - Pajuçara57030-270 – Maceió – Alagoas - BrasilFone: (82) 3377-0268info@unemet.al.org.brwww.unemet.al.org.br2


CcorreioPARABÉNS PELA NOVA EDIÇÃO DECIRRUSParabéns!! O conteúdo da revista merece umaleitura apurada. Especialmente o artigo sobre oVelho Chico, que mostra visões e opiniõesdiversas que nos ajudam a refletir sobre os<strong>de</strong>sdobramentos <strong>de</strong>sse Projeto tão polêmico.Gostaria <strong>de</strong> sugerir um artigo, que pensointeressar muito aos jovens que estão procurando<strong>de</strong>finir seu futuro, às vésperas <strong>de</strong> prestaremvestibulares. Seria sobre a profissão doMeteorologista: as universida<strong>de</strong>s que oferecemcursos, os conteúdos programáticos, os <strong>de</strong>safiosda profissão, as oportunida<strong>de</strong>s do mercado <strong>de</strong>trabalho, enfim, um guia que pu<strong>de</strong>sse ajudar osjovens que se interessam pelo tema. Aliás, essetexto po<strong>de</strong>ria constar do site da Unemet,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da Cirrus. A internet tem sidousada pelos jovens para a busca <strong>de</strong> informaçõesnessa hora tão difícil.Suely Bárbara LaskowskiFatorGis, Curitiba-PRPREVISÃO DE SECASPROLONGADAS NO NORDESTEBRASILEIROLi algumas matérias da Cirrus e estáexcelente em termos <strong>de</strong> forma e conteúdo.Parabéns!Muito boa a matéria sobre a previsão <strong>de</strong>secas prolongadas no nor<strong>de</strong>ste brasileiro.Clarificou muitas coisas.Quanto às matérias do São Francisco, ainiciativa foi muito boa. O que tenho notadoé que os números do projeto não estãoclaros, ora vejo R$ 2 bilhões, ora vejo R$ 12bilhões. Ora são 26m 3 /s ora são 127m 3 /s.Ora 2 anos, ora 10 anos. Se for parabeneficiar apenas os apadrinhados, não<strong>de</strong>veria ser feito. Vejo muita paixão e poucocartesianismo. Se é tão ruim, porque o SBPCnão se reúne e faz um manifesto contra?Quanto à matéria dos furacões, também émuito boa.Christiano Pires <strong>de</strong> CamposIVIG/COPPE/UFRJPRIMEIRA TURMASou meteorologista da primeira turma <strong>de</strong>Meteorologia da UFRJ e fiquei empolgadocom a revista CIRRUS, gostaria <strong>de</strong> recebê-la,e saber como faço para me cadastrar.NOTAArthur MattosUFRN, Natal, RNDevido ao gran<strong>de</strong> volume <strong>de</strong> matériaspen<strong>de</strong>ntes para a Edição <strong>de</strong> Set-Out, oCorpo Editorial da Revista tomou a liberda<strong>de</strong><strong>de</strong> suprimir uma pagina <strong>de</strong>ssa Seção.Pedimos assim a compreensão dos nossosleitores. Lembramos que todas asmensagens foram prontamente respondidase as sugestões já estão sendo avaliadas peloCorpo Editorial.OS EDITORES3


Editorial<strong>UNEMET</strong>: 3 <strong>Anos</strong> <strong>de</strong> <strong>Sucesso</strong> e <strong>Desafios</strong> <strong>Crescentes</strong>Este é um momento <strong>de</strong> alegria para todos nós que fazemos a <strong>UNEMET</strong>. Estamoscomemorando o terceiro ano <strong>de</strong> existência da <strong>UNEMET</strong>. Três anos <strong>de</strong> muitas lutas edificulda<strong>de</strong>s, mas <strong>de</strong> muitas conquistas também. Quando criamos a <strong>UNEMET</strong>, não forampoucos que duvidaram <strong>de</strong> seu sucesso, mesmo entre colegas. E essas dúvidas sejustificam, pois não é toda dia que aparece uma instituição para quebrar as algemas damediocrida<strong>de</strong> em que vivemos com a clara orientação <strong>de</strong> divulgação e em <strong>de</strong>fesa do interesse daMeteorologia. Porém seguimos em frente, encarando as dificulda<strong>de</strong>s e procurando traduzir cadavez mais os sentimentos e as expectativas <strong>de</strong> todos os estudiosos em Meteorologia.Quando formatamos as primeirasidéias, não era bem entendido nem tinhagran<strong>de</strong> penetração. Percorremos um longocaminho <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aqueles dias em que éramosreduzidos a alguns membros com algumasidéias inovadoras e logo nos transformamos emum núcleo <strong>de</strong> conhecimento, e muito ainda estápor vir.Nestes 3 anos a <strong>UNEMET</strong> formalizoudiversas parcerias e convênios importantes cominúmeras instituições nacionais e internacionaiscomo a SECT-AL, SBMET, Prefeiturasmunicipais <strong>de</strong> Palmeira dos Índios, Barra <strong>de</strong>São Miguel, em Alagoas, EUMETSAT <strong>de</strong>ntreoutras. Conseguiu li<strong>de</strong>rar uma gran<strong>de</strong>campanha no em prol da continuida<strong>de</strong> eexpansão do recebimento <strong>de</strong> dados doMETEOSAT-8, pertencente à EUMETSAT. Estanossa batalha teve sucesso e foi bem recebidapela direção da EUMETSAT. Este é um dosmodos concretos que encontramos para agir,na linha <strong>de</strong> frente, em prol da Meteorologia emnosso país.Além disso, a <strong>UNEMET</strong> trava umagran<strong>de</strong> batalha com diversas instituiçõesbrasileiras para que seja cumprida a Lei <strong>de</strong>Regulamentação da Profissão que <strong>de</strong>terminaque somente possa lecionar e trabalhar emMeteorologia pessoas que tenham o diploma oua carteira do CREA em nossa Ciência. Mesmoàs vezes sendo incompreendida nesta ação porcolegas da profissão, seja por <strong>de</strong>sconhecer a leiou mesmo por outros interesses, não<strong>de</strong>sistiremos até que possamos ver ocumprimento fiel da Lei. A <strong>UNEMET</strong> tambémencabeçou a lista para que a datacomemorativa do dia do Meteorologistapassasse para o dia 14 <strong>de</strong> outubro, data dapromulgação da Lei da Profissão daMeteorologia em nosso país, semelhante àsoutras profissões.Concretizamos a editoração <strong>de</strong> duaspublicações que fazem muito sucesso nasocieda<strong>de</strong> brasileira: o INFORMATIVO <strong>UNEMET</strong>,que chegou ao numero 50; e a nossa revistaCIRRUS, que está recebendo elogios <strong>de</strong>diversas pessoas e instituições tanto no Brasilquanto no estrangeiro. Esse esforço prova ereafirma o compromisso que a <strong>UNEMET</strong> tem,através da informação, criar uma consciência<strong>de</strong> busca do conhecimento acerca da ciênciameteorológica, suas relações e aplicações, eque o mesmo alcance todas as pessoas que seinteressam ou que querem aprofundar seusconhecimentos em Meteorologia e/ou áreasafins.Ao relembrar essas vitórias, não nosmove nenhum tipo <strong>de</strong> presunção e soberba,pois tudo que foi feito não existiria sem o apoio<strong>de</strong> nossos leitores e colaboradores e amigos emgeral. Temos, contudo, muito orgulho <strong>de</strong> nossatrajetória e, principalmente, da amiza<strong>de</strong> <strong>de</strong>todos vocês.Uma coisa é certa: estamos no inicioainda. A Meteorologia continua sendo nossapaixão, a força propulsora por trás <strong>de</strong> cadauma <strong>de</strong> nossas aspirações. Foi essa paixão quenos levou a criar e <strong>de</strong>senvolver estaOrganização e foi ela que nos motivou a criarinovações <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> aceitação e é graças a elaque continuamos a i<strong>de</strong>alizar publicaçõesabertas, o cerne <strong>de</strong> nossa filosofia e a chave <strong>de</strong>nosso sucesso, que proporcionará que osconhecimentos sejam disseminados.Aproveitando o ensejo, gostaríamos <strong>de</strong>informar que a Cirrus retornará em amrço <strong>de</strong>2006 e <strong>de</strong>sejamos a todos vocês um Natal Felizcom muita Paz e Alegria junto a seus familiarese um Ano <strong>de</strong> 2006 repletos <strong>de</strong> Novos Projetos,<strong>Desafios</strong> e Realizações, esperando contar comtodos no próximo ano.Os Editores4


RadarFique AntenadoCONCURSO PÚBLICO PARA O INMETO Diretor do Instituto Nacional <strong>de</strong>Meteorologia – INMET, no uso <strong>de</strong> suasatribuições legais, consi<strong>de</strong>rando a autorizaçãoconcedida pelo Ministério <strong>de</strong> Estado doPlanejamento, Orçamento e Administração, pormeio da Portaria nº 159, <strong>de</strong> 12 <strong>de</strong> julho <strong>de</strong>2005 e obe<strong>de</strong>cendo ao disposto no Decreto nº4.175, <strong>de</strong> 27 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2002, faz saber quefará realizar através do Instituto Nacional <strong>de</strong>Educação CETRO – INEC, em datas, locais ehorários a serem oportunamente divulgados,Concurso Público <strong>de</strong>stinado ao provimento <strong>de</strong>vagas existentes para os cargos <strong>de</strong>Administrador e Meteorologista, conformeespecificados no edital do referido concurso.Ao todo são 29 vagas distribuídas daseguinte forma: 17 para Brasília/DF, 4 paraSão Paulo/SP, 2 para Rio <strong>de</strong> Janeiro/RJ, 2 paraBelo Horizonte/MG, 2 para Cuiabá/MT e 2 paraManaus/AM.As inscrições serão realizadas viaInternet, no en<strong>de</strong>reço eletrônicohttp://www.cetroconcursos.com.br, no período<strong>de</strong> 12 a 23 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2005, iniciandoseno dia 12/12/05, às 10h e encerrando-se,impreterivelmente, às 17h do dia 23/12/05.Maiores Informações e edital completoestão no site:http://www.cetroconcursos.com.br/Concursos/Inmet/Inmet_Edital.pdfFonte: INMETI PRÊMIO INMET DE ESTUDOS SOBREBENEFÍCIOS DA METEOROLOGIA PARAO BRASILA Associação dos Pesquisadores doExperimento <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong> Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia - APLBA publicou Edital<strong>de</strong> Licitação do CONCURSO n o 01/2005 -APLBA, <strong>de</strong>nominado "I Prêmio INMET <strong>de</strong>Estudos sobre os Benefícios da Meteorologiapara o Brasil", para seleção e premiação <strong>de</strong>trabalhos que versem sobre os potenciaisbenefícios econômicos e sociais das ativida<strong>de</strong>smeteorológicas no Brasil, no âmbito do Projeto<strong>de</strong> Tecnologia da Informação para Meteorologia(PROTIM), por solicitação do Instituto Nacional<strong>de</strong> Meteorologia (INMET), em conformida<strong>de</strong>com a Lei n o 8.666, <strong>de</strong> 21/06/93.O Prêmio tem por objetivo estimular arealização e divulgação <strong>de</strong> trabalhos quereúnam evidências quantitativas sólidas dosbenefícios potenciais das ativida<strong>de</strong>smeteorológicas no território brasileiro. Serãopremiados ao todo 13 trabalhos (os 7 melhorescom R$10.000,00 cada e outros 6 trabalhoscom R$5.000,00 cada). PARTICIPEM!As inscrições <strong>de</strong>verão ser feitas até o dia31 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2006, no estabelecimentoda APLBA. Conheça o texto completo do Editalno en<strong>de</strong>reço:http://www.cptec.inpe.br/arquivos_extranet/EDITAL_CONCURSO_nr_01_APLBA_2005.pdfOs interessados po<strong>de</strong>m procurar aAPLBA:Yara Lopes Gue<strong>de</strong>s Ferreira/APLBARodovia Presi<strong>de</strong>nte Dutra, km 39Cachoeira Paulista – SP CEP:12630-000Fone: 12 3186-8529 / 3186-8493 / 3186-8400Fax: 12 3186-8542 / 3101-2835E-mail: aplba@cptec.inpe.brFonte: SBMET5


BOLSA DE TÉCNICO DE INVESTIGAÇÃO(BTI) EM PORTUGALO Centro <strong>de</strong> Estudos da Macaronesia(CEM) da Universida<strong>de</strong> da Ma<strong>de</strong>ira e o Instituto<strong>de</strong> Oceanografia (IO) da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboasão parceiros num projeto <strong>de</strong> investigaçãorecentemente contemplado com financiamentoda FCT (POCI/MAR/57265/2004).O objetivo principal do projeto é oestudo <strong>de</strong> processos oceanográficos /atmosféricos, do Arquipélago da Ma<strong>de</strong>ira. Noâmbito <strong>de</strong>ste projeto o CEM/IO tornam públicoque estão abertas candidaturas para 1 (uma)vaga <strong>de</strong> Bolsista Técnico <strong>de</strong> Investigação naárea <strong>de</strong> computação cientifica <strong>de</strong> alto<strong>de</strong>sempenho.Duração da bolsa: 1 (um) ano (renovável).Prazo para recepção das candidaturas:1 <strong>de</strong> Dezembro 2005 a 1 <strong>de</strong> Fevereiro <strong>de</strong>2006.Os critérios <strong>de</strong> avaliação dascandidaturas é a avaliação curricular (média <strong>de</strong>Licenciatura e experiência pós-Licenciatura), eeventual entrevista. De preferência, ocandidato <strong>de</strong>verá <strong>de</strong>monstrar ter experiência<strong>de</strong> investigação na área <strong>de</strong> computação <strong>de</strong> alto<strong>de</strong>sempenho, conhecimentos <strong>de</strong> Fortran 77/95e facilida<strong>de</strong> na utilização do sistema operativoLinux.Das candidaturas <strong>de</strong>verão constar os seguintesdocumentos:- Curriculum Vitae <strong>de</strong>talhado;- Fotocópia do Certificado <strong>de</strong> Habilitaçõesautenticada;- 3 cartas <strong>de</strong> recomendação;- Carta <strong>de</strong> motivação para participar noprojeto.Candidaturas e seleção: As candidaturas<strong>de</strong>verão ser formalizadas ao Coor<strong>de</strong>nador doprojeto, Doutor Rui Cal<strong>de</strong>ira, acompanhado dosdocumentos necessários (preferencialmente emformato digital – PDF).O resultado do processo <strong>de</strong> seleção serádivulgado através <strong>de</strong> notificação ao candidato.Para maiores informações contatar:Doutor Rui Cal<strong>de</strong>ira, Centro <strong>de</strong> Estudos daMacaronésia, Universida<strong>de</strong> da Ma<strong>de</strong>ira, Campusda Penteada, 9000-390 Funchal - Ma<strong>de</strong>ira. E-mail: rui.cal<strong>de</strong>ira@uma.ptOutras informações emhttp://www.uma.pt/cem/ouhttp://www.io.fc.ul.pt/PROGRAMA DE BOLSA DE PÓS-DOUTORADO DO IAI/NCARO Centro Americano <strong>de</strong> PesquisasAtmosféricas (NCAR) e o Instituto Inter-Americano para Pesquisas <strong>de</strong> MudançasClimáticas Globais (IAI) estão com inscriçõesabertas para o seu novo programa novo paraapoiar bolsistas <strong>de</strong> pós-doutorado em ciênciasatmosféricas e áreas relacionadas.Po<strong>de</strong>rão se inscrever pessoas dospaíses membros do IAI que estejam parareceber o título <strong>de</strong> doutorado <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> 5 anosem uma instituição pertencente ao paísmembro do IAI.Os bolsistas ficarão hospedados emresidência no NCAR e os candidatos <strong>de</strong>vem terfluência verbal e escrever bem em inglês.As candidaturas serão aceitas na formaeletrônica até 5 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 2006 paraativida<strong>de</strong>s a serem iniciadas entre junho e<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2006.Para maiores <strong>de</strong>talhes sobre esteprograma e outras informações necessáriasvisite www.asp.ucar.edu/iai/Para mais informação contatar ScottBriggs através <strong>de</strong> e-mail: sbriggs@ucar.edu, ouna página <strong>de</strong> Web acima.Fonte: IAIFonte: SBMET6


EntrevistaPaulo César SentelhasA SBAgro e o Panorama Atual da Agrometeorologia no Brasil“ Com certeza a <strong>de</strong>scentralização da SBAgroajudaria em muito a <strong>de</strong>senvolver aagrometeorologia em nível regional, já quemuitas vezes colegas não tem comoparticipar <strong>de</strong> nossos congressos <strong>de</strong>vido àdistância”Próxima a completar 33 anos <strong>de</strong>fundação, a SBA (Socieda<strong>de</strong> Brasileira<strong>de</strong> Agrometeorologia), não para <strong>de</strong>inovar. Além <strong>de</strong> está <strong>de</strong> cara (site) ediretoria nova, passa agora a utilizar umanova sigla: SBAgro. Outra novida<strong>de</strong> é olançamento oficial da homepage da RevistaBrasileira <strong>de</strong> Agrometeorologia (RBAgro).Porém na opinião do novo Presi<strong>de</strong>nte daSocieda<strong>de</strong>, e nosso entrevistado, Prof. PauloCésar Sentelhas (ESALQ/USP), “o que temosa comemorar após esses quase 33 anos éque hoje temos uma socieda<strong>de</strong> muito bemconsolidada, com gran<strong>de</strong> expressão nacionale também na América Latina, com umarevista científica bem conceituada e,principalmente, com um grupo <strong>de</strong> associadosextremamente competente e atuante, o quea mantém sempre em evidência”. Leiaabaixo na íntegra a entrevista concedidaespecialmente a nossa redação.CIRRUS - O Senhor é o mais jovempresi<strong>de</strong>nte a dirigir a SBAgro?Prof. Sentelhas - Sinceramente não sei.Mas com certeza essa é a diretoria maisjovem que a SBAgro teve até o momento.Estamos contando com colegas <strong>de</strong>basicamente três gerações recentes <strong>de</strong>agrometeorologistas, como é o caso do FábioMarin da Embrapa (secretário-geral) e doGregório Faccioli da UFS (2º secretário), osmais jovens. Além disso, temos na diretoriao José Ricardo Pezzopane do IAC(tesoureiro), a Denise Fontana da UFRGS (2ªtesoureira) e eu <strong>de</strong> uma geração anterior, eo Marcelo Camargo do IAC, nosso vicepresi<strong>de</strong>nte,um pouco mais velho. O maisimportante <strong>de</strong> tudo isso é que a nossadisposição é muito gran<strong>de</strong> para ajudar aSBAgro a crescer ainda mais.CIRRUS - Quais as lições tiradas no últimoCongresso da Socieda<strong>de</strong> (Campinas)?Prof. Sentelhas - O último Congresso <strong>de</strong>Agrometeorologia foi bastante diferente dosque o prece<strong>de</strong>ram. A profissionalização doevento foi um ponto marcante,especialmente com a participação <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>número <strong>de</strong> empresas e instituições. Essa éuma lição importante a ser tirada, o quepermite aos organizadores dos eventos terflexibilida<strong>de</strong> em termos <strong>de</strong> recursos,inclusive com saldo positivo para a SBAgro.Outra lição importante foi com relação àrevisão dos trabalhos submetidos ao evento.Tal ação possibilitou uma melhoria bastantesignificativa na qualida<strong>de</strong> dos trabalhosapresentados, e isso é um aspectoimportantantíssimo a ser consi<strong>de</strong>rado nopróximo evento. Apesar <strong>de</strong>sses pontospositivos, será necessária uma melhororganização da parte científica, com a voltadas apresentações em plenário e mais tempopara a apresentação dos posters.7


“A priorida<strong>de</strong> nesse início <strong>de</strong> gestão é areformulação dos sites da SBAgro e daRBAgro, além <strong>de</strong> regularizar a situação dasocieda<strong>de</strong> quanto à sua se<strong>de</strong> em Campinas”CIRRUS – O que o senhor preten<strong>de</strong> manterda gestão anterior e inovar na atual?Prof. Sentelhas - A gestão anterior, comojá disse, presou muito pelaprofissionalização, mas creio que aindatemos muito o que avançar nesse sentido.Uma das ações para isso é se ter umamelhor apresentação da entida<strong>de</strong> junto àsocieda<strong>de</strong> e para tanto estamos investindonos sites tanto da SBAgro como também danossa revista científica, a RBAgro. Uma outraproposta é incentivarmos outros eventos,como reuniões regionais ou por áreascientíficas, possibilitando assim umintercâmbio mais constante entre os sócios.O processo <strong>de</strong> intercâmbio internacional,especialmente com as <strong>de</strong>mais socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong>agrometeorologia da América Latina e com aInternational Society of Agricultural andForest Meteorology (INSAM) é algo em quevamos continuar investindo, dandocontinuida<strong>de</strong> ao excelente trabalho feito peladiretoria do Dr. Paulo Caramori.CIRRUS - Qual a avaliação que o Senhor fazno momento acerca da atual gestão daSBAgro?Prof. Sentelhas - Ainda estamos no início<strong>de</strong> nossa gestão e isso dificulta umaavaliação mais <strong>de</strong>talhada, mas creio queestamos começando com muita disposiçãopara manter a SBAgro próspera.CIRRUS - Quais os projetos maisimportantes a serem implantados em suagestão?Prof. Sentelhas - A priorida<strong>de</strong> nesse início<strong>de</strong> gestão é a reformulação dos sites daSBAgro e da RBAgro, além <strong>de</strong> regularizar asituação da socieda<strong>de</strong> quanto à sua se<strong>de</strong> emCampinas. Até o momento, a se<strong>de</strong> daSBAgro encontra-se no local <strong>de</strong> suafundação, em Campinas Gran<strong>de</strong>, o que vemdificultando alguns procedimentosburocráticos. Outra priorida<strong>de</strong> é a mudançado estatuto da SBA, já aprovado no últimoevento e atualmente em trâmite nos órgãoscompetentes. Além disso, estamosregistrando a sigla SBAgro como a oficial daentida<strong>de</strong>, já que existem diversas outrassocieda<strong>de</strong>s com a sigla SBA, e outrasrequerendo o direito <strong>de</strong> usar SBAgro.CIRRUS - No próximo ano (2006) a SBAcompleta 33 anos. O que se tem paracomemorar, já que o senhor participou dahistória da SBA em outros momentos?Prof. Sentelhas - Bom, minha história juntoà SBAgro é relativamente recente. Torneimesócio em 1989, portanto com a SBAgrojá tendo 16 anos. Mas, em minha opinião, oque temos a comemorar após esses quase33 anos é que hoje temos uma socieda<strong>de</strong>muito bem consolidada, com gran<strong>de</strong>expressão nacional e também na AméricaLatina, com uma revista científica bemconceituada e, principalmente, com umgrupo <strong>de</strong> associados extremamentecompetente e atuante, o que a mantémsempre em evidência.CIRRUS - Como o Senhor avalia opanorama atual da Agrometeorologia noBrasil e qual a sua visão para os próximosanos?Prof. Sentelhas - A agrometeorologia éuma área das ciências agronômicas bastanteinteressante, pois além <strong>de</strong> se enquadrarcomo uma disciplina básica, ela também seenquadra como uma disciplina aplicada.Portanto, vejo a agrometeorologia com umagran<strong>de</strong> interação com as <strong>de</strong>mais áreas dasciências agronômicas, o que confere a elauma posição <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque. Aagrometeorologia hoje no Brasil é praticadanão só pelos agrometeorologistas, quefazem pesquisas básicas e também aplicadasao dia-a-dia dos produtores, mas tambémpelos meteorologistas, haja vista que omaior cliente dos produtos meteorológicos éo setor agrícola. Portanto, aAgrometeorologia tem muito a contribuircom a agricultura nacional, nas maisdiversas condições.8


CIRRUS - Como o Senhor analisa aevolução do Agronegócio no atual momentoBrasileiro? O Senhor acredita que aAgrometeorologia contribui ou po<strong>de</strong>contribuir com esta evolução? Que benefíciosa Agrometeorologia po<strong>de</strong> trazer para ofortalecimento do Agronegócio no país?Prof. Sentelhas - A agricultura brasileira éhoje a ativida<strong>de</strong> econômica mais importantepara o País. No entanto, ela ainda carece <strong>de</strong>tecnologia para que seja sustentável. Nessesentido, a agrometeorologia tem muito acontribuir com o agronegócio brasileiro,gerando tecnologia <strong>de</strong> produção paraminimização dos impactos gerados pelasativida<strong>de</strong>s agrícolas e, consequentemente,melhorando os níveis <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> ereduzindo o custo <strong>de</strong> produção.CIRRUS - Em sua opinião como po<strong>de</strong>ria serintensificado o <strong>de</strong>senvolvimento daAgrometeorologia no Brasil?Prof. Sentelhas - A agrometeorologiabrasileira é uma das mais bem organizadasnão só a nível <strong>de</strong> América Latina, mastambém a nível mundial. Hoje em dia sãopoucas as socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> agrometeorologiaem outros países que tem uma estruturacomo a nossa. Po<strong>de</strong>mos citar comoexemplos a Argentina, Itália, Índia, Coréiado Sul e Canadá, que por conhecimentopessoal posso afirmar que não atingiramainda nosso nível. Para impulsionar aindamais a nossa agrometeorologia éfundamental que se tenha a SBAgro cadavez mais forte. O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> umaárea <strong>de</strong> conhecimento só se dá a partir domomento em que os especialistas <strong>de</strong>ssa áreatenham a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interagir e paraisso o papel <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> éfundamental. Sendo assim, creio que aagrometeorologia no Brasil irá se firmar cadavez mais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a SBAgro continueatuando como ponto <strong>de</strong> agregação,estimulando o crescimento profissional <strong>de</strong>seus membros e a discussão <strong>de</strong> assuntos <strong>de</strong>importância para a agricultura nacional, emseus eventos.CIRRUS - Então, como o Senhor acha quese <strong>de</strong>ve fazer objetivamente para que aAgrometeorologia possa ser mais conhecidae aplicada no Brasil?Prof. Sentelhas - Em minha opinião, paraque a agrometeorologia seja mais conhecidae aplicada são necessários os seguintespontos:a) Ter uma socieda<strong>de</strong> forte e atuante;b) Contar com uma revista científica <strong>de</strong>qualida<strong>de</strong>;c) Que nos cursos <strong>de</strong> agronomia emeteorologia a disciplinaagrometeorologia seja ministrada porprofissionais competentes e que atuemna área;d) Que os serviços <strong>de</strong> extensão ruralempreguem os conhecimentos geradospela pesquisa em agrometeorologia;e) Que se fortaleçam os centros <strong>de</strong>informações agrometeorológicas; ef) Que as informações agrometeorológicasestejam inseridas na mídia.CIRRUS - A SBMET possui DiretoriasRegionais, não seria interessante tambémque a SBAgro fosse <strong>de</strong>scentralizada?Prof. Sentelhas - A SBMET é um exemplo aser seguido pela SBAgro em todos osaspectos, já que a entida<strong>de</strong> atingiu um nívelorganizacional excelente. Com certeza a<strong>de</strong>scentralização da SBAgro ajudaria emmuito a <strong>de</strong>senvolver a agrometeorologia anível regional, já que muitas vezes colegasnão tem como participar <strong>de</strong> nossoscongressos <strong>de</strong>vido à distância. Porém, uma<strong>de</strong>cisão como essa só po<strong>de</strong> ser tomada pelaAssembléia Geral da entida<strong>de</strong>. Essa é umasugestão que será levada pela atual diretoriapara que seja implementada durante o nossopróximo congresso.CIRRUS - Qual sua mensagem final?Prof. Sentelhas - Deixo como mensagemfinal uma frase <strong>de</strong> Confúcio, que uma veztive a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ler na sala <strong>de</strong> meuamigo Marcelo Camargo: “A essência doconhecimento científico é sua aplicaçãoprática”. Creio muito nessa frase e tenhocerteza <strong>de</strong> que se passarmos a aplicar boaparte do conhecimento/tecnologia quenossos pesquisadores vêm gerando, não sóna agrometeorologia, mas também em todasas outras áreas, teremos condições <strong>de</strong> levaresse País ao lugar que ele merece.Ficha Técnica• Graduado em Engenharia Agronômicapela Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Agronomia eZootecnia Manoel Carlos Gonçalves,FAZMCG (1987);• Mestre em Agrometeorologia pela ESALQ(1992);• Doutor em Irrigação e Drenagem pelaESALQ (1998);• Presi<strong>de</strong>nte da SBAgro (Gestão: 2005-07), eleito em 07/2005.9


Meteorologia em FocoConfira o que foi <strong>de</strong>staqueO Nono Congresso Argentino <strong>de</strong>Meteorologia, CONGREMET IX, com o lema“Tempo, Clima, Água e DesenvolvimentoSustentável”, foi realizado na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Buenos Aires <strong>de</strong> 3 a 7 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 2005 nossalões da Biblioteca Nacional, organizado peloCentro Argentino <strong>de</strong> Meteorologistas (CAM).Neste evento estiveram presentes mais <strong>de</strong> 200meteorologistas, climatologistas, hidrólogos eoceanógrafos argentinos e <strong>de</strong> países vizinhos, aos quais apresentaram, discutiram eintercambiaram suas experiências econhecimentos nas respectivas disciplinas emseu afã <strong>de</strong> compreensão dos diferentesaspectos relacionados ao tempo, clima e a águaque afetam o <strong>de</strong>senvolvimento sustentável. OCongresso foi apoiado e patrocinado por váriasinstituições oficiais e privadas e foi <strong>de</strong>clarado<strong>de</strong> interesse pela Organização MeteorológicaMundial, pelo Governo da Cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> BuenosAires e pelo Honorável Senado do país.Na cerimônia <strong>de</strong> abertura (3 <strong>de</strong>outubro) expressaram palavras <strong>de</strong> boas vindaso Presi<strong>de</strong>nte do CAM, Lic. Juan Manuel Horler;o Terceiro Vice-presi<strong>de</strong>nte da OrganizaçãoMeteorológica Mundial e Diretor Geral doServiço Meteorólogico Nacional, Cdro. MiguelAngel Rabiolo; o Chefe <strong>de</strong> Gabinete daSecretaria <strong>de</strong> Ambiente e DesenvolvimentoSustentável, Lic. Rubén Patroulleau; oCoor<strong>de</strong>nador da Área <strong>de</strong> Meio Ambiente eDesenvolvimento Sustentável do PNUD, Ing.Daniel Tomasini; o Decano da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong>Ciências Exatas e Naturais, UBA, Dr. Pablo M.Jacovkis e o Presi<strong>de</strong>nte do Comitê Organizadordo CONGREMET IX, Dr. Gustavo V. Necco(Figura 1).Foram realizadas durante o eventoduas conferências, uma intitulada “A previsãoclimática como recurso para o <strong>de</strong>senvolvimentosustentável em países do MERCURSUL”apresentada pelo Dr. Luiz B. Molion da UFAL; ea segunda conferência convidada com o título“O diagnóstico climático como elemento <strong>de</strong><strong>de</strong>cisão e controle”, foi dada pelo Dr. WalterMario Vargas, da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Buenos Aires.Figura 1 – Sessão Solene <strong>de</strong> abertura doCONGREMET IX. Da direita para esquerda: Cdro.Miguel Angel Rabiolo, Ing. Daniel Tomasini, Lic.Juan Manuel Horler, Lic. Rubén Patroulleau, Dr.Pablo M. Jacovkis, Dr. Gustavo V. Necco(presi<strong>de</strong>nte do Comitê Organizador).As ativida<strong>de</strong>s do Congresso incluíramuma sessão <strong>de</strong> painéis on<strong>de</strong> foramapresentados mais <strong>de</strong> duzentos trabalhos <strong>de</strong>investigação; uma série <strong>de</strong> mesas redondas nostemas “Tempo e tormentas severas”, “Tempo e<strong>de</strong>sastres naturais” “Clima (com ênfase nagestão <strong>de</strong> dados climáticos)”; “Variabilida<strong>de</strong> emudança climática”, “Oceanografia”,“Hidrologia e água doce” e “Agrometeorologia”;duas conferências convidadas e uma sessão <strong>de</strong>apresentação <strong>de</strong> livros recentementepublicados por autores locais ou da região emtemas relacionados com o evento.Os participantes receberam um CD-ROM contendo a totalida<strong>de</strong> dos trabalhosapresentados, revisados e aprovados por umComitê <strong>de</strong> Seleção integrado por mais <strong>de</strong>cinqüenta marcantes profissionais argentinos e<strong>de</strong> países da região. A audiência foi muito ativae participativa, tanto nos intercâmbios com osautores que apresentaram painéis, como em10


comentários, intervenções com osmo<strong>de</strong>radores, apresentadores <strong>de</strong> palestras,mesas redondas e com os conferencistasconvidados. Destacou-se a presença <strong>de</strong>numerosos participantes brasileiros, incluindoum importante número <strong>de</strong> estudantes.Na sexta, dia 7/10, o evento concluiucom uma mesa redonda mo<strong>de</strong>rada peloPresi<strong>de</strong>nte do CAM, Lic. Juan M. Horler, e aPresi<strong>de</strong>nta da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong>Meteorologia (SBMET), Dra. Maria Gertru<strong>de</strong>sAlvarez Justi da Silva, on<strong>de</strong> se integraram àsconclusões e recomendações das diferentesmesas redondas e se discutiram planejamentofuturos. Anunciaram-se ações <strong>de</strong> ambas associeda<strong>de</strong>s em prol <strong>de</strong> uma melhoria dasestruturas institucionais no âmbitometeorológico e se ressaltou à <strong>de</strong>fesa daprofissão. Foi acordado também que se <strong>de</strong>vemfazer esforços para reforçar os intercâmbios erelações entre as socieda<strong>de</strong>s meteorológicasargentina e brasileira, propondo-se, emparticular, a iniciação <strong>de</strong> uma publicaçãoeletrônica conjunta. Consi<strong>de</strong>rou-se que oevento teve muito êxito pela amplitu<strong>de</strong> e pelavarieda<strong>de</strong> dos temas tratados e pelaconsi<strong>de</strong>rável interação e pró-ativida<strong>de</strong> dosparticipantes e da numerosa audiência.Fonte: Dr. Gustavo Necco, Presi<strong>de</strong>nte doComitê Organizador do CONGREMET IXSimpósio Internacional <strong>de</strong> Climatologia – SIC2005A Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Meteorologia(SBMET), com o apoio <strong>de</strong> diversos órgãos dasesferas fe<strong>de</strong>ral, estadual e <strong>de</strong> entida<strong>de</strong>sprivadas, organizou o "SIMPÓSIOINTERNACIONAL DE CLIMATOLOGIA: “AHIDROCLIMATOLOGIA E OS IMPACTOSAMBIENTAIS EM REGIÕES SEMI-ÁRIDAS”(SIC2005), tema este que abordou as interrelaçõesentre os aspectos climáticos, <strong>de</strong>recursos hídricos e <strong>de</strong>gradação ambiental emdiversas regiões semi-áridas do planeta, alémdo semi-árido do Nor<strong>de</strong>ste do Brasil. O eventofoi realizado no Marina Park Hotel, em Fortaleza- CE, no período <strong>de</strong> 23 a 27 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>2005. Foram realizadas diversas mesasredondase apresentações <strong>de</strong> trabalhos emforma <strong>de</strong> painéis. O evento teve a presença <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> 200 participantes.A abertura do Evento foi feita pelaPresi<strong>de</strong>nte da SBMET Profª Dra. MariaGertru<strong>de</strong>s A. Justi da Silva e em seguidapassou a palavra à Diretora Científica daSBMET e Coor<strong>de</strong>nadora do SIC-2005, ProfªTeresinha <strong>de</strong> Maria Bezerra S. Xavier, queproferiu seu discurso <strong>de</strong> Apresentação doSimpósio. Logo em seguida discursou aPresi<strong>de</strong>nte da SBMET, Profª Dra. MariaGertru<strong>de</strong>s A. Justi da Silva. Posteriormente,falaram o Presi<strong>de</strong>nte da FUNCEME Francisco <strong>de</strong>Assis <strong>de</strong> Souza Filho e o representante daSECT-CE, o Sub-Secretário <strong>de</strong> Ciência eTecnologia Antonio Salvador da Rocha. Nomomento da palavra livre a Coor<strong>de</strong>nadoraGeral do CPTEC Profª Dra. Maria Assunção Fausda Silva Dias <strong>de</strong>u seus votos <strong>de</strong> boas vindas esucesso ao SIC, seguida das palavras doPresi<strong>de</strong>nte da Aca<strong>de</strong>mia Cearense <strong>de</strong> CiênciasProfº Dr. José Júlio da Ponte. O Presi<strong>de</strong>nte daSBMET Dra. Justi <strong>de</strong>u por encerrada a sessão<strong>de</strong> abertura do SIC e convidou todos ospresentes para participarem da inauguração daFeira Técnica e em seguida do Coquetel <strong>de</strong>Abertura do SIC.No dia 27 <strong>de</strong> outubro, foi realizado oencerramento dos trabalhos do SIC peloPresi<strong>de</strong>nte da SBMET Profª Dra. MariaGertru<strong>de</strong>s Justi que <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> proferir suaspalavras <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimentos com uma avaliaçãopositiva do SIC, passou a palavra à DiretoraCientífica da SBMET e Coor<strong>de</strong>nadora do SIC-2005, Profª Teresinha <strong>de</strong> Maria Bezerra S.Xavier, a qual proferiu suas palavras <strong>de</strong>agra<strong>de</strong>cimentos a todos os participantes doSimpósio. Logo em seguida, palavras <strong>de</strong>congratulações proferidas pelo Presi<strong>de</strong>nte daFUNCEME Francisco <strong>de</strong> Assis <strong>de</strong> Souza Filho,bem como palavras do Presi<strong>de</strong>nte do ConselhoDeliberativo Profº Dr. Romisio Geraldo BouhidAndré enaltecendo a importância do evento.Fonte: SBMET, Novembro/2005.11


Ponto <strong>de</strong> VistaGustavo NeccoO Escurecimento Global: Outra Incógnita daMudança ClimáticaO“escurecimento global” (“global dimming”) se refere a una redução substancial esignificativa da irradiância global, ou seja, o fluxo <strong>de</strong> radiação solar que chega àsuperfície terrestre, tanto pelos raios solares diretos como pela radiação difusadispersada pelo céu y as nuvens. Vários estudos baseados em re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> estaçõesradiométricas mostram que durante o período 1964-1992 se observa um escurecimento globalsignificativo em amplas regiões da África, Ásia, Europa e América da Norte, com uma reduçãomédia <strong>de</strong> aproximadamente 2% por década.O grau <strong>de</strong>ste escurecimento varia <strong>de</strong>forma marcada com a latitu<strong>de</strong>, como se mostrana Figura 1. A máxima diminuição, que exce<strong>de</strong>a 1 W m -2 por ano, ocorre nas latitu<strong>de</strong>s médiasdo Hemisfério Norte, uma zona <strong>de</strong> máximapopulação e industrialização, embora tambémse encontrem reduções em zonas <strong>de</strong>spovoadas,como nos Círculos Polares Ártico e Antártico.Estas estimações se baseiam em re<strong>de</strong>spiranométricas com uma distribuição espacialmuito <strong>de</strong>sigual. Por exemplo, quase a meta<strong>de</strong>das medições disponíveis provém da Europa,um quarto da Ásia e um oitavo da Austrália edo Pacifico Sul.A figura também ilustra certa relaçãoentre o escurecimento e o aumento docombustível fóssil.Também po<strong>de</strong> se encontrar umaevidência indireta <strong>de</strong>ste escurecimentoconsi<strong>de</strong>rando as mudanças em trêscaracterísticas climáticas on<strong>de</strong> se sabe queestão positiva e causalmente correlacionadascom a radiação global. Estas são:(1) a evaporação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> superfícieshídricas,(2) a faixa diurna da temperatura do ar,e(3) a visibilida<strong>de</strong>.12


Figura 1 - Variação latitudinal do escurecimentoglobal 1958-1992 (Obtido <strong>de</strong> Stanhill y Cohen,2001). gC m -2 ano -1 correspon<strong>de</strong> a gramas <strong>de</strong>carbono por metro quadrado e por ano.A estreita relação entre a evaporação ea irradiância surge do fato <strong>de</strong> que a energiasolar provê o calor latente necessário paramudar a água <strong>de</strong> seu estado líquido para seuestado gasoso, e se tem mostrado que emregistros do Noroeste da Rússia e na China aredução na evaporação po<strong>de</strong> ser totalmenteexplicada pela diminuição da irradiância. NaChina, por exemplo, a redução na evaporaçãopotencial no período 1954-1993, calculadaatravés da equação <strong>de</strong> Penman, e estimada aoredor <strong>de</strong> 2,1 % por década, po<strong>de</strong> ser explicadapelo escurecimento global baseado na reduçãoda duração da insolação medida em 60estações climáticas.A variação diurna da temperatura estátão fortemente relacionada com a irradiânciaque se usa como uma aproximação (“proxy”)para calcular a radiação global. Uma razãofísica para esta relação tão estreita é que parteda radiação solar absorvida na superfície daterra se transfere por convecção à baixaatmosfera, on<strong>de</strong> aumenta a temperaturamáxima diurna acima do mínimo noturno. Umexemplo bastante citado sobre a mudançaantrópica induzido na casta diurna é o ocorrido<strong>de</strong>pois dos atentados terroristas do 11 <strong>de</strong>setembro, on<strong>de</strong> todo o tráfico aéreo comercialdos Estados Unidos foi cancelado por três dias.Durante este período a casta diurna esteve 1,8°C acima da normal climatológica, quasecertamente um resultado da redução observadanas camadas <strong>de</strong> nuvens cirrus originadas nosrastros <strong>de</strong> con<strong>de</strong>nsação, que a sua vez levou aum incremento na irradiância.Quanto à visibilida<strong>de</strong>, certas mediçõesdisponíveis em aeroportos, por exemplo, no <strong>de</strong>Lod, Israel, durante o período 1940-1970 avariação visual nos meses estivais diminuiunuma média <strong>de</strong> 0.8 km por ano.Observações <strong>de</strong> superfície disponíveis<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1990 ao presente, principalmente doHemisfério Setentrional, mostram que esteescurecimento não persistiu na década <strong>de</strong> 90.Em vez disto, observou-se um extenso“clareamento” (“brightening”) <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o final dadécada <strong>de</strong> oitenta. Esta reversão é conciliávelcom as mudanças observadas na nebulosida<strong>de</strong>e a transmissivida<strong>de</strong> atmosférica e po<strong>de</strong> afetarsubstancialmente o clima da superfície, o ciclohidrológico, os glaciares, e os ecossistemas. Ainterrupção na obscurida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> resultar emque não mascare mais o aumento do efeitoestufa produzido por ativida<strong>de</strong>s humanas,tendo como conseqüência o aumento aceleradoda temperatura observado durante a década <strong>de</strong>90.Está claro que estas variações <strong>de</strong>radiação solar inci<strong>de</strong>nte na superfície da terraafetam profundamente o meio humano e omeio ambiente. Portanto será seguramente umtema a qual terá que ser dada particularatenção no próximo relatório do GrupoIntergovernamental <strong>de</strong> Especialistas sobreMudança Climática (IPCC).Para saber mais:G. Stanhill, 2005. Global dimming: a newaspect of climate change. Weather, January2005, Vol. 60, No. 1, pp 11-14.Martin Wild et al., 2005. From Dimming toBrightening: Decadal Changes in SolarRadiation at Earth's Surface. Science, Vol. 308,Issue 5723, pp. 847-850, 6 May 2005.Pinker et al., 2005. Do Satellites DetectTrends in Surface Solar Radiation? Science, Vol.308, pp. 850-854.http://en.wikipedia.org/wiki/Global_dimmingGustavo Victor NeccoMeteorologista.Foi Diretor do Inter-AmericanInstitute for Global ChangeResearch - IAI (2002-2004),Diretor do Departamento <strong>de</strong>Educação e Treinamento daOMM/ONU (1985-2002) e Prof.da Univ. <strong>de</strong> Buenos Aires,Argentina (1974-1985).13


AgendaPrograme-seConfira aqui a lista dos principais eventos, no Brasil e no mundo, já programadospara o próximo ano. Se você quiser divulgar algum evento relacionado com aárea <strong>de</strong> Meteorologia, e/ou áreas afins, é só enviar um e-mail parainfo@unemet.al.org.br.09-13/Jan./0629/Jan. -02/Fev./06http://www.master.iag.usp.br/workshop/in<strong>de</strong>x.htmlO Seminário sobre Previsão da Qualida<strong>de</strong> do Ar em Cida<strong>de</strong>sLatino Americanas é promovido pela Organização MeteorológicaMundial (OMM) e terá com a anfitriã a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo -USP. O Seminário é patrocinado pela OMM, FAPESP e SBMET. Oseminário será realizado no Instituto <strong>de</strong> Astronomia, Geofísica eCiências Atmosféricas (IAG) da USP, situado em São Paulo.Mais informações sobre inscrição, hospedagem e outras normativaspo<strong>de</strong>m ser obtidas com a Comissão Organizadora do evento.Maria <strong>de</strong> Fátima Andra<strong>de</strong>e-mail: mftandra@mo<strong>de</strong>l.iag.usp.brEdmilson Dias <strong>de</strong> Freitase-mail: efreitas@mo<strong>de</strong>l.iag.usp.brIIPShttp://www.ametsoc.org/meet/annual/A 22ª CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE SISTEMASINTERATIVOS DE PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO serárealizada na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Atlanta, Geórgia, EUA. O tema central <strong>de</strong>ste anoé Aplicações <strong>de</strong> Dados <strong>de</strong> Tempo e Clima.Mais informações po<strong>de</strong>m ser obtidas comDr. Terry C. Tarbelle-mail: ttarbell@rsis.comMs. Linda Millere-mail: lmiller@ucar.eduSCOSTEP06-10/Mar./06https://salvador.securebraslink.com/compassturismo.com.br/events/scostep/in<strong>de</strong>x.htmO 11º SIMPÓSIO QUADRIENAL DE FÍSICA SOLAR TERRESTREocorrerá no Hotel Glória na cida<strong>de</strong> do Rio <strong>de</strong> Janeiro. O Simpósio temcomo tema Sol, Física Espacial e Clima.Mais informações sobre inscrição, hospedagem e outras normativaspo<strong>de</strong>m ser obtidas no site do evento.14


CLUSTER22-24/Mar./0609-11/Abr./06http://igbp-portugal.orgA 1ª CONFERÊNCIA LUSÓFONA SOBRE O SISTEMA TERRAacontecerá Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa, Portugal.O prazo limite para apresentação <strong>de</strong> resumos é 06 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong>2006.Mais informações sobre inscrição, hospedagem e outras normativaspo<strong>de</strong>m ser obtidas com o Comitê Nacional para o IGBP – Portugal.Patrícia Gouveia da SilvaITN - Instituto Tecnológico e NuclearEN10, Apartado 21, 2686-953 SACAVÉM - PORTUGALTel:+351-219946000 ; FAX: +351-219941525e-mail: secretariado@igbp-portugal.orgIV CBBhttp://www.iz.sp.gov.br/4cbbO IV Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Biometeorologia acontecerá este ano nacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ribeirão Preto/SP. O tema será "Mudanças climáticas:Impacto sobre Homens, Plantas e Animais".Mais informações sobre inscrição, hospedagem e outras normativaspo<strong>de</strong>m ser obtidas com o Comitê Organizador do Evento.Maria da Graça Pinheiro (4cbb@izsp.gov.br).8th ICSHMO24-28/Abr./0612-16/Jun/06I C U C 6http://www.cptec.inpe.br/SH_Conference/O Brasil está sediando, pela primeira vez, a 8a Conferência Internacional<strong>de</strong> Meteorologia e Oceanografia do Hemisfério Sul, a ser realizada emFoz do Iguaçu em abril <strong>de</strong> 2006. Apresentações <strong>de</strong> trabalhos <strong>de</strong>verãoversar sobre aspectos da Meteorologia e Oceanografia do HemisférioSul, com ênfase no entendimento e na previsão do clima e recursoshídricos, suas variabilida<strong>de</strong>s e mudanças.Mais informações sobre inscrição, hospedagem e outras normativaspo<strong>de</strong>m ser obtidas com Prof. Carolina Vera, (11 4787-2693),carolina@cima.fcen.uba.ar e Dr. Carlos Nobre (12 3186-9459),nobre@cptec.inpe.br.ICUC6http://www.gvc.gu.se/icuc6A VI Conferência Internacional <strong>de</strong> Clima Urbano acontecerá no ano quevem, na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Göteborg, Suíça. O prazo limite para apresentaçãodos resumos vai até 10 <strong>de</strong> Novembro.Mais informações sobre inscrição, hospedagem e outras normativaspo<strong>de</strong>m ser obtidas com o Comitê Organizador do Evento.Sven Lindqvist (icuc6@gvc.gu.se).Nota: Se você quiser divulgar algum evento relacionado com a área <strong>de</strong> Meteorologia,ou áreas correlatas, é só enviar um e-mail para:info@unemet.al.org.br15


CapaSatélites Meteorológicos:Como ajudam na Previsão do TempoFoto: Google Imagenssatélite artificial é um corpo lançado da superfície terrestre que circulaUmou orbita em torno da Terra. O que permite que o satélite não caia pelaação da força da gravida<strong>de</strong> e fique “suspenso” no espaço é o equilíbrioque se produz entre a força gravitacional, que puxa o satélite parabaixo, e a força <strong>de</strong> inércia, que, neste caso, chama-se força centrífuga, aqual ten<strong>de</strong> a afastar o satélite ou “empurrá-lo” para fora. Para lançar os satélites sãousados foguetes ou lançadores espaciais, que fazem duas coisas: levar o satélite àaltura a qual tem que orbitar, e dar-lhe o impulso necessário para que equilibre a forçada gravida<strong>de</strong>; isto é, para que apareça uma força centrífuga que equilibre a forçagravitacional.Em função <strong>de</strong> suas aplicações,po<strong>de</strong>mos falar <strong>de</strong> satélites <strong>de</strong>telecomunicações, meteorológicos, <strong>de</strong>navegação, militares, <strong>de</strong> observação da Terra,científicos e ambientais, principalmente.Estes ajudam em diversas ativida<strong>de</strong>shumanas como:• navegação. Conseguiram, por exemplo, quese tenha encurtado o tempo <strong>de</strong> navegação, aopo<strong>de</strong>r visualizar e eleger zonas livres <strong>de</strong> gelo.• observação dos recursos naturais. Ossatélites ERTS (Earth Resources TechnologySatellite) localizam recursos naturais, comojazidas minerais, campos petrolíferos, bancos<strong>de</strong> pesca, etc.O estado do meio-ambiente. Entre ossatélites <strong>de</strong> observação mais conhecidos estãoos satélites Landsat, que permitiram terimagens do espaço <strong>de</strong> toda a superfície daTerra. Além <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a vegetação, asimagens <strong>de</strong> Landsat mostram como muda oterreno com o tempo. O crescimento dascida<strong>de</strong>s, a diminuição das florestas tropicais edos campos cultivados, a queda <strong>de</strong> umaquantida<strong>de</strong> mais ou menor <strong>de</strong> chuva, asinundações dos rios,… aparecem claramentenas fotografias Landsat da mesma área tomadaem momentos diferentes.Também permitem ver a evolução dascostas, das praias, estudar as manchas <strong>de</strong>contaminação em alto mar, estudar as nuvenspoluidoras das indústrias, ou dos vulcões, o<strong>de</strong>sflorestamento, a <strong>de</strong>sertificação, a evolução<strong>de</strong> pragas, o seguimento dos cultivos,vigilância, etc.16


Os satélites levam a bordo diferentescâmaras <strong>de</strong> observação, semelhantes àscâmaras fotográficas digitais que todosconhecemos. Umas são câmaras “quase”normais, que vêem o mesmo que po<strong>de</strong> ver oolho humano; outras são câmarasinfravermelhas, capazes <strong>de</strong> captar o caloremitido pela Terra.Em que consiste uma câmarainfravermelha? Se o ser humano olha para umarco íris ver que tem um espectro <strong>de</strong> cor, umabanda <strong>de</strong> cores que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o vermelho aoazul. Não obstante, e ainda que não se possaver, antes do vermelho e <strong>de</strong>pois do azulexistem outras cores, invisíveis ao olhohumano. Antes do vermelho, em particular,encontra-se o que se chama <strong>de</strong> infravermelho.Em geral, se vê as coisas que nosro<strong>de</strong>iam graças à luz que refletem. Poucascoisas emitem luz visível: o Sol, as estrelas, ofogo, lustres, focos… No entanto, todas ascoisas estão emitindo luz infravermelha, isto é,todos os corpos são “lustres” <strong>de</strong> luzinfravermelha, tanto mais intensa quanto maisquente estão. Isto permite que, através <strong>de</strong>câmaras especiais capazes <strong>de</strong> captar este tipo<strong>de</strong> luz, possa-se analisar e estudarproprieda<strong>de</strong>s dos objetos, das coisas, que asimples vista, não são observáveis.Por exemplo, olhando com umacâmara infravermelha a superfície do mar,po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>tectar a presença <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong>água fria ou quente; olhando com uma câmarainfravermelha uma gran<strong>de</strong> superfície vegetal ouum tipo <strong>de</strong> cultura se po<strong>de</strong> estudar a existênciaou não <strong>de</strong> pragas, ou analisar o momento <strong>de</strong>maturação no qual se encontra a cultura.Além disso, os satélites dispõem <strong>de</strong>outros sistemas <strong>de</strong> análises e observação queesten<strong>de</strong>m as possibilida<strong>de</strong>s do olho humano.Um <strong>de</strong>stes sistemas é o <strong>de</strong> observação porradar. Para se ter uma idéia do funcionamento<strong>de</strong> um radar, po<strong>de</strong>mos fazer uma simplesanalogia. Possivelmente andando alguma vezpela montanha, ou diante <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong>edifício, alguém já observou o fenômeno doeco. Quando se <strong>de</strong>r um grito em um breveinstante se ouvirá o próprio grito; isto sechama eco. O que ocorre é que o som da voz,ao chegar à pare<strong>de</strong> da montanha ou <strong>de</strong> umgran<strong>de</strong> edifício, bate e regressa aos nossosouvidos. Me<strong>de</strong>-se o tempo do som em ir e vir, eassim se po<strong>de</strong> ter uma idéia da distância à quese encontra o objeto o qual foi batido.Este sistema, ainda que <strong>de</strong> um modomais sofisticado, é o que utilizam algunsanimais como os morcegos para “ver” seumeio. Os morcegos emitem pequenos gritos, <strong>de</strong>um som inaudível chamado ultra-som, eme<strong>de</strong>m as modificações que se produzemnesse som e o tempo que o mesmo <strong>de</strong>mora emir e voltar. A partir <strong>de</strong>sta informaçãoconseguem fazer-se uma imagem do meio.Os satélites fazem algo similar ao quefazem os morcegos, mas não utilizam som. Noespaço não se propaga o som, assim o queemitem são ondas eletromagnéticas, ondasconhecidas como microondas. Os satélitesemitem pulsos <strong>de</strong> microondas e me<strong>de</strong>m otempo que estes pulsos <strong>de</strong>moram em ir eregressam e, além disso, me<strong>de</strong>m asmodificações que sobre esse pulso seproduziram. Os tempos <strong>de</strong> ida e volta <strong>de</strong>sses“gritos” <strong>de</strong> microondas, e as modificações quese produzem em suas qualida<strong>de</strong>s dão aossistemas <strong>de</strong> radar informação sobre a superfícieda Terra. Portanto, com os sistemas <strong>de</strong>câmaras infravermelhas e <strong>de</strong> radar po<strong>de</strong>-seobservar e estudar coisas que o olho humanonão percebe.As Órbitas dos SatélitesOs satélites artificiais giram em tornoda Terra conforme a lei <strong>de</strong> gravitação universal<strong>de</strong>scrita por Newton e seguem as Leis <strong>de</strong>Keppler.a- Leis <strong>de</strong> Gravitação e <strong>de</strong> KepplerA Lei <strong>de</strong> Gravitação Universal nos dizque a força <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> dois corpos estárelacionada com a massa e distância entre osmesmos. Maior massa e menor distância, maioratração.A primeira lei <strong>de</strong> Keppler diz que asórbitas dos planetas são "elipses" e que o Solocupa um <strong>de</strong> seus focos. A segunda relaciona otrajeto (órbita) do planeta com o tempo quetarda em percorrê-lo e diz que um planetavarre áreas iguais em tempos iguais. A terceirarelaciona o tempo que tarda um planeta empercorrer sua órbita com a distância média aoSol, manifestando que o tempo <strong>de</strong> percurso émaior quanto maior seja a distância Planeta-Sol. Apesar <strong>de</strong> estarmos falando <strong>de</strong> planetas(Figura 1), estas leis são regidas para qualquercorpo que orbite em torno <strong>de</strong> outro no espaço,por exemplo, os satélites artificiais e a Terra(Camurse, 2005) 1 .b- Tipos <strong>de</strong> Órbitas dos SatélitesDe acordo com a ação que o satélite<strong>de</strong>va realizar no espaço se po<strong>de</strong>m classificarquatro tipos fundamentais <strong>de</strong> órbitas:1 - Hiperbólica ou aberta, que se utilizano lançamento do satélite e o permite escapardo solo mediante uma velocida<strong>de</strong> inicial.2 - Heliossíncrona ou fechada, na qualo plano <strong>de</strong> translação do satélite contémsempre ao Sol e compensa a translação daTerra in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> sua rotação.3 - Geossíncrona, também fechada,on<strong>de</strong> a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> translação do satélite éigual a <strong>de</strong> rotação da Terra.4 - De gran<strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong>, que seutiliza como órbitas <strong>de</strong> transferência, para selivrar da órbita fechada.1 Camurse, G.D., 2005. Generalida<strong>de</strong>s sobre SatélitesMeteorológicos. Extraído da páginahttp://www.geocities.com/EnchantedForest/Gla<strong>de</strong>/8952/satel.html17


As órbitas dos planetas são Um planeta varre áreas iguais em O tempo <strong>de</strong> percurso é maior"elipses" on<strong>de</strong> o Sol ocupa um tempos iguais.quanto maior seja à distância<strong>de</strong> seus focos.Planeta-Sol.Figura 1 – Lei <strong>de</strong> Gravitação e as Órbitas <strong>de</strong> Satélites. Fonte: Camussi, 2005.Os Satélites MeteorológicosOs primeiros satélites, cominstrumento meteorológico a bordo, foramlançados em 17 <strong>de</strong> fevereiro (Vanguard 2) e 7<strong>de</strong> agosto (Explorer 6) <strong>de</strong> 1959, mas <strong>de</strong>vido aproblemas com estes satélites as informaçõesobtidas, não tiveram gran<strong>de</strong> utilida<strong>de</strong>. Oprimeiro satélite que teve sucesso na obtenção<strong>de</strong> dados meteorológicos foi o Explorer7,lançado em 13 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1959 que levouum instrumento para a observação daatmosfera <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o espaço através <strong>de</strong> umradiômetro <strong>de</strong> radiação global (ERBE)<strong>de</strong>senvolvido por Verner Suomi e seuscolaboradores da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Wisconsin(Conforte, 2005) 2 . Segundo Conforte, com asinformações obtidas foram feitos os primeirosmapas aproximados da radiação refletida eemitida (na faixa do infravermelho) pelosistema terra e a atmosfera.O primeiro satélite com finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>aplicação exclusivamente meteorológica foilançado em abril <strong>de</strong> 1960, o TIROS-1(Television Infra-Re<strong>de</strong> Observation Satellite)pelos Estados Unidos (Figura 2).O TIROS-I situava-se a 600 km <strong>de</strong>altitu<strong>de</strong> em órbita polar agrupava duasmáquinas fotográficas, uma com uma lente<strong>de</strong> gran<strong>de</strong> abertura angular e outra <strong>de</strong> baixaresolução. A gran<strong>de</strong> abertura angular cobriauma superfície <strong>de</strong> aproximadamente 1.300 km 2com uma resolução <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 320 m. A lentegran<strong>de</strong> angular estendia a cobertura fotográficaaté as latitu<strong>de</strong>s 55° N e S, mas a imagem noslimites da cobertura eram muito distorcidas(Esteio On-Line, 2005) 3 .Figura 2 – Foto do Satélite TIROS 1. Fonte: EsteioOn-Line, 2005.Na Figura 3 po<strong>de</strong>-se observar aprimeira imagem transmitida por este satélite.Graças a ele se obtiveram os primeiros dadosda atmosfera e se pô<strong>de</strong> observar a Terra doespaço, permitindo uma visão global dossistemas <strong>de</strong> nebulosida<strong>de</strong>.Após o lançamento <strong>de</strong>ste satélite, ecom o avanço na área <strong>de</strong> eletrônica einformática, e com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novossensores e softwares, os dados obtidos pelossatélites meteorológicos pu<strong>de</strong>ram então seraplicados aos mais diversos campos <strong>de</strong>interesse da Meteorologia.2 Conforte, J.C., 2005. Tecnologia Espacial no Estudo <strong>de</strong>Fenômenos Atmosféricos. Apostila do DSR/INPE, Capítulo4, extraído em 06/12/2005 da páginahttp://www.ltid.inpe.br/vcsr/html/APOSTILA_PDF/CAP4_JCConrado.pdf3Esteio On-Line, 2005. Meteorologia ao Longo daHistória. Extraído em 10/12/2005 da páginahttp://www.esteio.com.br/newsletters/paginas/005/mercator.htm.Figura 3 – Primeira imagem obtida pelo satéliteTIROS-1. Fonte: Conforte, 2005.18


Primeiros Equipamentos EspaciaisOs EUA <strong>de</strong>senvolveram dois programas<strong>de</strong> satélites meteorológicos: as séries TIROS eNIMBUS. Superada a fase experimental em1966, os satélites da série TIROS mudaram sua<strong>de</strong>nominação para ESSA (EnvironmentalScience Services Administration), sendosubstituídos mais tar<strong>de</strong> por uma versão bemmais melhorada: ITOS (Improved TirosOperational Satellite), Garcia-Luengo (2005) 4 .Os primeiros satélites iam equipadoscom um registrador magnético que armazenavatoda a informação recolhida durante a órbita <strong>de</strong>reconhecimento. Ao passar pela vertical <strong>de</strong>uma estação <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> telemetria, osatélite transmitia a alta velocida<strong>de</strong>, todas asimagens armazenadas. A partir <strong>de</strong> 1963, aNASA, com o lançamento do TIROS-8, pôs emserviço um novo sistema <strong>de</strong> transmissão: osistema APT (Automatic Picture Transmission).Este sistema, aperfeiçoado com o NIMBUS-1(1964) e o ESSA-2 (1966), permite a qualquerestação <strong>de</strong> terra receber a comunicação dosatélite meteorológico enquanto a sobrevoa oubem percorre alguma órbita adjacente.Os satélites NIMBUS foram uma dasséries mais avançadas. Em 1972 aparece umanova série <strong>de</strong> veículos meteorológicos: ossatélites ERTS com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> localizarrecursos naturais: jazidas minerais, campospetrolíferos, bancos <strong>de</strong> pesca, etc.Até a era Gorbatchev pouco se sabiado <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> satélites da UniãoSoviética. Como gran<strong>de</strong> potência mundial,manteve um programa <strong>de</strong> suporte a estessatélites. Especialmente permitiram, alémdisso, encurtar o tempo <strong>de</strong> navegação, po<strong>de</strong>rvisualizar e escolher zonas marítimas livres <strong>de</strong>gelo. Contribuíram também na melhoria dairrigação dos vales <strong>de</strong> Tian Shan e doHimalaya, ao facilitar dados precisos sobre adistribuição <strong>de</strong> neve da montanha (Garcia-Luengo, 2005). Depois o serviço <strong>de</strong> fotografiameteorológica com fins civis recebeu o nome<strong>de</strong> METEOR. Também utiliza satélites Molniya(<strong>de</strong> órbita extremamente elíptica) e alguns dasérie COSMOS. Estes últimos dispunham <strong>de</strong>câmaras convencionais com uma resoluçãomuito inferior à que utilizavam os TIROS.Posteriormente, a qualida<strong>de</strong> da imagemmelhorou, entrando recentemente em serviço<strong>de</strong> satélites com sensores infravermelhos e como sistema APT.Tipos <strong>de</strong> SatélitesMeteorológicosOs satélites meteorológicos po<strong>de</strong>mclassificar-se em três classes, <strong>de</strong> órbita polarou heliossincrônicos (significa que estãosincronizados com o Sol) que como seu nome oindica orbitam a Terra <strong>de</strong> pólo a pólo e oconstituem principalmente a série TIROS daagência NOAA (National Oceanic andAtmospheric Administration) <strong>de</strong> origem norteamericanae os METEOR <strong>de</strong> origem russa. Osegundo grupo se compõe dos satélitesGeoestacionários ou Geossíncronos (significaque estão sincronizados com o movimento <strong>de</strong>rotação da Terra), que orbitam a maior altura ese encontram sobre ou muito próximos à linhado Equador (Figura 4). Além <strong>de</strong>ste, existetambém os <strong>de</strong> órbita tropical.Figura 4 - Órbita dos satélites meteorológicos.Fonte: INTA, 2005 5 .A Figura 5 apresentadiagramaticamente todos os satélitesmeteorológicos existentes, dispostos com suasórbitas, com exceção do TRMM.‣ De Órbita Polar (TIROS-NOAA,METEOR)Os satélites que orbitam em órbitaspolares o fazem na direção norte e sul e noinverso. Estes satélites permitem observar osfenômenos atmosféricos em altas latitu<strong>de</strong>s. Aszonas geográficas situadas acima <strong>de</strong> 60º <strong>de</strong>latitu<strong>de</strong> não po<strong>de</strong>m ser monitoradas pelossatélites geoestacionários <strong>de</strong>vido à esfericida<strong>de</strong>da Terra.Os TIROS, cujos nomes figuram comoNOAA seguido <strong>de</strong> um número (NOAA-12,NOAA-14, etc.) e os METEOR (METEOR-2,METEOR 3-5, etc.) são os mais utilizados.Atualmente se encontram em operação oNOAA-14 e NOAA-15 e o METEOR 3-5. ONOAA-15 substituiu o NOAA-12 <strong>de</strong>finitivamenteem junho <strong>de</strong> 1999.Os satélites NOAA (NOAA-12, NOAA-14, NOAA-15, NOAA-16) transmitemsimultaneamente duas imagens: uma doespectro visível e outra do espectroinfravermelho. A série russa METEOR (MET 3-5,Resusrs) só transmite uma do espectro visível.Suas características mais importantessão:- Orbitam a uma altura entre 800 e 900quilômetros.Garcia-Luengo, E., 2005. Satélites Meteorológicos,4EXPERSAT, extraído em 05/12/2005 da páginahttp://www.mundofree.com/ea3atl/satsmet/satsmete.htm.5 INTA, 2005. Los Satélites. Instituto Nacional <strong>de</strong> TécnicaAeroespacial, extraída em 07/12/2005 da páginahttp://www.inta.es/<strong>de</strong>scubreApren<strong>de</strong>/Hechos/Hechos01.htm.19


Figura 5 – Diagrama contendo todos os satélites meteorológicos. Fonte: extraída <strong>de</strong> Garcia-Luengo, 2005.- Orbitam quietos (sem girar sobre umeixo) e possuem um radiômetro (sensor)chamado AVHRR que varre linha por linha asuperfície da terra à medida que o satéliteavança.- Passam duas vezes ao dia pelo mesmoponto.- Por serem <strong>de</strong> órbita baixa permitem altasresoluções.- Operam em dois modos, um <strong>de</strong> baixaresolução APT (Automatic Picture Transmition)e outro <strong>de</strong> alta HRPT (High Resolution PictureTransmition).- Transmitem seus dados em duasfreqüências, uma para cada modo.‣ De órbita Geoestacionária (GMS,METEOSAT, GOMS, GOES, INSAT)Este tipo <strong>de</strong> satélites giram em tornoda Terra sincronizados com sua velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong>rotação, isto que dizer que acompanham àTerra e por conseguinte se encontram situadossempre em um mesmo ponto sobre a superfícieterrestre.Algumas características principais<strong>de</strong>ste grupo são:- Altura da superfície da Terra é <strong>de</strong> 36.000Km aproximadamente e giram em torno <strong>de</strong> umeixo quase paralelo ao eixo N-S terrestre.- Velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> giro <strong>de</strong> 100 RPM(Revoluções por minuto).- Operam em dois modos um <strong>de</strong> alta HRI(High Resolution Image) e outro <strong>de</strong> baixaresolução WEFAX (Weather Facsimile).- Transmitem seus dados em duasfreqüências, uma para cada modo.- Possuem um radiômetro (sensor) quevarre linha por linha a superfície da Terra amedida que o satélite gira ou rotaciona sobreseu eixo.Na atualida<strong>de</strong> há cinco satélitesmeteorológicos ativos situados nesta órbitageoestacionária: o INSAT da Índia, osamericanos GOES E e W (GeostationaryOperational Meteorological Satellite), o GMS(Geostationary Environmental Satellite)japonês, o METEOSAT (European Geostationarand Meteorological Satellite), da comunida<strong>de</strong>européia e o GOMS (Geostationary OperationalEnvironmental Satellite) da Rússia.Os GOES (Geostationary OperationalEnvironmental Satellite) foram 5 os lançadosaté o momento e são administrados poragências norte-americanas. O Goes-E em 75°Oeste, que visualiza as três Américas e o Goes-W em 135° Oeste que observa o oceanoPacífico. Proporcionam dados em cinco bandasespectrais, uma no visível (VIS) e quatro emIV. O GOES trabalha em uma banda visível,uma em IV e uma <strong>de</strong> Vapor d’água.Os GOMS (Geostationary OperationalMeteorological Satellite) são <strong>de</strong> origem russa ese encontram à 74° Leste.Os GMS (Geostationary MeteorologicSatellite) são Japoneses, em 140° Leste, quevisualiza o Leste da Ásia, Oceania e Indonésia eo INSAT (Indian Satellite) administrado pelaÍndia em 74° Leste, que visualiza o Oeste daÁsia e a região Indochina.Os METEOSAT administrados pelaagência EUMETSAT po<strong>de</strong>m visualizar estecontinente e a África já que se encontramlocalizado sobre a longitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> 0°. OMETEOSAT-1 foi lançado em 1977 pela AgênciaEspacial Européia (ESA). O sucesso dosprimeiros METEOSAT levou à criação daOrganização Européia para a Exploração <strong>de</strong>Satélites Meteorológicos (EUMETSAT) em 1986.A ESA e a EUMETSAT trabalharam em conjuntonos satélites mais recentes da série, concebidospara proporcionar aos meteorologistaseuropeus imagens contínuas das condiçõesmeteorológicas numa base operacional. Estacooperação entre as duas organizaçõesinternacionais prossegue atualmente, já que ossatélites originais estão sendo gradualmentesubstituídos por uma segunda nova geração <strong>de</strong>METEOSAT.Posteriormente, a EUMETSAT colocou emórbita o primeiro satélite da segunda geraçãoMeteosat, o MSG-1 (<strong>de</strong>pois apelidado <strong>de</strong>METEOSAT-8) em agosto <strong>de</strong> 2002, com o20


objetivo <strong>de</strong> melhorará as previsões <strong>de</strong>fenômenos meteorológicos, e está enviandoimagens a cada 15 minutos e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>muito melhor que os anteriores. Está previsto olançamento do MSG-2 em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>ste ano,on<strong>de</strong> haverá dois satélites MSG em operaçãonas órbitas geoestacionárias. A EUMETSATgerencia atualmente o Meteosat-6, Meteosat-7e -8 sobre a Europa e África e o Meteosat-5sobre o Oceano Índico.‣ De órbita Tropical (TRMM)Os satélites <strong>de</strong>sta categoria possuem oobjetivo exclusivo <strong>de</strong> adquirir informaçõesmeteorológicas na região tropical.Existe apenas o satélite TRMM(Tropical Rainfall Measuring Mission), lançadoem 27/11/1997. Este satélite está localizadonuma órbita inferior ao dos tradicionaissatélites <strong>de</strong> órbita polar, estando posicionado a350 km acima da superfície terrestre, com umainclinação <strong>de</strong> 35° em relação à linha doEquador (Conforte, 2005), Figura 6.Figura 6 - Órbita do Satélite TRMM. Fonte:Conforte, 2005.Composição e Características das Imagens <strong>de</strong> Satélite‣ Composição das ImagensEmbora possa se parecer com umasimples fotografia do Planeta Terra, umaimagem <strong>de</strong> satélite é composta por milhares <strong>de</strong>pontos chamados <strong>de</strong> pixels (picture xelements) 6 . Para uma imagem digital, o pixel éo ponto da matriz e o tamanho <strong>de</strong>le no terrenoé uma medida da resolução espacial do sensordo satélite. As imagens <strong>de</strong> satélitesmeteorológicos são similares a uma foto <strong>de</strong>jornal, pois se examinássemos uma foto <strong>de</strong>jornal com uma lente <strong>de</strong> aumento, veríamosque é uma simples coleção <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong>diferentes tamanhos. Assim, quando olhamospara a foto, nossos olhos misturam todos essespontos e a imagem é formada. Na imagem <strong>de</strong>satélite meteorológico, cada pixel tem umatonalida<strong>de</strong> (ou cor) e, quando vistos juntos, ospixels formam a imagem <strong>de</strong> um sistemameteorológico existente na atmosfera (Ferreira,2002) 7 .A gran<strong>de</strong> maioria das imagens <strong>de</strong>satélites meteorológicos é apresentada em tons<strong>de</strong> cinza. Para uma imagem <strong>de</strong> satélite,enten<strong>de</strong>-se por escala <strong>de</strong> cinza o intervalo <strong>de</strong>variação dos valores codificados <strong>de</strong> radiância,sendo que estes valores são <strong>de</strong>finidos em vistadas facilida<strong>de</strong>s computacionais, haja vista queos computadores trabalham com umalinguagem binária, baseada na combinação <strong>de</strong>sinais (p.e., ligado/<strong>de</strong>sligado 0/1; sim/não,V/F), é interessante que o intervalo abarcadopelos níveis <strong>de</strong> cinza seja uma potência <strong>de</strong> 2.6 O pixel <strong>de</strong> uma imagem correspon<strong>de</strong> a menor entida<strong>de</strong>indivisível e ao valor da radiação integrada <strong>de</strong> uma<strong>de</strong>terminada área observada pelo satélite.7 Ferreira, A. G., 2002. Interpretação <strong>de</strong> Imagens <strong>de</strong>Satélites Meteorológicos: Uma Visão Prática e Operativado Hemisfério Sul. Brasília, editora Stilo, INMET/MAPA,272 p.Em todos os tipos <strong>de</strong> imagens, o grau<strong>de</strong> contraste ou a tonalida<strong>de</strong> diferente entre umobjeto e seu fundo é muito importante.Segundo Ferreira (2002), quanto maior ocontraste, mais fácil será i<strong>de</strong>ntificar ascaracterísticas da imagem. Quando o contrasteé ruim, as técnicas <strong>de</strong> realce po<strong>de</strong>m ser usadaspara uma melhor interpretação. Para realçaruma imagem, todos os pixels em uma<strong>de</strong>terminada escala <strong>de</strong> clarida<strong>de</strong> sãoressaltados para localizar um ponto <strong>de</strong>interesse.As imagens também são <strong>de</strong>scritas emtermos <strong>de</strong> suas resoluções. Se cada pixel é omenor elemento <strong>de</strong> uma imagem, a árearepresentada por um pixel é igual à resoluçãodo sensor do satélite, que é chamada <strong>de</strong>resolução espacial. Quando se diz que umsensor tem uma resolução <strong>de</strong> 1 km, porexemplo, isso significa que o pixel da imagemgerada pelo sensor do satélite abrange, noterreno, uma área <strong>de</strong> 1 km x 1 km. Além daresolução espacial, as imagens possuemtambém uma resolução espectral, que é amedida da largura das faixas espectrais dosensor, e a resolução radiométrica, que estáassociada à sensibilida<strong>de</strong> do sistema sensor emdistinguir entre os níveis <strong>de</strong> sinal <strong>de</strong> retorno.Alguns meteorologistas usam o termoresolução temporal, que nada mais é do que otempo entre uma imagem e outra envida pelossatélites meteorológicos.‣ Características das ImagensTodos os satélites meteorológicosfazem imagens da Terra em duas bandas doespectro eletromagnético: visível (VIS) einfravermelho (IV). Além disso, muitos satélitesfornecem também imagens na banda do vapord’água (VA) e em microondas. Todos os tipos<strong>de</strong> imagens são importantes por diversasrazões, e, em algumas situações, todas são21


essenciais para uma melhor interpretação <strong>de</strong>uma <strong>de</strong>terminada condição atmosférica(Ferreira, 2002). A seguir serão abordadas ascaracterísticas dos três primeiros tipos citadosacima.i) Imagens no Espectro Visível (VIS)Em torno da meta<strong>de</strong> da energiairradiada pelo Sol pertence às longitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong>onda visível e os radiômetros dos satélitesme<strong>de</strong>m a radiação solar refletida nesseintervalo, então a radiância <strong>de</strong>tectada na bandavisível é uma medida da refletivida<strong>de</strong> da Terra.As regiões <strong>de</strong> alta refletivida<strong>de</strong> aparecembrancas e as <strong>de</strong> menor mais escuras até onegro. A esta radiação se a associa um albedo<strong>de</strong> 1 a 100 e as componentes <strong>de</strong> uma imagemHRI ou HRPT se expressam em albedosrelacionados com um tom <strong>de</strong> cinza. Mediante autilização dos contrastes é possível <strong>de</strong>finir aforma dos objetos nestas imagensprincipalmente as nuvens on<strong>de</strong> a banda visívelé útil principalmente na Meteorologia Sinótica.A Figura 7 é um exemplo <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong>imagem.ii) Imagens no Espectro Infravermelho(IV)Terra e a atmosfera emitem radiaçãotérmica confinada <strong>de</strong>ntro do intervalo espectral3 a 100 µm, on<strong>de</strong> se encontra a bandainfravermelha média (3 a 30 µm). Nestaslongitu<strong>de</strong>s <strong>de</strong> onda a refletivida<strong>de</strong> évirtualmente nula e a radiação solar<strong>de</strong>sprezível, por isso se consi<strong>de</strong>ra comoradiação <strong>de</strong> corpo negro e se relaciona com atemperatura, medida em graus Kelvin. Nosprodutos HRI e HRPT os componentes dasimagens IV se expressam em °K e se lherelaciona um tom <strong>de</strong> cinza. As imagens em IVutilizam-se principalmente para a observaçãodas estruturas quando não há radiação solar,isto é, <strong>de</strong> noite. Nestas imagens, os pontosquentes aparecem escuros e os frios brancos,conforme está exemplificado na Figura 8.Figura 8 – Imagens do Espectro Infravermelho doSatélite METEOSAT-7 da América do Sul. Fonte:Extraída da página do CPTEC/INPE em 23/12/05).iii) Imagens <strong>de</strong> Vapor D’Água (VA)As imagens no visível e noinfravermelho térmico utilizam as bandas doespectro eletromagnético on<strong>de</strong> a absorçãopelos gases atmosféricos é pequena, noentanto são <strong>de</strong> interesse também os intervalosespectrais on<strong>de</strong> a radiação infravermelhaemitida pela Terra é absorvida pelo vapord’água da atmosfera. As imagens no VA são,em sua maioria, representativas da umida<strong>de</strong> namédia e alta troposfera. Definitivamente, ocanal do VA se utiliza na banda <strong>de</strong> absorção <strong>de</strong>6µm <strong>de</strong>ntro da radiação IV e em geral asimagens representam a umida<strong>de</strong> média datroposfera. Na Figura 9 é mostrada umaimagem <strong>de</strong>ste tipo.Figura 9 – Imagens <strong>de</strong> Vapor D’Água do SatéliteMETEOSAT-7 da América do Sul. Fonte: Extraída dapágina do CPTEC/INPE em 23/12/05).Figura 7 – Imagens do Espectro Visível do SatéliteMETEOSAT-7 da América do Sul. Fonte: Extraídada página do CPTEC/INPE em 23/12/05).22


De que modo os satélites ajudam a previsão do tempo?Os satélites meteorológicos seconverteram numa das ferramentas maispráticas que foi produzida pela tecnologiaespacial para a previsão do tempo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quecomeçaram a serem lançados em abril <strong>de</strong>1960. A colocação em órbita do TIROS-1,primeiro satélite meteorológico, constatou aenorme capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> informação que po<strong>de</strong>riacontribuir para o estudo da atmosfera, bemcomo a importância <strong>de</strong> observar a Terra doespaço.As imagens geradas e enviadas pelossatélites meteorológicos são ferramentas muitoimportantes para o meteorologista operacional,como também para todos aqueles ligados àsciências meteorológicas e ambientais, queprecisam <strong>de</strong> uma informação rápida, precisa e<strong>de</strong> alta resolução no que tange ascaracterísticas dinâmicas da atmosferaterrestre, através <strong>de</strong> sua nebulosida<strong>de</strong>.Todas as vezes que um satélitemeteorológico observa a Terra, a primeiracaracterística que se nota em uma imagem é anebulosida<strong>de</strong>. À primeira vista, essas nuvenspo<strong>de</strong>m parecer redondas na forma edistribuição, porém, elas são formadas <strong>de</strong>vidoao resultado <strong>de</strong> muitas interações específicasentre muitos e diferentes fatoresmeteorológicos (Ferreira, 2002).A partir do momento que o padrão éapresentado, torna possível i<strong>de</strong>ntificar o tipo <strong>de</strong>nuvem presente em uma imagem. Para queserve isso? Isso po<strong>de</strong> ser muito útil em fase <strong>de</strong>que ao reconhecer os diversos tipos <strong>de</strong> nuvensna imagem <strong>de</strong> satélite po<strong>de</strong> dar, a quem estáinterpretando, pistas sobre o estado daatmosfera e os fenômenos que possam estarocorrendo. Assim, ao i<strong>de</strong>ntificar os diversostipos <strong>de</strong> nuvens po<strong>de</strong> ajudar na localização <strong>de</strong>condições <strong>de</strong> tempo severo, como trovoadas,tornados, áreas <strong>de</strong> forte precipitação, gelo,entre outras (Ferreira, 2002).Infelizmente, os satélites ambientaisbrasileiros não são satélites que fornecemimagens <strong>de</strong> sistemas meteorológicos; eles sãoapenas satélites <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados ambientaisou que fornecem imagens ambientais, emdiversas bandas espectrais, inclusive <strong>de</strong>nuvens, mas que não são, usadas para aMeteorologia operacional <strong>de</strong>vido a certascondições. Assim, se faz necessário e urgenteque o Brasil lance seu satélite meteorológico namedida em que os possuidores <strong>de</strong>sse mercado<strong>de</strong> imagens estão mais preocupados em gerarprodutos para o seu consumo próprio, e muitasvezes <strong>de</strong>ixa na mão os meteorologistasbrasileiros, <strong>de</strong>ixando <strong>de</strong> cumprir acordos <strong>de</strong>retransmissão <strong>de</strong> imagens meteorológicasfeitos com a OMM (Organização MeteorológicaMundial).Graças aos satélites meteorológicos, osmeteorologistas po<strong>de</strong>m observar com bastanteprecisão as evoluções das frentes quegeralmente se formam nos oceanos e emoutras áreas.Inicialmente, a aplicação principal dosdados coletados pelos satélites meteorológicos,tinha como objetivo principal a observação dos<strong>de</strong>slocamentos dos sistemas frontais e o<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> sistemas locais. Estasinformações eram utilizadas para a análisesubjetiva das condições meteorológicaspredominantes em pequena ou gran<strong>de</strong> escala.Com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> softwares, diversasmetodologias foram <strong>de</strong>senvolvidas para aaplicação das informações coletadas por estessatélites.Deve-se salientar a importância que osdados coletados por estes satélites têm para<strong>de</strong>terminadas regiões, seja pela carência <strong>de</strong>uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> observações a<strong>de</strong>quada ou por seencontrarem em regiões remotas (florestas,<strong>de</strong>sertos, oceanos, etc).Em suma, a utilida<strong>de</strong> dos satélitesmeteorológicos é a <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r visualizar oconjunto Terra-atmosfera, e extrair a máximainformação possível através <strong>de</strong> diferentestécnicas e processos para obter os produtoscujo objetivo se baseia na análise qualitativa equantitativa das imagens obtidas. As imagensdos satélites meteorológicos se utilizamprincipalmente para a visualização <strong>de</strong> nuvens,classificação, observação do vapor d’águaexistente na alta e meia atmosfera,temperaturas da superfície da terra etemperatura superficial do mar, ajudandobastante na previsão do tempo.Para saber mais:Ferreira, A. G., 2002. Interpretação <strong>de</strong>Imagens <strong>de</strong> Satélites Meteorológicos: UmaVisão Prática e Operativa do Hemisfério Sul.Brasília, editora Stilo, INMET/MAPA, 272 p.• http://www.ipmet.unesp.br/Saiba_Mais/Saiba_Mais_arquivos/SM_Satelite.htm• http://www.onamet.gov.do/onamet/im_infogeneral.htm• http://www.terra.es/personal2/spooky/satintro.htm• http://www.reacao.com.br/programa_sbpc57ra/sbpccontrole/textos/marcelocorrea.htmEdnaldo Oliveira dosSantosMeteorologista e Presi<strong>de</strong>nteda <strong>UNEMET</strong>23


Links+ 4 razões para navegar na Web1 http://www.virtualmet.com.brEsta página tem como objetivo principal o <strong>de</strong> mostrar para o público em geral que ummeteorologista não apenas prevê o tempo. As informações contidas nela são bastanteinteressantes e importantes haja vista que levam informações úteis sobre o universometeorológico, facilitando a execução <strong>de</strong> algumas tarefas ao disponibilizar diversasinformações, ferramentas, programa grátis sobre temas ligados a Meteorologia. Assim, vale apena navegar nesta página para ampliar seus conhecimentos sobre a ciência meteorológica.2 http://www.clima.org.brEm 22 e 23 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2002, organizações não-governamentais e movimentos sociais,reunidas em São Paulo - SP resolveram estabelecer uma re<strong>de</strong> brasileira <strong>de</strong> articulação sobre otema das mudanças climáticas globais, o Observatório do Clima. O Observatório do Clima éuma Re<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Organizações não-Governamentais e Movimentos Sociais em MudançasClimáticas. O portal disponibiliza diversas informações principalmente relacionadas amudanças climáticas, tais como Mecanismo <strong>de</strong> Desenvolvimento Limpo (MDL), convenção <strong>de</strong>Mudança do Clima entre outras.3 http://www.jornaldomeioambiente.com.br/O Jornal do Meio Ambiente é um Projeto Cultural e Educacional, sem fins lucrativos, fundado eeditado pela escritora, jornalista e ambientalista Vilmar Berna, e circula em duas versões:impressa e virtual. Tem por objetivo contribuir para a formação <strong>de</strong> uma nova consciênciaambiental através da <strong>de</strong>mocratização da informação ambiental com foco em multiplicadores eformadores <strong>de</strong> opinião ambiental e segmentos da socieda<strong>de</strong> em geral interessados em meioambiente. O Jornal do Meio Ambiente já distribuiu GRATUITAMENTE mais <strong>de</strong> 2 milhões <strong>de</strong>exemplares <strong>de</strong> sua versão impressa, em todo o território nacional. Em sua versão virtual, ojornal é atualizado diariamente com notícias e serviços ambientais.3 http://www.ibama.gov.br/ambtec/ ou http://ue.com.br/Neste portal, você encontra indicações <strong>de</strong> soluções para problemas ambientais, assim comoorientações para o uso correto dos recursos naturais. Além disso, po<strong>de</strong>rão obter informaçõesacerca <strong>de</strong> produtos e processos ambientalmente saudáveis que foram i<strong>de</strong>ntificados e reunidosneste Portal como forma <strong>de</strong> incentivar o uso e a aplicação das Tecnologias AmbientalmenteSaudáveis (TAS) em benefício da adoção <strong>de</strong> padrões <strong>de</strong> consumo e <strong>de</strong> produção mais limpos.Em essência, o alvo do AMBTEC são as ofertas e <strong>de</strong>mandas <strong>de</strong> TAS e as informações técnicas,científicas e legais a elas relacionadas.24


MemóriaO Entusiasta da Meteorologia Brasileira”É lamentável que um país entãoessencialmente agrícola e, portanto, comsua produção sujeita ao clima, <strong>de</strong>dique tãopoucos recursos ao seu estudo e previsão”Adalberto Barranjard Serra (1909-1989)Oquarto artigo da série “Os Primórdios da Meteorologia no Brasil”, fala daobra <strong>de</strong> um dos mais entusiastas no estudo do tempo e do clima no Brasil.Trata-se <strong>de</strong> Adalberto Serra, entusiasta e autodidata na ciênciameteorológica.Adalberto Serra nasceu em 02 <strong>de</strong> junho <strong>de</strong>1909 no Rio <strong>de</strong> Janeiro, cida<strong>de</strong> on<strong>de</strong>permaneceu até sua morte, em 15 <strong>de</strong> setembro<strong>de</strong> 1989. Era filho <strong>de</strong> Nestor Serapião Serra,natural do Maranhão, e Gabriella BarranjardSerra, <strong>de</strong> São Paulo, a qual ela era filha <strong>de</strong>emigrantes calvinistas franceses.Cursou o secundário no Colégio Batista, nobairro da Tijuca/RJ, e formou-se emEngenharia e em Geografia pela EscolaPolitécnica da Universida<strong>de</strong> do Brasil, hojeEscola <strong>de</strong> Engenharia da UFRJ, em 1930.Ainda durante o período <strong>de</strong> estudosuniversitários, trabalhou no antigoDepartamento <strong>de</strong> Correios e Telégrafos,inicialmente como <strong>de</strong>senhista e, mais tar<strong>de</strong>, naseção <strong>de</strong> Rádio. Trabalhou também na Centraldo Brasil como Engenheiro Eletricista e naUFRJ. Entusiasmado pela radiofonia, escreveudiversos artigos para a revista Antena.Adalberto Serra foi um autodidata emMeteorologia, pois, na época, não havia ensino<strong>de</strong>sta ciência no Brasil.Adalberto Serra se casou no Rio <strong>de</strong> Janeirocom D a. Ester Amaral Serra, <strong>de</strong> origem mineira,com quem viveu até os seus últimos dias(Figura 1). Tiveram dois filhos, Sylvia SerraBarreto, formada em Belas-Artes e professorada UnB, e Antonio Serra, formado em filosofia,professor e atual diretor do Instituto <strong>de</strong> Artes eComunicação Social (IACS) da UFF.Em 1931, ingressou mediante prova <strong>de</strong>seleção como auxiliar <strong>de</strong> meteorologista noServiço <strong>de</strong> Meteorologia do Ministério daAgricultura, hoje INMET, sediado na época noedifício "Caça e Pesca" da Praça XV, centro doRio <strong>de</strong> Janeiro, on<strong>de</strong> trabalhou até 1961,quando se aposentou como engenheiro, <strong>de</strong>pois<strong>de</strong> exercer diversas chefias, como a <strong>de</strong>Climatologia e a <strong>de</strong> Pesquisas Meteorológicas.Porém, manteve-se em ativida<strong>de</strong> neste serviçoaté seu falecimento.Figura 1 – Foto do Dr. Adalberto Serra com suamulher Esther Amaral Serra. Fonte: Juliano SerraBarreto, neto <strong>de</strong> Adalberto Serra, 2005.25


Adalberto Serra foi bolsista do CNPq, comoPesquisador Conferencista, por quase quinzeanos, sendo religiosamente cumpridor dosprazos <strong>de</strong> relatórios. Interessava-se por outrosassuntos, sendo voraz leitor <strong>de</strong> literatura(apreciava Shekespeare, Victor Hugo,Alexandre Dumas e Graciliano Ramos) e <strong>de</strong>obras <strong>de</strong> divulgação científica (principalmenteAstronomia).Conhecia profundamente História e sabiaprecisamente datas, fatos e personagens.Acompanhava a política, era muito beminformado, mas inteiramente <strong>de</strong>scrente, tendosempre votado em branco: "Só votarei mesmoquando o voto for livre".Para manter seus conhecimentos <strong>de</strong>Matemática apurados, todo ano revia o "Traité<strong>de</strong>s Mathématiques" <strong>de</strong> Comberrousse,estudando, como se fosse um calouro, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> aaritmética até a álgebra superior.Na fase final da vida, adotou ocomputador, um Apple com fita, com istopo<strong>de</strong>ndo calcular, projetar gráficos, manipulartabelas com maior facilida<strong>de</strong>.Seu gran<strong>de</strong> amigo e companheiro <strong>de</strong>trabalho foi o Dr. Camilo Albuquerque (Figura2).Figura 2 – Foto do Dr. Adalberto Serra, àesquerda, junto com seu gran<strong>de</strong> colega e amigoDr. Camilo. Fonte: Juliano Serra Barreto, neto <strong>de</strong>Adalberto Serra, 2005.Sua <strong>de</strong>dicação à Meteorologia resultou dacircunstância <strong>de</strong> obter o ingresso naqueleServiço, mas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> então, estudouintensamente esta ciência e a ela <strong>de</strong>dicou-sediariamente, seja cumprindo suas obrigaçõesfuncionais, seja elaborando projetosinovadores. Assim, trabalhou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> areformulação <strong>de</strong> normas <strong>de</strong>stinadas ao uso dostécnicos dos postos <strong>de</strong> observação atéinvestigações teóricas mais refinadas sobre oque ele <strong>de</strong>nominou "Princípio <strong>de</strong> Simetria",hipótese sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> previsãometeorológica da troposfera a partir da análisedas camadas superiores.Escreveu o primeiro estudo sistemático efundamentado sobre as secas do Nor<strong>de</strong>ste,obra cujos exemplares foram incinerados peloentão diretor do Serviço, que o acusou <strong>de</strong>"apropriação" <strong>de</strong> dados oficiais, tendo, por isso,respondido a inquérito administrativo, salvandodo incêndio alguns exemplares. Fato este que o<strong>de</strong>ixou <strong>de</strong>veras triste e indignado, mas mesmoassim continuou com seu entusiasmo pelaMeteorologia e seu trabalho. Foi o responsávelpela equipe brasileira encarregada <strong>de</strong> prepararo Atlas Climatológico do Brasil, conforme<strong>de</strong>cisão da Organização Mundial <strong>de</strong>Meteorologia (OMM), sendo o Brasil o primeiropaís a apresentar a conclusão <strong>de</strong>ste projetomultinacional.Sir Walker e meteorologistas indianosi<strong>de</strong>ntificaram uma conexão entre as monçõesna Índia — período chuvoso local — eanomalias climáticas no nor<strong>de</strong>ste da Argentina.Posteriormente, o eminente meteorologistabrasileiro, Dr. Adalberto Serra, ampliou oscontornos <strong>de</strong>sse sistema pendular ao relacionaranomalias climáticas do Nor<strong>de</strong>ste e Su<strong>de</strong>stebrasileiros com fenômenos climáticos extremosno Pacífico.Joaquim <strong>de</strong> Sampaio Ferraz, o notávelreorganizador dos serviços meteorológicosbrasileiros e por quem Serra nutria gran<strong>de</strong>admiração, fez inúmeras referências à suacontribuição para a Meteorologia no Brasil.Assim, comentando o "longo entreato <strong>de</strong><strong>de</strong>sânimo e inércia após 1931", menciona,como exceção, "o aperfeiçoamento das cartassinópticas, por influência dos trabalhos valiosos<strong>de</strong> Adalberto Serra e Leandro Ratisbonna.Segundo Ferraz, foram as inestimáveiscontribuições <strong>de</strong> Adalberto Serra e LeandroRatisbona à ciência, a partir dos anos 30 doséculo passado, que trouxeram valiosasinformações sobre a circulação atmosférica docontinente sul-americano, incorporando osnovos paradigmas da Meteorologia sinótica daescola dinamarquesa <strong>de</strong> Bergen, capitaneadapor Bergeron e Bjerknes e i<strong>de</strong>ntificando-lhe asmassas <strong>de</strong> ar, tudo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> novasconcepções mo<strong>de</strong>rnas já adotadas, sobretudona Europa e nos Estados Unidos", além disso,contribuíram também para a compreensão dossistemas produtores <strong>de</strong> tipos <strong>de</strong> tempo noBrasil. A partir dos anos 60, tais trabalhosserviram <strong>de</strong> base para estudos voltados para aabordagem genética do clima, <strong>de</strong>stacando-seas contribuições <strong>de</strong> Carlos Augusto <strong>de</strong>Figueiredo Monteiro.. (Sant’Anna Neto, 1998) 1Depois <strong>de</strong> referir-se a diversas publicaçõesexclusivas <strong>de</strong> Serra ou em colaboração comRatisbonna, diz Ferraz: "Ainda em 1942, Serrae Ratisbonna dão o tiro <strong>de</strong> misericórdia navelha crença da "friagem" andina, levando aoprelo As Ondas <strong>de</strong> Frio da BaciaAmazônica".Mais adiante: "Adalberto Serra, incansável,publica em 1941 A Turbulência Atmosféricano Brasil, ensaio temerário, mas útil; em1942, dá-nos A Formação <strong>de</strong> Trovoadas,1SANT’ANNA NETO, João L., 1998 A climatologiageográfica no Brasil: uma breve evolução histórica. In:Coleção Prata da Casa, 3: 7-28, São Luís.26


<strong>de</strong>stinada em parte aos que labutam na análise<strong>de</strong> cartas sinópticas. No mesmo ano, lança ovalioso repositório Normais <strong>de</strong> Nuvens,valioso, principalmente para o Brasil. (....) Em1945 e 1946, Adalberto Serra analisa oproblema meteorológico do Nor<strong>de</strong>ste, comaplicação severa do método frontológicomo<strong>de</strong>rno, examina mais <strong>de</strong> perto alguns anosanormais e repassa o recurso estatístico daprevisão das secas.... As duas monografias sãoMeteorologia do Nor<strong>de</strong>ste Brasileiro,publicada na apreciada "Revista Brasileira <strong>de</strong>Geografia", e As Secas do Nor<strong>de</strong>ste, ediçãodo Serviço <strong>de</strong> Meteorologia". Sampaio Ferraztambém cita o Atlas Universal <strong>de</strong>Meteorologia - 1873-1934, elaborado sob acoor<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Serra. (apud J. SampaioFerraz, "A Meteorologia no Brasil", in AsCiências no Brasil, ed. Melhoramentos, SP).Adalberto Serra lamentava que um paísentão essencialmente agrícola e, portanto, comsua produção sujeita ao clima, <strong>de</strong>dicasse tãopoucos recursos ao seu estudo e previsão.Como o pessoal técnico disponível nãodispunha da formação especializada, elesempre se preocupou em contribuir parafacilitar o trabalho <strong>de</strong> observadores e analistas.De acordo com relato <strong>de</strong> seu filho, AntonioSerra, lembra-se que Adalberto Serra passouvários dias preparando uma espécie <strong>de</strong> "crivo<strong>de</strong> Erastóstenes" <strong>de</strong>stinado a ajudar nasoperações aritméticas elementares dosobservadores, quando não havia máquinascalculadoras acessíveis. Particularmente,“jamais se arrogou um estatus privilegiado <strong>de</strong>saber ou hierarquia, mostrando-se, aocontrário, humil<strong>de</strong> e mesmo irônico em relaçãoàs vaida<strong>de</strong>s humanas”.Um dos fatos intrigantes em sua vida sepassou em 1961, quando Jânio Quadros,Presi<strong>de</strong>nte do Brasil na época, estipulou ajornada <strong>de</strong> 8 horas para o funcionalismopúblico, ele, que trabalhava no serviço e emcasa, revoltou-se e consi<strong>de</strong>rou esta medida<strong>de</strong>magógica e <strong>de</strong>srespeitosa, on<strong>de</strong> eleimediatamente preferiu se aposentar a cumpriressa medida. Logo <strong>de</strong>pois da renúncia doPresi<strong>de</strong>nte, seu sucessor provisório, RanieriMazzili, revogou a medida. Mas já era tar<strong>de</strong>.No entanto, até o final <strong>de</strong> sua vida, Serraem seu entusiasmo comparecia ao ServiçoMeteorológico semanalmente, para encontrarsecom os colegas e recolher dados, sobre osquais, <strong>de</strong> manhã, tar<strong>de</strong> e à noite, trabalhava,mesmo quando assistia às novelas na televisão.As manifestações por ocasião <strong>de</strong> seufalecimento (no ano <strong>de</strong> 1989) em momentos <strong>de</strong>homenagem evi<strong>de</strong>nciaram não só a admiraçãodos colegas por sua atuação científica etécnica, mas, sobretudo por sua posturahumana, sempre disponível para ajudar e<strong>de</strong>spido <strong>de</strong> qualquer arrogância, mesmoreconhecendo em todos a vastidão <strong>de</strong> seusconhecimentos e a precisão <strong>de</strong> seus estudos.Publicou abundantemente nas revistas doIBGE e do Conselho Nacional <strong>de</strong> Geografiaestudos sobre climas regionais, além <strong>de</strong>enveredar por temas correlatos, comopesquisas sobre as melhores épocas para fériasescolares para cada região segundo parâmetrosclimáticos, sobre um enfoque da Históriahumana a partir do clima, sobre clima e saú<strong>de</strong>.Assim, <strong>de</strong>ixou uma importante e extensaobra meteorológica, na qual se <strong>de</strong>stacam oAtlas Climatológico do Brasil, em três volumes,e o Atlas Internacional, em dois volumes.Adalberto Serra publicou uma enormequantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> artigos em diversas revistas ejornais, sendo os principais: Air Masses OfSouthern Brazil, juntamente com LeandroRatisbonna, pág. 6–8, Monthly WeatherReview, Volume 66, Number 1, January, 1938;Comments on Interactions of Circulationand Weather Between Hemispheres, pág.427, Monthly Weather Review, September,1964.Adalberto Serra era dotado <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r lógicoe argumentativo, comprazia-se em <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rconcepções não consensuais, mas semprepronto a <strong>de</strong>monstrar suas falhas.O amor e a <strong>de</strong>dicação pela ciênciameteorológica permaneceram até o fim da vida<strong>de</strong> Adalberto Serra, <strong>de</strong>monstrando seu apreçoe <strong>de</strong>voção a esta ciência tão perceptível eimportante em nossas vidas. Assim, esperamosque a vida e obra <strong>de</strong>ste incansável autodidatada Meteorologia sejam sempre lembradas eexemplo a todos que são estudiosos emMeteorologia.Para conhecer e saber mais sobre estecientista aficionado por Meteorologia:Sant’Anna Neto, J.L., 2001. Por umaGeografia do Clima Antece<strong>de</strong>ntes Históricos,Paradigmas Contemporâneos e uma NovaRazão para um Novo Conhecimento. TerraLivre, São Paulo, n. 17, p. 49-62.Sugestões <strong>de</strong> Leitura:ANDRADE, G. O., 1972. Climas do Brasil.In: Brasil, a Terra e o Homem (Azevedo, A.,editor), vol. 1. Ed. Nacional.SERRA, A. B., 1941. The GeneralCirculation over South America. Bull. of theAm. Meteorol. Soc., 22, 173-179.SERRA, A., 1955. Atlas climatológico doBrasil. Rio <strong>de</strong> Janeiro, CNG, 2 v., 783 p.Serra, A., 1973. Previsão das SecasNor<strong>de</strong>stinas. Fortaleza, Departamento <strong>de</strong>Estudos Econômicos do Nor<strong>de</strong>ste (ETENE).O Conselho Editorial gostaria <strong>de</strong>agra<strong>de</strong>cer imensamente a Antonio Serra eJuliano Serra Barreto pelas excelentesinformações e fotos fornecidas.27


Curiosida<strong>de</strong>sAspectos Climatológicos da Precipitação doNor<strong>de</strong>ste BrasileiroOinício do verão, 21 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro, se aproxima e com ele o sol vem com força total. Paraa região nor<strong>de</strong>ste do Brasil é a alta estação, quando turistas <strong>de</strong> todo o mundo vêemaproveitar as belas praias e <strong>de</strong>sfrutar <strong>de</strong> uma culinária bastante rica em sabor ediversida<strong>de</strong>. Porém, nesta época é normal o surgimento <strong>de</strong> um sistema Meteorológico <strong>de</strong>escala sinótica conhecido como Vórtice Ciclônico <strong>de</strong> Altos Níveis – “VCAN” que po<strong>de</strong> estragar asférias <strong>de</strong> muita gente!Pensar em precipitação na regiãonor<strong>de</strong>ste é pensar em alta variabilida<strong>de</strong>temporal e espacial, em termos <strong>de</strong>variabilida<strong>de</strong> temporal po<strong>de</strong>mos dividir asescalas <strong>de</strong> tempo em interanual e a intrasazonal.A variabilida<strong>de</strong> interanual é associada afenômenos <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala, tais como o El-Niño-Oscilação Sul (ENOS) 1 , o Dipolo doAtlântico e a Zona <strong>de</strong> ConvergênciaIntertropical e está intimamente relacionadacom mudanças na configuração da circulaçãoatmosférica <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala e com a interaçãooceano-atmosfera. A variabilida<strong>de</strong> intra-sazonalda precipitação é influenciada por oscilaçõesque variam entre 7 e 60 dias, VórticesCiclônicos <strong>de</strong> Altos Níveis (VCANs), SistemasFrontais, distúrbios <strong>de</strong> leste e brisas (Figura 1).1 Fenômeno <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> escala espacial que afeta ascirculações atmosféricas, impondo perturbaçõesclimáticas <strong>de</strong> caráter global que interferem com asativida<strong>de</strong>s humanas. As fases positivas e negativas dofenômeno ENOS são <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> El Niño e La Niña,respectivamente. Estes fenômenos naturais que existemhá vários anos e continuarão existindo como fenômenoscíclicos, porém sem um período regular.Vórtices Ciclônicos <strong>de</strong> Altos NíveisO VCAN é um sistema <strong>de</strong> escalasinótica que exerce forte influência nascondições do tempo, pois estão geralmente,associados à chuva intensa. Depen<strong>de</strong>ndo doposicionamento geográfico do seu centro <strong>de</strong>subsidência 2 , os vórtices po<strong>de</strong>m intensificar aprecipitação em até 400% das normaisclimatológicas ou contribuir para que o verãoseja mais seco e mais quente nas localida<strong>de</strong>ssob o centro.O primeiro mo<strong>de</strong>lo para a formação dovórtice que surge sobre o oceano atlântico sulfoi proposto por Manoel Alonso Gan e Vernon E.KousKy, em 1981. A formação do vórtice, estáassociada a um sistema <strong>de</strong> alta pressão quesurge em altos níveis na região da Bolívia,conhecida como a Alta da Bolívia e um cavadosobre o Oceano Atlântico Sul que se <strong>de</strong>sloca navanguarda das frentes que penetram nessaregião (Figura 2).2 Centro <strong>de</strong> subsidência é um movimento vertical parabaixo.28


Figura 1 - Escalas espacial e temporal dos fenômenos atmosféricos.O VCAN consiste <strong>de</strong> uma circulaçãociclônica 1 fechada com núcleo frio quegeralmente se forma entre 200hPa e 500hPa 2 .O movimento vertical gerado por um VCAN,apresenta uma circulação direta, ou seja, ummovimento <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> ar frio e seco noseu centro, e movimento ascen<strong>de</strong>nte <strong>de</strong> arquente e úmido na sua periferia (Figura 3).Neste tipo <strong>de</strong> circulação ocorreconversão <strong>de</strong> energia potencial em cinética,<strong>de</strong>sta forma, a intensificação <strong>de</strong> um VCANda periferia. A <strong>de</strong>sintensificação acontece coma <strong>de</strong>struição da energia cinética, que ocorregeralmente sobre o continente, <strong>de</strong>corrente doaquecimento (calor sensível) da superfície e daliberação <strong>de</strong> calor latente por nuvens do tipocumulonimbus, situadas perto do centro doVCAN. Sobre o oceano, um VCAN em altosníveis não se dissipa, é absorvido por cavados<strong>de</strong> níveis superiores que se <strong>de</strong>slocam <strong>de</strong>latitu<strong>de</strong>s mais altas.Figura 2 - Esquema <strong>de</strong> formação do VCAN sobre o Atlântico Sul.ocorre pela liberação <strong>de</strong> calor latente ao longo1 Circulação Ciclônica – No hemisfério sul consiste emuma circulação no sentido horário com fluxo convergente.2 Níveis <strong>de</strong> 200/500hPa – Em latitu<strong>de</strong>s tropicais, estesníveis correspon<strong>de</strong>m respectivamente a 10 e 5 Km <strong>de</strong>altitu<strong>de</strong>.29


Figura 3 – VCAN visto <strong>de</strong> uma imagem <strong>de</strong> satélite e esquema do perfil vertical <strong>de</strong> um VCAN.O período <strong>de</strong> maior permanência,ocorre no mês <strong>de</strong> janeiro, com média <strong>de</strong> 15dias, e <strong>de</strong> menor permanência nos meses <strong>de</strong>novembro e abril, com aproximadamente 7 dias<strong>de</strong> duração.Um VCAN po<strong>de</strong> ser totalmente seco ouacompanhado <strong>de</strong> muita nebulosida<strong>de</strong>, isto vai<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r da sua profundida<strong>de</strong>. Assim, osvórtices que ficam confinados na altatroposfera, acima <strong>de</strong> 500hPa, possuem poucanebulosida<strong>de</strong>, enquanto os que atingem níveismais baixos possuem nebulosida<strong>de</strong> muitaintensa.A nebulosida<strong>de</strong> associada ao VCANenfatiza o seu <strong>de</strong>slocamento, quando o sistemaencontra-se estacionário – Figura 4(a),apresenta uma distribuição circular e uniforme<strong>de</strong> nebulosida<strong>de</strong>, entretanto, ao se <strong>de</strong>slocarpara oeste – Figura 4(b), sua configuraçãomuda, apresentando intensa ativida<strong>de</strong>convectiva em sua porção oeste e fracanebulosida<strong>de</strong> no setor leste e nor<strong>de</strong>ste.Para saber mais:ANJOS, B. L. et al., 1994. Conexões entre acirculação do hemisfério norte e os vórticesciclônicos da alta troposfera na regiãonor<strong>de</strong>ste do Brasil. In: Anais do VIII CongressoBrasileiro <strong>de</strong> Meteorologia e II Congresso daFe<strong>de</strong>ração Latino-Americana e Ibérica <strong>de</strong>Socieda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Meteorologia, v.2. Belo Horizonte-MG, p. 583-585.KOUSKY, V. E. & GAN, M. A., 1981. Uppertropospheric cyclonic vortices in the TropicalSouth Atlantic. Tellus, fevereiro <strong>de</strong> 1981, v.33(6), p. 538-551.PAIXÃO, E. B. & GANDU, A. W., 2000.Caracterização do Vórtice Ciclônico <strong>de</strong> ArSuperior no Nor<strong>de</strong>ste Brasileiro. In: Anais doXI Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Meteorologia, Rio <strong>de</strong>janeiro - RJ, p. 860-865.SILVA, V. P. R. & LIMA, W. F. A., 2001.Estudo dos Vórtices Ciclônicos <strong>de</strong> Ar superiorsobre o nor<strong>de</strong>ste do Brasil. In: Anais do XIICongresso Brasileiro <strong>de</strong> Agrometeorologia,Fortaleza - CE, p. 313-314.http://www.funceme.br/DEMET/progno/prog2005/prog2005_1.pdfFigura 4 - Forma característica das nuvens ao redor do núcleo do vórtice; (a) vórtice estacionário e(b) vórtice movendo-se para oeste.30


Nossas EscolasO Primeiro Curso Superior em Meteorologia no Norte-Nor<strong>de</strong>ste do BrasilOprimeiro Curso Superior <strong>de</strong> Meteorologia no Norte-Nor<strong>de</strong>ste do Brasil foi criado nocampus II da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba, hoje campus I da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Campina Gran<strong>de</strong> (UFCG). Atualmente, é um dos gran<strong>de</strong>s centros <strong>de</strong> ensino e pesquisada ciência meteorológica brasileira.Inicialmente, o Departamento <strong>de</strong> CiênciasAtmosféricas (DCA) fêz parte da estrutura daUFPB, cujo campus <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong> tornouseUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>(UFCG) em abril <strong>de</strong> 2002. Atualmente, o DCAfaz parte da estrutura administrativa do Centro<strong>de</strong> Tecnologia e Recursos Naturais (CTRN),localizado no campus da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> CampinaGran<strong>de</strong>, Paraíba (Figuras 1 e 2).A UFPB, acatando idéia do prof. LynaldoCavalcanti <strong>de</strong> Albuquerque, criou o segundocurso <strong>de</strong> Graduação em Meteorologia e osegundo curso <strong>de</strong> Mestrado em Meteorologia <strong>de</strong>nosso País, já tendo graduado 123 bacharéis e110 mestres, até o presente. Esse esforço temsido reconhecido em nível nacional einternacional e, hoje, os meteorologistasformados nesta Universida<strong>de</strong> trabalham empraticamente todas as instituições operacionais,<strong>de</strong> ensino e/ou pesquisa que possuemativida<strong>de</strong>s em Meteorologia no Brasil, ocupandoposições <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque.Figura 1 – Localização <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong>.31


o primeiro curso <strong>de</strong> Meteorologia a ser criadoem todo o Norte e Nor<strong>de</strong>ste do Brasil.No ano <strong>de</strong> 1975, os integrantes do "Grupoda Paraíba", como eram então conhecidos noINPE, terminaram seus cursos. Todosregressaram a Campina Gran<strong>de</strong> em 1975 e1976, com exceção <strong>de</strong> José Maria que foicontratado pela Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Viçosa. No lugar <strong>de</strong> José Maria, foi incorporadaao grupo a profa. Maria Regina da SilvaAragão. Todos foram lotados, inicialmente, noDepartamento <strong>de</strong> Engenharia Civil.Figura 2 – Localização do Centro <strong>de</strong> Tecnologia eRecursos Naturais da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong>Campina Gran<strong>de</strong>, on<strong>de</strong> funciona o Curso <strong>de</strong>Meteorologia.Foi durante o segundo semestre <strong>de</strong> 1972que o prof. Lynaldo, então Diretor doDepartamento <strong>de</strong> Assuntos Universitários(DAU), do Ministério da Educação (MEC),assessorado pelos professores Mário A<strong>de</strong>lmoVarejão-Silva, Gleryston Holanda <strong>de</strong> Lucena eJosé Oribe Rocha <strong>de</strong> Aragão (funcionários daSUDENE), iniciou conversações com a diretoriado Instituto Nacional <strong>de</strong> Pesquisas Espaciais(INPE) para enviar um grupo <strong>de</strong> 5 recémgraduadospara cursarem o Mestrado emMeteorologia naquela instituição.O acordo foi feito com o Dr. FernandoMendonça e o Dr. Gylvan Meira Filho, DiretorGeral e Diretor Científico do INPE,respectivamente. A idéia do prof. Lynaldo era<strong>de</strong> que esse pequeno grupo constituiria a"massa crítica" para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> umPrograma <strong>de</strong> Graduação e Pós-graduação emMeteorologia, pioneiro no Nor<strong>de</strong>ste do Brasil.O grupo enviado ao INPE era composto porGeraldo Nunes Sobrinho – Eng. Civil, JoséMaria Nogueira da Costa – Eng. Agrônomo,José Oribe Rocha <strong>de</strong> Aragão - Físico, JuarezFarias <strong>de</strong> Lima – Eng. Eletrônico, e Pedro Vieira<strong>de</strong> Azevedo – Eng. Agrônomo. Eles chegaramao INPE, em São José dos Campos - SP, emjaneiro <strong>de</strong> 1973 e passaram a cursar oMestrado em Meteorologia, fazendo parte dasegunda turma daquele curso. Eles tinham umapequena bolsa da UFPB que foi interrompida<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> três meses, sendo contratados peloINPE como assistentes <strong>de</strong> pesquisa.Em 1973, o Curso <strong>de</strong> Graduação emMeteorologia da UFPB foi criado pela ResoluçãoN o 10 - A/74 do CONSUNI (Anexo I) e o prof.Dr. João Batista Queiroz Carvalho, doDepartamento <strong>de</strong> Engenharia Civil, foi<strong>de</strong>signado coor<strong>de</strong>nador, tendo o primeirovestibular para ingresso no curso acontecidoem 1974. Suas ativida<strong>de</strong>s foram iniciadas noprimeiro período letivo <strong>de</strong> 1974. Foi, também,Outros professores foram incorporados aogrupo <strong>de</strong> Meteorologia nos anos <strong>de</strong> 1976 a1979, Arthur Julião da Silva, Gleryston Holanda<strong>de</strong> Lucena, Hukun Singh Rathor, Juan CarlosCeballos, Koyott Raghavan, Manoel FranciscoGomes Filho, Margrit Henriette Nitzsche, MárioA<strong>de</strong>lmo Varejão-Silva, Tantravahi VenkataRamana Rao, Jerko Val<strong>de</strong>rrama e Zenai<strong>de</strong> RosaSobral. Esse período foi <strong>de</strong> implantação econsolidação dos cursos <strong>de</strong> Graduação eMestrado e do Núcleo <strong>de</strong> Meteorologia Aplicada– NMA, o que culminou com a criação doDepartamento <strong>de</strong> Ciências Atmosféricas.Os professores <strong>de</strong> Meteorologia criaram oNMA em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1976. O NMA serviu paraassegurar recursos financeiros para a execução<strong>de</strong> trabalhos técnicos e <strong>de</strong> pesquisa emMeteorologia e para equipar a UFPB commaterial permanente e equipamentoscientíficos. Em 1987, o NMA teve suasativida<strong>de</strong>s incorporadas ao DCA. Antes mesmoda criação do DCA, os professores do NMAcriaram o Curso <strong>de</strong> Mestrado em Meteorologiaem maio <strong>de</strong> 1978.O Decreto Nº 82.517 <strong>de</strong> 30 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong>1978, do Conselho Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Educação,conce<strong>de</strong>u o reconhecimento ao Curso <strong>de</strong>Graduação em Meteorologia da Universida<strong>de</strong>Fe<strong>de</strong>ral da Paraíba.Em março <strong>de</strong> 1979, os professores <strong>de</strong>Meteorologia passaram ao Departamento <strong>de</strong>Mineração e Geociências e, em 19 <strong>de</strong> novembro<strong>de</strong> 1979, criaram o Departamento <strong>de</strong> CiênciasAtmosféricas. O prof. Oribe Aragão, que haviacoor<strong>de</strong>nado o Grupo <strong>de</strong> Meteorologia comoSub-Chefe do Departamento <strong>de</strong> Mineração eGeociências e era o Coor<strong>de</strong>nador do NMA naépoca, foi indicado para presidir a primeiraeleição <strong>de</strong> Chefe e Sub-Chefe do DCA no dia 20<strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1979. Foram eleitos paraesses cargos, respectivamente, o prof. MárioA<strong>de</strong>lmo Varejão-Silva e o próprio prof. JoséOribe Rocha <strong>de</strong> Aragão.Importante <strong>de</strong>stacar que foram osprofessores do NMA e DCA que promoveram o1 o Congresso Brasileiro <strong>de</strong> Meteorologia(CBMET), realizado em Campina Gran<strong>de</strong>, em32


outubro <strong>de</strong> 1980. Trabalharam na preparaçãodo 1 o CBMET os professores José Oribe Rocha<strong>de</strong> Aragão, Juarez Farias <strong>de</strong> Lima, ManoelFrancisco Gomes Filho, Marcos Alberto <strong>de</strong>Andra<strong>de</strong> e Tantravahi Venkata Ramana Rao.Nesse congresso foi reativada a Socieda<strong>de</strong>Brasileira <strong>de</strong> Meteorologia (SBMET). Em<strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 2003, a CAPES autorizou acriação do Doutorado em Meteorologia da UFCGtendo sido selecionados, já em março <strong>de</strong> 2004,sete estudantes para a turma pioneira doDoutorado recém-criado pelos professores doDCA-UFCG.Os professores do DCA e os alunos doscursos envolvidos dispõem da infra-estruturanecessária para:• Colaborar com várias instituições <strong>de</strong>pesquisas no Brasil e no exterior;• Acessar dados e informações sobre aspesquisas em <strong>de</strong>senvolvimento noBrasil e no exterior, inclusive viaInternet;• Receber dados e previsões <strong>de</strong> tempo eclimáticas <strong>de</strong> instituições nacionais eestrangeiras;• Desenvolver pesquisas nas áreas <strong>de</strong>sinótica-dinâmica da atmosfera,mo<strong>de</strong>lagem numérica, agrometeorologiae micrometeorologia em váriossítios experimentais (nos estados daBahia, Pernambuco, Paraíba, RioGran<strong>de</strong> do Norte e Amazonas, <strong>de</strong>ntreoutros), climatologia estatística,radiação atmosférica, sensoriamentoremoto aplicado, processamento <strong>de</strong>imagens <strong>de</strong> satélites e outras áreas,inclusive em áreas oceânicas.• Receber e processar imagensmeteorológicas <strong>de</strong> satélites <strong>de</strong>instituições nacionais e estrangeiras;• Desenvolver, testar e integrar mo<strong>de</strong>los<strong>de</strong> meso-escala e analisar resultados<strong>de</strong> mo<strong>de</strong>los <strong>de</strong> circulação geral daatmosfera;• Colocar à disposição da comunida<strong>de</strong>acadêmica e científica, e <strong>de</strong> usuáriosem geral, os resultados <strong>de</strong> pesquisas,metodologias <strong>de</strong>senvolvidas e serviços.O esforço da UFCG tem sido recompensadopelo nível <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> seusmeteorologistas, pelo envolvimento dos seusprofessores nos programas em Meteorologiaem níveis regional, nacional e internacional, epelas publicações em periódicos nacionais einternacionais.Portanto, em seus 29 anos, po<strong>de</strong>mos dizerque o Departamento <strong>de</strong> Ciências Atmosféricastem sido um dos principais órgãos responsáveispelo <strong>de</strong>senvolvimento da Meteorologia comoCiência no Brasil.O DCA possui na sua estrutura:• Laboratório <strong>de</strong> Meteorologia Sinótica -LMS,• Laboratório <strong>de</strong> InstrumentaçãoMeteorológica,• Laboratório <strong>de</strong> Processamento <strong>de</strong>Informações Meteorológicas - LAPIM,• Laboratório <strong>de</strong> Apoio à Pesquisa Microe Agrometeorológica - LAPEMA,• Laboratório <strong>de</strong> Mo<strong>de</strong>lagem eDesenvolvimento - LMD.• Estações Meteorológicas <strong>de</strong> Superfície:Automática e Convencional.O Departamento <strong>de</strong> Ciências Atmosféricasapresenta as seguintes linhas <strong>de</strong> pesquisa:• Sinótica/Dinâmica da AtmosferaTropical;• Agrometeorologia;• Climatologia;• Meteorologia Física;• Sensoriamento Remoto Aplicado;• Radiação Solar e Atmosférica;• Processamento <strong>de</strong> Imagens;• Biometeorologia.O objetivo do Curso <strong>de</strong> graduação é formarprofissionais <strong>de</strong> nível superior, capazes <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolver, orientar e aplicar técnicas doconhecimento da constituição e dasproprieda<strong>de</strong>s da atmosfera terrestre bem comodos mecanismos que nela atuam.O Curso <strong>de</strong> Graduação em Meteorologia daUFCG formou 155 (cento e cinqüenta e cinco)profissionais até 2004 (Figura 3). Um altopercentual, cerca <strong>de</strong> 88,6%, encontram-seefetivamente trabalhando na área, enquantoque os 11,4% restantes infelizmente não sedispõem <strong>de</strong> informações atualizadas sobre osmesmos.Alguns alunos do Programa PIBIC(Programa <strong>de</strong> Bolsas <strong>de</strong> Iniciação Científica) eprofessores do Curso também interagem com aEMBRAPA (Empresa Brasileira <strong>de</strong> PesquisaAgropecuária, Semi-Árido) - CNPA (CentroNacional do Algodão) e CPATSA (Centro <strong>de</strong>Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-árido),na condução <strong>de</strong> experimentosagrometeorológicos. Através do programaREVIZEE (Recursos Vivos da Zona EconômicaExclusiva), dos Ministérios do Meio Ambiente eda Marinha, além <strong>de</strong> alunos e professores doCurso que participaram <strong>de</strong> experimentosmeteorológicos a bordo do navio oceanográficoANTARES da Marinha do Brasil.33


121110987654321019791980198119821983198419851986198719881989199019911992199319941995199619971998199920002001200220032004PeríodoFigura 3 – Número <strong>de</strong> alunos formados no Curso<strong>de</strong> Meteorologia no período 1979 a 2004.O corpo docente do Curso ministradisciplinas na graduação, participa <strong>de</strong>programas <strong>de</strong> Iniciação Científica, orientatrabalhos <strong>de</strong> graduação e vem participando doCurso <strong>de</strong> Especialização em MétodosEstatísticos Aplicados à Meteorologia eClimatologia, oferecido pelo DCA a cada doisanos. Os professores, todos com titulação <strong>de</strong>doutor, ministram aulas e orientamdissertações e teses no Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação em Meteorologia. Os professores doDCA também ministram aulas e orientam tesesno Doutorado em Recursos Naturais, além <strong>de</strong>contribuir na Pós-Graduação <strong>de</strong> EngenhariaAgrícola.A Pós-Graduação em Meteorologia da UFCG<strong>de</strong>stina-se à formação <strong>de</strong> Docentes,Pesquisadores e Profissionais especializadosem Meteorologia, <strong>de</strong> acordo com o que dispõe aLegislação Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Ensino Superior. NoMestrado e Doutorado em Meteorologia, oDepartamento vem consolidando suas linhas <strong>de</strong>pesquisa nas seguintes áreas <strong>de</strong> Atuação:Previsão do Tempo e Clima, Gerenciamento dosRecursos Hídricos, Agricultura e Pecuária,Indústria e Comércio, Construção e Urbanismo,Transportes e Lazer, Meio Ambiente e MedicinaPreventiva.Há duas Áreas <strong>de</strong> Concentração:1. Meteorologia <strong>de</strong> Meso e Gran<strong>de</strong>sEscalas;2. Agrometeorologia e Micrometeorologia.Avaliação pelo Guia do Estudante:• Graduação em Meteorologia - ****Conceitos da CAPES:• Mestrado em Meteorologia – Nível 5• Doutorado em Meteorologia – Nível 4• Doutorado em Recursos Naturais – Nível 4Corpo Docente:O corpo docente do DCA, composto pordoutores, é formado pelos seguintesprofessores efetivos:• Bernardo Barbosa da Silva (Dr., UFPB)• Célia Campos Braga (Dra., UFPB)• Enilson Palmeira Cavalcanti (Dr., UFPB)• Enio Pereira <strong>de</strong> Souza (Dr., USP)• Francisco <strong>de</strong> Assis S. <strong>de</strong> Sousa (Dr., USP)• José Ivaldo Barbosa <strong>de</strong> Brito (Dr., UFPB)• Kamada Karuna Kumar (Ph.D., Índia)• Magaly <strong>de</strong> Fátima Correia (Dra., USP)• Manoel Francisco Gomes Filho (Dr., UFPB)• Maria Regina da Silva Aragão (Ph.D., USA)• Pedro Vieira <strong>de</strong> Azevedo (Ph.D., USA)• Renilson Targino Dantas (Dr., USP)• Rômulo da Silveira Paz (Dr., UFPB)• Sukaran Ram Patel (Ph.D., India)• Tantravahi V. Ramana Rao (Ph.D., USA)• Vicente <strong>de</strong> Paula R. da Silva (Dr. UFPB)Mais informações:Prof. Dr. Renilson Targino DantasChefeDepartamento <strong>de</strong> Ciências Atmosféricas -DCA Centro <strong>de</strong> Tecnologia e RecursosNaturais - CTRNUniversida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Campina Gran<strong>de</strong> –UFCGFone/FAX: (083) 3310 1202http://www.dca.ufcg.edu.brE-Mail: renilson@dca.ufcg.edu.brProf. Dr. Bernardo Barbosa da SilvaCoor<strong>de</strong>nadorPrograma <strong>de</strong> Pós-Graduação em MeteorologiaCTRN – UFCGFone: (083) 3310 1054E-Mail: bernardo@dca.ufcg.edu.brProf. Dr. Tantravahi Venkata Ramana RaoCoor<strong>de</strong>nadorCurso <strong>de</strong> Graduação em MeteorologiaFone: (083) 3310 1031E-Mail: ramana@dca.ufcg.edu.brEn<strong>de</strong>reço para correspondência:Av. Aprígio Veloso, 882.Bairro: Universitário,58.109-970 - Campina Gran<strong>de</strong>, PB Fone/fax(0xx83) 3310-120234


ReflexõesValorização e Respeito Profissional:Até que ponto os Meteorologistas <strong>de</strong>vem se submeteraos baixos salários?O Instituto Nacional <strong>de</strong> Meteorologia(INMET) é órgão pertencente ao Ministério daAgricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),responsável pela Meteorologia no Brasil,representando o país junto à OrganizaçãoMeteorológica Mundial (OMM).O INMET conta com avançada tecnologia<strong>de</strong> recepção <strong>de</strong> imagens <strong>de</strong> satélites. Sofisticadossupercomputadores, que operam, por exemplo, oMo<strong>de</strong>lo Brasileiro <strong>de</strong> Alta Resolução (MBAR),mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> previsão numérica do tempo com amais alta resolução para a América Latina.Atualmente, o INMET possui cerca <strong>de</strong> 400estações meteorológicas entre climatológicasprincipais, agrometeorológicas e auxiliares,distribuídas no território nacional, além <strong>de</strong> 13estações aerológicas, para a medição em altitu<strong>de</strong>dos ventos, temperatura e umida<strong>de</strong>.É assim que o INMET busca todos osrecursos, humanos e tecnológicos, num processocontínuo <strong>de</strong> aperfeiçoamento, para assegurar aconfiabilida<strong>de</strong> necessária às informações sobre otempo e clima disponibilizando, e garantindo aqualida<strong>de</strong> e o profissionalismo <strong>de</strong> seus serviços(extraído da página www.inmet.gov.br).Pois bem, neste último dia 12/12/05, estemesmo INMET lançou um edital <strong>de</strong> concursopúblico para contratação imediata e cadastro <strong>de</strong>reserva <strong>de</strong> 29 Meteorologistas, com um salárioinicial <strong>de</strong>, por incrível que pareça, R$ 1.340,27para meteorologistas graduados(www.inmet.gov.br/Inmet_Edital.pdf). É <strong>de</strong>stamaneira que o INMET busca a confiabilida<strong>de</strong>necessária nas previsões, quando ele mesmo nãoinveste num salário digno para os própriosMeteorologistas? Será que os 17 Meteorologistasque forem aprovados para as vagas em Brasíliaconseguirão se manter <strong>de</strong> forma digna na capitalbrasileira? Creio que não!O INMET tem recebido investimentosgran<strong>de</strong>s nos últimos anos, construiu um gran<strong>de</strong>laboratório em Brasília, que está sub utilizado porfalta <strong>de</strong> pessoal, milhões <strong>de</strong> reais gastos, emequipamentos, que serão utilizados pelos futurosconcursados. Tanto investimento gasto emlaboratórios, necessários, diga-se <strong>de</strong> passagem,po<strong>de</strong>m não ser utilizados em sua plenitu<strong>de</strong>.Primeiro pelas poucas vagas abertas, seriamnecessárias o dobro <strong>de</strong> Meteorologistas para plenofuncionamento <strong>de</strong>ste laboratório, e segundo,claro, pelo salário baixo, abaixo até do saláriomínimo exigido pelo CREA, autarquia que orientae fiscaliza o exercício profissional dosMeteorologistas, que seria <strong>de</strong> R$ 2.700,00, para acarga horária <strong>de</strong>scrita no edital.A <strong>de</strong>cepção é maior quando vemos nosjornais anúncios <strong>de</strong> outros concursos públicos, noqual o salário inicial e bem superior a este, sendonecessário apenas o segundo grau. Nada contra ossalários maiores, mas <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 20 anos <strong>de</strong>espera <strong>de</strong> concurso para o INMET, isso mesmo oúltimo concurso foi realizado em 1985, esperavaseque o INMET respeitasse mais osMeteorologistas, já que estes profissionais são osresponsáveis pela previsão e acompanhamento dotempo e clima, objetivo fim do INMET.Nós Meteorologistas gostaríamos que, aomenos o INMET, o órgão maior da Meteorologia noBrasil, valorizasse melhor o profissional, dando aele um salário digno, para que os Meteorologistaspu<strong>de</strong>ssem fazer seu trabalho tão necessário para asegurança e crescimento do País, haja vista oseventos recentes que causaram tantos prejuízosfinanceiros e calamida<strong>de</strong>s públicas, <strong>de</strong>correntes <strong>de</strong>fenômenos como o Furacão Catarina ou mesmopor sistemas comuns que assolam as cida<strong>de</strong>sbrasileiras, causando enchentes e quedas <strong>de</strong>barreiras.Os meteorologistas pe<strong>de</strong>m socorro. Parauma boa previsão não basta ter equipamentoscaros e sofisticados, para isso também se faznecessário pessoal qualificado e, repetimos, quereceba um salário DIGNO. Salário este quepermita aos Meteorologistas não necessitarem abusca <strong>de</strong> outras fontes para a complementaçãosalarial, e que, ai sim, façam seu trabalho,trabalho este tão importante e necessário para ocrescimento e segurança <strong>de</strong> nosso país.Para concluirmos, encerramos estareflexão <strong>de</strong>ixando os seguintesquestionamentos: Por que, on<strong>de</strong> fracassamas pessoas, as instituições <strong>de</strong>vem serpenalizadas? Até quando iremos agüentarcalados e não reagiremos a estassituações?Os Editoresinfo@unemet.al.org.br35


Sala <strong>de</strong> LeituraLançamentosEL CAMBIO CLIMÁTICO GLOBALLibros <strong>de</strong>l ZorzalVicente R. BarrosMICROMETEOROLOGIA: TÓPICOSGERAISEditora e Gráfica Universitária - UFPELCláudia Rejane Jacondino <strong>de</strong> CamposNeste pequeno livro <strong>de</strong> bolso, o Dr.Vicente Barros, conhecido pesquisador argentinona área <strong>de</strong> climatologia, explica e analisa emlinguagem simples e com rigor científico as causase os efeitos da mudança climática.O livro consta <strong>de</strong> onze capítulos. Oprimeiro capítulo é uma breve introdução aostemas tratados, com uma concisa e claraexposição do problema da mudança climática, ascertezas e incertezas existentes, as possíveisconseqüências futuras assim como os interessesdos grupos envolvidos e suas reações aoproblema. Os capítulos <strong>de</strong> 2 a 8 <strong>de</strong>screvem osistema climático, as causas da variabilida<strong>de</strong>climática, os gases <strong>de</strong> efeito estufa e aerossóis, amudança climática no período industrial no séculoe as perspectivas tecnológicas para enfrentarestas mudanças. O autor não só trata nestasseções dos temas técnico-científicos, comotambém <strong>de</strong> algumas conseqüências econômicosociais<strong>de</strong> episódios climáticos extremos dopassado.O capitulo 9 é uma análise provocativados interesses setoriais, i<strong>de</strong>ológicos e nacionaisafetados por estas mudanças, discutindo conceitostais como a equida<strong>de</strong> na mitigação <strong>de</strong> emissões. Odécimo capítulo <strong>de</strong>screve as respostasinstitucionais incluindo a Convenção Marco dasNações Unidas sobre a Mudança Climática, oProtocolo <strong>de</strong> Quioto, o IPCC e O GEF. Asconclusões são dadas no Capitulo 11 <strong>de</strong>stacandosea inevitabilida<strong>de</strong> da mudança climática, ainsustentabilida<strong>de</strong> do sistema consumista atual e anecessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> começar o quanto antes asmedidas <strong>de</strong> adaptação. Inclui um breve Glossáriocom o significado <strong>de</strong> termos técnicos.Tem 172 páginas. Maiores informações em:http://www.<strong>de</strong>lzorzal.com.arO livro Micrometeorologia: tópicos gerais,<strong>de</strong> autoria da professora Cláudia Jacondino <strong>de</strong>Campos, pesquisadora da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong>Meteorologia da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>de</strong> Pelotas edoutora em Física da Atmosfera pela Universida<strong>de</strong>Paul Sabatier, da França foi lançado em abril <strong>de</strong>2005. O livro foi editorado por Camila Pinho daSilveira e Marina Fonseca Seelig, mestres emMeteorologia pelo Programa <strong>de</strong> Pós-Graduação emMeteorologia da UFPEL. O projeto gráfico dotrabalho ficou a cargo <strong>de</strong> Rafael Lu<strong>de</strong>r, <strong>de</strong>signergráfico. A obra é recomendada para alunos doscursos <strong>de</strong> graduação e pós-graduação emmeteorologia e é uma compilação <strong>de</strong> assuntosabordados nas disciplinas relacionadas àMeteorologia <strong>de</strong> microescala.Os tópicos abordados no livro são:Introdução ao estudo da micrometeorologia;Escoamento laminar <strong>de</strong> um fluido; escoamentoturbulento <strong>de</strong> um fluido; Processos <strong>de</strong> difusão.Maiores Informações po<strong>de</strong>m ser obtidas viae-mail:editoraufpel@uol.com.br ou pelo telefone:(0xx53) 3227-830036

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