CapaSatélites Meteorológicos:Como ajudam na Previsão do TempoFoto: Google Imagenssatélite artificial é um corpo lançado da superfície terrestre que circulaUmou orbita em torno da Terra. O que permite que o satélite não caia pelaação da força da gravida<strong>de</strong> e fique “suspenso” no espaço é o equilíbrioque se produz entre a força gravitacional, que puxa o satélite parabaixo, e a força <strong>de</strong> inércia, que, neste caso, chama-se força centrífuga, aqual ten<strong>de</strong> a afastar o satélite ou “empurrá-lo” para fora. Para lançar os satélites sãousados foguetes ou lançadores espaciais, que fazem duas coisas: levar o satélite àaltura a qual tem que orbitar, e dar-lhe o impulso necessário para que equilibre a forçada gravida<strong>de</strong>; isto é, para que apareça uma força centrífuga que equilibre a forçagravitacional.Em função <strong>de</strong> suas aplicações,po<strong>de</strong>mos falar <strong>de</strong> satélites <strong>de</strong>telecomunicações, meteorológicos, <strong>de</strong>navegação, militares, <strong>de</strong> observação da Terra,científicos e ambientais, principalmente.Estes ajudam em diversas ativida<strong>de</strong>shumanas como:• navegação. Conseguiram, por exemplo, quese tenha encurtado o tempo <strong>de</strong> navegação, aopo<strong>de</strong>r visualizar e eleger zonas livres <strong>de</strong> gelo.• observação dos recursos naturais. Ossatélites ERTS (Earth Resources TechnologySatellite) localizam recursos naturais, comojazidas minerais, campos petrolíferos, bancos<strong>de</strong> pesca, etc.O estado do meio-ambiente. Entre ossatélites <strong>de</strong> observação mais conhecidos estãoos satélites Landsat, que permitiram terimagens do espaço <strong>de</strong> toda a superfície daTerra. Além <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar a vegetação, asimagens <strong>de</strong> Landsat mostram como muda oterreno com o tempo. O crescimento dascida<strong>de</strong>s, a diminuição das florestas tropicais edos campos cultivados, a queda <strong>de</strong> umaquantida<strong>de</strong> mais ou menor <strong>de</strong> chuva, asinundações dos rios,… aparecem claramentenas fotografias Landsat da mesma área tomadaem momentos diferentes.Também permitem ver a evolução dascostas, das praias, estudar as manchas <strong>de</strong>contaminação em alto mar, estudar as nuvenspoluidoras das indústrias, ou dos vulcões, o<strong>de</strong>sflorestamento, a <strong>de</strong>sertificação, a evolução<strong>de</strong> pragas, o seguimento dos cultivos,vigilância, etc.16
Os satélites levam a bordo diferentescâmaras <strong>de</strong> observação, semelhantes àscâmaras fotográficas digitais que todosconhecemos. Umas são câmaras “quase”normais, que vêem o mesmo que po<strong>de</strong> ver oolho humano; outras são câmarasinfravermelhas, capazes <strong>de</strong> captar o caloremitido pela Terra.Em que consiste uma câmarainfravermelha? Se o ser humano olha para umarco íris ver que tem um espectro <strong>de</strong> cor, umabanda <strong>de</strong> cores que vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o vermelho aoazul. Não obstante, e ainda que não se possaver, antes do vermelho e <strong>de</strong>pois do azulexistem outras cores, invisíveis ao olhohumano. Antes do vermelho, em particular,encontra-se o que se chama <strong>de</strong> infravermelho.Em geral, se vê as coisas que nosro<strong>de</strong>iam graças à luz que refletem. Poucascoisas emitem luz visível: o Sol, as estrelas, ofogo, lustres, focos… No entanto, todas ascoisas estão emitindo luz infravermelha, isto é,todos os corpos são “lustres” <strong>de</strong> luzinfravermelha, tanto mais intensa quanto maisquente estão. Isto permite que, através <strong>de</strong>câmaras especiais capazes <strong>de</strong> captar este tipo<strong>de</strong> luz, possa-se analisar e estudarproprieda<strong>de</strong>s dos objetos, das coisas, que asimples vista, não são observáveis.Por exemplo, olhando com umacâmara infravermelha a superfície do mar,po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>tectar a presença <strong>de</strong> correntes <strong>de</strong>água fria ou quente; olhando com uma câmarainfravermelha uma gran<strong>de</strong> superfície vegetal ouum tipo <strong>de</strong> cultura se po<strong>de</strong> estudar a existênciaou não <strong>de</strong> pragas, ou analisar o momento <strong>de</strong>maturação no qual se encontra a cultura.Além disso, os satélites dispõem <strong>de</strong>outros sistemas <strong>de</strong> análises e observação queesten<strong>de</strong>m as possibilida<strong>de</strong>s do olho humano.Um <strong>de</strong>stes sistemas é o <strong>de</strong> observação porradar. Para se ter uma idéia do funcionamento<strong>de</strong> um radar, po<strong>de</strong>mos fazer uma simplesanalogia. Possivelmente andando alguma vezpela montanha, ou diante <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong>edifício, alguém já observou o fenômeno doeco. Quando se <strong>de</strong>r um grito em um breveinstante se ouvirá o próprio grito; isto sechama eco. O que ocorre é que o som da voz,ao chegar à pare<strong>de</strong> da montanha ou <strong>de</strong> umgran<strong>de</strong> edifício, bate e regressa aos nossosouvidos. Me<strong>de</strong>-se o tempo do som em ir e vir, eassim se po<strong>de</strong> ter uma idéia da distância à quese encontra o objeto o qual foi batido.Este sistema, ainda que <strong>de</strong> um modomais sofisticado, é o que utilizam algunsanimais como os morcegos para “ver” seumeio. Os morcegos emitem pequenos gritos, <strong>de</strong>um som inaudível chamado ultra-som, eme<strong>de</strong>m as modificações que se produzemnesse som e o tempo que o mesmo <strong>de</strong>mora emir e voltar. A partir <strong>de</strong>sta informaçãoconseguem fazer-se uma imagem do meio.Os satélites fazem algo similar ao quefazem os morcegos, mas não utilizam som. Noespaço não se propaga o som, assim o queemitem são ondas eletromagnéticas, ondasconhecidas como microondas. Os satélitesemitem pulsos <strong>de</strong> microondas e me<strong>de</strong>m otempo que estes pulsos <strong>de</strong>moram em ir eregressam e, além disso, me<strong>de</strong>m asmodificações que sobre esse pulso seproduziram. Os tempos <strong>de</strong> ida e volta <strong>de</strong>sses“gritos” <strong>de</strong> microondas, e as modificações quese produzem em suas qualida<strong>de</strong>s dão aossistemas <strong>de</strong> radar informação sobre a superfícieda Terra. Portanto, com os sistemas <strong>de</strong>câmaras infravermelhas e <strong>de</strong> radar po<strong>de</strong>-seobservar e estudar coisas que o olho humanonão percebe.As Órbitas dos SatélitesOs satélites artificiais giram em tornoda Terra conforme a lei <strong>de</strong> gravitação universal<strong>de</strong>scrita por Newton e seguem as Leis <strong>de</strong>Keppler.a- Leis <strong>de</strong> Gravitação e <strong>de</strong> KepplerA Lei <strong>de</strong> Gravitação Universal nos dizque a força <strong>de</strong> atração <strong>de</strong> dois corpos estárelacionada com a massa e distância entre osmesmos. Maior massa e menor distância, maioratração.A primeira lei <strong>de</strong> Keppler diz que asórbitas dos planetas são "elipses" e que o Solocupa um <strong>de</strong> seus focos. A segunda relaciona otrajeto (órbita) do planeta com o tempo quetarda em percorrê-lo e diz que um planetavarre áreas iguais em tempos iguais. A terceirarelaciona o tempo que tarda um planeta empercorrer sua órbita com a distância média aoSol, manifestando que o tempo <strong>de</strong> percurso émaior quanto maior seja a distância Planeta-Sol. Apesar <strong>de</strong> estarmos falando <strong>de</strong> planetas(Figura 1), estas leis são regidas para qualquercorpo que orbite em torno <strong>de</strong> outro no espaço,por exemplo, os satélites artificiais e a Terra(Camurse, 2005) 1 .b- Tipos <strong>de</strong> Órbitas dos SatélitesDe acordo com a ação que o satélite<strong>de</strong>va realizar no espaço se po<strong>de</strong>m classificarquatro tipos fundamentais <strong>de</strong> órbitas:1 - Hiperbólica ou aberta, que se utilizano lançamento do satélite e o permite escapardo solo mediante uma velocida<strong>de</strong> inicial.2 - Heliossíncrona ou fechada, na qualo plano <strong>de</strong> translação do satélite contémsempre ao Sol e compensa a translação daTerra in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>de</strong> sua rotação.3 - Geossíncrona, também fechada,on<strong>de</strong> a velocida<strong>de</strong> <strong>de</strong> translação do satélite éigual a <strong>de</strong> rotação da Terra.4 - De gran<strong>de</strong> excentricida<strong>de</strong>, que seutiliza como órbitas <strong>de</strong> transferência, para selivrar da órbita fechada.1 Camurse, G.D., 2005. Generalida<strong>de</strong>s sobre SatélitesMeteorológicos. Extraído da páginahttp://www.geocities.com/EnchantedForest/Gla<strong>de</strong>/8952/satel.html17