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a dança indígena na configuração do estilo de vida e lazer na ...

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1. INTRODUÇÃOO presente estu<strong>do</strong> enfoca as investigações da dança indíge<strong>na</strong> <strong>na</strong> configuração <strong>de</strong> um <strong>estilo</strong><strong>vida</strong> e <strong>lazer</strong> como elemento <strong>de</strong>cisivo <strong>na</strong> organização inter<strong>na</strong> <strong>do</strong> grupo muirakitã <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> da Zé<strong>do</strong>ca. Esses aspectos <strong>do</strong> <strong>estilo</strong> <strong>de</strong> <strong>vida</strong> e <strong>lazer</strong> se manifestam no cotidiano <strong>de</strong> <strong>vida</strong> da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>Zé <strong>do</strong>ca <strong>na</strong> forma <strong>de</strong> diversão que a festa possibilita compreen<strong>de</strong>r a partir <strong>do</strong>s hábitos, costumes,cenário, relações interpessoais e atributos simbólicos, representa<strong>do</strong>s por imagens ou realida<strong>de</strong> quedistingue os perso<strong>na</strong>gens. O princípio fundamental para <strong>de</strong>senvolver a pesquisa <strong>de</strong>lineou-seprimeiramente pela importância que a dança indíge<strong>na</strong> <strong>de</strong>marca significa<strong>do</strong>s e valores para osparticipantes e também pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> explorá-la em um espaço com características rural.Esta forma <strong>de</strong> <strong>lazer</strong> sugere vivências <strong>de</strong> um <strong>estilo</strong> <strong>de</strong> <strong>vida</strong> construí<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> preferênciasindividuais e coletivas que os participantes usufruem em um tempo disponível <strong>de</strong> ocupações,in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da condição social e econômica. As estilizações da <strong>vida</strong> no <strong>lazer</strong> a partir <strong>de</strong>ssamanifestação no gruo <strong>de</strong> dança muirakitã revelam aspectos <strong>de</strong> divertimento, trabalho, sentimentos,responsabilida<strong>de</strong>s, compromisso e memória <strong>do</strong>s brincantes, pessoas que no cotidiano da <strong>vida</strong> dacida<strong>de</strong> passam <strong>de</strong>spercebidas pelas suas profissões em ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ven<strong>de</strong><strong>do</strong>res, funcionáriospúblicos, comerciantes e pedreiros. Por ocasião <strong>do</strong> festejo junino essas pessoas assumemperso<strong>na</strong>gens imaginários e simbólicos <strong>na</strong> representação da dança indíge<strong>na</strong> estabelecen<strong>do</strong> em cada“pedaço” da festa uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> relações sociais. Percorrer o caminho da dança indíge<strong>na</strong> em “casa” e“fora <strong>de</strong> casa” será importante para observar os elementos provenientes da dinâmica da dança, asinterações entre participantes, relações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>s, a alegria, a crença e <strong>de</strong>voção <strong>de</strong>monstrada emações <strong>de</strong> compromisso, responsabilida<strong>de</strong> e emoções que caracterizam a unida<strong>de</strong> <strong>do</strong> grupo <strong>na</strong>sapresentações durante o festejo <strong>na</strong> cida<strong>de</strong>. As <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ções <strong>do</strong> <strong>lazer</strong> por meio da dança daindíge<strong>na</strong> realizadas no mês <strong>de</strong> junho nos festejo juninos <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Zé Doca constituem omomento mais alegre <strong>do</strong>s participantes em que o tempo disponível é <strong>de</strong>dica<strong>do</strong> à celebração <strong>do</strong>santo são João. Nesse perío<strong>do</strong>, as comunida<strong>de</strong>s situadas <strong>na</strong> zo<strong>na</strong> rural e nos bairros da cida<strong>de</strong>organizam os grupos <strong>de</strong> dança indíge<strong>na</strong> e bumba-meu-boi entre outras manifestações paraparticiparem <strong>do</strong>s festejos juninos da cida<strong>de</strong> com as apresentações em arraiais.A programação da festa, infra-estrutura, pagamentos <strong>de</strong> cachê, a liga profissio<strong>na</strong>l das brinca<strong>de</strong>irassão alguns <strong>do</strong>s elementos que englobam a festa e que atualmente confronta realida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>representação significativas <strong>de</strong> participação. Assim, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong> estão os participantes queaproveitam a festa para realizarem pagamento <strong>de</strong> promessas por graças alcançadas; <strong>do</strong> outro, opúblico, turistas ou não, que vêem a festa como um espaço <strong>de</strong> divertimento. O cenário festivorevela um ambiente favorável para as relações <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>, consumo, limpeza da cida<strong>de</strong>, fé erespeito, bem como <strong>de</strong>savenças, competiti<strong>vida</strong><strong>de</strong>, conflitos, etc., que cercam os participantesdurante o processo <strong>de</strong> construção <strong>de</strong>ssa festa, a ser aborda<strong>do</strong> nesse estu<strong>do</strong> com base <strong>na</strong>s reflexões<strong>de</strong> Mag<strong>na</strong>ni (1998), da Matta (1990), Bourdieu (1983), Saint-martin (1994), Stebbins (2007) eoutros, os quais ajudarão compreen<strong>de</strong>r o fenômeno.Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se os possíveis elementos envolvi<strong>do</strong>s <strong>na</strong> relação <strong>do</strong> <strong>estilo</strong> <strong>de</strong> <strong>vida</strong> e <strong>na</strong> vivência <strong>do</strong><strong>lazer</strong>, busca-se <strong>na</strong> perspectiva <strong>do</strong> <strong>lazer</strong> sério Stebbins (, 2007) fundamentação para refletir talrelação. Segun<strong>do</strong> stebbins, o <strong>lazer</strong> sério trata <strong>do</strong> interesse que o indivíduo, em seu tempodisponível, manifesta em realizar ati<strong>vida</strong><strong>de</strong>s que <strong>de</strong>senvolvam suas habilida<strong>de</strong>s, conhecimentos eexperiências.Investigar a Dança <strong>na</strong> configuração <strong>de</strong> um <strong>estilo</strong> <strong>vida</strong> <strong>do</strong> <strong>lazer</strong> como elemento <strong>de</strong>cisivo <strong>na</strong>organização inter<strong>na</strong> <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> dança indíge<strong>na</strong> possibilitará i<strong>de</strong>ntificar os fatores influentes <strong>na</strong>mudança ou preservação <strong>de</strong>ssa manifestação <strong>na</strong> comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>scrito por meio das vivências <strong>de</strong><strong>lazer</strong> e da organização inter<strong>na</strong> <strong>do</strong> grupo.A pesquisa qualitativa é fruto <strong>de</strong> questionários aplica<strong>do</strong>s ao participante da dança indíge<strong>na</strong> em ZéDoca realizadas no festejo junino, consi<strong>de</strong>rar-se-á como amostra os participantes <strong>do</strong> grupo da dançaindíge<strong>na</strong> muirakitã, durante o festejo junino. O estu<strong>do</strong> justifica-se <strong>na</strong> tentativa <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r a<strong>na</strong>tureza <strong>do</strong> fenômeno social da dança indíge<strong>na</strong> que <strong>de</strong>sperta interesses comuns entre pessoas <strong>de</strong>diversas localida<strong>de</strong>s que usufruem o seu tempo disponível para participarem da festa por minutos,

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