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A AGriCulTurA BrASilEirA - ResearchGate

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14 A Agricultura BrasileiraO primeiro desafio é definir corretamente as regiões rurais no Brasil, percebendoseas situações concretas além do critério legal. Esta redefinição surge a partir dacada vez mais aceita percepção de uma nova ruralidade, que estaria caracterizando odesenvolvimento agrário brasileiro, cujas facetas são abordadas por vários estudos.A seguir, após serem analisados os desempenhos daquelas regiões em termos degeração de renda e redução de pobreza e desigualdade, propõe-se uma tipologia depadrões de organização territorial, com diferentes estilos de desenvolvimento. O textoconclui contrapondo o formato de expansão econômica e produtiva com outraspossibilidades que possam convergir harmoniosamente para os imperativos citados.Ao final, sugere-se uma agenda de pesquisa que aprofunde o conhecimento sobreas possibilidades de um desenvolvimento socioambiental incorporador dos debatesmais recentes sobre o desenvolvimento das regiões rurais.O capítulo de autoria de Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros analisa a políticaagrícola desde os anos 1960. Ele mostra que as avaliações dos resultados depolíticas podem divergir em função do prazo considerado, pois é possível que políticasrecomendadas num determinado momento tornem-se indesejáveis em outro. Este éo caso, mencionado pelo autor como ilustração, das políticas que permitiram odesenvolvimento produtivo do Cerrado, as quais inicialmente tinham o efeitode distorcer a alocação de recursos. Mas, graças a vários fatores convergentes,os resultados colhidos atualmente são, em muitos aspectos, positivos. O autordestaca que o esforço para aumentar a disponibilidade de alimentos está longe deconcluir-se, tendo em vista que número próximo a um bilhão de pessoas aindanão possui o padrão mínimo de alimentação. Também acentua que há grandeênfase na produtividade como um fator essencial ao crescimento de longo prazo daagricultura. Contudo – apesar de se verificarem benefícios obtidos pela sociedadee progresso na implementação de diversas políticas sociais e econômicas –,os dados do Censo Agropecuário 2006 apontam a quase ausência do Estado nocumprimento de seu papel de apoio à agropecuária, principalmente nas regiõesmenos favorecidas e entre os produtores mais carentes. O autor registra, ainda, oalarmante grau de analfabetismo entre os agricultores, a escassa assistência técnicae o baixo acesso ao crédito rural.Guilherme Leite da Silva Dias, por sua vez, aponta em seu estudo as dificuldadesexperimentadas pela política agrícola no Brasil, e analisa com maior detalhe ofinanciamento rural. No início do trabalho, um dos pontos levantados, o qualpermeia aspectos posteriores, é a falta de confiança dos produtores rurais no censo,revelada pela nítida omissão de informações. O trabalho mostra, por exemplo, aexistência de subdeclaração de áreas, totalizando 1,6 milhão de hectares, quandoa pergunta se refere à receita obtida pelo estabelecimento. São discutidos tambémos contratos de gaveta, que se tornaram comuns no Brasil entre os agricultores ea indústria, e que garantem parte dos financiamentos. Estes contratos não podem

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