20inflamação desencadea<strong>da</strong> pela doença <strong>periodontal</strong> esse fluxo aumenta. A IgGestá presente nesse fluido e liga-se à bactéria alvo impedindo que penetre nainserção do periodonto, assim sendo, neutrófilos e macrófagos detectam, atacame destro<strong>em</strong>, com maior facili<strong>da</strong>de, os microrganismos patogênicos (PEAK, 2011).c) Fístula oronasalA fístula oronasal é observa<strong>da</strong> predominant<strong>em</strong>ente <strong>em</strong> cães de raçapequena e mais velhos, porém pode afetar qualquer raça, b<strong>em</strong> como os felinos.As periodontopatias são uma <strong>da</strong>s principais causas de seu surgimento(BIRCHARD & SHERDING, 1998).Segundo BELLOWS (2000), cães portadores de doença <strong>periodontal</strong>grave com erosão no vértice do osso alveolar, pod<strong>em</strong> apresentar fistulaçãooronasal, com ou s<strong>em</strong> a per<strong>da</strong> dentária.Os sinais clínicos associados à fístula oronasal são secreção nasalmucopurulenta ou sanguinolenta uni ou bilateral, episódios recorrentes deespirros, especialmente após a ingestão de alimentos, ocasionalmente anorexia ehalitose. O alimento ingerido pode passar através <strong>da</strong> fístula para o interior <strong>da</strong>cavi<strong>da</strong>de nasal, podendo causar rinite e, ocasionalmente, ser expelido pela narinaafeta<strong>da</strong>. Algumas fístulas oronasais discretas não causam sinais clínicos, sendodifícil identificá-las durante o exame físico de rotina (HARVEY & EMILY, 1993;BIRCHARD & SHERDING, 1998; BOLSON & PACHALY, 2004).Raramente observa-se resolução espontânea <strong>da</strong> fístula, sendo que, <strong>em</strong>geral, as mucosas <strong>da</strong>s cavi<strong>da</strong>des oral e nasal se un<strong>em</strong> ao redor <strong>da</strong>s margens <strong>da</strong>fístula, o que resulta numa comunicação oronasal permanente. O fechamentocirúrgico <strong>da</strong> fístula é o tratamento de escolha, sendo necessário r<strong>em</strong>over o denteacometido para um prognóstico favorável (BOLSON & PACHALY, 2004).2.2.2 Efeitos sistêmicosA associação entre doença <strong>periodontal</strong> e doença sistêmica foipostula<strong>da</strong> há mais de 100 anos (BARNETT, 2006). Desde então, muitos estudosv<strong>em</strong> sendo realizados, tanto na área humana quanto na veterinária,
21d<strong>em</strong>onstrando uma relação significativa entre as doenças. A periodontia médicaestabelece, por meio de evidências científicas, a real associação entre saúde<strong>periodontal</strong> e saúde sistêmica, determinando um eixo bidirecional no qual adoença <strong>periodontal</strong> pode influenciar negativamente a saúde geral de um indivíduoassim como as diversas patologias pod<strong>em</strong> afetar, tanto o estabelecimento como aprogressão <strong>da</strong>s doenças periodontais (BARNETT & HYMAN, 2006; DOUGLASS,2008).A infecção insidiosa dos componentes do periodonto é fonte deinfecção crônica e a resposta do hospedeiro resulta na produção local decitocinas e mediadores biológicos, como interleucinas e prostaglandinas, queinduz<strong>em</strong> ao aumento <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong>de vascular, ativação leucocitária, além deestimular a produção de anticorpos séricos (PAGE, 2000).O aumento <strong>da</strong> permeabili<strong>da</strong>de vascular altera a integri<strong>da</strong>de epitelial edurante a mastigação, devido à rica vascularização do periodonto e àsmicrolesões gengivais, tornando o ambiente favorável às endotoxinasbacterianas, normalmente lipopolissacarídeos <strong>da</strong> parede celular de bactériasgram-negativas, que se desprend<strong>em</strong> e ca<strong>em</strong> na corrente sanguínea, processoesse denominado bacter<strong>em</strong>ia. Esse processo pode resultar <strong>em</strong> respostaimunológica sistêmica, com graves distúrbios secundários, tais como bronquitecrônica, fibrose pulmonar, endocardiose, endocardite, nefrite intersticial,glomerulonefrite, hepatite, artrite, discoespondilite e meningite. Assim sendo,lesões contínuas <strong>em</strong> determinados órgãos poderão acarretar insuficiência de suafunção, podendo levar o animal à morte (GROVE, 1998; POLSIN, et al., 2004;PIHLSTROM et al., 2005; PACHALY, 2006; GIOSO, 2007; GORREL et al., 2007;TONETTI et al., 2007).Em um estudo <strong>em</strong> que foram avalia<strong>da</strong>s a cavi<strong>da</strong>de oral por meio denecrópsia de 45 cães, o resultado macro e microscópico indicou relaçãoestatisticamente significativa entre a gravi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> afecção oral e alteraçõessistêmicas, envolvendo coração, fígado e tecidos renais. A lesão desencadea<strong>da</strong>,<strong>em</strong> sua grande maioria, é proveniente <strong>da</strong> ação de substâncias libera<strong>da</strong>s pelopróprio animal (DEBOWES et al., 1996).RAMOS (2010) realizou um estudo <strong>em</strong> cães com doença <strong>periodontal</strong>,induzindo um trauma oral mediante procedimentos odontológicos, os resultados
- Page 2 and 3: iiTHAÍS DOMINGOS MENESESIMPLICAÇ
- Page 4 and 5: ivLISTA DE FIGURASFigura 1 Anatomia
- Page 6 and 7: 2vasos sanguíneos e linfáticos, d
- Page 8 and 9: 4Segundo LYON (1991) aproximadament
- Page 10 and 11: 6organização faz com quem elas se
- Page 12 and 13: 8nutricional da dieta para o contro
- Page 14 and 15: 10FIGURA 4 - Odontólitos nos dente
- Page 16 and 17: 12significativa. Há perda de mais
- Page 18 and 19: 14desencadeiam resposta antigênica
- Page 20 and 21: 16diminuindo, portanto, as implica
- Page 22 and 23: 18de ativar reações inflamatória
- Page 26 and 27: 22hematológicos e hemoculturas rev
- Page 28 and 29: 24associados com prevalência aumen
- Page 30 and 31: 262001; MOUTSOPOULOS & MADIANOS, 20
- Page 32 and 33: 283 CONSIDERAÇÕES FINAISÉ inques
- Page 34 and 35: 309. BOLSON, J.; PACHALY, J. R. Fí
- Page 36 and 37: 3225. DUPONT, G. A. Prevention of p
- Page 38 and 39: 3440. GIOSO, M. A. Odontologia para
- Page 40 and 41: 3656. HARVEY, C. E.; THORNSBERRY, C
- Page 42 and 43: 38peripheral blood of periodontitis
- Page 44 and 45: 4088. PIHLSTROM, B. L.; MICHALOWICZ
- Page 46: 42103. WIGGS, R. B.; LOPRISE, H. B.