12.07.2015 Views

Edima Aranha Silva - Campus de Três Lagoas

Edima Aranha Silva - Campus de Três Lagoas

Edima Aranha Silva - Campus de Três Lagoas

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Nesse contexto, se inserem bairros do extremo norte e setor oeste como ao sul dalinha férrea, estes, são tidos como “do outro lado da linha”, que invariavelmente são <strong>de</strong>sprovidos<strong>de</strong> infra estrutura e serviços urbanos. Essa diferenciação espacial e falta <strong>de</strong> dotação <strong>de</strong> serviçosmotiva o discurso <strong>de</strong> que a linha férrea consiste obstáculo, <strong>Aranha</strong>-<strong>Silva</strong> (2008, p.3) contrapõeque “aos políticos e <strong>de</strong>magogos a linha férrea não os impe<strong>de</strong> <strong>de</strong> irem à busca <strong>de</strong> votos <strong>de</strong> apoiodas centenas <strong>de</strong> famílias, que os elegeram”. Se os serviços urbanos são insuficientes <strong>de</strong>ve-se ao<strong>de</strong>scompromisso político e administrativo dos gestores públicos, os quais têm o papel <strong>de</strong>administrar a cida<strong>de</strong> em sua totalida<strong>de</strong> e não segmentada. Maricato (1996, p.56) elucida que:A segregação não é somente uma das faces mais importantes da exclusão social, mas parteativa e importante <strong>de</strong>la. À dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso aos serviços <strong>de</strong> infra-estrutura urbanossomam-se a menores oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> profissionalização, maior exposição á violência(marginal ou policial), discriminação racial, discriminação contra mulheres e crianças, difícilacesso à justiça oficial, difícil acesso ao lazer.A reprodução das cida<strong>de</strong>s segue a lógica atual do processo <strong>de</strong> reprodução do capital,que entra em contradição com a produção da cida<strong>de</strong> enquanto possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reprodução davida. A tendência são formas arquitetônicas mo<strong>de</strong>rnas e símbolos que caracterizam o progresso,contudo, nesse processo <strong>de</strong> mudanças rápidas, a cida<strong>de</strong> muitas vezes se torna vulnerável,metamorfoseada, cujas mudanças <strong>de</strong>stroem os referenciais, os indivíduos per<strong>de</strong>m sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.Sobre essa nova urbanização, enten<strong>de</strong>-se que o valor dos objetos supriu o valor doshomens e que as relações entre as pessoas são <strong>de</strong>terminadas pelas mercadorias. Ao analisar adinâmica territorial <strong>de</strong> Três <strong>Lagoas</strong> apreen<strong>de</strong>m-se significativas mudanças na sua forma,estrutura, paisagem e conteúdo social. Há <strong>de</strong> certo modo, uma segmentação espacial e dasclasses sociais, ou seja, intensifica o processo <strong>de</strong> segregação.A especulação imobiliária, a precarieda<strong>de</strong> ou falta <strong>de</strong> infra-estrutura e <strong>de</strong> serviçospúblicos intensificaram os problemas urbanos. Tem-se o entendimento <strong>de</strong> que com a segregaçãoas condições <strong>de</strong> acessibilida<strong>de</strong> aos serviços e equipamentos urbanos passam a ser diferenciadas,ou seja, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> da classe social e da capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo.A mudança nas relações entre os grupos sociais em Três <strong>Lagoas</strong> reflete, tanto sobre adinâmica territorial, quanto sobre a forma e a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> segregação, ou seja, no conteúdosocial da cida<strong>de</strong>. Essa segregação social se materializa no território por meio da segregaçãoespacial, posto que a territorialida<strong>de</strong> urbana “se dá em conflitos, a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>seja condiçõesmelhores <strong>de</strong> vida e o capital a valorização do espaço” (CARLOS, 2004).Uns sofrem a segregação forçada, são empurrados para a periferia e vão morar emáreas sem infra-estrutura e serviços básicos, enquanto que outros promovem a auto-segregação.Porque morar no Centro Principal já não é mais status, pois há uma profusão <strong>de</strong> lojas, veículos,414

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!