OPINIÃORodrigo Cordeiro é Diretor da AcquaConsultoria, Diretor da R3 Viagens eDiretor da Associação Brasileira deEmpresas de Eventos – RegionalSão Paulo (ABEOC – SP)NÃO HÁ MAISTEMPO A PERDER!Diferente das demais edições, este artigo opinião nãoé redigido por um técnico, pesquisador ou especialista,mas também por um apaixonado. Iniciei minha relaçãocom o setor de águas subterrâneas quando ingresseina Acqua Consultoria, empresa organizadora de eventosdo setor em 1996, que hoje dirijo e é responsável pelasecretaria da <strong>ABAS</strong>. Tornei-me leitor assíduo dos informativosda entidade, ainda no formato de boletim, acompanhandotodas as evoluções, até que em 2007 me torneimembro do Conselho Editorial desta revista, em parceriacom o Dr. Everton de Oliveira.Acredito que o desenvolvimento de um país está intimamenteligado à importância que a sua sociedade dá para osaneamento ambiental, no tripé: água, esgoto e lixo.A partir dos anos 90, temas ambientais entraram naspreocupações da sociedade. Ouvimos falar desustentabilidade, da possível falta de água para as próximasgerações, de mudanças climáticas; passamos anos comover com os impactos dos eventos extremose nos indignamos quando nos deparamos com pessoasque vivem no e do lixo ou sem acesso à água. Porémsão temas complexos e enquanto alguns especialistasafirmam que vivemos o aquecimento global, outrosafirmam que é resfriamento e questionam aindase pode ser global, diante da área de ocupação dasatividades humanas no planeta. São poucas as verdadesabsolutas!Fato é que a informação dinâmica, através de todosos seus meios, tornou a sociedade mais informada emais disposta a entender e opinar sobre este assunto.Aldo Rebouças dizia que “o problema das águas subterrâneasé que não são fotogênicas”. Permito-me estenderesse raciocínio para o saneamento ambiental deforma geral. Comumente as promessas são esquecidaslogo após as eleições. Este setor carece e merece atençãoe investimentos. E, quando falamos em investimento,falamos em bastante dinheiro e de forma contínua,só assim poder-se-á garantir a universalização do saneamento,de que tanto ouvimos.Levar água de qualidade significa gerar o mínimode qualidade de vida e subsistência. Coletar e trataro esgoto significa saúde e responsabilidade com aspróximas gerações.Agregar valor ao lixo etransformá-lo em produto é a única alternativa paraa questão de resíduos.O tempo de resposta do poder público precisa mudar.É necessário fomentar políticas públicas integradas,leis convergentes, fortalecer, valorizar e renovar os quadrosde órgãos gestores e ambientais.Não há mais tempoa perder!Estamos em ano eleitoral quando elegeremos prefeitose vereadores em todo o Brasil. Aí, sim, poderemosmensurar se continuamos votando nos políticostradicionais ou se a população passará a votar naquelesque se propõem a estudar, conhecer e agir nos entravesdo desenvolvimento sustentável. Será quandopoderemos pensar em um novo país, onde a sociedadeé respeitada pelos políticos por exercer corretamentea única forma de pressão que os move: o voto comdiscernimento.O Brasil ainda é muito desigual e essa jornada só começou.A condição promissora de estados mais desenvolvidosnão reflete a realidade nacional. Não é maisadmissível que dois terços da população ainda viva emcondições sub-humanas de higiene e qualidade de vida.Depois de 16 anos organizando os maiores congressose feiras do setor de infraestrutura e meio ambientepara diversas associações e sociedades e convivendocom seus diretores e associados diariamente, compostaspor pessoas brilhantes, afirmo que a comunidadetécnica e científica quando consultada, será a agenteda maior transformação nas corretas tomadas de decisãosobre os temas estruturais e ambientais. E o reflexodisso se dará na melhor qualidade de vida da populaçãoque finalmente terá o tão sonhado desenvolvimentosustentável.34 ÁGUA E MEIO AMBIENTE SUBTERRÂNEO SETEMBRO/OUTUBRO 2012
SETEMBRO/OUTUBRO 2012ÁGUA E MEIO AMBIENTE SUBTERRÂNEO 35