CONGRESSO <strong>SET</strong> 2011TEMAS EM DESTAQUEFotos AndresFotos AndresPalestrantes apresentam o SEMINÁRIO INTERNACIONALPor José Carlos AronchiISDB: o estado da arteO Seminário Internacional apresentou o estadoatual do ISDB no Brasil e em outros paísesque adotam esse padrão de TV digital.Um painel com representação expressiva,intermediado por Olimpio Franco, que destacouas ações de países da América Latinaque adotaram o sistema. O representantedo Chile, Roberto Plass, ressaltou o poderdo mercado de radiodifusão que arrecada51 por cento dos investimentos em publicidadepara as sete redes nacionais chilenas,distribuídos por 18 canais locais e 70 canaisindependentes. Oito canais já possuemtransmissores digitais ISDB-T B. O plano deimplantação da digitalização passa atualmentepela definição do modelo de negócio,uma vez que parte dos 6 MHz está previstopara utilização de serviços para terceiros.Respeito ao consumidor e serviço públicode emergênciaUma importante fase está em curso. É éda orientação do consumidor para ajudarna decisão da compra dos receptores.Para isso, o governo passou a certificar osreceptores que atendem completamenteao padrão. Foi criado um selo para essesreceptores, com o apoio dos fabricantes,para dar segurança ao consumidor que adquireo produto. “Isso é uma parceria comos fabricantes, é uma certificação oficial doproduto para TVD. Existem 179 receptorescertificados com o selo de qualidade queatendem às especificações. Está ocorrendoum “boom” para essa certificação”. Outramedida para difusão da TVD no Chile é oshow room móvel, uma van com receptorese pessoal para demonstrar e tirar dúvidasde cerca de 800 pessoas por dia.Em curto prazo, outros eventos massivosestão sendo planejados. São missões técnicasde aperfeiçoamento dos profissionais,financiamentos para digitalização de emis-14
soras e desenvolvimento do parque técnico.A TV digital terá outra aplicação muito importantepara aquele país: a implementaçãode alerta de emergência para avisar a populaçãosobre os distúrbios climáticos quetêm provocado desastres e destruído cidadeschilenas nos últimos anos.O presidente do Fórum do SBTVD, RobertoFranco, ressaltou a colaboração estreitacom o Japão, lembrando que à época daescolha do padrão brasileiro de TV digital,foi o único país que aprovou a troca e transferênciade tecnologia. “Franqueza, transparênciae seriedade são os pontos quemarcam esta parceria”, afirmou Franco, recentemente,eleito, no Chile, presidente dogrupo de trabalho para o desenvolvimentodo padrão digital para a América Latina.“Esse avanço do padrão nipo-brasileiro, nospaíses da América Latina, sugere que outrasondas virão. Não vamos somente surfálas,mas também provocá-las”, previu.A agenda do Ministério das Comunicaçõesestá focada na penetração e ampliação dacobertura do sinal digital em todo o país.Flávio Lens, do MiniCom, revelou estimativade investimento de R$ 140 milhõespara ampliação do sinal de 7 mil emissoras.Assegurar o desenvolvimento da in-teratividade, com a efetiva utilização doGinga, assegurar uma política industrial ea administração do sistema através da TVpública fazem parte desta agenda. Os númerossão expressivos: 30,7 milhões dedomicílios com 46 por cento da populaçãodo Brasil terão acesso ao sinal digital até ofim de 2011. Esse crescimento aponta paraos novos negócios que surgem para aproveitaras potencialidades do sistema. Lensafirmou que a TV pública, capitaneada pelaEBC, é o difusor do T-Gov e que vai estimularo desenvolvimento de aplicativos paraos órgãos públicos. O desligamento do sinalanalógico deve abrir outros usos previstos,desde a implantação do SBTVD.O assessor especial da Casa Civil, AndréBarbosa Filho, relembrou o histórico da escolhado padrão e o avanço do setor tecnológicodo Brasil em função do desenvolvimentoda TV digital. Apontou para a inclusãodigital da população como o ponto alto daescolha. Isso é determinante para a aberturade mercado do padrão nipo-brasileiro,pois dá o diferencial dos demais sistemasdo mundo. Esse item foi determinante paraa abertura do mercado na América Latinae tem promovido o interesse dos paísesafricanos que confirmaram o uso tambémcom 8 MHz. “Todos os países, que fizeramprovas com o ISDB-T Be compararam comCONGRESSO ENTREVISTA <strong>SET</strong> 2011os demais sistemas, escolheram o padrãonipo-brasileiro”, afirmou Barbosa. Porexemplo, o Equador, que em março 2010,fez a adoção ISDB-T, está na primeira fase,definindo o modelo de publicidade, e trabalhana formação de um comitê gestor paraimplantação do sistema. Cuba é outro paísque tem realizado provas, porém o embargoeconômico ainda é um impeditivo. Existemgrandes possibilidades de alguns paísesda África – aqueles que já reconheceram asuperioridade do sistema desenvolvido peloBrasil – adotarem o sistema brasileiro.3D TV: A Tecnologia do momentoA produção do conteúdo 3D é importantepara o sucesso desta tecnologia na televisão,tanto que foi tema de um dos painéisdo congresso. “Não tem retorno, o 3D é osucesso do momento”. Essa é a conclusãotirada do painel coordenado por José Dias,da <strong>SET</strong>. Porém, mudanças na gravaçãoe na pós-produção, com a utilização dosmesmos profissionais, necessitam de umafusão entre o corpo técnico, para aproveitamentointegral, e avanço das aplicaçõesda tecnologia. Alex Pimentel, da Casablanca,apontou os avanços e procedimentoscom o desenvolvimento de uma importanteferramenta para captação, o RIG (tipo decabeçote para montagem de duas câmerasem distâncias apropriadas e um conjuntoPainel de “3DTV: A TECNOLOGIA DO MOMENTO”15