INTERATIVIDADEModelo de interatividade apresentado por Luis Bianchi da Philips, no Congresso <strong>SET</strong> 2011.taram custos, sem muita repercussão nomercado de consumo.Hoje, final de 2011, deveríamos estardiscutindo a integração do Ginga comoutras plataformas e a evolução dos conteúdos,contemplando modelos de fluxo esob demanda. Em vez disso, estamos nomesmo estágio de quatro anos atrás, ouseja, debatendo a adoção. O mercado eo desenvolvimento tecnológico não esperam.Muito pelo contrário: criam oportunidadese fazem a roda girar. Coisa quenão aconteceu com o Ginga e não vai seruma imposição governamental que vaipropiciar isso.A interatividade está acontecendo,com Ginga ou sem Ginga. Hoje o usode redes de telefonia e a disponibilizaçãode aplicativos para smartphonesou tablets estão se mostrandomais rentáveis, e dessa forma, vaipuxando a interatividade. Os radiodifusoresprecisam encontrar caminhosneste cenário para incluir o Ginga,sob pena dele ficar restrito a informaçõesadicionais à programação, semqualquer possibilidade de incrementaro faturamento.O desenvolvimento de modelos de negóciopara a interatividade não pode usarcomo ponto de partida a estrutura tradicionalda TV, baseada no fluxo (gradede programação) e audiência medida empontos de TVs ligadas. A interatividade éinteressante para desenvolver o engajamentona programação, se bem integradacom outras ferramentas, como mídiassociais.Com relação as fabricantes, incluir o Ginganos receptores pode trazer problemasde assistência técnica, pois o software émais suscetível a problemas de funcionamento.Estamos acostumados a computadorestravando, mas uma TV travandopode trazer o pânico no telespectador.Por isso, os testes e a eficiência precisamser muito maiores. E isso leva tempo. Atéhoje não temos um padrão de middlewareno mercado, pelo simples fato de nãotermos ferramentas para constatar queuma implementação Ginga está de fatode acordo com a norma.As interatividades que estão no ar hojenão funcionam em todas as TVs. Ou seja:hoje se eu quiser usar a interatividadeda emissora X, eu preciso de um levantamentopara ver em quais receptoresessa interatividade vai funcionar. Tenhoaqui no escritório quatro implementaçõesdiferentes de Ginga, e nenhuma delasconsegue receber bem as interatividadesde todos os canais. Claro que esse problemapode ser da aplicação, mas parao telespectador isso é indiferente: é a TVque não funciona. O problema semprefica na conta do fabricante, mesmo quea aplicação esteja defeituosa. Mesmo assim,muitas empresas apostaram nessemercado, lançando produtos e incentivandoa compra. No entanto, por falta deconteúdos bons e em boa quantidade, osconsumidores não compraram.Na próxima edição da Revista da <strong>SET</strong>você verá a opinião do nosso diretor deinteratividade David Britto, em nossaspáginas de entrevista.Gilmara é editora da Revista da <strong>SET</strong>. e-mail:gelinska@gmail.com22
IBC 2011!DIVERSIDADE E DINÂMICA RESUMEM A CONFERÊNCIAIBC 2011Por Gilmara GelinskiOencontro para brasileiros oferecidopela organização da conferência IBCfoi além do esperado e superou emtermos de conteúdo, organização e espaço asedições passadas. Os palestrantes eram profissionaisgabaritados e reconhecidos mundialmentee as palestras foram pertinentes àrealidade atual do mercado de radiodifusão ede conteúdo no Brasil.Na opinião do diretor de interatividade da <strong>SET</strong>,David Britto, o encontro representa uma significativaparticipação do Brasil no evento, bemcomo um estreitamento dos laços com a <strong>SET</strong>.A evolução destes anos de encontro mostrouo reconhecimento do papel do Brasil comoelemento formador de opinião, gerador detecnologia e liderança na evolução do padrãode TV digital aberta.O encontro contou a apresentação da presidenteda <strong>SET</strong> Liliana Nakonechnyh e do pre-sidente do conselho da IBC Peter Owen. Apósa abertura do encontro, começaram as apresentaçõesdos tópicos em três sessões. Osrepresentantes da TV Fifa, Niclas Ericson, e daDeltatre, Jim Irving, falaram sobre a Copa doMundo de 2014, na palestra “. Na sequênciaDr Katoh, da NHK Science & Technical ResearchLaboratries, e Peter Owen abordaramo tema sobre TV híbrida, no painel “. E porfim, o tema espectro de radiofrequências foiabordado por Bernard Pauchon, presidenteda Broadcast Networks Europe, e MichaelMcEwen, presidente da Media Asset Capital.Cerca de cem brasileiros participaram do“Brazilian Meeting”, que aconteceu no dia 10de setembro. “Foi possível assistir à palestrasobre sistema Hybridcast, que mesmo em umestágio muito embrionário, possui a chancelada NHK, que por si só desperta o interessena audiência do evento”, explica Britto. Apóso painel a delegação brasileira foi conduzidaao estande da NHK para ver a demonstraçãode UHDTV. A outra palestra consideradapor todos de grande importância foi sobre apreparação da Fifa TV para a organização daCopa do Mundo de 2014 no Brasil. O temada Copa do Mundo enfatiza o momento únicopelo qual passa o Brasil, que está recebendocada vez mais atenção da mídia mundial paraa organização dos grandes eventos esportivosassim como o desafio para a transmissão dosjogos pela Fifa TV.Pelo evento IBC podemos afirmar que o mercadomundial está apostando no Brasil, nãosó em função dos eventos esportivos de 2014e 2016. O Brasil está se destacando frenteà conjuntura econômica mundial contrastantecom o momento econômico brasileiro.“A TOTVS participou do painel “Hybrid BroadcastBroadband– Convergence andConvenience for theConsumer”, juntamente,com a redeNHK do Japão e aHISPASAT da Espanha,onde mostrou apossibilidade do usodo padrão de interatividadeGinga paraa implementação deuma solução de convergênciapara TVsconectadas usando omodelo híbrido broadcast/broadbandpara distribuição deconteúdo OTT. NoBrasil já temos, emestado de produto,uma iniciativa similar.Podemos liderarmundialmente esteprocesso, basta querer”,completa Britto.O engenheiro brasileiro,AguinaldoBoquimpani foi um dos palestrantes destepainel e o tema escolhido por ele foi “Ginga:An Open, Inclusive Platform for Content DistributionOn Connected TV Infrastructure”.Boquimpani descreveu o grande potencial douso do Ginga no ambiente das TVs conectadaspara a distribuição de conteúdo OTT pelosradiodifusores, seja para aplicações de catchupTV, seja para divulgação de conteúdo originalou mesmo complementar à grade lineardo radiodifusor ou da operadora de IPTV. “Foisurpreendente ver a platéia muito interessadano tema e na experiência brasileira do padrãoGinga. Respondi a perguntas bem diversas departicipantes de países como a Coréia, Rússiae França.Aguinaldo Boquimpani: O mundo do conteúdo está mudando de maneira acelerada e oevento IBC diz muito sobre a significância desse novo retrato da convergência.David Britto23