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gestão da responsabilidade social nas empresas - Instituto de ...

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GESTÃO DA RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS EMPRESASE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL1SERTEK, Paulo(41) 2529926 email – psertek@xmail.com.br1. IntroduçãoAtualmente as <strong>empresas</strong> para se a<strong>da</strong>ptarem ao ambiente comercialexigente e dinâmico têm que <strong>de</strong>senvolver novos produtos mais competitivose lançá-los com mais rapi<strong>de</strong>z no mercado. A inovação constitui o diferencialcompetitivo <strong>da</strong>s <strong>empresas</strong>, pois <strong>de</strong> outra forma são penaliza<strong>da</strong>s com opossível fracasso <strong>da</strong>s suas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. A necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> inovação gera um<strong>de</strong>senvolvimento organizacional/<strong>social</strong> focalizado <strong>nas</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s domercado, produzindo, como conseqüência, uma busca pela produção econsumo <strong>de</strong> novos produtos <strong>de</strong> forma exacerba<strong>da</strong> on<strong>de</strong> os critérios éticos <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento sustentável e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> quase não entram emjogo ou, se entram, não transformam o núcleo essencial <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>organização, que é a <strong>de</strong> criar riqueza compatível com o bem comum <strong>da</strong>socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. MARTINEZ refere-se criticamente à ênfase na estratégia <strong>de</strong>resultados afirmando que:“Uma maneira global <strong>de</strong> contemplar a ação humana, implica no<strong>de</strong>slocamento <strong>da</strong> perspectiva do resultado para o processo. Estu<strong>da</strong>r aação humana <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a lógica do resultado, força falar em termos <strong>de</strong>eficiência. Sem dúvi<strong>da</strong>, quando se contempla a globali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> açãohumana, o que interessa é sua própria harmonia. Amplia-se assim, omodo em que o homem <strong>de</strong>ve contemplar a interação com o seu meio,que é ao mesmo tempo inseparavelmente humano.Isto, <strong>de</strong> modo algum, implica no <strong>de</strong>sprezo <strong>da</strong> eficácia, mas a submete aoconjunto <strong>de</strong> aspectos que <strong>de</strong>screvem a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> do sistema <strong>da</strong> açãohumana. Aparece assim um novo caminho para superar uma economiagoverna<strong>da</strong> exclusivamente pelo resultado e a eficácia na que só secogitava a exploração dos recursos naturais e humanos. Portanto, resultanecessário uma economia que contemple não só a eficácia, mas tambémas relações globais do homem com o seu meio” 1 .A inovação é o diferencial chave e <strong>de</strong>cisivo para a sobrevivência <strong>da</strong>organização mo<strong>de</strong>rna. Falar <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> <strong>da</strong> empresanecessariamente exige promover ações a favor <strong>da</strong> sua continui<strong>da</strong><strong>de</strong> históricae <strong>de</strong> melhorias <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> em seu entorno <strong>social</strong>. Afirma LLANOque:“A empresa (...) caracteriza-se não só por sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> a<strong>da</strong>ptar-seàs rápi<strong>da</strong>s mutações do entorno, mas também sobretudo porque constituio motor <strong>da</strong> inovação <strong>social</strong>. Disto se po<strong>de</strong> inferir que a inovação constituia responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> mais própria <strong>da</strong>s corporações empresariais. (...)O núcleo <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> <strong>da</strong> empresa vem <strong>da</strong>do atualmentepelo exercício <strong>de</strong> sua capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para suscitar novas reali<strong>da</strong><strong>de</strong>s quepromovam uma melhor quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> em seu entorno <strong>social</strong>.


<strong>da</strong>s tecnologias sejam utilizados <strong>de</strong> tal forma que o meio ambiente em quese vive atualmente possa ser utilizado sem prejuízo para as próximasgerações. Ain<strong>da</strong> <strong>de</strong> acordo com ECHEVARRÍA:“Sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> é o conceito chave <strong>de</strong>sta nova economia. Surgi<strong>da</strong> <strong>da</strong>confrontação entre o capitalismo e ecologia, propõem o problema global<strong>da</strong>s relações entre as pessoas e seu ambiente humano natural. Ain<strong>da</strong> queambíguo e impreciso, este conceito central elimina pela raiz to<strong>da</strong>referência ao resultado. Falar <strong>de</strong> resultado sustentável seria internamentecontraditório. Somente são sustentáveis as relações ou interações quemantêm o processo, mas não tem sentido falar <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>resultados. Um resultado não oferece nenhum critério para saber se seestabeleceram relações sustentáveis” 6 .Na literatura sobre o tema ca<strong>da</strong> vez mais se verifica a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>conscientização e <strong>da</strong> prática <strong>da</strong> análise e toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão a partir dotríplice balanço: econômico, ambiental e <strong>social</strong>. O balanço ambiental e <strong>social</strong>por vezes é relegado ao segundo plano usando como justificativa ànecessi<strong>da</strong><strong>de</strong> sine qua non dos resultados financeiros <strong>da</strong> organização. Acontraposição entre o lucro <strong>da</strong> empresa e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e<strong>social</strong> não é a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, pois o lucro é uma condição <strong>de</strong> trabalho <strong>da</strong> empresacomercial, o lucro não é o seu fim, é uma condição <strong>de</strong> meio para um fim queé o serviço à socie<strong>da</strong><strong>de</strong>. DRUCKER esclarece bem esta idéia <strong>da</strong> seguintemaneira:“[...] a lucrativi<strong>da</strong><strong>de</strong> não é a finali<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas sim o fator limitante <strong>da</strong>empresa comercial e <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> empresarial. Lucrar não é a explanação,causa ou filosofia do comportamento empresarial e <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisõesempresariais, mas é o teste <strong>de</strong> suas vali<strong>da</strong><strong>de</strong>s” 7 .Daí a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> se conscientizar todos os afetados e interessadosna atuação <strong>da</strong> empresa que elas existem para um serviço à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> eassumem a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produzir riqueza <strong>social</strong>. Esta riqueza não secontrapõe ao lucro. Na ver<strong>da</strong><strong>de</strong> o lucro tem que estar voltado para apermanência e crescimento <strong>da</strong> organização, por meios legítimos, e <strong>de</strong>veassegurar a sua existência futura, tendo em conta os impactos ambientais esociais, por vezes <strong>de</strong> percepção difícil no curto prazo, mas <strong>de</strong>sastrosos amédio e longo prazo.As <strong>empresas</strong> <strong>de</strong>vem procurar preparar-se para atuar eficazmente na<strong>gestão</strong> <strong>da</strong>s suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s econômica, <strong>social</strong> e ambiental pois <strong>de</strong>vemantecipar-se aos possíveis passivos escondidos que recaem sobre asocie<strong>da</strong><strong>de</strong> como um todo, que se revelam freqüentemente pelo aumento dosimpostos, pelas pe<strong>nas</strong> mais fortes visando o <strong>de</strong>sestímulo às práticasirresponsáveis, pelas sanções, pelas normativas fortes e drásticas a fim <strong>de</strong>coibir abusos, etc. Este tipo <strong>de</strong> ações normativas geram necessariamente adifusão <strong>social</strong> <strong>da</strong> ética <strong>de</strong> limites – entre os <strong>de</strong>tentores do po<strong>de</strong>r, como dosoutros atores sociais - a tão conheci<strong>da</strong> educação para os limites <strong>de</strong> teorpe<strong>da</strong>gógico duvidoso, para não dizer <strong>da</strong>noso, pois em vez do estímulo àeducação para a virtu<strong>de</strong> ou excelência, educa-se para os limites “do atéon<strong>de</strong> é possível chegar”. Portanto difun<strong>de</strong>-se o minimalismo ético, comoressalta RODRIGUEZ:4


5“Para Sócrates, mais importante do que a riqueza era a virtu<strong>de</strong>, e sedispôs a morrer por não faltar com a ver<strong>da</strong><strong>de</strong> do que fazia e dizia. Selouseus ensinamentos com a própria morte. Aristóteles também <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>uum projeto educativo na Ética a Nicômaco, seu mais importante tratado<strong>de</strong> ética, <strong>de</strong>dicado ao filho. As pessoas agem procurando um bem,comenta no primeiro capítulo, e o maior bem (que torna a pessoa feliz)está na virtu<strong>de</strong>: “a felici<strong>da</strong><strong>de</strong> não está na diversão. Seria absurdo que ofim do homem fosse a diversão e que o homem se afadigasse epa<strong>de</strong>cesse to<strong>da</strong> a vi<strong>da</strong> por causa <strong>da</strong> diversão (...). A felici<strong>da</strong><strong>de</strong> é umaativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> acordo com a virtu<strong>de</strong>” (1176b). A educação, para Aristóteles,não está em fixar limites mas em ensinar e viver <strong>de</strong> acordo com avirtu<strong>de</strong>” 8 .2. Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e <strong>social</strong>Hoje na literatura especializa<strong>da</strong> é recorrente a referência à necessi<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>de</strong> que as <strong>empresas</strong> tenham práticas <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental e <strong>social</strong>que efetivamente influenciem intrinsecamente <strong>nas</strong> suas competênciasessenciais, isto é: afetem o núcleo <strong>da</strong>quilo que ela faz e sabe fazer melhorque os outros. Via <strong>de</strong> regra as ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s propostas para a prática <strong>da</strong>responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> <strong>da</strong> empresa são acrescenta<strong>da</strong>s ou justapostas àativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> organização. ZADEK ao analisar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>social</strong>menteresponsável <strong>da</strong>s <strong>empresas</strong> questiona:“Como é que <strong>de</strong> fato uma corporação atua <strong>de</strong>ntro dos seus grauspossíveis <strong>de</strong> liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, costuma ser a prova <strong>da</strong> sua responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> erevela o fun<strong>da</strong>mento em que se enquadram suas <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> <strong>gestão</strong>.(...).A corporação <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> ci<strong>da</strong>dã é entendi<strong>da</strong> como aquela que aproveitacomo vantagem <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, para aprendizagem e ação, aconstrução <strong>de</strong> objetivos sociais e ambientais <strong>de</strong>ntro do seu ‘corebusiness’, <strong>de</strong>senvolvendo efetivamente seus valores internos ecompetências. Esta formulação provê uma base forte para apoiar nossasexpectativas <strong>de</strong> negócios e como a estratégia po<strong>de</strong> ser concebi<strong>da</strong> e<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> para canalizar as aspirações e <strong>de</strong>safios subjacentes ao<strong>de</strong>senvolvimento sustentável” 9 .São medi<strong>da</strong>s positivas e muitas vezes louváveis as promoções <strong>de</strong>voluntariado ou <strong>de</strong> ação <strong>social</strong> comunitária, mas que não afetam o “core”dos produtos, tecnologias e serviços oferecidos à comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>. Não se po<strong>de</strong>esquecer que a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> começa no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong>produtos que se atenham a critérios <strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. As diretrizes atuaisestimulam a transformação intrínseca <strong>da</strong>s práticas industriais <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o seuplanejamento estratégico, missão e visão on<strong>de</strong> se incorporem os princípios<strong>de</strong> sustentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> <strong>de</strong> modo a permear <strong>de</strong> cimaa baixo a organização tratando-se <strong>de</strong> uma espécie <strong>de</strong> alma institucional quegera ações orgânicas envolvendo todos os que estão direta ou indiretamenteimplicados com a empresa e o emprego dos seus produtos e serviços.Tendo atuado na área <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento industrial e projetos,participado também <strong>da</strong> formação <strong>de</strong> alunos <strong>de</strong> cursos técnicos <strong>de</strong> mecânicae eletromecânica <strong>de</strong> nível médio (Colégio Técnico Getúlio Vargas), lecionado


<strong>nas</strong> áreas <strong>de</strong> engenharia química e mecânica (Escola <strong>de</strong> Engenharia Maua),exercido a ativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> produtos e processos industriaisem <strong>empresas</strong> (Industria Mecânica Paulista, Themag Engenharia), atuadocomo diretor e professor <strong>de</strong> um centro <strong>de</strong> capacitação (Centro TécnicoCultural), tendo assessorado <strong>empresas</strong> para projetos especiais através <strong>de</strong>um centro <strong>de</strong> pesquisa (<strong>Instituto</strong> Mauá <strong>de</strong> Tecnologia), nos últimos <strong>de</strong>z anostenho me <strong>de</strong>dicado aos programas <strong>de</strong> consultoria em <strong>de</strong>senvolvimentoorganizacional, em capacitação gerencial e <strong>de</strong> diretores, tanto em cursos “incompany” como nos cursos <strong>de</strong> especialização para o nível <strong>de</strong> pós-graduação,tem sido uma necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> constante a sistematização dos critérios para asensibilização e mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> paradigmas, <strong>de</strong> modo que as pessoas adquiramcritérios éticos-sociais, a fim <strong>de</strong> permear as discipli<strong>nas</strong> técnicas em queestão envolvi<strong>da</strong>s e saibam orientá-las a serviço do bem <strong>da</strong>s pessoas e <strong>da</strong>comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.Por mais técnico que possa parecer um <strong>de</strong>terminado serviço ou produto,encerra no seu âmago uma relação <strong>de</strong> justiça e confiança mútua entrefornecedor e consumidor <strong>de</strong> que <strong>de</strong>correm inúmeras conseqüências <strong>de</strong>caráter ético-<strong>social</strong>. Esta experiência, leva por exemplo nos cursos <strong>de</strong>engenharia, a enfocar os aspectos éticos <strong>de</strong> projeto, equipamentos eprocessos em que: a eficiência, a resistência, a segurança, a exeqüibili<strong>da</strong><strong>de</strong>,os tipos <strong>de</strong> materiais a serem empregados, a manutenção, etc. estejamvoltados para o atendimento <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e <strong>da</strong>s expectativas dosconsumidores. Ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>stes aspectos “técnicos” encerram uma conotação<strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong>, pois se dão <strong>de</strong>ntro do âmbito <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> umserviço que afeta a vi<strong>da</strong> do consumidor e <strong>da</strong> comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.As <strong>de</strong>cisões técnicas quase sempre têm repercussões éticas, sociais eambientais para todos os envolvidos com a organização. Portanto nestesentido os aspectos éticos profissionais potenciam a excelência no trabalhocomo fator gerador <strong>de</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> técnica e humana. A técnica é feita porhomens e para homens para melhorar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> humana, que porsinal no i<strong>de</strong>al clássico <strong>da</strong> formação na p/olij grega através <strong>da</strong> pai<strong>de</strong>/ia era aaspiração à felici<strong>da</strong><strong>de</strong> dos ci<strong>da</strong>dãos. O objetivo era o <strong>de</strong> atingir a meta <strong>de</strong>quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> que conduzisse à felici<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s pessoas <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>de</strong>.Este modo <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver uma organização exige a capacitação <strong>da</strong>spessoas no sentido ético e <strong>social</strong> e na sensibili<strong>da</strong><strong>de</strong> interdisciplinar paraharmonizar exigências técnicas e necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s huma<strong>nas</strong>. Para que <strong>de</strong> fatose consiga um <strong>de</strong>senvolvimento segundo a perspectiva <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>social</strong>, não se po<strong>de</strong> per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista a dimensão <strong>da</strong> digni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> pessoahumana no processo <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> riquezas. A harmonia entre a técnica e aética <strong>de</strong>ve influenciar os critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão para a priorização <strong>de</strong>necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s e para o <strong>de</strong>senvolvimento dos produtos e processos. A fim <strong>de</strong>atingir este i<strong>de</strong>al, um possível caminho, é o <strong>de</strong> assimilar e aplicar osconceitos <strong>de</strong> Ética <strong>da</strong>s Virtu<strong>de</strong>s, <strong>de</strong> Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> Social e <strong>de</strong>Desenvolvimento Sustentável.Para provocar o efeito transformador <strong>de</strong> mentali<strong>da</strong><strong>de</strong>s WADDOK,BODWELL e GRAVES indicam os fatores atuais que mais têm geradoiniciativas <strong>da</strong>s <strong>empresas</strong> neste campo:“As pressões mais comuns para práticas responsáveis <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong>: 1) avisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e atenção <strong>da</strong><strong>da</strong> à proliferação <strong>de</strong> rankings ‘melhores práticas’,6


2) um crescimento <strong>de</strong> uma gama <strong>de</strong> princípios e normas globaispromulga<strong>da</strong>s por enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s internacionais, e 3) relatórios <strong>de</strong> iniciativaspara contabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> com o chamado ‘tríplice resultado’. Estaspressões institucionais exige a atenção à responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> práticascorporativas, particularmente no trabalho, direitos humanos e práticasambientais, segurança e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> produtos e criam <strong>de</strong>man<strong>da</strong>screscentes para transparência e contabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong>” 10 .3. A <strong>gestão</strong> ambiental e <strong>gestão</strong> <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> <strong>da</strong>empresaExperiências em consultoria/treinamento em <strong>de</strong>senvolvimentoorganizacional como as pesquisas realiza<strong>da</strong>s para i<strong>de</strong>ntificar as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>spara a implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> ambiental e <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><strong>social</strong>, apontam os fatores críticos como sendo os <strong>de</strong> or<strong>de</strong>mcomportamental, isto é: as resistências às mu<strong>da</strong>nças. CAGNIN, confirmaestas barreiras comportamentais e indica os procedimentos utilizados em<strong>empresas</strong> nacionais para a implantação <strong>de</strong> sistemas <strong>de</strong> <strong>gestão</strong> ambientalcomo a ISO 14001:“Falta <strong>de</strong> cultura organizacional: a maior dificul<strong>da</strong><strong>de</strong> na implantação doSGA (Sistema <strong>de</strong> Gestão Ambiental) advém <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> uma culturaorganizacional e não <strong>da</strong> falta <strong>de</strong> técnicas. Este aspecto é contemplado noPrograma Ética e Disciplina, em <strong>de</strong>senvolvimento pela ISO 9000. Oreferido programa visa mu<strong>da</strong>r o modo <strong>de</strong> pensar <strong>da</strong>s pessoas com relaçãoaos processos <strong>de</strong> trabalho e <strong>de</strong> produção habitualmente <strong>de</strong>senvolvidos.(Como solução sugere-se:) o gerenciamento <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça e <strong>da</strong> culturaorganizacional: estímulo <strong>da</strong> mu<strong>da</strong>nça cultural <strong>da</strong> empresa através <strong>de</strong>sensibilização e treinamentos permanentes e <strong>da</strong> i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong> pontos<strong>de</strong> convergência quanto ao <strong>de</strong>senvolvimento do negócio e aresponsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> ambiental” 11 .Tendo trabalhado nos processos <strong>de</strong> sensibilização para programas <strong>de</strong><strong>de</strong>senvolvimento organizacional verifica-se que há um elemento facilitador<strong>de</strong>stes processos <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça na medi<strong>da</strong> que o nível <strong>de</strong> conscientizaçãocoletiva cresce para as necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativas à quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dosfuncionários e <strong>da</strong> melhoria do entorno <strong>social</strong>. O PROGRAMA DEDESENVOLVIMENTO DA ÉTICA DAS VIRTUDES (PDEV) 12 que tenho aplicadoem algumas <strong>empresas</strong> constitui um meio facilitador para os processos <strong>de</strong>mu<strong>da</strong>nça em termos <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> e <strong>de</strong>senvolvimentosustentável.Todos os processos <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nça exigem uma forte coalizão <strong>de</strong> pessoasem torno <strong>da</strong>s metas e objetivos. As melhores práticas atuais sãorelaciona<strong>da</strong>s por ZADEK:“a) encorajar as li<strong>de</strong>ranças ao exercício <strong>da</strong> ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia corporativa, b)construir a competência e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s públicase <strong>da</strong>s organizações civis <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong>, c) fortalecer as normas‘voluntárias’ <strong>de</strong> <strong>de</strong>sempenho <strong>social</strong> e ambiental para <strong>empresas</strong> e outrasorganizações, d) inserir as melhores práticas indica<strong>da</strong>s <strong>nas</strong> normas <strong>de</strong>a<strong>de</strong>são voluntária sobre responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> e <strong>de</strong>senvolvimentosustentável em acordos e legislação” 13 .7


8Os dirigentes <strong>de</strong> topo <strong>da</strong> organização <strong>de</strong>vem estar intrinsecamenteconvencidos <strong>da</strong> necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> <strong>gestão</strong> <strong>social</strong>mente responsável, pois casocontrário, seria um engano preten<strong>de</strong>r algum resultado. O exemplo <strong>de</strong>ve vir<strong>de</strong> cima por meio <strong>de</strong> ações eficazes e não simplesmente “bons <strong>de</strong>sejos” <strong>de</strong>atuar com responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong>. Como a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>social</strong> começa<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora <strong>da</strong> organização, é preciso realizar o diagnóstico dosprimeiros impactos <strong>da</strong> organização no seu primeiro círculo <strong>de</strong> “implicados”:clientes, acionistas, fornecedores e comuni<strong>da</strong><strong>de</strong> próxima e a partir distoeliminá-los ou diminuí-los.4. Referências bibliográficas1 ECHEVARRÍA, Miguel A. La dimensión política <strong>de</strong> la economia. consulta nosítio http://www.unav.es/empresayhumanismo/03public/publiframes.htmlem 11.04.2003. p. 19.2 LLANO, Alejandro. Empresa y responsabili<strong>da</strong>d <strong>social</strong>. Revista NuestroTiempo, Navarra, 12-2002.3 ARISTÓTELES. Política. I, 2, 1253 a 3-4, Ética a. Nicomaco. I, 7, 1097 b11.4 UNESCO, LEARNING: THE TREASURE WITHIN , parte 2, cap. 4.– consultano sitio http://www.unesco.org.br/programas/in<strong>de</strong>x.html em 16.04.2003.5 MEC, Parâmetros Curriculares Nacionais:Meio Ambiente, Saú<strong>de</strong>, p. 31.6 ECHEVARRÍA, Miguel A. op. cit. p. 197 DRUCKER, Peter. O melhor <strong>de</strong> Peter Drucker: A administração, 1. ed. SãoPaulo: Nobel, 2002, p. 348 RODRIGUEZ, José M. Educação : limites ou excelência, Interprensa,A16/99 — Junho <strong>de</strong> 19999 ZADEK, S. THE CIVIL CORPORATION:. The new economy of corporatecitzenship. 1. ed. New Economics Foun<strong>da</strong>tion, 2001. p. 9.10 WADDOCK S. BODWELL C, GRAVES S. Responsibility: The New BusinessImperative. Boston College, 200111 CAGNIN, C. Fatores Relevantes na Implementação <strong>de</strong> um Sistema <strong>de</strong>Gestão Ambiental com Base na Norma ISO 14001. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado.UFSC. 2000.12 SERTEK, P. Desenvolvimento Organizacional e Comportamento Ético.Dissertação <strong>de</strong> Mestrado. CEFET/PR – PPGTE . 2002. disponível no en<strong>de</strong>reço:http://www.ppgte.cefetpr.br/dissertacoes/2002/sertek.pdf13 ZADEK, S, LOHMAN, O. Business in Global Development: TheParliamentary Comission of Swedish Policy for Global Development, june2001. p. 14.

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