107(com pentes). Um a um, os animais foram colocados na caixa teste eestimulados com a aproximação de uma pinça produzindo vibrações nosolo. Agora, sem o cheiro, sem a cor e sem a forma de uma presa. Osresultados mostraram que os escorpiões com pentes reagiam a estímulosvibratórios semelhantes ao caminhar de uma barata, erguendo seusaguilhões e muitas vezes atacando a pinça. Os escorpiões sem pentes nãoreagiram ao máximo de estímulo que pudemos produzir. Pronto, agoraprovamos a função mecanorreceptiva dos pentes! Felizes da vida nósescrevemos o artigo e enviamos para a revista científica e ele... não foiaceito! Isso mesmo... tinha mais um probleminha...Os pectines dos escorpiões recebem muitas enervações que podemestar ligadas a outros órgãos dos sentidos também, como pelos, pernas e etc.Ao amputarmos os pectines no grupo tratamento, podemos estar destruindotoda uma rede neurológica e não apenas um órgão localizado. Pois bem,estamos refazendo os experimentos, sem amputar os pectines, mas ossujando com parafina ou envolvendo com fita adesiva. Os resultados estãosendo os mesmos dos primeiros experimentos até o momento.Esse exemplo mostra que muitas vezes há a necessidade de umasoma de experimentos para se eliminar todas as variáveis indesejáveis.Mostra também que devemos ler muito para ter certeza de que estamos"fechando uma questão". Se tivéssemos estudado melhor a anatomia efisiologia dos pectines, certamente não teríamos ido com tanta sede ao potee teríamos pensado nos experimentos adicionais, sem remoção dospectines, antes de submeter o estudo à publicação. Mas uma outra liçãoimportante vem deste estudo, uma lição de humildade.Quando recebemos o não da revista, as estudantes ficaram muitochateadas e então eu lhes disse: "Só leva não, que tom coragem de estudar,bolar um experimento, escrever um artigo e
108dar a cara à tapa!". Todo mundo leva não um dia, só não leva quem nãopublica nada, vive em sua sala, ou laboratório, escondido embaixo damesa, fazendo de conta que é um grande cientista. Todo grande cientistaque conheço, já levou muito não. Então prepare-se, para os "não"e para os"sim", porque ambos virão.Pois bem, pegamos as cartas dos consultores da revista edescobrimos que um <strong>del</strong>es nos dava um monte de idéias, eram todascríticas construtivas. Escrevi então ao editor da revista e pedi queencaminhasse uma carta minha de agradecimento ao consultor, que nosexplicou claramente onde havíamos falhado. Semanas depois, o consultornos contatou diretamente, era o Dr. Roger Farley, uma referênciainternacional em escorpiões, o qual nos deu muitas outras idéias paradesenvolvermos melhor nossos estudos.Bolar uma manipulação experimental ó normalmente uma tarefa quedemanda criatividade. Estabelecer o grupo controle demanda astúcia. Nãosei se já disse isso, mas a leitura é fundamental também nessa fase.Realmente não me lembro se já chamei a atenção para a importância dabibliografia, se não fiz isso ainda, espero que você compreenda que osartigos científicos podem acabar sendo seu melhor orientador. Poderíamosescrever um <strong>livro</strong> inteiro somente sobre o grupo controle em manipulaçãoexperimental e ainda assim acredito que serviria apenas de alerta a você. Oque eu realmente recomendo para quem vai trabalhar com isso é ter um bomgrupo de colegas colaboradores e a mente aberta para receber críticas. Nãohá uma receita pronta, cada caso é único e independente, umamanipulação "boa" em uma situação pode não o ser em outra, do mesmotipo, lidando com o mesmo gênero <strong>animal</strong>, porém com outra espécie, ou emoutro ambiente. Elabore um fluxograma das atividades que pretende
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