5 DA NECESSIDADE DE REPENSAR OPROCESSO DE SOCIALI ZAçAo IX> H2MEM: UMA TAREFA DA EDUCAÇAo- O cerne de uma sociedade enquanto sist<strong>em</strong>a, reside naord<strong>em</strong> normativa padronizada daqual a vida da populacão e org~nizadacoletivamente.- Enquanto coletivid~de des<strong>em</strong>penha a sociedade wa co~cepçâo padronizada de paz t.í,c..i.pE.çao que distingue entre aquelesque faz<strong>em</strong> e não :':,~?;<strong>em</strong>paz t.ede 1SI..- Pa:ca so~reyive= e ~evação anterior, uma meta que sefaz necessária e importante nao50 ao convívio social como tambémao próprio equilíbrio psicológ~co <strong>do</strong> indivíduo. Contu<strong>do</strong>, se e asocialização, um fenômeno inevitável e necessário é igualmenteum fenômeno imposto e que repr~düz principalmente as desiguald~des sociais. Enfatizamos essaquestão achan<strong>do</strong> que não se podeesquecer de principio a contradiç~o de que se reveste c fe~6menoque s dent.xo ce uma, pe rspeot í.va depotenci~l <strong>do</strong> indivitamentec0mp3.-~':iLr).a.da. pe Lo sm<strong>em</strong>bros como a. base d.e S\J2tidade sacie'c,:' I ..Das p!~<strong>em</strong>is s as 2.C irr:~_(PARSONS. 1969, pn13-24)decc~re.como se vª, a natureza de prGce~50 de socia~izaç~o ~o hom<strong>em</strong> nassociedades q~2, enquanto ~roces80 de transmissão <strong>do</strong>s comportalaçao integrada ~ adaptativa <strong>do</strong>avida entã~ 56 q~e a tomeda asco~sci§nc~a e o dS2velamento dE?tes ele ma í.s nada UIn fenôrner~.o 3;5tru:::ur3.l que perf2~ as f unc óe s hásicas ia manut2nção de Dadr3es ecortro12 de tans5es,da aJa?taç~opr~jeto de s0ciedade.Tornar o hom<strong>em</strong> apto aco:~ .";;ncia~aoco ·::.0 intercâmbioe, por outro la<strong>do</strong>,conforme obse~na possihiliaad2 desta V~~ a se~uma aç ao soc í.sL comprometida D:::':~1/8 CadA Pesç., são Luis, v.,-r-.2, p. 109-121. jul./dez. 1990.
mordialmente com a libertação e<strong>em</strong>ancipação <strong>do</strong> ser humano. Issoimplica na função de instrumentalizar o indivíduo para que elepossa <strong>em</strong> primeiro lugar reconhecer-se como sujeito de sua pr~pria libertação numa sociedade cujo t<strong>em</strong>a central é a <strong>do</strong>minação.A participação <strong>do</strong> hom<strong>em</strong>como sujeito na sociedade,na cultura, na história se faz na medida de sua conscientização.Limit~<strong>do</strong> culturalmente,oprimi<strong>do</strong> socialmente e sob Ó peso da tradição e<strong>do</strong> pensamento conserva<strong>do</strong>r, o hom<strong>em</strong> precisa de um novo instrumento, de uma nova razao, de uma nova consciência. Isto por sua vez,implica necessariamente uma açãopedagógica crítica e conscientejã que a promoção de uma consciência crítica não se dá automaticamente, mas s<strong>em</strong> dúvida quan<strong>do</strong>inserida num trabalho educativocom essa destinação.Repensar o fenómeno dasocialização no mun<strong>do</strong> cont<strong>em</strong>por~neo é pois, pensar o fenômeno daeducação para uma sociedade queexige transformação, é pensar naeducação ten<strong>do</strong> ela que deixar deser um tributo da sociedade, masque a sociedade seja um tributodela.Pensamos que uma sociedade e <strong>do</strong>s m<strong>em</strong>bros que a formam.Cada indivíduo é assim,um el<strong>em</strong>ento da totalidade social e comotal, t<strong>em</strong> o direito e o dever departicipar de to<strong>do</strong>s os bens ~0ciais, econômicos, políticos,culi:~rais <strong>em</strong> igualdade de condiçces.Uma pedagogia para a transformaçao não poderá descuidar desseponto fundamental <strong>em</strong> su".prática.Este, deve ser, um princí.pio nOEtea<strong>do</strong>r de to<strong>do</strong> o processo rducativo que vise a <strong>em</strong>ancipação e alibertação humana.Uma educação para transformação implica,por outro la<strong>do</strong>,uma relação realmente d<strong>em</strong>ocrática, via única na criação de Uniuoutra cultura, a cultura da d<strong>em</strong>ocracia, onde a socialização e aeducação <strong>do</strong> hom<strong>em</strong> perr,..ícam a suahumanização e não, o seu adestr~mento, permitam o exercício da r~zao e não a submissão a qualquerrazao instrumental,permitam sualibertação e não sua <strong>do</strong>minação.Libertação aqui, longeestá de significar um esta<strong>do</strong> s<strong>em</strong>obrigaçôes ou s<strong>em</strong> compromissos.Libertação significa,sobretu<strong>do</strong> aluta pelas necessidades reais <strong>do</strong>hom<strong>em</strong>, a luta contra necessidades impostas.Penso numa nova sociedade construída pelo hom<strong>em</strong> no exercício pleno de sua capacidade depensar e decidir. Penso por outro la<strong>do</strong>, na educação como um fator de desenvolvimento social,h~Cad. Pesq., são Luís, v. 6, n. 2, p. 109-121, jul./dez. 1990. 119