10ipc <strong>correio</strong> <strong>de</strong> <strong>venezuela</strong> • 24 <strong>de</strong> fevereiro a 02 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011José e Pilar, umdocumentárioa não per<strong>de</strong>r....Depois <strong>de</strong> se ter tornadoo documentário <strong>de</strong> um realizadorportuguês mais vistoem Portugal e <strong>de</strong> atingir os 30mil espectadores no Brasil, ofilme José e Pilar, <strong>de</strong> MiguelGonçalves Men<strong>de</strong>s, teve estreia,no dia 28 <strong>de</strong> Janeiro,em oito cida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Espanha,sendo o filme português commaior distribuição em Espanhaaté à data. Produzidopela JumpCut, co-produzidopelos irmãos Almodóvar epelo aclamado realizador daCida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Deus, FernandoMeirelles, José e Pilar mostraa dimensão humana e éticado escritor José Saramago noseu dia à dia partilhado coma sua esposa Pilar <strong>de</strong>l Río.O filme teve a sua primeiraexibição em territórioespanhol no Festival Internacional<strong>de</strong> Ronda, on<strong>de</strong>foi apresentado pelo juizBaltasar Garzón. Nas suaspalavras, "este filme capta ohumor inteligente, acutilantee irónico que caracterizavaSaramago. E da sua mulherPilar, exemplo <strong>de</strong> complementarida<strong>de</strong>indispensávelnas últimas décadas <strong>de</strong> produçãodo escritor."Alguns dados interessantessobre José e Pilar: Mais <strong>de</strong>17 500 espectadores à décimasemana <strong>de</strong> exibição, permanecendoem cartaz no UCIEl Corte Inglés e no CinemaNun'Alvares; Consi<strong>de</strong>rado oMelhor Filme Português doAno 2010 pela revista Visão;Quarto Filme Português maisvisto <strong>de</strong> 2010, atingido estevalor em apenas um mês emeio <strong>de</strong> exibição; DocumentárioPortuguês mais visto <strong>de</strong>2010, num ano em que estrearamoito documentários<strong>de</strong> origem nacional.Five o’clock tea...portuguesíssimo!Po<strong>de</strong> ser que meio mundo– e talvez mesmo um poucomais – pense que o chá dascinco é inglês, mas a verda<strong>de</strong>é que os britânicos nos <strong>de</strong>vemesse costume tão inglês, perdãoportuguês!Os chineses <strong>de</strong>scobriram ochá, mas foi a rainha Catarina<strong>de</strong> Bragança, consorte do rei D.Carlos II, que o popularizou nacorte inglesa nalgum momentodo século XVII. Mais ainda hámais. "Acredita-se que a compota<strong>de</strong> laranja amarga, que sepopularizou como marmala<strong>de</strong>,foi criada a partir <strong>de</strong> receitada própria rainha portuguesa,natural <strong>de</strong> Vila Viçosa, on<strong>de</strong>abundam as laranjas", disseMaria Teresa Vilaça, directorada Casa-Museu Me<strong>de</strong>iros e Almeida,on<strong>de</strong> está patente umaexposição chamada Espólio <strong>de</strong>Catarina <strong>de</strong> Bragança.A evocar os novos hábitosque D. Catarina <strong>de</strong> Bragançaintroduziu em Inglaterra, particularmenteo chá das cinco ea doce receita <strong>de</strong> laranja amarga(marmela<strong>de</strong> vem da palavraportuguesa marmelo), a Casa-Museu criou também um conjunto<strong>de</strong> peças alusivas à rainhaportuguesa que inclui umaréplica do kit <strong>de</strong> chá da soberana- com a reprodução <strong>de</strong>um peculiar bule <strong>de</strong> chá chinêsda dinastia Quianlong (1735-1796), um par <strong>de</strong> chávenasinspiradas nesta peça histórica,fabricado pela fábrica <strong>de</strong>Aveiro NG e ainda um pacote<strong>de</strong> infusão <strong>de</strong> erva príncipe eum pote <strong>de</strong> compota <strong>de</strong> laranjaamarga, ambos ilustrados pela<strong>de</strong>signer Isabel Penha Garcia,que <strong>de</strong>stacou motivos florais e<strong>de</strong> frutos <strong>de</strong> peças da colecçãodo museu, como um biomboflamengo do século XVII.Um pouco <strong>de</strong> história: "Osportugueses foram o primeiropovo europeu a conhecer ouso do chá quando chegaramao Japão em 1560, e, a partir dogran<strong>de</strong> entreposto comercial<strong>de</strong> Macau, foram os primeirosa comercializá-lo na Europa,apesar <strong>de</strong> apenas por umbreve período", <strong>de</strong>talha aindaa directora da Casa-Museulembrando que em portuguêsa palavra chá <strong>de</strong>riva directamentedo carácter cantonês emandarim, que significa apanhar,colher.Efeméri<strong>de</strong>s* 17 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1995. Morte,em Coimbra, do escritorMiguel Torga. Proposto váriasvezes para o Prémio Nobel daLiteratura, a sua vasta obraabrange a poesia, o romance, oteatro, o conto, as crónicas <strong>de</strong>viagens e as memórias. Ganhouo Prémio Internacional <strong>de</strong>Poesia (1977), o Prémio Montaigne(1981), entre outros.*19 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1923. Nascimento<strong>de</strong> Eugénio <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong>,na Beira Baixa. Como reconhecimentopela sua notável obrapoética, traduzida para diversaslínguas, foram-lhe atribuídosinúmeros prémios literários,tanto em Portugal como noestrangeiro, tendo ainda sidoagraciado com o grau <strong>de</strong> Gran<strong>de</strong>Oficial da Or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Santiagoda Espada e a Grã-Cruz daOr<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Mérito. Escreveu,também, diversos livros paracrianças.*21 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1808. Nasequência das invasões napoleónicasque a obrigou a abandonarPortugal, família realportuguesa, acompanhada pelarespectiva corte, chega a terrabrasileiras.. Da aqui à transformaçãoda colónia num paísin<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte não passariammuitos anos.* 23 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1905. Morte<strong>de</strong> Rafael Bordalo Pinheiro,<strong>de</strong>senhador e ceramista português.A ela ficamos a <strong>de</strong>vera representação do povo portuguêsna figura inconfundíveldo Zé Povinho.* 26 <strong>de</strong> Janeiro 1878. Nascimentodo poeta Afonso LopesVieira. Uma sua faceta suapouco conhecida foi o interessepelo cinema: realizou umpequeno filme com crianças eencarregou-se dos diálogos <strong>de</strong>Camões e Inês <strong>de</strong> Castro, <strong>de</strong>Leitão <strong>de</strong> Barros, e <strong>de</strong> Amor<strong>de</strong> Perdição, <strong>de</strong> António LopesRibeiro.* 28 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1916. Nasce,em Melo, na Serra da Estrela,o escritor Vergílio Ferreira.Gran<strong>de</strong> figura da literaturaportuguesa do século XX, foiautor, entre outras, das seguintesobras: Manhã Submersa(1954), Aparição (1959), NítidoNulo(1971) e Conta-Corrente(1980-1988).Visite o nosso blogue! www.institutoportugues<strong>de</strong>cultura.blogspot.com Informações em português, castelhano, inglês e francês. Actualizações diárias
24 <strong>de</strong> fevereiro a 02 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 2011 • <strong>correio</strong> <strong>de</strong> <strong>venezuela</strong>diáspora 11COMUNIDADE|eM vENEZUELA CAÍRAMRemessas <strong>de</strong> emigrantessubiram no ano passadoO maior aumento <strong>de</strong>remessas foi dos emigrantesportugueses na SuíçaLUSA/CORREIOOs portugueses radicados no estrangeiroenviaram no ano passado mais122,03 milhões <strong>de</strong> euros para Portugaldo que em 2009, com o valor a superaros 2.403 milhões <strong>de</strong> euros, segundodados divulgados pelo Banco <strong>de</strong> Portugal.Depois <strong>de</strong> uma queda das remessasem 2009, o montante enviado para Portugalpelos emigrantes recuperou em2010, mas ainda assim fica aquém dosvalores <strong>de</strong> antes da crise.O maior aumento <strong>de</strong> remessas foidos emigrantes portugueses na Suíça,totalizando 590,66 milhões <strong>de</strong> euros,mais 59,78 milhões <strong>de</strong> euros (12,26%)do que no ano anterior.França continua a ser o país <strong>de</strong> on<strong>de</strong>é enviado mais dinheiro por emigrantese que em 2010 subiu um pouco (11,71milhões <strong>de</strong> euros), atingindo os 899,16milhões <strong>de</strong> euros, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> uma queda<strong>de</strong> quase 95 milhões <strong>de</strong> euros em 2009.Os portugueses radicados na Alemanhae no Reino Unido enviarampara Portugal 120,4 milhões <strong>de</strong> euros e94,6 milhões <strong>de</strong> euros, respectivamente,montantes praticamente idênticosaos <strong>de</strong> 2009.As remessas provenientes doLuxemburgo aumentaram cerca <strong>de</strong> 2,2milhões <strong>de</strong> euros, atingindo os 84,47milhões <strong>de</strong> euros.Espanha foi, entre os países da UniãoEuropeia com dados individualizados,<strong>de</strong> on<strong>de</strong> foram enviadas menos remessas<strong>de</strong> emigrantes, comparando com oano anterior - 111,03 milhões <strong>de</strong> euros,menos 11,71 milhões do que em 2009.Do outro lado do atlântico, os emigrantesportugueses enviaram maisdinheiro para Portugal sobretudo doCanadá - 46,25 milhões <strong>de</strong> euros, contraAs remessas da Venezuela caíram para 15,78 milhões <strong>de</strong> euros em 2010, contra 19,42 milhões <strong>de</strong> euros noano anteriorFoto: arquivo dn41,87 milhões em 2009 -, mas tambémdos Estados Unidos e do Brasil, a atingiros 129,98 milhões <strong>de</strong> euros e 10,59milhões <strong>de</strong> euros, respectivamente.Já da Venezuela, as remessas caírampara 15,78 milhões <strong>de</strong> euros em 2010,contra 19,42 milhões <strong>de</strong> euros no anoanterior.Dos países não contabilizados individualmente,tratados em grupocomo “do Resto do Mundo”, o fluxo<strong>de</strong> remessas dos emigrantes manteve atendência <strong>de</strong> aumento que se vem verificandoe atingiu os 197,72 milhões <strong>de</strong>euros, mais 41,76 milhões <strong>de</strong> euros em2009.!PUBDivididos entre ficarno país ou voltarLUSA/CORREIOOs que não preten<strong>de</strong>m regressar alegam como razão ofacto <strong>de</strong> terem família em França Foto: arquivo dnQuase meta<strong>de</strong> dos portugueses eluso-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes que resi<strong>de</strong>m emFrança afirmam não querer voltar aPortugal, sendo que 42% confessa queum dia preten<strong>de</strong> regressar ao seu país<strong>de</strong> origem, revela um estudo divulgadona semana passada.O "Estudo das Comunida<strong>de</strong>s Portuguesasem França, 2010", levado a cabopela Fundação Vox Populi, foi realizadocom base num inquérito a 275 famíliasportuguesas ou luso-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntesresi<strong>de</strong>ntes em França.De acordo com o documento, aoqual a Agência Lusa teve acesso, osportugueses e luso-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes emFrança "estão divididos entre permanecerno seu país <strong>de</strong> acolhimento (45%)ou regressar a Portugal (42%)".Os que não preten<strong>de</strong>m regressar,alegam, maioritariamente, como razãopara ficar o facto <strong>de</strong> terem família emFrança.Já os emigrantes que preten<strong>de</strong>mregressar a Portugal, tencionam fazêlo"com o objectivo <strong>de</strong> aproveitar otempo da reforma (32%), e preten<strong>de</strong>mconcretizar esse <strong>de</strong>sejo, em média, daquia doze anos", adianta o estudo. Noentanto, os entrevistados mais velhos,"com mais <strong>de</strong> 54 anos, pensam fazê-lojá daqui a quatro anos".Para os portugueses e luso-<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntesinquiridos, a França é vista"como o país do trabalho, e Portugalcomo o país das férias".!