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abusos, trabalho precoce, distância da escola: o lado ... - CNM/CUT

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augusto coelhoPor Miriam SangerEmbora a Organização Mundialde Saúde considere idosasas pessoas a partir dos 60anos, essa classificação já parecebeirar o equívoco. Livresedos estereótipos e olhe à sua volta. Ossessentões estão por todo <strong>lado</strong>, produzindocomo nunca, iniciando novos negóciose carreiras, curtindo a vi<strong>da</strong> em todosos seus aspectos. E mais: estão amando.Amam a mulher que conheceram há 40,50 anos; amam pela segun<strong>da</strong> vez, depoisde um casamento desfeito ou <strong>da</strong> viuvez;amam pela terceira vez, na esperança convictade que desta vez acertarão no alvo;ou amam mais uma vez como se fosse a últimae infinitamente enquanto dure. Longe<strong>da</strong> improvisação, os homens brasileirosbuscam o amor com maturi<strong>da</strong>de e romantismo,e não por convenção, vontade derachar as despesas nem de viver antes malacompanhadosdo que sós.Trata-se, com o perdão do trocadilho, deum senhor romântico, que dá aulas sobreas maravilhas do amor. Uma atitude, aliás,que faz bem ao corpo e à alma. “Emboranão haja estudos consoli<strong>da</strong>dos, não háLonge <strong>da</strong>improvisação,os homensbrasileirosbuscam oamor commaturi<strong>da</strong>de eromantismodúvi<strong>da</strong>s de que a manutenção<strong>da</strong> vi<strong>da</strong> amorosa ao longo dosanos protege a saúde e está diretamenterelaciona<strong>da</strong> com adiminuição <strong>da</strong> mortali<strong>da</strong>de”,afirma José Antonio Curiati,geriatra do Hospital Sírio-Libanêse médico supervisor doserviço de geriatria do Hospital<strong>da</strong>s Clínicas, em São Paulo. Nos EstadosUnidos, foram realiza<strong>da</strong>s pesquisasque ofereceram um <strong>da</strong>do concreto: quandohá um relacionamento fixo, a quanti<strong>da</strong>dede relações sexuais é muito maior doque entre os solitários – e já está documentadoque o grau de ativi<strong>da</strong>de sexualestá diretamente ligado à boa saúde cardiovascular.“O bom dessa fase é justamente a capaci<strong>da</strong>dede internalização <strong>da</strong> relação, do erotismoe até dos prazeres materiais. Acreditoque estou vivendo agora meu melhor momento,um momento de encantamento. Éo sagrado entrando no meu coração”, descreve,quase recitando, Emanuel Tadeu MedeirosVieira, jornalista que, aos 62 anos,declara-se apaixonado pela médica Céliade Souza, com quem vive desde maio desteano. O casal se conheceu em 1990, naBahia, onde Célia morava antes de se mu<strong>da</strong>rpara Brasília, para unir-se ao namorado– e lá se foram quase 17 anos de i<strong>da</strong>s evin<strong>da</strong>s. “As pessoas estão mais preocupa<strong>da</strong>scom seus carros e casas, perderam o sentidodoméstico e do encontro. Célia foi umabênção na minha vi<strong>da</strong>”, descreve, destacandoa segurança afetiva e a maturi<strong>da</strong>de do romance.“Não temos rotina, reinventamos oencanto a ca<strong>da</strong> momento.”O dia-a-dia do casal é de causar invejaa qualquer dupla adolescente: passeios demãos <strong>da</strong><strong>da</strong>s, conversas transparentes e semartifícios, o prazer assumido de dividir ascoisas <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. “Minha impressão é de quedá mais vontade de ser autêntico. O amordá uma espécie de fortalecimento interiorpara li<strong>da</strong>r com os pedregulhos <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>. Rejuvenesceo espírito.”Estímulo do tempoO bem proporcionado à saúde física,emocional e mental pelo amor aju<strong>da</strong> tambémna prevenção a muitas doenças comunsaos que avançam nas fases dos “enta”.O homem que tem uma companheira vivemais e é menos suscetível à depressão e aoestresse. “O amor sempre traz repercussõespositivas, em qualqueri<strong>da</strong>de. Mas para os homensdepois dos 60 anos representauma nova perspectiva, umnovo direcionamento. É umelemento revitalizador, poislança novos objetivos e comprometimentos”,afirma o professore doutor Ailton Amélio<strong>da</strong> Silva, psicólogo formado pela Universi<strong>da</strong>dede São Paulo e autor dos livrosMapa do Amor e Para Viver um GrandeAmor, assinalando o que chama de vantagenspredominantemente masculinas.“As mulheres raramente se casam quandochegam a essa i<strong>da</strong>de solteiras. E quandosozinhas, por viuvez ou separação, têmcapaci<strong>da</strong>de de a<strong>da</strong>ptação maior que a doshomens. Por isso acredito que seja o homemo mais beneficiado pelo amor nessaépoca <strong>da</strong> vi<strong>da</strong>.”Que o diga Flávio Aguiar. Românticoconvicto, ele vive, aos 60 anos, um relacionamentoque revoluciona sua vi<strong>da</strong>: para estarperto <strong>da</strong> ama<strong>da</strong>, que reencontrou nesteano, Flávio mudou-se para a Alemanha. Vaiviver ao <strong>lado</strong> de Zinka Ziebell, uma brasileirahá 20 anos radica<strong>da</strong> naquele país. Flávio é2007 outubro REVISTA DO BRASIL 37

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