Relatório Anual do banco de Portugal 2004
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Capítulo 2 Políticas económicasGráfico 2.9QUOTAS DE MERCADO DAS EXPORTAÇÕESPORTUGUESASCrescimento acumula<strong>do</strong>Gráfico 2.10PENETRAÇÃO DAS IMPORTAÇÕESCrescimento acumula<strong>do</strong>VolumeValor170260Em volumeEm valor160240150220Índice 1985=100140130120110Índice 1985 = 10020018016014010012090801985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003100801985 1987 1989 1991 1993 1995 1997 1999 2001 2003Fontes: INE, Comissão Europeia, UK National StatisticsOffice e Banco <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>.Fontes: INE e Banco <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>.forma<strong>do</strong>ra registou uma apreciação <strong>de</strong> 2.7 porcento em <strong>2004</strong>, que se traduz numa apreciaçãoacumulada <strong>de</strong> 16.3 por cento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997. Aevolução <strong>do</strong> índice cambial efectivo real basea<strong>do</strong>no preço das exportações <strong>de</strong> bens e serviçosé substancialmente diferente — <strong>de</strong>preciaçãoacumulada <strong>de</strong> 1.3 por cento <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997 (Gráfico2.11). A evolução bastante diferenciada <strong>de</strong>stes<strong>do</strong>is indica<strong>do</strong>res <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> câmbio realaponta para uma redução <strong>do</strong>s lucros das empresasexporta<strong>do</strong>ras. De facto, a margem <strong>de</strong> lucrounitária no sector exporta<strong>do</strong>r registou uma<strong>de</strong>terioração, que foi particularmente expressivanos últimos <strong>do</strong>is anos (Gráfico 2.12). A compressãodas margens <strong>de</strong> lucro <strong>do</strong> sector exporta<strong>do</strong>rten<strong>de</strong> a induzir o encerramento e a <strong>de</strong>slocalização<strong>de</strong> empresas na industria transforma<strong>do</strong>ra,com consequências negativas para ocrescimento das exportações. É importante referirque que os indica<strong>do</strong>res habituais <strong>de</strong> taxa<strong>de</strong> câmbio real <strong>de</strong>verão estar a sub-estimar a<strong>de</strong>terioração da competitivida<strong>de</strong> custo/preçono perío<strong>do</strong> recente, na medida em que não incorporama evolução cambial em países que,não sen<strong>do</strong> um <strong>de</strong>stino relevante para as exportaçõesportuguesas, concorrem directamentecom estas em terceiros merca<strong>do</strong>s (ver “Caixa2.2 Taxa <strong>de</strong> câmbio <strong>do</strong> euro e competitivida<strong>de</strong>-preçodas exportações portuguesas”).A especialização produtiva das exportaçõesportuguesas apresenta ainda um peso muitosignificativo <strong>de</strong> produtos ditos tradicionais.Estes bens estão sujeitos a uma concorrênciaacrescida por parte <strong>do</strong>s novos intervenientesnos merca<strong>do</strong>s internacionais e beneficiam geralmente<strong>de</strong> um menor crescimento ten<strong>de</strong>ncialda procura, influencian<strong>do</strong> negativamente ocomportamento das quotas <strong>de</strong> merca<strong>do</strong> (ver“Caixa 2.3 A evolução recente da quota <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>das exportações portuguesas na União Europeia”).Os fluxos líqui<strong>do</strong>s <strong>de</strong> investimento directoestrangeiro traduzem também as dificulda<strong>de</strong>scompetitivas da economia portuguesa, ten<strong>do</strong>regista<strong>do</strong> uma variação negativa equivalente a0.6 por cento <strong>do</strong> PIB, em média anual, <strong>de</strong>s<strong>de</strong>1997.A evolução da posição competitiva da economiaportuguesa e o surgimento <strong>de</strong> importantes<strong>de</strong>sequilíbrios macroeconómicos nos últimosanos da década <strong>de</strong> 90, contrastam com asituação observada nos anos após a a<strong>de</strong>são àComunida<strong>de</strong> Europeia. Nesse perío<strong>do</strong>, <strong>Portugal</strong>registou um crescimento médio claramentesuperior ao verifica<strong>do</strong> nos restantes Esta<strong>do</strong>s-membros,uma apreciação significativa da40 Banco <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong> | Relatório <strong>Anual</strong> | <strong>2004</strong>