52Anefalos; Guilhotob) Para estimar o consumo intermediário a preço básico,o valor da diferença obtida no primeiro passofoi então redistribuí<strong>do</strong> entre os <strong>de</strong>mais produtosemprega<strong>do</strong>s no consumo intermediário, através<strong>de</strong>sse valor pela porcentagem <strong>do</strong> coeficiente<strong>do</strong> consumo intermediário, que antes era dirigidaaos respectivos produtos a preços <strong>de</strong> merca<strong>do</strong>.c) O coeficiente para o valor adiciona<strong>do</strong> a custo <strong>de</strong>fatores foi obti<strong>do</strong> pela diferença entre um e o coeficiente<strong>do</strong> consumo intermediário, pois os subsídiose os outros impostos sobre a produção foramconsi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s iguais a zero.d) Os coeficientes para o exce<strong>de</strong>nte operacional brutoe para as remunerações foram redistribuí<strong>do</strong>sem parcelas para os seus subitens, segun<strong>do</strong> ospercentuais que esses representavam no exce<strong>de</strong>nteoperacional bruto e nas remunerações <strong>do</strong> setoragropecuário.Os valores resultantes <strong>de</strong>sses procedimentosforam multiplica<strong>do</strong>s pelo valor da produção <strong>do</strong> setor<strong>flores</strong> para o ano 2000 (R$322 milhões), geran<strong>do</strong> to<strong>do</strong>sos da<strong>do</strong>s da coluna <strong>do</strong> setor <strong>flores</strong> na matriz <strong>de</strong>Usos e Recursos. Em cada linha foi subtraí<strong>do</strong> o valorencontra<strong>do</strong> para o setor <strong>flores</strong> para compor o daagropecuária. A construção da matriz <strong>de</strong> Usos e Recursosprosseguiu com a inclusão <strong>de</strong> uma linha referenteao <strong>de</strong>stino da produção <strong>do</strong> setor <strong>flores</strong>. Verificou-seque o produto <strong>flores</strong> se <strong>de</strong>stina ao própriosetor, para serviços presta<strong>do</strong>s à família (suposto iguala 5% <strong>do</strong> valor da produção), para a exportação e parao consumo das famílias. Esses valores foram subtraí<strong>do</strong>sda linha <strong>de</strong> outros produtos agropecuários.5 - RESULTADOS E DISCUSSÕESO mo<strong>de</strong>lo insumo-produto utiliza<strong>do</strong> fundamentou-sena tecnologia baseada na indústria. Apartir <strong>do</strong> valor da produção <strong>do</strong> setor <strong>de</strong> <strong>flores</strong> e <strong>plantas</strong>ornamentais <strong>de</strong> R$322 milhões concluiu-se que oconsumo intermediário correspon<strong>de</strong>u, em 2000, a35,8% e a <strong>de</strong>manda final a 64,2% (Tabela 2). Nessemo<strong>de</strong>lo as reexportações foram consi<strong>de</strong>radas nulas.A partir <strong>de</strong>sses da<strong>do</strong>s foram obti<strong>do</strong>s os índices<strong>de</strong> ligação <strong>de</strong> Rasmussen-Hirschman e purosnormaliza<strong>do</strong>s para i<strong>de</strong>ntificar os setores-chave, oscampos <strong>de</strong> influência para conhecer quais os setoresque mais impactam os <strong>de</strong>mais setores, os multiplica<strong>do</strong>res<strong>de</strong> produção, renda e emprego e alguns índicescomplementares para auxiliar na análise dasexportações.Observa-se que ao analisar o índice <strong>de</strong> Rasmussen-Hirschman(RH) pelo conceito restrito ossetores 6 (si<strong>de</strong>rurgia), 8 (outros metalúrgicos), 15(celulose, papel e gráfica), 19 (químicos diversos), 22(indústria têxtil) e 36 (transportes) <strong>de</strong>stacam-se comosetores-chave (Figura 5). Se for <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>rada essarestrição, verifica-se que o setor <strong>de</strong> agropecuáriapo<strong>de</strong> também ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> setor-chave, uma vezque os outros setores <strong>de</strong>mandam muitos insumos <strong>de</strong>le,ou seja, possui índice <strong>de</strong> ligação para frente maiorque 1. O setor <strong>de</strong> <strong>flores</strong>, por outro la<strong>do</strong>, apresentaíndice para trás maior que 1, indican<strong>do</strong> que é umforte <strong>de</strong>mandante <strong>de</strong> insumos <strong>do</strong>s <strong>de</strong>mais setores.Como a abordagem <strong>de</strong> Rasmussen-Hirschmannão leva em conta o nível <strong>de</strong> produção <strong>de</strong> cada setoré interessante analisar os índices puros <strong>de</strong> ligação, afim <strong>de</strong> melhor dimensionar as interações entre ossetores em termos <strong>do</strong> valor da produção.As figura 6 a 8 apresentam os índices purosnormaliza<strong>do</strong>s para frente, para trás e total, respectivamente.Na tabela A.1.1 <strong>do</strong> Anexo 1 estão relaciona<strong>do</strong>sesses índices e seus respectivos números <strong>de</strong>or<strong>de</strong>m. Se for utiliza<strong>do</strong> o conceito não-restrito paraanalisar os setores-chave observa-se que os setoresagropecuária, refino <strong>de</strong> petróleo, comércio e serviçospresta<strong>do</strong>s à empresa <strong>de</strong>stacam-se em relação aos<strong>de</strong>mais, ten<strong>do</strong> como referência o índice puro normaliza<strong>do</strong>para frente. Os setores construção civil, comércio,serviços presta<strong>do</strong>s à família e administraçãopública possuem forte ligação para trás.Deve-se ressaltar que apesar <strong>do</strong> índice <strong>de</strong>Rasmussen-Hirschman indicar o setor <strong>de</strong> <strong>flores</strong> comosetor-chave, ao se utilizar esse outro enfoque, apon<strong>de</strong>ração pelo nível <strong>de</strong> produção da floricultura,que é muito pequeno quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> aos <strong>de</strong>maissetores, força uma redução drástica nos índices<strong>de</strong> ligações para frente e para trás.Agric. São Paulo, SP, 50(2):41-63, 2003.
Estrutura <strong>do</strong> Merca<strong>do</strong> Brasileiro <strong>de</strong> Flores e Plantas Ornamentais53Tabela 2 - Fluxo Circular da Matriz Insumo-Produto para o Setor <strong>de</strong> Flores e Plantas Ornamentais, 2000ItemValor(R$ mil)Valor total da produção(%)A - Produto flor 99.171 30,8B - Serviços presta<strong>do</strong>s à família 16.100 5,0C - Consumo intermediário = A+B 115.271 35,8D - Exportações 21.777 6,8E - Consumo das famílias 184.952 57,4F - Demanda final = D+E 206.729 64,2G - Valor total da produção = C+F 322.000 100,0Fonte: Da<strong>do</strong>s da pesquisa.3.53.01822.5Índice para frente2.01.51.00.5414344037 384233391134935175322036 1915872113 16313 14 26 2924 1012 282523622130270.00.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4Índice para trásFigura 5 - Síntese <strong>do</strong>s Padrões <strong>de</strong> Comportamento <strong>do</strong>s Índices RH para os 43 Setores Brasileiros, 2000.Fonte: Da<strong>do</strong>s da pesquisa.6,05,65,24,84,44,03,63,22,82,42,01,61,20,80,40,0FloresAgropec. exceto flore sExtrat. mineralPetróleo e gásMineral não met.Si<strong>de</strong>rurgiaMet. não ferrososOutros metal.Máq. e equip.Mat. elétricoEq. eletrônicosAutom./caminhõesPeças e outros veic.Ma<strong>de</strong>ira e mobiliárioCelulose, papel e gráf.Ind. borrachaElem. QuímicosRefino petróleoQuím. diversosFarmac. e veterináriaArt. plásticosInd. têxtilArt. vestuárioFab.calçad osInd. caféBenef. prod. vegetaisAbate animaisInd. laticíniosFab. açúcarFab. óleos veg.Outros prod. alim.Ind. diversasS.I.U.P.Constr. civilComércioTransportesComunicaçõesInst. financeirasServ. prest. famíliaServ. prest. emp resaAluguel imóveisAdm. públicaServ. priv. não mercantisFigura 6 - Índices Puros Normaliza<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Ligações para trás.Fonte: Da<strong>do</strong>s da pesquisa.SetoresAgric. São Paulo, SP, 50(2):41-63, 2003.