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Revista ed.98 - Crea-RS

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CAPAA alegação é rebatida pelos defensoresdo gás, que afirmam a necessidadede pensar no futuro e ter garantiasde reservas de fontes de energia. “Acreditoque as demais fontes de energia –que hoje são a eólica, a solar, a geotérmicae de biomassa –, juntas, elas nãosuprem a demanda de energia internade nenhum país. Se a projeção da AgênciaInternacional de Energia, de que até2030 a demanda por energia será deaté 40% em relação ao ano de 2007,com uma população de aproximadamentenove bilhões de pessoas, só essas energiasalternativas não serão suficientes”,enfatiza Mascharin.O Cepac dispõe de um local específico onde as amostras derochas são guardadas. Dentre os diversos laboratórios analíticos,no Laboratório de Petrologia são realizadas as análisesmineralógicas em microscópios ópticos esalas para o processamento de dadosEstudos de folhelhosgasógenos no CepacNo <strong>RS</strong>, o Centro de Excelência em Pesquisae Inovação em Petróleo, RecursosMinerais e Armazenamento de Carbono(Cepac), situado no Parque Tecnológicoda PUC<strong>RS</strong> sob a coordenação do GeólogoProf. João Marcelo Ketzer, está atuandono estudo das unidades-alvo nasbacias sedimentares terrestres com prováveisocorrências de folhelhos gasógenos,visando a uma futura comercializaçãodo gás. De acordo com o GeólogoAnderson Maraschin, uma vez identificadasas unidades-alvo nas bacias ondeocorre o folhelho gasógeno, é feita umacaracterização geoquímica, geofísica,Formação Irati: folhelhos emsuperfície em solo gaúchoCom as áreas de folhelho gasógeno ainda em prospecção, e sua explotaçãoem debate, em solo gaúcho há pelo menos uma grande reserva de folhelho,na Formação Irati, a qual, iniciando em São Paulo, atravessa o Paraná, SantaCatarina e chega ao nosso Estado, sendo as maiores reservas encontradasnos municípios de Dom Pedrito e São Gabriel, na Fronteira Oeste. “Essa formaçãodata do período Permiano, que começou 270 milhões de anos atrás edurou 50 milhões de anos”, explica o Geólogo Geraldo Roh de. Conforme ele,seus afloramentos mais notáveis se encontram expostos na margem direita doRio Santa Maria. “No Passo de São Borja, por exemplo, que fica em São Gabriel,os folhelhos são milimetricamente bem laminados e com estratificação planaparalela bem desenvolvida. O teor de óleo encontrado varia de 5,34 a 13,2%.”Já na década de 1980, tanto o Governo do Estado, por meio da ComissãoEstadual de Energia, quanto a Assembleia Legislativa, com a Comissão Especialdo Xisto, citam a importância econômica das jazidas. De lá para cá, muitopouco foi feito em termos governamentais, e hoje parte dos depósitos da regiãopertence à Irati Energia, empresa do grupo canadense Forbes&Manhattan,que, de acordo com informações de sua assessoria de imprensa, tem comoobjetivo no local “uma mineração a céu aberto para aproveitamento do folhelhobetuminoso em uma retorta e produção de óleo de xisto”.Para Geraldo Rohde, os Estados e municípios deveriam estar há muito tempose organizando para aproveitar essa fonte de energia, sem que haja, necessariamente,interferência de capital estrangeiro na exploração. Em artigodatado do ano de 2006, o Geólogo já defendia o ponto de vista dizendo que“está na mão do povo de São Gabriel e de seus representantes o resgate destatentativa de aproveitamento desta riqueza que está em seu subsolo”.petrofísica e geomecânica da rocha. “Apartir daí, o passo seguinte é fazer umestudo sobre a pré- viabilidade de exploraçãotécnica, monitoramento ambiental,além dos desafios e riscos envolvidosno projeto”, esclarece, dizendo que sóapós todas essas análises é que se tema viabilidade econômica da operação.De acordo com ele, é difícil prever otempo que isso levará, por envolver desafiosmuito grandes. “Veja os EUA, quecomeçaram os estudos sobre a viabilidadeeconômica dos folhelhos gasógenosna década de 1920 e só em 2005 seteve uma produção efetiva. Então, achoque isso terá um prazo longo, porque,depois que diagnosticado o gás presentena rocha, será necessário ter um suporteregulatório, licenças e autorizaçõesdas agências competentes e subsídio dogoverno”, relata. Por motivos de confidencialidadede projeto, ele não poderevelar em quais locais estão ocorrendoos estudos iniciais.Outro desafio referido por ele, quetambém influencia na decisão final dacomercialização, é a oscilação do preçode mercado do gás natural. “A partir daí,pode-se ver se vale a pena todo o investimento,pois são dezenas de milhões dedólares envolvidos, desde a pesquisa, atése a produção vai cobrir todos os gastosem pesquisas e investimentos”, explica,incluindo na verba o suporte logísticonecessário à produção: como os poços,gasodutos, refinarias e transporte. Mesmocom a necessidade de um montantealto de investimentos para haver umaviabilidade econômica na produção dogás, o pesquisador acredita que esta éuma possibilidade real para o Brasil. “Asreservas que estão aí comprovam. Issonão só injeta muito na economia de umpaís como a revitaliza”, conclui.Para o Geólogo Scheibe, no entanto,todas as dificuldades e incertezas elencadasanteriormente reforçam a necessidadede maiores estudos e a conveniênciada retirada, recomendada pelaSBPC e pela ABC, da explotação dessegás do leilão de áreas onshore para gásconvencional, previsto para novembropela ANP.30crea-rs.org.brtwitter.com/creagauchofacebook.com/creagaucho

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